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EICOSANÓIDES

São mediadores inflamatórios de origem lipídica, sintetizados a partir de ácidos


graxos ômega 6 (ex.: ácido aracdônico) ou ômega 3 (ex.: eicosapentóico)​. São receptores
acoplados à proteína G e atuam por meio de segundos mensageiros (fosfolipase C, AMPc,
fosfatidilinositol/IP-3) que promovem a abertura dos canais de cálcio.

Os eicosanóides, um dos mais importantes mediadores do processo inflamatório,


são formados a partir do ácido araquidônico (AA), liberado dos fosfolipídios de membranas
celulares pela ação da enzima fosfolipase A​2 (PLA​2​). O AA serve de substrato para quatro
grupos de enzimas: ciclooxigenase (COX), 5-lipoxigenase (5-LO), 12-lipoxigenase (12-LO) e
15-lipoxigenase (15-LO). Através de uma série de reações em cascata são formados os
mediadores pró-inflamatórios: prostaglandinas (PG), tromboxanas (TX) e leucotrienos (LT).
Os eicosanoides, em específico, não bloqueiam a ação da LOX, desse modo, ainda ocorre
a produção de leucotrienos.
● inibidores seletivos COX-2 - coxibes (em função dos eventos adversos que
os inibidores da COX-1 produziam no sistema gastrintestinal).
● inibidores não seletivos (COX-1 e COX-2) - AINEts.
Outras classificações de AINEs foram desenvolvidas a partir da meia-vida, como meia-vida
curta (<6h) ou meia-vida longa (>10h).

Farmacocinética: a maioria dos AINEs são ácidos fracos facilmente absorvidos no


trato gastrointestinal, com picos de concentração entre 2-3 horas. Ligam-se extensivamente
às proteínas plasmáticas e sofrem metabolismo hepático e excreção renal (uma
consequência é a nefrotoxicidade). A ingestão de alimentos pode retardar a absorção e as
vezes diminuir a disponibilidade sistêmica.

Dose: celecoxibe (100mg 1-2x/dia), piroxicam (20mg/dia), ibuprofeno (300mg/6-8h),


paracetamol (10-15mg/kg a cada 4h).

Mecanismo de ação: Os eicosanóides atuam por ativação dos receptores


específicos da superfície celular, que se ligam aos sistemas intracelulares de
segundo-mensageiros para modular a atividade celular. Os efeitos terapêuticos e colaterais
dos AINES resultam na inibição da enzima COX, reduzindo, assim, a síntese das
prostaglandinas e diminuindo a intensidade do processo inflamatório.

Efeitos das prostaglandinas e tromboxanos:


a) Musculatura Lisa:
1.Vascular: o músculo liso arteriolar é relaxado pela PGE2 e pela PGI2, as outras
prostaglandinas promovem a vasodilatação através da adenilciclase. Entretanto o TAX2 e a
PGF2 alfa atuam principalmente como vasoconstritores em veias.
2. Trato Gastrointestinal: os músculos longitudinais são contraídos pelo PGE2 e pela
PGF2alfa, enquanto isso o músculo circular é contraído pela PGI2, PGF2alfa e relaxada
pela PGE2.
3. Vias aéreas: é relaxada pela PGE 1 e 2 e PGI2 e contraída pelo TAX2 e PGF2alfa.
4. Trato genitourinário: contraída pela PGE2 e PGF2alfa.
b) Plaquetas​:
A PGE1 e a PGI2 inibem a eficácia de agregação, enquanto o TAX2 fortalece a agregação
plaquetária.
c) SNC e SNP:
1. Febre: PGE1 e PGE2 aumentam a temperatura quando administradas no ventrículo
cerebral, os pirogênicos liberam IL-1 que, por sua vez, promove a síntese e liberação
da PGE2, a qual é bloqueada pela aspirina e outros antitérmicos.
2. Sono: quando infundida no interor dos ventrículos cerebrais, a PGE2 induz o sono.
3. Neurotransmissores: a PGE inibe a liberação de adrenalina nas terminações
nervosas pré-sinápticas simpáticas, os AINES aumentam essa liberação.
d) ​Neuroendocrinologia:
Os compostos de PGE promovem a liberação dos hormônios de crescimento, prolactina,
TSH, ACTH, FSH e LH.
e)​ Sistema Reprodutor:
1. Feminino: dismenorréia primária é atribuída à síntese endometrial aumentada de
PGE2 PGF2 alfa durante a menstruação. Os AINES inibem a formação dessas
prostaglandinas.
f) Sistema Respiratório: a PGE2 é um broncodilatador, a PGF2alfa e o TXA2 são
broncoconstritores. os corticoesteróides e o cromolin são os principais medicamentos
usados no tratamentos da asma e inibem a síntese dos eicosanóides.

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