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Julho de 2011
mensagem Valer
Caro Empregado,
Vamos Trilhar!
INTRODUÇÃO 7
Elementos da infraestrutura 9
Dispositivos de drenagem superficial 13
Problemas observáveis em taludes e encostas 21
Problemas observáveis em OAC’s e em demais dispositivos de drenagem 39
Histórico 131
Terraplenagem manual e terraplenagem mecanizada 133
Operações básicas 135
Solos 137
Equipamentos utilizados na terraplenagem 143
Introdução
Introdução
NESTE CURSO, VOCÊ CONHECERÁ todos os Além disso, você terá a oportunidade de estudar os
elementos que compõem a infraestrutura, isto conceitos e procedimentos necessários à execução e
é, o conjunto de obras destinadas a formar a manutenção dessas obras, aprendendo a construir e
plataforma da ferrovia. a identificar e corrigir as falhas da infraestrutura.
Módulo I
DEFINIÇÕES, PRINCÍPIOS BÁSICOS E
PROBLEMAS NOS EQUIPAMENTOS DE
INFRAESTRUTURA
Neste módulo você conhecerá cada um dos elementos que compõem a infraestrutura e
aprenderá o que são cortes, aterros e obras de arte correntes no contexto de construção da
plataforma de uma ferrovia.
Verá, também, quais são os dispositivos de drenagem superficial, conhecendo suas funções,
características e parâmetros de construção.
Além disso, analisará os principais problemas encontrados em taludes, encostas, obras de arte
correntes e em equipamentos de infraestrutura das ferrovias e as alternativas para solucioná-los.
Elementos da infraestrutura
Elementos da
infraestrutura
A infraestrutura é o conjunto de obras destinadas a formar a plataforma da ferrovia, conforme a
figura abaixo.
>>cortes;
>>aterros;
>>obras de arte correntes (OAC´s);
>>contenções.
Offset esquerdo
Crista do corte
Valeta
Crista do aterro
Sarjeta Saia do aterro
Valeta
Subleito ou base
PLATAFORMA
Corte Escavação executada quando o greide da plataforma possui cota inferior ao terreno natural.
Crista
Banqueta
Valeta
Perfil natural
CO
RP Pé
O Vala
DO
CO
RT
E PLATAFORMA
Crista
Berma PLATAFORMA
Valeta RO
ER
AT
DO
Pé O
RP
CO Perfil natural
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Elementos da infraestrutura
1 - Valeta de plataforma
Relembrando
2 - Valeta de berma
3 - Valeta de crista
4 - Caixa de passagem / dissipação
5 - Descida d’água
6 - Bueiro de greide
7 - Saída d’água
8 - Plataforma
Os bueiros de greide, normalmente estão associados a dispositivos auxiliares, tais como as caixas coletoras.
>>corpo - parte situada sob corte e aterros, podendo estar sujeito a elevadas sobrecargas;
>>bocas - dispositivos de admissão e lançamento a montante e a jusante.
VALER - EDUCAÇÃO VALE
1 - Laje de fundo
2 - Soleira
3 - Muro ala do lado direito
4 - Muro ala do lado esquerdo
5 - Muro de testa
Os bueiros podem ser classificados de acordo com os atributos descritos no quadro a seguir.
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Relembrando
Valetas / canaletas.
Caixas coletoras.
Pesquisando
VALETAS / CANALETAS
Observando
Valetas / canaletas são canais construídos, preponderantemente, no sentido
longitudinal da ferrovia e que têm como objetivo captar a água pluvial
precipitada sobre os taludes e a plataforma das ferrovias.
Relembrando
Pesquisando
A inclinação das valetas deve ser tal que a velocidade de transporte não atinja
valores excessivos, o que pode favorecer a ocorrência de erosão, nem tampouco
propicie um escoamento lento, o que poderia propiciar a formação de bolsões
Observando de água e aumentar a infiltração no terreno.
VALER - EDUCAÇÃO VALE
Nas ferrovias da VALE, distinguem-se valetas de crista, valetas de berma e valetas de plataforma.
FIGURA 1.6: CANALETAS COM SEÇÃO RETANGULAR E TRAPEZOIDAL, COM REVESTIMENTO VEGETAL.
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DESCIDAS D’ÁGUA
Pesquisando
Podem ser distinguidos dois tipos de descidas d’água, em função do nível de dissipação de energia
ao longo da estrutura:
>> descidas
Observando
d’água do tipo rápido;
Relembrando
Pesquisando
Observando
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SARJETAS
As sarjetas têm por objetivo captar as águas precipitadas sobre a plataforma e
sobre os taludes de corte e aterro e conduzi-las, longitudinalmente, até o ponto
de transição entre o corte e o aterro - de forma a permitir a saída lateral para o
terreno natural ou para a caixa coletora de um bueiro de greide.
Pesquisando
Observando
LT
1 L2 L1
a
4
a 1
H 1
CAIXA DE DISSIPAÇÃO
Observando
Canaleta
Caixa de
dissipação
Berma Berma
Escada d’água
Canaleta
Berma
Caixa de
dissipação
Tela de armação
Escada Ø ¼ malha 10 x 10 cm
d’água
Os problemas observáveis em taludes são similares àqueles apresentados pelo IPT (1991) e estão
discriminados na Tabela 1.1.
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Deficiências de fundação.
Deficiências de drenagem.
Escorregamento
em aterro.
Atingindo o corpo do aterro. Rompimento de bueiro.
Compactação inadequada.
Inclinação inadequada.
Deficiências de fundação.
Deficiências de drenagem.
Recalque em
Deformação vertical da plataforma.
aterro.
Rompimento de bueiro.
Compactação inadequada.
Recalques de apoio.
Trincas em sarjetas e meio-fio.
Efeitos térmicos.
Assoreamento intenso.
Afogamento de bueiros, redução da vazão de
Obstrução de OAC. Quedas de blocos.
bueiros, canaletas e valetas.
Ação antrópica.
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Problemas observáveis em
taludes e encostas
Erosão
O agente deflagrador do processo erosivo é a água, sobretudo as águas que escorrem superficialmente.
As águas Observando
superficiais podem causar erosão no solo atuando das duas formas distintas descritas a seguir.
Além da erosão ocasionada pelo escoamento das águas superficiais (fluxo superficial), também
existe aquela ocasionada pelo escoamento de subsuperfície (ou subterrâneo), na qual a água faz o
carreamento de partículas de solo do corpo do talude, formando condutos ou cavidades no interior
do mesmo. O solapamento formado aumenta e concentra o fluxo, retroalimentando a erosão.
O IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo) propôs uma classificação
simplificada de erosão em canais, mostrada no quadro a seguir.
VALER - EDUCAÇÃO VALE
As voçorocas são aquelas que atingem o lençol freático a partir desses processos superficiais.
Normalmente, os sulcos são efêmeros e as ravinas possuem evolução contínua, mas podem
estabilizar-se em casos específicos (condições ambientais, geológicas e hidrogeológicas).
2. erosão em plataforma;
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Solo saprolítico
Relembrando
A erosão em sulcos vem caracterizada pela manifestação em sulcos, aproximadamente paralelos, presentes
em taludes com declividade elevada e sem proteção superficial. A distância entre os sulcos, a profundidade
e a forma dos mesmos são dependentes do tipo do solo e de características do escoamento.
Pesquisando
Observando
FIGURA 1.15: EROSÃO DIFERENCIAL EM SULCOS, EVOLUINDO PARA RAVINAS.
De um modo geral, esse tipo de erosão é bastante comum em solos saprolíticos, em particular em
solos com predominância de material siltoso.
A erosão diferenciada corresponde a processos erosivos que ocorrem em taludes de corte constituídos por
materiais com diferentes susceptibilidades à desagregação, caracterizando uma manifestação dependente do
tipo de solo. Pode ocasionar o descalçamento de camadas mais superficiais e resistentes devido à erosão mais
intensa de camadas inferiores. A Figura 1.14 é, também, um exemplo de erosão diferenciada.
VALER - EDUCAÇÃO VALE
EROSÃO EM PLATAFORMA
Este tipo de erosão se manifesta na direção longitudinal da plataforma por concentração das águas
de escoamento superficial advindas dos taludes de corte e da própria plataforma.
O risco de erosão na plataforma é maior em áreas com cortes de grande extensão e altura sem a
devida captação das águas pluviais através de valetas.
Relembrando
SOLUÇÕES
Manutenção da cobertura vegetal. Caso se perceba que a vegetação está diminuindo, devido a secas
ou a queimadas, deve-se providenciar a molhagem e recomposição da vegetação. Se necessário,
efetuar a correção/adubagem do solo para promover o crescimento da grama.
Observando
Pesquisando
Observando
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Os movimentos de massa de solo são uma das maiores ameaças à disponibilidade da ferrovia, no
que concerne à infraestrutura.
Pesquisando
Tratando especificamente de escorregamentos verdadeiros, os mesmos podem ser distinguidos em:
>>escorregamentos
Observando
planares (ou translacionais);
Escorregamento
Crista
Escorregamento circular
planar Pé ou
base
Escorregamento
em cunha
FIGURA 1.16: PRINCIPAIS TIPOS DE ESCORREGAMENTOS (INFANTI JR. E FORNASARI FILHO, 1998, CITADOS
POR TOMINAGA, 2007).
VALER - EDUCAÇÃO VALE
Solo residual
(Gnaisse)
Vi
tó
ria
Nas ferrovias da VALE, os escorregamentos de taludes são devidos particularmente aos motivos
discriminados nos quadros a seguir.
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ESCORREGAMENTOS EM CORTES
Este tipo de escorregamento, típico de cortes, ocorre pela incompatibilidade entre a declividade do
talude e o perfil de solo.
Sabe-se que as areias têm resistência dependente do confinamento a que estão submetidas,
confinamento este que é reduzido na região das bordas de taludes íngremes. É por isso que um corte a
90º em solo puramente arenoso não se mantém. Já um solo puramente argiloso pode se manter estável
mesmo segundo um corte de 90º – uma vez que a argila possui coesão (que independe do
confinamento).
As figuras a seguir fazem a comparação do fator de segurança de um talude com uma geometria
definida considerando-se duas situações: uma com solo puramente arenoso (coesão nula) e outra
com um solo puramente argiloso (sem atrito).
VALER - EDUCAÇÃO VALE
Relembrando
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Este tipo de escorregamento ocorre devido à presença de descontinuidades do maciço, que podem
advir de estruturas residuais ou se caracterizar pelo contato solo-rocha.
Massa mobilizada
Observando Solo laterítico
Plataforma
Solo saprolítico
Descontinuidades
residuais
A saturação do solo pode ocorrer tanto devido à elevação do lençol freático quanto pela infiltração
de água durante períodos de chuva prolongados.
VALER - EDUCAÇÃO VALE
o
a çã
ar ur
on sa
t
vi
ol
u de
o
c
ít i co nt
e
ol ol Fr
e
S pr
sa
lo
So
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Suavização pós-ruptura
Erosão
remontante
Massa rompida
Pesquisando
Observando
1 – INÍCIO DA EROSÃO 2 – RUPTURA PELA EVOLUÇÃO DA EROSÃO
Relembrando
Retaludamento.
São formados pela ação da gravidade sobre solos situados em cotas superiores e,
por isso, são típicos solos transportados bastante susceptíveis a movimentações
Pesquisando decorrentes de variação do lençol freático.
Relembrando
Coluvião
Matacão
Solo residual
Rocha sã
ESCORREGAMENTOS EM ATERROS
CAUSAS
Aterros construídos sobre solos de baixa capacidade de suporte (exemplo: argilas moles
de formação aluvionar) como ilustra a figura a seguir.
Escorregamentos devidos
a problemas com as Aterros assentados diretamente sobre a rocha – devido ao fato de o contato solo/
fundações. rocha ser uma potencial superfície de ruptura.
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Aterro
Areia
Argila mole
Antes da execução do aterro, efetuar o preparo adequado do terreno de fundação e remoção das
camadas de solo com vegetação ou solos moles.
SOLUÇÕES. Caso o problema já tenha ocorrido, recompor o aterro e, se necessário, construir bermas de equilíbrio.
Boa parte dos problemas verificados em aterros está associada ao corpo do aterro propriamente
dito. Ocorrem pelos fatores a seguir:
>>compactação inadequada;
>>uso de materiais inadequados;
>>geometria inadequada (incompatibilidade da inclinação com a resistência do material);
>>deficiência
Relembrando
ou inexistência de sistemas de drenagem.
Retaludamento.
As ferrovias da Vale frequentemente interceptam linhas de drenagem natural (ou talvegues) – tendo
em vista os aspectos de continuidade e grande extensão dessas obras de engenharia. A transposição
desses talvegues pode ser feita por obras de arte especiais ou obras de arte correntes.
Sabe-se que, em determinados locais, as obras de arte correntes são bastante susceptíveis a
obstrução, que normalmente ocorre em função do carreamento de materiais por uma enxurrada
(pedaços de árvores, troncos e galhos, produto de erosão e escorregamentos a montante etc.).
O represamento a montante também pode ser causado pelo dimensionamento incorreto do bueiro,
que poderá trabalhar afogado por ocasião de chuvas mais intensas.
Represamento de água
Surgências d’água
Flu xo d ’á gu
a p e lo
co rp o d o ate
rro Córrego
Obstrução de bueiro
(assoreamento) Ruptura
Massa escorregada
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Como informado pelo IPT (1991), o sistema de drenagem superficial pode apresentar problemas
relacionados a danos às canaletas, valetas, descidas d’água e a outros dispositivos de drenagem superficial.
Tais problemas, associados à falta de proteção superficial, podem acarretar infiltrações nos taludes e
na própria plataforma, causando todos os problemas decorrentes.
RECALQUE DE ATERROS
Aterro
Areia
Argila mole
Afundamento de plataforma
Montante
ATERRO
Jusante
Ruptura de bueiro
A queda de blocos caracteriza-se por movimentos rápidos, geralmente em queda livre, mobilizando
volumes de rocha normalmente pequenos. Este processo está associado a encostas rochosas
abruptas ou a cortes em taludes de rocha sã ou pouco alterada (IPT, 1991).
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Plataforma
Maciço
rochoso
FIGURA 1.31: MACIÇO ROCHOSO, BASTANTE FRATURADO, NA ALTURA DO KM 269+200 DA EFVM. O REFERIDO
TALUDE É BASTANTE SUSCEPTÍVEL À QUEDA DE BLOCOS.
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A ruptura do corpo do bueiro ou de qualquer dispositivo de drenagem pode ser provocada por:
>>sobrecarga do aterro;
>>sobrecargas provenientes da passagem do trem, particularmente para bueiros com pequeno
recobrimento;
FIGURA 1.32: LAJE SUPERIOR DE BSCC EM ESTADO DE RUÍNA, NA FCA (FONTE: GERALDO COUTO).
Reconstrução do bueiro.
SOLUÇÕES.
Reforço do bueiro.
VALER - EDUCAÇÃO VALE
Assoreamento
Relembrando
Trincas
Trincas nas estruturas dos dispositivos de drenagem ocorrem, basicamente, pelos mesmos motivos
que conduzem os equipamentos ao colapso, pois, frequentemente, a ruptura é precedida pelo
aparecimento de trincas.
Pesquisando
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Trincas nas estruturas de concreto das OAC’s também podem estar associadas a algumas reações
expansivas – como a corrosão das armaduras e ataque do concreto por sulfatos.
A reparação das trincas dependerá, dentre outros fatores, da abertura, localização e da natureza da
trinca (estrutural ou não estrutural).
OBSTRUÇÃO
>>assoreamento intenso;
>>aporte de materiais com grandes dimensões, como troncos de árvores e blocos;
>>ação antrópica (lançamento de lixo).
VALER - EDUCAÇÃO VALE
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Módulo II
MANUTENÇÃO, RETALUDAMENTO,
CONTENÇÕES, DRENAGENS,
PROTEÇÃO SUPERFICIAL E BUEIROS
CONSIDERAÇÕES GERAIS
a) Estudos de investigação
Feitas essas considerações gerais, as diversas obras de estabilização de taludes são apresentadas nos
tópicos a seguir.
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Reconstrução em aterros
Reconstrução em aterros
Objetivos
Aterros são necessários tanto na execução da plataforma ferroviária quanto em encontros de pontos
ou na concepção de bermas de equilíbrio. Observe.
Revestimento
vegetal
Drenagem
superficial
Valeta
ATERRO
Escalonamento
(endentamento)
Colchão (trincheira)
drenante
Material
O material utilizado nos aterros deve ser proveniente de jazidas escolhidas em razão dos
condicionantes técnicos e econômicos. Diretrizes gerais referentes aos materiais são
apresentadas a seguir.
Relembrando
Na execução do corpo dos aterros não será permitido o uso de solos de baixa
capacidade de suporte (ISC<2%) e expansão maior do que 4%. O solo da camada
final deverá ter expansão de, no máximo, 2%.
Caso seja necessário o tratamento prévio dos solos da jazida, tal procedimento
deverá ser feito com a correção da umidade (dentro dos valores estabelecidos
em projeto específico), destorroamento e homogeneização.
Etapas executivas
Remoção de vegetação e raízes, entulhos, eventuais “bota-fora” e retirada de solos com matéria
orgânica,Pesquisando
turfosos ou solos muito micáceos.
Deve-se preparar a interface entre o material natural (remanescente) e o novo aterro quando tal
superfície possuir inclinação superior a 1(V):3(H).
Nesses casos, deve-se conceber degraus (endentamento) de forma a permitir uma perfeita
aderência, evitando o surgimento de uma superfície preferencial de escorregamento.
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Reconstrução em aterros
c) Execução de drenagem interna
Recomenda-se executar a drenagem interna (através de trincheiras drenantes, por exemplo) na base
do aterro, em caso de ocorrência de surgências d’água, lençol freático elevado ou possibilidade de
infiltrações, que podem ocasionar o fenômeno de piping. Quando o aterro é executado próximo a
encostas naturais com lençol freático elevado, pode ser necessário executar drenos profundos que
interceptem o lençol por ocasião de sua elevação e evitem a saturação do aterro (com todas as
possíveis consequências decorrentes).
Aterro compactado
Trincheira
drenante Plataforma
Escavação
em degraus
Surgências d’água
Deve ser feito em espessuras adequadas (não superiores a 25 cm), utilizando-se equipamento
apropriado para o tipo de solo e para a energia de compactação necessária. Na execução desse
serviço, é importante proceder ao controle de qualidade, particularmente no que se refere ao desvio
da umidade (h) e grau de compactação (GC).
e) Execução da sobre-largura
Em adição à geometria estabelecida em projeto, deve-se executar uma sobre-largura de cerca de 0,5
m, em toda a extensão do talude, para posterior raspagem, a fim de garantir uma boa compactação
das bordas da estrutura do aterro.
g) Proteção do pé do aterro
Drenagem superficial
Proteção vegetal
Enrocamento
Córrego
Aterro compactado
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Reconstrução em aterros
Equipamentos
Os equipamentos recomendados para a realização dos serviços de execução de aterro são os listados a seguir.
Equipamentos de compactação
Rolos “pé-de-carneiro”, rolo liso, placas vibratórias.
Equipamentos complementares
Motoniveladora, escarificadores, irrigadeiras.
RETALUDAMENTO
Objetivos
O retaludamento tem por propósito aumentar o coeficiente de segurança à ruptura do talude devido
Relembrando
à diminuição de sua declividade.
Declividade média
Perfil original
do terreno
Pesquisando
Plataforma
Observando
Etapas executivas
b) Execução do corte
c) Acabamento
Poderá ser feito o acabamento do talude por meio de raspagem com motoniveladora.
d) Bota-fora
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Reconstrução em aterros
Bota-fora
Dique
Enrocamento
Relembrando
Sistema de
drenagem Aterro compactado
Equipamentos
Pesquisando
Equipamentos de carga e transporte
Tratores de esteira com lâmina ou tratores sobre pneus,
pá-carregadeira, retroescavadeira e caminhão basculante.
Observando
Equipamentos de compactação
Rolos “pé-de-carneiro”, rolo liso e placas vibratórias.
Equipamentos complementares
Motoniveladora, escarificadores e irrigadeiras.
VALER - EDUCAÇÃO VALE
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Objetivos
Este item tem por objetivo fornecer subsídios para a manutenção corretiva de valetas/canaletas e
sarjetas que necessitem de recuperação ou reconformação ou, ainda, para execução de valetas em
locais onde inexistem.
Materiais
Etapas executivas
Pesquisando
VALER - EDUCAÇÃO VALE
b) Locação da obra para garantia das premissas estabelecidas em projeto, particularmente no que
se refere à orientação e declividade do dispositivo. Nesta etapa recomenda-se a utilização de
gabaritos constituídos por guias de madeira, servindo de referência para a concretagem, com
espaçamento a cada 2,0 m.
c) Abertura manual ou mecânica (com valetadeiras ou retroescavadeira) da vala. É nesta etapa que
deverá ser garantida a declividade da valeta, que deverá ser estabelecida em projeto elaborado
em função das particularidades do local, do tipo de revestimento etc. Aprioristicamente, fica
fixada a declividade máxima de valetas/sarjetas em 2%. Quando a declividade do terreno
exceder a 2%, de forma que a valeta não possa acompanhar sua inclinação, deve-se executar o
escalonamento por meio de barramentos transversais. Observe.
H
E
Nestes casos, o espaçamento (E) entre as barragens será calculado pela formulação:
Onde:
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O concreto utilizado deverá ser preparado em betoneiras, com fator água/cimento apenas
suficiente para alcançar a trabalhabilidade (recomendo 0,4< a/c <0,6).
Não é permitido o lançamento do concreto após mais de 1 hora de seu preparo e nem o seu
retemperamento.
Quando o revestimento for de alvenaria deverá ser utilizado rejunte de argamassa de cimento e
areia 1:4.
g) Deve-se executar uma junta de dilatação a cada 12 metros (6 espaçamentos das guias),
preenchida com cimento asfáltico aquecido – de modo a se obter a fluidez necessária. A
abertura da junta deverá ser de 5 mm.
h) Sarjetas e valetas não providas de revestimento deverão ser utilizadas somente em locais em que
se assegure sua eficiência e durabilidade, restringindo-se às áreas associadas a moderadas
precipitações e possuidoras de solos resistentes à erosão. A execução pode ser bastante
facilitada com auxílio da pá de uma motoniveladora.
j) A reparação de eventuais trincas existentes na estrutura deverá ser feita em conformidade com as
técnicas apresentadas no Manual de Inspeção e Manutenção de Obras de Arte Especiais.
Equipamentos
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Consiste na limpeza manual ou mecânica dos mencionados dispositivos para retirada de sedimentos
e eventuais entulhos. Os itens a seguir devem ser observados na limpeza.
e) Deve-se, também, observar os ditames do ROF no que diz respeito aos trabalhos na via
permanente.
Equipamentos
Objetivos
Este item tem por objetivo fornecer subsídios para a manutenção corretiva de descidas d’água e
caixas coletoras que necessitem de recuperação ou, ainda, para execução das mesmas em locais
onde inexistem.
Materiais
>>Concreto fck ≥ 20 MPa para o corpo de canaletas, descidas d’água, caixas de passagem e
demais estruturas de concreto.
a) Limpeza da área e com demolição prévia de eventuais partes danificadas da descida d’água.
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Saída d’água
Corte AA
Bacia de
amortecimento
e) Execução de lastro de concreto magro ou camada de brita para apoio da laje de fundo - com
espessura mínima de 5 cm.
g) Posicionamento das armaduras na laje de fundo e paredes laterais. Recomenda-se a utilização de tela de
aço diâmetro = ¼” e malha 10x10cm. Em casos particulares, a armadura poderá ser suprimida, sob o crivo
da Engenharia. Este item também se aplica somente às estruturas executadas in-loco.
VALER - EDUCAÇÃO VALE
Escada d’água
Canaleta
Caixa de
dissipação
Canaleta
Berma
Tela de armação
ø ¼ malha 10x10
Escada d’água
Caixa de dissipação
h) Concretagem da laje de fundo e das paredes laterais utilizando argamassa de cimento e areia com
traço 1:3. A relação água/cimento deverá ser tão baixa quanto possível, ou seja, apenas a necessária
para a trabalhabilidade do concreto. Recomenda-se a vibração do concreto. Posteriormente, deve-se
preencher as juntas com argamassa de cimento e areia no mesmo traço.
Em qualquer caso, a espessura das paredes laterais e da laje de fundo deverão ser de, no mínimo,
10 cm e o cobrimento da armadura de, no mínimo, 2cm.
i) Retirada das guias e das formas laterais após o início da pega – com posterior desempeno das
superfícies.
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Objetivos
Este item tem por objetivo fornecer subsídios para a manutenção corretiva de estruturas de dissipação
que necessitem de recuperação ou ainda para execução das mesmas em locais onde inexistem.
Pesquisando
FIGURA 2.14: ELEMENTOS DE UM DISSIPADOR DE ENERGIA PROVIDO DE DENTES.
Materiais
Observando
Relembrando
>>Concreto fck ≥ 20MPa para o corpo de canaletas, descidas d’água, caixas de passagem e
demais estruturas de concreto.
Etapas executivas
Observando
As etapas executivas envolvem a locação da obra, preparação do terreno, forma e concretagem.
Algumas particularidades concernentes às estruturas de dissipação devem ser observadas.
A drenagem profunda objetiva a retirada de água que percola no interior dos maciços (através dos
Pesquisando
poros de um maciço terroso ou das fendas e fissuras de um maciço rochoso ou saprolítico),
propiciando redução das pressões neutras e a manutenção de eventuais efeitos de sucção –
contribuindo decisivamente para a estabilidade dos taludes.
Relembrando
Observando
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Pesquisando
Quanto à execução, recomenda-se a observação dos itens a seguir.
b) A extremidade interna do tubo deve ser envolvida por Geotêxtil ou tela de Nylon (tipo Bidim®)
para impedir o carreamento de finos do maciço.
DETALHE DO BARBACÃ
Linha base
c) A fixação do geotêxtil ou da tela de nylon deve ser feita com arame de cobre ou outro material
resistente à corrosão.
d) O material drenante executado na parte interna do muro deve atender aos critérios de filtro.
VALER - EDUCAÇÃO VALE
d15FILTRO ≥ 5.d15SOLO
d15FILTRO ≤ 5.d85SOLO
d15FILTRO ≤ 40.d15SOLO
Onde:
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Dispositivos de drenagem
profunda
DRENOS PROFUNDOS
São dispositivos que têm por finalidade interceptar o fluxo d’água subterrânea
através do rebaixamento do lençol freático, impedindo-o de atingir o subleito.
Observando
Materiais
Elementos de projeto/execução
e) Como no caso dos barbacãs, os materiais usados nos drenos profundos deverão
atender ao critério de Filtro de Terzaghi.
f) Os drenos cegos (sem tubos) somente poderão ser utilizados nos casos de reduzida
quantidade de água a drenar ou quando a extensão do dreno for reduzida (menor
que 5,0 m).
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Material
drenante
Selo de argila
Material
filtrante Material Material
drenante drenante
Tubo de
concreto Manta Manta
poroso sintética sintética
(ø20 cm)
Material
drenante
Selo de argila
Relembrando
Material Material
drenante drenante
Manta Manta
Tubo de sintética Tubo de sintética
concreto concreto
poroso poroso
(ø20 cm) (ø20 cm)
Materiais
>>Tubos metálicos ou plásticos (PEAD), com diâmetros entre 25 e 76 mm. Para tubos com
comprimento maior que 40m recomenda-se que os mesmos sejam de ferro galvanizado ou
inoxidável.
>>Manta geotêxtil.
>>Argamassa de cimento traço 1:3.
Detalhes de projeto/execução
a) Os tubos devem ter a extremidade interna obturada e a extremidade externa livre – com pelo
menos 1,0 metro para fora da superfície do terreno ou estrutura de contenção.
b) O trecho perfurado dos tubos deve ser envolvido por Geotêxtil ou tela de Nylon (tipo Bidim®)
para impedir o carreamento de finos do maciço.
Furos 4 mm Plug
Tubo PVC ø 4’’
5° a 10°
Tre ch o pe rfurad o
la
ge otêx til ou te
Envo lv id o co m
de ny lo n
c) Durante a perfuração deve-se evitar, tanto quanto possível, desvios no alinhamento previsto em
projeto devido a camadas mais resistentes ou presença de matacões.
d) No trecho final do dreno, próximo à saída, deve-se proceder à injeção de calda de cimento ou
argamassa.
e) Os drenos sub-horizontais profundos devem ser executados após investigações geotécnicas que
permitam a caracterização das camadas presentes, sistema de fraturamento etc.
f) A prática tem mostrado que drenos longos mais espaçados são mais eficientes que drenos curtos com
espaçamento menor, tendo em vista o objetivo de aumentar o fator de segurança do talude.
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Saída do dreno
Canaleta
Objetivos
Em qualquer dos casos, recomenda-se que a busca da solução de uma proteção superficial envolva,
também, a Área de Meio Ambiente (Corporativa e Operacional).
Nestes casos, o efeito da vegetação deve ser o de travar os solos a pequenas profundidades (10 a 20 cm),
oferecendo-lhes uma cobertura mais densa e homogênea possível – em um efeito de “enrijecimento
superficial”. Para essa finalidade costuma-se lançar mão de espécies gramíneas e leguminosas de
crescimento rápido.
As técnicas mais conhecidas para execução de cobertura vegetal são as apresentadas a seguir.
Hidrossemeadura
Neste processo, sementes de gramíneas, leguminosas ou outros vegetais são lançadas sobre o talude em
meio aquoso, que contém ainda um elemento fixador (adesivo) e nutrientes (adubos). Desta forma,
alcançam-se maiores áreas em curto espaço de tempo e com menores custos. Sua eficiência é bastante
dependente das condições climáticas (as chuvas podem lavar as sementes dos taludes enquanto a seca
impede a germinação/crescimento) e das características de fertilidade do solo.
Plantio de mudas
No caso de revestimento de taludes com gramíneas, também pode-se usar o processo de plantio de
mudas, revestindo-se a superfície do terreno com uma camada de solo fértil (“terra vegetal”). A
aplicação fica restrita às inclinações brandas (até 1V:2H), pois, caso contrário, as águas das chuvas
podem provocar o escorrimento do material de cobertura.
Processo muito utilizado para o revestimento de taludes de cortes e aterros quando se deseja uma rápida
cobertura com boa eficiência. Neste caso, a grama é obtida em gramados plantados e, posteriormente,
recortada em placas com cerca de 30 a 50 cm de largura – cuja espessura inclui o solo enraizado (cerca de
5 a 8 cm). A aplicação nos taludes é feita, geralmente, sobre uma delgada camada de solo fértil pré-
colocada de forma que as placas de grama cubram total e uniformemente a superfície. Em taludes com
inclinações maiores do que 1V:2H deve-se fixar as placas pela cravação de estacas de madeira ou bambu.
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Observando
Fixação
no topo
Plataforma
Fixação na
parede rochosa
Tela
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Execução ou refazimento
de bueiros
Objetivos
Materiais
>>tubos de concreto pré-moldado ou metálico que atendam às especificações das Normas NBR
Observando
aplicáveis.
Equipamentos
Os equipamentos utilizados na execução dos bueiros são aqueles de praxe para carga, descarga e
transporte de materiais e execução de estruturas de concreto.
VALER - EDUCAÇÃO VALE
>>caminhão “Munck”;
>>caminhão de carroceria fixa ou basculante;
>>betoneira ou caminhão betoneira;
>>pá carregadeira;
>>depósito de água ou caminhão tanque;
>>retroescavadeira ou valetadeira;
>>vibradores de imersão;
>>compactador manual ou mecânico (“sapos”);
>>ferramentas manuais.
a) Para obras novas, locação da mesma segundo o projeto executivo. A locação é feita por
instrumentação topográfica após desmatamento e regularização do fundo do talvegue.
c) Após a regularização do fundo da grota (se necessário), antes da concretagem do berço, locar a
obra com auxílio de réguas e gabaritos que permitam materializar no local o alinhamento,
profundidade e declividade do bueiro.
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e) A escavação deve ser feita de forma que garanta a segurança dos operários. Se necessário, fazer
o estroncamento da vala. A largura da vala deve ser superior a do berço em, no máximo, 50 cm
para cada lado.
f) O curso d’água deve ser desviado, quando necessário, por meio de ensecadeiras.
i) No caso de bueiros celulares, a etapa anterior é substituída pela execução da laje inferior da estrutura,
que também serve como fundação. Deve-se, antes, executar camada de concreto magro.
j) Instalação dos tubos sobre a porção superior do sobreberço. Se necessário, utilizar guias ou
calços de madeira para posicionamento correto dos tubos.
m) Execução das bocas dos bueiros, seguindo as mesmas recomendações referentes ao preparo do
terreno e concretagem do corpo. No caso de bueiros celulares executados in-loco, as bocas são
executadas em conjunto com o corpo.
Disposições gerais
b) Quando a declividade do bueiro for superior a 5%, o berço deve ser provido de
dentes espaçados em conformidade com o projeto.
c) Opcionalmente, podem ser executados bueiros tubulares sem berço – desde que
expressamente indicado projeto.
VALER - EDUCAÇÃO VALE
Módulo III
CADASTRO E INSPEÇÃO DE
EQUIPAMENTOS
No bojo desse sistema estão, dentre outros, dois procedimentos de fundamental importância para a
mitigação dos riscos: o cadastro e a inspeção dos ativos.
>>cortes;
>>aterros;
>>bueiros;
Pesquisando
>>túneis;
>>contenções (muros de arrimo e cortinas);
Observando
>>pontes ferroviárias;
>>viadutos ferroviários;
>>pontes rodoviárias;
>>viadutos rodoviários;
>>passagens em nível;
>>passagens inferiores.
VALER - EDUCAÇÃO VALE
Para todos os ativos de infraestrutura, os dados básicos a serem cadastrados são os seguintes:
>>técnico responsável;
Relembrando
>>data;
>>posição operacional da ferrovia, ramal, pátio, trecho e linha;
>>dados gerais - residência, distrito, Km início, Km fim e lado.
4 - Linha
Observando 1 11 - Latitude
5 - Trecho 12 - Longitude
Os demais informes do cadastramento são específicos para cada tipo de equipamento – conforme os
tópicos a seguir.
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Cadastramento de cortes
Cadastramento de cortes
O cadastramento dos cortes deverá contemplar, no mínimo, os seguintes atributos:
>>extensão;
>>altura máxima;
>>inclinação predominante dos taludes;
>>número de banquetas;
>>largura média das banquetas;
>>extensão de valeta de pé;
>>extensão total de valetas de banquetas;
>>extensão total de descidas d’água;
>>extensão de valetas de crista.
VALER - EDUCAÇÃO VALE
GEOMETRIA DO EQUIPAMENTO
CONSTITUIÇÃO DO MACIÇO
desprendimento tassômetro
abatimento
de blocos
outro: _____________________________
outro: ___________________________
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Cadastramento de aterros
Cadastramento de aterros
O cadastramento dos aterros deverá contemplar, no mínimo, os seguintes atributos:
>>extensão;
>>altura máxima;
>>inclinação predominante dos taludes;
>>número de bermas;
>>largura média das bermas;
>>extensão total do meio fio;
>>extensão total de valetas de berma;
>>extensão total de descidas d’água.
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Cadastramento de bueiros
Cadastramento de bueiros
O cadastramento dos bueiros deverá contemplar, no mínimo, os seguintes atributos:
>>tipo de bueiro;
>>quantidade de seções drenantes;
>>largura;
>>altura;
>>extensão;
>>altura do aterro sobre o bueiro;
>>tipo de estrutura de entrada e saída (ala/caixa);
>>esconsidade;
>>diâmetro;
>>espessura da chapa.
VALER - EDUCAÇÃO VALE
HISTÓRICO
afogamento ruptura
outro: ___________________________
No contexto da mitigação de risco são definidos dois tipos de inspeção dos equipamentos, que se
complementam: a inspeção visual-sensitiva e a inspeção detalhada.
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Cadastramento de bueiros
>>otimização dos recursos da manutenção, evitando excesso de inspeções em equipamentos
nos quais a ruptura/mau funcionamento é condicionada, em grande parte, por componentes
aleatórios (ex: ruptura de taludes em períodos de estiagem).
A inspeção visual-sensitiva deve fornecer uma visão geral das anomalias existentes nos
equipamentos e, mesmo sendo expedita, deve possibilitar obter os inputs para o processo de
priorização de equipamentos com base em um modelo de análise de risco.
f) verificar a presença de corpos de tálus com blocos de rocha (d>1,0m) isolados e expostos em
superfície no talude de corte e apurar a ocorrência de eventuais descalçamentos;
a) verificar se a rede de drenagem natural está operando com eficiência na área inspecionada e
adjacências;
b) verificar a existência de pontos com erosões nos terrenos, nas bordas das estruturas de
drenagem (canaletas, caixas, bueiros e escadas);
d) verificar a existência de alas de concreto a montante e a jusante, bem como as condições das
mesmas;
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Cadastramento de bueiros
TABELA 3.5: PLANILHA DE INSPEÇÃO VISUAL-SENSITIVA PARA OAC
CORPO DO BUEIRO
Assoreamento Observação:
Existe?
Volume
Trincas
Existem?
Tipo
Local
Orientação
Corrosão
Existe?
Local
ALA ESQUERDA ALA DIREITA
Assoreamento Assoreamento
Existe?
Volume
Trincas Trincas
Existem? Existem?
Tipo Tipo
Local Local
Orientação Orientação
Corrosão Corrosão
Existe? Existe?
Local Local
Tombamento/recalque Tombamento/recalque
Existe? Existe?
INFORMAÇÕES GERAIS
Erosões Afogamento
Existe? Existe?
Local Ocorre?
Descalcamento
As fichas de inspeção detalhada para os taludes e OAC estão apresentadas no arquivo em.
VALER - EDUCAÇÃO VALE
Módulo IV
COMPONENTES DA INFRAESTRUTURA
DAS OBRAS DE ARTE ESPECIAIS
Neste módulo, você entenderá que a infraestrutura de uma ferrovia é composta por todos os
elementos que transmitem os carregamentos diretamente para o terreno, distribuindo-os
adequadamente.
Descobrirá, também, que a escolha da infraestrutura de uma ponte ou viaduto depende de vários
fatores que devem ser levados em consideração, tais como: função, topografia, natureza do solo etc.
Para este curso, interessa o estudo de pontes, viadutos e túneis, que serão analisados a seguir.
Pesquisando
Observando
VALER - EDUCAÇÃO VALE
TÚNEIS
Pesquisando
TÚNEIS DE TRÁFEGO
Observando TÚNEIS ADUTORES
São os túneis ferroviários, rodoviários, passagens de São os túneis para hidrelétricas, plantas industriais,
pedestres, túneis para navegação e metrô. esgotos, condutores de utilidade pública e dutos de água.
Implantação
>>estudos preliminares;
>>estudos de viabilidade;
>>projeto executivo.
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> >xisto – nome dado às rochas metamórficas cujos minerais são visíveis a olho nu e
dispostos com a mesma orientação – conferindo à rocha um aspecto folheado típico;
ESTUDOS DE VIABILIDADE
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Nesta fase são avaliadas características como: rampa máxima, superelevação, tangentes mínimas,
curvas de transição, entre outras.
O traçado será definido, nessa fase, com o projeto em planta e em perfil. Definem-se o traçado e o
greide e projeta-se a seção transversal observando:
>>gabarito especificado;
>>tipo, resistência, umidade e pressões no terreno;
>>método de ataque;
>>tipo e espessura do revestimento;
>>seção singela ou dupla.
VALER - EDUCAÇÃO VALE
Emboques
Representam a situação de terreno que será encontrada durante a execução da obra de arte.
Método de ataque
Baseia-se:
Nos métodos característicos do tipo de rocha e terreno, têm-se túneis: em rocha alterada ou solo e
em rocha sã.
Usado quando o terreno está na altura limite do arco, ou seja, na meia seção, e não
Método belga consegue suportar o peso da carga. Constrói-se, então, uma galeria central superior, o
alargamento transversal e os cachimbos alternados com concretagem no pé direito.
Usado quando o terreno não tem capacidade de sustentação de cargas na meia seção.
Método alemão Consiste na construção de galerias laterais no nível do greide, no alargamento com
contagem da abóbada e na escavação do núcleo.
Usado em terrenos com elevada pressão lateral. Escava-se um arco invertido, trabalha-se
Método italiano
nas galerias inferiores, fazendo seu alargamento e escavando-se o núcleo.
Consiste no ataque de uma só vez em toda a seção ou na meia seção – de acordo com o
Sistema Bernold
caso específico.
Avanço com shield Equipamento que permite escavar, remover o material e proteger o vão em execução .
Túneis em rocha sã
Utilizam-se explosivos para a escavação da rocha por meio de uma seção superior que será rebaixada,
pela galeria piloto que será largada, pela plena seção ou por variações destes três métodos.
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Observando
Escoramento e revestimento
Este tipo de escavação subterrânea gera uma instabilidade na região, variável de acordo com a
natureza do material. Entretanto, há o efeito de domo ou período de sustentação própria, em que a
frente da seção escavada é estável mesmo sem suporte por um período ilimitado, acontecendo o
mesmo com as rochas sãs. Você verá, agora, três particularidades relacionadas a esse efeito.
a. Efeito de arqueamento - útil quando se trata de materiais granulares como areia ou rocha em
blocos. Nestes materiais a formação de uma cavidade em equilíbrio estável depende de grandezas
como altura da cavidade, largura, diâmetro médio dos grãos e porosidade dos elementos.
b. Efeito de ponte - utilizado quando se trata de materiais com xistosidade ou estratificação acentuada.
As grandezas envolvidas neste processo são: largura e altura da cavidade; espessura e comprimento
das camadas; posicionamento do túnel em relação à xistosidade ou estratificação.
c. Efeito de coesão - aplicado com material puramente coesivo, como argila, rocha sã ou maciça. A
estabilidade deste método dependerá do equilíbrio entre o peso do material e a força resultante
da coesão ao longo das superfícies de escorregamento. Se o peso do material acima da cavidade
for maior que a força resultante da coesão, o material enche a cavidade; se menor, haverá
equilíbrio na cavidade. É necessária a utilização de escoras de sustentação, ainda que de forma
provisória, a fim de conservar a seção escavada em sua totalidade.
Utilizado em solo, rocha alterada ou maciça com grande quantidade de fraturas como suporte
provisório. Constitui-se basicamente de perfis e trilhos, que podem ser de madeira e pedra.
Aparafusamento
Largamente utilizado em túneis, pode ser associado ao concreto projetado e à tela metálica.
Concreto projetado
Mais utilizado nos Estados Unidos e na Europa, funciona como um revestimento que distribui as
tensões que se encontram nas irregularidades da área escavada.
Serve ainda para preencher lacunas e espaços entre blocos, evitando deslocamentos e deformações.
Pode ser por via seca ou úmida e apresenta duas desvantagens: escorrimento e reflexão.
Concreto estrutural
É o escoramento definitivo para áreas com solo ou rocha alterada. É quase sempre associada ao
camboteamento, com o preenchimento das lacunas com argamassa a baixa pressão.
Drenagem interna
A construção de um túnel constitui uma drenagem natural que poderá gerar erosões superficiais ou
internas. A circulação das águas subterrâneas poderá ser de dois tipos: circulação porosa e circulação
de massa.
A circulação porosa acontece em solos e rochas finamente fragmentados e a de massa nas rochas
maciças Relembrando
afetadas por fraturas.
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Têm a finalidade de dar continuidade às estradas nos locais onde não é possível utilizar o recurso de
aterramento devido ao tipo de terreno, a cursos d’água ou a outros obstáculos.
As pontes são utilizadas para sobrepor rios, vales e braços de mar; os viadutos, para transpor áreas
secas como vales, vias que cruzam o mesmo caminho, grandes alturas de aterros e encostas pouco
estáveis, entre outros.
Infraestrutura
Pesquisando
Representa as fundações diretas ou indiretas. As diretas são as apoiadas sobre rochas ou terrenos de
alta resistência e as indiretas sobre estacas e pequenos tubos.
Observando
Essa área sustenta as pressões exercidas pela mesoestrutura no terreno onde está instalada a obra. É
constituída por blocos, sapatas, estacas, tubos e peças que interligam seus elementos com os
pilares.
Mesoestrutura
Relembrando
Superestrutura
É composta por lajes e vigas principais e secundárias, formando a área chamada de tabuleiro, que é a
parte útil da obra.
Os elementos constituintes dessa região recebem diretamente os esforços originários das cargas
móveis e os transmitem para a mesoestrutura.
Funções
A função viária tem o objetivo de transpor um obstáculo para dar continuidade à via e é
desempenhada por meio de: pistas de rolamento com ou sem acostamento, linha férrea com ou
sem lastro, passeios laterais, guarda-copos, barreiras de proteção etc.
A condução das cargas de ponte, de onde se encontram até o solo, é chamada de função estática. Este
trabalho é feito por lajes, vigas principais e secundárias, pilares, blocos de transição e fundação.
A ligação da obra com a estrada é facilmente detectada pela observação dos elementos situados
nas extremidades da obra, como: encontros, cortinas, alas laterais e muros auxiliares.
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rodoviária madeira
ferroviária pedra
Estrutura
Você verá exemplos de tipos estruturais de pontes e viadutos mais comumente encontrados.
Pontes em laje
Ponte em abóbada
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Pesquisando
Ponte pênsil ou suspensa
Observando
Viadutos de acesso
Sua construção é requerida quando, por exemplo, um rio está situado em um vale muito aberto. As
obras de acesso são constituídas por aterros ou viadutos.
Quando as encostas, onde serão construídas obras de arte especiais, apresentam grande inclinação
transversal é necessária a construção de viadutos desse tipo ou de muros de arrimo. É utilizado
devido ao volume de aterro exigido e pela dificuldade de manutenção da sua estabilidade.
Ponte provisória
É normalmente construída em madeira. Atualmente, as pontes de viga de aço em treliça estão sendo mais
utilizadas, apesar do seu custo mais elevado, devido ao fato de poderem ser desmontadas e reutilizadas.
Ponte flutuante
Torna-se necessária quando o greide de uma estrada não pode ser elevado o suficiente (no caso de
área navegável) para permitir a navegação. Quando estas pontes possuem diversos vãos, o estrado
móvel poderá ser encontrado em apenas uma delas.
Algumas pontes possuem dispositivos para movimentos de translação, como as pontes corrediças e
levadiças, ou de rotação, como as basculantes e as giratórias.
A figura a seguir reproduz uma ponte corrediça ou deslizante. Este tipo apresenta um deslocamento
horizontal na direção do eixo longitudinal.
Observe o estrado com o movimento de translação no plano vertical de uma ponte levadiça.
Pontes basculantes apresentam vão móvel girando ao redor de um eixo horizontal. Caso o vão seja
pequeno, ele fica situado em torno de um eixo apenas, em um dos extremos. O mais comum, no
entanto, é o vão estar dividido em duas partes iguais que giram em torno dos eixos que estão nos
dois extremos das pontes.
Já as pontes giratórias possuem estrado com movimento de rotação em torno de um eixo vertical,
com ângulo de rotação de 90º.
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Relembrando
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Infraestrutura
Infraestrutura
A escolhaPesquisando
da infraestrutura de uma ponte ou viaduto depende de vários fatores que devem ser
levados em consideração, tais como:
>>função;
Observando
>>topografia local;
>>natureza do solo;
>>gabaritos a serem obedecidos;
>>acessos;
>>localização;
>>tempo de execução previstos;
>>custos disponíveis para a obra.
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Fundações
Fundações
Os tipos de fundações que se pode encontrar em pontes ferroviárias são:
>>superficiais;
>>profundas.
Fundações superficiais
As fundações superficiais são construídas diretamente sobre o solo, cuja superfície se atinge por
processos de escavação manual ou mecânica. As fundações superficiais dividem-se em dois
tipos.
Blocos
São construídos com grandes alturas, de modo que não há necessidade de armação na fase inferior.
Eles podem ser construídos em alvenaria de pedra ou de concreto ciclópico. Nos blocos em concreto,
em geral se coloca uma malha de armadura construtiva na fase horizontal inferior – também para
proteger dos efeitos reológicos do concreto.
Sapatas
São projetadas com altura limitada, havendo necessidade de armaduras na face inferior. As sapatas
são, em geral, construídas em concreto armado. No caso de sapatas isoladas estas são usadas onde
se tenha carregamento pontual. Para muros normalmente se faz uso de sapata corrida.
Fundações profundas
As fundações profundas são necessárias quando o solo superficial não é capaz de suportar os efeitos
dos carregamentos e, portanto, é preciso alcançar maiores profundidades para encontrar um solo
melhor. Para este caso, usa-se elementos chamados estacas para transmitir o esforço até um solo
adequadamente resistente. As fundações profundas dividem-se em dois tipos.
Estacas
As estacas usadas nas fundações podem ser de madeira, aço ou concreto. As estacas de madeira são,
em geral, constituídas de peças roliças, descascadas e secas ao ar. As madeiras mais utilizadas são o
eucalipto, a aroeira e o ipê.
As estacas de aço são formadas por perfis laminados, simples ou compostos. As estacas de concreto
podem ser pré-moldadas ou moldadas no local. As pré-moldadas são feitas em concreto armado ou
protendido e, posteriormente, cravadas no solo. As estacas de concreto armado no local são
construídas com auxilio de um tubo metálico, que pode ser recuperável ou perdido.
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Fundações
TABELA 4.1: CARGA DE TRABALHO DE ESTACAS
CARGA DE
SEQ TIPO DE ESTACA DIÂMETRO TRABALHO COMPRIMENTO MÁXIMO TIPO DE SOLO
[TONELADAS]
01 Ø = 15 cm 10 05
PERMANENTEMENTE
02 MADEIRA Ø = 20 cm 15 10
SUBMERSO
03 Ø = 30 cm 30 15
04 Ø = 15 cm 07 04
BROCA SOLO COESIVO
05 Ø = 25 cm 10 06
06 Ø = 20 cm 10 12 ARGILA OU AREIA
STRAUSS
07 Ø = 30 cm 25 15 SEM ÁGUA
08 Ø = 20 cm 20 10
09 Ø = 25 cm 30 12 QUALQUER TIPO DE
PRÉ-MOLDADA
10 Ø = 30 cm 40 16 SOLO
11 Ø = 35 cm 60 20
12 AÇO Calcular conforme carga e características do solo local SOLO ROCHOSO
Relembrando
Tubulões
Pesquisando
A escavação pode ser executada a céu aberto ou sob ar comprimido, dependendo da presença de
água no terreno. Quando o lençol freático é profundo, usa-se a céu aberto, caso contrário usa-se a ar
comprimido. O diâmetro externo das camisas varia de 1.20 m a 3m. Devido ao grande risco
Observando
envolvido na execução deste tipo de fundação, não se recomenda seu uso para as novas obras, salvo
em caso de extrema necessidade.
VALER - EDUCAÇÃO VALE
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Estes muros podem ser separados em muros de concreto armado ou muros de gravidade.
MUROS DE GRAVIDADE
Os muros construídos com alvenaria de pedra apresentam rigidez elevada, com movimentos somente
por translação, sem apresentar deformações ou distorções significativas. Nos muros de pedras arrumadas
manualmente a sua resistência é resultado somente do embricamento dos blocos de pedra.
VALER - EDUCAÇÃO VALE
Relembrando
Estes muros são, em geral, economicamente viáveis apenas quando a altura não é superior a 4 metros.
Pesquisando
A sessão transversal é, usualmente, trapezoidal, com largura da base da ordem de 50% da altura
do muro. A especificação do muro com faces inclinadas ou em degraus pode causar uma
economia significativa de material. Para muros com face frontal plana e vertical deve-se
Observando
recomendar uma inclinação para trás (em direção ao terrapleno) de, pelo menos, 1:30 (cerca de 2
graus com a vertical) – de modo a evitar a sensação ótica de uma inclinação do muro na direção
do tombamento para frente.
Dreno de
areia
Barracã
Os furos de drenagem devem ser posicionados de modo a minimizar o impacto visual devido às manchas
que o fluxo de água causa na face frontal do muro. Alternativamente, pode-se realizar a drenagem na
face posterior (tardoz) do muro por meio de uma manta de material geosintético (tipo geotêxtil). Neste
caso, a água é recolhida através de tubos de drenagem adequadamente posicionados.
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Os muros de gabião são constituídos por gaiolas metálicas preenchidas com pedras arrumadas
manualmente e construídas com fios de aço galvanizado em malha hexagonal com dupla torção. As
dimensões usuais dos gabiões são: comprimento de dois metros e seção transversal quadrada com
um metro de aresta.
A rede metálica que compõe os gabiões apresenta resistência mecânica elevada. No caso da ruptura
de um dos arames, a dupla torção dos elementos preserva a forma e a flexibilidade da malha,
absorvendo as deformações excessivas. As principais características dos muros de gabião são a
flexibilidade, que permite que a estrutura se acomode a recalques diferenciais, e a permeabilidade.
A sua execução é simples e não requer mão de obra especializada. Pode ser executado manualmente
com blocos de rochas naturais ou artificiais.
Apresentam, geralmente, seção transversal, por problemas estéticos e de limitação de espaço, com
face externa vertical e tardoz com degraus internos. Do ponto de vista da estabilidade, recomenda-
se a existência de degraus também na face externa – com recuo mínimo de 20 cm entre camadas
sucessivas de gabiões.
MUROS EM FOGUEIRA
São estruturas formadas por elementos pré-moldados de concreto armado, madeira ou aço, que são
montados no local em forma de “fogueiras” justapostas e interligadas longitudinalmente. O espaço
interno é preenchido com material granular graúdo. São estruturas capazes de se acomodarem a
recalques das fundações e funcionam como muros de gravidade.
VALER - EDUCAÇÃO VALE
São constituídos por camadas formadas por sacos de poliéster ou similares e preenchidos por uma
mistura cimento-solo da ordem de 1:10 a 1:15 (em volume).
Esta técnica tem se mostrado promissora devido ao baixo custo e pelo fato de não requerer mão de
obra ou equipamentos especializados.
SECÇÃO PERSPECTIVA
Obturação de erosão
com solo ensacado
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No entanto, deve-se ressaltar que o muro de solo-pneus é uma estrutura flexível. Portanto, as
deformações horizontais e verticais podem ser superiores às usuais em muros de peso de alvenaria
ou concreto. Assim sendo, não se recomenda a construção de muros de solo-pneus para contenção
de terrenos que sirvam de suporte a obras civis pouco deformáveis, tais como estruturas de
fundações ou ferrovias.
O posicionamento das sucessivas camadas horizontais de pneus deve ser descasado de forma a
minimizar os espaços vazios entre pneus. A face externa do muro de pneus deve ser revestida para
evitar não só o carregamento ou erosão do solo de enchimento dos pneus, como também o
vandalismo ou a possibilidade de incêndios. O revestimento da face do muro deverá ser
suficientemente resistente e flexível, ter boa aparência e ser de fácil construção. As principais
opções de revestimento do muro são alvenaria em blocos de concreto, concreto projetado sobre
tela metálica, placas pré-moldadas ou vegetação.
As fitas metálicas devem possuir tratamento à corrosão e são fixadas às placas do paramento através
de parafusos. Estes oferecem as vantagens a seguir.
Os elementos de reforço são a componente chave das estruturas em Terra Armada. Na maioria dos
casos, utiliza-se, como reforço, armaduras de aço do tipo HA, de alta aderência, que são perfis
especiais de aço, zincados a fogo, de acordo com as especificações Terra Armada.
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O terrapleno também pode atuar como um estabilizador quando atua sobre o pé do muro de
contenção. Desta forma, o conjunto estrutural age como uma estrutura de gravidade com um tardoz
virtual na linha do pé.
MUROS L OU T INVERTIDO
Este tipo de muro, composto por uma laje de base, enterrada no terreno de fundação e uma face
vertical, é o tipo mais usual de muro de concreto armado. Esta base apresenta uma laje com
dimensão entre 50 e 70 % da altura do muro.
A face do muro trabalha à flexão e, no caso de grandes alturas, pode apresentar vigas de
enrijecimento. O paramento trabalha à flexão e, se necessário, pode empregar vigas de
enrijecimento – no caso de alturas maiores.
Para muros com alturas superiores a 5m é conveniente a utilização de contrafortes (ou nervuras)
para aumentar a estabilidade contra o tombamento. Tratando-se de laje de base interna, ou seja,
sob o terrapleno, os contrafortes devem ser adequadamente armados para resistir a esforços de
tração.
Relembrando
CORTINAS ATIRANTADAS
Pesquisando
O processo executivo de uma cortina pode ser descendente ou ascendente e é compreendida por:
>>execução
Observando
dos tirantes;
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Eles podem apresentar um sistema de reinjeção capaz de elevar a capacidade de carga e reutilizar
uma ancoragem com descolamentos excessivos no ensaio de recebimento. A cabeça do tirante é
protegida por uma tampa de concreto moldada no local após o corte dos cabos.
>>Trecho ou bulbo ancorado: com proteção dupla que inclui limpeza e pintura anticorrosiva,
seguido de proteção com tubo plástico corrugado com espessura superior a 2 mm. O espaço
anelar entre a barra de aço e o tubo é totalmente preenchido com calda de cimento.
>>Trecho livre: apresenta mesmo tipo de proteção, com limpeza e pintura anticorrosiva, e
recobrimento com tubo plástico liso com espessura maior que 1 mm. O espaço entre a barra
de aço e o tubo é preenchido com graxa.
>>Centralizadores: estão presentes no trecho injetado com espaçamento não superior a 2m.
Servem para garantir o correto posicionamento do tubo.
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Módulo V
PROCEDIMENTOS DE INSPEÇÃO
Neste módulo, você aprenderá os procedimentos de inspeção que devem ser seguidos na inspeção
de cada um dos diferentes grupos de elementos estruturais.
>>infraestrutura;
>>mesoestrutura;
>>superestrutura;
>>contenções.
Sempre que possível, o inspetor seguirá a ordem em que estão colocados os elementos no
desenvolvimento da inspeção.
Relembrando
É fundamental que o inspetor tenha em mente que a sua tarefa básica consiste
em pesquisar, quantificar e representar (registrar) ocorrências de natureza
patológica, ou seja, que possam, de alguma forma, afetar a capacidade estrutural
do conjunto ou a sua durabilidade.
A seguir, a título de orientação, é apresentado um roteiro básico para a inspeção de cada grupo, não
devendo, entretanto, o inspetor se ater às situações previstas, procurando sempre identificar
processos e situações não previstas.
Pesquisando
VALER - EDUCAÇÃO VALE
Para qualquer tipo de elementos estrutural temos que verificar, inicialmente, o seguinte:
A seguir serão mostrados todos os itens que deverão ser verificados, identificados, mapeados e
mensurados nas estruturas.
INFRAESTRUTURA DE PONTES
MESOESTRUTURA DE PONTES
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SUPERESTRUTURA DE PONTES
Falha no concreto.
Ocorrência de deformação excessiva (flecha), em especial, no meio do vão.
Evidências de desaprumo e desalinhamento entre elementos ou do Conjunto.
Ocorrência de fissuras ou trincas.
Defeitos superficiais na periferia do elemento.
Deterioração do material constituinte do elemento.
Evidências de esmagamento ou fissuração nas zonas de junção entre vigas (longarinas e
transversinas) ou entre estas e a laje.
Caso de viga-caixão – verificar se ocorre o acúmulo de água ou detritos no interior das estruturas.
CONCRETO Presença de elementos agressivos ao concreto.
ARMADO Onde exista armadura exposta, verificar corrosão.
Eventuais deslocamentos do estrado.
Danos provocados por impactos ou fogos.
Ângulos agudos onde pode ter trincas.
Áreas perto dos apoios onde possam ter trincas inclinadas por consequência de um esforço
cortante superior ao resistente.
Áreas mais solicitadas à tração onde podem acontecer fissuras e trincas – verificar a
importância destas trincas e a possibilidade de que as armaduras já estejam afetadas.
Áreas mais solicitadas à compressão, onde pode acontecer um esmagamento do concreto.
Áreas perto do dreno, onde pode existir um deterioro pela drenagem das águas.
Falha no concreto.
Ocorrência de fissuras ou trincas longitudinais nos flanges ou na proximidade da ancoragem
dos cabos.
Ocorrência de esmagamento do concreto na zona de ancoragem dos cabos de protensão.
Evidências de ruptura em fios constituintes dos cabos.
Onde exista armadura exposta, verificar corrosão.
Eventuais deslocamentos do estrado.
Se existem protendidos expostos, estes elementos estão expostos à corrosão muito rápida,
que pode levar ao colapso frágil.
CONCRETO Excesso de flecha na estrutura, que poderá indicar perda de protensão.
PROTENDIDO Deformações excessivas no vão.
Danos provocados por impactos ou fogos.
Para vigas caixão, examinar as zonas internas.
Ângulos agudos onde podem existir trincas.
Áreas perto dos apoios, onde possam existir trincas inclinadas por consequência de um
esforço cortante superior ao resistente.
Áreas mais solicitadas à tração, onde podem acontecer fissuras e trincas – verificar a
importância destas trincas e a possibilidade de que as armaduras já estejam afetadas.
Áreas mais solicitadas à compressão, onde pode acontecer um esmagamento do concreto.
Áreas perto do dreno, onde pode existir um deterioro pela drenagem das águas.
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SUPERESTRUTURA DE PONTES
ELEMENTOS EM TRAÇÃO
Ter especial cuidado nestes elementos já que podem ter uma falha Frágil.
Existência de fissuras e de sinais de corrosão.
Integridade das uniões, sendo de importância a revisão da corrosão dos elementos – sejam
rebites ou pinos.
Os elementos permanecem retilíneos, pois qualquer deformação muito grande pode ser
indício de troca do esforço no elemento.
ELEMENTOS EM COMPRESSÃO
Fissuração e corrosão.
Existência de detritos acumulados nos elementos.
TRELIÇA METÁLICA
VIGAMENTO DO ESTRADO
ELEMENTOS SECUNDÁRIOS
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CONTENÇÕES
Módulo VI
TERRAPLENAGEM
Neste módulo você conhecerá todo o conjunto de operações envolvidas no processo terraplenagem
e a importância do planejamento dessas ações para a construção de uma ferrovia.
>>conceituar terraplenagem;
>>descrever fatos marcantes da história da terraplenagem e dos equipamentos usados para realizá-la;
>>identificar os tipos de terraplenagem e as suas características;
>>identificar as operações básicas de terraplenagem e as suas características;
>>identificar os diferentes tipos de solos, as suas características e os equipamentos utilizados
para realizar a terraplenagem em cada um deles;
Histórico
Histórico
Terraplenagem é o conjunto de operações de escavação, carga, transporte,
descarga, compactação e acabamento, objetivando a realização de uma
determinada obra. Poderá ser definida como a operação de remoção ou
aplicação de material em uma determinada área para que se atinjam as cotas
estabelecidas nos projetos construtivos de pavimentos e/ou demais obras civis.
Pesquisando
Relembrando
Ainda em meados do século XIX, o instrumento utilizado para escavar era a pá de cavalo ou horse
drawn scraper, formada por uma caçamba dotada de lâmina de corte rebocada por tração animal.
Com a máquina a vapor surgiram as escavadeiras equipadas com shovel (pá) e montadas em vagões
para a utilização na construção ferroviária. Anos mais tarde, o desenvolvimento de motores a
combustão interna permitiu a redução do tamanho desses equipamentos.
Pesquisando
ENTRE 1920 E 1930 R. G. Le Tourneau desenvolve o primeiro scraper (raspador) rebocado por trator.
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Operações básicas
Operações básicas
Existem quatro operações características básicas que podem ser executadas por equipamentos
diversos de terraplenagem:
>>escavação;
>>carga do volume escavado;
>>transporte;
>>descarga e espalhamento.
Máquinas como o trator de esteira são capazes de executar sozinhas todas essas tarefas, algumas
Relembrando
simultaneamente. O mesmo pode ser feito por tratores com scraper, máquinas escavo-carregadoras,
entre outros equipamentos.
Escavação
Processo empregado para romper o solo compacto, tornando possível seu manuseio. São utilizadas
ferramentas cortantes como a faca da lâmina ou os dentes da caçamba de uma carregadeira.
Relembrando
Quando o solo for muito compacto deve-se tratá-lo previamente para que não
se torne tão resistente durante o trabalho / processo de escarificação.
Pesquisando
Observando
VALER - EDUCAÇÃO VALE
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Solos
Solos
A grande variação dos tipos de solo influencia, significativamente, a determinação dos tipos de
equipamentos a serem utilizados e a estimativa do tempo a ser gasto em cada área.
Assim, utiliza-se a Tabela de Classificação, vista mais adiante, para apoiar o desenvolvimento da
operação de terraplenagem.
CLASSIFICAÇÃO
PRIMEIRA CATEGORIA
SEGUNDA CATEGORIA
TERCEIRA CATEGORIA
> >A remuneração nessa categoria pode chegar a seis vezes o valor da primeira.
> >Exemplos mais comuns: blocos de rocha maiores que 1 m 3
e rocha sã.
Como pode ocorrer uma transição gradual em camadas de tipos de solo, torna-
se difícil o trabalho de classificação, especialmente na presença de rochas que
podem dificultar a classificação.
Relembrando
Pesquisando
Pode-se concluir que o critério adotado pode não ser o mais eficiente, mas ainda é o método mais
utilizado nesse tipo de cálculo.
Observando
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Solos
EMPOLAMENTO DOS SOLOS
O fator de empolamento é a relação entre o volume solto e o volume em estado natural, sendo o
primeiro volume maior e com peso específico menor que o segundo.
Relembrando
= fator de empolamento
= volume solto
= porcentagens de empolamento
Pesquisando
A compactação é um dos requisitos para poderem ser utilizados nas obras de terraplenagem,
garantindo ao aterro regularidade, resistência e impermeabilidade
Observando
VALER - EDUCAÇÃO VALE
Pesquisando
Elementos de um talude
Como pode ser observado na figura a seguir, no corpo do talude fica a sua fundação e sua inclinação
não provoca movimentos ou gera instabilidade.
Observando
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Solos
Tipos de movimento
Para classificar o movimento, utiliza-se a Escala de Vernes, que permite, também, adotar soluções
preventivas e permanentes.
Observe.
Rápido
1,5 m/dia
Moderado 1.5 m/semana Escorregamento
1.5 m/mês
Lento
Muito lento 1.5 m/ano
Rastejo
Extremamente lento Melhor que 0,3 m/5 anos
Serviços preliminares
São exigidos alguns trabalhos prévios à execução das atividades de terraplenagem, que serão
mostrados a seguir.
Um ponto comum na construção de um canteiro é sua máxima proximidade da região central onde é
feita a obra, sendo a sua localização estratégica.
Outro fator importante é que a movimentação dos equipamentos pode se tornar onerosa demais
para a obra em questão.
>>bushcutter - lâmina em forma de “v”, com a parte interior perfurada que permite escavar e
reter blocos de pedra simultaneamente.
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Sua função é escavar em seção mista, fazendo ao mesmo tempo o corte e o aterro.
São utilizados quando a distância entre os centros de gravidade de corte e de aterro é pequena.
São feitos com trator de esteiras com lâmina, que escava, transporta e espalha o material ao mesmo
tempo. Por isso apresentam custos reduzidos.
Sua função é permitir a passagem dos equipamentos de pneus, preparando áreas para manobra e
aterro, inclusive.
Além disso, é obrigatória a correção quando a inclinação lateral do terreno é muito grande – a fim de
que o motoscraper possa iniciar a escavação na crista do corte.
Deve-se espalhar o aterro em camadas uniformes com tratores de esteira para permitir a
compactação feita com outros equipamentos.
Escarificação
Os tratores de esteira de grande porte normalmente possuem escarificadores que são úteis em
terrenos muito compactos, pois quebram a resistência ao corte e permitem o trabalho de sua
remoção com ajuda do motoscraper.
VALER - EDUCAÇÃO VALE
Emprego de pusher
Pushers são tratores de esteira, com lâmina comum ou especial, utilizados para movimentar o
motoscraper no trajeto da carga.
Unidades escavo-transportadoras
São utilizadas na execução de terraplenagem, em uma faixa extensa de distâncias médias e longas,
para os trabalhos em que não se pode utilizar lâmina, carregadeiras ou caminhões.
O manuseio racional, resultado de um planejamento visando a redução de custos, pode ser feito por
meio da combinação de ciclos individuais – como pode ser observado a seguir.
A imagem mostra a economia de tempo com a simples eliminação de duas manobras na região de
corte. Assim:
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POSIÇÃO
OPERAÇÃO
LÂMINA DE FUNDO (1) AVENTAL (2) EJETOR (3)
Unidades escavo-carregadoras
A fim de evitar a perda de tempo com o posicionamento de unidades transportadoras, utiliza-se uma
escavadeira com duas unidades – que funcionam alternadamente para carregamento e posicionamento.
Utilizada para a:
>>remoção de solos moles, com excesso de umidade e com presença de matéria orgânica;
>>abertura de valas em grandes dimensões sem escoramento;
>>abertura de canais de drenagem, corta-rios e limpeza de cursos d’água.
São utilizadas basicamente para os mesmos elementos da dragline, porém apresentam dois
diferenciais: possuem raio de ação bastante reduzido em relação ao equipamento dragline e não
apresentam arrasto da caçamba, permitindo seu uso dentro de valsas e poços.
Destinam-se à escavação em um nível inferior ao que se encontra, atuando também nas mesmas
áreas que a dragline. Porém, possuem raio de alcance reduzido e se limitam à abertura de valas de
largura reduzida, diferente do clamshell.
VALER - EDUCAÇÃO VALE
Carregadeiras de esteira
Apresentam larga utilização nas mais variadas tarefas, destacando-se na escavação de cortes e
aterros com grande distância, exigindo o emprego de máquinas transportadoras.
Carregadeiras de pneus
Seu emprego se limita a terrenos firmes, com pouca umidade, sendo utilizadas para corte e carga de
materiais de fácil desagregação como areias, pedregulhos e cascalhos, pedra britada e rocha
fraturada ou quando a carga necessite de grande economia de tempo.
As carretas são utilizadas tanto para o transporte de máquinas de terraplenagem quanto para
materiais de construção ensacados. São rebocados por cavalos mecânicos ou por tratores de pneus.
Motoniveladoras
Escarificadores
Também chamados de rooters, os escarificadores são utilizados para auxiliar no desmatamento, para
desagregar ou para descompactar terrenos duros.
Normalmente são tracionados por trator e constam de uma plataforma pesada com rodas metálicas
maciças e providas de dentes na parte traseira inferior.
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Compactadores
Podem ter rodas de aço, mais utilizadas na pavimentação; ter rolos de três rodas para a compressão
de camadas de agregados graúdos; apresentar os chamados rolos pés de carneiro – indicados para
materiais com coesão.
Rolo pé de carneiro
Irrigadeiras
Possuem chassis de caminhão que suportam um tanque de água com motor a bomba – utilizado no
seu enchimento e na irrigação.
Valetadoras
São usadas na abertura mecânica de valetas. São formadas por várias caçambas ou canecas
cortantes tracionadas por um trator. Na parte de trás encontra-se uma peça acabadora.
Veja a seguir uma sequência de imagens que ilustram alguns equipamentos de terraplenagem.
FIGURA 6.1: A ESTEIRA METÁLICA PERMITE O USO DO TE EM QUASE TODOS OS TIPOS DE TERRENOS.
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Referência bibliográfica
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Equipamento
Referência utilizados na terraplenagem
bibliográfica
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