Você está na página 1de 4

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SANTOS – UNISANTOS

FACULDADE DE DIREITO

DISCIPLINA: DIREITO CIVIL I (Parte Geral)

Aula 1 – as disciplinas do 1º ano do curso de Direito.

 Aula introdutória sobre as disciplinas do Primeiro Ano de Curso,


considerando-as em dois grupos básicos: as ciências afins ao Direito e as
Disciplinas Especificamente Jurídicas (estas divididas em propedêuticas e
dogmáticas);

 Explanação geral sobre o universo normativo e a normatividade


especificamente jurídica e sua aplicação;

 Papel do Direito Civil e de sua Parte Geral diante das demais disciplinas
jurídicas particulares.

ANOTAÇÕES ÚTEIS:

IDÉIA DE DIREITO CIVIL:


O direito civil é o direito comum, que rege as relações entre particulares. É a
constituição do homem comum. Disciplina a vida das pessoas desde a concepção
(ou até mesmo antes dela como na prole individual - art. 1799, I) até a morte e
depois dela. No direito civil estudam-se as relações puramente pessoais e
patrimoniais. O direito civil não está restrito ao código (ex.: lei de registros públicos,
lei de alimentos, lei de divórcio). 1

1
Disponível em :http://www.amdpadvogados.com.br/attachments/505_RESUMO_DE_DIREITO_CIVIL_I.pdf. Acessado em 16 de fevereiro de 2011

Professor Dr. Lucas André Viegas Carvalho de Siqueira


_______________________________________________________________
Advogado. Mestre e doutor em Filosofia e Teoria Geral do Direito e do Estado – PUC/SP –.
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SANTOS – UNISANTOS
FACULDADE DE DIREITO

DISCIPLINA: DIREITO CIVIL I (Parte Geral)

Aula 2 – anotações à margem de uma noção elementar de Direito.

DIVERSOS SENTIDOS DA PALAVRA DIREITO:

O simples fato de que a palavra Direito aponta para diversas porções da realidade já
exige que, previamente aos nossos estudos, estabeleçamos uma convenção acerca
do que referiremos ao utilizarmos esse conceito fundamental.
O prof. André Franco Montoro, p. ex., localiza ao menos 6(seis) acepções básicas
do vocábulo, dentre as quais destacamos:
(a) DIREITO, no sentido de DIREITO OBJETIVO, é sempre um conjunto de
normas impostas ao comportamento humano, autorizando-o a fazer ou não
fazer algo. Estando, portanto, fora do homem e impondo-se objetivamente a
todos, indica-lhe o caminho a seguir, prescrevendo sanção em caso de
violação.
O Direito, aqui, é visto como norma ou conjunto de normas.
(b) DIREITO, no sentido de DIREITO SUBJETIVO, como o próprio nome indica,
refere-se à esfera do próprio sujeito. Indica as permissões, com base na
norma jurídica, adquiridas por um em face dos demais membros da
sociedade. São próprios das pessoas que os possuem, quase sempre
aceitando-se que podem ou não ser exercidos por elas. O DIREITO
SUBJETIVO é, então, sempre, uma permissão que tem o ser humano de agir
conforme o direito objetivo.
(c) DIREITO, como fato social e histórico.
(d) DIREITO, como valor de Justiça.

O importante é que, em razão dessa sua particularidade de apontar para diversas


realidades semelhantes (mas discerníveis) o Direito caracteriza-se como um
conceito análogo. Por isso precisamos uniformizar o nosso discurso, pré-
convencionando uma (dentre outras possíveis) sua noção elementar.
Podemos convencionar, então, que o DIREITO é uma forma de “ordenação
heterônoma das relações sociais, baseada numa integração normativa de fatos e
valores.” (Miguel Reale - pág. 3, Maria Helena Diniz)
Professor Dr. Lucas André Viegas Carvalho de Siqueira
_______________________________________________________________
Advogado. Mestre e doutor em Filosofia e Teoria Geral do Direito e do Estado – PUC/SP –.
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SANTOS – UNISANTOS
FACULDADE DE DIREITO

DISCIPLINA: DIREITO CIVIL I (Parte Geral)

Ou que o
Direito é um conjunto de normas voltadas à conduta do Homem em sociedade para
a realização de valores entendidos como relevantes pelo editor normativo.

De qualquer modo põe-se em relevo a tridimensionalidade do Direito, segundo a


qual ele precisa ser visto como

FATO, VALOR E NORMA. Integrados concretamente em uma unidade.

ANOTAÇÕES MARGINAIS:

 O direito só pode existir em função do homem;


 O homem é um ser gregário por natureza, é um ser eminentemente SOCIAL,
não só pelo instinto sociável, mas também por força de sua inteligência que
lhe demonstra que é melhor viver em sociedade para atingir seus objetivos;
 O homem é essencialmente COEXISTÊNCIA;
 Os indivíduos em sociedade estabelecem relações: de coordenação,
subordinação, integração e delimitação. Relações essas que não se dão sem
o concomitante aparecimento de normas de organização da conduta social,
razão pela qual verificamos que os grupos sociais são sempre fontes
inexauríveis de normas;
 O Estado não é criador único de normas jurídicas, porém é ele que
condiciona a criação dessas normas, que não podem existir fora da
sociedade política;
 Embora exista um só Direito, há pluralismo de fontes de novas normas na
sociedade: cada grupo social tem suas normas. Não é somente o Estado a
fonte exclusiva de normas de direito, mas ele é uma organização capaz de
exercer o seu poder sobre todas as entidades e pessoas presentes em seu
território, regulando suas atividades. Empresta, assim, uma expressão
integrada às atividades sociais e gradua a positividade dos diversos sistemas
normativos infra-estatais.
Professor Dr. Lucas André Viegas Carvalho de Siqueira
_______________________________________________________________
Advogado. Mestre e doutor em Filosofia e Teoria Geral do Direito e do Estado – PUC/SP –.
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SANTOS – UNISANTOS
FACULDADE DE DIREITO

DISCIPLINA: DIREITO CIVIL I (Parte Geral)

 Desse ponto de vista, a própria juridicidade da norma depende de um ato de


poder, exercido ou autorizado pelo Estado.

QUESTÕES PARA REFLEXÃO:

1. O que são “Ciências Afins ao Direito”? Qual a importância de seu estudo para o jurista?

2. Qual o papel cumprido pelas chamadas “disciplinas propedêuticas” no estudo do Direito? E

quanto às disciplinas dogmáticas?

3. Estabeleça uma noção elementar do Direito, explicando-a com suas palavras.

Professor Dr. Lucas André Viegas Carvalho de Siqueira


_______________________________________________________________
Advogado. Mestre e doutor em Filosofia e Teoria Geral do Direito e do Estado – PUC/SP –.

Você também pode gostar