Aléssia Ataíde Costa Gualberto – 04017093

Desjudicialização dos Conflitos de Consumo

Em nossa sociedade contemporânea, nota-se que a forma de resolução de

conflitos tem sido alvo de constantes e significativas alterações legislativas. Por
desjudicialização de conflitos, compreende-se a edição legislativa que viabiliza a
solução de um problema social, sem a necessidade que tal demanda seja judicializada.

O fenômeno da desjudicialização possibilita a solução de conflitos de forma

eficaz e célere.

É por intermédio da mediação e da conciliação que evita-se o que se chama de

“diálogo de surdos”, quando os contendores não conseguem ouvir o outro e muito
menos chegar a um acordo ao final, dando ouvidos exclusivamente as seus próprios
argumentos e alegações.

No tocante aos consumidores, que continuamente enfrentam conflitos, a

promulgação do Código de Defesa do Consumidor, a Lei 8.078/90, revelou-se com um
precioso progresso na defesa do hipossuficiente na relação de consumo, diante dos
desenfreados abusos cometidos pelos fornecedoras e prestadoras de serviço

Com intuito de atenuar a judicialização de conflitos, que a Secretária Nacional

do Consumidor, lançou em 2014, a plataforma consumidor.gov.br, que se revela como
serviço público para solução alternativa de conflitos de consumo via internet.

 Litígios que antes eram solucionados após anos de tramitação de ações judiciais,
passaram a ser resolvidos em apenas alguns meses e, na maioria das vezes, com um
grau de satisfação maior ao consumidor. Este fenômeno da desjudicialização de
conflitos consumeristas tem contribuído para aliviar a estrutura judiciária brasileira, tão
dilatada pelas inúmeras lides já impetradas, sendo este imenso volume de  demandas
judiciais, em parte, causa da morosidade e consequente ineficácia da prestação
jurisdicional.

Além desta plataforma, o Sindec (Sistema Nacional de Informações de Defesa

do Consumidor) é o sistema informatizado que viabiliza o atendimento realizados
presencialmente pelos Procons de 26 estados, do Distrito Federal e de 536 municípios.
Todas as reclamações são registradas e ficam armazenadas em um banco de
informações nacional.

Finalmente, cabe salientar que tem como causa, a insuficiência do Judiciário, em

descompasso com as transformações sociais, que o Estado não consegue apresentar
soluções céleres e eficazes, fazendo nascer outras possibilidades mais satisfatórias de
solução de interesses.