Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1471374449EBook Delegado Lei de Combate As Organiza Es Criminosas PDF
1471374449EBook Delegado Lei de Combate As Organiza Es Criminosas PDF
À LEI DE COMBATE
ÀS ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS
(LEI Nº 12.850/2013)
Sumário
I - TIPO PENAL DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA....................................................3
II - DA INVESTIGAÇÃO E DOS MEIOS DE OBTENÇÃO DA PROVA..........................9
III - DA COLABORAÇÃO PREMIADA....................................................................10
IV - DA AÇÃO CONTROLADA..............................................................................20
V - DA INFILTRAÇÃO DE AGENTES......................................................................25
VI - DO ACESSO A REGISTROS, DADOS, DOCUMENTOSE INFORMAÇÕES.........29
VII – CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................31
BIBLIOGRAFIA....................................................................................................32
Partindo do conceito do art. 1º, § 1º, pode-se afirmar que, além da pluralidade de
agentes, o tipo penal demanda estabilidade e permanência. Ausentes tais requisitos,
pode-se estar diante de um mero concurso de pessoas.
Sujeito ativo: qualquer pessoa, desde que se identifique, no mínimo, quatro pessoas
(crime de concurso necessário).
Obs.: esse número mínimo de 4 associados pode ser constituído, inclusive, por
inimputáveis, bem como associados não identificados, bastando haver provas de que
naquela organização havia, no mínimo, 4 pessoas.
Classificação: crime comum (qualquer pessoa pode praticar); formal (não exige a
consumação de qualquer resultado naturalístico); de forma livre; comissivo; misto
alternativo (pode o agente praticar uma ou mais conduta das previstas que ainda assim
configura apenas um crime); permanente, cuja consumação se prolonga no tempo enquanto
perdurar a organização; de perigo abstrato (potencialidade lesiva presumida por lei);
plurissubjetivo (demanda várias pessoas para sua concretização); plurissubsistente
(praticado em vários atos).
Art. 2º, § 1º, “Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de qualquer forma, embaraça a
investigação de infração penal que envolva organização criminosa”.
Pratica este crime pessoa que não pertença à organização criminosa, mas que,
de qualquer forma, passa a embaraçar a investigação de uma organização criminosa ou
crime por ela praticado.
Art. 2º, § 2o “As penas aumentam-se até a metade se na atuação da organização criminosa
houver emprego de arma de fogo”.
Logo, não se aplica esta majorante para o uso de qualquer arma, mas apenas
armas de fogo. Ademais, de acordo com os tribunais superiores, é dispensável a apreensão
da arma, bastando apenas a prova inequívoca de sua utilização.
“(...) está aí mais uma clara influência da teoria do domínio do fato, pois,
nos seus termos, autor é não só quem executa a ação típica (autoria
imediata), como também aquele que tem o poder de decisão sobre a
realização do fato. Aliás, o dispositivo em questão foi além, punindo de
maneira mais severa a conduta daquele que exerce o comando da
organização criminosa”.
“Art. 2º, § 4o A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços):
I - se há participação de criança ou adolescente;
II - se há concurso de funcionário público, valendo-se a organização
criminosa dessa condição para a prática de infração penal;
III - se o produto ou proveito da infração penal destinar-se, no todo ou em
parte, ao exterior;
IV - se a organização criminosa mantém conexão com outras organizações
criminosas independentes;
V - se as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade da
organização”.
Art. 5º, § 6o A condenação com trânsito em julgado acarretará ao funcionário público a perda do
cargo, função, emprego ou mandato eletivo e a interdição para o exercício de função ou cargo
público pelo prazo de 8 (oito) anos subsequentes ao cumprimento da pena.
Art. 2º, § 7o Se houver indícios de participação de policial nos crimes de que trata esta Lei, a
Corregedoria de Polícia instaurará inquérito policial e comunicará ao Ministério Público, que
designará membro para acompanhar o feito até a sua conclusão.
Logo, quem investiga agente policial, de acordo com esta disposição legal, é a
própria Polícia, sob fiscalização do Ministério Público. Trata-se de desdobramento do
controle externo da atividade policial exercido pelo MP. Este dispositivo visa a garantir a
eficiência das investigações, impedindo-se omissões decorrentes de corporativismos.
Obs.: além dos dispositivos citados, a lei 12.850/13 criou ainda outros novos tipos penais,
em especial, buscando resguardar a eficiência dos meios extraordinários de obtenção de
prova (Art. 18. Revelar a identidade, fotografar ou filmar o colaborador, sem sua prévia
autorização por escrito; Art. 19. Imputar falsamente, sob pretexto de colaboração com a
Justiça, a prática de infração penal a pessoa que sabe ser inocente, ou revelar informações
sobre a estrutura de organização criminosa que sabe inverídicas; Art. 20. Descumprir
determinação de sigilo das investigações que envolvam a ação controlada e a infiltração de
agentes; Art. 21. Recusar ou omitir dados cadastrais, registros, documentos e informações
requisitadas pelo juiz, Ministério Público ou delegado de polícia, no curso de investigação ou
do processo...).
I - colaboração premiada;
II - captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos;
III - ação controlada;
IV - acesso a registros de ligações telefônicas e telemáticas, a dados cadastrais
constantes de bancos de dados públicos ou privados e a informações eleitorais ou
comerciais;
V - interceptação de comunicações telefônicas e telemáticas, nos termos da legislação
específica;
Conceito
Previsão legal
Requisitos legais
Obs.: voluntariedade significa agir livre de qualquer coação física ou moral, embora não seja
necessária a espontaneidade.
Havendo colaboração premiada, o juiz pode tomar uma das seguintes medidas
(art. 4º, caput):
a) conceder o perdão judicial, com a conseqüente extinção da punibilidade
b) condenar o réu, porém, reduzindo a pena em até 2/3
c) substituir a pena privativa de liberdade por restritiva de direitos do art. 43 do CP
Se a colaboração for depois da sentença, caberá:
a) redução da pena até a metade ou
b) progressão de regime, ainda que ausentes os requisitos objetivos.
-> 2ª corrente – segundo Nucci (2014), o não oferecimento da denúncia não seria
permanente e não equivaleria ao arquivamento, vez que toda colaboração somente recebe
o prêmio, seja ele qual for, passando por juiz. Além disso, o arquivamento, puro e simples,
não fornece nenhuma segurança ao delator, que poderá ser chamado a depor e não poderá
recusar-se, nem invocar medidas de proteção. Há um termo de acordo de colaboração
premiada a ser feito por escrito e a ser devidamente homologado pelo juiz, que deve avaliar
a sua regularidade, legalidade e voluntariedade. Ademais, segundo se sabe, o arquivamento
pode provocar processo-crime posteriormente, desde que surjam provas novas. Nucci
defende a aplicação do prazo previsto no § 3º para o não oferecimento da denúncia, ou
seja, de até seis meses, prorrogáveis por igual prazo.
- a investigação deve ocorrer em harmonia com - “a autoridade mais indicada para saber quais
as linhas de pensamento, de elucidação e de as necessidades da investigação em
estratégia firmadas pelo MP, “pois é a este que desenvolvimento, e a utilização da colaboração
tocará decidir sobre propositura da ação penal e premiada constitui um dos possíveis caminhos a
acompanhar todas as vicissitudes dela, até final serem trilhados na busca pela verdade e na
julgamento”. formação do convencimento jurídico acerca dos
fatos durante a investigação policial”
Atuação do juiz
O juiz deve ser imparcial. Em razão disso, a lei, corretamente, o exclui das
negociações entre o Estado e o delator (art. 4.º, § 6.º). Porém, uma vez celebrado o
acordo, o respectivo termo, acompanhado das declarações do colaborador e de cópia da
investigação, será remetido ao juiz para homologação, cabendo ao magistrado verificar a
regularidade, legalidade e voluntariedade do ato, podendo para este fim, sigilosamente,
ouvir o colaborador, na presença de seu defensor (art. 4.º, § 7.º). É possível que o juiz
recuse a homologação do acordo, caso entenda não preenchidos os requisitos legais, ou,
ainda, que realize uma adequação ao caso concreto (art. 4.º, § 8.º).
Direito ao silêncio
Do sigilo
Aliás, a lei afirma outrossim que, ainda que beneficiado por perdão judicial ou
não denunciado, o colaborador poderá ser ouvido em juízo a requerimento das partes ou
por iniciativa da autoridade judicial (§ 12).
Por cautela, a lei especifica que “sempre que possível” (quando os meios
estiverem disponíveis no local da investigação), o registro dos atos de colaboração será feito
pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica similar,
inclusive audiovisual, destinados a obter maior fidelidade das informações (§ 13).
O CPP, em seu art. 197, já estabelecia que “o valor da confissão se aferirá pelos
critérios adotados para os outros elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá
confrontá-la com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas existe
compatibilidade ou concordância”. De igual forma, o § 16 do art. 4º reproduz o caráter de
relatividade conferido à confissão do réu também ao instituto da colaboração premiada, ao
afirmar que “nenhuma sentença condenatória será proferida com fundamento apenas nas
declarações de agente colaborador”. Isto porque a colaboração pode ter vários interesses
escusos, inclusive vingança, abrangendo mentiras e falsidades. Daí por bem o legislador
atribuir expressamente valor probatório relativo.
IV - DA AÇÃO CONTROLADA
Conceito
De igual forma, a Lei de Lavagem de Capitais (Lei 9.613/1998), em seu art. 4º-
B, preleciona que “(...) poderão ser suspensas pelo juiz, ouvido o Ministério Público” a ordem
de prisão e as medidas assecuratórias (art. 4º-B).
Questão interessante surge com a Lei 12.850/2013, cuja previsão legal do art.
8º, § 1º, assevera que o retardamento da intervenção policial ou administrativa “(...) será
previamente comunicado ao juiz competente que, se for o caso, estabelecerá os seus limites e
comunicará ao Ministério Público” (art. 8º, § 1º). Verifica-se que o legislador, neste caso,
não fez referência à necessidade de prévia autorização judicial, sendo certo que, caso
quisesse, teria feito de forma clara e expressa, como ocorre na infiltração de agentes, em
que a Lei 12.850/2013 afirma que “será precedida de circunstanciada, motivada e sigilosa
autorização judicial, que estabelecerá seus limites”.
Conclui-se, portanto, que a Lei 12.850/2013 não exige para a ação controlada a
prévia autorização judicial, bastando a comunicação prévia. Acertada a decisão do
legislador, vez que, de um lado, a exigência de prévia autorização judicial poderia
comprometer as investigações, vez que os fatos, muitas das vezes, podem se desenrolar de
uma maneira muito rápida, exigindo-se, também, rápidas tomadas de decisões, tornando-se
inviável aguardar uma decisão judicial, que pode demorar alguns dias. Por outro lado, o
aviso prévio possibilita uma fiscalização da ação controlada por parte do Poder Judiciário,
(...) à míngua de previsão legal, não há como se reputar nulo o procedimento investigatório
levado à cabo na hipótese em apreço, tendo em vista que o artigo 2º, inciso II, da Lei
n. 9.034/95 não exige a prévia autorização judicial para a realização da chamada "ação policial
controlada", a qual, in casu , culminou na apreensão de cerca de 450 kg (quatrocentos e
cinquenta quilos) de cocaína. 2. Ademais, não há falar-se na possibilidade dos agentes policiais
virem a incidir na prática do crime de prevaricação, pois o ordenamento jurídico não pode
proibir aquilo que ordena e incentiva. (STJ, HC 119.205/MS)
Logo, será possível que a autoridade policial invoque o art. 8º, § da Lei
12.830, bastando apenas a comunicação prévia ao magistrado.
AÇÃO CONTROLADA
QUADRO COMPARATIVO
LEI DAS ORGANIZAÇÕES LEI DE TÓXICOS LEI DE LAVAGEM DE
CRIMINOSAS CAPITAIS
“Consiste a ação controlada “Em qualquer fase da “A ordem de prisão de
em retardar a intervenção persecução criminal relativa aos pessoas ou as medidas
policial ou administrativa crimes previstos nesta Lei, são assecuratórias de bens,
CONCEITO relativa à ação praticada por permitidos, além dos previstos direitos ou valores poderão
LEGAL organização criminosa ou a em lei, mediante autorização ser suspensas pelo juiz,
ela vinculada, desde que judicial e ouvido o Ministério ouvido o Ministério Público,
mantida sob observação e Público, os seguintes quando a sua execução
acompanhamento para que a procedimentos investigatórios imediata puder
medida legal se concretize no (...) a não-atuação policial sobre comprometer as
momento mais eficaz à os portadores de drogas, seus investigações”
formação de provas e precursores químicos ou outros (art. 4º-B)
obtenção de informações” produtos utilizados em sua
(art. 8º) produção, que se encontrem no
território brasileiro, com a
finalidade de identificar e
responsabilizar maior número
de integrantes de operações de
tráfico e distribuição, sem
prejuízo da ação penal cabível”.
(art. 53, II)
- não há necessidade de
ordem judicial
- basta a prévia comunicação
Obs.: Inicialmente, a entrega vigiada foi idealizada apenas para os casos de drogas. Todavia,
com o passar dos anos, sua utilização acabou sendo estendida para outros crimes, como o
tráfico de armas, tráfico de animais, obras de arte, lavagem de capitais, dentre outros bens
que possam ser enviados através de correspondência.
V - DA INFILTRAÇÃO DE AGENTES
Conceito
Previsão legal
O instituto em tela foi inicialmente tratado pela Lei 9.034/95 (antiga legislação
das organizações criminosas, art. 2º, V) e na Lei 11.343/06 (Lei do Tráfico de Drogas, art. 53,
I). Porém, agora, com a Lei 12.850/2013, o legislador, enfim, regulamentou de maneira
detalhada o assunto, trazendo requisitos, procedimento, direitos do agente infiltrado, sua
responsabilidade etc.
Requisitos
Procedimento
A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 (seis) meses, sem prejuízo de
eventuais renovações, desde que comprovada sua necessidade (art. 10,§ 3º). Tem-se, aqui,
um prazo mais coerente com a complexidade desta técnica de investigação (ao contrário do
que ocorre com o exíguo prazo de 15 dias, prorrogáveis, previsto para a interceptação
telefônica na Lei 9.296/96).
Sustação da atividade
A lei determina que “havendo indícios seguros de que o agente infiltrado sofre
risco iminente, a operação será sustada mediante requisição do Ministério Público ou pelo
delegado de polícia, dando-se imediata ciência ao Ministério Público e à autoridade judicial”
(art. 12º, § 3º). O interesse maior aqui é preservar a integridade física e a própria vida do
agente infiltrado. Trata-se, aliás, de próprio direito do agente infiltrado fazer cessar a
atuação infiltrada (O art. 14 traz os seguintes direitos do agente infiltrado: “I - recusar ou
fazer cessar a atuação infiltrada;”)
Para que seja útil a infiltração, o agente, muitas das vezes, deverá contribuir na
prática de infrações penais, seja para mostrar lealdade e confiança no grupo, seja para
acompanhar os demais. Daí a lei estabelecer que “não é punível, no âmbito da infiltração,
(...) o agente se infiltra em organização criminosa voltada a delitos financeiros; não há cabimento em
matar alguém somente para provar lealdade a um líder. Por outro lado, é perfeitamente admissível
que o agente promova uma falsificação documental para auxiliar o grupo a incrementar um delito
financeiro. No primeiro caso, o agente responderá por homicídio e não poderá valer-se da excludente,
visto a desproporcionalidade existente entre a sua conduta e a finalidade da investigação. No
segundo, poderá invocar a inexigibilidade de conduta diversa, pois era a única atitude viável diante
das circunstâncias.
“O teor das comunicações efetuadas pelo telefone e os dados transmitidos por via telefônica são
abrangidos pela inviolabilidade do sigilo - artigo 5.º, inciso XII, da Constituição Federal -, sendo
indispensável a prévia autorização judicial para a sua quebra, o que não ocorre no que tange aos
dados cadastrais, externos ao conteúdo das transmissões telemáticas. Não se constata
ilegalidade no proceder policial, que requereu à operadora de telefonia móvel responsável pela
Estação Rádio-Base o registro dos telefones que utilizaram o serviço na localidade, em dia e hora
da prática do crime. A autoridade policial atuou no exercício do seu mister constitucional,
figurando a diligência dentre outras realizadas ao longo de quase 7 (sete) anos de investigação”
(HC 247331/RS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, 6ª. Turma, DJ 21.08.2014, DJe
03.09.2014).
O art. 16 da lei em estudo, por sua vez, estipula que “as empresas de
transporte possibilitarão, pelo prazo de 5 (cinco) anos, acesso direto e permanente do juiz, do
Ministério Público ou do delegado de polícia aos bancos de dados de reservas e registro de
viagens”. Tal disposição, sem dúvidas, facilitará bastante a investigação criminal, vez que
tornará mais viável o acompanhamento do deslocamento de pessoas suspeitas de
envolvimento com a criminalidade organizada.
O art. 17, a seu turno, estabelece que “as concessionárias de telefonia fixa ou
móvel manterão, pelo prazo de 5 (cinco) anos, à disposição das autoridades mencionadas no
art. 15, registros de identificação dos números dos terminais de origem e de destino das
ligações telefônicas internacionais, interurbanas e locais”.
Obs.: em 2013, a Associação Nacional das Operadoras de Celulares (Acel) ajuizou a Ação
Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5063 contra os artigos 15, 17 e 21 da lei,
argumentando que a matéria não poderia ser regulamentada por lei ordinária, mas sim por
lei complementar. Em relação aos citados arts. 15 e 17 da Lei 12.850/2013, alega ainda que,
em ambos os dispositivos, há violação ao artigo 5º, inciso X, da Constituição, que trata da
inviolabilidade do direito à intimidade do indivíduo. Para a Acel, a norma, ao permitir que o
delegado de polícia e o Ministério Público possam requisitar “quaisquer informações,
documentos e dados pertinentes à investigação criminal, sem que haja ponderação judicial
que determine esta medida”, afronta o princípio constitucional de proteção à privacidade e
ao sigilo das comunicações. Quanto ao artigo 21, a Acel afirma que a imposição de pena de
seis meses a dois anos de reclusão mais multa pela omissão dos dados cadastrais fere o
princípio constitucional da proporcionalidade.
A lei prescreve ainda que o sigilo da investigação poderá ser decretado pela
autoridade judicial competente, para garantia da celeridade e da eficácia das diligências
investigatórias, assegurando-se ao defensor, no interesse do representado, amplo acesso
aos elementos de prova que digam respeito ao exercício do direito de defesa, devidamente
precedido de autorização judicial, ressalvados os referentes às diligências em andamento
(art. 23). Sem dúvida, não haveria sentido em autorizar o defensor a acompanhar a
diligência em plena realização, sob pena de frustração da medida.
ADEPOL ALAGOAS. Acesso a dados cadastrais de investigado por delegado de polícia e pelo
MP é constitucional, diz PGR. Disponível em:
<http://www.adepolalagoas.com.br/noticias/2014/08/acesso-dados-cadastrais-de-
investigado-por-delegado-de-policia-e-pelo-mp-e-constitu>. Acesso em: 13/07/2016.
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS DELEGADOS DE POLÍCIA FEDERAL. AGU entende que delegados
podem fechar acordo de colaboração premiada. Disponível em:
<http://www.adpf.org.br/adpf/admin/painelcontrole/materia/materia_portal.wsp?tmp.edt.
materia_codigo=8104&tit=AGU-entende-que-delegados-podem-fechar-acordo-de-
colaboracao-prem#.V4CwyvkrLIU> . Acesso em: 13/07/2016
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS DELEGADOS DE POLÍCIA FEDERAL. Nova lei define organização
criminosa e outras situações. ADPF comemora aprovação e mostra principais inovações para
a Polícia Judiciária. Disponível em:
<http://www.adpf.org.br/adpf/admin/painelcontrole/materia/materia_portal.wsp?tmp.edt.
materia_codigo=5795>. Acesso em: 13/07/2016
BRASIL. Código Penal. Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Vade Mecum. São
Paulo: Saraiva, 2016.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Vade Mecum. São Paulo:
Saraiva, 2016.
BRASIL. Lei nº 7.492 de 16 de junho de 1986. Define os crimes contra o sistema financeiro
nacional, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em
13/07/2016.
BRASIL. Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990. Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos
do art. 5º, inciso XLIII, da Constituição Federal, e determina outras providências. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em 13/07/2016.
BRASIL. Lei 12.850 de 2 de agosto de 2013. Define organização criminosa e dispõe sobre a
investigação criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o
procedimento criminal; altera o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Penal); revoga a Lei no 9.034, de 3 de maio de 1995; e dá outras providências. Vade Mecum.
São Paulo: Saraiva, 2016.
BRASIL. Lei 13.260, de 16 de março de 2016. Regulamenta o disposto no inciso XLIII do art.
5º da Constituição Federal, disciplinando o terrorismo, tratando de disposições
investigatórias e processuais e reformulando o conceito de organização terrorista; e altera
as Leis nos7.960, de 21 de dezembro de 1989, e 12.850, de 2 de agosto de 2013. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em 13/07/2016.
CABETTE, Eduardo Luiz Santos. Nova lei do crime organizado (lei 12.850/13): delegado e
colaboração premiada. Disponível em <http://eduardocabette.jusbrasil.com.br/artigos>
acesso em 13/07/2016.
FILHO, Vicente Greco. A Entrega Vigiada e Suas Repercussões Penais. Disponível em <
http://www.cjlp.org/entrega_vigiada_suas_repercussoes_penais.html> Acesso em
13/07/2016.
LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação Criminal Especial Comentada. 2ª Ed. – São Paulo:
Juspodivm, 2014.
NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais penais – 8. ed. – vol. 2 – Rio de
Janeiro: Forense, 2014. Versão Epub.