Gonzalo Torrente Ballestter

Nascimento: 13 Junho de 1910 ,

em Salamanca, Espanha.

Morte: 27 de Janeiro 1999 (88

anos)

Ocupação: Professor, romancista,

crítico literário e teatral,
dramaturgo e jornalista
 Crónica Rei Pasmado

Contexto histórico: Ingenuidade, falta de

Séc. XVII- de uma Espanha autonomia,
dominada pela Inquisição. personalidade frágil;

À cabeça do reino está

um monarca semi- Povo rude, ignorante que
virgem uma vez que, acredita na vingança da
mesmo sendo pai, estava superstição divina devido
ainda longe de saber o aos «desejos carnais» do
significado da palavra rei;
erotismo.

4, 2000
182 páginas
Crónica Rei Pasmado
 O desejo de um marido contemplar a
esposa tal como veio ao mundo, após um
encontro com uma prostituta, onde pela
1ª vez, observa o nu do corpo feminino;

 As dificuldades criadas pelo protocolo,  Ingenuidade, falta de autonomia,

que regula todos os atos do rei – públicos personalidade frágil;
e privados – obrigam o monarca a
submeter-se à humilhação de tornar
 Povo rude, ignorante que acredita na
públicos os seus desejos mais íntimos.
vingança da superstição divina devido
 Esta ausência de distinção entre vida
aos «desejos carnais» do rei;
pública e privada, num chefe de estado,
imposta tanto pelos cortesãos como pelo  A Inquisição proíbe este desejo e
clero, traduz-se numa feroz luta pelo alguns súbditos não acham correto o
poder entre aqueles que lhe estão rei ver a rainha nua.
próximos.
Citações interessantes
Alguns viam a mulher como um objeto de prazer
“O homem pode aceder à mulher com fins de procriação e, se os seus humores lhe
exigirem, para os acalmar, mas nunca com intenções levianas, como seria a de
contemplar nua a própria esposa” (página 44);

“Acha que a Graça do Senhor se manifesta no coito? Ou na contemplação desses

horríveis penduricalhos das fêmeas que se chamam peitos? Ou prefere que a
contemplação se verifique pelas costas, evidentemente contra natura?” (página 67).

Outros há que consideram que o rei tem toda a legitimidade de poder admirar a
nudez da rainha

“…porque de camisas de noite cumpridas e de disputas para que as levantem um

pouco mais, estamos nós tão cansados como elas” (página 50).
Conclusão:

-Em tom cómico e audaz, revelando as preocupações de um conjunto

desocupado de homens que retira de tudo grandes sentidos e efeitos no Reino;

- Apresenta a hipocrisia de uma corte em que todos pecam mas se devem manter
as aparências perante os restantes membros e, sobretudo, perante a Igreja, não
vá a instalar-se novo auto de fé.

- Leitura rápida e divertida.