A primeira República (1889 – 1930), é o período na
qual se colocou em questão o modelo educacional herdado do Império, que privilegiava a educação da elite – secundário e superior – em prejuízo da educação popular – primário e profissional. A educação elitista entrou em crise, de modo especial, na década de 20, quando também se tornou mais aguda a crise de outros setores da vida brasileira – político, econômico, cultural e social. A crise da educação elitista e as inúmeras discussões que provocou somadas ao conjunto de outros importante eventos, desembocaram na Revolução de 30, que foi responsável por numerosas transformações que fizeram avançar o processo educacional brasileiro. História da Educação Brasileira: dos 30 a 60
No final da Primeira República, em matéria educacional,
pouco ou nada havíamos avançado em relação ao final do Império. Continuávamos sem um sistema nacional de educação: O Governo Federal nada dizia e nada fazia em termos de ensino primário, que ficava ao encargo dos reduzidos recursos dos Estados; o ensino secundário continuava minado pelo ensino irregular, não- seriado, tendo como principal objetivo preparar para o ensino superior; quanto a este, ainda não tínhamos uma universidade funcionando. História da Educação Brasileira: dos 30 a 60
• Com a Revolução de 30, alguns dos reformadores
educacionais da década anterior passaram a ocupar cargos importantes na administração do ensino. Procuraram, então, colocar em prática as idéias que defendiam. Como resultado, a educação brasileira sofreu importantes transformações, que começaram a dar-lhe a feição de um sistema articulado, segundo normas do Governo Federal.
• A primeira iniciativa da Revolução de 30, no campo da
educação, foi a criação do Ministério da Educação e das Secretarias de Educação dos Estados. Com a criação do Ministério da Educação, o Governo Federal procurou alcançar três objetivos: História da Educação Brasileira: dos 30 a 60
• Ampliar sua faixa de participação no desenvolvimento da
educação nacional, marcando dessa forma o término de um longo período de total – ou quase total – alheamento dos problemas relacionados com a educação popular.
• Desenvolver os instrumentos destinados a unificar, disciplinar e
proporcionar a articulação e integração aos sistemas isolados estaduais, os quais registravam grande heterogeneidade em relação à organização das diversas modalidades de ensino a seu cargo.
• Estabelecer os mecanismos destinados a promover o
relacionamento federal com os diversos sistemas, definindo-se assim as formas de intervenção do Ministério e de suas relações com as Secretarias de Educação estaduais e com os próprios estabelecimentos. História da Educação Brasileira: dos 30 a 60
• A Constituição de 1935 foi a primeira a incluir um
capítulo especial sobre a educação, estabelecendo alguns pontos importantes: a educação como direito de todos; a obrigatoriedade da escola primária integral; a gratuidade do ensino primário; a assistência aos estudantes necessitados.
• A partir da Constituição de 1934, o Governo Federal,
assumiu novas atribuições educacionais: História da Educação Brasileira: dos 30 a 60
• A função de integração e de planejamento global da educação
brasileira. Passou a ser competência da União “fixar o plano nacional de educação, compreensivo do ensino de dos os graus e ramos, comuns e especializados; coordenar e fiscalizar a sua execução, em todo o território do País” (art. 150).
• A função normativa para todo o território nacional e para todos os
níveis. O artigo 5o estabeleceu: “Compete privativamente à União: XIV – traçar as diretrizes da educação nacional”.
• A função supletiva de estímulo e assistência técnica, onde
houvesse deficiência de iniciativa ou de recursos (art. 150).
• A função de controle, supervisão e fiscalização do cumprimento
das normas federais. História da Educação Brasileira: dos 30 a 60
Se, por um lado, tais atribuições constituíram o início da construção
de um sistema nacional de educação, por outro lado assinalaram uma profunda centralização das competências. A autonomia dos Estados e dos diversos sistemas educacionais foi limitada; quase tudo passou a depender da autoridade superior; multiplicaram-se os órgãos, as leis, os regulamentos, as portarias etc., a limitar a ação de escolas e educadores; as funções de controle, supervisão e fiscalização tornaram-se burocráticas e rígidas, assumindo, muitas vezes um caráter “policialesco”; tal ênfase em aspectos legais, normativos, burocráticos, muitas vezes levaram a esquecer ou relegar a um plano secundário o objetivo fundamental da educação, que é o de criar condições para a formação de pessoas humanas. História da Educação Brasileira: dos 30 a 60
• As diferentes teorias e práticas do ato de ensinar, ao enfatizarem
em cada momento ora o professor e a transmissão do saber, ora o aluno e o processo da aprendizagem, ora a organização racional dos meios e procedimentos, ora a qualidade total, evidenciam a preparação individual do homem no que se refere aos conhecimentos e aos hábitos, e às habilidades e aos valores necessários à sua sobrevivência.
• Em outras palavras, não sendo neutras, a teoria e a prática de uma
forma de ensino articulam as finalidades individuais de educação do homem a um modelo de sociedade, por meio da atividade de quem ensina, de quem aprende, de como se ensina e dos meios utilizados, e contribuem para a manutenção-superação da prática social mais ampla Olga Teixeira Damis História da Educação Brasileira: dos 30 a 60
• Retrospectiva Histórica:
1930 = Revolução (marco do rompimento do pacto oligárquico)
Burguesia Agrário-exportadora = Oligarquia Rural Formação da Burguesia Urbano-industrial) (Severino p. 78 § 1; 79 § 2) Criação do Ministério da Educação e Saúde
1931 = Conselho Nacional de Educação / IV Conferencia Nacional
de Educação (ABE) = o discurso unificador = Getulio e Francisco Campos = o discurso conciliador A voz de outra corrente (Shiroma p. 23 § 2) História da Educação Brasileira: dos 30 a 60
• Retrospectiva Histórica:
1932 = Manifesto dos Pioneiros (Guiraldelli p. 42 § 1-4)
O seu conteúdo (Guiraldelli p. 56 § 1; 58 § 2; 59 § 1) Renovadores são hegemonia na ABE = Cria-se a CCBE (Shiroma p. 23 § 3) Cria-se a LEC (Shiroma p. 20 § 2) (Cury p. 113 § 4)
1933 = Instalação da Assembléia Nacional Constituinte
(Cury p. 112 § 1 nr) Constituinte (Felix p. 23 § 1) História da Educação Brasileira: dos 30 a 60
• Retrospectiva Histórica:
1937 = Golpe de Estado = Instala-se com o objetivo de organizar
e administrar a economia nacional (Shiroma p. 25 § 3)
1942 = Preocupação com a qualificação de mão de obra para a
indústria emergente é o que se pode evidenciar na ação do ministro Gustavo Capanema com suas Leis Orgânicas e com seu sucessor Raul Leitão da Cunha. De 1942 a 1946 temo o seguinte registro. (Shiroma p. 26 § 2; 27) História da Educação Brasileira: dos 30 a 60
• Retrospectiva Histórica:
1946 = A carta de 46 defendia a liberdade e a educação
dos brasileiros. Essa era assegurada como direito de todos e os poderes públicos foram obrigados a garantir, na forma da lei, a educação em todos os níveis, juntamente com a iniciativa privada. O desdobramento destes indicativos contempla importante acontecimento relatado por Shiroma (p. 29 § 1) História da Educação Brasileira: dos 30 a 60
• Retrospectiva Histórica:
1948 - 1961 = Os 13 anos de embate entre as forças
conservadoras e os privatistas são acompanhadas com riqueza de detalhes na obra de Saviani quando trata da “Estratégia da ‘conciliação’ na ‘democracia restrita’” É importante destacar que neste período houve um novo manifesto, o de 1959 (Shiroma p. 29 § 2)