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Resumos de Psicologia

NECESSIDADE E DESEJO

Necessidades

São inerentes ao ser humano.

Algumas destas necessidades não podem ser descuradas sem que a nossa sobrevivência seja posta em
causa. Pela sua importância vital, estão sempre presentes na nossa relação com os outros e com o
mundo.

A satisfação destas necessidades marca, muitas vezes, a forma como pensamos e como orientamos as
nossas acções e comportamentos.

Foi a satisfação das necessidades uma das razões que levaram os seres humanos a organizarem-se em
grupos sociais complexos, criando culturas.

Desejos

A dimensão do desejo (geralmente associado a aspiração, a anseio – está presente em todas as nossas
acções e comportamentos.

No que pensamos e fazemos há um propósito e essa finalidade liga-se ao que desejamos e ao que
queremos.

O desejo relaciona-se com uma aspiração de alguma coisa que nos falta, que não temos – pode-se
portanto defini-lo também pela insatisfação (a partir do momento em que o desejo é realizado, deixa de
ser desejo).

Desejos e necessidades no viver humano

A satisfação das necessidades primárias/básicas está, por um lado, codificada cultural e socialmente, e,
por outro, traduzida em vontades e desejos pessoais.

O modo como se satisfaz a fome depende, como vimos, de factores de ordem social e cultural, mas
também dos desejos e vontades de cada um (p. ex. do que se gosta ou não de comer).

Outras necessidades estão mais influenciadas pela construção social, como p. ex., o comportamento
sexual.

Desejos e vontades tornam-se, assim, também necessidades, uma vez que sentes a sua falta. Procura-se
alcançar a sua satisfação através de formas que ganham sentido a partir dos modos culturais e sociais de
as satisfazer.

Freud põe em causa a concepção clássica de desejo, como sendo uma tendência acompanhada de
consciência.
Segundo ele, os desejos têm origem nas necessidades.
É no decurso de uma experiência – a satisfação de uma necessidade – que o desejo se constitui.
Uma necessidade interior provoca uma excitação que desaparece com a obtenção do objecto que a
satisfaz.
CONHECER, RELACIONAR-SE E AGIR SOBRE O MUNDO

Processos Cognitivos

O saber sobre o nós, os


outros e o mundo.
A partir destas interacções
forma-se o nosso

EU psicológico
Processos Emocionais
A nossa mente ´´e quem,
Ligados ao sentir/emoções. através destes processos,
permite que orientemos a
nossa vida quotidiana.

Processos Conativos

Ligados ao fazer e ao agir.

A MENTE, SISTEMA DE CONSTRUÇAO DO MUNDO


A mente recolhe informações do ambiente e com elas cria representações.

A representação não “copia” a informação – interpreta-a. A informação em si não possui qualquer


significado, e para que a representação possa ser útil, para se compreender qualquer relação
interior/exterior, entre mente/comportamento, a representação tem de ter significado para a mente.

A mente constrói significados. Cria o sentido que atribuímos ao mundo e ``a nossa existência produz
cenários e imagens do que ainda não aconteceu (projecta, imagina). A mente ´´e um sistema de
construção do mundo.

O PENSAMENTO
´´E com a mente que pensamos: pensar ´´e ter uma mente que funciona e o pensamento exprime,
precisamente, o funcionamento total da mente.

O pensamento ´´e uma operação da mente que ´´e cont´´inua e que abrange quase todos os nossos
processos mentais.

O termo pensamento remete-nos para ideias, símbolos, percepções, imagens, palavras, proposições,
conceitos, intenções, mem´´orias…

Envolve, portanto, todas as actividades mentais associadas com a formação de conceitos, a


resolução de problemas, a decisão, a compreensão, a descoberta, planificação, criatividade, imaginação,
mem´´oria e a aprendizagem complexa.
Existem 3 modalidades de representações cognitivas:

 As imagens mentais;
 Os conceitos/representações conceptuais;
 As representações ligadas ``a acção.

RESOLUÇAO DE PROBLEMAS
Polimorfismo do raciocínio – o raciocínio não se limita a seguir regras rigorosas de c´´alculo.

Na resolução de problemas podem apontar-se 4 etapas:

Fase
o Conhecemos os dados do problema;
Preparação o Compreendemos as dificuldades que nos coloca;
o Identificamos o problema;
o Corresponde ao período de tempo em que não nos debruçamos sobre o
problema de forma consciente;
Incubação o O problema mant´´em-se latente enquanto nos ocupamos com outras
actividades;
o Inconscientemente, os dados são “trabalhados” - ´´e uma fase produtiva.
o Colocamos e analisamos as hipóteses de resolução;
o As dificuldades desta fase estão relacionadas com a dificuldade do problema e
Produção
com a > ou < familiaridade da questão em causa;
o Fazemos a opção do que consideramos ser a solução para o problema.

o Optamos pela solução que nos parece ser a melhor;


Verificação/Avaliação
o Depois de verificada e aplicada, teremos de avaliar os resultados.
Frequentemente, estas fases condensam-se numa; noutras, vemos a sua sequ^^encia alterada.

Quando a solução não ´´e a adequada, teremos de reiniciar o processo, com a vantagem de o problema
nos ser mais familiar. Muitas vezes, o problema tem de ser reinterpretado.

Este processo ´´e influenciado por vários factores, que alteram a sua rapidez e eficiência:

 Experi^^encias passadas;
 Conhecimentos prévios relacionados com o problema;
 Motivaç~~ao da pessoa.

TOMADA DE DECISAO
Quando temos de tomar decisões existe uma área de incerteza que nos obriga a escolher, a seleccionar
entre várias opções. As decisões do dia-a-dia fundamentam-se mais sobre modelos mentais, sobre
esquemas de pensamento corrente, do que em escolhas lógicas.

Mas as nossas decisões são afectadas por diferentes variáveis, como:

 As de motivação – alteram a decisão de forma consciente ou inconsciente;


 As de conhecimento – quanto + informados estivermos sobre as v´´arias alternativas e
possíveis consequências, > será a probabilidade de se decidir bem.

Os factores emocionais e das normas de grupo (podem ser ou não uma vantagem) afectam a decisão. O
sentimento de eficácia determina o espectro de opções a considerar: ´´e excluído rapidamente um
grande número de opções sem mesmo se avaliar os seus custos e benefícios, unicamente na base do
sentimento de eficácia. Por outro lado, esse sentimento não faz senão reduzir o espectro de
possibilidades. Afecta igualmente o tipo de informações que se tiveram em conta, e a maneira como são
interpretadas relativamente aos desafios.

PENSAMENTO E ACÇAO
´´E em relação que cada ser humano conhece o mundo, o que sente e age sobre ele. ´´E um processo
que acontece a cada momento e de forma integrada. Não conhecemos sem sentir e agir, não agimos
sem conhecer e sentir e não sentimos sem agir e conhecer.

“Enquanto vivemos, n´´os criamos o ambiente no qual vivemos. Ao vivermos, n´´os influenciamos esse
mesmo ambiente. A forma como nos afecta, o que criamos e a forma como n´´os o influenciamos
depende, em parte, daquilo que somos. N´´os procuramos, criamos ou tentamos criar um ambiente que
se adapte ``aquilo que somos.”

IMAGINAÇAO
´´E a imaginação que permite que o pensamento vá para alem dos limites da realidade percebida.

A imaginação amplia o pensamento: analogias, metáforas e outras relações vão favorecer o


estabelecimento de pontes entre experiências vividas e imaginadas, entre significados presentes e
alternativos.
Assim, abre ao pensamento novas oportunidades em termos da apropriação dos significados, permite-
lhe prever experiencias e formas de sentir, antecipar acções e encontrar alternativas para elas.

Pensamento Convergente Pensamento Divergente

• S´´intese de informaç~~ao e de conhecimento • Exploraç~~ao em v´´arias direcç~~oes, por um


orientados para a soluçao de um problema. divergir de ideias, de modo a contemplar varios
• Dominado pela l´´ogica e pela objectividade. aspectos.
• Predominam os racioc´´inios hipotetico- • Domina a intuiç~~ao.
dedutivos. • Associado ``a criatividade, por sugerir novas
• Associado ``a resoluçao de problemas de soluçao ideias e soluçoes originais.
´´unica. • Implica a exploraç~~ao cognitiva de v´´arias
• Corresponde ``a aplicaç~~ao das regras l´´ogicas e soluçoes diferentes e inovadoras para o msm
do conhecimento numa direcç~~ao para encontrar problema.
a soluç~~ao correcta.

CRIATIVIDADE
Indivíduo criativo – pessoa que resolve regularmente problemas ou define novas questões numa área
inicialmente considerada nova, mas que, mais tarde, se integra num dado sistema cultural.

A criatividade implica sempre invenção, originalidade e est´´a presente em todas as produções


humanas (cient´´ificas, pol´´iticas, técnicas e at´´e na resolução inovadora de um problema do dia-a-dia).

Origem da criatividade – motivação, características da personalidade, das hist´´orias de vida e factores


relativos ao meio social.

Um ambiente social estimulante, que encoraje a diferença e a fantasia, que estimule a autonomia e a
liberdade de escolha, cria condições para que uma pessoa possa desenvolver uma actividade criativa.
Características pessoais, como a curiosidade, empenho, inconformismo, gosto pela complexidade, pelo
desconhecido e pela novidade, a autonomia, inquietação e insatisfação face ao que existe são factores
que favorecem a produção criativa.

AUTO-ORGANIZAÇAO
O pensamento ´´e auto-organizado, i.e., que se organiza de forma não determinada por nenhum dos
seus elementos, mas a partir de regras que emergem da interacção complexa entre os seus elementos.

Partindo de um conjunto de elementos fortemente interligados, o pensamento cria formas de sentido,


sequência e coerência: cria, a partir da historia das interacções entre a pessoa, os outros e o mundo,
uma compreensão de si e dos outros, que ´´e organizada, integrada e com sentido pessoal.

A auto-organização ´´e, assim, importante para se compreender a forma como os seres humanos
conseguem encontrar significados próprios para as suas viv^^encias e agir com alguma autonomia.
CONCLUSÃO

O pensamento incorpora todos os aspectos das interacções entre o indivíduo e o seu ambiente. Pensar
´´e viver num permanente envolvimento criativo com um mundo que se constrói e nos constrói ``a
medida que se vive – presente a autonomia e a adaptação. Neste processo, criamo-nos enquanto
individualidade, identidade. Isto supõe uma história pessoal de interacções vividas no seio de outros
seres humanos.

A IDENTIDADE – FACTOR DISTINTIVO ENTRE OS SERES HUMANOS

Identidade pessoal – conjunto das percepções, sentimentos e representações que uma pessoa tem de si
própria, que lhe permitem reconhecer e ser reconhecida socialmente. A identidade ´´e o que ´´e
essencial de uma pessoa, o eu cont´´inuo, o conceito interno e subjectivo do sujeito como indiv´´iduo.
´´E o conceito de si, i.e., o modo como n´´os nos definimos e que nos permite dizer “eu sou eu”.

A identidade pessoal ´´e o sentimento intrínseco de ser o mesmo, permitindo que nos reconheçamos
como sujeitos únicos, como actores das nossas experi^^encias passadas, presentes e futuras.

“A identidade oscila entre a semelhança e a diferença, entre o que faz de n´´os uma individualidade
singular e o que, ao mesmo tempo, nos torna semelhantes aos outros.”

Elementos da identidade:

 Continuidade: sentimento de nos reconhecermos os mesmos ao longo do tempo;


 Estabilidade: representação mais ou menos estruturada, estável, que tenho de mim
próprio e que os outros t^em de mim.
 Unicidade: tenho um comportamento com determinadas características que reflecte a
ideia de unidade, de coerência, de mim próprio;
 Diversidade: corresponde ao facto de sermos v´´arias personagens numa única pessoa;
 Realização: a identidade remete para a realização de si próprio através da acção.
Construímo-nos, agindo. A continuidade ´´e assegurada pela mudança;
 Auto-estima: a identidade est´´a ligada a uma visão positiva de si próprio.

A adolescência
As modificações corporais que decorrem do funcionamento das glândulas sexuais vão modificar a
aparência física do jovem, a sua imagem corporal. Um corpo infantil dá lugar a um corpo sexualizado,
que é gerador de ansiedade e angústia. As mudanças de humor aprofundam os sentimentos de
insegurança, dá-se um progressivo distanciamento dos pais, os grupos de pares passam a ser referência.

Erik Erikson perspectivou o desenvolvimento em idades. Considera que a identidade é um processo


activo que se desenrola no decurso de vida e em que intervêm factores sociais e psicológicos. É na crise
de identidade da adolescência que se constrói uma forma própria e pessoal de estar no mundo, sendo
diferentes as formas de procura de identidade.
O grupo de pares passa a ser central nas relações sociais, procurando aí respostas às dúvidas e
incertezas. Este processo de identificação/diferenciação é vivenciado pelos adolescentes através de
atitudes de conformismo e/ou rebeldia.

A mesma pessoa assume várias identidades que correspondem a diferentes papéis sociais.

Há várias situações sociais que podem provocar alterações no conceito de si próprio. Em muitos casos
ocorre uma crise de identidade.

- Os outros –

A identidade é ser como os outros e ser diferente dos outros.

A identidade tem uma componente social, a forma como nos olhamos é muito influenciada como os
outros nos encaram e julgam.

Caracteriza-se tanto pela gestão de semelhanças como pela afirmação de diferenças.

Constrói-se em estádios sucessivos por confrontação entre os indivíduos no seio dos grupos em que
estão presentes registos contraditórios.

IDENTIDADES
A identidade é um conceito complexo que se manifesta em identidade pessoal, social e cultural.

Identidade pessoal: envolve a percepção subjectiva que o sujeito tem da sua individualidade.

Identidade social: a consciência social que temos de nós mesmos e que resulta da interacção que
estabelecemos com o meio social em que estamos inseridos.

Este conceito é dinâmico pois resulta do conjunto de interacções que estabelecemos com os outros ao
longo da vida.

Aos papéis que cada um desempenha correspondem expectativas e representações sociais que
integram uma dada identidade.

Identidade cultural: permite que o sujeito se reconheça através dos valores que partilha com a sua
comunidade.

Os três tipos de identidade têm uma interacção íntima, são três componentes de um mesmo sujeito. A
identidade de uma pessoa é uma totalidade dinâmica onde todas as dimensões interagem.

Nota:
A globalização e o aumento de fluxos migratórios têm tido como consequência
problemas que remetem muitas vezes para questões de identidade, como as
crises de identidade: os filhos de emigrantes estão sujeitos à influência cultural
dos pais, que manifestam a sua cultura de origem, e à cultura do país de
acolhimento.
Inscrição mental das histórias de vida:

A forma como o ser humano, desde que nasce, se relaciona com o meio e com os outros muda-o, por
outro lado, cada um muda o mundo em cada momento, em cada interacção com os outros e com o que
nos rodeia.

O tempo em que decorrem as histórias de vida pode ser encarado em diferentes perspectivas. Existem 3
tipos de temporalidade:

 Membros de uma espécie: a temporalidade, a história das interacções, inscrevem-se em cada


um de nós através da evolução da espécie, das características que partilhamos com os outros
seres humanos.

 História das interacções sociais: O meio sociocultural é um meio criado pelas interacções entre
os humanos, sendo um meio fundamental para a sua formação e desenvolvimento. A cultura é
a inscrição da história das interacções entre os seres humanos e das duas formas de organizar a
sua vida em conjunto.

 Temporalidade psicológica: História das interacções experienciadas por cada indivíduo e a


forma como a partir delas cria um sentido dentro de si, constrói uma forma de ser própria, ou
seja, se individualiza.

A construção da identidade inscreve-se na nossa história de vida, permitindo que nos reconheçamos na
coerência criada pela integração dos acontecimentos.
WUNDT E A CONSCIENCIA
O objecto de estudo de Wundt era a consciência – esta era constituída por varias partes distintas e que
se deveria recorrer ``a analise dos elementos mais simples.

Os seus elementos não eram estáticos: a consciência tinha um papel activo na organização do seu
próprio conteúdo. Existiria como que uma força de vontade em organizar os conteúdos da consciência
em processos mentais superiores.

A mente consciente tem capacidade para proceder a uma síntese desses elementos em processos
cognitivos de nível mais elevado.

Por isso, a metodologia a seguir deveria partir dos elementos básicos dos processos conscientes,
identificar o modo como esses elementos eram sintetizados e organizados em experi^^encias
complexas e determinar as leis que orientavam este processo.

As sensações e os sentimentos

Os elementos simples constitutivos da consciência eram as sensações e os sentimentos.

- As sensações ocorrem sempre que um órgão dos sentidos ´´e estimulado e esta informação ´´e
enviada ao cérebro.

- O sentimento ´´e a componente subjectiva da sensação; são as qualidades que acompanham


as sensações e que não fazem parte do estímulo. Assim, uma sensação pode ser acompanhada de um
sentimento de prazer/desprazer ou excitação/depressão por exemplo.

Todos os processos psicológicos podem, segundo Wundt, ser descritos como passagens de elementos
mais simples aos mais complexos: ´´e um processo progressivo de complexidade em que, partindo de
elementos mais simples como as sensações, a consciência, no seu processo criativo de organização,
produzia ideias.

Apercepç~~ao - processo de organização dos elementos mentais que formam uma unidade, uma
síntese criativa. Esta unidade não ´´e a soma dos seus elementos constitutivos, mas uma combinação
que gera novas propriedades e características.

METODOLOGIA DE INVESTIGAÇ~~AO

Wundt utiliza como método a introspecção controlada: só o sujeito que vive a experi^^encia ´´e que
pode descrev^^e-la introspeccionando-se, i.e., fazendo a auto-an´´alise dos seus estados psicológicos
em condições experimentais.

A introspecção era uma percepção interna que dava a possibilidade de aceder aos elementos básicos
para se conhecer a consciência, que ´´e o objecto da psicologia. O objecto da introspecção ´´e o próprio
sujeito, enquanto o objecto das observações que se fazem nas outras ciências ´´e o real exterior ao
sujeito.
FREUD E O INCONSCIENTE

CONCEPÇAO DO PSIQUISMO

Freud apresenta 2 interpretações do psiquismo da mente humana: a 1ª e a 2ª tópica.

Distingue no nosso psiquismo inst^^anciãs, i.e., estruturas organizadas que incluem sistemas.

1ª T´´OPICA

Recorre ``a imagem do icebergue:

CONSCIENTE INCONSCIENTE
Parte visível do icebergue Parte invisível do icebergue
Constituído por imagens, ideias, recordações, Zona do psiquismo muito maior por comparação com o
pensamentos consciente
Exerce uma forte influ^^encia no comportamento
Estes materiais não são acessíveis através da auto-
´´E possível aceder através da introspecção
an´´alise
Tendem a tornar-se conscientes:

RECALCAMENTO - mecanismo de defesa que devolve


ao inconsciente os materiais que procuram tornar-se
conscientes

2ª T´´OPICA

Zona inconsciente, primitiva, instintiva, a partir da qual se formam o ego e o superego.

Existe desde o nascimento.

Constituído por pulsoes, instintos e desejos completamente desconhecidos.

Id Desligado do real, não se orientando por normas ou princípios morais, sociais ou lógicos (desconhece
a moralidade).

Rege-se pelo princípio do prazer, que tem como objectivo a realização, a satisfação imediata dos
desejos e pulsoes. Grande parte destes desejos ´´e de natureza sexual.

Reservatório da libido, energia das pulsoes sexuais.


Zona fundamentalmente consciente, que se forma a partir do id.

Forma-se durante o primeiro ano de vida.

Ego Rege-se pelo principio da realidade, orientando-se por princípios lógicos e decidindo quais os desejos
e impulsos do id que podem ser realizados.

Mediador entre as pulsoes inconscientes e as exigências do meio, do mundo real. Tem de gerir as
pressões que recebe do id e as que recebe do superego.

Zona do psiquismo que corresponde ``a interiorização das normas, dos valores sócias e morais.

Forma-se entre os 3 e os 5 anos.


Superego
Resulta do processo de socialização, da interiorização de modelos (pais, profs).

´´E a componente ética e moral do psiquismo. Pressiona o ego para controlar o id.
SEXUALIDADE

Para Freud, o desenvolvimento da personalidade processa-se numa sequ^^encia de estádios


psicossexuais que decorrem desde o nascimento at´´e ``a adolescência.
METODOLOGIA DE INVESTIGAÇAO

O tratamento psicanalítico:

Paciente fala – conta os acontecimentos da sua vida passada e as suas emoções.

Medico dirige a marcha das ideias do paciente, desperta recordações, orienta a sua atenção em certos
sentidos, d´´a-lhe explicações e observa as reacções de compreensão/incompreensão que provoca no
doente;
WATSON E O COMPORTAMENTO
Watson declara a necessidade de a psicologia se constituir uma ciência autónoma e objectiva.

Para ter este estatuto de ciência rigorosa e objectiva, a psicologia terá de definir como objecto de
estudo o comportamento. Ora, o comportamento ´´e o conjunto de respostas (R) de um indiv´´iduo a
um estímulo (E) ou a um conjunto de estímulos (situação).

R=f(s)

O objectivo desta corrente – behaviorismo - ´´e estabelecer as relações entre os estímulos e as


respostas, entre causas e efeitos, como qualquer outra ciência.

O comportamento ´´e o conjunto de respostas objectivamente observáveis determinadas pela situação


(conjunto de estímulos) do meio físico ou social.

Cabe ``a psicologia observar, quantificar, descrever o comportamento enquanto relação causaefeito,
mas nunca interpret´´a-lo. Tal como noutras áreas científicas, o objectivo seria enunciar leis; no caso da
psicologia, leis do comportamento a partir do estudo da variação das respostas em função dos
estímulos. Conhecido o estímulo, seria possível prever a resposta e vice-versa.

Uma ideia central do behaviorismo decorre da sua concepção do ser humano: uma pagina em branco
inicial que o meio e a educação vão moldar. Os factores do meio t^^em uma importância decisiva no
desenvolvimento infantil.

Os comportamentos são, portanto, aprendizagens condicionadas pelo meio onde nos encontramos
inseridos.

O comportamento humano ´´e produto de condicionamentos, i.e., de associações de uma resposta (R) a
um estímulo (E) ou conjunto de estímulos (S – situação). O ser humano reage aos estímulos exteriores
em função dos reflexos condicionados que adquiriu.

Rejeita qualquer ideia de transmissão hereditária de uma aptidão ou qualidade de carácter. O meio
constrói o ser humano e, por isso, a importância da educação.

METODOLOGIA DE INVESTIGAÇAO

Recorre ao método experimental, seguindo os requisitos desta metodologia: define uma amostra de
população, dividindo-a em 2 grupos. No grupo experimental faz variar o factor que considera
responsável pelo comportamento (variável independente). No grupo de controlo não há qualquer
intervenção. O comportamento dos 2 grupos ´´e depois comparado. Se se concluir que a variável que se
manipulou modifica o comportamento, e depois de confirmado por outras experi^^encias, faz-se a
generalização para a população.

Para Watson, so o método experimental asseguraria o carácter cientifico ``a psicologia liberta de
métodos qualitativos e subjectivos.

O sujeito ´´e remetido para um papel passivo.

Ao considerar que o ser humano é resultado de processos de aprendizagem, deu grande ênfase ``a
influ^^encia do meio, ``a prevalência dos factores adquiridos sobre os factores inatos. Nesse sentido,
considerava decisivo para o progresso do ser humano as reformas sociais.
PIAGET E A COGNIÇAO
ESTADIOS DE DESENVOLVIMENTO

Do nascimento até +/- 2 anos

Inteligência fundamentalmente sensorial e motora.

Inteligência pr´´atica em que não há linguagem nem a capacidade de representar mentalmente os


objectos.
Estádio sensoriomotor Através dos esquemas sensoriomotores processa-se a adaptação ao meio.

Permanência do objecto – a criança procura um objecto escondido pq tem a noção de que o objecto
continua a existir mesmo quando não o v^^e.

A criança constrói as estruturas cognitivas imprescindíveis ao desenvolvimento de estruturas lógicas


que aparecerão mais tarde.
Dos 2 aos 6/7 anos

Emergência da função simbólica – capacidade de representar mentalmente objectos ou


acontecimentos que não ocorreram no presente, através de símbolos (palavras, objectos, gestos).
Manifesta-se tmb através da linguagem, assim como a imagem mental (representação de objectos
ou acções não presentes no campo perceptivo).

No jogo simbólico (faz-de-conta) a criança imita, representa um conjunto de


comportamentos/acções.

Os objectos passam a representar o que a criança deseja.


Estádio pré-operatório
A criança já pensa mas ainda não ´´e capaz de fazer operações mentais (acção interiorizada
reversível).

Pensamento intuitivo baseado na percepção dos dados sensoriais.


[copo alto tem + do que o baixo – qtd. =)

Egocentrismo – a centraç~~ao impede a criança de compreender que, sobre a realidade, há outras


perspectivas para alem da sua. Domina uma visão unilateral e superficial do real. A realidade,
encarada por um pensamento m´´agico, ´´e o que a criança sonha e imagina no jogo simbólico.

Dos 6/7 anos aos 11/12 anos

Começam a ultrapassar o egocentrismo.

O pensamento ´´e lógico, desenvolvendo conceitos e sendo capazes de realizar operações mentais.
Estádio das operações Contudo, só e capaz de operar (resolver problemas) concretamente, i.e, se estiver na presença dos
objectos/situações.
concretas
A capacidade de operar assegura que já há reversibilidade. Desenvolve, assim, a noção de
conservação da matéria sólida e líquida, e, + tarde, do peso e do volume. Desenvolve os conceitos de
espaço, tempo, nº e lógica.

Compreende a relação parte-todo e já ´´e capaz de fazer classificações e seriações.


Dos 11/12 anos aos 16 anos

Pensamento abstracto, lógico e formal – já resolve problemas e opera sem o suporte concreto
(realiza operações formais).

Raciocínio hipotético-dedutivo – coloca mentalmente as hipóteses, deduzindo as consequências.


Estádio das operações
Pensa abstractamente, formula e verifica hipóteses. Esta capacidade abre caminho ``a reflexão
formais filosófica e científica.

Compreende que, para al´´em da sua perspectiva sobre um dado problema ou situação, os outros
podem ter posições diferentes.

Egocentrismo intelectual – o adolescente considera que através do seu pensamento pode resolver
todos os problemas e que as suas ideias e convicções são as melhores.
METODOLOGIA DE INVESTIGAÇAO

Aplicação do método clínico e observação naturalista.

A concepção construtivista e interaccionista, que perspectiva o ser humano como resultado de factores
genéticos e ambientais, superou as perspectivas inatistas e comportamentalistas vigentes.

DAMASIO E A MENTE
Damásio procura compreender a mente a partir do funcionamento do cérebro.

Rejeita o dualismo corpo-mente, afirmando que a mente ´´e uma produção do cérebro.

As emoções são padrões de activação nervosa que correspondem a estádios do nosso mundo interior.
São, portanto, representações cognitivas de estados corporais.

Damásio encara o organismo como uma totalidade em constante interacção com os meios exterior e
interior: o corpo, o cérebro e a mente agem em conjunto, porque são uma realidade única.

Damásio desenvolve o conceito de marcador somático.

As emoções t^^em um valor adaptativo. São 1 instrumento para avaliarmos o meio, as situações e
agirmos de forma adaptativa. Quer o meio interno quer o externo são fontes de desequilíbrios, de
perturbações, que exigem respostas adaptadas, que exigem decisões. A decisão implica uma avaliação
do mundo que ´´e acompanhada pelas emoções e pelos sentimentos.

O sinal emocional não ´´e um substituto do raciocínio, tendo um papel auxiliar. Aumenta a eficácia do
raciocínio e a sua rapidez. Em certos casos, torna-o mais supérfluo, o que acontece quando rejeitamos
decididamente uma escolha que levaria por certo a uma catástrofe ou quando, pelo contrario, fazemos
uma escolha vantajosa cuja probabilidade de sucesso ´´e extremamente alta.

As emoções e os sentimentos são como que orientadores, guias internos que nos permitem sentir os
estados do corpo (alegria, dor, desejo…), sendo também emissores de sinais que servem de
comunicação aos outros.

METODOLOGIA DE INVESTIGAÇAO

Imagiologia cerebral e pr´´atica clínica.

A necessidade do trabalho de pesquisa objectivo, experimental e laboratorial não retiram o humanismo


a Damásio.

A afirmação que o cérebro e a mente constituem uma realidade una e a forma como as emoções e os
sentimentos passaram a ser encarados constituem-se como elementos fundamentais da psicologia
actual. A afirmação da base biológica da mente e o papel das emoções e dos sentimentos nos processos
cognitivos perspectivam de forma inovadora as grandes questões da psicologia. Ultrapassa, assim, as
dicotomias mente-corpo, razão-emoção.
O OBJECTO DA PSICOLOGIA
A psicologia é o estudo do comportamento e dos processos mentais.
Os psicólogos não se limitam à descrição do comportamento, procuram explicá-lo, prevê-lo e, por
último, modificá-lo para melhorar a vida das pessoas e da sociedade em geral.

O objecto da psicologia é o estudo do comportamento e dos estados mentais.

Comportamento: Todos os actos e reacções observáveis, tudo o que o organismo faz e que se pode
observar.

Dicotomias na explicação do comportamento humano:


Diferentes concepções dos seres humanos dão origem a diferentes orientações, a distintas perspectivas,
que, muitas vezes, se organizam sob a forma de dicotomias, ou seja, ideias com dois pólos ou posições
extremas.

 Inato/Adquirido:
O pólo inato:
O pólo inato/natureza tem estado ligado a formas de ver o ser humano e o seu comportamento como
determinado pelas suas características biológicas e corporais.
Há uma natureza em nós, no nosso corpo e genes que é responsável pelo que somos e pela forma como
nos comportamos.
Seria o património genético herdado dos progenitores que definiria a constituição orgânica e psicológica
dos indivíduos, bem como o seu comportamento. Estas características eram inatas, nasciam connosco.

- Freud: afirma a existência de duas pulsões inatas: as de vida e as de morte. As de vida visam a auto
preservação do indivíduo e as suas pulsões sexuais; as de morte estariam na base de comportamentos
agressivos.
- Knorad Lorenz: O comportamento animal é instintivo. Estando o comportamento predeterminado, só
uma pequena parte é deixada à aprendizagem e à experiência. Esta agressividade é controlada por
mecanismos de regulação e inibição.
- Gesell: Afirma que existe uma predisposição natural para o organismo se desenvolver. As diferenças
entre os indivíduos devem-se a diferenças inatas. Esta perspectiva de desenvolvimento – abordagem
maturacionista – considera irrelevante a influência do meio ambiente.

A partir da década de 80 existem grandes descobertas sobre o genoma humano.

- Jean-Pierre Changeux – Defende que todo o comportamento humano se pode explicar a partir de
circuitos nervosos.

O pólo adquirido:
Nós somos produto do que aprendemos e dos ambientes em que vivemos. A forma como somos
educados e aquilo que aprendemos são responsáveis pelo que somos e pelos comportamentos que
manifestamos.
Ambientes – conceitos adquiridos – socialização

- Watson: Considera que todo o comportamento humano é constituído pelo conjunto de respostas
aprendidas a determinados estímulos, considera irrelevante a influência da hereditariedade “nós somos
o que o meio nos permite ser”.
- Skinner: O reforço assegura a repetição de um comportamento
- Bandura: Observação e imitação de modelos sociais, aprendizagem por modelagem.

Negam a existência de factores biológicos, genéticos, que possam contribuir de forma determinante
para a manifestação dos comportamentos.

Piaget – Defende uma posição que não é nem inatista, nem empirista: o sujeito tem um papel activo na
construção do pensamento, do conhecimento.

 Continuidade/Descontinuidade:
Continuidade: aquilo que continua a existir de modo semelhante ao que existia antes.
Descontinuidade: o que não se mantém o mesmo, que não continua o mesmo. Mudança abrupta ou o
aparecimento do que não existia.

Perspectivas da continuidade:
Defendem que os comportamentos mudam de forma gradual.

- Watson: As concepções comportamentalistas/behavioristas. As transformações dos comportamentos


partem da continuidade, da integração nas novas aprendizagens, das aprendizagens anteriores.
- Teoria da aprendizagem social: tende a ver as mudanças em determinados comportamentos como
resultado de uma alteração quantitativa, uma mudança que ocorre através da acumulação de
associações de respostas a estímulos.

Perspectivas centradas na descontinuidade:


Freud e Piaget encaram o desenvolvimento humano como ocorrendo numa sucessão de estádios,
defendendo a descontinuidade.
Cada estádio tem uma lógica organizadora diferente, o surgimento de um novo estádio torna a
mudança não gradual e cumulativa, mas descontínua.

As acções e relações conduzem ao surgimento de possibilidades de agir, sentir e pensar de modos novos
e diferentes. Existem momentos de reorganização.
As mudanças qualitativas implicam sempre que se veja o desenvolvimento como descontínuo. Se há
mudanças qualitativas, há sempre um modo de organização global que não existia e que emerge.

A concluir: Nós mudamos tanto de forma contínua como de forma descontínua. Experimentamos
mudanças que se devem à integração de novos conhecimentos, mudanças que se explicam pela
continuidade e pela alteração quantitativa dos nossos modos de pensar e agir.

 Estabilidade/Mudança:
Nem só a mudança explica os comportamentos que temos a cada momento. Há pessoas que
conhecemos bem e prevemos como se comportam. Estranhamos quando não agem da forma como
esperamos, reconhecemos estabilidade nos comportamentos e nos modos de ser.

Os autores que valorizavam o pólo da mudança eram aqueles que abordavam o comportamento das
crianças/adolescentes, idades onde domina a transformação, desenvolvimento e mudança.
Parecia que, enquanto a mudança marcava a infância e adolescência, a estabilidade era a principal
característica do adulto.
A principal característica dos seres humanos é a plasticidade que os acompanha ao longo da vida.
A personalidade representa uma continuidade, uma fidelidade e coerência no modo de ser e estar.
Contudo não podemos associar a estas características qualquer carácter estático: a personalidade
constrói-se ao longo da vida, é um processo dinâmico que envolve necessariamente mudança.

 Interno/Externo:
O pólo interno está ligado ao corpo, ao que se passa dentro de nós, emoções, pensamentos,
sentimentos…
Ao pólo externo associam-se o contexto e a situação, as relações de socialização, as influências da
cultura. Entre o interior e o exterior existe um permanente diálogo.
Não só o nosso corpo dá forma ao nosso estar numa situação, como os contextos moldam o nosso
corpo e o que se passa dentro dele.
O que sentimos e o que pensamos, o que sabemos e o modo como agimos estão dentro e for a de nós
em permanente reconstrução.

 Individual/Social
Aspectos individuais: sublinham as características humanas que remetem para o corpo capaz de se
adaptar ao meio através dos comportamentos reflexos, das emoções básicas e da satisfação das
necessidades primárias.
Aspectos sociais: Fundam o carácter do ser humano na vivência social, no pertencer a uma
comunidade.

Reduzir o indivíduo à componente social é esquecer a capacidade do ser humano se auto-organizar.

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