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Matéria de Psicologia e Medicina Legal
Matéria de Psicologia e Medicina Legal
1. INTRODUÇÃO1:
A medicina legal não é somente utilizada para o direito criminal. Ela atua em
diversos ramos direito, como o previdenciário; civil; trabalhista. *nasce com a
necessidade da ciência do direito.
Exemplos: (i) o Delegado de Polícia no instante de lavrar o boletim de
ocorrência de lesão corporal dolosa, onde ele analisa o hematoma
contundente, antes de encaminhar para perícia do Instituto Criminal; (ii) o
advogado na hora de elaborar quesitos ao perito, bem como interpretar
essa perícia; (iii) o Promotor de Justiça precisa conhecer medicina legal para
promover a justiça; (iv) do mesmo modo, o Juiz (perito dos peritos) precisa
conhecer medicina legal.
2. PERÍCIA MÉDICO-LEGAL:
2.5. Vivos:
Diagnostico de lesões corporais: com ou sem morte;
Determinação de idade e sexo: muitas vezes a idade causa dúvida ao
Juiz e é preciso saber a idade verdadeira de uma determinada
pessoa, ou mesmo o sexo real. Exemplo: casos em casamento (idade);
troca de sexo (transgenitalização); pseudo-hermafroditas (podem dar
origem a outro individuo sem ter parceiro sexual);
Diagnostico de gravidez, parto e puerpério (tempo que ocorre desde
o nascimento da criança e a expulsão da placenta até a volta do
organismo ao estado normal; útil em caso de infanticídio): “maternity
blues” (cientificamente não existe doença pós-parto, podem existir
diversos motivos, como: econômicos/financeiros, defesa da honra ou
“honoris causa”, possível psicopatia); *depressão ≠ estado depressivo.
Diagnostico de conjunção carnal ou ato libidinoso em casos de crimes
sexuais;
Determinação de paternidade e maternidade;
Comprovação de doenças venéreas ou moléstias graves: em doenças
do trabalho;
Doenças ou perturbações graves que interessam no estudo do
casamento, da separação e do divórcio;
Determinação do aborto.
3. ANTROPOLOGIA MÉDICO-LEGAL2:
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CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 7ª Edição, 2010.
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do que a outra, com base nas peles finas; que ele era manco com base no
peso dos ossos das pernas). *o perito deve ver e repetir.
_não existem dois iguais na natureza, pois apesar de possuírem quatro tipos,
os pontos característicos se diferenciam com base no sistema linear.
_são necessários doze pontos característicos para dar como positivo o
encontra de duas ou mais digitais.
_não existem duas digitais iguais mesmo sendo de uma mesma pessoa5.
4.1. Nomenclatura:
_verticilio: olho de um furacão.
_prisilha: Vucetich colocou esse nome ao observar os cadarços de seu tênis.
4.3.1. Cicatriz? Tem que ter uma indicação simbólica = “X” (quando impede
a identificação da impressão digital). **o X representa uma cicatriz que
impede a identificação de uma determinada impressão digital. ***qualquer
alteração é representada por X, sendo ela queimadura, incerto, corte.
Exemplo: V-X134.
Quando o desenho papilar for impossível de classificação, deformado por cicatrizes
e nas malformações, escreve-se X6.
5. TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL:
6 CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2011.
7 Site DireitoNet. Acesso em Fevereiro de 2015. Disponível em
<http://www.direitonet.com.br/ resumos/exibir/78/Identidade>.
8 4ª Aula (06 de março de 2015).
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5.1. Introdução: estuda todos os meios utilizados para causar lesões,
mediante violência sobre o corpo humano.
Se estudam as lesões corporais resultantes de traumatismos de ordem material ou
moral, danosos ao corpo ou à saúde física ou mental9.
9 CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2011.
10 CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2011.
11 CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2011.
12 5ª Aula (13 de março de 2015).
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b) Segunda Lei de Filhos: se múltiplas lesões puntiformes forem
provocadas numa região de linhas de forças iguais, todas
terão o mesmo sentido.
c) Lei de Langer: (existem regiões que possuem vários tipos de
linhas de força, como as costas que possuem quatro tipos, a
lei de langer é a atração no centro, onde ligam essas linhas
de força) quando uma lesão provocada por um instrumento
perfurante de médio calibre se localizar num encontro de
regiões de diferentes linhas de força, ela poderá assumir a
forma de um triângulo, um quadrado, um retângulo, e
outros.
Recapitulação: o perito ao analisar a lesão, desvendará qual foi à arma do
crime, haja vista que nem sempre ela estará presente. Por esse motivo se
torna importante o estudo da traumatologia.
Instrumentos cortantes: gume afiado (cortante) que desliza sobre o
tecido.
São os que, agindo por um gume afiado, por pressão e deslizamento, linear
ou obliquamente sobre a pele e os órgãos, produzem soluções de
continuidade chamadas feridas incisas.
Não existem feridas cortantes; cortantes são os instrumentos que as produzem.
A despeito de impropriedade semântica, reserva-se na prática o nome
incisão ou abscisão à ferida provocada por médico em ato operatório13.
Lesão: incisa ou ferida incisa ou ferimento inciso ou ainda incisão
(exemplo: navalha e bisturi). *instrumentos, bordas e lesões regulares,
não possuem gumes defeituosos. **instrumento que somente corta.
***a lesão não é cortante.
Características:
a) Fundo regular:
b) Hemorragia abundante: seccionar (cortar) vasos
sanguíneos.
c) Comprimento > profundidade: geralmente o comprimento
da lesão é maior do que a profundidade.
d) Cauda de escoriação na extremidade: onde terminou a
ação do instrumento. *risco na pele que ajudará o perito a
deduzir por onde entrou o instrumento (a abertura maior
será o ponto de entrada do instrumento).
_movimentos naturais (reações): não se planeja, visa
instintivamente o melhor resultado, objetivo. *analisar se a
lesão foi feita por um destro ou canhoto.
Lesão incisa feita sobre outra14: a segunda lesão não segue a linha
reta da qual foi produzida (Sinal de Chavigni). A primeira incisão já
tinha sido separada.
13 CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2012.
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Instrumentos contundentes: agem com uma superfície. Ao contrário
dos outros instrumentos, pode provocar diversas formas de lesões,
levando em consideração a forma do instrumento e seu peso, a
força do agente. Exemplo: notebook, tijolo, apagador, entre outros.
É todo agente mecânico, líquido, gasoso ou sólido, rombo, que, atuando
violentamente por pressão, explosão, flexão, torção, sucção, precursão,
distensão, compressão, descompressão, arrastamento, deslizamento,
contragolpe, ou de formas mista, traumatiza o organismo15.
Lesão: contusa (variações). *Quanto mais clara a pele, mais fácil será
o trabalho do perito. Tipos de lesão:
1. Eritema (ou rubefação): congestão de vasos sanguíneos.
*Avermelhamento do local atingido.
2. Escoriação: ação tangencial (arranca a epiderme) “restitutio ad
integrum”. *arrancamento da pele, popularmente conhecido
como ralado. **regeneração integral do tecido, ou seja, no
processo são criadas novas células.
3. Equimose: infiltração sanguínea nas malhas do tecido (ruptura
capilar). *advém de um traumatismo contundente que provoca
pequena hemorragia sanguínea. **é fruto de rompimento de
vasos de menor calibre, que dá vasamente de pouca quantidade
de sangue.
_edema traumático? Inchaço na lesão com água.
_hiposfagma? Hemorragia subconjuntival (em baixo da
conjuntiva).
_equimose-víbices (forma especial de equimose): são provocadas
por um instrumento cilíndrico, que romper os vasos sanguíneos que
infiltram as literais de onde o instrumento atingiu.
“Espectro Equimótico de Legram de Saulle”:
Degradação da Hemoglobina: depende de alguns fatores,
como a quantidade (volume) de sangue que vasou no
ferimento e se infiltrou no tecido adjacente (não é preciso, são
apenas diretrizes).
a) Vermelha: primeiro dia.
b) Violácea (violeta): segundo e terceiro dias.
c) Azul: quarto e quinto dias.
d) Verde: sexto ou oitavo dias.
e) Amarela: decimo dias.
f) Desaparece: entre 12 e 15 dias.
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CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2012.
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1- Tiro encostado: significa que a boca da arma foi encostado e
tudo o que sai, entra no corpo. É uma coisa imprevisível, irregular.
O perito sente as microbolhas e a pele que fica queimada com a
pólvora. *Crepitação gasosa – estourar (como se fosse plástico
bolha). Características:
a) Orifício irregular, denteado ou com entalhes (gás descola e
dilaceram os tecidos): não é previsível em decorrência da
pressão e explosão dos gases.
b) Crepitação Gasosa do tecido celular subcutâneo (por
infiltração dos gases) nas bordas das lesões.
c) Halo de Tatuagem: que desenha a boca e a mira da arma
na pele: queima a pele e a marca.
2- Tiro a curta distância (queima roupa): é assim conhecido, pois
queima a roupa em razão da curta distância, ou até mesmo
queima a pele. Características:
a) Ferida redonda ou oval: se encontra no orifício, e depende
da ovulação do projetil, ou seja, obliquidade.
b) Orla de Escoriação (arrancamento da epiderme pelo
movimento rotatório do projétil): os projéteis saem girando,
portanto, entra girando, arrancando a pele.
c) Bordas invertidas: inverte na entrada e everte na saída.
d) Halo de Enxugo: impurezas que vieram com projétil. Quando
o projétil penetra no corpo da vítima, pode trazer
fragmentos da roupa, um papel que esta na frente do
corpo, etc.
e) Zona de Queimadura: pela chama da pólvora - por isso que
se chama "à queima roupa".
f) Orla ou Zona de Esfumaçamento: a fumaça tinge também o
corpo da vítima em razão da aproximação.
g) Halo de Tatuagem: incrustação de grãos de pólvora
incombusta (não queimaram), vão se acostar na região do
ferimento (aquela pólvora que não queimou).
3- Tiro à distância: quando nenhum produto do disparo a não ser o
projétil foi encontrado na lesão. Características:
a) Ferida redonda ou oval.
b) Orla de Escoriação.
c) Bordas Invertidas.
d) Halo de Enxugo.
Orifício de saída: o projétil que entra não é o mesmo que sai, pois
pode sofrer variações (é bastante diferente daquele que entra).
Pode entrar bem formado e sair mal formado. Tudo depende do
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encontro do projétil com ossos e cartilagem quem o desvia, isso
quando sai (sofre alterações no seu ângulo de ataque e sua
anatomia).
a) Forma irregular: depende do que encontrar dentro do corpo
humano, como por exemplo, ossos e cartilagem.
b) Bordas evertidas: porque saem de dentro pra fora.
c) Sangramento maior: em decorrência daquilo que perfurou.
d) Não tem orla de escoriação.
e) Não tem halo de enxugo: pois as substâncias ficaram somente
na entrada (orifício de entrada).
f) Diâmetro maior do que o orifício de entrada: em razão da
alteração da anatomia.
Trajetória: muito variável (pela resistência dos tecidos) indo parar num
outro lugar, inesperado. Há situações em que o projétil entra na
corrente sanguínea, que viajam pelo corpo, indo parar num lugar
onde a veia seja menor.
Instrumentos corto-contundentes20: corta pelo seu gume e contunde
pelo peso e/ou força ativa (exemplo: facão de cortar cana,
machado, dentes, etc). *lesiona mais pelo peso/força do que pelo
gume. **produz lesões graves.
_dentes: incisivos (corto-contundente), caninos (perfuro-contundente)
e pré-molares e molares (contundentes).
_foice? Pela ponta poderá ser perfurante ou perfuro-cortante e se for
pelo gume, será corto-contundente.
São os instrumentos que, agindo sobre a pele, músculos, tendões, órgãos ou
esqueleto, por pressão, percussão e desligamento, mais pelo próprio peso e
intensidade de manejo do que pelo gume de que são dotados, produzem
lesões chamadas feridas corto-contusas21.
Lesão: corto-contusa (lesões incisas com feridas contusas devido a
força e o peso).
Características de lesão incisa e de lesão contusa: são, geralmente,
graves e profundas.
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CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2012.
23 9ª Aula (08 de maio de 2015).
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expõe ao calor sem nenhuma proteção, como no caso de
banho de Sol por excesso ao calor transmitido. Pela
insolação, produzem lesões na pela e consequentemente
desidratação (que é a perda de água no nosso organismo).
A insolação não exige a ação direta dos raios solares, pois pode
desencadear-se em indivíduos abrigados do sol, sujeitos, todavia, à
canícula intensa dos dias de verão, por um quadro clínico subitâneo
de palidez, angústia precordial, cefalalgia, transpiração, polaciúria,
taquisfigmia, taquipneia superficial, perda de consciência e coma24.
b) Intermação: quando a elevação da temperatura é
provocada em espaços confinados ou sem arejamento,
mesmo quando abertos, ou seja, não está diretamente
exposto ao calor, como no caso de um sujeito estar dentro
de um lugar fechado com telhas de Eternit, ou sobre uma
tenda sem ventilação. Outro exemplo clássico acontece
quando uma criança (ou até mesmo adulto) fica presa
dentro de um carro fechado (sendo que o risco é maior com
crianças, pois, perdem maior número de água), local que
ocorre intermação e asfixia posterior (consumo de oxigênio
constante).
A intermação — termonose que se manifesta em espaços
confinados ou abertos, sem o suficiente arejamento, quando há
elevação excessiva do calor radiante — tem interesse médico-legal,
por isso que pode ser acidental ou excepcionalmente criminosa, e
relacionar-se, respectivamente, com a infortunística e com o foro
criminal25.
Direto: podem agir sobre o organismo através de gases, líquidos ou
sólidos superaquecidos, calor irradiante ou ação da própria
chama. Aqui a fonte de energia chega mais próximo da (entra
em contato com a) vítima. Exemplo: queimadura por ponta de
cigarro, ferro e água quente. A fonte/instrumento chega a
encostar no corpo da vítima.
OBS: uma lareira/churrasqueira pode provocar os dois tipos de
calor, o que dependerá na definição do “calor” será a atuação
do sujeito, pois, encostando na chama, será calor direito. O Sol
sempre será calor difuso, mesmo no caso de uma lupa
(transformação de calor por meio de concentração de luz solar).
3- Temperatura oscilante: debilita o organismo e exalta a violência
de germes, causando infecções. O corpo humano trabalha em
uma temperatura quente (em torno de 36º), sendo que em altas
24 CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2012.
25 CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2012.
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temperaturas faz com que o sistema imunológico fique debilitado.
Ocorre a queda da resistência quando um sujeito exposto a altas
temperaturas entra em contato com algo frio (pela alta
temperatura que cai de forma rápida), gera a proliferação de
germes.
*choque térmico? Atletas e medicina oriental? O risco é muito
grande de ocorrer debilidade no organismo, o intuito é reduzir o
calor para voltar à temperatura normal.
OBS: paralisia de Bell: o choque térmico, que baixa a resistência e
aumenta a violência dos germes e inflama os nervos da face,
paralisando o músculo, sendo que poderá ser reversível,
parcialmente reversível ou irreversível. *o tratamento será com
vitaminas do complexo “B” (predileção por inervação,
aumentando a resistência) + fisioterapia e inflamatórios. **AVC
(acidente vascular cerebral).
Na dependência de fatores predisponentes, da resistência individual e da
falta de necessária aclimatação, as elevações ou diminuições bruscas de
temperatura podem favorecer o organismo à exposição de estados
infecciosos, assestados especialmente no aparelho respiratório, como a
broncopneumonia, a tuberculose, e até a danos mortais26.
Classificação das queimaduras: (quanto a profundidade das
queimaduras) laudos periciais classificam em porcentagem, grau de
partes diferentes, com o intuito de determinar os riscos de vida e
como foi determinado. A gravidade da lesão depende da área
atingida. Exemplo: queimadura de quarto grau em um dedo, e
queimadura de terceiro grau em 50% do corpo, neste caso, é mais
grave a segunda hipótese. *o que influência é a extensão da área
atingida.
a) Primeiro Grau: eritema simples (Sinal de Christinson), apenas a
epiderme é afetada, causa um pequeno edema. *a lesão
apresenta apenas vermelhidão e leve inchaço como edema.
Exemplo: sujeito que faz bronzeamento no Sol, sem passar
protetor solar. **são queimaduras leves.
(...) Uma reação fotodermoide em que somente a pele é atingida por
uma vasodilatação cutânea, com tumefação e diapedese,
mantendo-se íntegra. Simples e fugaz afluxo de sangue à pele,
provocado, comumente, pela exposição ao sol (“coup de soleil”), a
reação local desaparece em poucas horas ou dias27.
b) Secundo Grau: eritemas, bolhas (flictenas). Aparecem bolhas
numa fase mais adiantada das queimaduras, sendo que a
26 CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2012.
27 CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2012.
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bolha jamais deve ser furada, por dois motivos: (i) porta de
entrada para germes (infecções) e (ii) para não perder água
(reaproveitamento de água pelo organismo).
A pele é o maior órgão do corpo humano, e ela é
impermeável e mantém a água no corpo. *quanto maior a
queimadura, maior será a perda de água (sai pela ex-pele).
OBS: a título de curiosidade, como o suor sai, sendo que a pele
é impermeável? Apenas por meio de glândulas, pois a pele é
impermeável (idem a lareira e fumaça).
Vesicação, em que as flictenas apresentam líquido límpido ou de
colorido amarelo ou citrino em seu interior, originário da liquefação do
corpo mucoso, semelhante ao plasma exsudado, e leucócitos,
albumina e cloreto de sódio (sinal de Chambert). O líquido descola a
epiderme entre a camada córnea e a camada de Malpighi, formando
a bolha. O fundo das bolhas ou flictenas é representado pelos corpos
papilares do derma, onde as formações epidérmicas intradérmicas,
como as glândulas sudoríparas e pilossebáceas, permanecem intactas,
assegurando a reparação rápida e a pronta cicatrização das lesões.
Os tegumentos são úmidos e de coloração rosada que desaparece à
vitropressão28.
c) Terceiro Grau: atinge a derme e planos musculares, produz
necrose tecidual. Atinge camadas mais profundas da pele.
Escarificação, por comprometimento e posterior necrose de todo
o tecido dermoepidérmico e da tela celular subcutânea e
formação de escaras em ferida aberta29.
d) Quarto Grau: são profundas, produzem a total carbonização
de músculos e ossos.
Carbonização, superficial ou profunda, de todos os tecidos, inclusive
ossos, acarretando a morte do indivíduo.
A carbonização representa, então, o grau máximo das queimaduras,
comprometendo, parcial ou totalmente, as partes profundas dos vários
segmentos do corpo, atingindo os próprios ossos e ocasionando êxito
letal30.
Primeiros socorros: o calor continua fazendo efeito, mesmo saindo o
instrumento causado. Exemplo: queimada com ferro, a ferida
continua queimando por um tempo, mesmo após a saída do
instrumento.
I. O ideal é esfriar o local da queimadura com água, jamais
colocar pasta de dente;
II. Objetos presos, como anel e pulseira, devemos retira-los
após a queimadura, pois o edema causado não permite
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29 CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2012.
30 CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2012.
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que o objeto saia depois. Dependendo do local e do
objeto, poderá prejudicar a circulação sanguínea,
acarretando na necrose do membro;
III. Acidentes domésticos: cabos de panelas devem ser virados
para dentro, do mesmo modo, o ideal é não utilizar água
muito quente no banho.
IV. Notebooks e celulares não podem ser deixados sobre o
corpo, pois, podem queimar partes da derme (geralmente
queimaduras de primeiro grau).
Tabela de porcentagem de queimaduras: de acordo com a extensão
percentual da superfície corpórea lesada, utilizada por meio da
“regras dos nove” de Wallace: assim, segundo a regra dos nove, a
cabeça e o pescoço do adulto representam 9% da superfície corporal,
cada membro superior 9% (9 + 9 = 18%), cada membro inferior 18% (18 + 18
= 36%), o tronco anterior e o tronco posterior, respectivamente, 18%, e o
períneo, 1%31.
Pressão atmosférica: também é nociva para a saúde nos seus
extremos. A pressão normal é aquela no nível do mar, sendo quem
em grandes altitudes pode ocorrer diminuição de pressão. Precisa-se
de cerca de vinte e um por cento de oxigênio para o ser humano. O
organismo se acostuma fisiologicamente com quantidades menores
de oxigênio, por meio de poliglobulia32 (aumento de glóbulos
vermelhos). Exemplo: aviões que em certa altitude que gera perda
de consciência (mal do aviador, com pressurização da cabine, ou
seja, criar formas de manter a pressão atmosférica ideail), por isso
pressuriza-se as cabines do avião.
1- Diminuição da Pressão: “mal das montanhas” ou “mal dos
aviadores”.
*lugares altos (baixa pressão): tem pouco oxigênio e submetem o
organismo a maiores esforços. **cilindro de oxigênio = ar
comprimido.
Nas cordilheiras, o indivíduo inadaptado pelo ainda não progressivo
estabelecimento de poliglobulia determinada pela rarefação do ar,
consequentemente com diminuição da pressão parcial do oxigênio
alveolar, tem prejudicada a hematose pela hipóxia e diminuída a
quantidade de gás carbônico, excitante indispensável dos centros
respiratórios bulbar e regularizador da frequência cardíaca, cujo quadro
clínico agudo se traduz por náuseas, dispneia, escotomas, vertigens,
31 CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2012.
32 Caracterizada pela excessiva quantidade de glóbulos vermelhos (eritrócitos),
resultantes de uma exacerbada síntese dessas células por parte da medula óssea.
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desmaios, epistaxe, otorragia (soroche andino), podendo a morte sobrevir
por hemorragia cerebral33.
Podem ocorrer = taquicardia (aumento da frequência
sanguínea), anóxia (falta de oxigênio), alterações cerebrais e
cardíacas. *risco de vida (forma elíptica de se expressar;
retroalimentação; risco para a vida) e risco de morte (risco para
morrer).
2- Aumento da Pressão34: hiperbolismo. Intoxicação pelo oxigênio
pode levar a depressão do centro respiratório e coma.
OBS: “mal dos caixões” ou “mal dos escafandristas” = resulta da
descompressão brusca que leva a embolias (exemplo:
mergulhadores). *gás que se solta rapidamente do sangue.
**embole gasoso (ar que entope um vaso sanguíneo).
O aumento da pressão atmosférica poderá determinar uma patologia de
compressão, por intoxicação pelo oxigênio, nitrogênio e gás carbônio35.
3- Mal das montanhas para os idosos: os idosos são os mais
prejudicados, pois o organismo demora na produção de glóbulos
vermelhos, além do fato, de que muitos possuem outras doenças,
como no caso de entupimento de veias ou vaso obliterado (por
alimentação precária na juventude, que gera infarto do
miocárdio, ou seja, AVC). *emboles de gordura = quando a placa
de gordura se desloca da parede da veia.
OBS: é possível residir em grandes altitudes, tudo depende do preparo
do corpo humano em relação à poliglobolia. *a saúde não está no
açougue, encontra-se na quitanda.
_câmara hiperbárica: para estudo e tratamento de doenças.
Eletricidade: pode ocorrer de duas fontes distintas, quais sejam:
1- Natural ou atmosférica: pode provocar lesões corporais
(fulguração = é a perturbação causada no organismo vivo por
descargas elétricas cósmicas ou raios, sem ocorrência de êxito letal 36) e
pode agir de forma letal (fulminação = morte instantânea do
sujeito por descargas elétricas). Na fulminação ocorre inibição do
centro respiratório (provoca parada respiratória), fibrilação
ventricular (o coração perde a função de bombear o sangue, ou
seja, ele fibrila), queimaduras, fraturas (o raio é pesado), etc.
Exemplo: raio. *não é criada pelo ser humano.
33 CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2012.
34 10ª Aula (15 de maio de 2015).
35 CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2012.
36 CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2012.
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A eletricidade atmosférica, representada especialmente pelos raios,
agindo letalmente sobre o homem e animais, chama-se fulminação, e,
quando apenas determina danos corporais, fulguração37.
Sinal de Lichtemberg: lesões arboriformes devidas a fenômenos
vasomotores (vasaparalisia). São fenômenos vasomotores
(paralisia de vasos), que se formam na pele, e produzem marcas
que lembrar as veias (pode acontecer em quer sobrevive/morre,
sendo que pode ou não desaparecer).
2- Artificial ou industrial: sua ação geral é chamada “eletroplessão”
(não fatal; aqueles do dia-a-dia, como defeito de instação, mau
isolamento dos fios, imperícia ou negligência da vítima). Ação
mortal (eletrocussão; exemplo: sentença de morte por cadeira
elétrica). *as lesões variam com a voltagem, a amperagem, a
natureza da corrente e com condições dos próprios indivíduos.
A eletricidade atmosférica é a eletricidade dinâmica sob a forma de
correntes contínuas ou galvânicas e alternadas ou farádicas,
apresentando esta última uma frequência amiúde de 50 períodos por
segundo38.
Marca elétrica de Jellineck: provocada por um condutor elétrico
artificial, produzindo lesões de aspecto escuro, asséptica (tornar
estéreo/esterilizar, ou seja, sem germes, fungos e vírus), dura, de
bordas altas, indolor (anestesia terminações nervosas), leito
deprimido (baixo relevo no local da lesão), pode ter a forma do
condutor de eletricidade (fica a marca do instrumento).
De aspecto circular, elíptica ou em roseta, pode existir. Aderente ao plano
cutâneo subjacente, tem valor médico-legal para indicar a porta de
entrada da corrente elétrica no organismo. Indolor, despida de reações
inflamatórias por asséptica, forma-se rapidamente mostrando grande
tendência à cura39.
Radioatividade40: é uma energia de ordem física, que interessa
necessariamente à medicina nuclear, com ênfase no tratamento de
doenças, bem como à medicina militar, haja vista a evolução dos
armamentos bélicos que utilizam força nuclear.
Exemplo: terremoto no Japão. Podem causar danos simples ou mais
grave (raiodermite de grau I “vermelhidão/hiperermia”, II “lesões
bolhosas” ou III “ulcerações na pele”), teratogênese (nascimento
deformante pela exposição de grávidas ao ambiente radioativo,
malformações)e momentâneos ou permanentes.
37 CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2012.
38 CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2012.
39 CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2012.
40 11ª Aula (22 de maio de 2015).
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a) Raio X: trabalhadores que devem trabalhar com proteção
(chumbo), sendo que o elemento radioativo poderá escapar.
b) Rádio: utilizados no tratamento de radioterapia.
c) Energia Atômica:
d) Seu estudo compete à infortunística e à Medicina Militar: muito
raro no campo da medicina legal.
Luz:
a) Níveis muito altos de luz atuam sobre os órgãos da visão: os olhos
são muito sensíveis, sendo que a luz muito intensa pode
desencadear crises convulsivas, principalmente a quem tem
tendência a convulsões (mesmo no caso de luz rítmica).
b) Pode causar astenopia (lacrimejamento, cansaço, vermelhidão),
distúrbios de acomodação (focalização; fica prejudicado, dá a
impressão de que está embasado), catarata (geralmente
aparece em idade mais avançada, sendo que se o sujeito
trabalhar constantemente sobre o sol, facilita o desenvolvimento
da catarata – macula e; pode ser reversível) e até cegueira (por
lesão da mácula): pterígio41? É confundido erroneamente com a
catarata.
A incidência de feixes de luz luminosos de alta intensidade sobre os olhos,
o como no condenável terceiro grau, integrante do conjunto de recursos
bárbaros usados na investigação policial, pode provocar perturbações
neurossensoriais nos globos oculares, como defeitos de refração,
dificuldade ou impossibilidade de mudar a forma do cristalino para
convergir na retina raios luminosos provenientes de objetos que estão a
uma distância grande ou pequena (inacomodação), ou na própria retina
– que é a parte sensível do olho onde ocorre a conversão da imagem
luminosa em impulsos elétricos nervosos, os quais são endereçados ao
cérebro para serem processados – e perda irreparável da visão42.
Som: sons agudos (alta frequência) com níveis acima de noventa dB
podem provocar lesões do órgão Corti, na cóclea e alterações
psíquicas. *última energia de ordem física que causa lesões no
ouvido, podendo levar à surdez. **abaixo de 90 dB não causa lesões
sonoras.
Onda sonora ou som é uma perturbação ou distúrbio mecânico transmitido
43 CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2012.
44 CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2012.
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dos lábios e, menos comumente, das asas do nariz, formando,
muitas vezes, verdadeiras sufusões sanguíneas45.
2- Lesões internas:
a) Equimoses viscerais: manchas de Tardieu (Tardieu 1847 = foi
o primeiro que as relatou) que aparecem na pleura visceral
(película que envolve os pulmões) e na serosa cardíaca
(capa que envolve o coração).
Têm forma arredondada, puntiforme ou lenticular ou de sufusões
sanguíneas. São explicadas pela fluidez do sangue nos vitimados
por asfixia e especialmente pela ruptura dos capilares produzida
pelo aumento da tensão arterial consequente à excitação dos
centros nervosos bulbares pelo gás carbônico46.
b) Congestão sanguínea das vísceras: alguns órgãos se
enchem/incham de sangue. *no fígado, o nome adotado é
“fígado pretórico” (congestação de sangue no fígado
ocorrida em razão de asfixia).
Classificação das asfixias47:
a) Asfixias puras: ocorrem por anoxemia (falta de oxigênio) e
hipercapnéia (acumulo de gás carbônico): Basicamente: pelo
impedimento do ar na árvore respiratória, sendo que a pessoa
não sente a falta de ar.
i. Asfixias em ambientes por gases irrespiráveis (gás
respirável = ar atmosférico):
Confinamento: redução de O2 e acúmulo de CO2.
Não é necessariamente uma prisão, nesse local
não existe troca de ar respirável. Exemplo: freezer.
Basicamente: esgotamento de oxigênio e aumento
gradativo de gás carbônico, consequentemente
ocorrerá aumento de temperatura, alterações
químicas e saturação do ambiente por vapores de
água.
Monóxido de carbono: é o gás que sai do
escapamento de carro (queima do combustível).
*aqueles que respiram essa substância, e
sobreviveram, relatam que é um sono irresistível.
Outras formas de vícios de ambientes: como no
caso de gases de esgoto e fossas (matéria
orgânica que está apodrecendo, gera gás
45 CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2012.
46 CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2012.
47 12ª Aula (29 de maio de 2015).
22
metano, que é um componente químico
extremamente forte). Exemplo: acidente ocorrido
em chácara na cidade de Bauru, onde dois
indivíduos tentaram desentupir a fossa e faleceram
por asfixia; pessoas/crianças que são esquecidas
dentro de veículos (pode ocorrer desidratação e
asfixia pela ausência de gases respiráveis).
ii. Sufocação direta: existe obstrução mecânica à entrada
do ar. Exemplo: sufocação por meio de travesseiro sobre
a face do sujeito (tapa a boca e o nariz);
engasgamentos no geral; engasgamento por vomito
próprio.
Sufocação direta (obstrução da boca e das narinas pelas mãos
ou das vias aéreas mais inferiores)48. Compreende as seguintes
modalidades:
a) Oclusão dos orifícios externos respiratórios:
desproporção de força entre o agressor e a vítima;
uso de mão ou corpo mole no ofendido (na maioria
das vezes é criminosa);
b) Oclusão das vias respiratórias: aspiração brusca de
corpos/objetos estranhos. Exemplo: chiclete e rolha
de garrafa;
c) Soterramento;
d) Confinamento.
iii. Sufocação indireta (compressão do tórax): o diafragma e
músculos intercostais (embolo = coágulo ou corpo
estranho que provoca a embolia) não permitem a
entrada de ar respirável no organismo de forma
mecânica. Exemplo: abraço muito forte; sujeito que é
enterrado até o pescoço na areia, sendo que o
organismo não consegue trabalhar. Basicamente:
provoca reações como a máscara equimótica de
Morestin (cianose no rosto pela compreensão torastica,
ou seja, azulamento da face = cor violácea intensa de
face, pescoço e superior do tórax), sendo que a
musculatura é impedida de se movimentar.
É ocasionada especialmente pela compressão do tórax ou
eventualmente do tórax e abdome, em grau suficiente para
impedir os movimentos respiratórios e ocasionar a morte por
asfixia49.
48 CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2012.
49 CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2012.
23
iv. Afogamento: o ar é substituído por líquido ou semilíquido,
e ocorre a penetração destas substâncias nas vias
respiratórias, sendo que não é necessário estar submerso.
Exemplo: submersão. *≠ de simulação de afogamento:
quando o sujeito é morto e jogado na água, existe
diferença, pois a causa mortis não é o afogamento.
Lesões e formas de distinção:
Sinais externos = baixa e aumento de temperatura,
pele arrepiada ou “pele de galinha” (anserina),
retração de algumas áreas do corpo (mamilos,
bolsa testicular e pênis), a epiderme dos dedos se
destaca (como se estivesse de luvas = maceração
epidérmica), cogumelo de espuma (boca
espumada);
Sinais internos = exame de sangue (se diluído,
respirou água), os pulmões sofrem lesões nos álveos
(enfisema aquoso).
Transformação do meio gasoso em meio líquido (...)
É a modalidade de asfixia mecânica desencadeada pela
penetração de líquidos nas vias respiratórias, por permanência
da vítima totalmente ou apenas com a extremidade anterior do
corpo imersa nos mesmos. Por isso, não se deveria empregar o
conhecidíssimo termo “submersão”, que significa imersão total
do corpo, já que, como permite concluir a definição, para
ocorrer basta a esse tipo de asfixia a introdução dos orifícios
respiratórios e da boca no meio líquido.
O indivíduo pode vir a afogar-se no próprio sangue (afogamento
interno), como no esgorjamento, por introdução hemática no
alveário pulmonar, através de laringe seccionada. Ou pelo
conteúdo estomacal regurgitado, na fase comatosa de
embriaguez50.
v. Afogamento branco de Parrot: é tipo especial de morte
(falso afogamento), sendo que o sujeito morre ao tocar a
água, não em decorrência da água, pois não está
presente nenhuma lesão interna. A morte ocorre por
inibição cardíaca. Exemplo: choque térmico em água
muito fria.
Morte no interior da água sem qualquer sinal de afogamento.
Ausência de vestígios de qualquer outra causa de morte51.
50 CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2012.
51 Acesso em maio de 2015. Disponível em
<https://pt.scribd.com/doc/108795115/7/Aula-12>. Página 52
24
vi. Soterramento: tecnicamente o soterramento pode
acontecer por deslizamento. Na verdade é a substituição
do ar respirável por substância pulverulenta (como areia
e terra). Exemplo: enterrado vivo, Maracaí com
soterramento em silo de farinha/soja. *somente nessa
hipótese.
Transformação do meio gasoso em meio sólido (...)
É modalidade de asfixia mecânica resultante da obstrução
direta das vias respiratórias quando a vítima se encontra
mergulhada num meio sólido ou pulverulento52.
b) Asfixias complexas: opera por meio de três mecanismos de morte:
*pode ou não se cumulativo.
Interrupção primária da circulação cerebral, anoxemia, hipercapnéia;
inibição por compressão dos elementos nervosos do pescoço53.
Impedimento de entrada do ar:
Impedimento à circulação cerebral: por meio das
árterias caróticas.
Compressão de nervos do pescoço: outro tipo de
inibição cardíaca.
i. Enforcamento: como no caso de um laço que aperta o
pescoço, que impede a circulação cerebral,
comprimindo os nervos do pescoço, sendo que o laço é
de uma volta só, que é acionado pelo próprio peso do
enforcado. Lesão externa: a marca que fica no pescoço
é chamada de sulco de enforcado (anteroposterior e
ascendente, que é interrompido = ascendente “oblíquo”
com profundidade variável, que desaparece a nível de
nó e é mais profundo no oposto deste).
A situação do sulco no enforcamento completo é na parte mais
alta do pescoço, entre o hioide e a laringe (...) o sulco
habitualmente é descontínuo, interrompendo-se nos pontos
correspondentes à interposição de corpos moles e
especialmente nas proximidades do nó54.
a. Atípica: suspensão incompleta. Exemplo: ajoelhado,
em pé.
b. Típica: suspensão completa. Parte do corpo não
encontra o solo. Exemplo: cadafalso.
É modalidade de asfixia mecânica determinada pela constrição
do pescoço por um laço cuja extremidade se acha fixa a um
52 CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2012.
53 CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2012.
54 CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2012.
25
ponto dado, agindo o próprio peso do individuo como força
viva55.
ii. Estrangulamento: pode ter mais de uma volta no laço.
Lesão externa: o sulco não é interrompido, em
decorrência das laçadas (anteroposterior e oblíquo na
horizontal, sendo que geralmente é circular = sulco
transversal completo contínuo em toda a volta do
pescoço e com a mesma profundidade “única ou
múltipla”, sem a presença de sinal de nó).
O estrangulamento é a asfixia mecânica por contrição do
pescoço por laço tracionado por qualquer que não seja o peso
da própria vítima.
Será também estrangulamento a asfixia mecânica por
constrição do pescoço promovida pelo golpe chamado “chave
de braço” ou “gravata”, pé nele apoiado etc56.
OBS: o sulco em vida pode causar hematomas e o sulco
em morte não apresenta cor; no enforcamento não há
lesões nas cordas vocais, enquanto que no
estrangulamento as cordas vocais são muito lesionadas.
c) Asfixias mistas: por dois mecanismos, que podem ou não ser
cumulativos.
Graus variados dos fenômenos respiratórios, circulatórios e nervosos
(esganadura)57.
Impedimento de entrada no ar:
Compressão dos nervos do pescoço:
i. Esganadura: não tem como pegar as quatro artérias
carótidas, que gera falta de ar e inibição cardiaca. Sinais
encontrados no pescoço: marcas unhas (não tem laço).
É a asfixia mecânica por constrição anterolateral do pescoço,
impeditiva da passagem do ar atmosférico pelas vias aéreas,
promovida diretamente pela mão do agente58.
Mecanismo de morte: Inicialmente, pelo mecanismo
vascular que leva à inconsciência de forma rápida, após
o mecanismo respiratório com a obstrução das vias
aéreas.
55 CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2012.
56 CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2012.
57 CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2012.
58 CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2012.
59 13ª Aula (07 de agosto de 2015). 3º Bimestre.
26
Choque: é o choque dinâmico/circulatório que ocorre por uma
desordem hermodinâmica (circulação). É o estado em que o débito
cardíaco (que é o volume/quantidade de sangue que sai do
coração em um minuto) está tão reduzido, que os tecidos orgânicos
ficam danificados por falta de fluxo sanguíneo (perda de vitalidade).
A síndrome do choque é uma entidade mórbida desencadeada por causas
diversas que promovem a diminuição intensa do débito cardíaco com
consequente crise circulatória, profundas repercussões no metabolismo
celular e fenômenos de exaustão que impossibilitam, precoce, tardia,
temporária ou definitivamente, ao organismo recuperar o equilíbrio rompido
por falta de adaptação, quer por amplitude exagerada da agressão, quer
por deficiência da resposta a mesma, podendo levar o indivíduo à morte60.
Causas fisiológicas do choque: existem várias causas de débito
cardíaco.
i. Fatores que DIMUNUEM A CAPACIDADE CARDÍACA de
bombear sangue: falha do coração, pois tem sangue suficiente
no corpo humano.
a) Infarto grave (infarto do miocárdio61): causa choque
cardiogênico (pelo defeito do coração).
OBS: infarto é a ausência de irrigação sanguínia nas
artérias coronárias por êmbolos ou vasoconstrição, que gera
a necrose do músculo, sendo que a parte necrosada não se
contrai (não funciona).
Resulta da redução súbita do débito cardíaco com acúmulo de
sangue na pequena circulação e vasoconstrição renal, como
resposta compensadora, e redução do fluxo renal. A causa mais
frequente do choque cardiogênico é o infarto do miocárdio62.
60 CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2012.
61 Infarto do Miocárdio, também conhecido como ataque cardíaco, é a morte das
células de uma porção do músculo do coração, em decorrência da formação de um
coágulo (trombo) que interrompe, de forma súbita e intensa, o fluxo de sangue no interior
da artéria coronária. Disponível em <http://www.einstein.br/einstein-saude/vida-
saudavel/primeiros-socorros/Paginas/infarto-do-miocardio.aspx >.
62 CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2012.
63 É a formação de novos vasos, de paredes mais frágeis, numa área e que se verificou
uma isquemia. Disponível em <http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-
portuguesa/neovas culariza%C3%A7%C3%A3o>.
27
mesmo não recebe o sangue (retorno), gera a morte da celular
(necrose).
Basicamente: o sistema venoso termina no fim do sistema
arterial, que sucessivamente se finaliza no átrio direito (sistema
venoso), que vai ao ventrículo direito, aos pulmões para
oxigeneração e retorno no átrio esquerdo, ao ventrículo
esquerdo até ao sistema arterial.
Na divisa do sistema arterial com o venoso, as células
liberam substâncias na corrente sanguínea (sangue venoso).
OBS: o sistema arterial/venoso se assemelha a distribuição de
água de uma determinada cidade.
b) Choque obstrutivo: ocorre por bloqueio da circulação de retorno ao
coração, como exemplos, no tamponamento cardíaco, tromboses
intracardíacas, tromboses pulmonares, balanço do mediastino,
compressão das veias cavas64.
CUIDADO:
a) Volume sanguíneo diminuído65: como ocorre na
hemorragia e desidratação.
b) Tônus66 muscular do vaso sanguíneo diminuído: por
primeiro, “tônus” é a perda de força (capacidade) de
se voltar ao estado natural. Exemplo: artéria que não
volta ao tamanho natural (reduzir), coágulos no
sangue.
Tipos de choques:
1- Choque hemorrágico (hipovolêmico): hemorragia que
diminui volume sanguíneo (baixo ou pequeno volume
sanguíneo) e consequentemente o retorno do sangue
venoso, que leva ao débito cardíaco = choque. OBS: por
“hemorragia”.
Quando a hemorragia ou a plasmarragia são intensas e a
reposição plasmática insuficiente, prolongando o período de
hipovolemia, ocorre diminuição do retorno venoso e a
consequente redução do débito cardíaco e do fluxo renal e
vasoconstrição compensatória67.
2- Por queimaduras extensas (hipovolêmico): grande perda
de líquido (intercelular) que gera a diminuição do sangue
(assume a função de irrigação da célula pela ausência
64 CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2012.
65 14ª Aula (14 de agosto de 2015).
66 Tônus muscular é o estado de tensão elástica (contração ligeira) que apresenta
o músculo em repouso, e que lhe permite iniciar a contração rapidamente após o impulso
dos centros nervosos. Disponível em <https://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%B3nus_muscular>.
67 CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2012.
28
de líquido intercelular) e consequentemente o retorno
venoso, que ocasiona na diminuição do débito cardíaco
(quantidade de sangue bombeado por minuto) =
choque. OBS: função da pele é impedir que a água saia
do organismo, ela é impermeável (retém água do
corpo), sendo que quanto maior a extensão, maior será a
diminuição da água.
3- Por desidratação (hipovolêmico): na diarreia (tratar a
causa) e vômitos graves, bem como na sudorese
excessiva (suar demais). OBS: leva o choque pela
ausência de líquido no organismo.
4- Choque anestésico (neurogênico, é problema
neurológico): anestesia profunda que deprime
(depressão) o centro vasomotor, e consequentemente a
perda de tônus vascular (ausência de pressão que
impede o sangue venoso de se locomover), que diminui
o retorno venoso (a quantidade de sangue é o mesmo) e
o débito cardíaco = choque. Exemplo: anestesia
(intolerância às drogas).
5- Choque anafilático: ocorre quando um antígeno
(substância alergênica) ao qual o indivíduo é sensível
entra na circulação (alergia dos indivíduos, e a ingestão
dos mesmos leva a distúrbios graves, ou seja, o organismo
cria anticorpos para coisas que não deveria criar).
Exemplo: picada de abelha, camarão.
Reação antígeno: anticorpo ocorre ao nível das
paredes vasculares que acarreta em lesão celular e
liberação de HISTAMINA (ingerir anti-histamínico para
impedir o efeito de vasodilatação), com vasodilatação
(impede a circulação de sangue venoso, a pressão cai e
o sangue fixa estagnado nos vasos sanguíneos) que
diminui o retorno venoso e o débito cardíaco = choque.
OBS: o corticoide prova diminuição do edema (caso o
anti-histamínico não surja efeito) e em último recurso a
adrenalina para diminuir dilatação dos vasos sanguíneos.
6. SEXOLOGIA FORENSE68:
6.1.1. Ovários: são duas glândulas situadas juntas às tubas uterinas e unidas
ao útero pelo ligamento utero-ovárico. São responsáveis pela produção de
óvulos e secreções endócrinas.
6.1.2. Tubas uterinas (trompas de Falópio): são duas que ficam uma de
cada lado do útero. Tem doze centímetros de comprimento, apresentam
uma abertura na extremidade, onde estão as franjas que alcançam a
superfície do ovário.
30
A cada ciclo ocorre a proliferação do endométrio (células), sendo que
em caso de não fecundação (o óvulo começa a se degenerar, sendo
reabsorvido pelo organismo na tuba uterina) temos a menstruação (fluxo,
eliminação de células endometriais que estão esperando o óvulo).
6.2.4. Vesículas seminais: são duas bolsas que produzem grande parte do
líquido seminal.
OBS: alguns estudiosos pensam que ela produz líquido para a função
de lubrificação do ato sexual.
32
atos sexuais rápidos não permitem que as glândulas bulbouretrais
funcionem.
Ela oferece grande perigo para quem não quer engravidar a parceira,
pois as glândulas bulbouretrais permitem a condução de espermatozoides
que estão no ducto deferente após a primeira relação sexual.
6.2.8. Espermatozoide:
6.2.9. Vasectomia70:
a) Início: primeiro dia do fluxo menstrual (não tem dia previsto, nem
sempre começa no início do mês).
35
CUIDADO: o ideal é utilizar a nomenclatura de mama, pois seios é
uma cavidade (como os “seios da face”). OBS: na verdade o sutiã
seria o “seio”.
ii. Ausculta dos batimentos cardíacos fetais: 18º semana (ouvir o ruído
produzido pelo feto, ou seja, por meio de batimentos cardíacos).
36
a) Suposição de gravidez com ânsia pela maternidade: acontece
quando a mulher tem muita vontade, mas não fica grávida,
interpretando sinais, até certo ponto normais no seu físico.
37
Episiotomia recente (eventual): incompatibilidade da cabeça do feto
com o canal vaginal, o médico corta um pedaço do canal vaginal
para que o feto passe (episiotomia recente).
ii. Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento (art. 124,
CP): provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lhe
provoque.
39
7. PATOLOGIA SEXUAL73:
OBS.: pode acontecer por traumas na infância, onde a mulher pode ter
presenciado a mãe sendo violentada pelo pai, ou ainda se a mãe for
prostituta (assim, pode ser físico ou emocional).
77 Cromo inversão: Atração sexual forte para pessoas de cor diferente. Disponível
em: <https://www.passeidireto.com/arquivo/1181460/medicina-legal-orientada/26>.
78 Etno inversão: Acentuada preferência sexual por pessoas de raça diferente.
44
A título de curiosidade o indivíduo que possui essa parafilia costuma
procurar trabalhar em locais de fácil acesso à cadáveres.
46
OBS.: homossexualismo (ismo = indica patologia e também profissões,
crenças ou ainda fé) ou homossexualidade (dade = indica característica
pessoal ou doenças)? São a mesma coisa, sendo o primeiro utilizado no
plural e o segundo como característica pessoal.
47
É mais grave em relação ao homossexualismo, pois ele se aceita. No
transexualismo o sujeito interpreta que a natureza agiu erroneamente em
relação a si (é mais sofrível).
8. OLIGOFRENIAS:
8.2. Inteligência: ainda não se sabe como dar uma definição mais correta,
existem diversas definições para a nomenclatura.
Advertência: a experiência não precisa ser sua, o sujeito pode ter lido
ou apreendido por terceiras pessoas. Exemplo: filho, não pode colocar o
dedo na tomada, pois você pode levar um choque.
8.4. Etiologia:
82 CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2012.
49
8.4.2. Exógena: traumas precoces – traumas cerebrais, endocrinopatias
(como tireoide).
Refere-se, por conseguintes, a vários estados de parada do desenvolvimento
mental, seja este de natureza inata, ou consequente a causas patológicas, que
obraram nos primeiros anos da vida, mas antes que se desse o desenvolvimento
progressivo das faculdades psíquicas. É por isso que, nos oligofrênicos, a inteligência
é, desde o início de sua vida, extrauterina, manifestamente inferior à dos demais
indivíduos de sua mesma idade83.
83 CROCE, Delton; CROCE JR, Delton. Manual de Medicina Legal, 8ª Edição, 2012.
84 22ª Aula (06 de novembro de 2015).
50
O problema nessa classificação é em relação a idade mental de 10 a
14, por isso é insatisfatória, ou seja, fornece apenas uma ideia.
QI Oligofrênicos
80 a 90 Pouca inteligência
70 a 80 Debilidade mental leve (nem sempre é
perceptível)
50 a 70 Debilidade mental grave
10 a 50 Imbecilidade
0 a 10 Idiota
8.8. Quanto à conduta social: são adaptados a vida social, com algumas
restrições.
Natureza da Infração QI
51
Homicídios 70
Arrombadores 81
Ladrões (violência contra a pessoa) 84
Falsários 103
9. DOENÇAS DA PERSONALIDADE:
9.2. Neuroses85:
OBS.: são pequenas fobias que não interferem com o ajustamento total
à vida, são consideradas normais.
OBS.: alguns sintomas são normas em todas as neuroses, até certo limite,
sendo que quando passa a ser desconfortável, interferindo no dia a dia do
ser humano, passa a ser considerada como doenças da personalidade.
86 "La Belle Indiférance" é uma expressão francesa que se refere à típica ausência
de preocupação em relação a sintomas incapacitantes, proeminente e
característica nos Transtornos Dissociativos e Conversivos (histéricos). Um exemplo
disso é a pessoa que acaba de ficar cega emocionalmente (cegueira histérica),
paralítica ou muda, e reage ou esboça emotividade a essa brutal incapacidade
com naturalidade.
La Belle Indifférence deve ser diferenciada da anosognosia, que é uma negação
de doença baseada numa distorção da imagem corporal, geralmente resultante
de uma lesão no lobo parietal. Na Belle Indifférence, a doença não é negada, a
pessoa se sabe incapacitada, a imagem corporal não está perturbada, mas o
indivíduo parece despreocupado com o grau em que os sintomas interferem com o
seu funcionamento. Como se fosse sua sina suportar o infortúnio. Disponível em
<http://www.psiqweb.med.br/site/DefaultLimpo.aspx?area=ES/VerDicionario
&idZDicionario=132>.
54
É crônico e incurável, mas existe a possibilidade de tratar-se os sintomas.
9.3.1. Tipos:
OBS.: o catatônico quer negar o mundo, julga que muitas coisas estão
erradas no mundo.
OBS.: filme Mente Brilhante (convivia como uma criança imaginária que
nunca crescia).
55