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UFPB/CCEN/DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

APOSTILA DE QUÍMICA ANALÍTICA II

PROFA. MARGARIDA CARMO


UFPB/CCEN/DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
QUÍMICA ANALÍTICA II
Profa. Margarida Carmo

1. CARGA HORÁRIA DA DISCIPLINA: 90 horas sendo 45 aulas de 2 horas cada.


Teoria: 30 horas (15 aulas);
Prática: 60 horas (30 aulas);
2. PROGRAMA DA PARTE TEÓRICA
Unidade I – Introdução à Química Analítica Quantitativa
Unidade II – Expressão dos Resultados Analíticos
Unidade III – Análise Gravimétrica
Unidade IV – Análise Volumétrica
IV.1. Volumetria de Neutralização
IV.2. Volumetria de Precipitação
IV.3. Volumetria de Complexação
IV.4. Volumetria de Oxidação-Redução
3. AVALIAÇÕES
A média final será calculada pela média aritmética de 5 (cinco) notas, sendo 3 (três) notas da
teoria e 2 (duas) notas da prática. Todo aluno tem direito a deixar UMA prova para reposição. A prova
de reposição será feita no final do semestre.
Notas da teoria: Primeira Nota: Unidade II e Unidade III (Provas separadas).
Segunda Nota: Unidade IV.1 até IV.2
Terceira Nota: Unidades IV.3 a IV.4.
4. REFERÊNCIAS
1. SKOOG, D.A. et al., “Fundamentos de Química Analítica”,Tradução da 8a ed Norte-
americana, Pioneira Thomson Learning, 2006.
2. BACCAN, N. et al., “Química Analítica Quantitativa Elementar”, 3a ed., Editora Edgard
Blücher, São Paulo, 2002.
3. MENDHAM, J. et al., “VOGEL - Análise Química Quantitativa”, 6a ed., Livros Técnicos e
Científicos, Rio de Janeiro, 2002
4. OHLWEILER, O. A., “Química Analítica Quantitativa, 3a ed., LTC, Rio de Janeiro, Vols. 1 e
2, 1981.
5. RECOMENDAÇÃO
Cada aluno deve possuir uma calculadora científica, especialmente durante as avaliações.
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Introdução a Química Analítica Quantitativa

Capítulo 1: INTRODUÇÃO A QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA

1.1. Introdução seletivo inclui-se uma etapa de remoção de


A Química analítica envolve a separação, interferentes.
identificação e quantificação das espécies
químicas presentes em uma amostra. Ela pode 1.3.4. Medidas na amostra e controle de
ser dividida em: fatores instrumentais – medida de uma
Química Analítica Qualitativa – identifica as quantidade ou sinal relacionado com o analito.
espécies químicas presentes na amostra. Padronização, calibração, otimização, medida
Química Analítica Quantitativa – determina da resposta, absorbância, etc.
quanto de cada componente, ou determinado
componente, está presente na amostra. 1.3.5. Tratamento dos dados – cálculo dos
resultados analíticos e avaliação estatística
1.2. Aplicações destes.
• Indústria
• Medicina 1.3.6. Apresentação dos resultados –
• Legislação dos governos impressão dos resultados, impressão de
gráficos e arquivamento dos resultados.

1.3. Estágios de uma Análise Quantitativa 1.3. Classificação dos métodos analíticos
Uma análise química completa envolve uma
série de etapas e procedimentos, tais como: 1.4.1. Com base no tamanho da amostra

1.3.1. Amostragem – é a obtenção de uma 1.4.1.1. Macro – para quantidades de amostra


pequena quantidade de amostra cuja superiores a 0,1g.
composição represente exatamente o todo do 1.4.1.2. Meso – para quantidades de amostras
material que está sendo analisado (amostra entre 10-2 e 10-1g.
representativa). Depende do tamanho e da 1.4.1.3. Micro – para quantidades de amostras
natureza física da amostra. entre 10-3 e 10-2g.
1.4.1.4. Submicro – para quantidades de
1.3.2. Método – o químico deve conhecer amostras entre 10-4 e 10-3g.
todos os métodos disponíveis e só então 1.4.1.5. Ultramicro – para quantidades de
decidir qual o mais adequado par ao seu amostras inferiores 10-4g.
problema. Para tanto é necessário fazer uma
pesquisa sobre as metodologias adotadas para a 1.4.2. Com base na medida final
determinação do analito de interesse. Na
escolha do método deve-se considerar os 1.4.2.1. Gravimétrico – a determinação final é
seguintes aspectos: uma medida exata do peso do analito ou algum
composto quimicamente relacionado a ele.
1.3.2.1. Exatidão – concordância entre uma 1.4.2.2. Volumétrico – determina-se o volume
medida e seu valor verdadeiro. de solução necessário para completar a reação.
1.3.2.2. Precisão – concordância em uma série 1.4.2.3. Físico-químicos – métodos baseados
de medidas (reprodutibilidade). na medida de alguma propriedade física ou
1.3.2.3. Tempo de análise e custo - economia química. Necessitam de instrumentos especiais
1.3.2.4. Limite de detecção – é a quantidade para fazer a medida e são conhecidos como
mínima do analito que pode ser detectada. métodos instrumentais.
1.3.2.5. Seletividade – levam em consideração
as interferências de outras espécies químicas 1.5. Com base na cronologia
na sua análise. Esta interferência pode ser para
mais (erro positivo) ou para menos (erro 1.5.1. Clássicos – são os métodos de análise
negativo). mais antigos: gravimetria e volumetria.
1.5.2. Modernos – são os métodos físico-
1.3.3. Remoção de Interferentes químicos (instrumentais).
(mascaramento) – quando o método não é
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Capítulo 2: EXPRESSÃO DOS RESULTADOS ANALÍTICOS (ESTATÍSTICA APLICADA A


QUÍMICA ANALÍTICA)

2.1. Limitações dos métodos analíticos


A função do analista é obter resultados os mais
próximos possíveis dos valores verdadeiros
através da utilização de métodos analíticos.
Para tanto é necessário conhecer a exatidão e
precisão do método que usaram, e também as
fontes de erros que podem afetar os resultados.

2.2. Tipos de erros

2.2.1. Erros Sistemáticos (determinados) – são


erros que podem ser evitados ou cuja origem
pode ser determinada.

Os erros deteminados podem ser:


Erros operacionais – erros causados pelo
analista. Exemplos: secagem incompleta da
amostra antes da pesagem, perda de material
durante a análise, etc.
Erros instrumentais e de reagentes – são
erros relacionados com as imperfeições dos Figura 2.1. Distribuição Normal (Gaussiana)
instrumentos, aparelhos volumétricos e
reagentes. Exemplos: Balança e vidrarias sem A equação da curva normal é:
calibração ou mal calibradas. 1
Y= exp[ x − µ ) 2 / 2σ ]
Erros de método – são inerentes ao próprio σ 2π
método. São os mais sérios porque são Onde:
normalmente difíceis de detectar. Exemplos:
solubilização de precipitados, decomposição Y=freqüência de ocorrência de um desvio;
de um precipitado durante a calcinação. X-µ= desvio (sendo X o valor medido e µ a
média verdadeira);
2.2.2. Erros Aleatórios (indeterminados) – σ = desvio padrão populacional
estes erros se manifestam na forma de
pequenas variações nas medidas de uma 2.3. Exatidão (Acurácia) e Precisão
amostra, feitas em sucessão pelo mesmo Exatidão – é a concordância entre uma medida
analista. São erros cuja origem não pode ser e o valor verdadeiro ou mais provável da
detectada. grandeza.
Quando se faz um número suficientemente Precisão - é a concordância em uma série de
grande de observações, estes erros assumem a medidas de uma dada grandeza.
distribuição da curva 2.1. A acurácia expressa a proximidade dos valores
A inspeção de curvas de erro deste tipo mostra real e medido, e a precisão a reprodutibilidade.
que: Exatidão e precisão são conceitos distintos. É
• A média verdadeira da população, µ, possível ocorrer precisão sem exatidão, mas o
divide a curva em duas metades simétricas; contrário não pode ocorrer.
• Desvios positivos e negativos são Exemplo:
igualmente prováveis; Sabe-se que uma substância contém 49,10%
• Desvios pequenos em torno da média ±0,02% do constituinte A. Os resultados
acontecem com maior freqüência do que obtidos por dois analistas para esta substância
os grandes; com o mesmo método analítico foram:
• A média aritmética é o valor mais Analista 1 – %A: 49,01; 49,25; 49,08; 49,14
provável, na ausência de erros Analista 2 – %A: 49,40; 49,44; 49,42; 49,42
sistemáticos. Analista 3 – %A: 49,04; 49.08; 49,08; 49,12
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A média aritmética para cada analista é: b. Zeros colocados a direita só são


Analista 1 – 49,12 significativos se forem resultado de uma
Analista 2 – 49,42 medida. Não são significativos se apenas
Analista 3 – 49,08 indicam a ordem da grandeza de um número.
Ex: 2,00 ± 0,01g quando transformados para
mg é _____________mg

c. Não confundir número de algarismos


significativos com casas decimais.
Exemplo: 0,0069870 – tem _______algarismos
significativos e ________ casas decimais.

2.4.2. Regras para arredondamento

a Se o dígito que segue o último algarismo


significativo for menor que 5, o dígito a ser
arredondado permanece inalterado.
Exemplo: Apresentarr os seguintes valores
com 3 algarismos significativos
0,5742 _____________ 1,2345 ____________
15624 ______________
210000____________

b. Se o dígito que segue o último algarismo


significativo for maior ou igual a 5, o dígito a
Pode-se observar que: ser arredondado é aumentado em uma unidade.
Exemplo: Apresentar os seguintes valores com
1. Os valores obtidos pelo Analista 1 são 3 algarismos significativos
acurados (muito próximos do valor correto), 0,5746 _____________ 1,2355____________
mas não são precisos. 15674 _____________ 20091____________
2 Os valores obtidos pelo analista 2 são
precisos, mas não são acurados. 2.4.3. Algarismos significativos do resultado
3. Os valores obtidos pelo analista 3 são de um cálculo
acurados e precisos.
a. Adição e Subtração – a soma ou a diferença
2.4. Algarismos significativos deverá conter tantas casas decimais quantas
São os dígitos necessários para expressar o existirem no componente com o menor
valor de uma dada grandeza determinada números delas.
experimentalmente ou um resultado calculado, Exemplo: Apresentar o resultado das seguintes
de modo que apenas o último algarismo seja operações com o número correto de algarismos
duvidoso. significativos
2,2+0,1145 = ______________
2.4.1. Regras para se determinar o número de 6,80– 2,636= ______________
algarismos significativos
b. Multiplicação e Divisão – o resultado deverá
a. Os zeros são significativos quando fazem conter tantos algarismos significativos quanto
parte do número e não são significativos estiverem expressos no componente com o
quando são usados para indicar a ordem da menor número de significativos.
grandeza, ou seja, zeros situados à esquerda Exemplo: Apresentar o resultado das seguintes
de outros dígitos não são significativos, pois operações com o número correto de algarismos
nestes casos são usados apenas para indicar a significativos
casa decimal. 25,11 x 0,1041 = _____________
Ex1: 0,15016; 0,015016; 0,0015016; 0,104642 : 24,98 =____________
0,00015016 todos têm _____algarismos
significativos
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2.5. Erro e Exatidão


∑( x1 − x) 2
2.5.1.. Erro absoluto de uma medida – é a s=
diferença entre o valor medido e o valor n −1
verdadeiro.
E= Xi – Xv O quadrado do desvio padrão é
chamado de variância, s2.
Onde : Uma outra forma de expressar a
E= erro absoluto; precisão é o desvio padrão relativo(RSD):
Xi=valor medido;
Xv= valor verdadeiro s
O erro absoluto apresenta a unidade da medida RSD =
e possui sinal. x
Esta medida é frequentemente expressa em
2.5.2. Erro relativo, ER – é a relação entre o percentagem e é conhecida como coeficiente
erro absoluto e o valor verdadeiro. de variação (CV):
O erro relativo é adimensional e comumente s × 100
expresso em % ou %0 (partes por mil). CV =
x
E E
ER = × 100 ou E R = × 1000 A média de uma série de medidas, x , é uma
XV XV estimativa mais confiável da média verdadeira,
µ, do que a dada por uma única medida.
O erro informa sobre a exatidão da medida. Quanto maior o número de medidas, n, mais
Quanto maior o erro menor a exatidão. próxima do valor verdadeiro estará a média. A
estimativa do desvio padrão da média, ou seja,
Exemplo 2.1: Uma substância contém 49,10% o erro padrão da média absoluto é dado por:
de Ag+ foi analisada por um estudante que
encontrou o valor de 49,20%. Calcular o erro
s
absoluto e o erro relativo. sx =
n
2.6. Desvio padrão, Variância, Desvio O desvio (erro) padrão da média
padrão Relativo e Precisão relativo é dado por:
Um dos termos mais comuns na Química
sx
Analítica é o desvio padrão de uma população s xR = × 100
de observações. Esta grandeza é chamada, x
também, de desvio médio quadrático porque Exemplo 2.2: As análises de uma amostra de
ela é igual à raiz quadrada da média dos minério de ferro deram os seguintes resultados
quadrados das diferenças entre os valores das para o teor de ferro: 7,08; 7,21; 7,12; 7,09;
observações e a média aritmética destes 7,16; 7,14; 7,07; 7,14; 7,18; 7,11. Calcule a
valores. média, o desvio padrão, a variância, o
Se considerarmos uma série de n observações, coeficiente de variação e o erro padrão da
x1, x2, x3, .....xn média absoluto e relativo destes resultados.
A média aritmética (comumente chamada de 2.7. Rejeição de Dados
média) é dada por: Um dado só pode ser rejeitado quando isto for
x1 + x2 + x3 + ..... + xn sugerido pela aplicação de um teste estatístico
x= adequado. Para rejeitar ou não um ou mais
n dados pode-se fazer uso do TESTE Q.
A dispersão dos valores é medida com mais
eficiência pelo desvio padrão, definido por:
valor suspeito − valor mais próximo |
Qcalc =
maior valor − menor valor
( x1 − x) 2 + ( x2 − x) 2 + .... + ( xn − x) 2
s=
n −1 Se Qcalc>QTab, o valor suspeito deve ser
rejeitado.
Esta equação pode ser escrita como:
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Exemplo 2.3. A análise de cádmio em poeira σ


deu como resultados: 4,3; 4,1; 4,0 e 3,2µg.g-1. µ = X±x
N
Verifique se algum resultado deve ser
Tabela 2. Probabilidade de ocorrência de
rejeitado.
desvios em termos de x
x=(Xi-µ)/σ Probabilidade de um desvio
Tabela1. Coeficiente de Rejeição Q, com
menor que(±) x
limite de confiança de 90%.
0,00 0
No de observações Q90%
3 0,94 1,0 68%
4 0,76 2,0 95,5%
5 0,64 3,0 99,7%
6 0,56
7 0,51 Essas equações só podem ser utilizadas se
8 0,47 o valor de σ é conhecido. Para um pequeno
9 0,44 número de medidas, o fator x é substituído
10 0,41 pelo fator t, conhecido como t de Student. A
tabela 3 apresenta os valores de t para vários
graus de liberdade e vários níveis de confiança.
2.8. Limites de Confiança e Intervalo de
Para um determinado nível de confiança:
Confiança
ts
Já foi visto que os erros indeterminados
seguem a curva normal de distribuição. A
µ=x±
N
análise estatística da curva revela que (Fig.2):
Onde: x é a média; t é um parâmetro que
depende do número de graus de liberdade υ
• 68 % das medidas estarão no intervalo
(N-1) e do nível de confiança desejado.
µ ± 1σ;
• 95 % das medidas estarão no intervalo Tabela 3. Valores de t de Student.
µ ± 2σ; N 95 % 99 %
• 99,7 % das medidas estarão no
2 12,71 63,66
intervaloµ ± 3σ.
3 4,30 9,93
Os limites que encerram cada uma dessas 4 3,18 5,84
áreas são chamados LIMITES DE 5 2,78 4,60
CONFIANÇA. O intervalo coberto pela área é 6 2,57 4,03
o INTERVALO DE CONFIANÇA.
7 2,45 3,71
Limite de Intervalo de Nível de 8 2,37 3,50
Confiança Confiança Confiança 9 2,31 3,36
±1σ µ ± 1σ 68 % 10 2,26 3,25
±2σ µ ± 2σ 95 % 11 2,23 3,17
±3σ µ ± 3σ 99,7 % 12 2,20 3,11

Para um determinado nível de confiança:


Exemplo 2.4: A média de 5 observações do
µ = Χ ± xσ teor de Cl- em uma água potável é 29 ppm com
Onde: x é um fator que depende apenas do um desvio padrão de 3,4 ppm. Quais os limites
nível de confiança desejado. A Tabela 2 confiança da média a 95 %?
apresenta os valores de x.
Geralmente o intervalo de confiança de uma
média é de maior interesse. O intervalo de
confiança estima a faixa na qual a média
verdadeira poderá ser encontrada. Os limites
deste intervalo de confiança, conhecidos como
limites de confiança, são dados por:
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Capítulo 3: ANÁLISE GRAVIMÉTRICA

3.1. Introdução b. Água de Constituição – a água não está


Conceito: Método analítico em que se isola um presente no sólido como H2O, mas como OH e
elemento ou composto de uma amostra na H ligados quimicamente no composto. É
forma de uma fase pura ou composição obtida pela decomposição térmica. (ação do
química bem definida, que é então pesado. calor) Exs: 2Na2HPO4 → Na4P2O7 + H2O
Ca(OH)2 → CaO + H2O
Vantagens: 2KHSO4 → K2SO4 + H2O + SO3
• Simples e barato (mufla e estufa)
• Exatos e precisos (balança analítica) 3.3.2. Água não-essencial – é a água presente
• Método Absoluto (medida direta sem como contaminante. Não é retida por forças
calibração) químicas. É geralmente chamada de umidade e
não faz parte da estrutura química do sólido.
Desvantagens Tipos de água não essencial:
• Demorados a. Água Higroscópica ou adsorvida – é a água
• Trabalhosos retida sobre a superfície do sólido. Sua
• Requer grande quantidade de amostra quantidade depende:
• Temperatura (100oC sua quantidade ≈ 0)
Classificação • Superfície especifica do sólido – quanto
Pode ser classificado de acordo com a forma menor o tamanho da partícula maior a
de separação do constituinte desejado da superfície específica, portanto maior a
amostra: quantidade de água adsorvida.
• Gravimetria por volatilização
• Gravimetria por precipitação b. Água absorvida – é a água retida como
líquido nos interstícios (espaços) dos sólidos
3.2. Gravimetria por volatilização – consiste coloidais. Sua quantidade pode alcançar 10 a
em eliminar componentes na forma de 20% da massa total do sólido. Temperaturas
compostos voláteis. maiores que 100oC diminuem a quantidade de
Os métodos por volatilização podem ser: água absorvida, mas não garante remoção
completa.
3.2.1. Diretos – a substância volatilizada é
recolhida em meio absorvente adequado e c. Água Ocluída – é a água em cavidades
pesada. Ex: Determinação de CO2 em microscópicas dos sólidos cristalinos. A
carbonatos – CaCO2 + 2HCl → CO2↑ + H2O calcinação elimina este tipo de água. Porém o
aquecimento pode causar a decreptação, que é
3.2.2. Indiretos – a substância é volatilizada e a ruptura dos cristais.
seu peso é calculado pela diferença do peso da
amostra antes e após a volatilização. Ex: 3.4. Cálculos com base na amostra seca
Determinação de umidade Uma análise pode ser realizada na amostra
seca ou úmida. O Teor de cada constituinte
3.3. Tipos de água nos sólidos será diferente nos dois casos. Na amostra seca,
Os materiais podem conter: o valor será maior do que na amostra original
3.3.1. Água essencial – é a água quimicamente (úmida).
ligada ao sólido. Faz parte de sua estrutura O teor do constituinte desejado pode ser
cristalina ou molecular de um dos calculado por:
componentes do sólido. %amostra original – 100% -%U
Tipos de água essencial: %amostra seca – 100%
a. Água de Cristalização ou hidratação – são % amostra sec a (100 − %U )
% X amostra original =
ligadas ao sólido por ligações covalentes 100
coordenadas.É a água presente nos hidratos
cristalinos. Ex: CaC2O4.2H2O, CaSO4.5H2O % amostra original × 100
% X amostra sec a =
100 − %U
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Análise Gravimétrica

Onde: a e b são números inteiros necessários para


%X= percentagem do constituinte analisado igualar o número de átomos.
%U = percentagem de umidade
Portanto:
3.5. Gravimetria por precipitação a MM subs tan cia procurada peso substância pesada
%Y = ⋅ ⋅
O constituinte desejado é precipitado como b MM substância pesada peso amostra
um composto pouco solúvel e seu peso é 3.6. Formação dos Precipitados
determinado, ou o precipitado é convertido em É um processo cinético que tende para um
outra forma química mais adequada equilíbrio. O controle da velocidade de
(calcinação) e então pesado. formação permite, em certa extensão conduzir
a precipitação de maneira a separar a fase
3.5.1. Requisitos para que uma reação de sólida desejada com as melhores características
precipitação possa ser usada em gravimetria possíveis.
• A reação deve ser completa A prática da análise gravimétrica abrange
• O reagente precipitante deve ser seletivo vários tipos de precipitados, que se distinguem,
• Precipitado pouco solúvel principalmente quanto ao tamanho das
• O precipitado obtido deve oferecer boas partículas, que é uma característica muito
condições de filtração e lavagem importante, pois isso influencia
• O precipitado deve esta livre de impurezas consideravelmente o desenvolvimento de uma
• Apresentar forma de pesagem análise. Um precipitado formado por partículas
grandes é retido quantitativamente por um
papel de filtro mais aberto, e a filtração é mais
3.5.2. Requisitos da forma de pesagem rápida. Já um precipitado formado por
• Possuir composição química definida partículas pequenas necessita de um papel de
• Boa estabilidade (não oxidar) filtro mais denso e a filtração é amsi lenta.
Logo, é melhor para o andamento da análise
• Não absorver CO2
que o precipitado seja constituído por
• Não deve ser higroscópico
partículas grandes.
• Não deve ser volátil quando pesado
diretamente 3.6.1. Tipos de precipitados
• Originar uma quantidade relativamente Quanto ao tamanho das partículas os
grande de precipitado precipitados classificam-se em:
• Cristalinos
3.5.3. Cálculos dos resultados na Análise
• Coloidais
Gravimétrica
Os precipitados cristalinos podem ser:
O resultado é geralmente expresso em
a. Precipitados graudamente cristalinos –
%peso.
formado por cristais individuais bem
peso de X
%X = × 100 desenvolvidos. São os melhores precipitados
peso da amostra que podem ser obtidos. Sedimentam-se
Onde: X= substância procurada e pesada facilmente e não oferece dificuldade a
Mas nem sempre a substância procurada é a filtração.
mesma pesada. Nestes casos usa-se um fator Ex: NH4MgPO4.6H2O; KClO4; K2PtCl6
gravimétrico para relacionar os pesos das duas.
b. Precipitados pulverulentos ou finamente
peso de Y = F . peso de X cristalinos – agregados de diminutos cristais
individuais. Usam-se filtros mais densos. São
Onde:
densos, sedimentam-se facilmente dificultando
Y=substância procurada
a filtração.
F=fator gravimétrico (baseado na
Ex: CaC2O4; BaSO4
estequiometria)
MM subs tan cia procurada a Os precipitados coloidais podem ser:
F= ⋅
MM substância pesada b a. Precipitados grumosos – resultam da
floculação de colóides hidrófobos. São densos
pois arrastam pouca água. Os agregados das
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Análise Gravimétrica

partículas coloidais são facilmente retidos Curva AB – curva de solubilidade – região


pelos meios filtrantes usuais. onde há equilíbrio entre os íons em solução e
Ex: haletos de prata sólido.Abaixo da curva AB – soluções
insaturadas. Entre as curvas AB e CD (curva
b. Precipitados gelatinosos – resultam da de supersolubilidade) – região metaestável,
floculação de colóides hidrófilos.São concentração do soluto excede a solubilidade
volumosos, tem consistência de flocos e de equilíbrio, mas não ocorre formação do
arrastam considerável quantidade de água. sólido na ausência de partículas sólidas que
Difícil filtração e lavagem. atuem como germes. Acima da curva CD,
Ex: Fe(OH)3; Al(OH)3 região instável, a supersaturação é rápida e
espontaneamente destruída pela formação da
3.6.2. Mecanismos de Precipitação fase sólida, mesmo na ausência de partículas
O tamanho das partículas de um precipitado sólidas.
depende da supersaturação relativa (SSR) que A temperatura constante e quando
prevalece no momento da precipitação. adicionado um reagente precipitante
Uma solução está supersaturada quando lentamente: a concentração do soluto Q
contém uma quantidade de soluto dissolvido aumentará gradualmente ao longo da linha
superior à quantidade dissolvida em uma EFG. Enquanto Q se mantiver abaixo de F, a
solução saturada. solução é insaturada, portanto não haverá
A expressão matemática para a formação de Precipitado. Quando Q se situar
supersaturação relativa (SSR) é: na região acima de F e abaixo de G, região
Q−S metaestável, também não haverá formação de
SSR = precipitado. A precipitação poderia ser
S
provocada pela adição de partículas sólidas do
Onde:
S= solubilidade do precipitado no estado de soluto. Então Q recuaria até F. Acima de G,
equilíbrio região instável, supersaturação, formação do
precipitado espontaneamente até Q atingir F
Q= concentração dos íons em solução no
instante ao da precipitação (concentração de equilíbrio do soluto).

A formação do precipitado ocorre em uma 3.6.3. Etapas de Formação do precipitado


solução supersaturada da substância envolvida. A formação de um precipitado a partir de
uma solução envolve dois processos:
A supersaturação é um estado instável, que se
transforma em estado de saturação através da • Nucleação
precipitação do excesso de soluto. A Fig. 1 • Crescimento dos Cristais
relaciona a solubilidade de um soluto com a
temperatura. 3.6.3.1. Nucleação – formação de núcleos – é
necessário um número mínimo de partículas
que se agrupem – agregação de pequenos íons
ou moléculas.
A nucleação pode ser:
Nucleação heterogênea – a agregação de
íons ocorre em torno de pequenas partículas de
impurezas.
Nucleação homogênea – os núcleos se
formam pela orientação do número próprio de
íons em um arranjo ordenado típico.
A Figura 2 representa o efeito da
supersaturação sobre a nucleação e o
crescimento dos cristais.
Para baixos níveis de SSR a formação de
núcleos é baixa e é dependente de partículas
Figura 1. Solubilidade de um soluto e sólidas presentes na solução como impurezas –
temperatura nucleação heterogênea. Em condições de alta
SSR a nucleação aumenta explosivamente com
formação de núcleos homogêneos.
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Análise Gravimétrica

A alta SSR favorece a nucleação. Se a • Adição lenta e sob agitação do reagente


nucleação prevalece tem-se a formação de precipitante;
partículas pequenas, portanto formação de • Realizar a precipitação a temperatura
precipitados coloidais. elevada;
A velocidade da nucleação heterogênea é • Realizar a precipitação em um meio no
independente da SSR, já a homogênea aumenta qual a solubilidade do precipitado seja
notavelmente com SSR. maior.
As duas primeiras medidas diminuem o
3.6.3.2. Crescimento dos cristais – deposição valor de Q enquanto que as duas últimas
de outras partículas de precipitado em torno aumentam o valor de S.
núcleo. Estes procedimentos favorecem a formação
Um nível baixo da SSR favorece o de precipitados com partículas maiores.
crescimento dos cristais. Se o crescimento dos
cristais prevalece sobre a nucleação, tem-se a 3.6.5. Suspensões Coloidais
formação de precipitados cristalinos. As técnicas de precipitação lenta são
particularmente eficientes para melhorar a
filtrabilidade dos precipitados cristalinos. No
caso de precipitados muito insolúveis S é tão
pequeno em relação a Q que a diferença Q – S
permanece sempre grande, ou seja, a SSR é
mantida elevada favorecendo a formação de
núcleos. Portanto, todos os precipitados muito
insolúveis apresentam-se como suspensões
coloidais.Apenas os precipitados mais solúveis
(oxalatos, sulfatos e carbonatos) possibilitam
manter a SSR suficientemente baixa de modo a
permitir a obtenção de precipitados cristalinos.
Tanto os precipitados cristalinos quanto os
coloidais são usados na análise gravimétrica.

3.6.5.1. Características das Suspensões


Figura 2. Nucleação e crescimento dos Cristais
Coloidais
• Tamanho da partícula – 1 – 100 mµ de
diâmetro. Invisível a olho nu ou com
O crescimento dos cristais em torno do
microscópio comum.
núcleo pode ocorrer simultaneamente com a
nucleação e a velocidade de crescimento é • Parece uma solução verdadeira.
proporcional a SSR. • Passam através dos filtros comuns.
• Não se sedimentam sob ação da gravidade.
3.6.4. Técnicas para Precipitação Lenta • As partículas coloidais têm carga elétrica.
A obtenção de precipitados com boas Todas as partículas têm carga de mesmo
características físicas baseia-se nas conclusões sinal. A ação repulsiva entre as cargas
de Von Weimarn, que ressaltou a importância tende a impedir que as partículas se unam
da SSR no mecanismo de precipitação. e este é um fator de máxima importância
As técnicas de precipitação sob baixo grau na estabilidade das dispersões coloidais.
de SSR são denominadas técnicas para Ex: Precipitação do AgCl (Figura 3)
precipitação lenta.
A SSR da solução pode ser diminuída de Quando se forma AgCl na presença do
duas maneiras: excesso de íons Ag+, as partículas coloidais
• diminuindo-se o valor de Q; ficam estabilizadas pela adsorção primária de
• aumentando-se o valor de S. íons Ag+, como é mostrado na Figura 3(a). O
sistema em conjunto é eletricamnete neutro: os
Na prática isto é conseguido através dos íons NO3- que são atraídos até a partícula
seguintes procedimentos: positiva é chamado de contra-íonn ou íons
• Usar soluções diluídas do reagente;
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Análise Gravimétrica

contrários. No sistema 3(b) a adsorção • Pós-precipitação


primaria é de íons Cl- e os contra-íons Na+.
3.6.6.1. Coprecipitação – é o arraste de
substâncias estranhas pelo precipitado na sua
formação. Pode ser por:

a. Adsorção superficial – a substância é


adsorvida na superfície do precipitado. Ocorre
principalmente em precipitados coloidais. É
eliminada por lavagem.

b. Inclusão isomórfica – incorporação de


Figura 3. Precipitação de AgCl na presença de impureza no interior dos cristais. O
excesso de: (a) Ag+ (b) Cl-. contaminante apresenta semelhança química e
mesmo tipo de estrutura cristalina (não causa
A destruição da dupla camada elétrica distorção apreciável a rede cristalina).
permite que as partículas coloidais se unam Ex: BaSO4 e PbSO4
(floculação ou aglomeração), formando
agregados maiores que podem se sedimentar. c. Inclusão não-isomórfica – incorporação de
A floculação pode ser induzida pela adição de impureza no interior dos cristais. O
um eletrólito ou por aquecimento. contaminante apresenta mesma forma
A lavagem do precipitado aglomerado com cristalina com espaços reticulares diferentes
água pode provocar a peptização do mesmo. (causa distorção a rede cristalina)
Portanto a lavagem deve ser feita com um
eletrólito ou a quente. d. Oclusão – a impureza está presa na estrutura
Peptização é a passagem do precipitado cristalina do sólido causando imperfeições.
para o estado coloidal. Ex: BaCl2 + Na2SO4→ BaSO4 + 2NaCl
Quem estiver em excesso será o contaminante
3.6.5. Envelhecimento dos Precipitados ou A digestão diminui a contaminação por
digestão oclusão.
É comum nos procedimentos
gravimétricos deixar o precipitado repousar, na 3.6.6.2. Pós-precipitação – a impureza é um
presença da solução mãe, durante um composto insolúvel que precipita depois que o
determinado tempo, antes de ser filtrado. Neste precipitado analítico se formou.
tempo ocorre um envelhecimento do Ex: Ca2+ com oxalato na presença de Mg2+. Se
precipitado. Esse envelhecimento foi definido o precipitado for deixado em repouso em
como um conjunto de transformações digestão haverá precipitação de MgC2O4
irreversíveis que ocorrem no precipitado Velocidade de cristalização Ca2+>Mg2+
depois de sua formação e é também chamado
de digestão do precipitado. Reações:
Durante esse processo as imperfeições
Ca2+ + C2O42- → Ca C2O4 (precipitado
tendem a desaparecer e as impurezas
analítico)
adsorvidas passam para a solução.
Mg2+ + C2O42- → Mg C2O4 (contaminante)
Quando realizado a alta temperatura o
processo é mais rápido, pois aumenta a
solubilidade do precipitado e as partículas
menores dissolvem-se e depositam-se sobre as
maiores.

3.6.6. Contaminação dos precipitados


É o arraste de substâncias estranhas pelo
precipitado.

Tipos de contaminação:
• Coprecipitação
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Análise Volumétrica

Capítulo 4: ANÁLISE VOLUMÉTRICA


Algumas substâncias possuem certas
4.1. Introdução propriedades, como pureza e estabilidade, que
fazem com que suas soluções padrões sejam
Em uma análise volumétrica, a quantidade preparadas facilmente. Basta fazer o cálculo da
de um constituinte de interesse (amostra) é quantidade requerida, pesar essa quantidade com
determinada através da reação desta espécie exatidão na balança analítica, dissolvê-la
química com uma outra substância em solução, adequadamente e diluir até a marca de aferição
cuja concentração é exatamente conhecida, do balão volumétrico. Essas substâncias são
chamada de solução padrão. Na determinação chamadas de padrões primários.
mede-se o volume da solução padrão que reage
quantitativamente com o constituinte da amostra 4.4.1. Requisitos da Substância Padrão Primário
que se deseja determinar.
O processo de adição da solução padrão à • Ser de fácil obtenção, purificação e
solução da amostra é conhecido por titulação. pesagem;
Na titulação, um volume conhecido da • Ser estável no estado sólido ou em solução;
amostra ou da solução padrão é colocado em um • Possuir grande massa molar
erlenmeyer (titulado) e outra solução da amostra
ou padrão é adicionada gradativamente, através Para se preparar uma solução padrão de um
de uma bureta (titulante), até que se observe (por reagente que não é padrão primário o
algum método apropriado) que a quantidade procedimento é iniciado da mesma forma citada
adicionada do reagente é equivalente ao acima só que a concentração da solução
constituinte contido no erlenmeyer. Esse ponto é preparada não é exata, é apenas aproximada. A
chamado ponto de equivalência. concentração exata só poderá ser determinada
através de uma titulação com outra solução
No ponto de equivalência: padrão. Esse é o caso das soluções de NaOH
n do titulado = n do titulante e/ou HCl.

onde: n = quantidade de matéria (substância) 4.5. Classificação dos métodos volumétricos


Os métodos volumétricos podem ser
4.2. Vantagens da análise volumétrica classificados em 4 grupos principais de acordo
com o tipo de reação que ocorre:
• Grande exatidão (equivalente a da
gravimetria); Volumetria de neutralização - compreende as
• Rapidez (maior que na gravimetria); determinações volumétricas baseadas em
• Simplicidade (utiliza aparelhagem mais reações ácido-base. Ex: Determinação do teor de
simples). ácido acético no vinagre.

4.3. Requisitos da reação volumétrica Volumetria de precipitação - são


determinações volumétricas baseadas em
Nem todas as reações químicas podem servir reações de precipitação. Ex: Determinação de
de base para as determinações volumétricas. Cloreto na água potável.
Idealmente, uma reação química, deve
apresentar os seguintes requisitos para que possa Volumetria de complexação - envolve as
ser utilizada num método volumétrico: determinações volumétricas baseadas em
• Possuir equação química bem definida; reações de complexação. Ex: Determinação de
• Ser extremamente rápida; íons metálicos por titulação com EDTA.
• Ser completa no ponto de equivalência;
• Permitir a detecção do ponto final. Volumetria de oxidação-redução - utiliza
reações de oxidação-redução. Ex: Determinação
4.4. Preparo da solução padrão de Fe2+ com KMnO4

Existem duas maneiras para se preparar uma


solução padrão.
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Volumetria de Neutralização

Capítulo 5. VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO

5.1. Introdução resultante foram titulados com 22,8 ml de uma


solução de NaOH 0,0933 mol.l-1. Calcular a
Já foi visto que a volumetria de concentração molar original do ácido e o
neutralização baseia-se numa reação ácido- volume dessa solução necessário para preparar
base ou reação de neutralização. 2,0 l de solução 0,10 mol.l-1.
A determinação quantitativa de uma
substância ácida é feita através de titulação 5.3. Uma amostra de soda (carbonato de sódio)
com uma solução padrão alcalina na presença pesando 0,4800 g consome 30,00 de solução de
de uma pequena quantidade de um indicador HCl para sua neutralização completa. Sabe-se
ácido-base apropriado enquanto que para a que 35,00 ml de HCl ≡ 42,00 ml de NaOH e
determinação de uma substância alcalina também 45,00 ml de NaOH ≡ 0,2553 g de
emprega-se uma solução padrão ácida como H2C2O4.2H2O. Calcule a percentagem de
titulante. Na2CO3 na amostra.
O ácido mais utilizado nesse tipo de
volumetria é o HCl e pelo lado das bases 5.4. Calcule o peso de CaCO3 em uma amostra
emprega-se mais o NaOH. Como nenhum dos se após ter sido tratada com 50,00 ml de HCl
dois é padrão primário é preciso padroniza-los 0,2000 mol.l-1 a titulação do HCl residual
com o uso de soluções de substâncias padrões consumiu 10,00 ml de uma solução de NaOH.
primários apropriadas. As principais Sabe-se que 24,00 ml da solução de NaOH são
substâncias padrões primários utilizadas na gastos na titulação de 25,00 ml da solução de
volumetria de neutralização são: HCl.
Padrões Primários para padronização de:
ÁCIDOS: Na2CO3; Bórax (Na2B4O7.10H2O). 5.5. Uma mistura contendo somente BaCO3 e
BASES: Biftalato de potássio (KHC8H4O4); Li2CO3 pesa 0,150 g. Se 25,00 ml de HCl
Ácido Oxálico Bihidratado (H2C2O4.2H2O). 0,120 mol.l-1 são gastos para completa
neutralização, quais as percentagens de BaCO3
5.2. Cálculo de resultados na volumetria de e Li na amostra?
neutralização
5.3. Fundamento do uso dos indicadores
O resultado de qualquer titulação pode ser
calculado a partir da igualdade: Uma das maneiras usadas para se detectar
n do titulado = n do titulante o ponto final de titulações baseia-se no uso da
em que: variação de cor de algumas substâncias
m( g ) chamadas indicadores. No caso particular das
n = C ×V =
MM titulações ácido-base, os indicadores são ácidos
ou bases orgânicos fracos que apresentam a
Para qualquer titulação: propriedade de possuir uma certa cor quando
estão na forma ionizada e outra cor quando não
Ctitulado. Vtitulado = Ctitulante . Vtitulante estão ionizados.
mtitulado
= Ctitulante × Vtitulante Considere um indicador ácido, HIn, em
MM titulado solução aquosa:
HIn + H2O  H3O+ + In-
EXEMPLOS Forma Ácida Forma Básica
Cor Ácida Cor Básica
5.1. Para titular 0,5000 g de bórax
(Na2B4O7.10H2O) foram gastos exatamente Cuja constante de dissociação é dada pela
34,10 ml de uma solução de HCl. Qual a equação:
concentração molar do ácido e a concentração
em g/l ? Ka =
[H O ][In ]
3
+ −

[HIn]
5.2. 10 ml de uma solução de HCl foram
diluídos a 250 ml. 20,8 ml da solução
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Volumetria de Neutralização

[H O ] = K [[HIn
3
+

In ]
]
a −
5.4.Titulação de ácido forte com base forte

5.4.1. Curva de titulação


Que também pode ser escrita na forma A curva de titulação ácido-base é uma
logarítmica. representação gráfica da variação que ocorre

[In ]

no pH da solução titulada durante a titulação.
pH = pK a + log O conhecimento desta curva é importante na
[HIn] escolha do indicador mais adequado para uma
certa titulação.
O olho humano só consegue distinguir uma Considere a titulação de 50,00 mL de
das cores do indicador quando a concentração solução de HCl 0,1000 mol.l-1 com solução de
da espécie correspondente é dez vezes maior NaOH com a mesma concentração analítica,
do que a concentração da outra espécie. calcule o pH da solução nas seguintes
Para o indicador HIn a cor ácida será vista situações:
quando: a) VNaOH = 0,00ml;
b) VNaOH = 20,00ml;
[In ] =

1 c) NaOH = 50,00ml;
[HIn] 10 d) VNaOH = 52,00ml.
pH = pK a − 1 a) V = 0,0 mL. Antes de começar a titulação.
A cor básica será vista quando: Trata-se de uma solução de um ácido forte com
[In ] = 10
− concentração analítica Ca
[HIn] [ H + ] = Ca

b) V < VE. Antes do ponto de equivalência. A


pH = pK a + 1
solução contém o sal e o ácido que ainda não
pH = pK a ± 1 reagiu e cuja concentração é dada por:
C aVa − C bVb
[H + ] =
Va + Vb
Essa faixa é chamada de Zona de Transição do
indicador. c) V = VE. No Ponto de equivalência. Trata-se
de uma solução de NaCl cujo pH = 7,00
Zona de Transição do indicador – é a faixa de [ H + ] = [OH − ]
pH na qual o indicador muda de cor.
d) V > V’. Após o ponto de equivalência.
A tabela 5.1 apresenta as zonas de
Prevalece o excesso de base forte cuja
transição dos indicadores mais utilizados na
concentração é dada por:
química analítica.
C bVb − C aVa
[OH − ] =
Tabela 5.1 – Indicadores ácido-base Va + Vb
Indicador ZT Cor ácida Cor básica
Alaranjado de metila 3,1-4,4 vermelho amarelo
Vermelho de metila 4,4-6,2 vermelho amarelo A figura 5.1 apresenta a curva da titulação
Fenolftaleína 8,0-10,0 incolor vermelho acima. Observa-se que no início da titulação o
pH varia lentamente, mas à medida que o
Exemplo 5.6: Para o indicador vermelho de ponto de equivalência (PE) vai se aproximando
fenol pKa= 7,2. Calcule a zona de transição do a variação torna-se cada vez maior, até que
vermelho de fenol. muito próximo do ponto PE o pH varia
bruscamente. Pela forma da curva de titulação
Para fazer em casa: pode ser visto que qualquer indicador com
Exercício 5.1: Fazer uma dedução semelhante zona de transição na região vertical da curva de
para um indicador básico, In. titulação não causará erro de titulação.
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Volumetria de Neutralização

5.4.2. Cálculo do erro da titulação a) VNaOH = 0,00;


b) VNaOH = 20,00;
Erro da titulação – é a diferença entre o volume c) VNaOH = 50,00;
do ponto final e o volume do ponto de d) VNaOH = 52,00mL.
equivalência da titulação.
V PF − VE Aqui também são consideradas as várias
ER = × 100 situações que prevalecem na solução durante a
VE titulação:
Onde: a) V = 0,0 mL. Antes de começar a titulação.
VPF = volume no Ponto final da titulação Trata-se de uma solução de um ácido fraco
VE = volume de equivalência com concentração analítica Ca. A [H+] é dada
por:
Exemplo 5.7. Calcule o erro da titulação
anterior se o ponto final ocorre a pH = 5,00.
[H + ] = K aCa

b) V < VE. Antes do ponto de equivalência.


A solução contém o sal formado e o ácido que
ainda não reagiu. Como se trata de um ácido
fraco e seu sal, configura-se uma solução
tampão, cuja [H+] é dada por :
C aVa − C bVb
[H + ] = K a
C bVb

c) V = VE. No Ponto de equivalência.


Trata-se de uma solução de BA, um sal de base
forte e ácido fraco. O cátion não participa de
reações ácido-base mas o ânion age como uma
base e participa de uma reação chamada
Hidrólise:
A- + H2O  HA + OH-
K w [ HA][OH − ]
Kb = Kh = =
Ka [ A− ]
Por este motivo no ponto de equivalência o pH
é alcalino. A [OH-] é dada por:
Figura 5.1. Curvas da titulação de 50,00 mL de C bVb
soluções de HCl com soluções de NaOH . (a) [OH − ] = K h .C s ⇒ [OH − ] = K h .
Va + Vb
0,1000 mol.l-1 (b) 0,0100 mol.l-1
d) V > VE. Após o ponto de equivalência.
5.5. Titulação de base forte com ácido forte Prevalece o excesso de base forte cuja
concentração é dada por:
O cálculo é semelhante ao caso anterior. A C bVb − C aVa
[OH − ] =
curva obtida é também semelhante só que Va + Vb
invertida. O pH começa alto e vai diminuindo
A Figura 5.2 apresenta a curva de titulação
durante a titulação.
do ácido acético juntamente com a curva do
ácido clorídrico. Observa-se que a curva do
5.6. Titulação de ácido fraco com base forte ácido fraco
• começa a pH mais alto;
5.6.1. Curva de titulação
Considere a titulação de 50,00 mL de • o salto do pH nas proximidades do PE é
solução de ácido acético (HAc) 0,1000 mol.l-1 menor.
com solução de NaOH com a mesma • O pH do ponto de equivalência é > 7,0.
concentração analítica, calcule o pH da solução
nas seguintes situações:
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Volumetria de Neutralização

Trata-se de uma solução de BA, um sal de base


fraca e ácido forte. O ânion não participa da
reação ácido-base mas o cátion age como um
ácido e participa de uma reação chamada
Hidrólise:
B+ + H2O  B + H3O+-
K w [B][H 3 O+ ]
Ka = Kh = =
Kb [B + ]
Por este motivo no ponto de equivalência o pH
é ácido. A [H+] é dada por:
C aVa
[ H 3O + ] = K h .C s ⇒ [ H 3O + ] = K h .
Va + Vb

d) V > V’. Após o ponto de equivalência.


Prevalece o excesso de ácido forte cuja
Figura 5.2. Curva de titulacão de 50,00ml de concentração é dada por:
HAc 0,1000mol.l-1 com NaOH 0,1000mol.l-1. C aVa − C bVb
A curva tracejada mostra a titulação do HCl [H + ] =
Va + Vb
com NaOH.

5.7. Titulação de base fraca com ácido forte A Figura 5.3 apresenta a curva de titulação
da amônia juntamente com a curva do
Os cálculos são semelhantes ao caso hidróxido de sódio. Observa-se que a curva da
anterior e a curva de titulação também é base fraca
semelhante, só que invertida. • começa a pH mais baixo;
• o salto do pH nas proximidades do PE é
5.7.1. curva de titulação menor;
• O pH do ponto de equivalência é < 7,0.
Considere a titulação de titulação de 50,00
mL de solução de amônia, NH3, 0,1000mol.l-1
com solução de HCL com a mesma
concentração analítica, calcule o pH da solução
após adição dos seguintes volumes do titulante:
a) V = 0,00;
b) V = 20,00;
c) V = 50,00;
d) V = 52,00mL.

a) V = 0,0 mL. Antes de começar a titulação.


Trata-se de uma solução de uma base fraca
com concentração analítica CbF. A [OH-] é
dada por:
[OH − ] = K b C b

b) V < VE Antes do ponto de equivalência.


A solução contém o sal formado e a base que
ainda não reagiu. Como se trata de uma base
fraca e seu sal, configura-se uma solução
tampão, cuja [OH-] é dada por : Figura 5.3. Comparação entre as curvas de
C V − C aVa titulação de uma solução de NH3 e de NaOH
[OH − ] = K b b b 0,1000 mol.l-1 com HCl 0,1000 mol.l-1.
C aVa
c) V = VE. No Ponto de equivalência.
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Volumetria de Neutralização

5.8. Fatores que afetam a curva de titulação indica-se também nesta figura a curva de
titulação de NaOH 0,1000 mol.l-1 com HCl de
5.8.1. Concentração dos reagentes mesma concentração.
Quanto maior a concentração dos Verifica-se que quanto maior a força da
reagentes, maior o salto do pH nas base maior é a inclinação da curva nas
proximidades do ponto de equivalência. proximidades do ponto de equivalência.
Portanto, mais viável é a titulação.
5.8.2. Força do ácido
Quanto mais fraco o ácido, mais
desfavorável se torna a titulação. Os ácidos
com constantes de dissociação menores que 10-
7
não podem ser satisfatoriamente titulados em
concentrações ao redor de 0,1000 mol.l-1. A
Figura 5.4 mostra curvas de titulação de uma
ácido forte (HCl) e de ácidos fracos com
constantes de dissociação variando entre 10-2 a
10-10.

Figura 5.5. Dependência da curva de titulação


com a força da base.

5.9. Titulação de ácidos polipróticos fracos


Os ácidos polipróticos apresentam mais de
um íon hidrogênio ionizável.
O H3PO4 pode ser tomado como exemplo
de um ácido poliprótico fraco.
A Figura 5.6 apresenta a curva de titulação
deste ácido com NaOH. Pode-se observar que
Figura 5.4. Dependência da curva de titulação apenas os dois primeiros pontos de
com a força do ácido. equivalência podem ser determinados. O íon
HPO42- é um ácido extremamente fraco e sua
Conforme pode ser visto na Figura 5.4, titulação não fornece um ponto de equivalência
quanto maior a força do ácido maior o salto do bem distinto.
pH nas imediações do ponto de equivalência.
Portanto, mais viável é a titulação.

5.8.3. Força da base


Quanto mais fraca a base, mais
desfavorável se torna a titulação. Na realidade,
bases com constantes de dissociação menores
que 10-7 não podem ser satisfatoriamente
titulados em concentrações ao redor de 0,1000
mol.l-1A Figura 5.5 mostra os perfis das curvas
de titulação de bases com constantes de
Figura 5.6 – Perfil da curva de titulação de uma
dissociação variando entre 10-2 a 10-10, com
solução de H3PO4 com solução de NaOH.
HCl 0,1000 mol.l-1. Para fins de comparação
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Volumetria de Precipitação

Capítulo 6. VOLUMETRIA DE PRECIPITAÇÃO

6.1. Introdução

É a análise volumétrica que utiliza uma


reação de precipitação.

Aplicações:
• determinação de haletos;
• tiocianato;
• alguns sais de mercúrio, chumbo e zinco.

6.2. Titulação de cloreto com íon prata

6.2.1. Construção da Curva de Titulação Figura 6.2. (a) Titulação de NaCl 0,1000 mol.l-1
com AgNO3 0,1000 mol.l-1; (b) Titulação de
Considerar a titulação de de 50,00 mL de NaCl 1,000x10-3 mol.l-1 com AgNO3 1,000x10-3
solução NaCl 0,1000 M com solução de AgNO3 mol.l-1.
0,100 M , Calcular pAg e pCl após a adição dos
seguintes volumes do titulante: 6.2.2.2.Solubilidade do Precipitado Formado

a) 0,00; Quanto menor a solubilidade do precipitado


b) 10,00; mais favorável é a titulação.
c) 50,00; Pode-se observar que a variação de pAg nas
d) 55,00 mL. proximidades do ponto de equivalência é tanto
Kps(AgCl) = 1,56x10-10 mais acentuada quanto menor a solubilidade do
precipitado.

Figura 6.1. Curva de titulação de solução de


AgNO3 0,1000 mol.l-1 com NaCl 0,1000 mol.l-1. Figura 6.3. Dependência da curva de titulação
com a solubilidade do precipitado. (a) AgI; (b)
AgCl; (c) AgBr. (Kps = 8,3x10-17; 1,57x10-10 e
6.2.2. Fatores que Afetam a Curva de Titulação 5,7x10-5 respectivamente).

6.2.2.1.Concentração dos Reagentes 6.3. Detecção do ponto final


Quanto maior a concentração dos reagentes
mais favorável é a titulação. 6.3.1. MÉTODO DE MOHR – Formação de um
Como pode ser visto na Figura 6.2 , a Precipitado Colorido.
variação de pAg nas proximidades do ponto de Aplicações: Determinação de Cl- e/ou Br-.
equivalência é muito mais acentuado na curva de Princípio: A solução neutra do haleto é titulada
titulação com reagentes mais concnetrados. com solução de AgNO3 na presença do indicador
K2CrO4.
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Volumetria de Precipitação

Reações: 6.3.2. MÉTODO DE VOLHARD – Formação de


Cl- + Ag+ → AgCl(s) (precipitado branco) um Complexo Colorido
Br- + Ag+→ AgBr(s) (precipitado branco
amarelado). 6.3.2.1. MÉTODO DIRETO

No ponto final: Aplicação: Determinação de Ag+


2 Ag+ + CrO42- → Ag2CrO4(s) (precipitado Princípio: Titulação de Ag+ com solução padrão
vermelho-tijolo) de SCN- em meio ácido.

6.3.1.1. Cálculo da Quantidade do Indicador Reação:


Ag+ + SCN- → AgSCN(s) (precipitado
Para a titulação considerada no exemplo do branco).
item 6.2.1. admita que se acrescente 1 mL do Indicador: Sulfato Férrico Amoniacal
indicador K2CrO4 0,10 mol.l-1 .
Kps (Ag2CrO4)= 1,3x10-12 No Ponto Final:
Fe3+ + SCN- → FeSCN2+ (complexo solúvel
vermelho-tijolo)

6.3.2.2. MÉTODO INDIRETO

Aplicações: Determinação de Cl-, Br e I--.


Princípio: Adiciona-se à amostra excesso
conhecido de uma solução padrão de AgNO3 e o
excesso deste é determinado por titulação por
retorno com solução padrão de KSCN. O
indicador é o mesmo de cima.

Problema: no ponto final o precipitado de AgCl


está em uma solução que contém excesso de
SCN-. O AgSCN é menos solúvel que o AgCl,
logo, algum AgCl transforma-se em AgSCN:

AgCl + SCN- → AgSCN + Cl-

Em consequência, gasta-se mais solução de


Figura 6.4. Erro de titulação observado na tiocianato e a % de Cl- calculada é muito mais
determinação de Cl- pelo método de Mohr baixa.
Para evitar este erro: Separa-se o
Na figura 6.4, embora o ponto final ocorra precipitado, através de filtração, antes da
após o ponto de equivalência, eles estão bastante titulação com tiocianato ou então adiciona-se
próximos. Levando-se em conta a definição de nitrobenzeno à solução. O nitrobenzeno envolve
erro de titulação, conclui-se que tal erro é o precipitado isolando-o da solução. Com o Br- e
pequeno. I- este problema não ocorre.
Restrições ao Método:

1) Deve-se evitar pH ácido pois a pH < 6,5 o


equilíbrio abaixo desloca-se para a direita:
2 CrO42- + 2 H+  Cr2O72- + H2O

2) Deve-se evitar pH alcalino pois a pH > 10,5


ocorre a seguinte reação:
2 Ag+ + OH-  2 AgOH  Ag2O + H2O
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Volumetria de Complexação

Capítulo 7: Volumetria de Complexação

7.1. Introdução H4Y + H2O H3O+ + H3Y- K1= 1,02x10-2


- + 2-
H3Y + H2O  H3O + H2Y K2 = 2,14x10-3
2- + 3-
Uma reação de complexação é uma reação H2Y +H2O  H3O + HY K3 = 6,92x10-7
entre um íon metálico, M, e um ligante, L, HY3- + H2O  H3O+ + Y4- K4 = 5,50x10-11
resultando na formação de um complexo, ML. A
reação que forma um complexo 1:1 é: Como o ácido pai é pouco solúvel em água,
M + L ⇔ ML as soluções de EDTA são normalmente
preparadas a partir do sal dissódico,
Observação: As cargas das espécies foram Na2H2Y.2H2O, que é solúvel.
omitidas a fim de simplificar a representação.
A constante de equilíbrio dessa reação é O EDTA é um ligante hexadentado capaz de
chamada constante de estabilidade (ou constante coordenar-se com um íon metálico através dos
de formação), Kf. dois átomos de nitrogênio e os quatro grupos
Kf = __[ML]__ carboxílicos, formando o complexo com a
[M] [L] estrutura apresentada na Figura 7.1.

Os métodos complexométricos mais antigos


são conhecidos desde a metade do século
passado, são:

Método de Liebig - titula CN- com solução de


AgNO3, formando Ag(CN)2-.
CN- + AgNO3 ↔ Ag(CN)2

Mercurimetria - titula Cl- e Br- com solução de


nitrato de mercúrio (II) com formação de
precipitados de haletos de Hg(II).
Cl- + Hg2NO3 ↔ HgCl2↓ Figura 7.1. Estrutura do Complexo Metal-EDTA
Br- + Hg2NO3 ↔ HgBr2↓
7.2.1. Reações do EDTA com íons metálicos
Atualmente o EDTA é o reagente complexante
mais utilizado como titulante. Todos os cátions metálicos, exceto os metais
alcalinos, reagem com o EDTA formando
7.2. Titulações com EDTA complexos com estabilidade suficiente para
servir de base à análise volumétrica. A reação de
EDTA é a designação abreviada e mais um íon metálico com o EDTA pode ser
polular do ácido etileno-diaminotetracético cuja representada por:
fórmula é: Mn+ + H2Y2- ⇔ MY(4-n)- + 2H+
(CH2COOH)2NCH2CH2N(CH2COOH)2.
A estrutura do EDTA é apresentada abaixo: 7.2.1.1. Efeito do pH
A composição de uma solução de EDTA
depende do pH, pois quando dissolvido em água
o EDTA pode formar 4 espécies iônicas. A
Figura 7.3 mostra a distribuição dessas espécies
em função do pH.

pH 3 - 6 ⇒ em meio moderadamente ácido


predomina a espécie H2Y2-.
O EDTA é um ácido tetraprótico fraco que
pH 6 - 10 ⇒ predomina a espécie HY3-;
também pode ser representado por H4Y. A
pH > 10 ⇒ predomina a espécie Y4-.
ionização em etapas do EDTA e suas respectivas
constantes são apresentadas a seguir:
Na complexação com o EDTA a espécie
ativa é o íon Y4-, cuja concentração depende do
UFPB/CCEN/DQ - Química Analítica II – Prof.ª Margarida Carmo 22
Volumetria de Complexação

pH. Somente em solução bastante alcalina o 7.2.2. Curva de Titulação


EDTA encontra-se nessa forma. Diminuindo-se
o pH a concentração de Y4- diminui. A curva de titulação complexométrica pode
ser construída representando-se pM em função
do volume do titulante, onde pM = - log [M].

Para a titulação de 50,00 mL de solução de


Ca2+ 0,0100 F com solução de EDTA
0,100mol.l-1 a pH 8, 10 e 12 é apresentada na
Figura 7.3.

Figura 7.2. Diagrama de distribuição do EDTA

A tabela 1 apresenta valores de Kf para


vários complexos metal-EDTA.

Tabela 7.1. Constantes de estabilidade de


complexos Metal-EDTA
Cátion log Kf Cátion log Kf Figura 7.3. Curva de titulação do Ca2+ com
Na+ 1,7 Cd2+ 16,46 EDTA

Li+ 2,8 Zn2+ 16,50 Influência do pH - Após o ponto de equivalência


a curva de titulação é deslocada para maiores
Ag+ 7,3 Pb2+ 18,04 valores de pCa
Ba2+ 7,76 Cu2+ 18,80
7.2.3. Indicadores Metalocrômicos
Sr2+ 8,63 Lu3+ 19,83
São compostos orgânicos que se
Mg2+ 8,69 Hg2+ 21,80 caracterizam por apresentarem uma cor quando
Ca2+ 10,70 Th4+ 23,2 estão livres e uma cor diferente quando estão
complexados com o EDTA. O ponto final
Fe2+ 14,33 Cr3+ 24,0 envolve a reação:
3+ 3+
Al 16,13 Fe 25,0
M-In + EDTA ⇔ M-EDTA + In-
Co2+ 16,31 V3+ 25,9 Cor A Cor B

No ponto final da titulação o íon metálico é


deslocado do complexo M-In e convertido em
Observa-se que a estabilidade dos M-EDTA, liberando o indicador que apresenta
complexos com os metais alcalinos é muito outra cor.
baixa. Já os metais divalentes formam
complexos mais estáveis e podem ser titulados O complexo M-In deve ser suficientemente
em solução alcalina, neutra ou levemente ácida. estável mas menos estável que o complexo M-
No caso dos metais tri e tetravalentes a EDTA.
estabilidade é tão grande que eles podem ser
titulados até mesmo em meio ácido. Os indicadores metalocrômicos mais
importantes são:
UFPB/CCEN/DQ - Química Analítica II – Prof.ª Margarida Carmo 23
Volumetria de Complexação

7.2.3.1.Negro de eriocromo T 7.2.4. Métodos de Titulação com EDTA

OH OH 7.2.4.1. Titulação direta ⇒ A solução que


contém o íon metálico que se deseja determinar
HO3S N N é tamponada no pH necessário e titulada
diretamente com solução padrão de EDTA na
presença de um indicador metalocrômico. Ex:
Determinação de Zinco.
O2N
7.2.4.2. Titulação Indireta (retorno ou
Faixa de pH de 8 a 10 – espécie predominante retrotitulação) ⇒ Adiciona-se um excesso
HIn-2 (azul) conhecido de solução padrão de EDTA à
amostra, tampona-se no pH requerido e titula-se
o EDTA residual com uma solução padrão de
H2In- + H2O ↔ HIn2- + H3O+ pKa = 6,3 sulfato de Zn ou Mg, na presença de um
(vermelho) (azul) indicador metalocrômico. Ex: Determinação de
HIn2- + H2O ↔ In3- + H3O+ pKa = 11,6 Ni.
(azul) (laranja)
7.2.4.3. Titulação de substituição
Reação entre o metal e o indicador: (desloacamento) ⇒ A solução que contém o íon
In-M(aq) + EDTA ↔ M-EDTA + HIn2- metálico é tratada com excesso de Mg-EDTA a
Vermelho-vinho azul fim de liberar uma quantidade equivalente do íon
Mg2+.
Desvantagem ⇒ As soluções são instáveis. Mn+ + MgY2- ⇔ MY(4-n)- + Mg2+
O complexo M-EDTA deve ser mais
Aplicações: estável que o complexo Mg-EDTA. A
Titulação Direta de: Ba; Ca; Cd; In; Pb; Mg; quantidade equivalente de íon Mg2+ liberada é
Mn; Sc; Tl; Zn e Lantanídeos. titulada com uma solução padrão de EDTA na
Titulação Indireta de: Al; Ba; Bi; Ca; Co; Cr; Fe; presença de um indicador apropriado.
Ga; Pb; Mn; Hg; Ni; Pd; Sc; Tl e V.
7.2.4.4. Titulação Alcalimétrica (íons
a. Azul de Eriocromo R – Calcon
hidrogênios liberados) ⇒ A solução com o íon
OH HO metálico é tratada com Na2H2Y. Forma-se o
complexo metal-EDTA com a liberação de H+.
HO3S N N A solução é titulada com solução padrão de
NaOH.
Mn+ + H2Y2- ⇔ MY(4-n)- + 2H+
O2N
Faixa de pH de 12 a 13 – determinação de
Cálcio

7.2.3.2. Murexida

H OH O H
N N
O N O
N -
N
O O
H
Tem apenas valor histórico
UFPB/CCEN/DQ - Química Analítica II – Prof.ª Margarida Carmo 24
Volumetria de Oxidação-Redução

Capítulo 8: Volumetria de Oxidação-Redução

8.1. Introdução 8.3.3. Indicadores Redox - São substâncias que


Compreende os métodos volumétricos que podem sofrer reações de oxidação-redução e
utilizam reações de oxidação-redução. cujas formas oxidada e reduzida têm cores
diferentes. O comportamento de um indicador
8.2. Curva de Titulação redox pode ser representado pela seguinte semi-
Considerar a titulação de 25,00 mL de reação:
solução de Fe2+ 0,1000 mol.l-1 com solução de IndOx + ne- ⇔ IndRed
Ce4+ 0,1000 mol.l-1 em ácido sulfúrico. Calcular
o potencial após adição dos seguintes volumes Onde:
do titulante: IndOx = forma oxidada
a. v = 0,00 ml; IndRed = forma reduzida do indicador.
b. v = 5,00 ml
c. v = 12,50 ml; Alguns Indicadores Redox Típicos:
d. v = 25,00 ml
e. v = 26,00 ml a) Ferroína - Trata-se do complexo entre o Fe2+ e
EoCe = 1,44 V; EoFe = 0,771 V a ortofenantrolina (1,10-fenantrolina). É um
complexo estável e de cor vermelha intensa.
Estrutura:

Fórmula Abreviada: Fe(fen)32+;


Semi-reação de redução:
Fe(fen)33+ + e- ⇔ Fe(fen)32+ Eo = + 1,06 V
azul-pálido vermelho
Figura 8.1. Curva de titulação de 25,00 mL de
Vantagens:
solução de Fe2+ 0,1000 mol.l-1 com solução de
• As soluções são preparadas facilmente e são
Ce4+ 0,1000 mol.l-1
estáveis;
8.3. Indicadores de Oxidação-Redução • A reação do indicador é rápida e reversível.
A indicação do ponto final de uma
titulação redox pode ser feita de três maneiras b) Difenilamina.
diferentes: Estrutura:
8.3.1. Sem adição de indicador - Alguns
titulantes têm cor tão intensa que eles mesmos
servem de indicador de ponto final. Ex: KMnO4. Aplicação: Titulação de Fe2+ com dicromato de
potássio;
8.3.2. Indicadores específicos - Em algumas Atuação: Na presença de agentes oxidantes
titulações pode-se adicionar uma espécie à fortes, Ex: K2Cr2O7, a difenilamina passa por
solução da amostra que reage com a substância a uma série de reações de oxidação, resultando em
ser titulada ou com o titulante, produzindo uma um produto violeta, reversível.
mudança de cor no ponto final. Ex: amido é Desvantagem:
sempre utilizado nas titulações que envolvem • Devido a baixa solubilidade em água, o
iôdo. O amido forma um complexo azul escuro reagente deve ser preparado em soluções
com o iôdo que serve como indicador. concentradas de ácido sulfúrico.
UFPB/CCEN/DQ - Química Analítica II – Prof.ª Margarida Carmo 25
Volumetria de Oxidação-Redução

8.4. Soluções padrões e padrões primários

8.4.1. Agentes Oxidantes

Reagente Semi-reação E (V) Estabilidade


KMnO4 MnO4- + 8H+ + 5e ⇔ Mn2+ + 4H2O 1,51 Precisa padronizar regurlarmente
Ce4+ Ce4+ + e- ⇔ Ce3+ 1,44 estável em H2SO4
1,70 requer padronização em HNO3.
K2Cr2O7 Cr2O72- + 14 H+ + 6e- ⇔ 2Cr3+ + H2O 1,33 estável indefinidamente
Ca(ClO)2 OCl- + H2O + 2e- ⇔ Cl- + 2OH- 1,0 Estável
I3- I3- + 2e- ⇔ 3I- 0,54 Estável

8.4.2. Agentes Redutores

Fe2+ Fe2+ ⇔ Fe3+ + e- -0,77 Instável ao O2


+ H2O ⇔ TiO
3+ 3+ 2+ + -
Ti Ti + 2H + e -0,1 Instável ao O2
Na2S2O3 2 S2O32- ⇔ S4O62- + 2e -0,08 É preciso padronizar sempre
⇔ Cr
2+ 2+ 3+ -
Cr Cr +e +0,41 Instável
ROTEIROS DAS AULAS PRÁTICAS
UFPB/CCEN/DQ – Química Analítica II - Roteiros das Aulas Práticas 27

1. CARGA HORÁRIA DA DISCIPLINA: 90 horas sendo 45 aulas de 2 horas cada.


Teoria: 30 horas (15 aulas); Prática: 60 horas (30 aulas).
2. AVALIAÇÕES : Duas notas da prática. Cada nota será formada por:
2.1. Uma prova teórica sobre as práticas (50 %);
2.2. Freqüência, pontualidade, conduta no laboratório, uso do avental, etc (25%);
• É obrigatório o uso de avental durante as aulas práticas.
• Permite-se um atraso de no máximo 15 minutos. Após o início da prática não será permitida a entrada
de alunos retardatários.
• O aluno só poderá repor uma aula prática a cada avaliação.
2.3. Relatório (25%).
3. PROGRAMA DAS AULAS PRÁTICAS
UNIDADE I - INTRODUÇÃO
I.1. Técnicas gerais de laboratório em Química Analítica Quantitativa
UNIDADE II - DETERMINAÇÕES GRAVIMÉTRICAS
II.1. Determinação de Água em sólidos
II.2. Determinação de SO42- como sulfato de bário
II.3. Determinação de ferro como Fe2O3
UNIDADE III - DETERMINAÇÕES VOLUMÉTRICAS
III.1. Preparação e padronização da solução de HCl
III.2. Preparação e padronização da solução de NaOH
III.3. Determinação do teor de ácido acético em vinagre
III.4. Deteminação do teor de Mg(OH)2 no leite de magnésia
III.5. Determinação do teor de H3PO4 no reagente comercial.
III.6. Prep. e padronização da sol. de AgNO3 pelo método de Mohr
III.7. Prep. e padronização da sol. de KSCN pelo método de Volhard
III.8. Determinação de cloretos pelo método de Mohr e iodeto pelo método de Volhard
III.9. Determinação de Ca e Mg em água com EDTA (dureza)
III.10. Preparação e padronização da solução de KMnO4
III.11. Determinação de ferro com KMnO4
III.12. Determinação de ferro com K2Cr2O7
III.13. Preparação e padronização da solução de tiossulfato de sódio
III.14. Determinação de cloro ativo na água sanitária
4. REFERÊNCIAS
1. SKOOG, D.A. et al., “Fundamentos de Química Analítica”,Tradução da 8a ed Norte-americana,
Pioneira Thomson Learning, 2006.
2. BACCAN, N. et al., “Química Analítica Quantitativa Elementar”, 3a ed., Editora Edgard Blücher, São
Paulo, 2002.
3. MENDHAM, J. et al., “VOGEL - Análise Química Quantitativa”, 6a ed., LTC, Rio de Janeiro, 2002.
4. OHLWEILER, O. A., “Química Analítica Quantitativa, 3a ed., LTC, Rio de Janeiro, Vols. I e II,
1981.
UFPB/CCEN/DQ – Química Analítica II - Roteiros das Aulas Práticas 28

AULA PRÁTICA No 01

ASSUNTO: INTRODUÇÃO À QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA EXPERIMENTAL

Este curso tem como principal objetivo permitir o aprendizado das técnicas quantitativas
fundamentais. Apresenta características que exigirão do aluno, dedicação, interesse, cuidado, atenção e
especialmente uma atividade cuidadosamente programada dentro do laboratório.
1. O laboratório é um lugar de trabalho sério. EVITE QUALQUER TIPO DE BRINCADEIRAS,
pois a presença de substâncias inflamáveis e explosivas e material de vidro delicado e, muitas vezes,
de preço bastante elevado, exigem uma perfeita disciplina no laboratório.
2. É INDISPENSÁVEL O USO DE AVENTAL.
3. O trabalho no laboratório é feito em duplas. Antes de iniciar e após o término dos experimentos
MANTENHA SEMPRE LIMPA A APARELHAGEM E A BANCADA DE TRABALHO,
e deixe os materiais e reagentes de uso comum em seus devidos lugares.
4. As lavagens dos materiais de vidro são realizadas inicialmente com água corrente e posteriormente
com pequenos volumes de água destilada. Em alguns casos, torna-se necessário o emprego de sabão
ou detergente, ácido muriático (ácido clorídrico comercial), solução sulfocrômica ou potassa
alcoólica.
5. Os materiais necessários à limpeza, tais como detergente líquido, fósforos, lenços ou toalhas de
papel, precisarão ser providenciados pelos próprios alunos.
6. Estude com atenção os experimentos antes de executá-los, a fim de que todas as etapas do
procedimento indicado sejam assimiladas e compreendidas. Esta conduta não apenas facilita o
aprendizado, mas também a utilização mais racional do tempo destinado às aulas práticas.
7. Imediatamente após a execução de cada análise o aluno deverá registrar no caderno de relatórios
tudo o que observou durante a mesma,
8. Deve-se evitar o desperdício de soluções, reagentes sólidos, gás e água destilada.
9. Deve-se tomar o máximo cuidado para não contaminar os reagentes sólidos e as soluções. As
substâncias que não chegaram a ser usadas nunca devem voltar ao frasco de origem. Nunca se deve
introduzir qualquer objeto em frascos de reagentes, exceção feita para o conta-gotas com o qual estes
possam estar equipados ou espátulas limpas.
10. Não usar um mesmo material (por exemplo: pipetas, espátulas) para duas ou mais substâncias,
evitando assim a contaminação dos reagentes.
11. Dar tempo suficiente para que um vidro quente esfrie. Lembre-se de que o vidro quente apresenta o
mesmo aspecto de um vidro frio. Não o abandone sobre a mesa, mas sim, sobre uma tela com
amianto.
12. Cuidado ao trabalhar com substâncias inflamáveis. Mantenha-as longe do fogo.
13. Todas as operações nas quais ocorre desprendimento de gases tóxicos devem ser executadas na
capela (como por exemplo: evaporações de soluções ácidas, amoniacais, etc.).
14. Ao observar o cheiro de uma substância não se deve colocar o rosto diretamente sobre o frasco que a
contém, pois alguns reagentes são altamente tóxicos e venenosos. Abanando com a mão por cima do
frasco aberto, desloque na sua direção uma pequena quantidade do vapor para cheirar.
15. Na preparação ou diluição de uma solução use sempre ÁGUA DESTILADA.
16. Verificar cuidadosamente o rótulo do frasco que contém um dado reagente, antes de tirar dele
qualquer porção de seu conteúdo. Leia o rótulo duas vezes para se certificar de que tem o frasco
certo.
17. Ao destampar um frasco ou outro recipiente qualquer manter a sua rolha, sempre que possível, entre
os dedos da mão que segura o próprio frasco. Caso não seja possível esta operação, coloque a rolha
sobre o balcão sem, contudo, deixar tocar no mesmo a parte que penetra no gargalo do frasco.
18. Ao transferir o líquido de um frasco para outro procurar segurar o mesmo com a mão direita
deixando o rótulo voltado para a palma da mão. Evita-se, assim, que o líquido que por acaso escorra
estrague o rótulo.
UFPB/CCEN/DQ – Química Analítica II - Roteiros das Aulas Práticas 29

19. Ao retornar o frasco para o seu devido lugar, se o fundo do mesmo estiver molhado com o líquido
que o mesmo contém, enxugá-lo com um pano próprio, evitando assim as manchas que comumente
aparecem nos balcões.
20. Não misturar substâncias desnecessariamente. É comum o aluno curioso misturar vários reagentes
para “ver o que acontece”. Isto deve ser evitado pois poderão ocorrer reações violentas, com
desprendimento de calor, projeções de substâncias no rosto etc.
21. Não deixar frascos de reagentes abertos, pois assim poderá haver perdas do reagente por derrame ou
volatilização. Além disso, pode ocorrer contaminação devido ao contato com o ar, como também
serem exalados vapores de cheiro desagradável ou venenosos.

AULA PRÁTICA No 02
UFPB/CCEN/DQ – Química Analítica II - Roteiros das Aulas Práticas 30

ASSUNTO: BALANÇA ANALÍTICA


A pesagem é uma das operações fundamentais no laboratório de química analítica. Ao se preparar
uma solução padrão ou ao se utilizar um método gravimétrico é necessário pesar os reagentes ou a
amostra com precisão. Esta pesagem deve ser realizada em uma balança analítica. A balança analítica é
um instrumento para medidas de massa de até 160 g com sensibilidade de ±0,1 mg (0,0001 g).

2.1. TIPOS DE BALANÇAS ANALÍTICAS

Até a década de 50 do século passado a balança analítica mais comum era a balança de braços
iguais (esse tipo de balança foi usada por Lavoisier) mas os instrumentos mais novos já traziam
dispositivos mecânicos a fim de tornar a pesagem mais rápida. Nessa época foi introduzida a balança
mecânica de um prato que logo ganhou a preferência dos pesquisadores. Na década de 70 surgiram as
balanças eletrônicas.
A balança analítica de um prato opera de acordo com a técnica da substituição. Quando o objeto a
ser pesado é colocado no prato da balança o travessão se move no sentido anti-horário. A remoção de
pesos de referência com massa igual à do objeto faz com que o equilíbrio seja de novo alcançado. Os
pesos de referência são manipulados através de botões situados fora da caixa da balança.
As balanças eletrônicas surgiram na década de 70 do século passado e sua utilização vem
crescendo cada vez mais. Nesse tipo de balança o peso de um objeto é determinado por comparação com
uma força eletromagnética variável que foi calibrada contra um peso padrão conhecido. A deflexão
causada pelo objeto a ser pesado é sentida por um sensor de posição eletrônico, enquanto que uma força
proporcional de polaridade oposta é aplicada através de um dispositivo de geração de força para devolver
o sistema ao ponto zero. A corrente pode ser amplificada e apresentada como peso.

2.2. FATORES QUE CAUSAM ERRO NA PESAGEM

2.2.1. Fixação de Umidade


Todo material exposto ao ar adsorve umidade sobre sua superfície. A quantidade de umidade
adsorvida depende dos seguintes fatores: natureza do material, superfície exposta, tempo de exposição,
umidade relativa do ar e temperatura.
A umidade adsorvida é eliminada por aquecimento em estufa a 110 ºC durante 1 - 2 horas. A
umidade adsorvida durante a pesagem dos recipientes de vidro ou porcelana é desprezível. No caso de
substâncias, a umidade adquirida durante a operação de pesagem só será significativa quando a substância
for bastante higroscópica. Com a maioria das substâncias, entretanto, a umidade adsorvida durante a
pesagem é desprezível se a operação é feita rapidamente.

2.2.2. Eletrificação dos Recipientes


Recipientes de vidro, porcelana ou outro material isolante adquirem carga de eletricidade estática
quando são esfregados com um pano. Quando um recipiente com carga estática é colocado no prato da
balança vai ocorrer repulsão ou atração do mesmo, dependendo do tipo de carga presente, o que causará
erro na pesagem. Esse efeito só é importante em ambientes onde a umidade relativa é baixa (< 45 %).

2.2.3. Diferenças de Temperatura


O objeto a ser pesado deve estar na mesma temperatura da balança. Se a temperatura do objeto é
maior, o ar do interior da balança torna-se aquecido e cria correntes de convecção que tendem a elevar o
objeto fazendo assim com que o peso do objeto dê menor do que o real.
Por outro lado, o aquecimento do prato e outras partes da balança causa dilatação dos materias, o
que também ocasionará erro na pesagem.

2.3. REGRAS PARA UTILIZAÇÃO DA BALANÇA ANALÍTICA

2.3.1. A balança analítica é um instrumento de alta sensibilidade e por isso deve ser manuseada com
muito cuidado, evitando-se movimentos bruscos e mantida sempre limpa.
2.3.2. A balança analítica deve ser instalada em um ambiente fora do laboratório, para evitar a ação de
gases e vapores corrosivos sobre a mesma. O ideal é que seja instalada numa sala climatizada. A
balança deve ficar apoiada sobre uma superfície plana e firme que permita o seu nivelamento e a
proteção de vibrações.
UFPB/CCEN/DQ – Química Analítica II - Roteiros das Aulas Práticas 31

2.3.3. A balança deve estar sempre limpa. A limpeza do prato e da caixa da balança é feita com um
pincel de pêlo de camelo.
2.3.4. Antes de se efetuar a operação de pesagem é necessário zerar a balança.
2.3.5. Nunca pegar diretamente com as mãos o objeto que se vai pesar. Conforme o caso usar uma pinça
ou uma tira de papel impermeável.
2.3.6. Destravar e travar (inclusive a meia trava) com movimentos lentos.
2.3.7. Durante as pesagens as portas laterais devem ser mantidas fechadas.
2.3.8. Para sucessivas pesagens no decorrer de uma análise usar sempre a mesma balança.
2.3.9. Recipiente e/ou a substância que vão ser pesados, devem estar em equilíbrio térmico com o
ambiente.
2.3.10. Nunca colocar ou retirar massas do prato sem antes ter travado a balança. Após cada pesagem
retornar os pesos a zero e retirar imediatamente o material da balança.
2.3.11. Os objetos a pesar devem estar na mesma temperatura da balança;Materiais sólidos sob a forma
de pós ou pequenos cristais não devem ser pesados diretamente sobre o prato da balança. Para
essa operação utiliza-se um vidro de relógio, béquer pequeno, pesa filtro ou até mesmo um
pedaço de papel impermeável.
UFPB/CCEN/DQ – Química Analítica II - Roteiros das Aulas Práticas 32

AULA PRÁTICA No 03
TÍTULO: DETERMINAÇÃO DE ÁGUA EM SÓLIDOS
ASSUNTO: GRAVIMETRIA POR VOLATILIZAÇÃO - MÉTODO INDIRETO.

1. TÉCNICA:
1. Lavar um cadinho de porcelana e colocar na estufa à 100 - 110o C durante uma hora.
2. Transferir para um dessecador, deixar esfriar por 30 minutos e pesar.
3. Voltar à estufa e após 15 minutos colocar no dessecador, deixar esfriar por 15 minutos, pesar
novamente. Repetir a operação até peso constante.
4. Anotar o peso do cadinho (TARA DO CADINHO).
5. Pesar analiticamente 2,0 g da amostra no cadinho tarado.
6. Anotar o peso do cadinho com a amostra.
7. Colocar na estufa à 100 - 110o C durante duas horas.
8. Transferir para o dessecador, deixar esfriar por 30 minutos e pesar.
9. Voltar à estufa e após 15 minutos colocar no dessecador por 15 minutos e pesar novamente. Repetir a
operação até peso constante.
10. Anotar o peso do cadinho com a amostra desidratada.
11. Determinar a porcentagem de água na amostra.

2. CÁLCULO:

g ( H2 O )
% H2 O = × 100
g ( amostra )

AULA PRÁTICA No 04
TÍTULO: DETERMINAÇÃO GRAVIMÉTRICA DE SULFATO
UFPB/CCEN/DQ – Química Analítica II - Roteiros das Aulas Práticas 33

ASSUNTO: GRAVIMETRIA POR PRECIPITAÇÃO

1. TÉCNICA:
1. Colocar o cadinho lavado na mufla por uma hora a aproximadamente 900o C. Após resfriamento em
dessecador por uma hora, pesar.
2. Pesar cerca de 0,5000 g de amostra e transferir para um bequer de aproximadamente 400 mL.
3. Dissolver a amostra em 200 mL de água destilada e adicionar cerca de 1 mL de HCl concentrado.
4. Preparar 1 litro de BaCl2 . 2H2O 0,0400 M.
5. Aquecer separadamente a solução da amostra e a solução de cloreto de bário a aproximadamente 80 -
90o C.
6. Adicionar a solução de cloreto de bário à solução amostra, lentamente, sob agitação.
7. Verificar se a precipitação foi completa: deixar a solução amostra em repouso por dois minutos e
adicionar lentamente pelas paredes do bequer, solução de cloreto de bário. Caso haja precipitação,
repetir o teste.
8. Deixar o precipitado em digestão à frio por aproximadamente 12 horas.
9. Proceder a filtração do precipitado à frio através de papel de filtro faixa azul, previamente adaptado
em funil de colo longo com raias, deixando no béquer o máximo possível de precipitado.
10. A seguir, lavar o precipitado a frio até o filtrado não dar reação para cloreto.
11. Transferir o papel de filtro e seu conteúdo para o cadinho tarado, procedendo-se então,
cuidadosamente, a queima do papel de filtro.
12. Calcinar o precipitado por uma hora a aproximadamente 900o C e após resfriamento no dessecador,
por uma hora, pesá-lo em balança analítica.
13. A partir da massa de sulfato de bário obtida, calcular a porcentagem de sulfato (SO42-) na amostra:
3. CÁLCULO
4.

2−
MM SO2− m BaSO
%SO4 = 4 4
x100
MM BaSO mamostra
4
UFPB/CCEN/DQ – Química Analítica II - Roteiros das Aulas Práticas 34

AULA PRÁTICA No 05
TÍTULO: DETERMINAÇÃO GRAVIMÉTRICA DE FERRO
ASSUNTO: GRAVIMETRIA POR PRECIPITAÇÃO

TÉCNICA:
1. Pesar cerca de 0,5000 g de amostra e transferir para um bequer de aproximadamente 400 mL.
2. Dissolver a amostra em 50 mL de uma solução preparada pela adição de 5 mL de HCl concentrado a
45 mL de água destilada.
3. Adicionar 2 mL de HNO3 concentrado e aquecer para completar a oxidação.
4. Diluir a solução a 200 mL, aquecer à ebulição e adicionar aproximadamente 40 ml de solução de
amoníaco 1:1, sob agitação até ligeiro excesso do agente precipitante ( a solução desprende odor
característico de amônia ).
5. Ferver a mistura durante 1 minuto e deixar o precipitado sedimentar.
6. Transferir o líquido sobrenadante (ainda quente) sobre o papel de filtro analítico faixa preta,
previamente adaptado em funil de colo longo, deixando no bequer o máximo possível do precipitado.
7. Lavar o precipitado com solução de NH4NO3 1% até o filtrado não dar mais reação para cloreto.
8. Dobrar o papel de filtro sobre o precipitado e transferir para o cadinho de porcelana previamente
tarado. Proceder cuidadosamente a queima do papel de filtro.
9. Calcinar o precipitado na mufla a 900o C durante 1 hora. Após a calcinação retirar o cadinho da
mufla e após resfriamento por 1 hora no dessecador pesar em balança analítica.
10. A partir da massa do Fe2O3 obtida na análise, calcular a porcentagem de Fe na amostra:

2. CÁLCULO:

2 × MM Fe m Fe2O3
% Fe = x100
MM Fe2O3 mamostra
UFPB/CCEN/DQ – Química Analítica II - Roteiros das Aulas Práticas 35

AULA PRÁTICA No 06
TÍTULO: PREPARAÇÃO DE SOLUÇÕES
ASSUNTO: ANÁLISE VOLUMÉTRICA

I - CADA DUPLA PREPARAR:


1. 500 mL de HCl 0,5 mol.l-1 a partir do reagente comercial (d = 1,19 g.mL-1; 37 % (m/m)).
2. 500 mL de NaOH 0,25 mo.l-1. (recipiente de plástico)
3. 250 mL de solução de HCl 0,1 mol.l-1 por diluição exata da solução 1.
4. 250 mL de solução de NaOH 0,1 mol.l-1 por diluição exata da solução 2. (recipiente de plástico)
5. 500 mL de AgNO3 0,05 mol.l-1. (recipiente escuro)
6. 250 mL de KSCN 0,05 mol.l-1
7. 250 mL de KMnO4 0,02mol.l-1, agente oxidante em meio ácido. (recipiente escuro)
8. 250 mL de Na2S2O3 ⋅ 5 H2O 0,1mol.l-1 , agente redutor. (recipiente escuro)

II - SOLUÇÕES PARA CADA TURMA (10 duplas):


1. 1000 mL de BaCl2 ⋅ 2 H2O 0,0400 mol.l-1
2. 500 mL de NH4OH 1:1
3. 3000 mL de NH4NO3 1 %
4. 1000 mL de Na2B4O7 ⋅ 10 H2O 0,0500 mol.l-1
5. 250 mL de BaCl2 ⋅ 2 H2O 1 N
6. 1000 mL de NaCl 0,0500 mol.l-1
7. 250 mL de HNO3 6 mol.l-1
8. 1000 mL de EDTA, Na2H2C10H12O8N2.2H2O 0,01000 mol.l-1.
9. 500 mL de Tampão amônia
10. 1000 mL de Na2C2O4 0,0500 mol.l-1
11. 250 mL de H2SO4 a 1:8
12. 100 mL de H2SO4 0,5000 mol.l-1
13. 1500 mL de K2Cr2O7 a 0,0170 mol.l-1
14. 500 mL de KI 12 %
15. 500 mL de KI 10 %

III- INDICADORES PARA CADA TURMA (10 duplas):


1. Vermelho de metila
2. Fenolftaleína
3. Alaranjado de metila
4. K2CrO4 5 %
5. Sulfato Férrico Amoniacal 40 % (sol. saturada)
6. Difenilamina
7. Solução de Amido
UFPB/CCEN/DQ – Química Analítica II - Roteiros das Aulas Práticas 36

AULA PRÁTICA No 07
TÍTULO: PREPARAÇÃO E PADRONIZAÇÃO DE SOLUÇÃO DE HCl ~ 0,1 N
ASSUNTO: VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO

I - Preparação das soluções:


a. Solução de HCl ∼ 0,1 mol.l-1 :

Preparar 500 mL de HCl ∼ 0,1 mol.l-1 a partir de uma solução de HCl, d = 1,19 g/mL e C = 37 %
em peso.

b. Solução de bórax 0,0500 mol.l-1 :

Preparar 1 litro de solução de bórax (tetraborato de sódio decahidratado, Na2B4O7 . 10 H2O)


exatamente 0,0500 mol.l-1.

c. Solução indicadora de vermelho de metila:

Dissolver 0,20 g de vermelho de metila - HOOC.C6H4H:N.C6H4N (CH3)2 - em 60 mL de


álcool e diluir com água destilada até 100 mL.

II - Padronização da solução de HCl com solução padrão de bórax.

1. Com uma pipeta volumétrica medir exatamente 25,00 mL de solução de bórax 0,0500 mol.l-1 para um
erlenmeyer de 500 mL.
2. Adicionar 50 mL de água destilada.
3. Adicionar 2 gotas de vermelho de metila.
4. Titular com solução de HCl ∼ 0,1 N até que a coloração da solução se desvie da coloração inicial.
5. Repetir a operação para encontrar o valor médio, de modo que os volumes gastos nas titulações não
sejam diferentes em mais que 0,10 mL. Em caso contrário, um dos resultados será rejeitado.
6. Calcular a concentração da solução de HCl em termos de mol.l-1 e g/L.

AULA PRÁTICA No 08
UFPB/CCEN/DQ – Química Analítica II - Roteiros das Aulas Práticas 37

TÍTULO: PREPARAÇÃO E PADRONIZAÇÃO DE SOLUÇÃO DE NaOH ~ 0,1 N


ASSUNTO: VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO

I - Preparação das soluções:

a. Solução de NaOH ∼ 0,1 mol.l-1:


Ferver cerca de 700 mL de água destilada durante 5 minutos a fim de eliminar o CO2 nela
existente e resfriar. Pesar cerca de 1,0 g de NaOH puro, em balança grosseira e dissolver em
100 mL de água previamente fervida, já fria. Após dissolução, completar o volume a cerca
de 250 mL e guardar a solução em recipiente de plástico, previamente lavado com água
destilada e água isenta de CO2.

b. Solução indicadora de fenolftaleína:

Dissolver 1,00 g de fenolftaleína - C6H4COO.C(C6H4OH)2 - em 60 mL de álcool e diluir


com água destilada até 100 mL.

II - Padronização da solução de NaOH 0,1 N com solução padrão de HCl.

1. Com uma pipeta volumétrica medir exatamente 25,00 mL de solução padrão de HCl para um
erlenmeyer de 500 mL.
2. Adicionar 50 mL de água destilada e 3 gotas de fenolftaleína.
3. Titular a alíquota de HCl com solução de NaOH até aparecimento de uma coloração rosa persistente.
4. Repetir a operação para encontrar o valor médio, de modo que os volumes gastos nas titulações não
sejam diferentes em mais que 0,10 mL. Em caso contrário, um dos resultados será rejeitado.
5. Calcular a concentração da solução de NaOH em termos de mol.l-1 e g/L.
UFPB/CCEN/DQ – Química Analítica II - Roteiros das Aulas Práticas 38

AULA PRÁTICA No 09
TÍTULO: DETERMINAÇÃO DO TEOR DE ÁCIDO ACÉTICO EM UMA AMOSTRA DE
VINAGRE
ASSUNTO: VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO

I - Preparação da solução problema:


Com o auxílio de uma pipeta volumétrica retire 50,00 mL de vinagre e transfira para um balão
volumétrico de 1000 mL. Com a técnica necessária, completar o volume até o traço de aferição tendo o
cuidado de homogeneizar a solução formada.

II - Titulação da solução problema:


1. Com uma pipeta volumétrica medir exatamente 25,00 mL da solução problema para um erlenmeyer
de 500 mL.
2. Adicionar 50 mL de água destilada e 2 gotas de fenolftaleína.
3. Titular com solução padrão de NaOH ≈ 0,1 mol.l-1 até que a coloração comece a se desviar da
coloração que o indicador emprestava inicialmente à solução.
4. Repetir a operação para encontrar o valor médio, de modo que os volumes gastos nas titulações não
sejam diferentes em mais que 0,10 mL. Em caso contrário, um dos resultados será rejeitado.
5. Determinar a porcentagem de ácido acético no vinagre ( g de ácido acético em 100 ml de vinagre).
UFPB/CCEN/DQ – Química Analítica II - Roteiros das Aulas Práticas 39

AULA PRÁTICA No 10
TÍTULO: ANÁLISE DO LEITE DE MAGNÉSIA
ASSUNTO: VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO

I - Preparação das soluções:


a. Solução de HCl ∼ 0,5 N :
Preparar 500 mL de HCl ≈ 0,5 N a partir de uma solução de HCl, d = 1,19 g/mL e C = 37 % em
peso.
b. Solução de NaOH ∼ 0,25 N :
Pesar 5,0 g de NaOH, diluir com água destilada, transferir para um balão volumétrico de 500 mL e
completar o volume.

II - Padronização das soluções:


a. Padronização da solução de HCl ∼ 0,5 N :
1. Pesar exatamente 2,3836 g de Na2B4O7.10H2O em papel vegetal e transferir para um erlenmeyer.
2. Adicionar 50 mL de água destilada e 2 gotas de vermelho de metila.
3. Titular com solução de HCl ≈ 0,50 N agitando vigorosamente após cada adição. Quando ocorrer
mudança de coloração da solução e todo sólido estiver dissolvido anotar o volume gasto.
4. Repetir a operação para encontrar o valor médio, de modo que os volumes gastos nas titulações não
sejam diferentes em mais que 0,10 mL. Caso contrário, realizar uma terceira titulação e rejeitar um
dos resultados.
5. Calcular a concentração da solução de HCl em ormalidade e g/L.

b. Padronização da solução de NaOH ≈ 0,25 N :


1. Com uma pipeta volumétrica medir exatamente 20,00 mL de solução de HCl previamente
padronizada, para um erlenmeyer de 500 mL.
2. Adicionar 50 mL de água destilada e 2 gotas do indicador fenolftaleína.
3. Titular com solução de NaOH ≈ 0,25 N até que a cor da solução se desvie da coloração inicial.
4. Repetir a operação para encontrar o valor médio, de modo que os volumes gastos nas titulações não
sejam diferentes em mais que 0,1 mL. Caso contrário realizar uma terceira titulação e rejeitar um dos
resultados.
5. Calcular a concentração da solução de NaOH em molaridade e g/L.
Reação:
NaOH + HCl → NaCl + H2O
nHCl = nNaOH
CHCl.VHCl = CNaOH.VNaOH
c(g.l-1) = C(mol.l-1) .MM(g.mol-1)

III – Titulação da amostra de leite de magnésia:

1. Agitar bem a amostra de leite de magnésia e pesar 3,0000 g da amostra numa balança analítica.
2. Transferir a amostra com 50 mL de água destilada, cuidadosamente, para um erlenmeyer.
3. Adicionar com uma bureta, exatamente, 20,00 mL da solução de HCl ≈ 0,5 N para cada um dos
erlenmeyers e 6 gotas do indicador vermelho de metila.
4. Titular o excesso da solução de HCl com a solução padrão de NaOH ≈ 0,25 até o aparecimento da
coloração amarela.
5. Calcular a porcentagem de Mg(OH)2 na amostra analisada.
UFPB/CCEN/DQ – Química Analítica II - Roteiros das Aulas Práticas 40

AULA PRÁTICA No 11
TÍTULO: TITULAÇÃO DE ÁCIDOS POLIPRÓTICOS ≈ H3PO4
ASSUNTO: VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO

I - Preparação das soluções:


a. Solução de H3PO4 :
Com o auxílio de uma pipeta volumétrica retirar 6,0 mL de H3PO4, transferir para um balão
volumétrico de 1000 mL e completar o volume com água destilada.
b. Solução padrão de NaOH 0,25 mol.l-1 :
Pesar 2,5 g de NaOH, diluir com água destilada, transferir para um balão volumétrico de 250 mL e
completar o volume.
c. Solução indicadora de timolftaleína a 0,1% [ ( C6H4CO.OC(C10H14O)2 ]
Dissolver 0,1 g de timolftaleína em álcool, transferir para um balão volumétrico de 100 mL e
completar o volume com álcool.
d. Solução indicadora de verde de bromocresol a 0,1 %
Dissolver 0,1 g de verde de bromocresol em álcool, transferir para um balão volumétrico de 100 mL
e completar o volume com água destilada.

II. Primeiro Ponto Final da Titulação da solução de H3PO4

1. Com uma pipeta volumétrica medir exatamente 25,00 mL da solução de H3PO4 para um erlenmeyer
de 500 mL.
2. Adicionar 50 mL de água destilada e 3 gotas do indicador verde de bromocresol.
3. Titular com a solução padrão de NaOH até que a coloração comece a se desviar de amarelo para azul.
Anotar o volume consumido.
4. Repetir a operação para encontrar o valor médio, de modo que os volumes gastos na titulação não
sejam diferentes em mais que 0,1 mL. Em caso contrário, um dos resultados será rejeitado.
5. Reação: H3PO4 + NaOH ⇔ NaH2PO4 + H2O
6. Calcular a concentração da solução de H3PO4 , em %.

III. Segundo Ponto Final da Titulação da solução de H3PO4

1. Com uma pipeta volumétrica medir exatamente 25,00 mL da solução de H3PO4 para um erlenmeyer
de 500 mL.
2. Adicionar 50 mL de água destilada e 5 gotas do indicador timolftaleína.
3. Titular com a solução padrão de NaOH até que a coloração comece a se desviar de incolor à azul.
Anotar o valor consumido.
4. Repetir a operação para encontrar o valor médio, de modo que os volumes gastos na titulação não
sejam diferentes em mais que 0,1 mL. Em caso contrário, um dos resultados será rejeitado.
5. Reação: H3PO4 + 2 NaOH ⇔ Na2HPO4 + 2 H2O
6. Calcular a concentração do H3PO4, em %.
UFPB/CCEN/DQ – Química Analítica II - Roteiros das Aulas Práticas 41

AULA PRÁTICA No 12
TÍTULO: PREPARAÇÃO E PADRONIZAÇÃO DE SOLUÇÃO DE AgNO3 ≈ 0,05 mol.l-1
ASSUNTO: VOLUMETRIA DE PRECIPITAÇÃO - ARGENTIMETRIA

I - Preparação das soluções:


a. Solução de NaCl 0,0500 mol.l-1:
Colocar determinada quantidade de NaCl em estufa a 110o C durante 3 horas e pesar a
quantidade requerida para preparar 1000 mL da solução 0,0500 N.
b. Solução de AgNO3 ∼ 0,05 mol.l-1 :
Pesar a quantidade requerida para preparar 500 mL da solução ∼ 0,05 N.
c. Solução indicadora de K2CrO4 a 5 %:
Pesar 5,00 g de K2CrO4 e transferir para um balão volumétrico de 100 mL.

II - Padronização da solução de AgNO3 com solução de NaCl.


1. Com uma pipeta volumétrica medir exatamente 25,00 mL da solução de NaCl 0,0500 N para um
erlenmeyer de 500 mL.
2. Adicionar 50 mL de água destilada e 1,0 mL de solução de K2CrO4 a 5 %.
3. Titular com a solução de AgNO3 , sob agitação constante até que a coloração se desvie da que o
indicador emprestou à solução (a coloração deve permanecer após agitação enérgica).
4. Repetir a operação para encontrar o valor médio, de modo que os volumes gastos nas titulações não
sejam diferentes em mais que 0,10 mL. Em caso contrário, um dos resultados será rejeitado.

III - Prova em branco.


Uma prova em branco deve ser feita a fim de determinar o volume de AgNO3 requerido para
formar o precipitado de Ag2CrO4.
1. Transferir para um erlenmeyer de 500 mL um volume de água destilada igual ao volume final da
solução no ponto final da titulação anterior.
2. Adicionar 1,0 mL do indicador e aproximadamente 0,50 g de carbonato de cálcio.
3. Titular com solução de AgNO3 até que a coloração do ensaio em branco seja igual à da solução
titulada.
4. Com os dados obtidos, calcular a mol.l-1 da solução de AgNO3 e a concentração em g/L.
UFPB/CCEN/DQ – Química Analítica II - Roteiros das Aulas Práticas 42

AULA PRÁTICA No 13
TÍTULO: DETERMINAÇÃO DE CLORETO EM ÁGUA – MÉTODO DE MOHR
ASSUNTO: VOLUMETRIA DE PRECIPITAÇÃO - ARGENTIMETRIA

I - Determinação de cloreto:

1. Com uma pipeta volumétrica medir exatamente 100,00 mL da amostra (água da torneira) para um
erlenmeyer de 500 mL.
2. Adicionar 1 mL do indicador ( K2CrO4 5 % ).
3. Titular com solução padrão de AgNO3 até que a coloração da solução se desvie da inicial.
4. Agitar vigorosamente durante 2 minutos e caso a coloração desapareça continuar a titulação.
5. Repetir a operação para encontrar o valor médio, de modo que os volumes gastos nas titulações não
sejam diferentes em mais que 0,10 mL. Em caso contrário, um dos resultados será rejeitado.

II - Prova em branco.
Uma prova em branco deve ser feita a fim de determinar o volume de AgNO3 requerido para
formar o precipitado de Ag2CrO4.
1. Transferir para um erlenmeyer de 500 mL um volume de água destilada igual ao volume final da
solução no ponto final da titulação anterior.
2. Adicionar 1,0 mL do indicador e 0,50 g de carbonato de cálcio.
3. Titular com solução de AgNO3 até que a coloração do ensaio em branco seja igual à da solução
titulada.
4. Com os dados obtidos, calcular a concentração de cloreto, em mg/L, na amostra analisada.
UFPB/CCEN/DQ – Química Analítica II - Roteiros das Aulas Práticas 43

AULA PRÁTICA No 14
TÍTULO: PREPARAÇÃO E PADRONIZAÇÃO DE SOLUÇÃO DE KSCN ≈ 0,05 mol.l-1
ASSUNTO: VOLUMETRIA DE PRECIPITAÇÃO - ARGENTIMETRIA

I - Preparação das soluções:


a. Solução de KSCN ∼ 0,05 mol.l_1:
Pesar a quantidade requerida para preparar 250 mL da solução ≈ 0,05 N
b. Solução indicadora de sulfato férrico amoniacal 40 %:
Deixar saturar 25 mL de água com 9,00 g de sulfato férrico amoniacal - NH4Fe(SO4) . 10 H2O - e
gotejar HNO3 6N até desaparecer a cor marrom da solução.

II - Padronização da solução de KSCN com solução padrão de AgNO3.


1. Com uma pipeta volumétrica medir exatamente 25,00 mL da solução padrão de AgNO3 para um
erlenmeyer de 500 mL.
2. Acidificar com 3 mL de HNO3 6 N.
3. Adicionar 1 mL do indicador (solução de sulfato férrico amoniacal a 40 % - saturado).
4. Titular com solução de KSCN ∼ 0,05 N até que a coloração da solução se desvie da inicial.
5. Repetir a operação para encontrar o valor médio, de modo que os volumes gastos nas titulações não
sejam diferentes em mais que 0,10 mL. Em caso contrário, um dos resultados será rejeitado.
6. Calcular a concentração da solução de KSCN em termos de mol.l_1 e g/L.
UFPB/CCEN/DQ – Química Analítica II - Roteiros das Aulas Práticas 44

AULA PRÁTICA No 15
TÍTULO: DETERMINAÇÃO DE KI EM XAROPES – MÉTODO DE VOLHARD
ASSUNTO: VOLUMETRIA DE PRECIPITAÇÃO - ARGENTIMETRIA

I - Preparação da solução problema:


Com o auxílio de uma pipeta volumétrica retire 100,00 mL da amostra de xarope e transfira para
um balão volumétrico de 1000 mL. Com a técnica necessária, completar o volume até o traço de aferição
tendo o cuidado de homogeneizar a solução formada.

II - Titulação da solução problema:


1. Com uma pipeta volumétrica medir exatamente 10,00 mL da solução problema para um erlenmeyer
de 500 mL.
2. Adicione cerca de 25,00 ml de água se o xarope for muito colorido.
3. Junte 2 ml de HNO3 6,0 mol.l-1.
4. Com uma pipeta volumétrica adicione 20,00 ml da solução padrão de AgNO3 0,05 mol.l-1. Agite
para coagular o precipitado amarelo que se forma.
5. Adicione 1,0 ml de sulfato férrico amoniacal.
6. Titule com solução de KSCN e agite até aparecer uma coloração alaranjada, bem perceptível quando
o precipitado se sedimenta.
7. Repetir a operação para encontrar o valor médio, de modo que os volumes gastos nas titulações não
sejam diferentes em mais que 0,10 mL. Em caso contrário, um dos resultados será rejeitado.
8. Calcular a concentração de KI na amostra analisada em termos de mg/ml.
UFPB/CCEN/DQ – Química Analítica II - Roteiros das Aulas Práticas 45

AULA PRÁTICA No 16
TÍTULO: DETERMINAÇÃO DE CÁLCIO E MAGNÉSIO NA ÁGUA
ASSUNTO: VOLUMETRIA DE COMPLEXAÇÃO

I - Preparação das soluções:


a. Solução de EDTA 0,01 mol.l-1
Dissolver 3,723 g de EDTA ( Na2H2C10H12O8N2.2H2O ) em um pouco de água e aquecer se
necessário. Transferir quantitativamente para um balão de 1 litro, completar o volume com água
destilada, homogeneizar e guardar em recipiente de polietileno.
b. Solução Tampão (amoniacal)
Dissolver 64,0 g de cloreto de amônio em aproximadamente 100 mL de água, adicionar 570 mL de
hidróxido de amônio concentrado. Transferir a solução para um balão volumétrico de 1000 mL e
completar o volume com água destilada. Conservar em frasco de polietileno.
c. Solução de NaOH a 2 mol.l-1
Dissolver 80 g de NaOH em água e transferir para um balão volumétrico de 1 litro e completar
volume com água destilada.
d. Solução indicadora de Negro de Eriocromo T
Pesar 0,50 g de Negro de Eriocromo T, juntamente com 50,0 g de cloreto de sódio. Misturar bem
em almofariz e conservar em frasco bem fechado.
e. Solução indicadora de Calcon
Dissolver 0,5 g, juntamente com 50,0 g de sulfato de sódio anidro. Misturar bem em almofariz e
conservar em frasco bem fechado.

II - Determinação de Cálcio

1. Com uma pipeta volumétrica medir exatamente 100,00 mL da solução problema para um erlenmeyer
de 500 mL.
2. Adicionar 5,0 mL da solução de NaOH a 2 mol.l_1, ou um volume suficiente para levar o pH entre 12
e 13 e homogeneizar.
3. Adicionar uma pitada do indicador calcon.
4. Titular com solução padrão de EDTA, até que a coloração se desvie da cor rósea para azul.
5. Repetir a operação para encontrar o valor médio, de modo que os volumes gastos na titulação não
sejam diferentes em mais que 0,1 mL. Em caso contrário um dos resultados será rejeitado.
6. Calcular o teor de cálcio na amostra analisada, em termos de ppm de CaCO3.

III – Determinação de Magnésio

1. Com uma pipeta volumétrica medir exatamente 100,00 mL da solução problema para um erlenmeyer
de 500 mL.
2. Adicionar 10 mL da solução tampão amoniacal ( pH 10 ).
3. Adicionar uma pitada do indicador Negro de Eriocromo T e agitar.
4. Titular com a solução padrão de EDTA até que a coloração se desvie a cor vermelho vinho para azul.
Anotar o valor gasto.
5. Repetir a operação para encontrar o valor médio, de modo que os volumes gastos na titulação não
sejam diferentes em mais que 0,1 mL. Em caso contrário, um deles será rejeitado.
6. Calcular o teor de magnésio na amostra analisada, em termos de ppm de CaCO3.
UFPB/CCEN/DQ – Química Analítica II - Roteiros das Aulas Práticas 46

AULA PRÁTICA No 17
TÍTULO: PADRONIZAÇÃO DA SOLUÇÃO DE KMnO4 ∼ 0,02 mol.l-1
ASSUNTO: VOLUMETRIA DE OXIDAÇÃO - REDUÇÃO - PERMANGANIMETRIA

I - Preparação das soluções:


1. Solução de KMnO4 ∼ 0,1 mol.l-1.
Pesar 1,58 g de KMnO4 e transferir quantitativamente para um balão volumétrico de 500 mL, com
água destilada. Aquecer a solução até a ebulição, sob agitação, até o KMnO4 se dissolver
completamente. Cobrir o bequer com um vidro de relógio e deixar a solução sob aquecimento por ½
hora. Deixar a solução esfriar até a temperatura ambiente e filtrá-la através de algodão de vidro. Logo
após transferi-la para vidro escuro.

2. Solução de Na2C2O4 0,0500 mol.l-1.


Colocar na estufa a 110o C, durante 1 hora, uma quantidade de oxalato de sódio suficiente para
preparar 1 litro de solução 0,1000 N. Após resfriamento do sal em dessecador, pesar a quantidade
necessária para preparar 1 litro de solução exatamente 0,1000 N.

II - Padronização da solução de KMnO4 com solução padrão de Na2C2O4.


1. Com uma pipeta volumétrica medir exatamente 25,00 mL da solução padrão de Na2C2O4 para um
erlenmeyer de 500 mL.
2. Adicionar 10 mL de H2SO4 1:8 e 100 mL de água destilada.
3. Aquecer a solução a 80 - 85o C.
4. Titular a solução de KMnO4 lentamente, sob agitação constante, tendo a precaução de esperar que a
solução se torne incolor antes de adicionar novas quantidades de KMnO4.
5. A temperatura deve estar acima de 60o C no ponto final da titulação.
6. Repetir a operação para encontrar o valor médio, de modo que os volumes gastos nas titulações não
sejam diferentes em mais que 0,10 mL. Em caso contrário, um dos resultados será rejeitado.
7. Calcular a concentração da solução de KMnO4 em termos de normalidade e g/L.
UFPB/CCEN/DQ – Química Analítica II - Roteiros das Aulas Práticas 47

AULA PRÁTICA No 18
TÍTULO: DETERMINAÇÃO DO TEOR DE Fe2+ NUMA AMOSTRA
ASSUNTO: VOLUMETRIA DE OXIDAÇÃO - REDUÇÃO - PERMANGANIMETRIA

I. Determinação de Fe(II):

1. Com uma pipeta volumétrica medir exatamente 25,00 mL da solução problema para um erlenmeyer
de 500 mL.
2. Adicionar 25 mL de H2SO4 0,05 mol.l-1 e 5 mL de H3PO4 a 85 %.
3. Titular com solução de KMnO4 previamente padronizada, até coloração rosa clara.
4. A temperatura deve estar acima de 60o C no ponto final da titulação.
5. Repetir a operação para encontrar o valor médio, de modo que os volumes gastos nas titulações não
sejam diferentes em mais que 0,10 mL. Em caso contrário, um dos resultados será rejeitado.
6. Calcular o teor de Fe (II) na amostra. (g de Fe em 100 ml de solução)

AULA PRÁTICA No 19
TÍTULO: DETERMINAÇÃO DO TEOR DE Fe2+ NUMA AMOSTRA
ASSUNTO: Volumetria de Oxidação - redução - Dicromatometria

I - Preparação das soluções:


a. Solução de K2Cr2O7 0,0170 mol.l-1:
Colocar na estufa a 110o C uma quantidade de dicromato de potássio suficiente para preparar 1 litro
de solução 0,1000 N. Retirar da estufa e deixar esfriar no dessecador. Pesar a quantidade necessária
para preparar 1 litro de solução exatamente 0,1000 N.
b. Solução indicadora de difenilamina:
Dissolver 1,00 g de difenilamina em 100 mL de H2SO4 concentrado.

II - Determinação de Fe(II):
1. Com uma pipeta volumétrica medir exatamente 25,00 mL da solução problema para um erlenmeyer
de 500 mL.
2. Adicionar 3 gotas de difenilamina e 5 mL de H3PO4 a 85 %.
3. Titular com solução de K2Cr2O7 0,01700 mol.l-1.
4. Repetir a operação para encontrar o valor médio, de modo que os volumes gastos nas titulações não
sejam diferentes em mais que 0,10 mL. Em caso contrário, um dos resultados será rejeitado.
5. Calcular o teor de Fe (II) na amostra . (g de Fe em 100 ml de solução)
UFPB/CCEN/DQ – Química Analítica II - Roteiros das Aulas Práticas 48

AULA PRÁTICA NO 20
TÍTULO: PADRONIZAÇÃO DE SOLUÇÃO DE NA2S2O3.5H2O
ASSUNTO: VOLUMETRIA DE OXIDAÇÃO - REDUÇÃO - IODOMETRIA
I - Preparação da solução de Na2S2O3 . 5H2O:
O tiossulfato de sódio, Na2S2O3.5H2O, é obtido facilmente muito puro, porém há uma certa incerteza
com respeito ao seu teor em água. Em virtude disto, não podemos empregá-lo como padrão primário.
Atua como redutor conforme a equação:2 S2O3= → S4O6= + 2 e-
Por isso, o equivalente grama do tiossulfato de sódio pentahidratado é um mol, ou seja 248,20 g. Ao
mesmo resultado se chega mediante as equações:
I2 + 2e- → 2I- e 2Na2S2O3 + I2 → Na2S4O6 + 2NaI
Uma solução aproximadamente 0,1 N é preparada pesando-se 6,21 g de Na2S2O3.5H2O, transferindo-se
para um balão volumétrico de 250 mL homogeneizando-se a solução e completando-se o volume até o
traço de aferição.
Esta solução está sujeita a alterações em sua estabilidade, daí tomarmos algumas precauções:
a. Preparar a solução usando água destilada recém fervida.
b. Adicionar 1 mL de clorofórmio e 10 mg de iodeto de mercúrio por litro de solução.
c. Evitar a exposição à luz, pois aumenta a velocidade das reações que alteram o tiossulfato.

II - Padronização da solução de Na2S2O3 . 5H2O com solução padrão de K2Cr2O7.


1. Com uma pipeta volumétrica medir exatamente 25,00 mL da solução padrão de K2Cr2O7 0,1000 N
para um erlenmeyer de 500 mL.
2. Adicionar 25 mL de solução de iodeto de potássio a 12 % e 5,0 mL de HCl concentrado.
3. Agitar, fechar o frasco e deixar em repouso, por 10 minutos ao abrigo da luz.
4. Titular rapidamente com solução de Na2S2O3.5H2O aproximadamente 0,05 mol.l-1 até descoramento
do iodo.
5. Juntar 2,0 - 3,0 mL de solução indicadora de amido e prosseguir a titulação, lentamente, até mudança
de coloração da solução.
6. Repetir a operação para encontrar o valor médio, de modo que os volumes gastos nas titulações não
sejam diferentes em mais que 0,10 mL. Em caso contrário, um dos resultados será rejeitado.
7. Calcular a concentração da solução de Na2S2O3 em termos de mol.l_1 e g/L.
UFPB/CCEN/DQ – Química Analítica II - Roteiros das Aulas Práticas 49

AULA PRÁTICA No 21
TÍTULO: DETERMINAÇÃO DO TEOR DE CLORO ATIVO EM ÁGUA SANITÁRIA
ASSUNTO: VOLUMETRIA DE OXIDAÇÃO - REDUÇÃO - IODOMETRIA

I - Preparação das soluções:


a. Solução problema:
Com o auxílio de uma pipeta volumétrica retire 100,00 mL de água sanitária e transfira para um
balão volumétrico de 1000 mL. Com a técnica necessária, completar o volume até o traço de aferição
tendo o cuidado de homogeneizar a solução formada.
b. Solução indicadora de amido:
Fazer uma pasta com 1,0 g de amido solúvel e um pouco de água e despejar com agitação constante,
a pasta sobre 100 mL de água quente e ferver durante 1 minuto. Deixar a solução esfriar e adicionar 2
a 3 gotas de iodeto de potássio.

II - Titulação da solução problema:


1. Com uma pipeta volumétrica medir exatamente 25,00 mL da solução problema para um erlenmeyer
de 500 mL.
2. Adicionar 50 mL de água destilada.
3. Juntar 17 mL de iodeto de potássio a 12 % e 10 mL de ácido acético concentrado.
4. Titular o iodo liberado, com solução de Na2S2O3.5H2O previamente padronizada, empregando 2,0 -
3,0 mL de uma solução de amido a 1 % como indicador.
5. Repetir a operação para encontrar o valor médio, de modo que os volumes gastos nas titulações não
sejam diferentes em mais que 0,10 mL. Em caso contrário, um dos resultados será rejeitado.
6. Determinar a porcentagem de cloro livre na água sanitária (g de Cl- em 100 mL de água sanitária).

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