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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

Departamento de Ciências Jurídicas – DCJUR


Disciplina: Direito Municipal
Turma: 8º semestre/noturno
Docente: Harrison Leite
Discente: Vinicius Nascimento Santos

FICHAMENTO

MARTINS JUNIOR, Wallace Paiva. Poder Executivo Municipal. Prefeito e vice-


prefeito. Atribuições. Responsabilidade penal, político-administrativa e civil. Revista
Brasileira de Direito Municipal – RBDM, Belo Horizonte, ano 19, n. 67, p. 87-124, jan./mar.
2018.

A remuneração do prefeito e do vice-prefeito deve observar o regime de subsídio. o


subsídio do prefeito é o limite (máximo) da remuneração dos servidores públicos
municipais, e é fixado por lei de iniciativa da Câmara Municipal. (p. 109)

Não é admitida a vinculação dos subsídios do chefe do Poder Executivo local a


fração ou percentual dos agentes congêneres estaduais ou federais nem a “qualquer
outro fator que funcione como índice de reajuste automático, como o salário-mínimo ou a
arrecadação tributária para fins de remuneração”, remuneração dos servidores públicos,
ou à em face dos arts. 37, XIII e 167, IV, da Constituição Federal. (p. 109)

Prefeitos são agentes políticos não profissionais, titulares de mandatos eletivos


temporários, não são detentores dos direitos à revisão geral anual e à irredutibilidade do
subsídio […]. (p. 110)

[...] É incompatível o cúmulo do exercício de cargo, função ou emprego públicos e o


mandato de prefeito, hipótese na qual daquele será afastado com a faculdade de opção
por sua remuneração [...]. (p. 110)
A remuneração do prefeito e do vice-prefeito deve observar o regime de subsídio. o
subsídio do prefeito é o limite (máximo) da remuneração dos servidores públicos
municipais, e é fixado por lei de iniciativa da Câmara Municipal. (p. 112)

[...] Na verdade, a Constituição permite aos estados-membros, mediante autônoma


deliberação, que instituam órgão estadual denominado Conselho ou Tribunal de Contas
dos municípios; não o fazendo é o tribunal de Contas estadual a quem compete [...]. (p.
113)

A Câmara Municipal tem a obrigação de julgar as contas do prefeito. não é lícito


recusar a competência que lhe é privativa [...]. (p. 113)

[...] A redação da norma constitucional indica a eficácia condicional do


pronunciamento de tribunal de Contas, e o silêncio significa que ele surtirá efeitos até a
decisão da Câmara Municipal, pois se equipara à falta de maioria qualificada para dele
discordar [...]. (p. 113)

Aliás, o contraditório e a ampla defesa devem ser observados na apreciação da


prestação de contas do prefeito [...]. (p. 114)

Em linhas gerais, o prefeito está sujeito à tríplice ordem de responsabilidade


classificada pela natureza do ilícito praticado: civil, penal e político-administrativa [...]. (p.
115)

Além disso, o art. 5º da Lei nº 10.028, de 19.10.2000, arrola infrações


administrativas contra as leis de finanças públicas, puníveis com multa (de trinta por cento
dos vencimentos anuais do agente que lhe der causa) aplicada pelo Tribunal de Contas
[...]. (p. 115)

[...] A probidade administrativa é o mais importante conteúdo do princípio da


moralidade pública [...]. (p. 116)

[...] A Lei nº 8.429/92 descreve três espécies de atos de improbidade administrativa:


(a) enriquecimento ilícito no exercício de função pública; (b) prejuízo ao erário; (c)
atentado aos princípios da Administração Pública [...]. (p. 116)
[...] Pronunciada a ocorrência de improbidade administrativa na sentença, o
ressarcimento integral do dano não é sanção senão obrigação ou consequência imediata
e necessária do ato lesivo [...]. (p. 117)

A condenação à suspensão dos direitos políticos, em decisão transitada em julgado


ou proferida por órgão judicial colegiado, por ato doloso de improbidade administrativa
que importe lesão ao patrimônio público e enriquecimento ilícito, gera a inelegibilidade
desde a condenação ou o trânsito em julgado até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos
após o cumprimento da pena (art. 1º, i, “l”, Lei Complementar nº 64/90). (p. 118)

A Lei da improbidade Administrativa ainda prevê medidas de segurança que são


providências cautelares próprias: (a) indisponibilidade e sequestro de bens (arts. 7º e 16)
e (b) afastamento temporário de agentes públicos (art. 20, parágrafo único) [...]. (p. 118)

Consoante o Decreto-Lei nº 201/67, os crimes próprios de prefeito são de ação


penal pública incondicionada, sendo os de peculato (incs. II e II do art. 1º) puníveis com
reclusão de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e os demais com detenção de 3 (três) meses a 3
(três) anos (art. 1º, §1º). A condenação em qualquer um deles implica também a perda de
cargo e a inabilitação, pelo prazo de cinco anos, para o exercício de cargo ou função
pública, eletivo ou de nomeação, sem prejuízo da reparação civil do dano causado ao
patrimônio público ou particular (art. 1º, §2º) [...]. (p. 120)

[...] O prefeito ao ser condenado por crime funcional não pode preservar o cargo
nem ser elegível, já que a condenação criminal transitada em julgado é, por si mesma,
causa de suspensão dos direitos políticos (art. 15, III, Constituição de 1988) e quem os
perde não está habilitado ao exercício de função pública cuja investidura depende de seu
gozo [...]. (p. 120)

[...] São admissíveis a coautoria e a participação de terceiros nos crimes de


responsabilidade de prefeitos e vereadores previstos no Decreto-Lei nº 201/67 [...]. (p.
121)
[...] Como a inabilitação para o exercício de função pública foi elevada à natureza
de pena restritiva de direitos, e é autônoma em relação à privativa de liberdade146 porque
não é acessória desta, cada uma prescreve a seu tempo [...]. (p. 122)

[...] A condenação por crime contra a Administração Pública ou o patrimônio


público, transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, gera a
inelegibilidade por oito anos desde seu advento (art. 1º, i, “e”, 1, Lei Complementar nº
64/90). (p. 123)

A extinção do mandato do prefeito não impede sua condenação com base no


porque “os crimes tipificados no art. 1º do Decreto-Lei Decreto-Lei nº 201/67 nº 201/67
são comuns e os processos a eles correspondentes podem ser instaurados perante o
Judiciário durante ou após o exercício funcional” [...]. (p. 123)

As infrações político-administrativas estão catalogadas no art. 4º do Decreto Lei nº


201/67, devendo observar o processamento e o julgamento o disposto no art. 5º. A
sanção prevista é a cassação do mandato. Por essa razão, “condição de procedibilidade
é, de fato, o exercício do cargo pelo acusado, não se justificando o pro cesso, se já não
persiste a investidura [...]. (p. 123)

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