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Conhecimentos pedagógicos – Julio Groppa Aquino

indisciplina Conhecimentos pedagógicos Julio Groppa Aquino


Julio Groppa Aquino é um grande pesquisador brasileiro sobre indisciplina na escola. Hoje a indisciplina escolar caracteriza-
se como um sério problema discutido em todos os âmbitos educacionais. O professor Aquino, da faculdade de educação da
USP, têm vários livros sobre indisciplina na escola publicados. Esses livros são geralmente cobrados em concursos públicos,
o que faz com que seja bem importante entender o que esse pensador diz.
Uma forma bem interessante de entender o pensamento de um autor é assistir/ler/ouvir entrevistas com ele. Encontrei
duas entrevistas que podem nos dar uma pequena ideia do que é defendido por Aquino: uma do Zero Hora , e outra do
blog de Rosely Sayão.
Vou fazer aqui um resumo geral de um texto sobre indisciplina escolar de Aquino de 1997. O Texto tem uma linguagem
simples e vocês podem acessá-lo, caso prefiram pegá-lo à unha. No final coloco um ebook com resumo completo do texto,
ilustrado com mapas mentais.
A indisciplina na escola atual
O texto refere-se à uma versão ampliada do roteiro da vídeo/palestra “A indisciplina e a escola atual” de 1997 na FDE/SP da
qual o professor fez parte. O texto é uma explanação geral sobre indisciplina, Aquino defende que a indisciplina e o baixo
aproveitamento escolar são impasses para a escola (claro que para a educação como um todo) no Brasil. Faz uma descrição
detalhada do aluno problema e divide esse conceito em três:
aluno “desrespeitador”
aluno “sem limites”
aluno “desinteressado”.
Em cada uma dessas denominações, o autor procura desconstruir as explicações mais comuns nos meios educacionais para
a indisciplina, tais como “a estruturação escolar do passado, problemas psicológicos e sociais, a permissividade da família, o
desinteresse pela escola, o apelo de outros meios de comunicação etc.” Após essa desconstrução, em que usa argumentos
muito contundentes, Aquino promove uma leitura pedagógica da indisciplina, propõe algumas premissas pedagógicas
fundamentais e as cinco regras éticas do trabalho docente.
Julio Groppa Aquino propõe
Aquino propõe uma reflexão sobre a crise da educação, defendendo que todos sabemos da sua presença, pois observa-se
que existe um mal estar geral em relação à educação, mas não sabemos a sua extensão nem a sua razão, pelo menos não a
fundo. Os indícios dessa crise podem ser analisados pelo fato de que os alunos não cumprem sua escolaridade obrigatória,
a maioria das pessoas tem história de inadequação ou insucesso na escola e o os índices brasileiros de evasão e repetência
serem semelhantes aos da Nigéria ou Sudão. Com o que foi exposto acima, verificamos que existe, no Brasil, o fracasso
escolar (alunos não terminam a escola) e o fracasso dos incluídos (alunos com história de insucesso). O Brasil, em relação à
economia, pode ser comparado a países da Europa ou Ásia, enquanto em relação à educação a países da África. Esses
resultados geram um mal estar geral e a uma falta aguda de credibilidade no professor enquanto profissional. Aquino
defende também que sem escola não há cidadania sustentável e o cidadão não tem acesso aos direitos constituídos, além
do fato de que o mundo será implacável contra os sem escolaridade.
Ao descrever o aluno problema, Aquino diz que esse aluno padece de distúrbios pedagógicos, cognitivos ou
comportamentais. Esses problemas geram os obstáculos da ação docente: a indisciplina e o baixo rendimento.
Segundo o autor, existe uma contradição quando se defende que o sucesso escolar seja fruto da ação docente e o fracasso
escolar seja produto de outras instâncias. Ou tudo, tanto fracasso quanto sucesso, é fruto da ação docente, ou tudo fruto
de outras instâncias. Sem um papel bem definido torna-se inviável até mesmo o conceito de escola. Na entrevista ao Zero
Hora, o autor diz: “Todos dizem que educar virou uma missão impossível. Então, fecha a bodega.” Dessa forma, temos um
problema ético: seria o mesmo que dizer que o problema da medicina são as novas doenças. O aluno problema deveria se
configurar como uma oportunidade de crescimento profissional, pois é nas grandes adversidades que todo profissional
desenvolve melhor suas habilidades. Precisamos rever nossos conceitos, procurando alternativas e não justificativas para a
indisciplina escolar.
O autor encerra seu texto trazendo as premissas do trabalho pedagógico:
objeto de ação: conhecimento;
distinção entre papéis: professor e aluno;
contrato pedagógico explícito e
sala de aula: lugar onde a educação escolar acontece
E também as cinco regras éticas do trabalho docente:
aluno problema: porta voz das relações;
des-idealização do perfil de aluno;
fidelidade ao contrato pedagógico;
experimentação de novas regras de trabalho;
competência e prazer.

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