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DESCARTES DE MATRIZES E REPOSIÇÃO DE PLANTEL

IMPACTO TÉCNICO E ECONÔMICO!

Glauber Machado

Patos de Minas - MG
DISTRIBUIÇÃO ETÁRIA DO PLANTEL
Buscar entre 50 e 55% do plantel entre 3º e 7º partos.
25
20
20
16 15
14 13
% de Fêmeas

15
10
10 8

5 2 1 1
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Ordem de Parto
DISTRIBUIÇÃO ETÁRIA DO PLANTEL
Buscar entre 50 e 55% do plantel entre 3º e 7º partos.
25
20
20

?
16 15
14 13
% de Fêmeas

15
10
10 8

5 2 1 1
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Ordem de Parto
ESTRUTURA DE IDADES (OP)
Exemplo de padrão FLUTUANTE de granja, mostrando as mudanças na proporção
de OP em 24 meses(n=148 rebanhos).

OP 3-5

Leitoas OP zero

meses
Y. Koketsu (2005)
DISTRIBUIÇÃO ETÁRIA DO PLANTEL
DISTRIBUIÇÃO ETÁRIA DO PLANTEL
18,00

16,00 15,35 15,22


14,74 15,00 14,89 14,77 14,86 14,95
14,64
14,14
14,00

12,00

10,00

8,00

6,00

4,00

2,00

0,00
Ciclo 1 Ciclo 2 Ciclo 3 Ciclo 4 Ciclo 5 Ciclo 6 Ciclo 7 Ciclo 8 Ciclo 9 Ciclo 10
CAUSAS DA REMOÇÃO DE MATRIZES

• Falhas reprodutivas • Doenças puerperais


• Problemas locomotores • Causas diversas
• Desempenho histórico • Mortes
• Idade avançada
O mais importante na gestão da produção é analisar e gerenciar o
descarte como:
VOLUNTÁRIO (ESTRATÉGICO-ECONÔMICO)
ou
INVOLUNTÁRIO (BIOLÓGICO)
CAUSAS DA REMOÇÃO DE MATRIZES
Ordem de Parto
Motivos % geral descartes 0 1 2 3 4 5-6 7-8 9
Falha reprodutiva 33,6 64,5 43,5 31,9 28,9 24,7 21,1 12,3 7,5
Desemp. leitegada 20,6 - 14,5 23,7 26,6 32,3 30,4 27,5 21,5
Miscelâneos 13,3 13,2 14,2 14,3 15,6 15,4 13,6 9,5 5,3
Locomotor 13,2 14,4 17,5 16,4 15,6 12,4 11,6 7,1 4,4
Idade avançada 8,7 0,2 0,1 0,3 1,0 2,3 12,0 36,3 54,1
Morte 7,4 5,6 7,0 9,8 9,3 9,2 7,6 5,3 4,4
Doença/Periparto 3,1 2,1 3,2 3,5 2,9 4,2 4,1 1,9 2,5

Fonte: Lucia et al (2000)


CAUSAS DA REMOÇÃO DE MATRIZES
(DIVERSIDADE ENCONTRADA A CAMPO)
CAUSAS DA REMOÇÃO DE MATRIZES
(DIVERSIDADE ENCONTRADA A CAMPO)
CAUSAS DA REMOÇÃO DE MATRIZES
(DIVERSIDADE ENCONTRADA A CAMPO)
DESCARTE
CAUSAS DA REMOÇÃO DE MATRIZES
(DIVERSIDADE ENCONTRADA A CAMPO)
Ainda assim, as FALHAS REPRODUTIVAS são normalmente a causa
principal das remoções precoces de matrizes produtivas:
• Hughes e Varley (2003) – Falhas reprodutivas como principal causa em 10 de
12 casos estudados. 61% dos descartes de primíparas por falhas
reprodutivas.
• Deen (2003) – Leitoas com 16% maior risco de morte no periparto do que as
fêmeas de parição intermediária
• Takai e Koketsu (2007) - Fêmeas de OP 1 e aquelas cobertas durante o
verão representaram a maior proporção das que tornaram-se fêmeas de
risco.
ALTAS TAXAS DE REMOÇÃO DE FÊMEAS JOVENS
ALTAS TAXAS DE REMOÇÃO DE FÊMEAS JOVENS

Leitoas e primíparas apresentam mais chance de retornarem ao estro pós-IA do que


porcas c/OP>1 (Vargas et al, 2007)
ALTAS TAXAS DE REMOÇÃO DE FÊMEAS JOVENS
Análise de remoção por ordem de parto, em diversos rebanhos.

Deen (2003)
ALTAS TAXAS DE REMOÇÃO DE FÊMEAS JOVENS
Análise de remoção por ordem de parto, em diversos rebanhos.

Deen (2003)
CUSTO COM A REMOÇÃO DE FÊMEAS JOVENS
Lucia et al (2000): Dias de rebanho e DNP acumulados na vida útil, de acordo com a
ordem de parto
CUSTO COM A REMOÇÃO DE FÊMEAS JOVENS
Lucia et al (2000): Dias de rebanho e DNP acumulados na vida útil, de acordo com a
ordem de parto
CUSTO COM A REMOÇÃO DE FÊMEAS JOVENS
Lucia et al (2000): Dias de rebanho e DNP acumulados na vida útil, de acordo com a
ordem de parto

Quantos dias
de rebanho
por leitão
produzido,
para cada
ordem de
parto?
CUSTO COM A REMOÇÃO DE FÊMEAS JOVENS

Longevidade é acima de tudo uma questão econômica! Os rebanhos que


apresentam as maiores taxas de retenção até o 3o. Parto são os mais
rentáveis (Rutten-Ramos, 2009; Abel, 2009; Deen, 2003; Lucia, 2000).
GESTÃO DA LONGEVIDADE
Evolução hipotética de estoque de fêmeas em função das perdas
reprodutivas prévias, com taxa de retenção de 86%

Dhuyvetter (2000)
PORCA DESCARTE X LEITOA DE REPOSIÇÃO
(ANÁLISE TÉCNICA)
Médias de nascidos vivos/fêmea/ano para os animais controle e para as leitoas de
reposição, em 3 rebanhos distintos, de acordo com o motivo do descarte e o
contexto produtivo do rebanho (Rutten-Ramos e Deen, 2009).
PORCA DESCARTE X LEITOA DE REPOSIÇÃO
(ANÁLISE TÉCNICA)
Médias de nascidos vivos/fêmea/ano para os animais controle e para as leitoas de
reposição, em 3 rebanhos distintos, de acordo com o motivo do descarte e o
contexto produtivo do rebanho (Rutten-Ramos e Deen, 2009).
DESCARTES ESTRATÉGICOS POR BAIXA PRODUTIVIDADE
Influência do descarte por baixa
Influência do descarte por baixa
produtividade produtividade
sobre nascidos sobre nascidos
totais totais
13,6 13,5
13,4
13,2
13
12,7

Integrall (2009)
12,8
12,6
12,4
12,2
Antes Após
DESCARTES ESTRATÉGICOS POR BAIXA PRODUTIVIDADE
Influência do descarte por baixa
Influência do descarte por baixa
produtividade produtividade
sobre nascidos sobre nascidos
totais totais
13,6 13,5
13,4
13,2
13
12,7

Integrall (2009)
12,8
12,6
12,4
12,2
Antes Após

Quanto melhor o desempenho reprodutivo médio e quanto menor


variabilidade no desempenho, maior será o impacto da remoção de fêmeas de
risco e substituição por leitoas de alta qualidade.
O CONCEITO DE “FÊMEAS DE RISCO”
O CONCEITO DE “FÊMEAS DE RISCO”
Takai & Koketsu (2007):

• fêmeas com recobertura após


retorno;
• fêmeas com duração da
lactação de 0-13d.
• com intervalo desmama-cio ≥ 8
dias;
• com registros de aborto.
O CONCEITO DE “FÊMEAS DE RISCO”
Takai & Koketsu (2007): Fatores que aumentam a
população de fêmeas de risco:
• fêmeas com recobertura após
retorno; • Qualidade da leitoa de reposição
• fêmeas com duração da • Consumo de ração na fase de
lactação de 0-13d. lactação
• com intervalo desmama-cio ≥ 8 • Instabilidade sanitária e imunológica
dias;
• Qualidade dos manejos reprodutivos
• com registros de aborto.
• Qualidade de instalações e manejo
nutricional
TAXA DE PARIÇÃO E NASCIDOS VIVOS EM QUATRO
CATEGORIAS DE FÊMEAS DE RISCO
Subgrupo porcas N° Tx.Parição Nasc. vivos
♀♀ sem Retorno 80.256 85,6% 10,3a
♀♀ c/ Recobertura 10.142 63,4% 10,0b

♀♀ c/registr.Aborto 352 44,0% 9,3a


♀♀ s/registr.Aborto 90.046 83,3% 10,2b

♀♀ c/IDC 0-7d. 71.092 85,2% 10,3


♀♀ c/IDC ≥ 8d. 10.445 76,1% 10,0

♀♀ Lactação 0-13d. 599 69,2% 9,7a


♀♀ Lactação ≥ 14d. 80.974 84,2% 10,2b
(TAKAI & KOKETSU,2007)
TAXA DE PARIÇÃO RECOBERTURAS
LEITOAS “DE RISCO”

Taxa de parição e nascidos vivos em leitoas nos quatro subgrupos de


fêmeas de risco
Subgrupo Leitoas N° Taxa Parição Nasc. vivos
Leitoas sem Retorno cob. 20.291 84,1 % 9,5
Leitoas c/ novo serviço 3221 60.2 % 9,5

Leitoas c/registro Aborto 82 37,8 % 10,5a


Leitoas s/registro Aborto 23376 81,2% 9,5b
Adaptado de Takai, & Koketsu, 2007
REMOÇÃO DE FÊMEAS JOVENS

• Leitoas como população que merece especial atenção:

• Causas:
– a capacidade reprodutiva está sendo testada no 1° serviço;
– não apresentam estro concentrados em dias da semana;
– primíparas tem menor capacidade de consumo na lactação
(catabolismo, falhas c/retorno ao estro – (desenv. folicular, qualidade
do oócito e sobrev. embrionária).
QUALIDADE DA LEITOA DE REPOSIÇÃO
NA DEFINIÇÃO DE IDADE À COBERTURA, LEVAR EM
CONSIDERAÇÃO TAMBÉM A T.P
LEITOAS X DIAS NÃO-PRODUTIVOS
Análise da retenção de leitoas selecionadas x não selecionadas até o 3o. parto

Fonte: Foxcroft (2010)


FOCO NA QUALIDADE DAS LEITOAS DE AUTO-REPOSIÇÃO
(GRANJAS MRF)
Padrão operacional em granjas de alta produtividade (Integrall, 2009):
• Classificação das avós em grupos A,B,C
• Leitoas < 1 kG (2,5%) não são tatuadas
• Pré-seleção na saída de creche (GPD, aprumos, etc)
• Avaliação individual de GPD das leitoas de reposição
– Mínimo 580-600 gramas aos 135-140 dias
• Saúde respiratória e entérica do pool de leitoas
• Ambiente adequado e nutrição ajustada
• Cocho com possibilidade de controle de consumo
• Estoque de avós ajustado a seleção de > qualidade
CLASSIFICAÇÃO DE AVÓS COM
BASE EM PRODUTIVIDADE HISTÓRICA

Fonte: Integrall, 2010.


CLASSIFICAÇÃO DE AVÓS COM
BASE EM PRODUTIVIDADE HISTÓRICA
Por se tratar de uma
característica de baixa
herdabilidade, esta relação
será tanto mais precisa
quanto menor for a
variabilidade no desempenho
reprodutivo do plantel, e
quanto maior for a expressão
do potencial genético das
avós produtivas.
Fonte: Integrall, 2010.
INSTALAÇÕES INADEQUADAS
INSTALAÇÕES ADEQUADAS
INSTALAÇÃO ADEQUADA
COMEDOURO INADEQUADO
COMEDOURO INADEQUADO
COMEDOURO ADEQUADO
IMPORTÂNCIA DA ESTABILIDADE
E CUMPRIMENTO DE METAS!!!
DESCARTES ESTRATÉGICOS E REPOSIÇÃO DE PLANTEL

“Gestão e Planejamento” dos descartes estratégicos só farão efeito


quando conseguirmos definir o que agrega valor e quando
estivermos dispostos a:
1 - fazer escolhas (informação e priorização)
2 - ter atitude
3 - pensar de forma ampla
4 - extrapolar economicamente nossas análises
5 - liderar
DESCARTES ESTRATÉGICOS E REPOSIÇÃO DE PLANTEL
O percentual de fêmeas de risco é muito variável entre os rebanhos, podendo
chegar a mais de 20% do plantel. É fundamental medir e gerenciar esse parâmetro.

Fatores importantes para redução do % de fêmeas de risco:


• Aumento da duração da lactação;
• Aumento do consumo durante a lactação;
• Gestão eficiente da reposição e descartes do plantel;
• Foco na qualidade de manejo das leitoas e taxa de retenção;
• Foco na saúde gênito-urinária do plantel;
• Qualidade de instalações

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