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FARMACOGENÉTICA
(TRABALHO)
FARMACOGENÉTICA:
Alunos: André Luis Barbosa Corte, Fátima Terezinha Santos, Henrique Martins Páros,
Marilei Aparecida da Silva Guedes, Raoni da Silva Silos, Thaís Nímia da Silva.
ARAÇATUBA
2008
CURSO DE FARMÁCIA E BIOQUÍMICA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
Há muito tempo se sabe que pacientes tratados com as mais diversas drogas
apresentam variabilidade de resposta e de susceptibilidade a toxicidade a medicamentos. De
fato, uma proporção considerável de pacientes tomando uma dose padronizada de
determinado medicamento não responde, responde apenas parcialmente ou experimentam
reações adversas ao medicamento. Além disso, aproximadamente 4% de todos os novos
medicamentos lançados são retirados do mercado devido às reações adversas, configurando
uma situação desastrosa para a indústria farmacêutica, que gasta milhões de dólares para
desenvolver um novo produto. Dessa forma, se faz importante estudar os aspectos que podem
influenciar as respostas aos medicamentos e os fatores que podem levar às reações adversas.
Outro ponto importante a ser ressaltado seria que, se houver um interesse real das
indústrias farmacêuticas em particularizar as drogas, isso pode acarretar em uma
“generalização etno-genética inconseqüente”; ou seja, certos medicamentos que tenham sido
formulados para um determinado público-alvo podem, devido à inexistência de tradição de uma
indústria farmacêutica nacional em determinados países (incluindo o Brasil), ser oferecidos a
uma população que, apesar de partilhar semelhanças com aquele público-alvo, possui
particularidades que deveriam ser levadas em conta na avaliação do emprego daquele
medicamento. Para ilustrar esta situação podemos tomar o exemplo hipotético de um
medicamento elaborado para o benefício da população negra norte-americana e que poderia
ser exportado para o Brasil e empregado em nossa população negra; nesse caso se torna
óbvio que, apesar de ambas as populações serem negras, a população norte-americana difere
da brasileira por inúmeros fatores genéticos decorrentes principalmente de seu país de origem;
de modo que o medicamento provavelmente não possuirá o mesmo efeito e, portanto, não é
adequado às duas populações.
CURSO DE FARMÁCIA E BIOQUÍMICA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
Baseado no exemplo acima podemos identificar mais um ponto importante a ser levado
em consideração na avaliação do emprego da Farmacogenética e de suas implicações: a
necessidade de cada país, dentro de suas políticas de saúde, em identificar o perfil genético de
sua respectiva população, para que seja possível se beneficiar dos medicamentos elaborados
segundo os polimorfismos genéticos exibidos. Ou seja, mesmo que não haja a produção
nacional de novas drogas a partir da Farmacogenética, é importante o investimento em
pesquisas, pois é necessário conhecer a variabilidade genética da população. Essa conduta
pode, inclusive, constituir uma forma de poder pressionar quais medicamentos serão
importados por um determinado país (o que afeta profundamente a realidade dos serviços de
saúde).
Por fim, uma última implicação da Farmacogenética pode ser citada, desta vez no
campo ético. Seria a possibilidade de que as companhias e serviços de saúde fossem
processados por colocar pacientes em risco ao não empregarem as tecnologias de
individualização de tratamento. Em outras palavras, com o advento e crescimento dessa área
de pesquisa passa a ser possível prever e prevenir diversos males e inconvenientes (alguns
até fatais) decorrentes do emprego dos medicamentos; de modo que, um dia, poderá ser
considerado não ético não realizar tais testes rotineiramente para evitar a exposição dos
indivíduos a doses de medicamentos que podem lhes ser prejudiciais. Dessa forma, a
Farmacogenética assume um lugar de destaque nas questões em que se tem de determinar a
responsabilidade de uma determinada empresa em relação às reações adversas que seus
medicamentos possam causar; uma vez que agora se torna possível direcionar o uso destes
medicamentos, beneficiando os públicos corretos e protegendo os demais.
Bibliografia