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Principios Do Diagnostico Psicopedagogico (Guardado Automaticamente)
Principios Do Diagnostico Psicopedagogico (Guardado Automaticamente)
O fracasso escolar, em especial, os aspectos que podem ser identificados pelo diagnóstico
psicopedagógico, é um tema contemplado por Weiss (2012). Ela acredita que o fracasso escolar
seja causado por um conjunto de fatores interligados. A não-aprendizagem do aluno na escola
é uma das causas do fracasso escolar. Entretanto, esta é uma questão bem mais ampla e que
merece um espaço particular de discussão e de análise. Então, de maneira focal, Weiss (2012,
p. 19) considera o “fracasso escolar como resposta insuficiente do aluno a uma exigência ou
demanda da escola”. Weiss propõe a análise do fracasso escolar sob diferentes perspectivas: a
da sociedade, a da escola e a do aluno.
O “Diagnóstico Psicopedagógico” é um estudo voltado para a relação que o sujeito tem com o
aprender, procurando entender os motivos que o leva a não aprender ou a apresentar
dificuldades no processo de aprendizagem. Durante o diagnóstico, ocorre uma investigação
sobre o modo de pensar, sobre o que pode estar oculto na criança ou no jovem com dificuldades
no processo de aprendizagem. Esse processo requer sensibilidade e competência do
psicopedagogo. Ele deve saber realizar a escuta clínica, ou seja, buscar a compreensão do
sentido que o indivíduo atribui ao aprender, as dificuldades que vivencia neste processo e as
razões que influenciam ou determinam a não aprendizagem.
Psicopedagogia: conceito, Definições
Segundo Santos (2010), Psicopedagogia é uma profissão que nasce através de uma proposta
de interdisciplinaridade. A autora pontua que cabe ao psicopedagogo não somente propor,
“atividades e treinamentos para indivíduos com problemas de aprendizagem e comportamento
baseados em teorias comportamentais, como sugere a Psicologia Educacional, nem definir
métodos, técnicas e estratégias de ensino como propõe a Pedagogia mas cabe-nos ocupar um
lugar que está na inter-relação do ensino e da aprendizagem" (p.1)
Segundo Porto (2006 p.107) “A psicopedagogia é uma área de estudo nova, voltada para o
atendimento de sujeitos que apresentam problemas de aprendizagem.” (...) Este mesmo autor
acentua que “cabe à Psicopedagogia o objetivo de resgatar uma visão mais globalizante do
processo de aprendizagem e dos problemas desses processos”. Assim, é necessário conhecer e
refletir sobre os recursos que a psicopedagogia utiliza para detectar problemas de aprendizagem
e respectivas intervenções na instituição escolar.
De acordo com Bossa (2000) o psicopedagogo também pesquisa as condições para que se
produza a aprendizagem do conteúdo escolar, identificando quais são os obstáculos e os
elementos que facilitam, quando se trata de uma abordagem preventiva. Alguns elementos
facilitadores e obstáculos são condicionados a diferentes fatores, fazendo com que cada
situação seja única e particular. Esse trabalho irá requerer do psicopedagogo uma atitude de
investigação e intervenção no que está prejudicando o indivíduo.
Diagnóstico psicopedagógico
Investigação é um termo utilizado por Rubinstein (1987), e que definem a psicopedagogia.
Diagnosticar nada mais é do que a constatação de que a criança possui algum tipo de
dificuldade na aprendizagem, fato que normalmente só é detectado quando ela é inserida no
ensino formal.
É um processo que permite ao profissional investigar, levantar hipóteses provisórias que serão
ou não confirmadas ao longo do processo recorrendo, para isso, a conhecimentos práticos e
teóricos. Esta investigação permanece durante todo o trabalho diagnóstico através de
intervenções e da “escuta psicopedagógica...” para que “se possa decifrar os processos que dão
sentido ao observado e norteiam a intervenção” (BOSSA, 2000, p. 24).
Para diagnosticar psicopedagogicamente as dificuldades de aprendizagem do aluno no âmbito
escolar, explica Escott apud Porto (2006, p. 118), o psicopedagogo desenvolve “através de um
olhar alimentado por esse campo do conhecimento, é possível identificar as dificuldades, os
obstáculos, relações e possibilidades dos sujeitos envolvidos na instituição”.
Para se chegar a um diagnóstico escolar, o psicopedagogo procede com a coleta dos dados,
sendo este um processo com atividades que combine análise documental, entrevistas com
aluno, com professores e equipe pedagógica, com a família do aluno, observações diretas ao
aluno tanto na aprendizagem quanto nas relações dele. (PORTO, 2006)
Após o levantamento dos dados processa-se a tabulação dos mesmos, a análise geral de cada
turma e o levantamento das dificuldades dos alunos. Obtendo-se um diagnóstico é necessário
estruturar um planejamento com intervenção adequada e eficaz. Organiza-se diretrizes de ações
para o aluno e familiares, aos professores e à turma a qual ele se insere., iniciando assim o
processo de intervenção.
Avaliação psicopedagógica
A avaliação psicopedagógica é um dos componentes críticos da intervenção psicopedagógica,
pois nela se fundamenta as decisões voltadas à prevenção e solução das possíveis dificuldades
dos alunos, promovendo melhores condições para o seu desenvolvimento.
Ela deve ser um processo dinâmico, pois é nela que são tomadas decisões sobre a necessidade
ou não de intervenção psicopedagógica. Ela é a investigação do processo de aprendizagem do
indivíduo visando entender a origem da dificuldade e/ou distúrbio presentado. Inclui entrevista
inicial com os pais ou responsáveis pela criança, análise do material escolar, aplicação de
diferentes modalidades de atividades e uso de testes para avaliação do desenvolvimento, áreas
de competência e dificuldades apresentadas. Durante a avaliação podem ser realizadas
atividades matemáticas, provas de avaliação do nível de pensamento e outras funções
cognitivas, leitura, escrita, desenhos e jogos.
Caracterizar diretrizes para propor uma intervenção
A psicopedagogia surgiu a partir da necessidade de se compreender os chamados problemas de
aprendizagem, seu objetivo é propor métodos de intervenção com o objetivo de reintegrar o
aluno ao processo de construção do conhecimento, bem como promover uma reflexão sobre os
procedimentos metodológicos e também um olhar para os princípios éticos que se dão no
ambiente escolar e na sala de aula. A psicopedagogia considera a influência do meio, ou seja,
família, escola e sociedade no desenvolvimento do indivíduo. Este campo procura pela
percepção do que o sujeito aprende como aprende e por que aprende ou não aprende.
Deste modo, o que importa na ação psicopedagógica no aspecto educacional e intervenção nos
processos de ensino e de aprendizagem.
Intervir psicopedagogicamente como nos aponta Souza (2000), envolve diversas atividades
realizadas dentro e fora da escola. Esta mesma autora destaca o papel de mediação do ensino
de conteúdos que a escola tem ao interpor entre a criança e o mundo social e desta forma fazer
com que esta criança aprenda. É a interferência que um profissional realiza sobre o processo
de desenvolvimento e/ou aprendizagem do sujeito, o qual pode estar apresentando problemas
de aprendizagem. (Souza, 2000, p. 115)
No texto de Souza (2000) “intervenção psicopedagógica: como e o que planejar?”, destaca
algumas modalidades de intervenção:
Porém, Bossa (1994), destaca outros recursos para a intervenção, referindo-se a provas de
inteligência (wisc); testes projetivos; avaliação perceptomotora (teste bender); teste de
apercepção infantil (cat.); teste de apercepção temática(tat.); também, refere-se a provas de
nível de pensamento (piaget); avaliação do nível pedagógico (nível de escolaridade); desenho
da família; desenho da figura humana; h.t.p - casa, arvore e pessoa; testes psicomotores:
lateralidade; estruturas rítmicas…
Rubinstein (1996) destaca que o psicopedagogo pode usar como recursos a entrevista com a
família; investigar o motivo da consulta; conhecer a história de vida da criança, realizando a
anamnese; entrevistar o aluno; fazer contato com a escola e outros profissionais que atendam
a criança; manter os pais informados do estado da criança e da intervenção que está sendo
realizada; realizar encaminhamentos para outros profissionais, quando necessário.
6. O carácter territorial
7. Carácter dinâmico
Funções do diagnóstico
Localizar e analizar as causas das dificuldades dos alunos em todas as areas das suas
actividades;
Identificar e avaliar as areas de aprendizagem e ajustamento, tanto as negativas quanto
as positivas;
Determinar e justificar a colocação da criança em serviços especiais, aplicar a mais
apropriada categoria de classificação, e fornecer informações que sejam úteis ao
desenvolvimento do programa de ensino
Papel da Família
A inclusão sócio-profissional do individuo é urna necessidade que deve consubstanciar-se na
sociedade. É um processo que começa e assenta as suas bases desde os primeiros momentos de
vida da criança. Sendo a Família a célula básica da sociedade humana, possui um lugar de
destaque neste processo. Daí que a mudança de atitudes que se pretende a nível da sociedade,
deve iniciar no seio da família, pois as crianças com deficiências, nascem em determinadas
famílias, rodeadas por outras crianças sem deficiência, onde a medida que vão se
desenvolvendo, vão assimilando os costumes, hábitos e tradições que posteriormente
manifestam as suas influências nos rasgos da sua personalidade. Este facto valoriza muito mais
o papel da família no processo de inclusão. Ela deve assumir urna atitude positiva com respeito
ao problema dos filhos com deficiência.
Devem preocupar-se cada vez mais com o problema dos filhos, procurando maior colaboração
com a escola para nutrir-se de conhecimentos sobre a educação de seus filhos; Os pais e
encarregados de educação devem procurar organizar-se em associações ou comissões de pais
ou de vizinhos a favor das crianças com necessidades educativas especiais contribuindo desta
forma mais e melhor na promoção de igualdade de oportunidades para estas crianças.
Em casa os familiares devem fazer com que reine um ambiente tranquilo, de concórdia e
compreensão aos problemas da criança, garantindo-lhe o carinho e conforto, evitando o
protecionismo e o rechaço. É importante para a criança, sentir esse ambiente, pois transmite-
lhe calor e segurança, e sente-se cada vez mais compenetrada no seio familiar e livre de
participar nas actividades inclusive com as crianças vizinhas.
A Família não deve reprimir a criança com necessidades educativas especiais. Não deve fazer
comparações em casa com outras crianças que possam inibi-la, inferiorizá-la, etc. A Família
deve participar nas reuniões pedagógicas convocadas pela escola e procurar participar
ativamente no sentido de coordenar as actividades entre a escola e os Encarregados de
educação.
Papel da Sociedade
Para se atingir urna educação com sucessos para as crianças com necessidades educativas
especiais, não é da exclusiva competência do Ministério da Educação e das escolas. Pois a
inclusão exige também a grande participação das famílias, a mobilização da comunidade, das
organizações de Voluntários, assim como o apoio do grande público.
A Comunidade também deve ajudar através da criação de espaços ou locais para exercitação
de habilidades ou a prática profissional, tais como pequenos clubes onde se realizem trabalhos
de artesanato, cestaria, cerâmica, música, dança, etc.
É preciso uma luta séria para se conseguir certos direitos elementares humanos tais com o
acesso aos serviços públicos, em dependência das suas capacidades, acesso aos meios de
transporte, espaços apropriados e organizados (alterações na estruturas dos edifícios, passeios
e áreas de recreios para permitir e facilitar a sua utilização pelas crianças com deficiências).
Naturalmente, quererá saber as formas de lidar com essas crianças.
Conclusão
No presente trabalho declaramos que a atuação psicopedagógica é bastante abrangente, pois
interfere de forma direta ou indireta em todos os espaços que influenciam a aprendizagem do
aluno: família, escola, social, individual, etc. Entretanto, exige grande envolvimento e trabalho
do profissional psicopedagogo e, em contrapartida permite uma satisfação enorme ao realizá-
lo.
WEISS, Maria Lucia Lemme. Psicopedagogia clínica: uma visão diagnóstica dos problemas
de aprendizagem escolar. 14. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Lamparina, 2012
BOSSA, Nádia Aparecida. A psicopedagogia no Brasil. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas
Sul, 2000.
Artmed, 1996.
FERNÁNDEZ, Alicia. A inteligência aprisionada. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991.