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Exmo. Sr. Dr.

Juiz de Direito da Vara de Família da Comarca de


Bandeirantes/Pr.-

(ver art. 23 - § único)ECA

Vera Lucia Ferreira, brasileira, solteira, portadora da Cédula


de Identidade/RG nº 8521288 - X.e inscrita no CPF/MF sob o nº 044-636558 -
03, residente e domiciliada neste município no lugar denominado bairro
“Jardim Paraíso”, por seu advogado e bastante procurador, ao final
assinado1, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, para
promover o presente PEDIDO DE GUARDA E RESPONSABILIDADE da
menor impúberes YASMIM VITORIA RODRIGUES DE CARVALHO,
atualmente com 4 (quatro) anos de idade, pelos fatos e fundamentos jurídicos
a seguir aduzidos:

I - DOS FATOS

1.- As menor acima nominada , é filha de Gisele Cristina


Ferreira Curtis, brasileira, solteira, recepicionista, atualmente residente e
domiciliada na cidade de São Paulo, no estado de São Paulo, à rua Avelino
Nunes da Costa, nº 282 – Vila Florêncio Rebolo, (filha da suplicante), sendo
que tais menores vivem desde a tenra idade na companhia e sob a guarda e
sustento da ora requerente (avó materna), porquanto ainda que não
abandonados de forma efetiva pela mãe, que jamais ocupou-se de suas
manteneção, à partir de maio de 2007, por motivo de trabalho, e, muito
embora receba pensão do pai daquele filho menor, fixada em Juízo e através

1
Instrumento de procuração.
1
de ação própria, ainda assim sequer repassa tais valores para contribuir no
sustento daqueles;

Muito embora de maneira informal, atualmente tais menores (e


já de longa data) vivem sob a guarda da avó e ora requerente, hoje em
estado solteira, porém dispondo inclusive de residência própria para abrigá-
los e oferecer-lhes sustento, ao contrário daquela genitora que encontra-se
atualmente desempregada e impossibilitada de continuar a criá-los com o
conforto mínimo exigível e incapaz de dar-lhes orientação, estudo,
alimentação, moradia, bem como de suprir os gastos de que necessitam, já
que não dispõe ela e como já asseverado, de condições para tal;

Assim é que, diante da impossibilidade (e desinteresse


implícito) da mãe e do pai da menor continuar a criá-los e educá-los como se
faz necessário e do manifesto interesse da ora supte., em fazê-lo, requer
esta, a GUARDA E RESPONSABILIDADE DA MENOR, com fundamento
nos dispositivos legais infra mencionados.

II - DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

A Lei nº 8.069/90, cuida das condições para se deferir a


guarda de menor, nos artigos 33, 34 e 35. É a requerente sabedora de que a
guarda implica na obrigação de prestação de assistência material, moral e
educacional da menor, passando os mesmos a serem seus dependentes
econômico, inclusive para os fins previdenciários, conforme dispõe o § 3º, do
artigo 33 da Lei nº 8.069/90.

Têm entendido nossos doutrinadores:

“A concessão ou a perda da guarda são atos de


competência exclusiva da autoridade judiciária. O juiz
decretará a perda da guarda quando o responsável pela
criança ou adolescente deixar de prover-lhes as
necessidades básicas de sobrevivência, de assistência
moral e educacional (art. 33), propiciando que seus

2
direitos sejam ameaçados ou violados "por falta, omissão
ou abuso" (art. 98, II).
A guarda poderá ser modificada a qualquer tempo,
sempre no interesse da criança e do adolescente,
verificando, justamente, sua integração com a família
substituta, e vice-versa (art. 35).
Se o responsável ameaça ou viola direito da criança,
deverá receber sanção inibidora da guarda, pois os
direitos dos pais ou guardiães não podem lesar os
direitos do filho ou da criança sob guarda; os direitos das
crianças são preponderantes e prioritários aos dos pais e
responsável.2

Tem sido o entendimento jurisprudencial:

"Recurso dos pais contra sentença que, em pedido de


guarda de menor formulado por tia paterna, conferiu a
esta a guarda. Se a mesma exerce vantajosamente,
desde o nascimento até os quinze anos atuais, os
poderes-deveres inerentes ao pátrio poder relativo à
menor, com completa omissão dos pais biológicos, é em
benefício e no interesse da menor que se deve decidir.
Desprovimento do recurso."3

Direito processual civil - apelação cível - estatuto da


criança e do adolescente - guarda e responsabilidade
requerida pelo avô - possibilidade - interesse da menor -
recurso conhecido e provido à unanimidade. I - se a
menor reside, juntamente com seus genitores, desde o
seu nascimento com o avô, que sustenta a todos, nada
impede o deferimento da guarda requerida. II - recurso
conhecido e provido à unanimidade.4

III - DO REQUERIMENTO

2
CAHALI, Yussef Said. A importância do Instituto da Guarda. In: Revista de Jurisprudência do Tribunal de
Justiça do Estado de São Paulo. Vol. 133. Nov./dez. Ano 25. São Paulo. LEX, 1991. p. 12.
3
TJ/RJ - Proc. Conselho da Magistratura no 145/90 - Ac. unân. do Cons. da Magist. - j. em 25.07.90 - p. em
20.09.90 - Rel: Des. Pestana de Aguiar.
4
TJ/DF - Ap. Cível n. 20010110551998 - Ac.163810 - unân. - 3a. T. Cív. - Rel: Des. Wellington
Medeiros - j. em 23.09.2002 - Fonte: DJU III, 27.11.2002, pág. 127.

3
Pelos fatos expostos, requer-se que, após ouvido o MD.
Representante do Ministério Público, seja ao final deferida ao requerente a
guarda da menor YASMIM VITÓRIA RODRIGUES DE CARVALHO, à
requerente, avó da mesma, inclusive com as implicações contidas nos §§ 2o e
3º do art. 33 da Lei nº 8.069/90, o qual se compromete a zelar por estes, tudo
consoante as normas legais invocadas e outras aplicáveis à espécie.

Requer, outrossim a intimação do Ministério Público para


intervir no feito e se necessário for, a realização de audiência, a ouvida de
testemunhas e a produção de todas as provas admitidas em direito;

Requer finalmente, os benefícios da gratuidade em razão de


sua situação financeira (art. 1º e §§ da Lei nº 5.478/68) e dando-se à causa
para os devidos fins de tributo e de alçada, o valor de R$ 500,00 (quinhentos
reais).

Termos em que,
Pede deferimento.
Bandeirantes, 05 de maço de 2010.

José Carlos Pereira


- OAB/Pr.- 9.072 -

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