Você está na página 1de 1

Kkkk O transporte na idade média 05 de Abril 01h24

Hoje resolvi variar para dar em tom de crônica uma breve passada pela história do transporte
na Idade Média

Bem, como todos já sabem, o veículo da moda era o cavalo oferecido nas modalidades individual
e coletiva – ficaremos com o segundo.

Pois bem, algumas viagens duravam meses, anos, e muitas vezes com ticket só de ida, poderia
ter no caminho bandidos, cavaleiros sem cabeça, bruxas, enfim, de tudo.

Felizmente hoje os tempos são outros,- a viagem é rápida, por exemplo, de Campo Grande a São
Carlos são menos de 16 horas, o banco é um console espaçoso, almofadado medindo quase a
largura de um caixão, quase o suficiente para um adulto de estatura média, -se não sentar
nenhum adulto do lado fica ainda melhor, caso contrário, pense nas inúmeros benefícios que
uma posição de yoga chamada axila invertida para lótus pode oferecer.

Ah, de quando em quando vc também se depara com piratas que são pegos transportando
especiarias não tributadas que, diferentemente dos cravos, absintos e sais para bruxaria do
passado, tem um efeito muito mais forte,- agora a conversa é direta com o Demo mesmo;E olha
que falo sério: hoje tinha uma pessoa que , não entendo muito disso, mas pelos sintomas
apresentados, ou estava sob o efeito de especiarias, ou possuída, ou esquizofrenia, ou tinha
TPM, difteria ou quem sabe era apenas uma atriz desconhecida achando que já possuía o status
de Latorraca e podia sair por aí falando com vozes estranhas e assustando as pessoas.

Ah, na volta fui também gentilmente acordado por um senhor que gritava às 02 da manhã –
parada de quinze minutos....alguém perguntou alguma coisa? Ta obrigado to aliviado agora por
essa relevante informação, vamos parar no meio do nada por quinze minutos. Outro senhor
aproveita e aparece para pedir a passagem e entrego a primeira que vejo na mochila, mas essa
é a de ontem me interpela, argumento, meu senhor estou dentro dessa diligência faz 9 horas,
não sei onde está ao comprovante que vc me pedi mas acredito que se eu tivesse opção ou a
má intenção de entrar clandestinamente num transporte seria num Motta ou num cruzeiro?
Deus que me Deu? Que tipo de Deus dá um fusca? Enfim, o sujeito não convencido com meus
argumentos busca em seu computador hightech – sacolinha com fichas de transportados fuça
daqui fuça dali e não acha nada – eu percebi isso mas ele finge que achou e diz com olhar
investigativo: ok dessa vez pode ir...Aí já resolvo descer um pouco do ônibus e treinar minha
apneia no banheiro do local, também trabalho a leitura contemplativa das inúmeras e belas
reflexões que se pode encontar numa porta de banheiro – como tem gente criativa- e
apaixonada e romântica –abraço para o Zeca mancebo topa tudo tel...89500...Saio do mictório
e entro na lanchonete – estômago de aço, vejo o chapeiro, cumprimento-o já que nos vemos
semanalmente e pergunto, como aliás faço todas as semanas: tem pão com manteiga?
Oferecido com letras garrafais no anúncio – resultado, a resposta de sempre: - Ih hoje tá em
falta – não sei por que pergunto, acho que é porque sou brasileiro e, sendo assim, sou otimista
e acredito que as coisas um dia irão melhorar. E assim a caravana segue seu curso, muitas
vivências e histórias para contar, espero não parecer um velhote ranzinza, são apenas relatos.
Finalizando, concluo minhas reflexões de hoje indagando de maneira admirada o quanto sofriam
os cidadãos da idade média.

Você também pode gostar