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Os limites da célula viva

A membrana plasmática é uma película


extremamente fina e delicada, que exerce uma
“severa fiscalização” sobre todas as substâncias
e partículas que entram e saem da célula.
A membrana plsmática

É extremamente frágil e precisa de um envoltório


que lhe ofereça proteção e suporte físico.
Exemplos de envoltórios:
→ glicocálix: presente na maioria das células
animais;
→ parede celulósica: presente em células de
plantas e de algumas algas.
Constituição química

Estudos com membranas plasmáticas isoladas


revelaram que seus componentes mais
abundantes são fosfolipídios e proteínas. É por
isso que se costuma dizer que as membranas
plasmáticas têm constituição lipoprotéica.
Organização molecular

Os bioquímicos Davson e Danielli propuseram,


em 1935, um modelo segundo o qual as
membranas biológicas eram constituídas por
duas camadas de proteínas que envolviam duas
camadas de lipídios. Esse modelo foi aceito até o
início dos anos 70, quando novos dados
bioquímicos e de microscopia eletrônica
mostraram que ele estava incorreto.
Organização molecular

Hoje, acredita-se que as moléculas de proteínas


estão incrustadas, como partes de um mosaico,
em uma dupla camada de fosfolipídios.
O modelo do mosaico fluido foi proposto
inicialmente por S. J. Singer e G. Nicholson, em
1972.
A membrana plasmática é de fundamental
importância para a vida: ela contém e delimita o
espaço interno da célula, isolando-o do ambiente
circulante e criando condições propícias para o
funcionamento celular.

A célula viva necessita trocar substâncias com o


meio, e é justamente a membrana plasmática que
seleciona criteriosamente o que deve entrar ou
sair da célula.
A PERMEABILIDADE DA MEMBRANA
PLASMÁTICA
Difusão

Todos os átomos e moléculas estão em constínuo


movimento. A única situação em que
teoricamente, o movimento cessa é sob a
temperatura de zero absoluto (- 273°C). Como
resultado desse movimento contínuo e causal, as
partículas tendem a se espalhar, em um processo
denominado difusão.
Difusão

Princípio básico da difusão → espalhamento se


dá sempre da região onde as partículas estão
mais concentradas para regiões onde sua
concentração é menor.
Difusão na célula viva

A entrada de gás oxigênio (O2) em nossas células


se dá por difusão. Como as células estão
continuamente consumindo O2 em sua respiração,
a concentração desse gás dentro da célula é
sempre baixa. Já no líquido que banha as células
provenientes do sangue, a concentração de O2 é
relativamente mais alta, pois esse gás está sendo
trazido dos pulmões através da corrente
sanguínea.
Difusão na célula viva

O gás carbônico (CO2) faz o caminho inverso,


pois sua concentração dentro das células é
sempre maior do que no líquido intracelular. O
CO2 é produzido no interior das células em
consequência da respiração celular, difundindo-se
para os espaços intercelulares e, em seguida,
para a corrente sanguínea. Quando o sangue
passa pelos pulmões, o CO2 se difunde para o ar,
sendo eliminado do corpo.
Difusão na célula viva

Como a difusão das substâncias através da


membrana plasmática não demanda gasto de
energia por parte da célula, esse processo é
denominado transporte passivo.
Osmose na célula viva

Uma célula contém diversos solutos,


principalmente proteínas e açúcares, que não
passam livremente através da membrana
plasmática. Assim, dependendo da concentração
do líquido ao redor, a célula pode sofrer osmose,
perdendo ou ganhando água.
Osmose na célula viva

Se o meio que circunda a célula tem


concentração de soluto equivalente à do líquido
citoplasmático, dizemos que o meio é isotônico
(do grego iso, igual, semelhante) ao interior
celular. A quantidade de água que entra e sai da
célula equivale à que sai e, portanto, não ocorre
osmose.
Osmose na célula viva

Água pura e soluções menos concentradas que o


citoplasma celular são denominadas hipotônicas
(do grego hypo, inferior). Uma célula mergulhada
em solução hipotônica sofrerá osmose. Nesse
caso, a água tende a entrar na célula devido ao
fato de sua concentração no meio circundante ser
maior do que que a concentração de água dentro
da célula.
Osmose na célula viva

A entrada de água por osmose provoca um


progressivo inchamento da célula, que pode
terminar arrebentando. É isso o que geralmente
ocorre quando células animais são colocadas em
água pura. No caso de vegetais, fungos, bactérias
e outros protozoários, a parede rígida que recobre
a membrana plasmática evita o rompimento da
célula em consequência da osmose.
Osmose na célula viva

Uma solução mais concentrada que o citoplasma


celular é denominada hipertônica (do grego hyper,
superior). Células animais mergulhadas em
soluções hipertônicas perdem água, murchando e
encolhendo. Já as células dotadas de parede,
como as das algas e das plantas, também
murcham, mas não encolhem, pois o conteúdo
celular, ao se retrair, desprende-se da parede.
Revisando

Difusão → movimento das moléculas do soluto e


do solvente a favor de um gradiente de
concentração, no sentido de igualar suas
concentrações.
Revisando

Osmose → difusão através de membranas


semipermeáveis, onde há passagem apenas do
solvente em maior quantidade da solução menos
concentrada para a mais concentrada.
Difusão facilitada

A membrana plasmática possui proteínas – as


permeases – especializadas no reconhecimento e
no transporte de substâncias para o interior da
célula.

Difusão facilitada → é uma difusão simples sem


dispêndio de energia por parte da célula
(processo passivo de transporte)
Difusão facilitada

As permeases tornam a célula permeável a


substâncias que, de outra maneira, não
atravessariam facilmente a membrana. Existem
vários tipos de permeases, cada uma
especializada no transporte de uma determinada
substância.
Difusão facilitada

Exemplo: A glicose, importante monossacarídeo,


atravessa a membrana celular de fora para dentro
da célula (do meio de maior concentração para o
meio de menor concentração de glicose) ligada a
uma proteína carregadora específica para glicose.
Transporte ativo

Muitas vezes, a célula tem de contrariar a


tendência natural da difusão gastando energia no
transporte de determinadas substâncias através
da membrana.
Transporte ativo
Neste tipo de transporte a substância é levada de
um meio a outro através da membrana celular por
uma proteína carregadora que é capaz, inclusive,
de transportar esta substância contra um
gradiente de concentração, de pressão ou elétrico
(a substância pode, por exemplo, ser
transportada de um meio de baixa concentração
para um de alta concentração da mesma). Para
tanto, O carreador liga-se quimicamente à
substância a ser transportada através da
utilização de enzima específica, que capitalizaria
tal reação. Além disso há um consumo de ATP
intracelular para transportar a substância contra
um gradiente de concentração.
Transporte ativo

EXEMPLO: Bomba de Sódio e Potássio -


transporta constantemente, nas células
excitáveis, através da membrana, íon sódio de
dentro para fora e íon potássio de fora para
dentro da célula. Ambos os íons são
transportados contra um gradiente de
concentração, isto é, de um meio menos
concentrado para um mais concentrado do
mesmo íon.
A concentração de íons K+ é cerca de 10 vezes maior na célula do que no meio extracelular,
enquanto que os íons Na+ estão cerca de 10 a 15 vezes mais concentrados no meio
extracelular.
Bomba de sódio e potássio

Esse bombeamento de íons consome grande


quantidade de energia, que é fornecida
continuamente às proteínas bombeadoras por
uma substância denominada trifosfato de
adenosina, mais conhecida pela sigla de seu
nome em inglês, ATP (adenosine tri-phosphate).
Endocitose: fagocitose e pinocitose

A célula pode também incorporar alimentos


através de mecanismos especiais. Para
incorporar uma partícula sólida, por exemplo, a
célula pode emitir prolongamentos que envolvem
a partícula a ser ingerida. Tais prolongamentos
denominam-se pseudópodes.
Fagocitose → do grego phagein, comer

Pinocitose → do grego pinein, beber


Fagocitose

Os pseudópodes fundem-se, envolvendo a


partícula em uma bolsa membranosa, que se
solta dentro do citoplasma. Esse processo de
incorporação é denominado fagocitose.
Durante a fagocitose, a membrana não se rompe:
apenas a partícula é envolvida, formando uma
bolsa que se desprende dentro do citoplasma.
Essa bolsa, que contém a partícula sólida, tem o
nome de fagossomo.
Pinocitose

É feita a incorporação de partículas líquidas


(gotículas) por um processo diferente da
fagocitose.
Neste caso, a membrana dobra-se para dentro do
citoplasma, isto é, sofre uma invaginação,
formando um estreito canal de pinocitose, através
do qual a gotícula entra.
Pinocitose

A membrana une-se na superfície da célula e


liberta uma bolsa que contém a gotícula. Essa
bolsa é chamada de pinossomo.
Da mesma forma que acontece com o
fagossomo, também o pinossomo é uma bolsa
que se solta dentro do citoplasma, permitindo à
célula a incorporação de nutrientes.
Clasmocitose

É o mecanismo de egestão celular, oposto à


pinocitose. A partícula a ser eliminada, que se
encontra envolta por membrana do sistema
vacuolar (na forma de pequeno vacúolo), migra
para a superfície. Aí, o pequeno vacúolo funde-
se com a membrana e a partícula é eliminada.
Funções da Fagocitose -
Alimentação em protozoários

Os protozoários – organismos unicelulares de


água doce e salgada – obtém alimento
fagocitando partículas presentes no meio e
digerindo-as, em seguida, no interior da célula.
Nos seres humano a fagocitose exerce algum papel na alimentação celular?
Funções da Fagocitose – Combate
a infecções

A fagocitose está relacionada, nos organismos


multicelulares, à defesa contra a invasão de
bactérias e vírus.
Funções da Fagocitose – Combate
a infecções

Os leucócitos deixam os vasos sanguíneos por


diapedese e saem a procura das bactérias. Ao
chegar ao local da infecção, os leucócitos
fagocitam as bactérias, o que acaba por matá-los.
No local da infecção acumulam-se milhares de
leucócitos mortos, que constituem o pus dos
ferimentos infeccionados.
Funções da Fagocitose – Limpeza
do corpo

Em nossos pulmões, os macrófagos deslizam


pela superfície dos alvéolos pulmonares, onde
fagocitam bactérias, vírus, poeira e qualquer outro
tipo de partículas trazidas pelo ar que inspiramos.
Funções da Fagocitose –
Regressão da parede uterina

Imediatamente após o nascimento da criança, o


útero da mãe é invadido por grande número de
células semelhantes a macrófagos, que fagocitam
e digerem parte da parede uterina. É isso que
permite a redução rápida do tamanho do útero:
em cerca de dez dias ele passa de 2 Kg, seu
peso logo após o parto, para 50g, que é seu peso
normal.

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