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DOCUMENTO DE ESCLARECIMENTO RELATIVO A ERROS DE

INTERPRETAÇÃO DOS CONTEÚDOS DO MÉTODO OCRA E DOS


PADRÕES INTERNACIONAIS QUE UTILIZAM ISO 11228-3, TR ISO
11295-2014, EN 1005-5
A EPM-IES e a Escola OCRA Brasiliana vêm por meio deste documento esclarecer
algumas tomadas de posição sobre aplicações sintéticas e incorretas do método ocra
(utilizadas no Brasil), mal interpretadas que, longe de serem sugestões preventivas,
podem se transformar em problemas para a saúde dos trabalhadores.

O Método OCRA, único método citado na EN 1005 e método definido como


“PREFERENCIAL” na Norma ISO 11228-3 e consequentemente na Norma ABNT NBR
ISO 11228-3/2014 não estabelecem, em momento algum, um limite máximo para o
número de ações técnicas para fundamentar o valor do risco final, pois se trata de uma
análise multifatorial onde a frequência é apenas um dos elementos que irá compor o
índice de risco final.

O número de 30 ações técnicas citado nas normas e no Método OCRA é uma constante
para os cálculos matemáticos e não representa o limite de ações técnicas.

De fato, sendo 2,2 o valor do índice OCRA, ainda na faixa verde (isto é, em ausência de
risco), isto implicaria que, na ausência de outros fatores de risco, as ações técnicas
possam ser também superiores a 60 por minuto, sempre com ausência de risco.

Utilizando o índice de risco (ISO 11228-3, ABNT NBR ISO 11228-3 EN 1005-5), a
primeira avaliação deve ser baseada num estudo detalhado e preciso da organização do
trabalho, para a estimativa do tempo real de trabalho repetitivo que corresponde ao tempo
real de exposição ao risco. Este estudo preliminar pressupõe, por si só, a presença de
níveis de riscos à exposição obviamente muito diferentes em função da duração
expositiva efetiva, antes mesmo da contagem das ações técnicas.

Para a avaliação real do risco à exposição, é necessário avaliar e calcular todos os outros
fatores de risco, a saber:
Frequência (ações técnicas por membro e por minuto), Postura, Estereotipia, Força,
Complementares, Recuperação.

Cada fator a ser avaliado contribuicom o próprio peso específico para determinar o risco
final (calculável através de fórmulas matemáticas específicas estabelecidas pelos autores,
tanto para o ÍNDICE OCRA quanto para a CHECKLIST OCRA).

Só o valor final do índice de risco (que leva em conta o peso dos diversos fatores) pode
predizer a probabilidade de adoecimento (baseado num banco de dados clínicos/
expositivos de 10.000 casos).

Atenção: a presença de picos de força ou de posturas inadequadas especialmente dos


ombros, ou tempos de trabalho superiores a 480 minutos, ou ausência de recuperação,
determinam pontuações de risco muito superiores àquelas determinadas geralmente pelo
estudo das frequências.

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Uma tarefa com frequência inferior a 30 ações técnicas por minuto, não pode ser
considerada como garantia de ausência risco por sobrecarga biomecânica dos membros
superiores, nem como a aplicação do Método OCRA e, nem dos padrões ISO 11228-3 e
EN 1005-5, devendo ser considerada como uma aplicação e interpretação incorreta do
método que não garante, absolutamente a ausência de risco.

Utilização deste critério, não pode ser citado nem como Método OCRA, nem como uma
aplicação dos padrões internacionais citados!

12.09 2016

Prof. Dra. DANIELA COLOMBINI (autora do Método OCRA)


Presidente da EPM-IES
Representante italiana junto à ISO Biomecânica

Dr. Edoardo Santino Dr. Ruddy Facci


Diretor da Escola OCRA Brasiliana Diretor da Escola OCRABrasiliana
Membro da EPM-IES Membro da EPM-IES

Daniela Colombini
Daniela holds a MD with specialization in occupational medicine and health statistics. She is a certified European Ergonomist and a senior
researcher at the Research unit Ergonomics of Posture and Movement, Milan, where she developed methods for the analysis, evaluation and
management of risk and damage from occupational biomechanical overload. He is a Professor at the School of Specialization in Occupational
Medicine, University of Florence. She is the coauthor of the OCRA method (EN 1005-5 standard and ISO 11228-3). She is founder and President of
the EPMInternationalErgonomicsSchool. She has been working with accredited native teachers in different countries such as USA, France, India,
Spain, Chile, Colombia, Guatemala, Costa Rica, Brazil and other South America Countries. She is a member of the Ergonomics Committee of UNI
working in the international commissions of CEN and ISO. She is coordinator of a sub-group of Technical Committee on the Prevention of
Musculoskeletal Disorders of the IEA.

Dr. Edoardo Santino


Especialista em Medicina do Trabalho pela AMB / ANAMT; Estágio na “Clínica del Lavoro” da Universidade de Milão e no “Center for Ergonomics”
da Universidade de Michigam; Professor convidado de cursos de Pós Graduação em Medicina do Trabalho em diversas universidades brasileiras;
Secretário Nacional da “InternationalCommissiononOccupational Health” - ICOH para o Brasil. (2003 à 2009); Membro do Board da ICOH, 2012 à
2105; Membro do Comitê Internacional de Trabalho e Visão; Professor de Ergonomia da “International School of Ergonomics of Posture and
Movement”.

Dr. Ruddy Facci


Especialista em Medicina do Trabalho pela AMB / ANAMT; Vice Presidente da ICOH – “InternationalCommissiononOccupational Health” - 2000 –
2003 / 2003 – 2006; Professor convidado de cursos de Pós-graduação em cursos de Medicina do Trabalho em diversas universidades brasileiras, da
Universidade de Buenos Aires e da Universidade Cientifica Sul, de Lima / Peru 2014 – 2015; Estagiário da “Clínica del Lavoro” da Universidade de
Milão e no “Center for Ergonomics” da Universidade de Michigam; Presidente da Associação Nacional de Medicina do Trabalho – 1993 / 1998;
Coordenador do Comitê Internacional de Trabalho e Visão – 2012 / 2015; Coordenador do Comitê Internacional de Saúde Ocupacional para
Trabalhadores da Saúde; Professor de Ergonomia da International School of Ergonomics of Posture and Movement”.

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