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Disciplina: Fundamentos da Logística

Prof.ª: Claudilene
A HISTÓRIA DA LOGÍSTICA
A palavra logística é de origem francesa, Logistique (do verbo francês loger - alojar, colocar). Era
usada como termo militar a arte de transportar, abastecer e alojar as tropas. Como as guerras eram longas,
além da necessidade de seguir com as tropas, havia a necessidade do deslocamento de munição,
equipamentos, remédios e soldados feridos de um lugar para o outro, o que era na época uma atividade de
apoio. Até
essa época, a logística era apenas associada com atividades militares, mas, com o passar do tempo, teve
um significado mais amplo, tanto para o uso militar como para o industrial.

Passou a abranger também, o suprimento de matérias e componentes, controle de produtos e o apoio nas
vendas dos produtos finais até o consumidor. Toda a movimentação de bens para um lugar certo no
momento certo pode engradar-se nos termos “logística” ou “distribuição”, dentro ainda desses termos
temos também: atendimento ao cliente, previsão da demanda, gestão de matérias, suporte de serviços,
compras vendas, transporte e tráfego:
Até o século passado as médias e grandes empresas só pensavam no nível de produção. A maioria
das fábricas contava com um engenheiro de produção, não agregavam valor ao processo logístico apenas
aos produtos:” embora a batalha pelo cliente nas linhas de frente dos negócios não seja uma atividade
bélica, ela é um teste para a sobrevivência das empresas submetidas a grandes pressões no ambiente de
hoje.”
A logística está cada vez mais em evidência no mundo empresarial. Alguns fatores explicam essa
tendência, atribuindo este interesse a uma maior preocupação com os custos da empresa, e a decorrência
de uma maior competição do mercado consumidor, trazendo com isso, a necessidade de garantir prazo de
distribuição e oferecer melhor nível de serviços. A diversificação de produtos e o uso intensivo de
informação são alguns aspectos que favorecem o desenvolvimento das modernas técnicas da logística,
sendo considerada, portanto, como a última fronteira ainda não explorada.
Com a globalização e exigência do consumidor, as empresas foram percebendo a necessidade de
transportar seus produtos da fábrica para o depósito ou para seus clientes de maneira adequada em prazos
mais curtos e custos menores, assim, viu-se a importância da logística tanto para a empresa como para o
consumidor final.
Todas as exigências da logística passam pelo maior controle de identificação de oportunidades de
redução de prazos de entregas, aumento da qualidade do cumprimento do prazo, redução de custos,
facilidade na gestão de pedidos e programação das entregas.
Com isso, as organizações vêm buscando, cada vez mais, atingir melhores resultados em suas
operações através da melhora da logística, com maior enfoque no transporte. Dessa maneira, acabam por
diferenciarem-se das demais empresas.
A logística trata-se de uma combinação de atividades de processamento de pedidos de uma
empresa, incluindo transporte, manutenção de estoque, armazenagem e manuseio de matérias,
programação de produto e manutenção de informação:
Seu objetivo é, portanto, criar mecanismos para a redução de custo, fazendo com que o produto
chegue na hora e local correto, aumentando com isso o grau de satisfação de seus clientes e atingindo um
nível desejado de serviço ao consumidor.

As quatro fases da Logística


1º fase - Atuação Segmentada
Origem na segunda guerra mundial, não havia sofisticados sistemas de comunicação e informática, o
estoque era elemento chave para o balanceamento da cadeia de suprimentos (eram geradas grandes
quantidades, com freqüentes revisões), não havia preocupação com estoques e sim com lotes
econômicos para transporte, redução de custo: Guerra de Fretes de cada empresa
2º fase - Atuação Rígida
Iniciou-se na década 70, com a utilização do MRP e MRP II, Os processos produtivos tornaram-se mais
flexíveis, com maior variedade Marketing de Produto.
Crise do Petróleo o que encareceu a movimentação + Mão de Obra, fazendo-se necessário a
racionalização da cadeia de suprimentos, diminuição de custos e aumento da eficiência, Iniciou-se o
emprego da multimodalidade no transporte de mercadorias e a introdução da informática.
3º fase - Integração Flexisível
Início nos anos 80, com os recursos tecnológicos permitindo a integração dinâmica e flexível entre os
componentes da cadeia de abastecimento, mas somente em dois níveis, par a par, ou seja, dentro da
empresa entre cliente e fornecedor. Utilização do EDI (eletronic data interchance) para intercambio
eletrônico de dados. Inaugurando um canal que permitia ajustes no processo de fabricação e maior
preocupação com a satisfação do cliente.
Busca permanente na redução de estoque como elemento de redução de custos.
4º fase - integração Estratégica
Busca da diferenciação - integração de forma abrangente e cobrindo toda a cadeia de suprimentos. O
tratamento das questões logísticas passa a ser estratégico, de fundamental importância para a
competitividade. Surgimento de empresas virtuais, utilização da internet e TI. SCM (Supply Chain
Management)

É importante esclarecer alguns conceitos abordados de forma a facilitar o entendimento da evolução do


conceito da logística, como:
Administração de Materiais - Diz respeito ao fluxo de materiais, desde o recebimento da matéria-prima,
passando pelas etapas de fabricação e processamento, até o estoque de produtos acabados.
Distribuição - Refere-se à combinação de atividades e instituições ligadas à propaganda, venda e
transferência física de produtos ou serviços. Diz respeito, portanto, a assuntos mais amplos do que apenas
a Logística.
Logística Integrada - É a administração do fluxo total de materiais e produtos, da fonte ao usuário. A
integração inclui o fluxo de materiais, desde a aquisição de matéria-prima até a entrega dos produtos
acabados aos usuários finais.
Supply Chain Management - É a integração dos processos de negócios do usuário final através de
fornecedores (originais) que fornecem produtos, serviços e informações, agregando valor para os
consumidores.
ECR - Efficient Consumer Response ou resposta eficiente ao consumidor tratasse de um conjunto de
metodologias, cuja aplicação visa quebrar as barreiras entre parceiros comerciais. Estas barreiras
costumam resultar em ineficiências, com impacto em custos e tempo de resposta ao consumidor.
Primeira fase: pós-guerra – (Atuação Segmentada)
Com o fim da Segunda Guerra, as indústrias voltavam-se para o atendimento de um mercado consumidor
repleto de demandas, porém, com métodos de padronização inflexíveis. Os eletrodomésticos eram de um
tipo e de uma cor. Os estoques eram controlados manualmente e demandava certo tempo para que a
comunicação de reposição chegasse aos fabricantes. Tudo o que se conhecia por desenvolvimento
tecnológico estava concentrado nas linhas de produção, e o atendimento ao consumidor final ficava em
segundo plano, pois o transporte visava a movimentação de grande quantidade, e as transportadoras que
praticavam preços reduzidos eram as mais requisitadas, unicamente por isso.

Segunda fase: a diversificação – ( Atuação Rígida)


Nesta fase os produtos ganhavam novas cores e novos tamanhos e surgiam também outras linhas de
consumo. A indústria alimentícia ganhava destaque especial. Contudo, com novas linhas de produtos, os
estoques passavam por dificuldades em seus controles, pois a cadeia produtiva agora tinha que lidar com
uma diversidade maior e seus custos ganhavam especial atenção. Novas ideias despontavam para que o
atendimento e a reposição ganhassem outras dinâmicas enquanto se observava um inchaço nas operações
devido aos muitos processos manuais de controle que se faziam necessários.

Os custos com transporte e distribuição também aumentavam consideravelmente: era a crise do petróleo de
1970. E muitas outras restrições eram aplicadas nas atividades logísticas, causando a disparada do custo dos
produtos. Para que se tornassem viáveis aos consumidores, a preocupação se estendia para além da
produção, e alternativas como transportes multimodais ganhavam espaço para reduções nos custos, agora
mais apoiadas pela informática, que em 1960 fora introduzida nas operações das empresas de forma tímida,
mas evoluía rapidamente e conquistava um espaço muito interessante substituindo trabalhos manuais e
demorados e cooperando para o surgimento de técnicas empregadas, possíveis apenas com a popularização
do computador.

Terceira fase: melhorias na cadeia de suprimentos - (Integração Flexível)


O planejamento logístico conquistava seu espaço. O que na fase anterior se via inflexível, com planos
desconexos, onde a manufatura não se entendia com vendas e o que era programado ia até o fim, agora havia
uma comunicação melhor e bem mais flexível dentro da empresa e entre seus fornecedores e clientes,
embora ainda não sendo a ideal, pois nem todos os setores se comunicavam de forma ampla.

Era a fase em que os dados eletrônicos superavam as informações estritamente manuais através do EDI
(traduzido como Intercâmbio Eletrônico de Dados). Nascia o sistema de código de barras e o controle dos
estoques, primeiramente nos supermercados, ganhando um aliado poderoso que diminuía o tempo de
reposição, os custos e a necessidade de estoque.

No Brasil, éramos apresentados à globalização e, após o ano de 1980, os processos ficavam mais velozes,
repletos de informações e a comunicação era primordial, embora a internet ainda engatinhasse. O mundo
inteiro seria apresentado às práticas do sistema Kaizen (melhoria contínua), desenvolvido pelos japoneses da
Toyota na década de 1950 com o sistema Just in Time (no tempo certo), que tinham sua filosofia e seus
métodos aplicados em muitos segmentos.
Quarta fase: gerenciamento da cadeia de suprimentos – (Integração Estratégica)
O Supply Chain Management (Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos) continua com o fluxo de
materiais, de dinheiro e de informações, mas passa a ser visto pelas empresas de uma forma estratégica para
um importante ganho de competitividade no mercado globalizado. As fases anteriores em que a Logística se
resumia em operações e áreas físicas para o acondicionamento de materiais já não refletia sua importância
como uma grande geradora de oportunidades de negócios. As parcerias compartilham informações na cadeia
de suprimentos e se firmam numa integração mais próxima e mais focada no nível de serviço.

O e-commerce instala-se em um segmento e logo passa a ser um mercado cuja revolução alimenta todos os
anseios do mundo consumidor. Ele agora pode otimizar e personalizar um produto e recebê-lo em casa. A
Tecnologia da Informação é real!

Os desafios da Logística ganham outra dimensão com novos mercados e com a terceirização de serviços,
passando a absorver um oceano de informações para que os estoques diminuam, enquanto a qualidade dos
serviços logísticos passa a ser cada vez maior, para que se reduzam os custos e os prazos, enquanto se
busque agregar valor para o cliente com melhorias contínuas.

Não bastando tudo isso, a logística reversa surge em um segmento mais nobre, embora ainda muito voltada
às atividades do pós-venda, abraçando as causas ambientais de pós-consumo com os imensos desafios de
preservação do planeta. Ela mostra o que ainda se pode fazer para a melhoria dos processos em uma
amplitude pouco explorada entre a escassez e a reutilização, entre o consumo e os recursos disponíveis, entre
o lucro e a preservação, entre nós e o nosso futuro.

Que a próxima fase da Logística seja grandiosa como foram as outras!

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