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A planta de café é originária da Etiópia, centro da África, onde ainda hoje faz parte
da vegetação natural. Foi a Arábia a responsável pela propagação da cultura do café
(ABIC). O Brasil se destaca atualmente sendo o principal e maior produtor do mundo,
cultivando majoritariamente a espécie Arábica e em menores proporções a Robusta,
totalizando mais de cento e vinte mil sacas nos últimos 10 anos (MINISTÉRIO DA
AGRICULTURA). Em relação a bebida obtida a diferença entre as duas principais espécies
está nas propriedades sensoriais: Arábica contém características mais afrutadas, atribuídas
ao sabor de amêndoas e chocolate, com baixa acidez , já a Robusta possui um sabor
agreste, com amargor acentuado e menos acidez que a espécie Arábica. Os Estados Unidos
se destaca na importação do café brasileiro, tanto o torrado como o verde e o solúvel. O
grão de café é constituído principalmente de carboidratos, proteínas, cinzas,
ácidoclorogênico e cafeína.
O processo de obtenção de um café de qualidade começa na colheita, a qual pode
ser feita de diversos métodos: derriça de forma manual que é a forma ainda mais utilizada
nos cafezais, onde ocorre a utilização de panos;a dedo, que se trata de um processo no qual
os frutos são colhidos individualmente um por um; e por fim a colheita mecânica, na qual
são utilizadas colheitadeiras que dependem do relevo geográfico para entrarem em
funcionamento. Posteriormente a essa etapa temos a secagem, que consiste em reduzir o
teor de umidade dos grãos para otimizar as etapas seguintes. Tal processo pode ser
realizado de algumas maneiras: natural, onde os grãos de café são secos em terreiros de 5 a
7 dias, em secadores mecânicos, onde o ar aquecido é distribuído de maneira mais
uniforme perante os grãos, mas é um processo de maior custo e por fim a secagem mista
que consiste em realizar uma pré secagem em terreiro e depois uma secagem mecânica
(SCHMIDT, EFRAIM, 2015).
O beneficiamento pode consistir no processo de via seca, via úmida ou via cereja
descascada, nos quais obtemos café em coco, em pergaminho e em descascado
respectivamente. Quando o café chega para iniciar o beneficiamento é necessário a
separação, feita por densidade, a limpeza, realizada por ventilação e um rebeneficiamento
caso seja necessário.
Objetivos
O presente relatório tem como objetivo apresentar como é realizada a
classificação do café após as etapas realizadas na área de cultivo e avaliar sua influência
na qualidade da bebida.
Resultados e Discussões
Com o lote de cafés verdes recebidos pelo grupo foram realizadas separações de
acordo com os defeitos apresentados. A Tabela 1 abaixo mostra a quantidade de grãos
defeituosos e os defeitos apresentados na amostra. Além disso, a tabela mostra também
a equivalência em defeitos. Desse modo, é possível quantificar os defeitos e avaliar o
tipo final ao qual o lote se encaixa.
Tabela 1- Classificação dos defeitos do café
Tipos de grãos Quantidade Equivalência em Defeitos por tipo
defeituosos defeitos
(grão: defeito)
Pau 1 1:1 1
Preto 7 1:1 7
Brocado 16 2:1 8
Marinheiro 60 2:1 30
Chocho 90 5:1 18
Concha 31 3:1 10
Pela análise da tabela, observa-se que os defeitos mais presentes no lote são
grãos ardidos e mal granados, correspondendo a 42% do total. Esses defeitos são
causados devido a colheita de frutos verdes, colheita atrasada, atividade de pragas,
permanência prolongada em contato com o chão e ocasionam mudanças na cor, na
torração, aspecto e nas características da bebida final. Um grão com defeito mal
granado, por exemplo, equivale a um grão com formação incompleta, apresentando
pouca massa e, às vezes com a superfície enrugada.De acordo com a quantidade final de
defeitos calculada, pode-se enquadrar o café verde analisado como sendo do tipo 8,
pois, segundo a Tabela Brasileira de Classificação, cafés do tipo 7 apresentam 160
defeitos enquanto do tipo 8, 360. Como a amostra possui 251 defeitos, pode-se concluir
que o café se encaixa no tipo mencionado.
Cafés do tipo 8 apresentam os menores preços no mercado, devido à quantidade
de defeitos que apresentam. Dessa forma, quanto mais se evita grãos defeituosos, mais
aumenta a cotação da saca, pois grãos melhores produzem bebidas de melhor qualidade
e mais refinadas, podendo ser vendidas a preços mais elevados.
Após a análise e separação por defeitos dos grãos de café pelos grupos, foram
feitas amostras da bebida com pó de grãos diferentes daqueles separados. Dessas
bebidas foram encontradas as seguintes características apresentadas na Tabela 2:
Tipo 6 8 8 8 8 8 7 8
Corpo levemente leve encorpado alto levemente leve levemente bem líquido
Bebida encorpado encorpado encorpado
Acidez regular pouco ácido ácido ácido pouco ácido pouco ácido ácido pouco ácido
Bebida
Sabor do agre amargo amargo amargo; levemente amargo; amargo Bom mas
Café queimado adocicado fraco amargo
Conclusão
Conforme as analises dos dados obtidos, observou-se que o café que contém
maior quantidade de defeitos são o de menor qualidade. Devido a grande quantidade de
defeitos encontrados durante a aula, a maioria dos cafés foi classificada como tipo 6, 7 e
8. Os tipos de café produzidos na máquina podem ser diferenciados pelo corpo da
bebida, já que estes destoam de uma bebida para outra. Em contra partida, não foi
encontrado nenhum sabor estranho nos cafés. Também pode-se observar que todos
possuem um gosto amargo e pouco ácido, embora as qualidades sejam diferentes.
Referências Bibliográficas
A História do Café do Cafeeiro à Xícara. Blog Café Fácil. Disponível em:
<http://www.cafefacil.com.br/blog/tag/grao-mal-granado/> Acesso em: 26 abr 2015