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NECESSIDADE E DESEJO
Necessidades
Algumas destas necessidades não podem ser descuradas sem que a nossa sobrevivência seja posta em
causa. Pela sua importância vital, estão sempre presentes na nossa relação com os outros e com o
mundo.
A satisfação destas necessidades marca, muitas vezes, a forma como pensamos e como orientamos as
nossas acções e comportamentos.
Foi a satisfação das necessidades uma das razões que levaram os seres humanos a organizarem-se em
grupos sociais complexos, criando culturas.
Desejos
A dimensão do desejo (geralmente associado a aspiração, a anseio – está presente em todas as nossas
acções e comportamentos.
No que pensamos e fazemos há um propósito e essa finalidade liga-se ao que desejamos e ao que
queremos.
O desejo relaciona-se com uma aspiração de alguma coisa que nos falta, que não temos – pode-se
portanto defini-lo também pela insatisfação (a partir do momento em que o desejo é realizado, deixa de
ser desejo).
A satisfação das necessidades primárias/básicas está, por um lado, codificada cultural e socialmente, e,
por outro, traduzida em vontades e desejos pessoais.
O modo como se satisfaz a fome depende, como vimos, de factores de ordem social e cultural, mas
também dos desejos e vontades de cada um (p. ex. do que se gosta ou não de comer).
Outras necessidades estão mais influenciadas pela construção social, como p. ex., o comportamento
sexual.
Desejos e vontades tornam-se, assim, também necessidades, uma vez que sentes a sua falta. Procura-se
alcançar a sua satisfação através de formas que ganham sentido a partir dos modos culturais e sociais de
as satisfazer.
Freud põe em causa a concepção clássica de desejo, como sendo uma tendência acompanhada de
consciência.
Segundo ele, os desejos têm origem nas necessidades.
É no decurso de uma experiência – a satisfação de uma necessidade – que o desejo se constitui.
Uma necessidade interior provoca uma excitação que desaparece com a obtenção do objecto que a
satisfaz.
CONHECER, RELACIONAR-SE E AGIR SOBRE O MUNDO
Processos Cognitivos
EU psicológico
Processos Emocionais
A nossa mente ´´e quem,
Ligados ao sentir/emoções. através destes processos,
permite que orientemos a
nossa vida quotidiana.
Processos Conativos
A mente constrói significados. Cria o sentido que atribuímos ao mundo e ``a nossa existência produz
cenários e imagens do que ainda não aconteceu (projecta, imagina). A mente ´´e um sistema de
construção do mundo.
O PENSAMENTO
´´E com a mente que pensamos: pensar ´´e ter uma mente que funciona e o pensamento exprime,
precisamente, o funcionamento total da mente.
O pensamento ´´e uma operação da mente que ´´e cont´´inua e que abrange quase todos os nossos
processos mentais.
O termo pensamento remete-nos para ideias, símbolos, percepções, imagens, palavras, proposições,
conceitos, intenções, mem´´orias…
As imagens mentais;
Os conceitos/representações conceptuais;
As representações ligadas ``a acção.
RESOLUÇAO DE PROBLEMAS
Polimorfismo do raciocínio – o raciocínio não se limita a seguir regras rigorosas de c´´alculo.
Fase
o Conhecemos os dados do problema;
Preparação o Compreendemos as dificuldades que nos coloca;
o Identificamos o problema;
o Corresponde ao período de tempo em que não nos debruçamos sobre o
problema de forma consciente;
Incubação o O problema mant´´em-se latente enquanto nos ocupamos com outras
actividades;
o Inconscientemente, os dados são “trabalhados” - ´´e uma fase produtiva.
o Colocamos e analisamos as hipóteses de resolução;
o As dificuldades desta fase estão relacionadas com a dificuldade do problema e
Produção
com a > ou < familiaridade da questão em causa;
o Fazemos a opção do que consideramos ser a solução para o problema.
Quando a solução não ´´e a adequada, teremos de reiniciar o processo, com a vantagem de o problema
nos ser mais familiar. Muitas vezes, o problema tem de ser reinterpretado.
Este processo ´´e influenciado por vários factores, que alteram a sua rapidez e eficiência:
Experi^^encias passadas;
Conhecimentos prévios relacionados com o problema;
Motivaç~~ao da pessoa.
TOMADA DE DECISAO
Quando temos de tomar decisões existe uma área de incerteza que nos obriga a escolher, a seleccionar
entre várias opções. As decisões do dia-a-dia fundamentam-se mais sobre modelos mentais, sobre
esquemas de pensamento corrente, do que em escolhas lógicas.
Os factores emocionais e das normas de grupo (podem ser ou não uma vantagem) afectam a decisão. O
sentimento de eficácia determina o espectro de opções a considerar: ´´e excluído rapidamente um
grande número de opções sem mesmo se avaliar os seus custos e benefícios, unicamente na base do
sentimento de eficácia. Por outro lado, esse sentimento não faz senão reduzir o espectro de
possibilidades. Afecta igualmente o tipo de informações que se tiveram em conta, e a maneira como são
interpretadas relativamente aos desafios.
PENSAMENTO E ACÇAO
´´E em relação que cada ser humano conhece o mundo, o que sente e age sobre ele. ´´E um processo
que acontece a cada momento e de forma integrada. Não conhecemos sem sentir e agir, não agimos
sem conhecer e sentir e não sentimos sem agir e conhecer.
“Enquanto vivemos, n´´os criamos o ambiente no qual vivemos. Ao vivermos, n´´os influenciamos esse
mesmo ambiente. A forma como nos afecta, o que criamos e a forma como n´´os o influenciamos
depende, em parte, daquilo que somos. N´´os procuramos, criamos ou tentamos criar um ambiente que
se adapte ``aquilo que somos.”
IMAGINAÇAO
´´E a imaginação que permite que o pensamento vá para alem dos limites da realidade percebida.
CRIATIVIDADE
Indivíduo criativo – pessoa que resolve regularmente problemas ou define novas questões numa área
inicialmente considerada nova, mas que, mais tarde, se integra num dado sistema cultural.
Um ambiente social estimulante, que encoraje a diferença e a fantasia, que estimule a autonomia e a
liberdade de escolha, cria condições para que uma pessoa possa desenvolver uma actividade criativa.
Características pessoais, como a curiosidade, empenho, inconformismo, gosto pela complexidade, pelo
desconhecido e pela novidade, a autonomia, inquietação e insatisfação face ao que existe são factores
que favorecem a produção criativa.
AUTO-ORGANIZAÇAO
O pensamento ´´e auto-organizado, i.e., que se organiza de forma não determinada por nenhum dos
seus elementos, mas a partir de regras que emergem da interacção complexa entre os seus elementos.
A auto-organização ´´e, assim, importante para se compreender a forma como os seres humanos
conseguem encontrar significados próprios para as suas viv^^encias e agir com alguma autonomia.
CONCLUSÃO
O pensamento incorpora todos os aspectos das interacções entre o indivíduo e o seu ambiente. Pensar
´´e viver num permanente envolvimento criativo com um mundo que se constrói e nos constrói ``a
medida que se vive – presente a autonomia e a adaptação. Neste processo, criamo-nos enquanto
individualidade, identidade. Isto supõe uma história pessoal de interacções vividas no seio de outros
seres humanos.
Identidade pessoal – conjunto das percepções, sentimentos e representações que uma pessoa tem de si
própria, que lhe permitem reconhecer e ser reconhecida socialmente. A identidade ´´e o que ´´e
essencial de uma pessoa, o eu cont´´inuo, o conceito interno e subjectivo do sujeito como indiv´´iduo.
´´E o conceito de si, i.e., o modo como n´´os nos definimos e que nos permite dizer “eu sou eu”.
A identidade pessoal ´´e o sentimento intrínseco de ser o mesmo, permitindo que nos reconheçamos
como sujeitos únicos, como actores das nossas experi^^encias passadas, presentes e futuras.
“A identidade oscila entre a semelhança e a diferença, entre o que faz de n´´os uma individualidade
singular e o que, ao mesmo tempo, nos torna semelhantes aos outros.”
Elementos da identidade:
A adolescência
As modificações corporais que decorrem do funcionamento das glândulas sexuais vão modificar a
aparência física do jovem, a sua imagem corporal. Um corpo infantil dá lugar a um corpo sexualizado,
que é gerador de ansiedade e angústia. As mudanças de humor aprofundam os sentimentos de
insegurança, dá-se um progressivo distanciamento dos pais, os grupos de pares passam a ser referência.
A mesma pessoa assume várias identidades que correspondem a diferentes papéis sociais.
Há várias situações sociais que podem provocar alterações no conceito de si próprio. Em muitos casos
ocorre uma crise de identidade.
- Os outros –
A identidade tem uma componente social, a forma como nos olhamos é muito influenciada como os
outros nos encaram e julgam.
Constrói-se em estádios sucessivos por confrontação entre os indivíduos no seio dos grupos em que
estão presentes registos contraditórios.
IDENTIDADES
A identidade é um conceito complexo que se manifesta em identidade pessoal, social e cultural.
Identidade pessoal: envolve a percepção subjectiva que o sujeito tem da sua individualidade.
Identidade social: a consciência social que temos de nós mesmos e que resulta da interacção que
estabelecemos com o meio social em que estamos inseridos.
Este conceito é dinâmico pois resulta do conjunto de interacções que estabelecemos com os outros ao
longo da vida.
Aos papéis que cada um desempenha correspondem expectativas e representações sociais que
integram uma dada identidade.
Identidade cultural: permite que o sujeito se reconheça através dos valores que partilha com a sua
comunidade.
Os três tipos de identidade têm uma interacção íntima, são três componentes de um mesmo sujeito. A
identidade de uma pessoa é uma totalidade dinâmica onde todas as dimensões interagem.
Nota:
A globalização e o aumento de fluxos migratórios têm tido como consequência
problemas que remetem muitas vezes para questões de identidade, como as
crises de identidade: os filhos de emigrantes estão sujeitos à influência cultural
dos pais, que manifestam a sua cultura de origem, e à cultura do país de
acolhimento.
Inscrição mental das histórias de vida:
A forma como o ser humano, desde que nasce, se relaciona com o meio e com os outros muda-o, por
outro lado, cada um muda o mundo em cada momento, em cada interacção com os outros e com o que
nos rodeia.
O tempo em que decorrem as histórias de vida pode ser encarado em diferentes perspectivas. Existem 3
tipos de temporalidade:
História das interacções sociais: O meio sociocultural é um meio criado pelas interacções entre
os humanos, sendo um meio fundamental para a sua formação e desenvolvimento. A cultura é
a inscrição da história das interacções entre os seres humanos e das duas formas de organizar a
sua vida em conjunto.
A construção da identidade inscreve-se na nossa história de vida, permitindo que nos reconheçamos na
coerência criada pela integração dos acontecimentos.
WUNDT E A CONSCIENCIA
O objecto de estudo de Wundt era a consciência – esta era constituída por varias partes distintas e que
se deveria recorrer ``a analise dos elementos mais simples.
Os seus elementos não eram estáticos: a consciência tinha um papel activo na organização do seu
próprio conteúdo. Existiria como que uma força de vontade em organizar os conteúdos da consciência
em processos mentais superiores.
A mente consciente tem capacidade para proceder a uma síntese desses elementos em processos
cognitivos de nível mais elevado.
Por isso, a metodologia a seguir deveria partir dos elementos básicos dos processos conscientes,
identificar o modo como esses elementos eram sintetizados e organizados em experi^^encias
complexas e determinar as leis que orientavam este processo.
As sensações e os sentimentos
- As sensações ocorrem sempre que um órgão dos sentidos ´´e estimulado e esta informação ´´e
enviada ao cérebro.
Todos os processos psicológicos podem, segundo Wundt, ser descritos como passagens de elementos
mais simples aos mais complexos: ´´e um processo progressivo de complexidade em que, partindo de
elementos mais simples como as sensações, a consciência, no seu processo criativo de organização,
produzia ideias.
Apercepç~~ao - processo de organização dos elementos mentais que formam uma unidade, uma
síntese criativa. Esta unidade não ´´e a soma dos seus elementos constitutivos, mas uma combinação
que gera novas propriedades e características.
METODOLOGIA DE INVESTIGAÇ~~AO
Wundt utiliza como método a introspecção controlada: só o sujeito que vive a experi^^encia ´´e que
pode descrev^^e-la introspeccionando-se, i.e., fazendo a auto-an´´alise dos seus estados psicológicos
em condições experimentais.
A introspecção era uma percepção interna que dava a possibilidade de aceder aos elementos básicos
para se conhecer a consciência, que ´´e o objecto da psicologia. O objecto da introspecção ´´e o próprio
sujeito, enquanto o objecto das observações que se fazem nas outras ciências ´´e o real exterior ao
sujeito.
FREUD E O INCONSCIENTE
CONCEPÇAO DO PSIQUISMO
Distingue no nosso psiquismo inst^^anciãs, i.e., estruturas organizadas que incluem sistemas.
1ª T´´OPICA
CONSCIENTE INCONSCIENTE
Parte visível do icebergue Parte invisível do icebergue
Constituído por imagens, ideias, recordações, Zona do psiquismo muito maior por comparação com o
pensamentos consciente
Exerce uma forte influ^^encia no comportamento
Estes materiais não são acessíveis através da auto-
´´E possível aceder através da introspecção
an´´alise
Tendem a tornar-se conscientes:
2ª T´´OPICA
Id Desligado do real, não se orientando por normas ou princípios morais, sociais ou lógicos (desconhece
a moralidade).
Rege-se pelo princípio do prazer, que tem como objectivo a realização, a satisfação imediata dos
desejos e pulsoes. Grande parte destes desejos ´´e de natureza sexual.
Ego Rege-se pelo principio da realidade, orientando-se por princípios lógicos e decidindo quais os desejos
e impulsos do id que podem ser realizados.
Mediador entre as pulsoes inconscientes e as exigências do meio, do mundo real. Tem de gerir as
pressões que recebe do id e as que recebe do superego.
Zona do psiquismo que corresponde ``a interiorização das normas, dos valores sócias e morais.
´´E a componente ética e moral do psiquismo. Pressiona o ego para controlar o id.
SEXUALIDADE
O tratamento psicanalítico:
Medico dirige a marcha das ideias do paciente, desperta recordações, orienta a sua atenção em certos
sentidos, d´´a-lhe explicações e observa as reacções de compreensão/incompreensão que provoca no
doente;
WATSON E O COMPORTAMENTO
Watson declara a necessidade de a psicologia se constituir uma ciência autónoma e objectiva.
Para ter este estatuto de ciência rigorosa e objectiva, a psicologia terá de definir como objecto de
estudo o comportamento. Ora, o comportamento ´´e o conjunto de respostas (R) de um indiv´´iduo a
um estímulo (E) ou a um conjunto de estímulos (situação).
R=f(s)
Cabe ``a psicologia observar, quantificar, descrever o comportamento enquanto relação causaefeito,
mas nunca interpret´´a-lo. Tal como noutras áreas científicas, o objectivo seria enunciar leis; no caso da
psicologia, leis do comportamento a partir do estudo da variação das respostas em função dos
estímulos. Conhecido o estímulo, seria possível prever a resposta e vice-versa.
Uma ideia central do behaviorismo decorre da sua concepção do ser humano: uma pagina em branco
inicial que o meio e a educação vão moldar. Os factores do meio t^^em uma importância decisiva no
desenvolvimento infantil.
Os comportamentos são, portanto, aprendizagens condicionadas pelo meio onde nos encontramos
inseridos.
O comportamento humano ´´e produto de condicionamentos, i.e., de associações de uma resposta (R) a
um estímulo (E) ou conjunto de estímulos (S – situação). O ser humano reage aos estímulos exteriores
em função dos reflexos condicionados que adquiriu.
Rejeita qualquer ideia de transmissão hereditária de uma aptidão ou qualidade de carácter. O meio
constrói o ser humano e, por isso, a importância da educação.
METODOLOGIA DE INVESTIGAÇAO
Recorre ao método experimental, seguindo os requisitos desta metodologia: define uma amostra de
população, dividindo-a em 2 grupos. No grupo experimental faz variar o factor que considera
responsável pelo comportamento (variável independente). No grupo de controlo não há qualquer
intervenção. O comportamento dos 2 grupos ´´e depois comparado. Se se concluir que a variável que se
manipulou modifica o comportamento, e depois de confirmado por outras experi^^encias, faz-se a
generalização para a população.
Para Watson, so o método experimental asseguraria o carácter cientifico ``a psicologia liberta de
métodos qualitativos e subjectivos.
Ao considerar que o ser humano é resultado de processos de aprendizagem, deu grande ênfase ``a
influ^^encia do meio, ``a prevalência dos factores adquiridos sobre os factores inatos. Nesse sentido,
considerava decisivo para o progresso do ser humano as reformas sociais.
PIAGET E A COGNIÇAO
ESTADIOS DE DESENVOLVIMENTO
Permanência do objecto – a criança procura um objecto escondido pq tem a noção de que o objecto
continua a existir mesmo quando não o v^^e.
O pensamento ´´e lógico, desenvolvendo conceitos e sendo capazes de realizar operações mentais.
Estádio das operações Contudo, só e capaz de operar (resolver problemas) concretamente, i.e, se estiver na presença dos
objectos/situações.
concretas
A capacidade de operar assegura que já há reversibilidade. Desenvolve, assim, a noção de
conservação da matéria sólida e líquida, e, + tarde, do peso e do volume. Desenvolve os conceitos de
espaço, tempo, nº e lógica.
Pensamento abstracto, lógico e formal – já resolve problemas e opera sem o suporte concreto
(realiza operações formais).
Compreende que, para al´´em da sua perspectiva sobre um dado problema ou situação, os outros
podem ter posições diferentes.
Egocentrismo intelectual – o adolescente considera que através do seu pensamento pode resolver
todos os problemas e que as suas ideias e convicções são as melhores.
METODOLOGIA DE INVESTIGAÇAO
A concepção construtivista e interaccionista, que perspectiva o ser humano como resultado de factores
genéticos e ambientais, superou as perspectivas inatistas e comportamentalistas vigentes.
DAMASIO E A MENTE
Damásio procura compreender a mente a partir do funcionamento do cérebro.
Rejeita o dualismo corpo-mente, afirmando que a mente ´´e uma produção do cérebro.
As emoções são padrões de activação nervosa que correspondem a estádios do nosso mundo interior.
São, portanto, representações cognitivas de estados corporais.
Damásio encara o organismo como uma totalidade em constante interacção com os meios exterior e
interior: o corpo, o cérebro e a mente agem em conjunto, porque são uma realidade única.
As emoções t^^em um valor adaptativo. São 1 instrumento para avaliarmos o meio, as situações e
agirmos de forma adaptativa. Quer o meio interno quer o externo são fontes de desequilíbrios, de
perturbações, que exigem respostas adaptadas, que exigem decisões. A decisão implica uma avaliação
do mundo que ´´e acompanhada pelas emoções e pelos sentimentos.
O sinal emocional não ´´e um substituto do raciocínio, tendo um papel auxiliar. Aumenta a eficácia do
raciocínio e a sua rapidez. Em certos casos, torna-o mais supérfluo, o que acontece quando rejeitamos
decididamente uma escolha que levaria por certo a uma catástrofe ou quando, pelo contrario, fazemos
uma escolha vantajosa cuja probabilidade de sucesso ´´e extremamente alta.
As emoções e os sentimentos são como que orientadores, guias internos que nos permitem sentir os
estados do corpo (alegria, dor, desejo…), sendo também emissores de sinais que servem de
comunicação aos outros.
METODOLOGIA DE INVESTIGAÇAO
A afirmação que o cérebro e a mente constituem uma realidade una e a forma como as emoções e os
sentimentos passaram a ser encarados constituem-se como elementos fundamentais da psicologia
actual. A afirmação da base biológica da mente e o papel das emoções e dos sentimentos nos processos
cognitivos perspectivam de forma inovadora as grandes questões da psicologia. Ultrapassa, assim, as
dicotomias mente-corpo, razão-emoção.
O OBJECTO DA PSICOLOGIA
A psicologia é o estudo do comportamento e dos processos mentais.
Os psicólogos não se limitam à descrição do comportamento, procuram explicá-lo, prevê-lo e, por
último, modificá-lo para melhorar a vida das pessoas e da sociedade em geral.
Comportamento: Todos os actos e reacções observáveis, tudo o que o organismo faz e que se pode
observar.
Inato/Adquirido:
O pólo inato:
O pólo inato/natureza tem estado ligado a formas de ver o ser humano e o seu comportamento como
determinado pelas suas características biológicas e corporais.
Há uma natureza em nós, no nosso corpo e genes que é responsável pelo que somos e pela forma como
nos comportamos.
Seria o património genético herdado dos progenitores que definiria a constituição orgânica e psicológica
dos indivíduos, bem como o seu comportamento. Estas características eram inatas, nasciam connosco.
- Freud: afirma a existência de duas pulsões inatas: as de vida e as de morte. As de vida visam a auto
preservação do indivíduo e as suas pulsões sexuais; as de morte estariam na base de comportamentos
agressivos.
- Knorad Lorenz: O comportamento animal é instintivo. Estando o comportamento predeterminado, só
uma pequena parte é deixada à aprendizagem e à experiência. Esta agressividade é controlada por
mecanismos de regulação e inibição.
- Gesell: Afirma que existe uma predisposição natural para o organismo se desenvolver. As diferenças
entre os indivíduos devem-se a diferenças inatas. Esta perspectiva de desenvolvimento – abordagem
maturacionista – considera irrelevante a influência do meio ambiente.
- Jean-Pierre Changeux – Defende que todo o comportamento humano se pode explicar a partir de
circuitos nervosos.
O pólo adquirido:
Nós somos produto do que aprendemos e dos ambientes em que vivemos. A forma como somos
educados e aquilo que aprendemos são responsáveis pelo que somos e pelos comportamentos que
manifestamos.
Ambientes – conceitos adquiridos – socialização
- Watson: Considera que todo o comportamento humano é constituído pelo conjunto de respostas
aprendidas a determinados estímulos, considera irrelevante a influência da hereditariedade “nós somos
o que o meio nos permite ser”.
- Skinner: O reforço assegura a repetição de um comportamento
- Bandura: Observação e imitação de modelos sociais, aprendizagem por modelagem.
Negam a existência de factores biológicos, genéticos, que possam contribuir de forma determinante
para a manifestação dos comportamentos.
Piaget – Defende uma posição que não é nem inatista, nem empirista: o sujeito tem um papel activo na
construção do pensamento, do conhecimento.
Continuidade/Descontinuidade:
Continuidade: aquilo que continua a existir de modo semelhante ao que existia antes.
Descontinuidade: o que não se mantém o mesmo, que não continua o mesmo. Mudança abrupta ou o
aparecimento do que não existia.
Perspectivas da continuidade:
Defendem que os comportamentos mudam de forma gradual.
As acções e relações conduzem ao surgimento de possibilidades de agir, sentir e pensar de modos novos
e diferentes. Existem momentos de reorganização.
As mudanças qualitativas implicam sempre que se veja o desenvolvimento como descontínuo. Se há
mudanças qualitativas, há sempre um modo de organização global que não existia e que emerge.
A concluir: Nós mudamos tanto de forma contínua como de forma descontínua. Experimentamos
mudanças que se devem à integração de novos conhecimentos, mudanças que se explicam pela
continuidade e pela alteração quantitativa dos nossos modos de pensar e agir.
Estabilidade/Mudança:
Nem só a mudança explica os comportamentos que temos a cada momento. Há pessoas que
conhecemos bem e prevemos como se comportam. Estranhamos quando não agem da forma como
esperamos, reconhecemos estabilidade nos comportamentos e nos modos de ser.
Os autores que valorizavam o pólo da mudança eram aqueles que abordavam o comportamento das
crianças/adolescentes, idades onde domina a transformação, desenvolvimento e mudança.
Parecia que, enquanto a mudança marcava a infância e adolescência, a estabilidade era a principal
característica do adulto.
A principal característica dos seres humanos é a plasticidade que os acompanha ao longo da vida.
A personalidade representa uma continuidade, uma fidelidade e coerência no modo de ser e estar.
Contudo não podemos associar a estas características qualquer carácter estático: a personalidade
constrói-se ao longo da vida, é um processo dinâmico que envolve necessariamente mudança.
Interno/Externo:
O pólo interno está ligado ao corpo, ao que se passa dentro de nós, emoções, pensamentos,
sentimentos…
Ao pólo externo associam-se o contexto e a situação, as relações de socialização, as influências da
cultura. Entre o interior e o exterior existe um permanente diálogo.
Não só o nosso corpo dá forma ao nosso estar numa situação, como os contextos moldam o nosso
corpo e o que se passa dentro dele.
O que sentimos e o que pensamos, o que sabemos e o modo como agimos estão dentro e for a de nós
em permanente reconstrução.
Individual/Social
Aspectos individuais: sublinham as características humanas que remetem para o corpo capaz de se
adaptar ao meio através dos comportamentos reflexos, das emoções básicas e da satisfação das
necessidades primárias.
Aspectos sociais: Fundam o carácter do ser humano na vivência social, no pertencer a uma
comunidade.