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A ARTE

DO
RENASCIMENTO

Professora Alexandra Godinho


A PINTURA RENASCENTISTA

Cimabue, A Virgem no Trono,


Giotto, Ressurreição de Lázaro, fresco, Capela da Arena, em Pádua, 1306.
têmpera sobre madeira, c. 1280.

O Renascimento assiste a uma autêntica revolução no campo da arte. A partir de Itália, a nova
estética difunde-se um pouco por toda a Europa.
O italiano Giotto di Bondone é considerado um precursor da pintura renascentista, afastando-se
da rigidez da pintura gótica então vigente: as suas figuras possuem volume, transmitem
sentimentos, integram-se em paisagens.
Professora Alexandra Godinho
A PINTURA RENASCENTISTA

Masaccio, pormenor do fresco Fra Angelico, A Anunciação, painel central de um retábulo.


Batismo dos Neófitos, Igreja Santa Museu do Prado, Madrid, c. 1430
Maria del Carmine, em Florença,
1425-1426.

Masaccio soube prosseguir com mestria o caminho anunciado por Giotto. As suas
composições são já tridimensionais e serviram de aprendizagem a consagrados pintores,
como Miguel Ângelo.
Fra Angelico, apesar do traço gótico das suas pinturas, põe em prática o espírito do
Renascimento: perspetiva o espaço, interessa-se pela Natureza.
Professora Alexandra Godinho
A PINTURA RENASCENTISTA

Leonardo da Vinci, Retrato de Ginevra Benci, óleo


Domenico Ghirlandaio, Sandro Botticelli,
Retrato de um velho pormenor das Três
sobre madeira, 1474. Graças
e neto, têmpera em madeira, d‘A Primavera, têmpera sobre
c. 1490.
madeira, 1482.

A partir de Florença, os artistas do Quattrocento italiano (1420-1500) dinamizam as novas


tendências artísticas. Aí se assiste ao aparecimento de um novo espaço pictórico, dotado de
originalidade e criatividade que, comungando dos ideais do classicismo, redescobre o Homem,
enquanto tema fulcral da criação artística.
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TEMÁTICAS
A PINTURA RENASCENTISTA
BOTICELLI, O nascimento de Vénus
(1478-1487)

MIGUEL ÂNGELO O fruto proibido


(1509)

Mitologia

Cenas bíblicas

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TEMÁTICAS
A PINTURA RENASCENTISTA 1: Zenão de Cítio ou Zenão de Eleia
2: Epicuro
3: desconhecido (acredita-se ser o próprio Rafael)
4: Anicius Manlius Severinos
Boethius ou Anaximandro ou Empédocles
5: Averróis
6:Pitágoras
7: Alcibíades ou Alexandre, o Grande
8: Antístenes ou Xenofonte
9: Rafael, ou Monalisa,Fornarina como uma personificação do
Amor
ou ainda Francesco Maria della Rovere
10: Esquines ou Xenofonte
1: Parménides
12: Sócrates
13: Heráclito ou Miguel Ângelo.
14: Platão segurando o Timeu (Leonardo da Vinci).
15: Aristóteles segurando Ética a Nicômaco
16: Diógenes de Sínope
17: Plotino
18: Euclides ou Arquimedes acompanhado de estudantes
(Bramante) 19: Estrabão ou Zoroastro (Baldassare
Castiglione ou Piero Bembo).
20: Ptolomeu
R: Apeles (Rafael).
21: Protógenes (Il Sodoma ou Piero Perugino).

Época clássica

Modernidade
Professora Alexandra Godinho
TEMÁTICAS
A PINTURA RENASCENTISTA
JAN VAN EYCK, Retrato de casamento, 1434,
PIERO DELLA FRANCESCA, 1420-1492, Duplo retrato de Frederigo da Montefeltro e de sua óleo sobre madeira
mulher Battista Sforza, c. 1470, têmpera sobre painel, cada 47 x 33 cm

O retrato
Quotidiano

Expressão do individualismo das elites cortesãs e burguesas

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ASPETOS TÉCNICO-FORMAIS
A PINTURA RENASCENTISTA

Pietro Perugino, A Entrega das Chaves, fresco da parede direita da capela Leonardo da Vinci, Mona Lisa,
Jan van Eyck, O Casal Arnolfini,
Sistina, no Vaticano, c. 1482. óleo sobre madeira, c. 1503-
óleo sobre madeira, 1434.
-1507.

 descoberta da pintura a óleo, invenção atribuída ao flamengo Jan van Eyck, apreciada pela sua
maior durabilidade e possibilidades de retoque, variedade de matizes e gradações de cor;

 uso da perspetiva, linear ou geométrica, através de linhas que tendem a unir-se no horizonte,
confluindo no ponto de fuga, e da perspetiva aérea, desenvolvida por Leonardo da Vinci.

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ASPETOS TÉCNICO-FORMAIS
A PINTURA RENASCENTISTA
MASOLINO, A cura dos aleijados - 1426-27
Fresco, 255 x 162 cm

PERSPECTIVA LINEAR

RAFAEL, A escola de Atenas - 1510-1511


Fresco - 440 × 770 cm

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ASPETOS TÉCNICO-FORMAIS
A PINTURA RENASCENTISTA
PERSPECTIVA LINEAR
LEONARDO DA VINCI, A Última Ceia – 1495-1498 Mista com predominância da têmpera e
FRA ANGELICO, A Anunciação - 1437-1446
óleo sobre duas camadas de preparação de gesso aplicadas sobre reboco - 460 x 880 cm

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ASPETOS TÉCNICO-FORMAIS
A PINTURA RENASCENTISTA
JAN VAN EYCK, Retrato de casamento, 1434,
óleo sobre madeira

Composição simétrica de eixo central


Profundidade espacial

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ASPETOS TÉCNICO-FORMAIS
A PINTURA RENASCENTISTA
PERSPECTIVA AÉREA

Noção de profundidade obtida através:


• da gradação de cores;
• de nuances de luminosidade e de
texturas.

Os objetos mais próximos eram mais nítidos


e definidos.
À medida que os objetos se distanciavam do
observador:
• os contornos tornavam-se menos
definidos e rodeados de uma atmosfera
nebulosa e esfumada;
• as cores escuras dos objetos mais
afastados tornavam-se azuladas.

Da Vinci, S. João na Natureza, 1510-1515 .


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ASPETOS TÉCNICO-FORMAIS
A PINTURA RENASCENTISTA

PERSPECTIVA AÉREA

Da Vinci utilizou o sfumato nos primeiros


planos e, nos planos mais distantes, a técnica
da perspetiva aérea, aparecendo os objetos
esbranquiçados/azulados.

LEONARDO DA VINCI, A Senhora dos Rochedos (Versão Londres) – 1495-1508


Óleo sobre painel - 189.5 × 120 cm

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ASPETOS TÉCNICO-FORMAIS
A PINTURA RENASCENTISTA
Módulo

Piero della Francesca, A Flagelação de Cristo, têmpera sobre tela, c. 1455. Leonardo da Vinci, A Virgem dos
Rochedos, óleo sobre madeira, c. 1483.

 adoção da geometrização das composições, com preferência pela piramidal;

 procura da proporção entre as formas representadas com vista a obter a ordem e o equilíbrio
das composições. Para o conseguir os artistas renascentistas utilizavam uma medida padrão
– módulo.
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ASPETOS TÉCNICO-FORMAIS
A PINTURA RENASCENTISTA

- A linha da base, a partir dos pés e das


vestes das figuras.
- As linhas, exteriores às figuras do
grupo, compõem o triângulo.
- As linhas convergem em vértice, na
cabeça da figura masculina.
- O olhar do observador é conduzido
para o ponto central da composição.

Rafael, Madona de Canigiani, 1507

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ASPETOS TÉCNICO-FORMAIS
A PINTURA RENASCENTISTA
As figuras têm posturas e gestos
complexos e opostos mas que se
combinam num grupo único com
enquadramento piramidal.

 A cor foi usada para:


- elaborar silhuetas e contornos
modelados;
- realçar a expressividade das figuras;
- esbater o contorno e a nitidez das
formas nos planos mais afastados.

(a técnica do sfumato reforça a noção


de profundidade).

Leonardo da Vinci, A Virgem com o Menino e Santa Ana, c. 1508,


óleo sobre madeira, 1,68 x 1,30 m Professora Alexandra Godinho
ASPETOS TÉCNICO-FORMAIS
A PINTURA RENASCENTISTA

RAFAEL, Virgem do Pintassilgo - c. 1505–1506


Óleo sobre madeira - 107 × 77 cm

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ASPETOS TÉCNICO-FORMAIS
A PINTURA RENASCENTISTA

Miguel Ângelo, Criação de Adão (pormenor), fresco da abóbada da Capela Sistina, 1508- Giorgione, A Tempestade, óleo sobre tela, 1418.
-1512. Hans Holbein,Hugo van der
o Jovem, Goes, Natividade
O Mercador Albrecht
no Retábulo Portinari
Georg Gisze, Dürer,da Retrato de jovem
do Hospital
óleo e têmpera Igreja
sobre de veneziana,
Santa Maria Nuova, em Florença, óleo sobre
madeira,1532. óleo sobre madeira, 1505.
madeira, c.1470.

 representações naturalistas, visíveis na expressividade dos rostos, nos gestos, nas vestes e
nos cenários, no rigor anatómico dos corpos e na transposição fiel para o quadro da
paisagem envolvente.

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ASPETOS TÉCNICO-FORMAIS
A PINTURA RENASCENTISTA
MIGUEL ÂNGELO BUONARROTI, A Sagrada Família, c. 1504/5,
têmpera a óleo sobre madeira, diâmetro 1,20m Nu como evocação
do Antigo Testamento

Posições distorcidas
para criar a noção de
movimento transitório

O Menino passa
para o colo da mãe

Cenários naturais
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ASPETOS TÉCNICO-FORMAIS
A PINTURA RENASCENTISTA
Elementos naturalistas:
- A expressão revestida de caráter e
firmeza traduz uma análise psicológica
do indivíduo.

- O cabelo e os traços fisionómicos


individualizados (olhos, boca, queixo,
nariz, pescoço) são representados com
detalhe.

- O uso da cor, a textura dos tecidos e o


pormenor das jóias conferem realismo à
figura e dão-lhe significado social.

- A paisagem surge como pano de fundo,


realçando a importância da natureza.

Rafael, Retrato de Agnolo Doni, 1505-6 c.


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ASPETOS TÉCNICO-FORMAIS
A PINTURA RENASCENTISTA
Perfil rigoroso PIERO DELLA FRANCESCA, 1420-1492, Duplo retrato de Frederigo da Montefeltro e de sua mulher Battista Sforza,
c. 1470, têmpera sobre painel, cada 47 x 33 cm

Realismo

Pormenor

Jóias
Desenhos do tecido

Cabelo

Caminho

Muralha

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A ESCULTURA RENASCENTISTA

Donatello, Gattamelata, estátua equestre do


“condottiero” veneziano Erasmo da Narni, bronze,
Pádua, 1453. Miguel Ângelo, Pietà do Vaticano, mármore,1499. Miguel Ângelo, O Escravo
Moribundo, mármore, 1513-1515.

A estatuária greco-romana inspirou profundamente os escultores renascentistas, pelo que a


escultura readquire a grandeza e proeminência do período clássico.
A escultura deixa de estar subordinada ao enquadramento arquitetónico para ganhar desenvoltura
e naturalidade, aspetos visíveis no nu e nas estátuas equestres.
Professora Alexandra Godinho
A ESCULTURA RENASCENTISTA Lucca
della
Robbia,
Anjos
cantores -
pormenor,
mármore,
c. 1435.

Donatello, Busto de Niccolo da Miguel Ângelo, Túmulo de Julião de Miguel Ângelo, Pietà de
Uzzano, terracota policromada, Médici, Igreja de S. Lourenço, em Florença, mármore, 1550.
c. 1432. Florença, mármore, 1524-1634...

As principais características da escultura do Renascimento são:


 humanismo e naturalismo: interesse pela representação da figura humana com elevado rigor
anatómico e expressividade fisionómica;
 equilíbrio e racionalidade: especial gosto pela composição geométrica, especialmente pela
piramidal;
 elevado aperfeiçoamento técnico: perícia demonstrada na utilização dos materiais e na criação
de novos processos de projeção e execução das obras, nomeadamente, os estudos prévios de
perspetiva.
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A ESCULTURA RENASCENTISTA
TEMA: David, o herói bíblico que enfrentou o gigante Golias

Olhar: expressa a concentração e determinação antes do


combate com Golias

ASPETOS TÉCNICO-FORMAIS
 Rigor (conhecimento da anatomia
 Perfeição
 Exaltação da beleza
 Proporção
 Simetria
 Racionalismo

MIGUEL ÂNGELO, David, 1501-1503, mármore, 2,5 m


de altura

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A ESCULTURA RENASCENTISTA

DONATELLO, David, c. 1430-40,


bronze, 1,65 m

Verocchio, estátua equestre .


- recuperação da estátua equestre
- recuperação do nu
- monumentalidade
- representação do corpo rigorosa e
A escultura emancipou-se da realista, com movimento
arquitetura: a estatuária ganha uma
função pública no espaço urbano, em - representação do corpo humano
jardins, praças ou palácios. com harmonia e rigorosas proporções
Professora Alexandra Godinho
A ESCULTURA RENASCENTISTA

A expressividade e interioridade
das figuras conferiram-lhes uma
identidade psicológica

Miguel Ângelo, Pietá, 1499

Professora Alexandra Godinho


A ARQUITETURA RENASCENTISTA

Filippo Brunelleschi, interior do Pórtico do Hospício dos Inocentes, Leon Battista Alberti, Igreja de Santo André, Mântua,
Florença, c. 1420. iniciada em 1470 (exterior e interior).

A arquitetura renascentista, fortemente influenciada pela Antiguidade e pelo românico toscano,


afasta-se decididamente do gótico medieval.
Características fundamentais da arquitetura renascentista, religiosa e civil:
 aplicação da perspetiva linear;
 matematização rigorosa do espaço arquitetónico - estabelecimento de relações proporcionais entre
as partes do edifício (altura, largura e profundidade) e recurso à geometrização, fazendo o uso do
círculo e de outras formas consideradas perfeitas;
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A ARQUITETURA RENASCENTISTA

 preferência pelas abóbadas de


berço e pelo arco de volta
perfeita;

 simetria absoluta;

Igreja de São Lourenço, Florença .

Professora Alexandra Godinho


A ARQUITETURA RENASCENTISTA

Andrea Palladio Villa Rotonda, em Vicenza, 1566-1591. Miguel Ângelo, cúpula da Catedral de São Pedro do
Donato Bramante, Tempietto, em Roma, 1502.
Vaticano, 1547-1564 (exterior e interior).

 alevantamento
d) simetria absoluta,de
comcúpulas,
preferência tomando, como
pela planta centrada; exemplo, a do Panteão de
Roma. Professora Alexandra Godinho
A ARQUITETURA RENASCENTISTA

Balaustrada

F. Brunelleschi e Luca Francelli, Palácio Pitti, em Florença, 1458. Pierre Lescot, fachada ocidental do Palácio do Louvre, iniciada em
1546 por ordem de Francisco I.

 linhas e os ângulos retos do classicismo e predomínio da horizontalidade


dos edifícios, conseguida pelos frisos, cornijas e balaustradas;

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A ARQUITETURA RENASCENTISTA
Cúpula

Arco de volta Cimalha


Friso perfeita

Arquitrave

Frontão

Cornija
Coluna
Pilastra

F. Brunelleschi, Capela dos Pazzi, Igreja de Santa Cruz, em Andrea Palladio, Villa Emo, Veneto, 1559.
Florença, 1430-1433.
 adoção da gramática decorativa greco-romana, presente em:
− colunas e entablamentos das ordens clássicas, com incidência pela coríntia e pela compósita;
− frontões triangulares a encimarem fachadas ou, simplesmente, janelas;
− grotescos, principalmente em pilastras, sob a forma de frescos ou de baixos-relevos.
Professora Alexandra Godinho
A RACIONALIDADE DO URBANISMO

Miguel Ângelo, Praça do Capitólio, em Roma,


iniciada em 1536, por ordem do Papa Paulo III.

Os arquitetos renascentistas conceberam projetos urbanísticos retilíneos,


submetidos a regras de higiene, funcionalidade e beleza. Estas cidades ideais e
racionalizadas não foram além da abertura de ruas novas, mais largas, e de praças
de traçado geométrico.
Professora Alexandra Godinho
A ARTE RENASCENTISTA EM SÍNTESE
SUPERAÇÃO DA
CLASSICISMO
ANTIGUIDADE

- Recuperação da
arquitectura greco-romana
- Harmonia, simetria, - Naturalismo
ARTE DO
proporção RENASCIMENTO
- Capacidade técnica
- Temáticas mitológicas
- Interesse pela figura
humana

PINTURA ESCULTURA ARQUITECTURA

- Espaço matematizado
- Libertação do
- Paixão pelos clássicos
enquadramento
- Simetria e perspectiva
arquitectónico
- Técnica do óleo
- Horizontalidade
- Classicismo
- Perspectiva linear e aérea
- Linhas e ângulos rectos
- Naturalismo
- Geometrização das
formas - Arco de volta perfeita,
- Equilíbrio
abóbada de berço e de
- Proporção arestas, cúpula
- Aperfeiçoamento técnico
- Naturalismo - Ordens e frontões
clássicos

Professora Alexandra Godinho


PORTUGAL: O GÓTICO-MANUELINO

① Solar de Sempre Noiva, em Arraiolos, sécs. XV-XVI. Francisco de Arruda, Torre de Belém, em Lisboa,
② Pormenor
Diogo da Portal
Boitaca, janela da
manuelina-mudéjar
Igreja Matriz do Solar
Joãode de
Sempre 1515-1519. Diogo de Arruda, Janela do Capítulo,
Noiva.Abóbada da Sé de Viseu,
Castilho,
da Golegã, c. 1520. 1513. Convento de Cristo em Tomar, 1510-1518.
Em Portugal, a arquitetura de finais do século XIV/inícios do século XV começa por manter a estrutura
do gótico à qual aplica uma nova estética decorativa: surge o estilo Manuelino.
Dessa estética decorativa fazem parte o naturalismo, com evidentes ligações às Descobertas,
elementos mouriscos e exóticos, a heráldica régia e a simbologia cristã.
O Manuelino está representado maioritariamente na arquitetura religiosa, mas também na arquitetura
civil (paços régios e solares nobres) e militar (fortalezas).
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PORTUGAL: A ARQUITETURA RENASCENTISTA

Francesco da Cremona, Claustro Renascentista da Sé de Viseu, por iniciativa Miguel de Arruda, Igreja do Convento da Nossa
do bispo D. Miguel da Silva, c. 1528-1534. Senhora da Graça, Évora, c. 1535-1542. A
fachada foi desenhada por Francisco de Holanda.

A arquitetura renascentista revela-se, em Portugal, no reinado de D. João III (1502-1557) pelas


mãos de dois conhecedores da arte italiana: o humanista, arquiteto e pintor Francisco de
Holanda e o bispo D. Miguel da Silva, embaixador na corte papal de Leão X.

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PORTUGAL: A ESCULTURA RENASCENTISTA

Nicolau Chanterenne, pormenor do João de Ruão, Deposição no Túmulo, em calcário, Mosteiro de Santa Cruz
Retábulo da capela-mor do Convento da em Coimbra, 1535-1540.
Pena, em Sintra, 1529-1532.

Entre finais do século XV e a primeira metade do século XVI assiste-se, em Portugal, a um surto
escultórico na decoração (púlpitos, pias batismais, capitéis e platibandas) e na estatuária
(túmulos, portais, altares, nichos, mísulas e baldaquins).
Professora Alexandra Godinho
PORTUGAL: A PINTURA RENASCENTISTA

Vasco Fernandes, dito Grão-Vasco, Cristo em Casa de Marta, Gregório Lopes, Anunciação, Museu Nacional de Arte
Museu de Grão-Vasco, Viseu, c. 1535. Antiga, Lisboa, c. 1540.

No mesmo período, verifica-se uma renovação na pintura, onde são percetíveis as influências
flamengas (cores vivas, retratos individualizados e representações realistas) e italianas
(modelação escultórica das figuras humanas e fundos arquitetónicos).

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PORTUGAL: TENDÊNCIAS ARTÍSTICAS DOS
SÉCULOS XV-XVI EM SÍNTESE
PORTUGAL

Tendências
GÓTICO MANUELINO artísticas nos RENASCIMENTO
séculos XV-XVI

Estrutura:
Estrutura:
- arcos e arcadas redondos;
- arcos de ogiva, conopial, de ferradur,
- abóbadas de berço e coberturas planas;
polilobado;
- igrejas-salão;
- abóbadas de cruzaria de ogivas, de
- planta centrada.
nervuras, de curvas, rebaixada;
- arcobotantes e contrafortes
Decoração classicizante:
exteriores.
- colunas com capitéis dóricos, jónicos,
coríntios, toscanos;
Decoração:
- frisos;
- vegetalismo terrestre e marinho;
- frontões.
- cordas e nós náuticos;
- cruz de Cristo;
Representações naturalistas na pintura
- esfera armilar;
e na escultura.
- escudo régio;
- arabescos.
Perspetiva e pintura a óleo.

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Fontes
Materiais de apoio dos manuais:

COUTO, C. e ROSAS, M. (2013). Um novo Tempo da História – História A – 10º Ano. Porto: Porto Editora
(adaptado)

FORTES, A., FORTES, J., GOMES, F. (2013). Linhas da História – História A – 10º Ano. Porto: Editora
Areal (adaptado)

VERÍSSIMO, H., LAGARTO, M., BARROS, M. (2013). História em perspetiva – História A – 10º Ano. Porto:
ASA (adaptado)

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