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DENGUE

Manejo Clínico
Raphael Lubiana Zanotti
Médico Infectologista
NEVE/SESA
DIAGNÓSTICO –
Situação atual no BRASIL
DIAGNÓSTICO –
Situação atual no ES

https://esusvs.saude.es.gov.br, acessado em 29/01/2024


DIAGNÓSTICO –
Situação atual no ES

2020 2022
2021 2023
2024

https://esusvs.saude.es.gov.br, acessado em 29/01/2024


DIAGNÓSTICO –
Situação atual no ES

https://esusvs.saude.es.gov.br, acessado em 29/01/2024


DIAGNÓSTICO –
Manifestações clínicas
DIAGNÓSTICO –
Manifestações clínicas
• Febre (2 a 7 dias) • Náusea/ Vômitos
• Cefaleia • Diarreia
• Mialgia • Exantema (máculo-papular)
• Artralgia • Prurido
• Dor retro-orbitária
• Astenia
• Anorexia
FASE FEBRIL
DIAGNÓSTICO –
Critérios Diagnósticos

Conceito epidemiológico
Febre (relatada ou aferida)
+ 2 ou mais dos seguintes sintomas:
náusea
vômitos cefaleia
exantema dor retro-orbitária
mialgia petéquias
artralgia leucopenia
prova do laço positiva
MANEJO CLÍNICO –
Classificação de Risco
FASE FEBRIL

FASE CRÍTICA

RESOLUÇÃO GRAVIDADE
MANEJO CLÍNICO –
Classificação de Risco

A CLASSIFICAÇÃO DE RISCO DEVE SER REALIZADA


EM CADA NOVO ATENDIMENTO DO PACIENTE
MANEJO CLÍNICO –
Classificação de Risco
MANEJO CLÍNICO –
Classificação de Risco
MANEJO CLÍNICO – SINAIS DE
Classificação de Risco GRAVIDADE

• Extravasamento grave de plasma, levando ao choque:


• Taquicardia
• Extremidades frias
• Pulso fraco e filiforme
• Enchimento capilar lento (>2s)
• PA convergente (<20mmHg)
• Oligúria (<1,5mL/kg/h)
• Hipotensão arterial
• Cianose
• Acúmulo de líquidos causando insuficiência respiratória

• Sangramento grave
• Comprometimento grave de órgãos (disfunções orgânicas)
MANEJO CLÍNICO –
Classificação de Risco
MANEJO CLÍNICO – SINAIS DE
Classificação de Risco ALARME
• Dor abdominal – intensa e contínua
• Vômitos persistentes
• Acúmulo de líquidos – derrames cavitários
• Hipotensão postural / lipotimia
• Sangramento de mucosas
• Letargia / irritabilidade
• Aumento progressivo do hematócrito
• Hepatomegalia (>2cm abaixo do rebordo costal)
MANEJO CLÍNICO –
Classificação de Risco
MANEJO CLÍNICO –
Classificação de Risco

• Lactentes (<2 anos) • Obesidade


• Gestantes • Doenças hematológicas crônicas
• Adultos >65 anos • Doença renal crônica
• HAS e outras doenças cardiovasculares graves • Doença ácido péptica
• DM • Hepatopatias
• DPOC / Asma • Doenças autoimunes
PROVA DO LAÇO POSITIVA
MANEJO CLÍNICO –
Conduta
Caso suspeito de dengue
Sem sinais de alarme
Não possui condições clínicas especiais, risco social ou comorbidade,
E
Prova do laço negativa
MANEJO CLÍNICO –
Conduta
• Hidratação oral – 60mL/kg/dia (1/3 SRO + 2/3 outros líquidos)
• Iniciar imediatamente

• Hemograma sugerido – outros exames a critério médico


• Medicamentos sintomáticos – Paracetamol, Dipirona ou Codeína para dor
• Não usar AINEs ou AAS
• Fazer orientações para seguimento ambulatorial:
• Hidratação domiciliar – durante o período de febre e mais 24-48 horas
• Retorno se surgirem sinais de alarme
• Retorno no dia da melhora da febre ou no 5 dias se persistir a febre

• NOTIFICAR
MANEJO CLÍNICO –
Conduta
Caso suspeito de dengue
Sem sinais de alarme
Possui condições clínicas especiais, risco social ou comorbidade, OU
Prova do laço positiva
MANEJO CLÍNICO –
Conduta
• Manter em leito de observação no atendimento:
• Em geral, até resultados de exames e reavaliação
• Se >75 anos ou com comorbidade descompensada/ de difícil controle, manter
em hidratação/observação por pelo menos 24 horas
• Hemograma inicial é mandatório – outros exames a critério médico
• Hidratação oral – 60mL/kg/dia (1/3 SRO + 2/3 outros líquidos)
• Iniciar imediatamente
• Se intolerância VO, iniciar hidratação venosa (2-4mL/kg/h)
MANEJO CLÍNICO –
Conduta
• Reavaliar após Hemograma:
• Hematócrito normal – seguimento ambulatorial
• Hemoconcentração ou sinais surgimento de sinais de alarme – Grupo C
• Para pacientes >75 anos ou comorbidades descompensadas, realizar
reavaliação clínica e laboratorial a cada 4 horas
• Após 24 horas, se hematócrito normal – seguimento ambulatorial
• Fazer orientações para seguimento ambulatorial:
• Hidratação domiciliar – durante o período de febre e mais 24-48 horas
• Retorno diário para avaliação clínica e laboratorial até 48 horas após cessar a
febre

• NOTIFICAR
MANEJO CLÍNICO –
Conduta

Caso suspeito de dengue


Com pelo menos 1 sinal de alarme
Sem sinais de gravidade
MANEJO CLÍNICO –
Conduta
• Internação hospitalar até estabilização
• Hemograma, albumina e função hepática são mandatórios
• Hidratação venosa imediata
• 10mL/kg de soro fiosiológico na primeira hora
• Reavaliação clínica após primeira hora – monitorar sinais de choque
• 10mL/kg de soro fiosiológico na segunda hora
• Reavaliação após segunda hora:
• Sinais vitais estáveis, PA estável, diurese presente e hematócrito em queda
• Iniciar fase de manutenção 25mL/kg em 6 horas, depois 25mL/kg em 8 horas
• Sem melhora – repetir fase intensiva de hidratação até 3 vezes
• Se persistir, conduzir como Grupo D
• Deterioração clínica – sinais de choque, sangramento grave ou disfunção orgânica –
conduzir como Grupo D
MANEJO CLÍNICO –
Conduta
• Alta hospitalar:
• Paciente mantém estabilidade clínica após pelo menos 48 horas
• Está afebril por pelo menos 24 horas
• Hematócrito normal e estável há pelo menos 24 horas
• Plaquetas em elevação
• Melhora clínica evidente
• Fazer orientações para seguimento ambulatorial:
• Hidratação domiciliar – durante o período de febre e mais 24-48 horas
• Retorno diário para avaliação clínica e laboratorial até 48 horas após cessar a
febre
• NOTIFICAR
MANEJO CLÍNICO –
Conduta

Caso suspeito de dengue


Com pelo menos 1 sinal de gravidade
MANEJO CLÍNICO –
Conduta
• Internação hospitalar em leito de UTI
• Hemograma, albumina e função hepática são mandatórios
• Hidratação venosa imediata
• 20mL/kg em 20 min
• Repetir até 3 vezes nesse volume, se necessário
• Monitoramento contínuo clínico e laboratorial
MANEJO CLÍNICO –
Conduta
• Hidratação venosa imediata
• Se melhora clínica e do hematócrito:
• Conduzir semelhante a Grupo C
• Avaliar outras disfunções orgânicas e sinais de hiper-hidratação
• Se melhora do hematócrito, mas persistência de choque:
• Avaliar hemorragia e coagulopatia de consumo
• Se hematócrito em elevação e persistência de choque:
• Utilizar expansores plasmáticos (albumina 0,5-1,0g/kg)
• Na falta de albumina, utilizar coloides sintéticos

• Quando for observada resposta satisfatória (resolução do choque e


queda do hematócrito) – reduzir hidratação e conduzir como Grupo C
MANEJO CLÍNICO –
Conduta
• Na presença de coagulopatia:
• Considerar uso de Plasma Fresco, Vitamina K endovenosa e Crioprecipitado
• Considerar transfusão de plaquetas quand:
• Sangramento persistente não controlado;
• Depois de corrigidos os fatores de coagulação e do choque;
• Trombocitopenia; E
• INR >1,5 vezes o valor normal
MANEJO CLÍNICO –
Conduta
• Alta hospitalar:
• Paciente mantém estabilidade clínica após pelo menos 48 horas
• Está afebril por pelo menos 24 horas
• Hematócrito normal e estável há pelo menos 24 horas
• Plaquetas em elevação
• Melhora clinica evidente
• Fazer orientações para seguimento ambulatorial:
• Hidratação domiciliar – durante o período de febre e mais 24-48 horas
• Retorno diário para avaliação clínica e laboratorial até 48 horas após cessar a
febre
• NOTIFICAR
• Atenção: pacientes idosos ou na presença de comorbidades, como as
cardiopatias e insuficiência renal, precisam adequar os volumes de
hidratação caso a caso, evitando sobrecarga de volume
DIAGNÓSTICO
OBRIGADO

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