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Diretor-geral
Valdir Carrenho Junior
Diretor de Operações
Paulo Pardo
Coordenadora
Ana Lívia Cazane do Nascimento
Professor
Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque
INTRODUÇÃO................................................................11
1. Organizações e a administração e o processo
de administração........................................................12
1.1 Organização.............................................................13
1.2 Administração............................................................14
1.3 Administradores ou gestores........................................15
1.4 Níveis organizacionais................................................16
1.5 Processo de administração..........................................17
1.6 Planejar.....................................................................17
1.7 Organizar..................................................................18
1.8 Direção.....................................................................18
1.9 Controle....................................................................19
CONCLUSÃO.................................................................50
ELEMENTOS COMPLEMENTARES.....................................51
REFERÊNCIAS..................................................................51
UNIDADE 3 – PLANEJAMENTO, ESTRATÉGIA E
ORGANIZAÇÃO
INTRODUÇÃO................................................................57
4. Fundamentos de organização.......................................76
4.1 Fundamentos da organização.....................................77
4.2 O processo de organização........................................77
4.2.1 Divisão do trabalho.................................................78
4.2.2 Integração..............................................................78
4.2.3 Coordenação.........................................................78
4.3 A estrutura organizacional...........................................79
4.4 Elementos do processo de organização........................79
4.4.1 Especialização do trabalho......................................80
4.4.2 Cadeia de comando...............................................80
4.4.3 Amplitude de controle..............................................81
4.4.4 Departamentalização...............................................82
4.4.5 Centralização e descentralização..............................83
4.4.6 Formalização..........................................................84
4.5 Poder e estrutura organizacional..................................85
4.6 Desenho estrutural de organizações.............................86
4.6.1 Estrutura funcional...................................................87
4.6.2 Estrutura divisional..................................................88
4.6.3 Estrutura matricial....................................................89
4.6.4 Estrutura em rede....................................................90
4.7 Modelos organizacionais............................................90
CONCLUSÃO.................................................................94
ELEMENTOS COMPLEMENTARES.....................................94
REFERÊNCIAS..................................................................95
UNIDADE 4 – DIREÇÃO E CONTROLE
INTRODUÇÃO................................................................97
1. Fundamentos de direção...............................................97
1.1 Direção.....................................................................98
1.2 Teorias da escola comportamental...............................98
1.3 Bases do comportamento individual nas organizações........ 99
1.4 Bases do comportamento de grupo nas organizações......100
1.5 Comportamento em grupo........................................100
iNTroDuÇÃo À ADmiNiSTrAÇÃo
E ÀS orgANizAÇõES
Professor mestre ricardo Azenha Loureiro Albuquerque
objetivos de aprendizagem
da unidade
• Apresentar os conceitos de organizações e identificar como
tratar a administração delas por meio dos processos de
administração
• Abordar as áreas funcionais das organizações
• identificar o papel e a função dos administradores nas
organizações
• refletir sobre a administração no contexto brasileiro
• Apresentar os desafios da administração contemporânea
Unidade
1 Introdução à administração e às organizações
Introdução
Prezado (a) Aluno (a), vamos iniciar os estudos sobre a administração de empresas. Na verdade,
não apenas empresas, mas organizações em geral se utilizam das ferramentas de gestão desenvolvidas
pela ciência da administração. Sim, a administração é uma ciência e é sobre isso que iremos tratar logo
no início deste livro.
Para facilitar o seu estudo e aprendizagem, esta unidade está dividida em cinco tópicos que
seguem uma sequência lógica na qual, em seu final você estará entendendo o porquê da importância
de estudar administração.
O segundo tópico vai abordar as áreas funcionais da organização de maneira que você compreenda
a importância da divisão das organizações em áreas especificas e que todas as empresas precisam ter,
pois assim facilita em muito a gestão e, com o passar do tempo, o crescimento da organização.
O terceiro tópico fala do papel dos administradores e a função que cada um assume em
determinado papel.
No quarto tópico vou falar um pouco sobre a administração no contexto brasileiro. Apesar
da administração ser uma ciência, é preciso estar atento ao contexto no qual as organizações estão
inseridas. Questões culturais sempre influenciam a maneira de se administrar as organizações. Você
irá entender que, apesar da ferramenta ser a mesma, a maneira de se utilizar pode mudar conforme o
contexto no qual a organização se encontra.
Por fim, quinto e último tópico desta unidade, vou tratar dos desafios da administração
contemporânea, não só no Brasil, mas de modo geral, até porque a ciência da administração é comum,
independentemente da localidade, o que muda, como disse, é o contexto no qual a organização está
inserida.
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Unidade
Introdução à administração e às organizações 1
1. Organizações e a Administração e
o Processo de Administração
Organizações
Fonte: Pexels.
Quantas empresas com mais de 100 anos você conhece? Não são muitas se compararmos com
a quantidade de empresas existentes. Na verdade, uma revista de negócios de circulação nacional, em
2016 contou, no Brasil, 34 empresas que estão no mercado há mais de 100 anos.
Se você parar para pensar, há de concordar comigo que esse número é pequeno. E por que será
que tão poucas empresas conseguem permanecer no mercado por longos períodos de tempo?
Prepare-se, agora irei revelar o segredo da longevidade das empresas: Administração. Meio
óbvio concorda? As empresas que estão há muitos anos no mercado tem em comum processos de
gestão profissionais, ou seja, aplicam conceitos de administração há muito tempo consolidados
pelos estudiosos do tema ou, foram capazes de desenvolver e implementar conceitos teóricos da
administração para gerenciar suas empresas.
Para você entender melhor o que isso significa, é preciso saber que a administração é um
conjunto de teorias administrativas que são utilizadas, conforme Oliveira (2013, p. 5) “para tomada
de boas decisões em seus esforços diários de planejar, organizar, dirigir e controlar a produtividade
organizacional”.
Essas teorias da administração têm sido desenvolvidas com o passar dos anos, muitas vezes de
maneira empírica, na tentativa e erro. Veja a figura 1:
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Unidade
1 Introdução à administração e às organizações
Figura 1: O processo de aquisição da habilidade de administrar pela junção da teoria com a prática
O que a figura 1 está mostrando é a junção da teoria com a prática. Se você refletir um pouquinho
vai entender que a teoria nada mais é do que a prática escrita. Em outras palavras, alguém realizou
uma tarefa prática que teve um bom resultado, para não perder o conhecimento decidiu escrever sobre
isso. Publicou um livro, esse livro passou a ser utilizado por várias pessoas que passaram, também, a
obter resultados positivos e outras pessoas decidem seguir a mesma ideia e assim por diante. É mais
ou menos assim, de uma maneira muito simplista que se constrói alguns tipos de preceitos teóricos.
Veja bem, estamos falando de uma ciência humana, que é o caso da administração. O importante é
entender que muitas, se não, grande parte das teorias da administração nasceram da prática. Entendeu
agora o por que de poucas empresas terem mais de 100 anos? Porque são essas empresas que tiveram
consciência de perceber que, com o passar dos anos, as ações práticas eram necessárias ser alteradas.
A teoria da administração como você vai ver no decorrer desse livro, tem evoluído constantemente e é
muito importante entender isso.
1.1. Organização
Primeiro ponto muito importante, a palavra organização tem alguns significados, onde, segundo
o dicionário on line Houaiss (2017) pode ser:
1. ato, processo ou efeito de organizar; 1.1 ordenação das partes de um todo; arrumação;
1.2 modo de se organizar, de se constituir; 2 algo organizado; 2.1 composição, estrutura,
inter-relacionamento regular das partes que constituem um ser; 2.2 entidade que serve
à realização de ações de interesse social, político, administrativo etc.; instituição, órgão,
organismo, sociedade; 2.2.1 grupo de pessoas que se unem para um objetivo, interesse
ou trabalho comum; associação; 2.3 conjunto de normas e funções que têm por objetivo
propiciar a administração de uma empresa, negócio etc. (elaborado com base em Houaiss
2017. Disponível em: https://houaiss.uol.com.br/pub/apps/www/v3-3/html/index.php#1.
Acesso em: 04 dez. 2017.
Organização pode ser o processo de organizar, ou seja, o ato de arrumar as coisas. Aquilo que
você faz na sua casa, por exemplo, organizar a sua gaveta, o seu quarto a sua estante, etc. Pode ser
também uma entidade, a Organização das Nações Unidas ou várias empresas: Organizações Globo.
Neste último caso você consegue perceber que organização é um conjunto de empresas, ou países, no
caso das Nações Unidas? Pois bem, assim entramos na definição que talvez seja a mais importante
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Unidade
Introdução à administração e às organizações 1
para o contexto deste livro. Vamos construir juntos essa definição? Concorda que uma organização
no sentido de empresa é várias pessoas trabalhando juntas? Que essas pessoas estão trabalhando em
busca dos objetivos da empresa e consequentemente de seus próprios objetivos? E qual o principal
objetivo para uma empresa? Não é ser rentável? Ou seja, o que a empresa quer não é ganhar dinheiro?
Sim, as empresas querem ganhar dinheiro, querem ter lucro, querem ser rentáveis. Afinal estamos
em uma sociedade capitalista (e aqui não importa se esse é ou não o melhor modelo de sociedade).
Portanto, concorda que é possível definir organização como: “um grupo de pessoas que se unem
para alcançar um objetivo, interesse ou trabalho comum seguindo um conjunto de normas e funções
que têm por objetivo propiciar a administração de uma empresa”? De onde veio essa definição? Do
Houaiss, como coloquei anteriormente. Outra definição para Organização é a de SOBRAL (2013) onde
“as organizações são grupos estruturados de pessoas que se juntam para alcançar objetivos comuns”.
Não importa o autor, o conceito de organização será sempre o mesmo. Mas é bom que você
entenda que Organização são pessoas que trabalham juntas para conseguir os mesmos objetivos.
Existem as organizações formais que são as empresas e as informais que são pessoas que se
reúnem, por exemplo, para jogar futebol (SOBRAL e Peci, 2013).
1.2. Administração
Para que as empresas cumpram sua finalidade, terão que ser administradas. Por tanto,
administração nada mais do que processos realizados para alcançar os objetivos definidos pela
organização. SOBRAL e Peci (2013, p.6) define administração “como um processo de coordenação
do trabalho dos membros da organização e de alocação dos recursos organizacionais para alcançar
os objetivos estabelecidos de uma forma eficiente e eficaz”. Veja a figura 2 que traz um exemplo do
conceito de administração.
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Unidade
1 Introdução à administração e às organizações
A resposta para essas questões é muito simples: Eficiência é minimizar a utilização dos recursos
para alcançar os objetivos definidos; Eficácia é maximizar os objetivos, ou seja, ir além do esperado.
Observe a figura 3
Agora que você já sabe o que é organização e administração é consegue entender que as
organizações precisam ser administradas de maneira correta para que se alcancem seus objetivos que
são, na maioria das vezes, como dissemos ter lucro.
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Unidade
Introdução à administração e às organizações 1
É importante entender que, “nem todas as pessoas que trabalham em uma organização são
administradoras. Alguns membros das organizações têm como única responsabilidade a execução de
uma tarefa ou trabalho especifico” (Sobral, 2013 p. 7).
Como algumas pessoas estão nas organizações como administradores e outras têm tarefas que
não estão relacionadas com a administração, isso significa que as organizações estão divididas em
níveis e, conforme cada nível organizacional, as funções são diferentes.
Em cada um desses níveis, o tipo de função e tarefa muda. A figura 4 mostra como isso funciona:
Veja a figura 4 e observe que o formato dos níveis organizacionais é um triangulo onde, no topo
da organização estão os administradores responsáveis pelas decisões estratégicas organizacionais. São
os diretores e o Presidente. Os gerentes se encontram no nível tático, pois suas decisões envolvem
apenas seus respectivos setores e na sequencia estão os supervisores que ocupam o nível operacional,
ou seja, irão colocar em prática aquilo que foi definido pelos gerentes para auxiliar no alcance dos
objetivos estabelecidos pelos diretores seguindo as orientações do presidente.
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Unidade
1 Introdução à administração e às organizações
hoje, o processo de administração se resume em: Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar. O famoso
P.O.D.C. A figura 5 facilita o seu entendimento.
1.6. Planejar
Todo processo de administração tem início com o Planejamento. Talvez o exemplo mais fácil
e próximo da sua realidade seja a organização de uma viagem. Quando você vai viajar, quais são os
procedimentos que você toma? Primeira coisa é definir o local, certo? Seria esse então o seu objetivo.
1.7. Organizar
Terminado a etapa do planejamento, deve-se iniciar a organização de tudo aquilo que foi
planejado. É nesta etapa que será definido os recursos que serão necessários para alcançar os objetivos.
Como no exemplo da viagem, aqui você define tudo aquilo que será utilizado para alcançar os objetivos.
Sobral e Peci (2013, p. 4) explica que organizar é:
• Distribuir as tarefas e os recursos entre os membros da empresa;
• Definir quem tem autoridade sobre quem;
• Estabelecer quando e onde as decisões devem ser tomadas.
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Unidade
Introdução à administração e às organizações 1
1.8. Dirigir
Dirigir é o processo de gerenciar pessoas. Nesta etapa as ações planejadas e organizadas serão
colocadas em prática e para que elas alcancem os resultados esperados é preciso que os funcionários
sejam conduzidos de maneira apropriada. Portanto, dirigir, conforme Sobral e Peci (2013, p.4) é:
Utilizando a viagem como exemplo, nesta etapa é motivar quem estiver conduzindo a viagem e
garantir que tudo esteja de acordo com o propósito definido de modo a se alcançar o objetivo, ou seja,
alcançar o destino final.
1.9. Controlar
Por fim, a última etapa do processo de administração ou o C. do P.O.D.C. é controlar os resultados
que estão sendo alcançados no decorrer de todo o processo para garantir que os objetivos esperados
serão, efetivamente, conquistados. Pensando em nossa viagem, nesta etapa verifica-se periodicamente
se o caminho escolhido de fato irá nos levar até o destino definido, caso contrário, as correções devem
ser ajustadas conforme for necessário. Sobral e Peci (2013, p. 5) explica controle como:
Veja novamente a figura 5. Percebeu que ela é um ciclo? Isso significa mostra que a etapa de
controle define a necessidade, ou não, de se refazer o planejamento. Caso seja verificado na etapa
controle a necessidade de se ajustar os objetivos, ou mesmo, redefinir estratégias ou reconduzir
funcionários, o processo administrativo retoma para a etapa planejar e o ciclo do P.O.D.C. recomeça.
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Unidade
1 Introdução à administração e às organizações
Fonte: Pexels.
Henry Fayol foi um dos primeiros estudiosos da administração que percebeu nas organizações
empresariais áreas funcionais que se repetiam, ou seja, Fayol percebeu que as atividades das empresas
se concentravam em seis grupos distintos:
5. Atividades de segurança: relacionadas com a preservação e proteção das pessoas e dos bens.
Com o passar do tempo essas atividades se consolidaram de seis para quatro atividades básicas
desenvolvidas pela maioria das empresas:
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Unidade
Introdução à administração e às organizações 1
3. Área de finanças.
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Sobral e Peci (2013 p. 13).
Ainda segundo os autores, podem existir outras áreas como: pesquisa e desenvolvimento - PD,
compras e gestão de estoques. No entanto estas são mais comuns em organizações de grande porte por
isso nem todas as empresas irão ter essas áreas.
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Unidade
1 Introdução à administração e às organizações
• Pesquisa de mercado.
• Desenvolvimento de Produto.
• Definição de Preço.
• Vendas.
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Sobral e Peci (2013, p. 15).
O mais interessante disso é: apesar das finanças não serem a principal atividade das organizações,
como disse, sem dinheiro não existe organização. Por isso, ainda segundo os mesmos autores, “o
principal objetivo dessa área é captar e utilizar, de maneira eficaz, os recursos financeiros de forma a
alcançar os objetivos organizacionais”. Suas funções são:
• Informação de gestão.
• Análise financeira.
• Investimento.
• Financiamento.
• Distribuição de dividendos.
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Sobral e Peci (2013, p. 15).
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Unidade
Introdução à administração e às organizações 1
Fonte: Pexels.
Os administradores são os responsáveis pela gestão das organizações. Entretanto é preciso estar
atento, muitas das atividades e funções que os administradores exercem estão relacionadas com as
funções básicas da administração, o P.O.D.C - planejar, organizar, dirigir e controlar.
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Unidade
1 Introdução à administração e às organizações
Para exercer suas funções na gestão das organizações, Silva (2013) explica que os administradores
precisam ter algumas habilidades que segundo Katz (1974) apud Silva (2013), p. 13 são:
Essas habilidades são exigidas na gestão das organizações, no entanto, conforme o nível
organizacional (ou administrativo) em que o gestor se encontra, maior ou menor grau de conhecimento
é exigido. A figura 6 mostra essa relação.
Observe a figura 6 e veja que, conforme o nível organizacional muda, a necessidade de habilidades
também muda. No entanto, a habilidade humana permanece necessária em todos os níveis. Outro fator
importante a ser considerado é a condição de, para cada habilidade e, para cada nível organizacional,
para exercer suas funções, o administrador assume papéis que precisam ser desempenhados conforme
as situações exigidas.
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Unidade
Introdução à administração e às organizações 1
Henry Mintzberg (1973) apud Silva (2013, p. 15) divide os papéis administrativos em três níveis:
Para facilitar o seu entendimento, Mintzberg (1990) apud Sobral e Peci (2013) elaborou uma
tabela com descrição e exemplo de atividades para cada papel, conforme a tabela 1.
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Unidade
1 Introdução à administração e às organizações
Direção das atividades dos subor- Realização de todas as atividades que envol-
Líder dinados, levando-os à realização vam as relações com os subordinados (persua-
dos objetivos. são, motivação, orientação, etc.)
conflitos
vimento normal da atividade. Auxílio aos subordinados durante processos
de mudança ou crise.
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Unidade
Introdução à administração e às organizações 1
4. Administração no Brasil
Escritório
Fonte: Pexels.
A administração é considerada uma ciência social. Tem teorias que funcionam na maioria das
organizações, mas para isso é necessário ajustes ao seu contexto organizacional, que está relacionado
à cultura organizacional.
Você deve estar imaginando, e o Brasil? Bem, em nosso país temos também algumas características
culturais que precisam ser levadas em consideração.
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Unidade
1 Introdução à administração e às organizações
27
Unidade
Introdução à administração e às organizações 1
Ao analisar a figura 7 perceba que, de um lado você tem a relação institucional x pessoal, de
outro a relação líder x liderados. Da intersecção desses subsistemas resultam os traços culturais e
consequentemente as implicações administrativas.
O tipo de subsistema de liderados gera por parte dos lideres traços culturais que remetem a
uma postura de espectador enquanto que, por parte dos liderados são adotados traços culturais que
tendem a evitar conflitos. Este tipo de relação determina um estilo de liderança flexível, causando uma
aceitação passiva da realidade, devido à falta de iniciativa e transferência de responsabilidade.
• Prevalência de um estilo gerencial marcado por grande distância entre discurso e pratica.
• Disfarce das formas autoritárias de poder com uma retorica de participação e envolvimento.
5. Desafios da Administração
Contemporânea
Estação de trabalho
Fonte: Pexels.
Sem sombra de dúvidas que o mercado empresarial sofreu profundas transformações desde a
revolução industrial.
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Unidade
Introdução à administração e às organizações 1
Sobral e Peci (2013) explicam que o novo ambiente organizacional traz aos administradores
muitos desafios e, para compreender esses desafios e oportunidades, se faz necessário entender a real
importância da administração como ciência.
A necessidade de satisfazer e fidelizar os clientes são novos desafios organizacionais que precisam
estar aptas a oferecerem produtos e serviços diferenciados para clientes cada vez mais exigentes e
diversificados.
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Unidade
1 Introdução à administração e às organizações
Apesar da acentuada concorrência, a cooperação entre as empresas tem sido uma tendência. As
organizações estão se unindo em redes de negócios de modo a promover a troca de tecnologia, baratear
custos junto a fornecedores de modo a diminuir os riscos e procurando aumentar as probabilidades
de sucesso.
Questões referentes a responsabilidade social e ambiental tem sido vistas com maior preocupação
por parte das atuais organizações que estão procurando modelos de gestão sustentáveis e acentuando
uma preocupação ética nos negócios. Tem se visto cada vez mais, comportamentos com base em
preceitos morais como a nova exigência por parte das sociedades contemporâneas.
Os ciclos de vida dos produtos estão sendo cada vez mais curtos, exigindo das organizações
novas posturas administrativas e estruturais.
Por fim, Sobral e Peci (2013) afirmam que, “para o futuro, essas tendências vão se acentuar, não
existindo dúvidas de que influenciarão os métodos de administração das organizações”.
CONCLUSÃO
Nesta unidade discutiu-se sobre as organizações e a administração e o processo de administração.
Você viu a importância da boa gestão para as organizações e a maneira como isso de acontecer,
trabalhando o P.O.D.C. – ou seja, o processo de administração deve sempre iniciar pelo Planejamento
onde são definidos as metas e objetivos, seguido pela organização dos recursos necessários para que
se alcance os objetivos, tendo os funcionários sua direção de modo a colocar em pratica os afazeres
que irão propiciar o alcance ou não dos objetivos e, todo o processo deve ser controlado de modo a
ajustar ou não estratégias, recursos e mão-de-obra de maneira a levar a organização a conquistar os
objetivos definidos.
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Unidade
Introdução à administração e às organizações 1
Você também ficou em contato com estudos que mostraram particularidades do administrador
brasileiro identificando as principais características culturais e o impacto que essas têm junto ao estilo
de liderança na relação líderes e liderados.
Por fim apresentou-se quais são os desafios para a administração contemporânea tendo em visa
a nova condição sociocultural.
Espero que tenha gostado do que foi tratado nesta unidade e procure se aprofundar nos assuntos
buscando outras referências.
elementos complementares
#LIVRO#
ReferÊncias
BARROS, Betania Tanure de; PRATES, Marco Aurelio Spyer. O estilo brasileiro de administrar. Sao
Paulo: Atlas, 1996.
SILVA, Reinaldo Oliveira. Teorias da administração. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013.
SOBRAL, Filipe; Alketa, Peci. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2013.
SOBRAL, Filipe; Alketa, Peci. Fundamentos de Administração. São Paulo: Pearson Education do
Brasil, 2012.
SOBRAL, Filipe. Teorias da Administração. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012.
34 empresas que estão no brasil há mais de 100 anos. Disponível em: https://exame.abril.com.br/
negocios/34-empresas-que-estao-no-brasil-ha-mais-de-100-anos/ acesso em: 4 dez. 2017.
32
Unidade
2
tomada de decIsão
objetivos de aprendizagem
da unidade
• conhecer os fundamentos de tomada de decisão
• entender como se dá o processo decisório
• refletir sobre racionalidade e intuição na tomada de
decisão
• Identificar os diferentes tipos de estilos de tomada de
decisão
• conhecer aspectos referentes à tomada de decisão
organizacional
Unidade
Tomada de decisão 2
Introdução
Nesta unidade irei tratar da tomada de decisão. Todos os dias as pessoas têm decisões a serem
tomadas, na gestão das organizações não é diferente, pelo contrário, administrar é tomar decisões e, o
sucesso está justamente na condição de acertar mais do que errar nas decisões tomadas.
A unidade inicia com os fundamentos de tomada de decisão onde você terá contato com
informações necessárias para tomar decisões. Na sequência irá estudar o processo decisório, ou seja,
os caminhos que devem ser seguidos para tomar decisões mais acertadas possíveis. Continuando na
unidade, o tópico a seguir trata da racionalidade e intuição na tomada de decisão onde você verá a
importância para o tomador de decisões na utilização dos aspectos racionais e intuitivos quando da
necessidade de tomar decisões.
O quarto tópico desta unidade irá apresentar os diferentes tipos de estilos de tomada de decisão.
As pessoas têm maneiras diferentes para analisar as situações e conduzir os problemas e isso remete a
condições diferenciadas que contribuem com diversos tipos de estilos para tomada de decisão.
Por fim, o quinto e último tópico da unidade vai trazer informações referente a tomada de
decisão organizacional onde, será apresentado conceitos importantes que auxiliam os administradores
a tomar decisões que possam contribuir como o sucesso da organização.
Fonte: Pixabay.
Sobral e Peci (2013) dizem que o mundo dos negócios está repleto de evidências de boas decisões,
porém, quando uma decisão tomada se mostra ser errada, normalmente está ficará muito mais visível
tendo invista o impacto negativo que esta causa na vida da organização.
Tomar decisões, na maioria das vezes é agir em um ambiente de incertezas. Você se lembra de
uma brincadeira que as pessoas costumam dizer: “A única certeza nesta vida é a morte”. Pois bem,
nunca uma brincadeira foi tão verdadeira e cheia de informação importante.
Entender que você está em um ambiente de incerteza é o primeiro passo para poder tomar
decisões corretas. Mas o que é uma decisão correta? Este é outro paradoxo. Pode-se dizer que, de
maneira bem coloquial, não existe decisão correta, o que existe é uma decisão menos errada.
Veja bem, ao tomar uma decisão, você só saberá se ela é correta após conhecer seu resultado. Se
este for positivo, então sua decisão terá sido acertada, caso contrário você errou. Percebe porque disse
na introdução que o sucesso de uma organização está em mais decisões certas do que erradas?
Sobral e Peci (2013) explicam que “tomar decisões erradas é um risco a que todas as empresas
estão sujeitas, inclusive - e sobretudo - as bem-sucedidas”. Para que isso ocorra, os autores dizem ser
importante conhecer técnicas e ferramentas que possam ajudar os gestores a diminuir as margens de
erro de modo a otimizar a qualidade de suas decisões.
Chester Barnard, segundo Sobral e Peci (2013) foi o primeiro a levantar a importância da
tomada de decisões nas organizações. Em seu livro “As funções do executivo” os autores continuam
sua explicação colocando que Barnard substitui expressões como “alocação de recursos” ou “definição
de políticas” justamente por conceitos de tomada de decisão.
Tomar decisões segundo esses autores é um processo que tem começo, meio e fim, ou seja,
“o conceito de decisão sugere uma conclusão, um inicio de ação, e não uma deliberação continua”
(Sobral e Peci, 2013 p. 145).
Por conta desse trabalho de Barnard é que muitos autores passaram a classificar administradores
como tomadores de decisão. Suas decisões no dia-a-dia da organização referem-se a todas as áreas
funcionais da empresa e a todas as quatro funções da administração, o P.O.D.C. Para ajudar o seu
entendimento observe o quadro 1.
35
Unidade
Tomada de decisão 2
As decisões são tomadas após uma série de análises com base em informações a respeito daquilo
que se precisa decidir. Sobral e Peci (2013) colocam que os administradores precisam calcular e
gerenciar os riscos e as probabilidades que caminham junto às decisões tomadas. Portanto, para cada
decisão haverá uma consequência e o problema está justamente na imprevisibilidade do que pode
acontecer após ter decidido por algo. Desta forma, os autores recomendam a utilização de uma escala
que vai da certeza, passando pelo risco até a incerteza levando em consideração a quantidade de
informação que possam ser utilizadas para minimizar problemas nas tomadas de decisões.
1.2.1. Certeza
Em algumas situações é possível tomar decisões em um ambiente de certeza. Isso ocorre quando
se tem acesso a todo tipo de informação necessária e disponível que contribua para gerar essa certeza.
Sobral e Peci (2013, p.147) colocam que “nessas condições, o administrador conhece o objetivo a
alcançar e tem informações precisas e confiáveis sobre os resultados e as consequências de cada
alternativa possível”.
Esse ambiente de certeza é considerado ideal para tomar decisões de maneira que, o desafio se
concentra apenas na necessidade de conhecer todas as alternativas possíveis. No entanto, é preciso
lembrar que, decisões tomadas em ambientes de plena certeza são muito difíceis de ocorrer. Sobral
e Peci (2013) lembram que a maioria das decisões acontece em ambientes em que as condições
normalmente são difíceis de se estimar com precisão os possíveis resultados a serem conseguidos.
36
Unidade
2 Tomada de decisão
1.2.2. Risco
Talvez este seja o ambiente mais comum de ocorrer quando da necessidade de tomadas de
decisão. Um ambiente de risco acontece quando é possível analisar a probabilidade de que ocorra
determinada situação em cada decisão tomada como consequência da quantidade de informação
disponível. Sobral e Peci (2013, p.147) explicam que essa “probabilidade pode ser calculada por
meio de modelos matemáticos e estatísticos ou com base na experiência e nos conhecimentos dos
administradores”.
Nesse tipo de ambiente Oliveira (2013, p. 279) recomenda a utilização de modelos matemáticos
estocásticos para tomar decisões.
1.2.3. Incerteza
Quando a quantidade de informação disponível é mínima ou inexistente, o ambiente que se tem
é o da incerteza. Nesta condição, os administradores não conseguem ter uma análise concreta dos
possíveis resultados a serem alcançados dificultando muito o processo de tomada de decisão. Sobral
e Peci (2013, p.148) colocam que esse tipo de ambiente “é característico de decisões que envolvem
fatores fora do controle do administrador ou do desconhecimento de informações fundamentais, o
que acontece quando se lida com novos mercados ou produtos”.
Não é um ambiente muito comum de acontecer, principalmente no contexto atual, dada a
quantidade de informações disponíveis no ambiente, proporcionada pelas tecnologias de informação
e comunicação. Mas, caso quando acontece, exigirá que o administrador use sua intuição e julgamento
para tomar a melhor decisão que julgar apropriada.
Ambientes de incerteza são muito difíceis para se tomar decisões, por conta disso, Oliveira
(2013) sugere como modelos matemáticos para tomadas de decisão a utilização de:
1. Modelos de previsão;
a. Previsão de vendas.
b. Previsões tecnológicas.
c. Previsões demográficas.
d. Previsões de recursos humanos.
2. Modelos de matriz de resultados;
a. Matrizes estratégicas.
b. Matrizes dos estados da natureza.
c. Matrizes de probabilidade.
d. Matrizes de resultados.
3. Modelos de árvore de decisão.
Modelos de probabilidade estimada.
Modelos de desfecho (lucro ou perda)
Modelos de valor estimado. (elaborado com base em Oliveira, 2013 p. 279-280).
37
Unidade
Tomada de decisão 2
Esse tipo de decisão é utilizado em situações rotineiras da organização e serve para solucionar
problemas simples e/ou complexos. Quando esse tipo de situação ocorre, o administrador já sabe o
que fazer e não perde tempo na tomada de decisão.
Sobral e Peci (2013) explicam que este tipo de decisão é a mais comum nas organizações, existe
bastante quantidade de informação disponível e normalmente acontece nos níveis organizacionais
mais baixos.
38
Unidade
2 Tomada de decisão
2. Processo Decisório
Arranque
Fonte: Pixabay.
Como tenho lhe mostrado, tomar decisão é escolher entre alternativas que irá resultar em
determinadas condições que possam ser positivas ou não. No entanto, apesar dessa explicação simplista,
tomar decisões é um processo um pouco mais complexo do que isso e demanda que seja seguido seis
etapas em uma sequência que irá conduzir à um resultado mais próximo do esperado possível.
39
Unidade
Tomada de decisão 2
Como você pode ver na figura 9, a sequência das seis etapas do processo decisório compreende em:
1. Identificar a situação.
2. Diagnosticar a situação.
3. Desenvolver alternativas.
4. Avaliar as alternativas.
Vou te apresentar etapa por etapa para que seu entendimento fique mais fácil.
O processo de identificação de situações tem uma característica que, muitas vezes pode ser
ambígua e subjetiva e, por conta disso, depende diretamente da competência do administrador. Sobral
e Peci (2013, p. 152) explicam que:
40
Unidade
2 Tomada de decisão
Os mesmos autores continuam a explicação dizendo que apesar da etapa da identificação não
ser levada à sério pela maioria dos administradores, se feita de maneira adequada identificando-se
como uma oportunidade ou problema, a eficácia no processo decisório tende a ser muito melhor.
Portanto, é de responsabilidade dos administradores avaliarem de maneira correta o desempenho da
organização além das tendências do ambiente no qual a empresas esteja inserida de modo a tomarem
a melhor decisão possível.
Um problema muito comum cometido pelos administradores é procurar alternativas sem antes
pensar na definição dos objetivos. A falta desta análise que leva a definição dos objetivos é, justamente
a causa de muitas decisões erradas. “A análise das causas que estão na origem do problema ou da
oportunidade é fundamental para enquadrar corretamente a situação, e esse é um requisito necessário
para tomar uma decisão eficaz” Sobral e Peci (2013, p. 152).
Para que seja feita uma correta análise e diagnóstico da situação é importante responder uma
série de questionamentos de maneira que o resultado permita identificar possíveis causas que levam a
situação a ser definida com um problema ou oportunidade como, por exemplo:
41
Unidade
Tomada de decisão 2
Uma dificuldade que pode surgir durante essa etapa é quando for tratar de decisões não
programadas. Isso acontece porque, no caso das decisões programadas, o processo de desenvolvimento
de alternativas é simples, tendo em vista que já existem regras e procedimentos para as tomadas de
decisão. Agora, quando a situação exige desenvolver alternativas para decisões não programadas é
necessário tomar alguns cuidados.
Muitos administradores, por uma questão de tempo ou qualquer outro motivo, tendem a se
contentar com a primeira alternativa viável que surja, isso pode ser um erro, pois o ideal é que se
consiga desenvolver o máximo de alternativas possíveis. Lembre-se, quanto mais alternativas menores
serão as chances de fracasso.
Algumas técnicas para auxiliar no desenvolvimento de alternativas durante essa etapa do
processo decisório são:
• Brainstorming: Técnica de geração de alternativas que consiste na expressão espontânea
e livre de críticas de novas ideias e alternativas aos problemas apresentados.
• Conflito construtivo: Conflito decorrente da discordância quanto a ideias e pontos de
vista em relação ao conteúdo e aos objetivos de trabalho, com potencial para melhorar o
desempenho do grupo.
42
Unidade
2 Tomada de decisão
• Impacto financeiro: Quais são os custos e benefícios financeiros associados a cada alternativa?
Qual é o “valor atuar” de cada alternativa?
• Benefícios: Quais são as vantagens que a implementação de cada alternativa vai trazer à
organização?
• Ativos intangíveis: Qual é o impacto de cada alternativa nos ativos intangíveis da organização?
• Risco: Quais são os riscos associados a cada alternativa? Qual é a probabilidade de sucesso
de cada uma? Como os concorrentes vão reagir à decisão? (elaborado com base em Sobral
e Peci 2013, p. 157).
Apesar de terem sido desenvolvidas diversas alternativas, apenas uma deve ser escolhida. O
processo de escolha está diretamente relacionado com a propensão do administrador em assumir
riscos. Por exemplo, Sobral e Peci (2013, p. 158) explicam que “alguns gestores preferem uma alternativa
que tenha 35% de chances de alcançar um rendimento de 1 milhão de reais do que uma que assegure
um rendimento de 200 mil”.
Outro ponto que precisa de atenção é a condição passiva que muitos administradores assumem
ao decidirem por determinada alternativa. Ou seja, esses administradores acreditam que a escolha
por si só resolverá seus problemas, no entanto sabe-se que isso não é verdade. Tomada a decisão e
implementada, deve-se assegurar que as ações de implementação como cronogramas, orçamentos, e
comunicação entre os envolvidos sejam cumpridas, principalmente a comunicação.
Sobral e Peci (2013, p. 159) reforçam a importância que deve ser dada aos processos de
comunicação nas decisões organizacionais, pois o “sucesso da implementação das decisões tomadas
depende da capacidade do administrador em comunicar de maneira eficaz a decisão aos envolvidos”.
Para tanto é necessário que nessa comunicação o administrador:
43
Unidade
Tomada de decisão 2
É importante estar atento para o fato das decisões organizacionais estarem interligadas e, como
consequência, novas decisões irão sendo tomadas. Além disso, Sobral e Peci (2013, p. 159) lembram
que “muitas vezes os problemas mais complexos são resolvidos tentando-se a implementação de
diversas alternativas, na qual cada uma representa uma melhoria gradual”.
Lembre-se que o processo decisório é contínuo e sempre demandará por novas soluções para os
problemas que sempre surgirão e, claro para novas oportunidades que irão aparecer.
Fonte: Pixabay.
O processo de tomada de decisão como tenho dito, segue uma sequência lógica de seis etapas que
devem ser seguidas de maneira racional, ou seja, é de se esperar que os administradores tomem suas
decisões de modo a alcançar o melhor retorno para a organização. Em outras palavras: “Maximizem
o lucro minimizando os custos”. Lembra-se disso?
44
Unidade
2 Tomada de decisão
• O decisor é racional; ele usa a lógica para avaliar e ordenar as alternativas escolhendo aquela
que maximiza o alcance dos objetivos estabelecidos. (Sobral e Peci 2013, p. 160).
Apesar dessas premissas oferecerem uma solução para auxiliar na tomada de decisão que seja
ideal, a verdade é que na prática dificilmente será seguida. Isso porque, o grau de confiabilidade e
certeza das informações referente as alternativas escolhidas são muito difícil de ser verificado.
Sobral e Peci (2013) apontam que na prática, o que realmente acontece é a utilização do modelo
racional como um parâmetro de maneira a direcionar como as decisões deveriam ser tomadas.
Segundo Sobral e Peci (2013) o vencedor do prêmio Nobel de Economia, Hebert Simon
desenvolveu uma teoria que explica as limitações no processo de tomada de decisão racional. Para os
atores, a teoria de Simon “mostra que os administradores tomam decisões sobre problemas para os
quais dispõem de informações inadequadas, com limitações de tempo e de recursos para coletar dados
mais completos” (Sobral e Peci 2013, p. 161). A figura 10 mostra de maneira clara essas limitações e
inclui as limitações que o próprio individuo possui, relacionadas com sua memória, sua capacidade
perceptiva e intelectual.
45
Unidade
Tomada de decisão 2
Como a tendência nas tomadas de decisão é escolher a primeira alternativa plausível por parte
do administrador por conta das limitações apresentadas na figura 10, o resultado acaba sendo o
sacrifício da melhor decisão. Isso acontece porque as pessoas se utilizam de princípios heurísticos
para a tomada de decisão.
Os princípios heurísticos nada mais são do que “atalhos mentais utilizados pelos tomadores
de decisão para simplificar a complexidade do processo decisório” (Sobral e Peci 2013, p. 162). Esses
princípios heurísticos podem ser de dois tipos:
O problema da utilização desses princípios heurísticos é o fato que eles causam sistemáticos
desvios de julgamento e isso acaba por influenciar na maneira de como as decisões são tomadas. Essa
situação é conhecida como armadilhas psicológicas na tomada de decisão como podem ser vistos na
figura 11.
46
Unidade
2 Tomada de decisão
Sobral e Peci (2013, p. 166) definem intuição como “um processo cognitivo de interpretação de
uma situação, baseado em experiências vividas, sem recorrer a um pensamento consciente”.
Veja que a intuição tem como base a vivência das pessoas e isso ajuda na tomada de decisões
tendo em vista a possibilidade de recorrerem aos aspectos críticos dos problemas e alcançar uma
solução sem precisar perder tempo com analises demoradas e trabalhosas. Sobral e Peci (2013, p.
169) Explicam que na prática, as tomadas de decisão por parte dos administradores ocorrem em
função de uma organização onde seu processo decisório acontece de modo limitado e fragmentado
impossibilitando a total utilização da racionalidade. Isso, leva com que as decisões passem a ser,
muitas vezes intuitivas com base no hábito do administrador estar sempre refletindo a respeito de suas
experiências vividas, como por exemplo nas questões politicas e econômicas do país, na percepção de
oportunidades aproveitadas ou não, etc.
Fonte: Pixabay.
O processo de tomada de decisão, como foi apresentado, segue uma sequência lógica que remete
à um processo racional, no entanto, as pessoas são indivíduos com características e personalidades
48
Unidade
2 Tomada de decisão
Na figura 12 você um modelo para explicar os estilos de tomada de decisão. Nele é possível
ver que existe uma relação entre orientação para tarefas x pessoas e uma alta ou baixa complexidade
cognitiva. Essa relação refere-se ao estilo de cada administrador onde, quanto maior uma orientação
para tarefas, os tomadores de decisão estão mais preocupados em conseguir alcançar os objetivos
organizacionais, já pessoas que tem uma maior preocupação com as pessoas, quando da sua tomada
de decisão terão um comportamento com maior orientação para as pessoas. O estilo de orientação
tem relação com a complexidade cognitiva, ou seja, o “grau de tolerância que as pessoas demonstram
com a ambiguidade no processo de tomada de decisão” (Sobral e Peci 2013, p. 170). Pessoas com
alta tolerância a incerteza tem elevada complexidade cognitiva, isso significa que em ambientes com
pouca informação e com características ambíguas, essas pessoas são capazes de identificar múltiplas
soluções e alternativas. Já, pessoas com baixo tolerância a incerteza são aquelas onde a complexidade
cognitiva é baixa e a consequência para isso é a de pessoas que preferem tomar decisões em ambientes
que ofereçam uma quantidade de informações suficientes para que possam se sentir confortáveis ao
tomar suas decisões. Ao combinar orientação x complexidade cognitiva, têm-se os estilos de tomada
de decisão que você viu na figura 12.
50
Unidade
2 Tomada de decisão
O importante aqui é perceber que os administradores tendem a mudar seu estilo de tomada de
decisão conforme forem sendo promovidos para cargos superiores.
Duas maneiras de se tomar decisões na organização com a participação de mais pessoas são: a
tomada de decisão em grupo e o modelo Vroom-Jago para tomada de decisão.
Existem alguns critérios para a escolha de pessoas que devem tomar decisões. O modelo Vroom-
Jago é uma ferramenta que auxilia os gestores nessa escolha uma vez que esse modelo traz algumas
diretrizes que devem ser seguidas para facilitar no processo de tomada de decisão de qual subordinado
está apto para tal condição.
3. Qual é o nível de competência, conhecimento e habilidade que o gestor tem para tomar a
decisão sozinho?
52
Unidade
2 Tomada de decisão
CONCLUSÃO
Nesta unidade você estudou sobre a tomada de decisão. Acredito que tenha ficado claro que
tomar decisões vai muito além de simplesmente decidir sobre alguma coisa.
Para ser um bom gestor é necessário conhecer os fundamentos da tomada de decisão e lembrar
que as decisões são tomadas de acordo com o ambiente em que se encontram as informações, seja de
certeza, risco ou incerteza. Existem também, os modelos matemáticos que auxiliam os administradores
nas tomadas de decisão e influenciam, inclusive o tipo de decisão: programada ou não programada.
Na sequência você aprendeu a respeito do processo decisório como uma sequência que demanda
do administrador identificar a situação, diagnosticar a situação, desenvolver alternativas, avaliar as
alternativas, implementar as alternativas e monitorar os resultados.
No terceiro tópico você estudou o modelo racional de tomada de decisão e ficou sabendo que
nem todos os administradores são racionais na hora de decidir, mas muitos utilizam sua intuição e
essa, nada mais é do que a experiência adquirida com o passar dos anos pelos administradores.
Conheceu, no quarto tópico os diferentes estilos para tomada de decisão e no quinto e último
tópico desta unidade você estudou, a tomada de decisão organizacional, aprendeu que o estilo de
tomada de decisão muda conforme o administrador sobe nos níveis organizacionais da empresa e
entendeu de que maneira as decisões organizacionais são tomadas na empresa, além de ter tomado
conhecimento da existência do modelo Vroom-Jago que auxilia o administrador na escolha de pessoas
para tomarem decisões na organização.
54
Unidade
2 Tomada de decisão
ELEMENTOS COMPLEMENTARES
#FILME#
ReferÊncias
SILVA, Reinaldo Oliveira. Teorias da administração. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013.
SOBRAL, Filipe; Alketa, Peci. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2013.
SOBRAL, Filipe; Alketa, Peci. Fundamentos de Administração. São Paulo: Pearson Education do
Brasil, 2012.
55
Unidade
3
Planejamento, estratégIa
e organIzação
Professor mestre ricardo azenha loureiro albuquerque
objetivos de aprendizagem
da unidade
• conhecer os fundamentos do planejamento
• estudar o papel dos objetivos no planejamento e conhecer
aspectos da administração estratégica
• compreender a importância da análise estratégica do
ambiente organizacional
• Perceber a importância dos fundamentos da organização
• analisar os condicionantes da estrutura organizacional
Unidade
3 planejamento, estratégia e organização
Introdução
O planejamento é o primeiro princípio da administração. Lembra-se do P.O.D.C.? Então, vou
tratar do P., do planejamento.
Muitas pessoas acreditam que planejar é algo complexo e, pior, acreditam também que não
sabem fazer planejamento. Pois vou te dizer que você sabe planejar, só não percebeu isso. Talvez,
o seu planejamento não seja formal, mas todos planejam de maneira informal. Pode ser que você
ouça algumas críticas sobre isso, alguns autores podem dizer que só existe o planejamento formal. No
entanto, se você está lendo esse livro agora, precisou se planejar. Ao decidir estudar, teve que planejar
sua nova rotina. Portanto, como disse, seu plano pode não estar formalizado, mas está sendo realizado.
A questão agora é aprender como colocar o seu planejamento no papel e elaborar planos direcionados
para alcançar seus objetivos e, claro, os da organização.
57
Unidade
planejamento, estratégia e organização 3
1. Fundamentos de Planejamento e os
Tipos de Planos
Planos
Fonte: Pixabay.
Tenho dito que nada é feito sem planejamento, mesmo que esse seja informal. Entretanto
formalizar os planejamentos é de suma importância e deve ser incentivado. Aliás, é interessante
ressaltar que planejamento é uma questão cultural e, nesse aspecto, o brasileiro deixa a desejar, mas
esse é assunto para outra oportunidade.
Como falei anteriormente, existem dois tipos de planos: formal e informal. Já comentei bastante
sobre o informal. Para você, nesse momento importa entender o planejamento formal.
Robbins (2004, p. 61) explica que planejamento “envolve a definição dos objetivos ou metas da
organização, estabelecimento de uma estratégia geral para atingir esses objetivos, e o desenvolvimento
de uma hierarquia abrangente de planos para integrar e coordenar as atividades”. Sobral e Peci (2012)
completam a definição desse autor lembrando que o planejamento formal, além das definições de
metas e objetivos, é a “concepção de planos que integram e coordenam suas atividades”. Entenda o
plano como um documento formal (o planejamento escrito e encadernado. Algumas grandes empresas
fazem inclusive como um livro), veja a figura 16 para ajudar a entender.
58
Unidade
3 planejamento, estratégia e organização
A figura 16 está mostra que o planejamento tem duas atribuições básicas: definir os objetivos
e conceber os planos, no entanto, Maximiano (2011) complementa essa informação ao afirmar que
planejar consiste em: “definir objetivos; definir um ou mais cursos de ação e; definir meios de execução”.
Acredito que você já entendeu que planejar é estipular o que se deseja alcançar e como chegar
lá. Posso colocar mais autores aqui com diversas definições escritas de maneira diferente, mas na
verdade, todos estarão dizendo a mesma coisa.
Mas por que é tão importante planejar e, principalmente, colocar no papel o plano?
Quanto a planejar, Robbins (2004) explica que é uma maneira para proporcionar direção, reduzir
o impacto da mudança, minimizar o desperdício e a redundância, e estabelecer padrões que facilitem o
controle. Agora, colocar no papel tem um motivo que vai um pouco além da simples formalização. Em
uma organização, os principais dirigentes, ou mesmo o dono do negócio, normalmente sabem o que
querem. Infelizmente, só isso não basta. O planejamento é uma maneira de contar para toda a empresa o
que se deseja alcançar e, colocar no papel é uma forma de todos tomarem conhecimento e mais:
Planejamento
Provoca modificações
60
Unidade
3 planejamento, estratégia e organização
Também se faz necessário que o gestor se atente para seguir os princípios específicos do
planejamento
Planejamento participativo
O planejamento tem como princípio ser participativo, ou seja, é importante que tenha
participação de toda a empresa. Caso a empresa seja muito grande, se deve promover a participação
dos colaboradores chave de cada setor.
Planejamento coordenado
Planejamento integrado
Cada setor da empresa tem seu planejamento por isso, é importante que ele seja integrado
de modo que os objetivos de todos os planos possam contribuir para alcançar as metas e objetivos
definidos no planejamento estratégico.
Planejamento permanente
61
Unidade
planejamento, estratégia e organização 3
O que se vê na figura 18 são os níveis organizacionais e os seus cargos em cada nível organizacional
e serão responsáveis pelos seus respectivos planos. Já no quadro 2 estão os tipos de planos conforme
cada nível organizacional.
Nível
Planejamento Estratégico Estraté-
gico
Planejamento
Planejamento Mer- Planejamento Planejamento Or- Nível
Planejamento da Produção de Recursos
cadológico Financeiro ganizacional Tático
Humanos
Plano de re-
Plano de preços e Plano de des- Plano da capacidade de Plano diretor de
crutamento e
produtos pesas produção sistemas
seleção
Plano de promo- Plano de investi- Plano do controle de qua- Plano de trei- Plano de estrutura
ção mentos lidade namento organizacional Nível
Plano de com- Plano de car- Plano de rotinas Opera-
Plano de vendas Plano de estoques
pras gos e salários administrativas cional
Plano de distri- Plano de fluxo de Plano de utilização de Plano de pro- Plano de informa-
buição caixa mão-de-obra moções ções gerenciais
Plano de pesquisa Plano orçamen- Plano de expedição de Plano de capa- Plano de comuni-
de mercado tário produtos citação interna cações
Fonte: Oliveira (2014, p. 16).
Plano Estratégico
No nível estratégico estão os administradores da empresa toda (Proprietário, Presidente,
diretores). Estes gestores devem pensar a organização como um todo e por isso precisam traçar metas
e objetivos, na maioria das vezes, de longo prazo
Plano Tático
O planejamento tático é a definição dos planos de cada departamento da organização. Cada
gerente é responsável pelos seus departamentos e deve definir as metas e objetivos do setor. Essas
metas e objetivos devem contribuir para com o objetivo que foi definido no planejamento estratégico.
Oliveira (2014, p. 19) lembra que o planejamento tático é desenvolvido pelos níveis organizacionais
intermediários, tendo como principal finalidade a utilização eficiente dos recursos disponíveis”. Os
planos táticos devem ser elaborados para alcançar objetivos no médio prazo (cerca de 1 ano).
Plano Operacional
As áreas funcionais das organizações também têm seus planejamentos e são eles os planos
operacionais que devem se ater “as metodologias de desenvolvimento e implementação de resultados
específicos a serem alcançados pelas áreas funcionais da empresa” Oliveira (2014, p. 19). O curto prazo
é o tempo para se alcançar os objetivos de planos operacionais.
62
Unidade
3 planejamento, estratégia e organização
motivação para trocar o dinheiro deles pelos produtos e serviços que você tem a oferecer”. Em outras
palavras, é a razão da existência da empresa, ou seja, o motivo pelo qual a empresa existe.
Tendo definido a missão é necessário entender a situação atual em que a empresa, para isso
é necessário que seja feito uma analise da empresa como um todo e o ambiente no qual ela esteja
inserida, assim, recomenda-se a utilização da ferramenta de diagnóstico conhecida por análise SWOT,
ou matriz FOFA. Essa ferramenta auxilia os gestores na análise das Forças, das Oportunidades, das
Fraquezas e das Ameaças.
Ao final do diagnóstico organizacional então será possível definir objetivos, estratégias e as
maneiras de implementação das estratégias, como mostra a figura 19.
Fonte: Pixabay.
Vou explicar para você qual é o papel que os objetivos desempenham na elaboração do
planejamento estratégico
63
Unidade
planejamento, estratégia e organização 3
Imagino que você pense que definir objetivos seja escolher, por exemplo, um desejo a
se conquistar. Não é. Definir objetivos é algo que precisa de um certo cuidado. Os objetivos irão
determinar e direcionar os caminhos que as organizações deverão seguir para obter sucesso, portanto
eles precisam ser pensados com cuidado. Sobral e Peci (2012, p. 16) explicam que “os objetivos são
resultados, propósitos ou estados futuros que as organizações pretendem alcançar por meio da
alocação de esforços e recursos em determinada direção”.
Os objetivos precisam ter algumas características que contribuem para o sucesso das organizações
em alcança-los.
É muito importante que os objetivos sejam específicos, ou seja, você precisa dizer exatamente o
que se deseja alcançar, quem será o responsável por alcançar o objetivo e principalmente, qual o prazo
em que se deseja conquistar o objetivo. Quanto mais especifico for a definição do objetivo, mais fácil
de ser entendido por toda a organização e menor a probabilidade para erros.
Outro ponto importante a se levar em consideração na definição de objetivos, é que ele ofereça
certo desafio. Um objetivo muito fácil, assim como um objetivo muito difícil podem desmotivar as
pessoas fazendo com que essas abandonem o interesse pela conquista do objetivo.
A flexibilidade para mudar objetivos também deve ser pensada. O mundo está sempre mudando,
definir objetivos devem ter como parâmetro o contexto no qual a organização se encontra. Se o
contexto muda, a empresa deve mudar seus objetivos, caso contrário a empresa poderá ter problemas
sérios.
Os prazos definidos para que se alcancem os objetivos precisam ser condizentes com a
necessidade da organização. Ou seja, ao se definir um objetivo de longo prazo, o ideal é que este seja
dividido em vários outros objetivos de médio e curto prazo de modo que assim, fica muito mais fácil
de se alcançar os objetivos independente de sua dificuldade.
Por fim, os objetivos precisam ser mensuráveis. É fundamental que se estabeleça objetivos com
características quantitativas, em outras palavras, você precisa saber que alcançou o seu objetivo e, a
maneira mais fácil para isso é quantificar aquilo que se deseja alcançar.
64
Unidade
3 planejamento, estratégia e organização
Declarar a visão organizacional é definir onde a empresa deseja chegar, ou seja, é informar a
todos os colaboradores, fornecedores e clientes o que a empresa espera ser no futuro.
65
Unidade
planejamento, estratégia e organização 3
A figura 21 é uma representação de que a estratégia nada mais é do que o caminho que se percorre
até alcançar o objetivo definido. Portanto, a administração estratégica nada mais é do que administrar
a empresa em função das estratégias necessárias para se alcançar os objetivos organizacionais.
Certo (2010) define a administração estratégica “como o processo contínuo e circular que visa
manter a organização como um conjunto adequadamente integrado ao seu ambiente”.
Lembra que falei a respeito das mudanças que estão sempre ocorrendo, então, a administração
estratégica é justamente “assegurar que a empresa como um todo se integre harmoniosamente ao seu
ambiente operacional externo” (Certo, 2010).
Diagnóstico organizacional
Fonte: Pixabay.
Para entender como deve ser realizada uma análise estratégica é importante conhecer os
conceitos que vou lhe apresentar a seguir.
67
Unidade
planejamento, estratégia e organização 3
Essas mudanças têm impactos significativos na gestão das organizações. Silva (2013, p.50)
comenta que “os administradores/gerentes atuais estão procurando desenvolver, cada vez mais, suas
próprias habilidades de coordenadores, orientadores/instrutores e mentores”. Concorda que isso
ocorre devido à necessidade de estar preparado para viver administrar em um ambiente de incerteza
causada pelas seguidas mudanças no ambiente?
68
Unidade
3 planejamento, estratégia e organização
As variáveis do ambiente geral têm como característica afetar todas as organizações quando
estas sofrem algum tipo de alteração, por exemplo: quando o preço do combustível sobe, todo o
ambiente sofre com o impacto do aumento, ou seja, as organizações não têm controle sobre suas ações,
o máximo que podem fazer é se preparar para minimizar os impactos caso o contexto do ambiente
esteja sinalizando que poderão ocorrer mudanças. Conforme Silva (2018, p.52-53) as variáveis do
ambiente geral são:
• Socioculturais: são mudanças que afetam as ações de uma organização e a demanda por seus
produtos ou serviços. Atualmente, está em evidência a responsabilidade socioambiental, em
função de uma conscientização pela melhor qualidade de vida das pessoas.
• Internacionais: são forças indiretas que advêm de fornecedores estrangeiros, que envolvem
competitividade, oportunidades e ameaças para as organizações. (2018, p.53-54)
O ambiente das tarefas, estão as variáveis que oferecem impacto apenas nas organizações que
tenham uma relação direta com elas. Por exemplo, se houver alguma mudança com fornecedores,
sofreram algum tipo de problema as empresas que trabalhem com aquele fornecedor. Essa condição
reflete na possibilidade das organizações terem certo controle sobre essas variáveis, uma vez que é
possível para a empresa ter outros fornecedores que poderia contatar e anular o impacto da mudança
dessa variável. Fazem parte do ambiente das tarefas:
69
Unidade
planejamento, estratégia e organização 3
• Reguladores: são elementos do ambiente das tarefas que têm o poder de controlar, legislar
ou influenciar as políticas e práticas das organizações.
• Parceiros estratégicos: representado por duas ou mais organizações que trabalham juntas
sob a forma de joint ventures ou outras parcerias para facilitarem venda, distribuição ou
divulgação de produtos ou serviços das organizações em parceria. (2018, p. 53-54).
Rocha (2012) recomenda que a importância de se fazer uma profunda análise dos componentes
que formam o ambiente interno. Essa sugestão da autora é em função da condição de controle que
a organização tem sobre o ambiente interno, tendo em vista a incapacidade de controle do ambiente
externo pela organização.
Para uma boa análise do ambiente interno é interessante dividir essa análise em um processo
de quatro etapas onde: “1) Se deve determinar a relevância dos níveis ambientais; 2) determinar a
relevância das questões estratégicas; 3) escolher as técnicas de análise do ambiente; e 4) avaliar o
processo de análise” (Rocha 2012, p. 64).
Para facilitar o processo de análise, os responsáveis pelo diagnóstico organizacional devem ter
respostas para três perguntas fundamentais, conforme Rocha (2012, p. 74):
70
Unidade
3 planejamento, estratégia e organização
O ambiente externo também deve ser analisado, mesmo que não se tenha controle sobre ele, as
organizações podem trabalhar com previsões e projeções de modo a elaborar cenários e se preparar
para situações que possam vir a acontecer.
Uma boa análise do ambiente externo, mais especificamente do ambiente das tarefas é utilizar o
conceito de estratégia competitiva desenvolvido por Michael Porter em 1980. Para tanto é necessário
observar atentamente o funcionamento das cinco forças competitivas no mercado: barreiras de
entrada, poder de barganha dos clientes, poder de barganha dos fornecedores, produtos substitutos e
rivalidade entre concorrentes, como mostra a figura 24.
Barreiras de entrada
Produtos substitutos
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Porter (2004, p. 7).
Uma das ferramentas muito utilizadas para análise, como foi dito anteriormente, é a análise
SWOT (FOFA). Com ela é possível fazer tanto a análise do ambiente interno quanto externo de modo
a conhecer o ambiente interno da empresa, seus pontos fortes e pontos fracos e, do ambiente externo
ter ideia das ameaças e oportunidades. Certo (2010) apresenta uma série de perguntas que devem ser
respondidas de modo a facilitar a análise organizacional com a utilização da análise SWOT, como
mostra a tabela 3:
ANÁLISE EXTERNA
Oportunidades Ameaças
• Entrar em novos mercados ou segmentos? Au- • provável entrada de novos concorrentes?
mentar a linha de produtos?
• Aumento das vendas de produtos substitutos?
• Diversidade de produtos relacionados?
• Crescimento mais lento do mercado?
• Incluir produtos complementares? • Política governamental restritiva?
• Integração vertical? • Vulnerabilidade à recessão e aos ciclos do negócio?
• Crescente pressão competitiva? • Crescente poder de barganha dos clientes ou fornecedo-
res?
• Capacidade de mudar para melhor 0 grupo estra-
tégico? • Mudanças de necessidades e gostos dos compradores?
• Convivência com empresas rivais? • Mudança demográfica relevante? Outros?
• Crescimento de mercado mais rápido? Outros?
71
Unidade
planejamento, estratégia e organização 3
ANÁLISE INTERNA
a. Integração vertical, quando uma empresa compra outras organizações no seu canal de
distribuição, por exemplo. A integração vertical é usada para obter maior controle sobre
uma linha de negócios e aumentar os lucros por meio de maior eficiência ou esforço de
vendas.
d. Fusões e joint ventures: Na fusão, uma empresa se une a outra para formar uma nova
organização. Na joint venture, uma organização trabalha com outra em um projeto
muito grande, que será controlado somente por ela. Similarmente, organizações de
diferentes países podem trabalhar juntas para contornar barreiras comerciais no mercado
internacional ou compartilhar recursos com mais eficiência.
5. Estratégias combinadas: São utilizadas quando, por exemplo uma organização pode
procurar simultaneamente crescer por meio de aquisições de novos negócios, adotar uma
estratégia de estabilidade para alguns de seus negócios existentes e descapitalizar outros.
(Elaborado com base em Certo 2010, p. 79-81)
73
Unidade
planejamento, estratégia e organização 3
• Barreiras de Entrada
• O funcionamento do mercado em uma economia de escala onde, o custo do produto
tende a cair proporcionalmente ao alto volume produzido, desta forma, o entrante tem
de chegar à indústria e adotar a economia de escala para competir - o que é muito
arriscado - ou se sujeitar à desvantagem do custo.
• A diferenciação do produto, uma vez que as empresas já estabelecidas no mercado
têm uma marca consolidada, assim, os entrantes têm de fazer altos investimentos para
desvincularem os clientes das marcas estabelecidas.
• Calcular a necessidades de capital necessária sendo que, empresas entrantes têm de
investir muito para se instalarem no mercado.
• Analisar os custos de mudança pois, o entrante precisa oferecer um aperfeiçoamento
substancial em custo ou desempenho para justificar o fato de um comprador deixar de
adquirir de um produtor já estabelecido.
• Estabelecer acesso aos canais de distribuição sendo que, o novo entrante precisa
assegurar a distribuição do seu produto. Às vezes, a barreira é tão alta que o entrante
precisa criar um canal de distribuição próprio.
• Calcular as desvantagens de custo independentes de escala tendo em vista que as
empresas estabelecidas podem ter vantagens de custos impossíveis de serem igualadas.
• Ter cuidado com a Política governamental porque o governo pode impedir ou limitar
a entrada em indústrias por meio de controles, licenças de funcionamento e limites a
matérias-primas.
• Rivalidade entre concorrentes
• Concorrentes numerosos ou bem equilibrados: Mesmo quando o número de
concorrentes é muito grande ou há equilíbrio em termos de tamanho e recursos, as
empresas são notadas ao se movimentarem. Geralmente, duas ou três empresas líderes
dominam a indústria. Com base na liderança de preço, elas são responsáveis por
coordenar a indústria.
• Crescimento lento da indústria: Transforma o “jogo” em uma luta por parcelas de
mercado. Custos fixos ou de armazenamento altos: Parte dos custos das empresas vem
de insumos externos, e elas sentem pressão para que produzam à plena força, com o
objetivo de que atinjam um ponto de equilíbrio financeiro e produtivo. Um produto, às
vezes, é muito caro para ser mantido em estoque. Por isso, acaba sendo vendido a um
baixo preço.
• Ausência de diferenciação ou custos de mudança: A concorrência pode fundamentar-
se somente no preço; nesse caso, não há necessidade de diferenciação.
• Concorrentes divergentes: Alternativas estratégicas para determinados concorrentes
podem ser consideradas erradas para outros. Grandes interesses estratégicos: A
rivalidade é ainda maior quando um dos concorrentes tem muitos interesses em jogo.
• Barreiras de saída: São fatores econômicos, estratégicos e emocionais que mantêm as
companhias competindo em alguns aspectos, mesmo que estejam obtendo baixo retorno.
Entre esses aspectos, estão ativos especializados, custos fixos de saída, inter-relações
estratégicas, barreiras emocionais e restrições de ordem governamental e social.
74
Unidade
3 planejamento, estratégia e organização
• Produtos substitutos
• As empresas de determinada indústria competem indiretamente com indústrias que
fabricam produtos substitutos. A pressão aumenta de acordo com o preço/desempenho
oferecido pelo substituto. Um exemplo clássico de problemas com produtos substitutos
é o da indústria de filmes para máquinas fotográficas, quase totalmente substituídas
pela tecnologia digital. Esse setor, por sua vez, enfrenta a concorrência da indústria de
aparelhos celulares.
• Poder de negociação dos compradores
• Estiver concentrado ou adquirir grandes volumes em relação às vendas de modo a
diminuir os custos das compras
• Os produtos que adquirir representarem uma fração significativa de suas próprias
compras.
• Os produtos forem padronizados e não diferenciados.
• Enfrentar poucos custos de mudança, ou, em outras palavras, quando a dificuldade
para trocar de fornecedor for pequena.
• Conseguir lucros baixos (a compra não envolve obtenção de lucro). Um atacadista
tem poder de barganha porque seus lucros estão relacionados com a compra que ele
realizou;
• Houver ameaça concreta de integração para trás (possibilidade de o comprador
adquirir seus produtos de alguém que está acima do vendedor na cadeia de valor). Por
exemplo: em vez de comprar do varejista, o comprador adquire o produto diretamente
do atacadista, por um preço menor;
• O produto da indústria não for importante para a qualidade dos produtos ou serviços
do comprador.
• Tiver informações sobre o que está comprando.
• Poder de negociação dos fornecedores
• For dominado por poucas companhias e for mais concentrado do que a indústria para
a qual vender;
• Não estiver obrigado a lutar com outros produtos substitutos na venda para a indústria;
• A indústria não for um cliente importante para o fornecedor;
• O produto do fornecedor for um insumo importante para o negócio do comprador;
• Os produtos forem diferenciados ou o grupo desenvolver custos de mudança;
• O grupo de fornecedores for uma ameaça concreta de integração para frente. (Elaborado
com base em: Porter 2004. P. 7-30)
75
Unidade
planejamento, estratégia e organização 3
Estratégia de recursos humanos: devem pensar estrategicamente maneiras para atrair, avaliar,
motivar e manter os colaboradores na organização. (elaborado com base em Certo 2010, p. 96-97).
4. Fundamentos de Organização
Planejamento e organização
Fonte: Pixabay.
76
Unidade
3 planejamento, estratégia e organização
2012, p. 39), na qual irá agrupar e estruturar os recursos organizacionais, tais como: pessoas, tecnologia,
financeiro, etc., de modo eficiente para, como foi dito, alcançar os objetivos.
Mesmo com uma conotação diferente, esses dois significados da organização se inter-relacionam
para alcançar seus objetivos de forma eficiente e eficaz.
77
Unidade
planejamento, estratégia e organização 3
• Tenha uma clara disposição de autoridades que respeitem a hierarquia dos níveis
organizacionais ao longo da cadeia de comando.
4.2.2. Integração
Tendo sido realizada a divisão do trabalho, deve-se integrar os setores e as pessoas para que
a organização tenha condições de alcançar seus objetivos. Esta integração nada mais é do que o
agrupamento e associações de tarefas, atividades e recursos organizacionais em unidades de trabalho
para garantir uma melhor coordenação:
4.2.3. Coordenação
Coordenar é utilizar ferramentas que procurem construir, entre os diversos departamentos, a
colaboração necessária para conseguir alcançar os objetivos globais da organização, por exemplo:
Imagine que uma determinada tarefa não seja realizada. Nesse caso a divisão e a integração do
trabalho em departamentos poderiam levar à perda da visão da organização como um todo.
Cada departamento ou área funcional talvez concentrasse apenas em suas próprias atividades
ou objetivos, abrindo espaço para conflitos interdepartamentais. (Sobral e Peci, 2012, p. 41).
A coordenação tem justamente, como objetivo, evitar o surgimento de tais conflitos sem que a
especialização seja prejudicada em sua realização eficiente de tarefas.
Uma forma para se conseguir uma coordenação eficaz entre os departamentos é necessário que
sejam utilizados diversos meios como:
• A supervisão hierárquica;
78
Unidade
3 planejamento, estratégia e organização
Para entender a figura 26, como dissemos o organograma é a representação gráfica da estrutura
organizacional. Os retângulos são os departamentos e sua posição revela o seu nível hierárquico e a
posição de poder. As linhas que conectam os retângulos mostram o fluxo de informação e de comando.
A especialização do trabalho está relacionada com o grau de divisão e padronização das tarefas
de maneira que possam ser aprendidas e realizadas rapidamente apenas por um colaborador da
organização.
Existem dois tipos de especialização:
• Especialização horizontal onde a divisão do trabalho em termos de diferenciação entre os
diferentes tipos de tarefas executados, especificando o número de diferentes atividades a
serem desempenhadas.
• Especialização vertical onde a divisão do trabalho em termos de autoridade e responsabilidade,
estabelecendo quem é o responsável pela concepção, execução e administração de uma
atividade. (Elaborado com base em Sobral 2013, p. 257).
80
Unidade
3 planejamento, estratégia e organização
Observando a figura 27, perceba que os níveis hierárquicos inferiores respondem apenas à
um nível hierárquico superior e assim, sucessivamente até se chegar na presidência. Essa condição
está associada a unidade de comando, “um princípio clássico de administração segundo o qual cada
subordinado se reporta apenas a um único superior hierárquico” (Sobral 2013, p. 258).
Essa verticalização hierárquica do comando é a autoridade, ou seja, “o direito de tomar decisões
e dirigir pessoas e recursos na execução das tarefas e atividades organizacionais” (Sobral 2013, p. 258)
e tem como característica, segundo o mesmo autor:
• Ser alocada a posições organizacionais, não em pessoas: os administradores têm autoridade
por causa da posição que ocupam.
• ser aceita pelos subordinados: os subordinados obedecem aos superiores porque acreditam
que eles têm o direito legítimo, transmitido pela organização, de dar ordens e esperar seu
cumprimento;
• o fluir do topo até a base da organização; as posições do topo têm mais autoridade formal que
as posições da base.
Juntamente com a distribuição da autoridade tem-se a responsabilidade, que também é
distribuída seguindo os mesmos critérios da autoridade.
Sobral (2013, p. 259) Explica que a autoridade é a “obrigação e dever de uma pessoa executar um
conjunto de tarefas ou atividades organizacionais pelas quais responde”.
4.4.4. Departamentalização
As unidades organizacionais também são conhecidas como departamentos e a departamentalização
é justamente o agrupamento e a integração racional de tarefas, atividades e colaboradores. Ou seja,
o departamento “é uma unidade de trabalho, que agrega um conjunto de tarefas semelhantes ou
coerentes entre si, sob a direção de um gestor” (Sobral 2013, p. 260).
82
Unidade
3 planejamento, estratégia e organização
Sobral (2013) chama atenção para o fato de haver, atualmente, uma tendência em aumentar
o processo de tomada de decisões descentralizadas que procuram flexibilizar o funcionamento
organizacional e com isso aumentar o comprometimento dos trabalhadores. No entanto, o
mesmo autor explica que, “em momentos de crise ou de grande dinamismo, é normal assistir-se à
centralização do poder no topo da hierarquia, para garantir maior coordenação e controle dos
esforços organizacionais” Sobral (2013, p. 265). A tabela 5 apresenta as vantagens e desvantagens da
centralização e descentralização.
83
Unidade
planejamento, estratégia e organização 3
4.4.6. Formalização
A formalização conforme Sobral (2013, p. 267) é o “grau de padronização dos comportamentos
e processos de trabalho em regras, normas e procedimentos”.
Quanto maior o grau de formalização maior será a quantidade de manuais e códigos de conduta,
de procedimentos padronizados, formalidade nas comunicações, horários fixos de trabalho com
controle de entrada e saída, excesso de relatórios, etc.
Sobral (2013) explica que o alto grau de formalização desencadeia os efeitos perversos da
burocracia o que pode acarretar na tendência dos colaboradores passarem a se preocupar mais com
84
Unidade
3 planejamento, estratégia e organização
a obediência das regras do que com o resultado do trabalho em si, o que remete à uma dificuldade
em alcançar as metas da organização, além de aumentar a dificuldade da empresa em se adaptar as
mudanças do ambiente.
Algo importante a saber sobre poder é sua definição. Para Dahl (1957) apud Hall (2004, p. 103)
poder pode ser assim definido: “A possui poder sobre B no grau em que ele pode forçar B a fazer algo
que B, de outra forma, não faria”.
Outra questão necessária a ser refletida a respeito de poder, é a sua relação com a autoridade.
Muitas pessoas podem ter poder, mas não tem autoridade em contrapartida existem pessoas com
autoridade, mas sem poder. Para esclarecer, você precisa entender que o poder, na concepção de Weber
(1947) apud Hall (2004), envolve força ou coerção, como o que ocorre com trabalhadores escravos, em
prisões e algumas escolas. Por outro lado, a autoridade está relacionada a capacidade de conduzir as
pessoas a seguirem as ordens ou diretrizes por acreditarem que elas devem ser obedecidas. Para que
ocorra essa obediência é necessário a existência de um sistema de valores comum aos membros da
organização, uma vez que a obediência é voluntária (Scott, 1964 apud Hall 2004).
Hall (2004, p. 106) explica que Weber (1967) “desenvolveu a tipologia amplamente conhecida e
empregada da autoridade racional-legal, carismática e tradicional:
• Autoridade racional-legal caracteriza a maioria das relações das relações de poder nas
organizações contemporâneas. Tem como base a crença no direito daqueles em posições
elevadas ter poder sobre os subordinados. Quando a autoridade racional-legal é aceita,
significa que as pessoas reconhecem a legitimidade do poder.
Nas organizações é possível, ainda, encontrar mais dois tipos de autoridade, de linha e de
assessoria.
Sobral (2003, p. 268) explica que a autoridade de linha é “o poder de comandar, coordenar e
controlar os subordinados na execução de tarefas especificas relacionadas com as atividades finais
85
Unidade
planejamento, estratégia e organização 3
86
Unidade
3 planejamento, estratégia e organização
Grande parte as organizações começaram com base nesse tipo de estrutura funcional. É uma
estrutura que traz bons resultados em organizações onde seus objetivos estejam dependentes da
especialização funcional, da eficiência e da qualidade. Por outro lado, a estrutura funcional também
apresenta alguns problemas. Na tabela 6 você observa as vantagens e desvantagens da estrutura funcional.
ESTRUTURA FUNCIONAL
• Permite economias de escala e torna mais eficiente o uso de recursos.
• Cria condições para centralizar o processo de tomada de decisão.
• Facilita a direção unificada e o controle da organização aos administradores de
VANTAGENS
topo.
• Possibilita o aperfeiçoamento de funcionários e administradores em suas funções.
• Facilita a comunicação e a coordenação dentro das áreas funcionais.
• Estimula uma visão limitada dos objetivos organizacionais, muito focalizada nos
objetivos de cada área funcional.
• Dificulta a coordenação e a comunicação entre departamentos funcionais.
• Diminui a velocidade de resposta às mudanças externas em virtude da centraliza-
DESVANTAGENS
ção da tomada de decisão.
• Dificulta a avaliação da contribuição de cada área funcional para o desempenho
da organização como um todo.
• Dificulta a apuração com precisão dos responsáveis por um problema ou situação.
Fonte: Sobral e Peci (2012, p. 66).
87
Unidade
planejamento, estratégia e organização 3
Sobral (2013, p. 274) define estrutura divisional como “desenho estrutural que agrega as tarefas
em diferentes unidades semiautônomas, segundo o objetivo para o qual concorrem: produtos,
mercados ou clientes”. Como mostra a figura 31.
Como estas estruturas são desenhadas com o objetivo de maximizar os resultados, cada divisão
possui todos os recursos necessários para elaborar um produto ou servir um cliente. No entanto ela
também tem desvantagens como mostra a tabela 7.
ESTRUTURA DIVISIONAL
• Possibilita melhor distribuição de riscos para a organização como um todo, uma
vez que cada administrador da divisão é responsável por um produto, mercado ou
cliente.
• Proporciona maior adaptabilidade e capacidade de resposta por causa da relativa
descentralização da tomada de decisão para as divisões.
VANTAGENS
• Permite manter alto nível de desempenho, com sua ênfase no resultado (produto,
cliente ou território).
• Facilita a avaliação e o controle do desempenho de cada divisão.
• Possibilita maior proximidade com o cliente e maior conhecimento de suas neces-
sidades.
• Pode fazer com que os interesses da divisão se sobreponham aos interesses gerais
da organização, tornando dificil a coordenação entre as divisões.
• Multiplica os recursos, já que as funções se apresentam de forma redundante na
organização, resultando em perda de eficiência.
DESVANTAGENS
• Não reduz a tendência à burocratização no âmbito das divisões.
• Pode estimular a concorrência entre divisões por recursos da Organização.
• Menor competência técnica, visto que a especialização funcional ocorre na divi-
são, onde os departamentos funcionais são menores.
Fonte: Sobral e Peci (2012, p. 66).
88
Unidade
3 planejamento, estratégia e organização
ESTRUTURA MATRICIAL
• Potencializa as vantagens decorrentes da estrutura funcional e da estrutura divi-
sional.
• Pode reduzir a multiplicação e a dispersão de recursos e, com isso, melhorar a
VANTAGENS eficiência.
• Permite maior flexibilidade e adaptabilidade da organização ao ambiente mutável.
• Facilita a cooperação interdisciplinar entre departamentos.
• Promove o conflito construtivo entre os membros da organização.
• Dificulta a coordenação em razão da autoridade dual, o que pode causar frustra-
ção e confusão.
• Trata-se de urna forma estrutural complexa, com potenciais focos de conflito e
desequilíbrios de poder entre os dois lados da matriz.
DESVANTAGENS • Perda excessiva de tempo em reuniões para discutir problemas e solucionar con-
flitos.
• Muita dificuldade para apurar responsáveis por problemas.
• Exige um conjunto de competências de relacionamento interpessoal e maturidade
dos gestores.
Fonte: Sobral e Peci (2012, p. 72).
89
Unidade
planejamento, estratégia e organização 3
• Modelo orgânico é uma forma estrutural característica de organizações ágeis e leves, capazes
de responder de forma rápida e criativa aos desafios ambientais. (Elaborado com base em
Sobral 2013, p. 282).
Na tabela 9 pode ser visto as principais características destes dois modelos organizacionais.
90
Unidade
3 planejamento, estratégia e organização
5. Condicionantes da Estrutura
Organizacional
Estrutura Organizacional
Fonte: Pexels.
Uma das teorias da administração conhecida como teoria contingencial explica a relação que
existe entre “se x então”, ou seja, para cada situação do ambiente as organizações respondem de
maneira diferente, levando em consideração o contexto no qual elas estão inseridas. Sobral (2013, p.
91
Unidade
planejamento, estratégia e organização 3
284) complementa essa informação dizendo que “para cada conjunto de fatores internos e externos,
haverá um modelo estrutural que permitirá maximizar o desempenho da organização”.
Alguns dos fatores contingenciais que influenciam na estrutura organizacional são: a estratégia,
o ambiente, a tecnologia de produção e a dimensão da organização.
92
Unidade
3 planejamento, estratégia e organização
Observe na figura anterior que, para uma estratégia que prime pela eficiência operacional é
recomendado que a organização esteja estruturada de maneira funcional. Conforme a estratégia vai
sendo modificada a estrutura também acompanha essa mudança.
A relação entre o ambiente e a estrutura organizacional pode ser vista na figura 35. Ela segue
a mesma condição lógica da relação anterior, ou seja, um ambiente simples demanda uma estrutural
funcional, com o aumento da complexidade do ambiente a estrutura da organização também se modifica.
Com relação a tecnologia e estrutura organizacional o que se verifica é uma mudança estrutural
conforme a maneira pela qual a organização utiliza a tecnologia.
Por fim, Sobral (2013, p. 284) explica que “o grau de dinamismo e a complexidade do ambiente
exigem diferentes modelos estruturais”. Em outras palavras, o autor explica que conforme a empresa
aumenta de tamanho, os graus de diferenciação vertical e horizontal, assim como a padronização das
tarefas e e a formalização de regras e comunicações além da importância do planejamento e controle,
tentem a aumentar também.
93
Unidade
planejamento, estratégia e organização 3
“”Habib’s fast-food!
Ao ler este case você entrará em contato com o
modelo de negócio adotado pela rede de comida
árabe Habib’s, a maior rede de fast-food nacional.
Será possível analisar os principais fatores que
contribuíram para o êxito do negócio, cuja proposta é comercializar produtos de qualidade
a preços acessíveis ao público de baixa renda. Leia o case completo e conheça o modelo de
expansão e as ações estratégicas do Habib’s.
Acesse o link abaixo e boa leitura!
Disponível em: <https://casesdesucesso.files.wordpress.com/2008/03/habibs.pdf>.
CONCLUSÃO
Chegamos ao final da Unidade. Como você já tinha visto em unidades anteriores sobre os princípios
da administração P.O.D.C, aqui nós destrinchamos o P. de planejamento e o O. de organização.
No planejamento foi falado de seus fundamentos e os diversos tipos de planos. A importância dos
objetivos para o planejamento e uma maneira de administrar as organizações com ênfase na estratégia.
Na sequência eu te expliquei uma maneira de analisar o ambiente organizacional, sua influência e
como utilizar a analise SWOT como ferramenta de análise para facilitar o desenvolvimento de estratégias.
Depois foi a vez de abordarmos a o O., ou seja, a organização. Para tanto expliquei seus
fundamentos, lhe apontei os elementos do processo organizacional, a relação entre poder e autoridade
e os tipos de estrutura organizacional. Seus desenhos e modelos.
Por fim expliquei as condicionantes da estrutura organizacional e como a teoria da contingencia
explica a relação entre ambiente, tecnologia, estratégia e dimensão com o tipo de estrutura
organizacional
ELEMENTOS COMPLEMENTARES
#FILME#
Título: O HOMEM QUE MUDOU O JOGO
Ano: 2012
Sinopse: Billy Beane (Brad Pitt) é o gerente do time de baseball
Oakland Athletics. Com pouco dinheiro em caixa e a ajuda
de Peter Brand (Jonah Hill), ele desenvolveu um sofisticado
programa de estatísticas para o clube, que fez com que ficasse
entre as principais equipes do esporte nos anos 80.
Comentário: Excelente filme que retrata mudanças de paradigma,
planejamento e estratégia.
94
Unidade
3 planejamento, estratégia e organização
ReferÊncias
CERTO, Samuel C. Administração Estratégica: planejamento e implantação de estratégias. São
Paulo: Pearson Education do Brasil, 2010.
HALL, Richard H. Organizações: estruturas, processos e resultados. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2004.
JONES, Gareth R. Teoria das Organizações. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2010.
ROCHA, Águida Garreth Ferraz. Planejamento e gestão estratégica. São Paulo: Pearson Education
do Brasil, 2012.
SILVA, Reinaldo Oliveira. Teorias da administração. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013.
SOBRAL, Filipe. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro. São Paulo: Pearson
Education do Brasil, 2013.
SOBRAL, Filipe; Alketa, Peci. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2013.
SOBRAL, Filipe; Alketa, Peci. Fundamentos de Administração. São Paulo: Pearson Education do
Brasil, 2012.
95
Unidade
4
dIreção e Controle
objetivos de aprendizagem
da unidade
• Conhecer os fundamentos de direção, as bases do comportamento
individual e de grupo nas organizações
• Compreender os conceitos de motivação, liderança, fundamentos
de controle, tipos de controle e processos de controle
• Identificar os sistemas de controle que as organizações costumam
utilizar
• Conhecer os instrumentos de controle do desempenho
organizacional
• analisar o impacto do fator humano no processo de controle
Unidade
4 Direção e controle
Introdução
Vou começar a unidade IV do livro. Dos princípios da administração P.O.D.C. que você está
acompanhando, a partir de agora será apresentado o item D. Direção e o item C. Controle.
O item direção é onde o administrador irá preparar seus colaboradores para alcançar as metas e
objetivos que foram definidas quando da realização do planejamento e na estruturação da organização.
É neste item que basicamente se começa a colocar em prática o que foi planejado e organizado.
Uma vez que se tenha dado início ao trabalho efetivo, é necessário estar atento aos resultados
para saber se a empresa está na direção correta para alcançar os objetivos estabelecidos. É então que
tem início do C. controle.
Os administradores precisam estar atentos ao resultado, para isso passam a utilizar ferramentas
de controle que tem como função analisar se o que tem sido alcançado pela organização no curto e no
médio prazo será suficiente para que, no longo prazo a empresa alcance seus objetivos.
Para isso, dividi a unidade em cinco tópicos onde início no primeiro tópico com os fundamentos
de direção, apresento as bases do comportamento individual e as bases do comportamento de grupo
nas organizações.
O segundo tópico é onde vou tratar a respeito dos conceitos de motivação, liderança, fundamentos
de controle, tipos de controle e processos de controle.
Essas informações são importantes para que no terceiro tópico eu possa apresentar os sistemas
de controle que as organizações costumam utilizar.
Tendo conhecido como a organização desenvolve seus sistemas de controle, o quarto tópico
será a respeito dos instrumentos de controle do desempenho organizacional, onde você vai conhecer
ferramentas que auxiliam a empresa em medir seus resultados alcançados.
Por fim, no quinto e último tópico da unidade você irá estudar o impacto que existe do fator
humano no processo de controle.
Espero que goste tanto desta unidade quanto eu acredito que você tenha gostado das anteriores.
1. fundamentos de DIREÇÃO
Direção
Fonte: Visualhunt.
A direção é o D. do P.O.D.C., sua função é conduzir as pessoas durante o trabalho para alcançar
as metas e os objetivos do que foi estabelecido durante o planejamento e posteriormente preparado
na organização.
97
Unidade
Direção e controle 4
A direção é o D. do P.O.D.C., sua função é conduzir as pessoas durante o trabalho para alcançar
as metas e os objetivos do que foi estabelecido durante o planejamento e posteriormente preparado
na organização.
Sobral (2013) explica que o processo de direção é uma tarefa desafiadora, uma vez que busca a
harmonia em uma relação intrinsecamente conflituosa, ou seja, é necessário administrar os interesses
individuais e seus objetivos com os interesses organizacionais e, claro, seus objetivos.
1.1. Direção
Os fundamentos da direção se valem no comportamento humano. Como você viu, dirigir
é administrar conflitos de interesses organizacionais e individuais. Para que isso seja possível é
importante conhecer as necessidades das pessoas, motivá-las, lidera-las e criar condições de trabalho
para que seja possível fazer com que as pessoas possam se sentir satisfeitas e comprometidas com a
organização.
Sobral (2013, p. 305) define direção como a “função administrativa responsável pela coordenação
da ação dos membros organizacionais, por meio de sua orientação, motivação e liderança”.
Sendo assim a direção tem a função de orientar, motivar, comunicar e liderar os trabalhadores e
com isso procurar compatibilizar os objetivos destes com os da organização.
• Teoria X sustenta que os funcionários não gostam de trabalhar, são preguiçosos e evitam a
responsabilidade.
Para completar a informação de Robbins (2010) sobre a teoria X e Y, Sobral (2013) elaborou
uma tabela que apresenta mais algumas características comportamentais das pessoas pela visão de
McGregor.
98
Unidade
4 Direção e controle
Acredito que você já está se identificando com uma dessas teorias e também já classificou
seus colegas de trabalho distribuindo-os entre as teorias X e Y. Entretanto, não existe
comprovação cientifica de que dirigir os funcionários conforme os indicativos das teorias
X e Y tragam algum retorno substancial. Sobral (2013) lembra que com o passar do
tempo, vários estudos e pesquisas sobre comportamento deram origem a uma área do
conhecimento em administração conhecida como comportamento organizacional.
99
Unidade
Direção e controle 4
O que a figura 36 mostra são os aspectos visíveis e ocultos da organização, ou seja, Robbins
(2004) faz uma alusão à um iceberg onde os aspectos visíveis são aqueles de conhecimento de todos e
os aspectos ocultos são os comportamentos das pessoas na organização.
O grande desafio no estudo do comportamento individual nas organizações está em entender o
funcionamento, daquilo que Sobral (2013) chama, das quatro dimensões do comportamento individual:
1. Atitude – avaliações favoráveis ou desfavoráveis dos indivíduos perante objetos, pessoas,
eventos ou situações. Expressões do tipo “não gosto de regras no trabalho” ou “prefiro
trabalhar em equipe”.
2. Personalidade – Conjunto de características psicológicas estáveis que o caracteriza e
diferencia de outras pessoas, refletindo em seu comportamento. Estabelece um padrão
estável e previsível de comportamento. Por exemplo, existem pessoas tímidas, extrovertidas,
competitivas, tranquilas.
3. Percepção – Processo cognitivo por meio do qual as pessoas organizam e interpretam suas
impressões sensoriais com a finalidade de dar sentido ao meio onde estão inseridas. Em
outras palavras é um complexo processo físico e psicológico por onde as pessoas interpretam
estímulos e atribuem-lhes um significado.
4. Aprendizagem – Processo pelo qual competências, habilidades, conhecimentos, comportamento
ou valores são adquiridos ou modificados, como resultado de estudo, experiência, formação,
raciocínio e observação. É fundamental conhecer como as pessoas aprendem para entender
como elas se comportam. (elaborado com base em Sobral 2013, p. 308-313).
2. Motivação e controle
organizacional
Motivação
Fonte: Visualhunt.
2.1. Motivação
Todas as pessoas possuem motivação. O desafio é justamente saber como administrar isso, uma
vez que a motivação tem caráter individual.
101
Unidade
Direção e controle 4
Uma definição para motivação é a de Robbins (2004, p. 196) onde a “motivação é um processo
responsável pela intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance de
determinada meta”. Sobral (2013, p. 317) complementa essa definição acrescentando que “motivação
é a predisposição individual para exercer esforços que busquem o alcance de metas organizacionais,
condicionada pela capacidade de esses esforços satisfazerem uma necessidade individual”.
Comparando as duas definições é possível dizer que os elementos que compõem a motivação
são: esforço, metas organizacionais e necessidades. Como mostra a figura 37.
Robbins (2004) complementa Sobral (2013) ao dizer que o esforço é a intensidade que a pessoa
coloca para alcançar resultados favoráveis para a organização e com isso conseguir satisfazer suas
próprias necessidades, que neste caso podem ter relação com o crescimento na empresa.
É interessante notar que o processo de motivação está relacionado com o processo de satisfação
de uma necessidade, como mostra a figura 38.
102
Unidade
4 Direção e controle
Veja que a figura 38 começa com a necessidade não-satisfeita que gera uma tensão. Essa tensão
produz impulsos que nada mais são do que a força de vontade para satisfazer as necessidades. Isso irá
conduzir a um comportamento de busca, em outras palavras, a pessoas fará o que é necessário para
satisfazer suas necessidades. Alcançando seus desejos, a tensão diminui.
Maslow apud Robbins (2010, p. 198) explica existir uma hierarquia de cinco categorias de
necessidades:
103
Unidade
Direção e controle 4
4. Estima – fatores internos de estima, como respeito próprio, realização e autonomia, e fatores
externos, como status, reconhecimento e atenção.
5. Autorrealização – ímpeto de se tornar tudo aquilo que se é capaz de ser. Inclui crescimento,
alcance do próprio potencial e autodesenvolvimento.
O problema dessa teoria está justamente na hierarquia das necessidades, como ilustrado na
figura 39.
Uma variante desta teoria é a teoria ERC de Alderfer que segundo Silva (2013, p. 218) apresenta
somente três níveis de necessidades de motivação dos funcionários:
• Necessidade de existência (E): o desejo de bem-estar fisiológico e material.
• Necessidade de relacionamento (R): o material de satisfação das relações interpessoais.
• Necessidade de crescimento (C): o desejo de crescimento continuado e desenvolvimento
pessoal.
104
Unidade
4 Direção e controle
Sobral (2013) explica que, com base nessa teoria os administradores devem estar cientes de que
a provisão de fatores higiênicos é condição necessária, mas não suficiente para a satisfação no trabalho.
Silva (2013, p. 224) explica que essa teoria classifica as necessidades motivacionais em 3
categorias:
O que essa teoria mostra é que as pessoas decidem onde irão trabalhar e se irão se comprometer
com base nas recompensas que receberão. Desta forma, a motivação depende da situação enfrentada
pelas pessoas e como elas satisfazem seus desejos, como é representado na figura 41.
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Unidade
Direção e controle 4
Para entender melhor o que Vroom propõem com sua teoria motivacional, observe a figura 42.
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4 Direção e controle
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Direção e controle 4
2.3. Liderança
Liderança
Fonte: Visualhunt.
A liderança é um dos papeis que o administrador assume quando da necessidade de dirigir seus
subordinados. Ser líder, entre outras coisas, é motivar as pessoas a trabalharem em busca de objetivos
comuns.
Sobral (2013, p. 328) define liderança como “processo social de dirigir e influenciar o
comportamento dos membros da organização, levando-os à realização de determinados objetivos”.
Silva (2013) nos lembra das teorias de comportamento de grupo onde, além dos líderes formais,
devidamente estabelecidos na organização, existem os lideres informais que estabelecem regras para a
atuação do grupo e mantém o controle sobre o comportamento de seus membros.
Algumas teorias foram criadas para tentar entender os líderes. Conforme Sobral (2013) a primeira
teoria a tentar isso foi a teoria dos traços de liderança que procura identificar traços, características
individuais dos líderes, partindo do pressuposto de que eles nascem com tais características, que os
diferenciam de outras pessoas. Em outras palavras, os líderes já nascem líderes.
Como você deve imaginar, essa teoria dos traços não deu muito certo e então surge a perspectiva
da liderança comportamental com base em um “conjunto de estudos que buscam identificar os
comportamentos específicos que distinguem os líderes eficazes” (Sobral, 2013, p. 331). Por sua vez,
essa teoria conseguiu identificar certas características individuais no comportamento dos líderes.
Descobriu-se que esses comportamentos podem ser aprendido e com isso desenvolver líderes.
É claro que não existe o melhor estilo, tudo irá depender do que Robert Tannenbaum e Warren
Schmidt, chamaram de continuum de comportamentos de liderança que variam conforme muda a
relação com subordinados, com a situação interna e externa da empresa e com as características do
administrador. Veja o funcionamento na figura 45.
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4 Direção e controle
Outra maneira para interpretar o comportamento do líder é visto na grade gerencial de Blake e
Mouton que desenvolveram uma tipologia de comportamentos em cinco dimensões seguindo uma escala
de relação de preocupação com as pessoas e preocupação com a produção. Como ilustra a figura 46:
Na figura 46 é possível observar os cinco estilos de liderança com sua escala de preocupação:
1. Líder de pessoas (1,9): orientado para as necessidades dos funcionários, promove um
ambiente amigável e um ritmo de trabalho confortável (gerência de clube de campo).
2. Líder de tarefa (9,1): orientado para a produção e eficiência das operações. Defende a
interferência mínima do elemento humano nas atividades organizacionais (gerência
autoritária ou de tarefas).
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Direção e controle 4
3. Líder negligente (1,1): aquele que abdica de seu papel de liderança, exercendo um esforço
mínimo para justificar sua permanência na organização (gerência empobrecida).
4. Líder meio-termo (5,5): moderadamente orientado para as pessoas e a produção, procura
um equilíbrio entre a satisfação das pessoas e as necessidades de produção (gerência de
meio-termo).
5. Líder de equipe (9,9): simultaneamente orientado para as pessoas e a produção, procura o
comprometimento das pessoas com os objetivos organizacionais e desenvolve relações de
confiança e respeito com os subordinados (gerência em equipe). (Sobral 2013, p. 335).
Para os autores da pesquisa, o melhor estilo de liderança é o líder de equipe (9,9).
2.4. Controle
O controle é o C. do P.O.D.C. sua função é manter a organização no caminho correto para que
possa alcançar os objetivos definidos no planejamento.
“O desempenho satisfatório de uma organização não depende apenas de um processo de
planejamento responsável por elaborar objetivos desafiadores e realistas, de um desenho
estrutural que permita a execução adequada de atividades e de uma direção que lidere e motive
os funcionários; depende também de um sistema de controle eficaz, que seja responsável por
detectar possíveis desvios e corrigi-los em tempo hábil” (Sobral 2013, p. 358).
Para manter a organização no caminho correto de seus objetivos, é necessário que seja realizado
o monitoramento dos resultados que têm sido alcançados no decorrer do tempo. Você lembra
das metas e objetivos que são definidas no planejamento? Pois bem, normalmente os objetivos da
organização são pensados para serem alcançados no longo prazo, para isso traçam-se as metas de
cada departamento para que possam ser atingidas em médio e curto prazo. Só é possível realizar os
objetivos de longo prazo caso as metas de médio e curto prazo tenham sido alcançadas.
O controle faz justamente o acompanhamento dos resultados, monitorando o desempenho da
organização em médio e curto prazo para que possa ser antecipado o sucesso ou fracasso dos objetivos
de longo prazo. Para isso é necessário que seja monitorado e avaliado os resultados nos três níveis
organizacionais: estratégico, tático e operacional. Veja a figura 47.
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Unidade
4 Direção e controle
O que a figura 47 mostra, é a maneira que deve ser feito o controle dos resultados organizacionais
pelos níveis hierárquicos e, Silva (2013, p. 10), complementa a informação da figura recomendando
que o controle também deve:
Segundo Robbins (2004, p. 289) “a chave para o controle preventivo consiste em executar ações
gerenciais antes que um problema ocorra”, permitindo assim, que os administradores possam evitar
problemas, ao invés de ter que os corrigir mais tarde.
Robbins (2004, p. 289) lembra que “quando o controle é realizado durante a execução de um
trabalho, a gerencia pode corrigir os problemas antes que estes se tornem muito custosos”.
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4 Direção e controle
Essa medição deve ser realizada analisando o desempenho real das atividades, monitorando a
execução das atividades organizacionais. Para isso, Sobral (2013, p. 367) coloca que “os administradores
devem definir o foco do controle (o que vai ser medido?), as fontes de informação (como vai ser
medido?) e o timing do controle (quando e com que frequência?).
3. Sistemas de Controle
Controle
Fonte: Visualhunt.
Para que o controle organizacional seja realizado de maneira correta e com pouca margem para
erros, é importante que o processo de controle seja executado de acordo com o sistema de controle.
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Direção e controle 4
Segundo Robbins (2004, p.290) os sistemas de controle devem apresentar: precisão, rapidez,
economia, flexibilidade, inteligibilidade, aceitação, critérios razoáveis, critérios múltiplos, foco
estratégico, ênfase nas exceções e adoção de medidas corretivas, como ilustra a figura 50.
Mesmo que seja possível desenvolver sistemas de controle com todas essas características, é
importante lembrar que cada organização está inserida em contextos diferentes e, por conta disso se
faz necessário levar em consideração os fatores contingenciais que influenciam a eficácia dos sistemas.
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4 Direção e controle
Sobral (2013) aponta como principais contingências: a dimensão da organização, o nível hierárquico,
a estrutura organizacional, a cultura organizacional, o estilo de liderança e a importância da atividade
controlada. Como apresentado na tabela 2.
4. Instrumentos de Controle
Ferramentas
Fonte: Pexels.
Entretanto é preciso que você entenda que não é possível utilizar apenas um único instrumento
de controle, tendo em vista que a organização possui diversas atividades diferentes.
Vou te apresentar agora, alguns dos tradicionais instrumentos de controle que são utilizados
pela maioria das organizações, como é ilustrado pela figura 51.
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4 Direção e controle
Renta Retorno sobre o investimento Mede a eficácia dos ativos na geração de lucros.
Praticamente, desde o início deste livro tenho lhe dito a respeito da atual complexidade do
mundo. A quantidade de dados e informações disponíveis é tamanha que muitas vezes se torna
extremamente dificil para ser analisada sem a utilização de tecnologia. Para isso, existem os sistemas
de informação gerencial computadorizados - SIG.
Sobral (2013, p. 376) define os SIG como “sistemas computadorizados que processam os dados
organizacionais, e disponibilizam informações aos gestores de forma regular e contínua”.
Existem hoje, no mercado, diversos SIG, o que os diferenciam entre si basicamente é o nível de
análise e o valor. Normalmente, quanto mais complexo a natureza dos dados a ser analisada mais caro
é o sistema.
4.3. Auditoria
A auditoria é uma análise que tem como função periciar de maneira sistemática e independente
as informações divulgadas pelos departamentos da organização e com isso ser capaz de avaliar a
eficiência e eficácia do desempenho organizacional e, diferente do que a maioria das pessoas acreditam,
não servem apenas para detectar fraudes.
Sobral (2013, p. 377) explica que, além das auditorias externas, a empresa pode realizar auditorias
internas que tenham como objetivo “examinar e avaliar a adequação e a eficácia dos controles internos
organizacionais, a fim de minimizar as probabilidades de fraudes, erros ou práticas ineficazes”.
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Direção e controle 4
Sobral (2013, p. 379) explica que o balanced scorecard “procura alinhar a estratégia e as atividades
operacionais de forma a garantir que os objetivos estratégicos sejam alcançados”. Para que isso possa
acontecer é necessário definir e mensurar um conjunto de medidas de desempenho controladas pela
organização tendo como referência 4 perspectivas diferentes: o desempenho financeiro, o relacionamento
com clientes, os processos internos e a capacidade de aprendizado e crescimento. Veja a figura 52.
Atualmente, o BSC é uma das ferramentas de analise de desempenho organizacional mais utilizadas.
4.5. Benchmarking
Também uma ferramenta de análise bastante conhecida, o benchmarking é um “processo
contínuo e sistemático que busca comparar práticas e métodos de trabalho de uma organização com
os de outras empresas” (Sobral 2013, p. 380).
Fonte: Pexels.
Quando você estiver lidando com números, o controle é muito fácil, afinal, os números não
mentem. O problema está justamente no fator humano.
“Os sistemas de controle são desenhados para restringir o comportamento das pessoas.
No entanto, controlar o comportamento dos membros organizacionais gera problemas,
resistências e controvérsias que também devem ser consideradas pelos administradores”
(Sobral 2013, p. 382).
Por isso é fundamental levar em consideração o fator humano no processo de controle tendo em
vista que este é o que irá garantir a eficácia ou não, do sistema de controle.
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Direção e controle 4
De qualquer forma, o que se sabe a respeito disso são pesquisas que apontam para uma melhoria
do desempenho individual quando as pessoas têm conhecimento de que seu desempenho está sendo
mensurado. Em contrapartida, Sobral (2013) lembra que também pode acontecer um comportamento
disfuncional causado pelos sistemas de controle que podem ser:
ticas
• Recompensas são direta e abertamente relacionadas ao desempenho individual.
Resultados • Maior controle sobre o desempenho dos subordinados.
positivos • Maior direcionamento dos esforços dos membros para o alcance dos objetivos estabelecidos.
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ticas responsabilizar.
• Recompensas são relacionadas ao desempenho geral.
• Maior comprometimento e motivação dos trabalhadores.
Resultados • Maior satisfação dos membros no local de trabalho.
positivos • Maior fluxo de informação com o objetivo de melhorar o desempenho da organização como
um todo.
Com a utilização dessas estratégias, é necessário que os administradores também utilizem algumas
técnicas de controle comportamental. A função dessas técnicas é auxiliar os administradores a atingir
os objetivos organizacionais por meio do controle do trabalho coordenado de seus subordinados de
maneira que seja possível verificar se de fato, os funcionários estejam realizando aquilo que se espera
deles. A tabela 5 traz algumas dessas técnicas.
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Direção e controle 4
CONCLUSÃO
Esta unidade tratou da Direção e Controle organizacional, o D. e o C. do P.O.D.C., funções
tão importantes quanto o planejamento e controle, você pode ver que, mesmo que a empresa tenha
um planejamento perfeito e uma organização impecável, sem direção e sem controle é praticamente
impossível que a organização alcance seus objetivos.
Por isso abordei os fundamentos da direção, ou seja, todas as informações necessárias que você
precisa ter para implementar processos de direção que o ajudem a administrar seus colaboradores.
Na sequência te mostrei as bases do comportamento das pessoas nas organizações e como elas se
comportam. Como as pessoas buscam o convívio social, nas organizações não é diferente por isso,
tratei das bases do comportamento de grupo nas organizações de maneira que você pudesse entender
como deve ser tratado os grupos organizacionais, não só os formais, como também e principalmente
os informais.
Depois dessa parte comportamental, passei a falar sobre o controle organizacional. outra função
muito importante da administração, você viu que o controle tem papel fundamental nos processos
administrativos, uma vez que, sem controle a organização fica sem rumo, tendo em vista que ela não
sabe se está no caminho do sucesso ou do fracasso.
Para isso, você aprendeu sobre os fundamentos de controle, conheceu os tipos de controle e
como funciona o processo de controle. Também abordei os sistemas de controle, os instrumentos e
as ferramentas de controle para medir e monitorar o desempenho organizacional. Por fim, retomei
algumas questões a respeito do comportamento, mas agora para você entender que o controle das
organizações depende das pessoas e por causa disso é muito importante entender a respeito do impacto
do fator humano no processo de controle.
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4 Direção e controle
Essa foi a nossa última unidade. Espero que tenha gostado e aproveitado bastante. E não deixe
de se aprofundar nos conceitos aqui apresentados, busque no referencial os materiais que lá estão para
complementar o seu aprendizado.
ELEMENTOS COMPLEMENTARES
#FILME#
Título: Walt, antes do Mickey
Ano: 2015
Sinopse: Ainda criança, Walt Disney tinha por hábito
desenhar os animais da fazenda onde morava. Ao crescer,
ele decidiu tentar a sorte como animador na cidade grande.
Decidido a ter uma empresa própria, que lhe permitisse
trabalhar no que gostasse, ele enfrenta diversos obstáculos
até ter a grande ideia de sua vida: um pequeno rato chamado
Mickey Mouse.
ReferÊncias
ROBBINS, Stephen P. Fundamentos de Administração: conceitos essenciais e aplicações, 4ª edição.
São Paulo: Prentice Hall, 2004.
ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional, 14ª edição. São Paulo: Prentice Hall, 2010.
SILVA, Reinaldo Oliveira. Teorias da administração. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013.
SOBRAL, Filipe. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro. São Paulo: Pearson
Education do Brasil, 2013.
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