O presente resumo tem por objetivo condensar informações relevantes
que compõem a 2ª Mostra Nacional de Práticas em Psicologia, ocorrida de 19
a 21 de setembro de 2012 em São Paulo, no Parque Anhembi, e trás a temática os “50 anos de psicologia no Brasil – A história da psicologia no país”. Esse trabalho se inicia com a preocupação mesma dos organizadores do evento, quando o propósito é mostrar a periodização da história da psicologia no Brasil, revelando cinco períodos de importância significativa para a instauração da psicologia como profissão em nosso país. Tais períodos vão mostrar a partir de 1500 até 1980 o processo histórico responsável em consolidar em terras tupiniquins a psicologia nascente de Wundt até a consolidação de sua identidade nacional. Assim, para situar nosso leitor, vamos sistematizar nossa narrativa em períodos históricos apresentados na mostra nacional, apresentando os fatos relevantes que ocorreram nos seguintes períodos: O período compreendido entre 1500 e 1808, no qual podemos nos referir aos saberes psicológicos advindos do contexto europeu e aqui aportados por época do descobrimento e suas consequências em nossas terras. De 1808 a 1890, quando esses saberes foram produzidos em outras áreas de conhecimento e assim disseminadas e ganhando corpo e individualização. Os anos de 1890 a 1930, de alguma forma proporcionou uma aglutinação dos conhecimentos psicológicos e assim a autonominação da psicologia como efetiva disciplina do conhecimento científico. Não só isso, mas, de 1930 a 1962, essa disciplina corporificada e individualizada se reconhece como ciência e se consolida como psicologia. Essa consolidação vai ser regulamentada no incidente período de 1962 a 1980, sob os auspícios de conturbados tempos da ditadura. Por fim, vamos mostrar o período de 1980 a 2012, período da redemocratização; o sistema conselhos de psicologia, e comemoração dos 50 anos de psicologia como profissão regulamentada. Saberes Psicológicos: 1500 a 1808
Esse período é marcado pela entrada de nosso país à era europeia,
quando do advento do descobrimento, o povo brasileiro, até então, o dono original dessas terras, se vê sucumbindo diante de um povo espoliador das nossas riquezas, e mesmo, de nossa dignidade cultural. O colonizador, ávido pela usurpação das novas terras, arvora-se dos direitos alheios, cerceia a cultura nativa, impõe-lhe novo idioma e passa a catequizar-lhes a alma, convertendo-os às disciplinas e ideologias próprias do dominador. Em meio aos conflitos sociais decorrentes desse processo de subjugação, a cultura europeia se insere no contexto social de nossos silvícolas, e a catequese jesuítica confirma seu papel de braço ideológico e intelectual do colonizador. Assim, na mescla das interações do europeu com o nativo da colônia, não só a miscigenação, mas, a aculturação, ambos, vão contribuir para a transformação social e instituição do povo brasileiro. Esse povo nascente, e aculturado, vai se apropriar dos conhecimentos advindos além-mar, e os saberes psicológicos, em especial, assim como os conhecimentos científicos vão adentrar o universo intelectual do neo- brasileiros. Se antes havia um deus a reger os fatos desconhecidos do homem, e um intermediário religioso com poder de explicá-los; agora, religiosos, políticos, educadores, filósofos e moralistas passam a abordar questões psicológicas no Brasil colonial.