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AVALIAÇÃO

DA AULA 06
INTELIGÊNCIA
 A relação entre o desempenho em provas de
raciocínio e o desempenho cotidiano foi
vislumbrada na China há muito tempo, cerca de
200 ou 150 anos a.C., no final da dinastia Qin e
início da dinastia Han.
 Segundo uma busca pontual de informação
ANTES DA conduzida por Bowman (1989) relativa ao
PSICOLOGIA sistema de avaliação chinês das diferenças
individuais, o imperador chinês era quem
CIENTÍFICA avaliava os candidatos ao serviço público por
meio de provas escritas.
 Na cultura ocidental, diferentemente da chinesa,
a preocupação era identificar apenas as pessoas
com deficiência intelectual que deveriam ser
protegidas pelos reinados ­europeus.
A INTELIGÊNCIA A PARTIR DA PSICOLOGIA MODERNA

 Na cultura ocidental, diferentemente da chinesa, a preocupação


era identificar apenas as pessoas com deficiência intelectual que
deveriam ser protegidas pelos reinados europeus (GALTON,
1869, p. 1).
 Galton compreendia a habilidade mental como uma qualidade e
uma disposição do intelecto que direcionavam uma pessoa à sua
reputação, que seria a manifestação de uma capacidade inata e
de uma grande quantidade de trabalho árduo.
 Galton também foi o primeiro a definir os conceitos de correlação,
assim como percentil e regressão, conceitos esses que o
definiram como o pai da psicometria.
INTELIGÊNCIA NATURAL E O CRIME DE EUGENIA
 Galton também foi o primeiro a definir os conceitos de correlação (posteriormente
desenvolvido pelo matemático e psicólogo Karl Pear­son), assim como percentil e
regressão, conceitos esses que o definiram como o pai da psicometria.
 Contudo, a ideia de que as habilidades mentais eram predominantemente
“naturais” (ou herdáveis) permitiu a ele postular uma outra ideia, que
historicamente se tornou associada a práticas antiéticas: a possibilidade de
aperfeiçoar a natureza humana (excluindo doenças) por meio do acasalamento
de pessoas com características desejáveis.
 Essa proposta, conhecida como “eugenia”, foi usada em algumas sociedades
como justificativa para aberrantes experimentos sociais, o que provocou, por
longas décadas, uma rejeição da psicologia à produção acadêmica de Francis
Galton.
INÍCIO DOS ESTUDOS DA INTELIGÊNCIA
HUMANA NA PSICOLOGIA
 O psicólogo Charles Spearman inaugurou o
estudo científico das diferenças individuais em
inteligência humana.
 Spearman desenvolveu, então, o que
conhecemos atualmente como “análise fatorial”,
ou redução de dados a fatores dado o grau de
similaridade entre as variáveis.
 Segundo sua estratégia de análise, a correlação
entre dois ou mais fatores se deve a um
componente comum (ou fator g), já o resíduo (a
parte que não se correlaciona) corresponderia a
fatores específicos (ou fatores s) da tarefa.
 As teorias fatoriais da
inteligência podem ser
divididas entre a tradição
britânica e a tradição
americana.
DUAS  A britânica tem como
destaque a teoria de
TEORIAS Spearman e a americana é
representada por Thurstone.
 Estudo da estrutura interna do
Teste de Inteligência – TI
(Monalisa Muniz Nascimento
e Fabián Javier Marín Rueda).
TEORIA BRITÂNICA
 Cognitivamente, o fator g pode ser descrito por três
processos básicos.
 O primeiro seria a apreensão da experiência, que se
refere à capacidade relacionada à percepção, rapidez e
acuidade para discriminar os estímulos e apresentar
consciência desse processo.
 O segundo, edução das relações, é a capacidade do
indivíduo em detectar relações entre duas ou mais ideias
percebidas no ambiente ou evocadas da memória.
 Já o terceiro processo, denominado de edução de
correlatos, refere-se à capacidade de formular novas
ideias ou relações a partir de ideias ou relações já
estabelecidas (Spearman, 1927).
TRADIÇÃO AMERICANA
 A tradição americana das teorias fatoriais,
inicialmente, se contradizia com a tradição
britânica, no que se refere à existência de um
fator geral.
 Thurstone (1934), a partir de uma análise fatorial
para verificar habilidades da inteligência, formulou
a Teoria das Aptidões Primárias, independentes
entre si e sem um fator comum entre elas.
 Tais fatores são a compreensão verbal, a fluência
verbal, o raciocínio indutivo, numérico, aritmético
e dedutivo, a visualização espacial, a memória e a
rapidez perceptiva.
OUTRA PROPOSTA
 Raymond Cattell e John Horn, por
destacar o que chamaram de “inteligência
fluida” (habilidade de raciocinar e resolver
problemas independentemente de
conhecimento anterior) e “inteligência
cristalizada” (capacidade de utilizar o
conhecimento e a experiência passados).
A PROPOSTA DE CARROLL

 O livro Human Cognitive Abilities: A survey of factor-analytic


studies (John Carroll), constitui o início do fim da discórdia
sobre a estrutura fatorial da inteligência.
 Sua análise psicométrica de 460 matrizes de dados
produzidos nas décadas de 1950 e 1960 gerou um modelo
hierárquico chamado de teoria dos três estratos.
 O estrato III representaria o nível mais elevado da
hierarquia das habilidades cognitivas e, nele, estaria a
habilidade intelectual geral (ou o equivalente ao famoso g).
 No estrato II, estariam as habilidades amplas (oito ao todo),
incluindo a inteligência fluida e a cristalizada, a memória e a
aprendizagem, a percepção e a velocidade.
 No estrato I, estariam ao redor de 60 fatores específicos.
 Na década de 1990, surgiu a
TEORIA MAIS
ideia de integrar a proposta
ATUAL de Carroll com a de Raymond
Cattell e John Horn, formando
o modelo CHC (Cattell, Horn
e Carroll) de forma a propor
uma taxonomia cognitiva útil
para pesquisa, classificação e
diagnóstico clínico.
 Considerando os diversos modelos de
inteligência, não é surpreendente que haja
dificuldade em conceituá-la.
 Em termos acadêmicos, três grandes
levantamentos sobre a definição de
DEFINIÇÃO DE inteligência constituem referências clássicas
em tratados sobre diferenças individuais em
INTELIGÊNCIA inteligência. São eles o de 1921, publicado
no The Journal of Educational Psychology;
um segundo, publicado na forma de livro por
Sternberg e Detterman (1986); e um
terceiro, conduzido por Snyderman e
Rothman (1987).
POR UM CONCEITO INTEGRADO

 A inteligência é uma capacidade mental muito geral


que, entre outras coisas, implica a habilidade para
raciocinar, planejar, resolver problemas, pensar de
maneira abstrata e aprender da experiência. Não se
pode considerar um mero conhecimento
enciclopédico, uma habilidade acadêmica particular
ou uma destreza para resolver um teste. Entretanto,
reflete uma capacidade mais ampla e profunda para
compreender o ambiente – perceber, dar sentido às
coisas ou imaginar o que deve ser feito (Gottfredson,
1997, p. 13).
 A inteligência vista dessa maneira é compreendida
como uma dimensão maior do que aquela observada
na resolução de um determinado teste psicológico.
 Trata-se de uma qualida­de psicológica que permite ao
ser humano sua sobrevivência, sua adaptação e a
superação dos desafios do seu meio ambiente.
INTELIGÊNCIA  Uma qualidade que opera na discriminação da
informação relevante da irrelevante, na aplicação e
ALÉM DA generalização de ações exitosas e na identificação de
PSICOMETRIA oportunidades relativas ao bem-estar psicossocial.
 Nesse sentido, o grau de qualidade de vida construído
(não simplesmente adquirido) por uma pessoa adulta
seria a verdadeira prova de sua capacidade cognitiva,
desde que essa construção tenha ocorrido em uma
sociedade meritocrática, isto é, em uma sociedade
que oferece igualdade de oportunidades a seus
cidadãos.
INTELIGÊNCIA ALÉM DA PSICOMETRIA

 Entretanto, conforme veremos a seguir, embora


seja correto afirmar que os testes de inteligência
não capturam a inteligência em sua plenitude,
eles, sim, capturam uma parte essencial dela e
oferecem aos psicólogos informação valiosa
sobre o potencial (e as limitações) da
capacidade de resolução de problemas das
pessoas que atendem.
 A deficiência intelectual se caracteriza por sérias limitações no funcionamento
cognitivo e comportamental antes dos 18 anos.
 A recomendação padrão para a sua identificação, no que se refere à dificuldade
de processamento de informação, são os testes de inteligência normatizados.
 Estipula-se que as dificuldades de aprendizagem constituem um termo geral
para descrever um grupo heterogêneo de transtornos de aprendizagem como,
por exemplo, dificuldades na fala, no raciocínio, na leitura, na escrita ou em
matemática.

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E DIFICULDADE DE


APRENDIZAGEM
SUPERDOTAÇÃO

 O que entendemos por superdotação?


 Em termos práticos, a superdotação pode ser
entendida como o desempenho cognitivo
superior à maioria da população.
 A melhor forma de identificação, até o presente,
é a observação do desempenho cognitivo em
testes psicométricos que demandem cognição,
especialmente em testes de maior peso no fator
g.
QI
 Em 1912, Wilhelm Stern (1871-1938), propôs o
termo “QI” (quociente de inteligência) para
representar o nível mental, e introduziu os termos
"idade mental" e "idade cronológica".
 Em 1916, Lewis Terman (1877-1956), propôs
multiplicar o QI por 100, a fim de eliminar a parte
decimal: QI = 100 x IM / IC, em que IM = idade
mental e IC = idade cronológica. Com esta
fórmula, a criança do exemplo acima teria QI 80.
 QI = (Idade mental) / (Idade cronológica) x 100

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