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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 2
REVISÃO ............................................................................................................................................... 4
CONSTITUIÇÃO: SENTIDOS SOCIOLÓGICO, POLÍTICO E JURÍDICO; CONCEITO,
OBJETOS E ELEMENTOS................................................................................................................. 4
PODER CONSTITUINTE .................................................................................................................... 8
Conceito e Fundamentos do Poder Constituinte ......................................................................... 8
Poder Constituinte Originário e Derivado ..................................................................................... 9
Reforma e Revisão constitucionais ............................................................................................. 11
Limitação ao Poder de Revisão ................................................................................................... 12
Emendas à Constituição ............................................................................................................... 13
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ................................................................................. 14
Conceito e Sistemas de Controle de Constitucionalidade ....................................................... 14
Inconstitucionalidade: por ação e por omissão.......................................................................... 15
Sistema Brasileiro de Controle de Constitucionalidade ........................................................... 15
JURISPRUDÊNCIA (CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE) ........................................... 24
REFERÊNCIA ..................................................................................................................................... 39
Caro(a) Aluno(a),
Vale ressaltar, por oportuno, que, para a correção da prova discursiva, a Banca
levará em consideração os seguintes critérios avaliativos (item 10.9.3 do Edital): o
conteúdo; o conhecimento do tema; a capacidade de expressão na modalidade
escrita; e o uso das normas do registro formal culto da Língua Portuguesa.
Existem várias perspectivas que podem ser utilizadas para definir uma
Constituição. Isso acontece porque o Direito Constitucional não se desenvolve isolado
de outras ciências, como defendiam os precursores do positivismo jurídico. Por
exemplo, o sentido sociológico foi desenvolvido por Ferdinand Lassale. Uma
expressão bastante difundida que resume sua concepção teórica é “a Constituição é
a soma dos fatores reais de poder de uma sociedade”. De acordo com esse
pensamento, a Constituição é entendida como um fato social. Assim, a Constituição
seria resultado da realidade social do país. Desse modo, caberia à Constituição escrita
sistematizar tais valores num documento formal.
Para tanto, o autor faz uma distinção entre constituição jurídica e constituição
real. Ambas convivem paralelamente num determinado ordenamento jurídico. A
constituição jurídica seria aquela escrita, também denominada de “folha de papel”. Já
a constituição real, corresponde a soma dos fatores reais do poder. Segundo principal
Por outro lado, temos a concepção política desenvolvida por Carl Schmitt, em
que a Constituição é considerada uma decisão política fundamental, qual seja, a
decisão política do titular do poder constituinte. Para Schmitt, a validade de uma
Constituição não se apoia na justiça de suas normas, mas na decisão política que lhe
dá existência. O poder constituinte equivale, assim, à vontade política, cuja força ou
autoridade é capaz de adotar a concreta decisão de conjunto sobre modo e forma da
própria existência política, determinando assim a existência da unidade política como
um todo. Nesse sentido, as normas presentes no texto constitucional que não derivam
da decisão política fundamental não são “constituição”, mas, tão somente, “leis
constitucionais”1.
1PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Constitucional Descomplicado. 15. ed. rev. e
atual. - Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO: 2016.
PODER CONSTITUINTE
Caro aluno, continuaremos com um assunto que também compõe essa parte
mais inicial e propedêutica do direito constitucional. Você, como futuro Delegado de
Polícia Federal precisa, mais uma vez, dominar esse conteúdo. Trata-se do estudo do
poder constituinte.
Histórico
Originário
Revolucionário
Difuso
Poder
Constituinte
Supranacional Reformador
Derivado Decorrente
Revisor
2LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 19. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Saraiva,
2017.
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Pode ser chamado de histórico quando criar um Estado pela primeira vez.
Assim, quando um estado for criado pela primeira vez, teremos a manifestação do
poder constituinte originário histórico.
Quando este Estado já criado for sucedido por outro, teremos a manifestação
do poder constituinte originário revolucionário.
3PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Constitucional Descomplicado. 15. ed. rev. e
atual. - Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO: 2016.
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Por fim, você deve ficar atento ao fato de que, apesar de a Federação brasileira
ser formada pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, existe divergência na
doutrina quanto à possibilidade ou não da manifestação do poder constituinte derivado
decorrente fora dos estados-membros.
Com relação ao Distrito Federal, tendo em conta sua natureza híbrida, tem
prevalecido o entendimento no sentido de que a Lei Orgânica Distrital tem a natureza
de Constituição, podendo, inclusive, servir de parâmetro para controle de
constitucionalidade concentrado perante o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e
dos Territórios. Logo, trata-se de típico exercício do poder constituinte decorrente
segundo o entender prevalecente da doutrina.
Por outro lado, com relação aos Municípios, tem-se adotado entendimento
diverso. Como a Lei Orgânica do Município retira seu fundamento de validade na
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Por fim, quanto aos territórios federais, por se tratarem de meras autarquias
territoriais da União, é consenso que estes também não exercem o poder constituinte
derivado decorrente.
Por fim, as limitações materiais são aquelas que impedem que determinadas
matérias sejam objeto de Emenda à Constituição (são as chamadas cláusulas
pétreas). A doutrina e a jurisprudência pátrias têm reconhecido a existência de
limitações materiais expressas e explícitas. As expressas são aquelas definidas
expressamente no texto constitucional. Já as implícitas são aquelas que, mormente
não definidas expressamente no texto constitucional, estão implicitamente fora do
alcance do poder de reforma, sob pena de ruptura da ordem constitucional. São
consideradas limitações matérias implícitas: a titularidade do poder constituinte
originário, a titularidade do poder constituinte derivado e o próprio processo de
modificação da Constituição.
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Assim, podemos facilmente concluir que essa revisão tinha um limite temporal
de 5 anos. Ademais, com relação às limitações formais, é indiscutível que o Poder
Constituinte Originário fixou um procedimento menos solene para aprovação da
revisão constitucional, de modo que a revisão constitucional ficou condicionada ao
voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão
unicameral.
Emendas à Constituição
4ADCT, Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação da
Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão
unicameral.
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
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No entanto, o STF entende que essa cláusula de reserva pode ser dispensada
se estiverem presentes dois requisitos: 1) existência anterior de pronunciamento da
inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo pelo Plenário do STF; 2) existência,
no âmbito do tribunal a quo, e em relação àquele mesmo ato do Poder Público, de
uma decisão plenária que haja apreciado a controvérsia constitucional, ainda que
5 MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional- 28.ed.- São Paulo: Atlas, 2012.p. 747.
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6 MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional- 28.ed.- São Paulo: Atlas, 2012.p. 748.
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Ainda nesse contexto, vale destacar, prezado aluno, que via de regra, os atos
de efeitos concretos não podem ser objeto de ADI, entretanto, o entendimento atual
do STF é no sentido de que os atos de efeitos concretos aprovados sob a forma de
lei em sentido estrito, elaborada pelo Poder Legislativo e aprovado pelo chefe do
Poder Executivo podem ser objeto de ADI, a exemplo das leis orçamentarias.
Mas afinal, quais os atos normativos podem ser objeto de ADI? Poderão ser
objetos: a) espécies normativas do art. 59, CF/88; b) tratados internacionais; c)
decretos autônomos; d) Constituições e leis estaduais; e) Regimentos Internos dos
Tribunais e das Casas Legislativas.
Cumpre ressaltar que, segundo o art. 103, §3º, da CF/88 o Advogado Geral da
União tem competência para defender a norma impugnada em sede de ADI, todavia,
O STF tem entendido que o AGU não é obrigado a defender a constitucionalidade da
norma impugnada quando já houver manifestação anterior pela inconstitucionalidade
da norma ou quando a norma for contrária aos interesses da União (ADI 1.616/PE,
ADI 2.101/MS, ADO 3.121/SP E ADI 3.415/AM).
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7“O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, poderá, por
despacho irrecorrível, admitir, observado o prazo fixado no parágrafo anterior, a manifestação de outros
órgãos ou entidades”.
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Caro concurseiro, o STF já decidiu que a ADC não é o meio adequado para
dirimir qualquer tipo dúvida que envolva discussão quanto a constitucionalidade de lei
ou ato normativo federal, mas deve ser utilizada para corrigir uma situação envolvendo
incerteza constitucional, capaz de gerar conflitos sociais e insegurança jurídica. (STF,
Pleno, ADC 1-1/DF, 05.11.1993).
8 MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional- 28.ed.- São Paulo: Atlas, 2012.p. 811
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9 MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional- 28.ed.- São Paulo: Atlas, 2012.p. 820.
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Com isso, verifica-se que somente o Tribunal de Justiça local será o órgão
competente para, exercendo competência originária, julgar o controle de
constitucionalidade abstrato estadual.
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Origem: STF
Ementa Oficial
A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) é meio processual inadequado
para o controle de decreto regulamentar de lei estadual. Poderia caber ADI se fosse
um decreto autônomo. Mas sendo um decreto que apenas regulamenta a lei, não cabe
a ADI. STF. Plenário. ADI 4409/SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
6/6/2018 (Info 905).
É cabível ADI contra Resolução do TSE que tenha, em seu conteúdo material,
“norma de decisão” de caráter abstrato, geral e autônomo, apta a ser apreciada pelo
STF em sede de controle abstrato de constitucionalidade. STF. Plenário. ADI 5122,
Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 3/5/2018 (Info 900).
Ementa Oficial
Ementa: DIREITO CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO
DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. AGRAVO REGIMENTAL EM EMBARGOS
DE DECLARAÇÃO. INTEMPESTIVIDADE E ILEGITIMIDADE RECURSAL. 1.
Intempestividade dos embargos de declaração, interpostos posteriormente ao trânsito
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(ADI 4420 ED-AgR, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado
em 05/04/2018, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-103 DIVULG 25-05-2018 PUBLIC
28-05-2018)
Origem: STF
Ementa Oficial
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE – NORMA ATACADA –
ALTERAÇÃO – PREJUÍZO. A superveniente modificação da norma impugnada, sem
aditamento à inicial, implica o prejuízo do controle concentrado de constitucionalidade.
PLANOS DE SAÚDE – REGÊNCIA – OBSERVÂNCIA. Os planos de saúde
submetem-se aos ditantes constitucionais, à legislação da época em que contratados
e às clausulas deles constantes – considerações.
(ADI 1931, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em
07/02/2018, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-113 DIVULG 07-06-2018 PUBLIC 08-06-
2018)
Ementa Oficial
RECLAMAÇÃO. APOSENTADORIA ESPONTÂNEA. ACUMULAÇÃO DE
PROVENTOS DE APOSENTADORIA COM VENCIMENTOS. ADI 1.770. AUSÊNCIA
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Origem: STF
Ementa Oficial
EMENTA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ART. 2º, CAPUT E
PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI Nº 9.055/1995. EXTRAÇÃO, INDUSTRIALIZAÇÃO,
UTILIZAÇÃO, COMERCIALIZAÇÃO E TRANSPORTE DO ASBESTO/AMIANTO E
DOS PRODUTOS QUE O CONTENHAM. AMIANTO CRISOTILA. LESIVIDADE À
SAÚDE HUMANA. ALEGADA INEXISTÊNCIA DE NÍVEIS SEGUROS DE
EXPOSIÇÃO. LEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM. ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS
PROCURADORES DO TRABALHO – ANPT. ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS
MAGISTRADOS DA JUSTIÇA DO TRABALHO – ANAMATRA. ART. 103, IX, DA
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. REPRESENTATIVIDADE NACIONAL.
PERTINÊNCIA TEMÁTICA. MÉRITO. AMIANTO. VARIEDADE CRISOTILA
(ASBESTO BRANCO). FIBRA MINERAL. CONSENSO MÉDICO ATUAL NO
SENTIDO DE QUE A EXPOSIÇÃO AO AMIANTO TEM, COMO EFEITO DIRETO, A
CONTRAÇÃO DE DIVERSAS E GRAVES MORBIDADES. RELAÇÃO DE
CAUSALIDADE. RECONHECIMENTO OFICIAL. PORTARIA Nº 1.339/1999 DO
MINISTÉRIO DA SAÚDE. POSIÇÃO DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE –
OMS. RISCO CARCINOGÊNICO DO ASBESTO CRISOTILA. INEXISTÊNCIA DE
NÍVEIS SEGUROS DE EXPOSIÇÃO. LIMITES DA COGNIÇÃO JURISDICIONAL.
QUESTÃO JURÍDICO-NORMATIVA E QUESTÕES DE FATO. ANÁLISE DA
JURISPRUDÊNCIA. ART. 2º DA LEI Nº 9.055/1995. FONTE POSITIVA DA
AUTORIZAÇÃO PARA EXPLORAÇÃO ECONÔMICA DO ASBESTO CRISOTILA. LEI
Nº 9.976/2000. LEGISLAÇÃO FEDERAL ESPECÍFICA E POSTERIOR. INDÚSTRIA
DE CLORO. USO RESIDUAL. TRANSIÇÃO TECNOLÓGICA. SITUAÇÃO
ESPECÍFICA NÃO ALCANÇADA PELA PRESENTE IMPUGNAÇÃO. TOLERÂNCIA
AO USO DO AMIANTO CRISOTILA NO ART. 2º DA LEI Nº 9.055/1995.
EQUACIONAMENTO. LIVRE INICIATIVA. DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA.
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Origem: STF
Ementa Oficial
EMENTA MEDIDA CAUTELAR EM ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE
PRECEITO FUNDAMENTAL. DECISÕES JUDICIAIS DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO E DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO
DA 1ª REGIÃO. BLOQUEIO, ARRESTO, PENHORA, SEQUESTRO E LIBERAÇÃO
DE VALORES EM CONTAS DO PODER EXECUTIVO DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO. PAGAMENTO DE SALÁRIOS E BENEFÍCIOS DE SERVIDORES ATIVOS
E INATIVOS. SATISFAÇÃO DE CRÉDITOS DE PRESTADORES DE SERVIÇOS.
DEFINIÇÃO DE PRIORIDADES POLÍTICAS NA APLICAÇÃO DE RECURSOS
PÚBLICOS. ATO DO PODER PÚBLICO. ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE
PRECEITO FUNDAMENTAL CABÍVEL. ARTS. 1º, CAPUT, E 4º, § 1º, DA LEI Nº
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Ementa Oficial
Ementa: Direito Constitucional. Ação Direta de Constitucionalidade. Reserva de
vagas para negros em concursos públicos. Constitucionalidade da Lei n° 12.990/2014.
Procedência do pedido. 1. É constitucional a Lei n° 12.990/2014, que reserva a
pessoas negras 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento
de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública federal
direta e indireta, por três fundamentos. 1.1. Em primeiro lugar, a desequiparação
promovida pela política de ação afirmativa em questão está em consonância com o
princípio da isonomia. Ela se funda na necessidade de superar o racismo estrutural e
institucional ainda existente na sociedade brasileira, e garantir a igualdade material
entre os cidadãos, por meio da distribuição mais equitativa de bens sociais e da
promoção do reconhecimento da população afrodescendente. 1.2. Em segundo lugar,
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Origem: STF
Ementa Oficial
EMENTA Recurso extraordinário – Direito Previdenciário e Processual Civil –
Repercussão geral reconhecida – Competência para o processamento de ação
ajuizada contra entidade de previdência privada e com o fito de obter complementação
de aposentadoria – Afirmação da autonomia do Direito Previdenciário em relação ao
Direito do Trabalho – Litígio de natureza eminentemente constitucional, cuja solução
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LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 21. ed. rev. atual. e ampl.
São Paulo: Saraiva, 2017.
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 28.ed.- São Paulo: Atlas, 2012
Disponível em:
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=1&subcate
goria=3&ano=2017
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