Você está na página 1de 15

TPOL VIII

O Inconsciente freudiano

e as Tópicas Psíquicas
Dicionário enciclopédico de Freud a
Lacan) (Pierre Kaufmann. (Fls. 265)

Lucy de Castro
27/07/2019
Teoria Psíquica em Freud

Desde 1895, quando introduziu a referência ao


Inconsciente, (Projeto para uma Psicologia
Científica, em as Origens da Psicanálise) Freud
pensava em uma tópica psíquica estruturada de
um modo plurissístêmico, com interferências intra
e intersistêmicas.
1ª Tópica
(1900 -1920) – ele expõe no capítulo VII de a Interpretação
dos Sonhos, sua 1ª Tópica: o Inconsciente (Ics) é
circunscrito como um sistema radicalmente separado pela
“instância da 1ª censura” do sistema Pré-Consciente (Pcs),
por sua vez separado pela segunda censura, do Consciente
(Cs). O Pré-Consciente estaria instituído como um sistema
tampão entre o Ics. e o Consciente, parece partilhar
sobretudo da as propriedades do sistema Cs.
2ª Tópica
(1920-1923), Freud propõe o esboço de uma segunda tópica, que tem
início com Além do Princípio do Prazer (1920g) devido a várias
reformulações teórico-clínicas – a reconsideração da 1ª teoria das
pulsões, uma reflexão sobre o papel desempenhado pelas diferentes
identificações, a noção do Narcisismo, que enfatiza o eu e seu
desenvolvimento. É mantida aqui a organização do aparelho psíquico
de modo multissistêmico, definida em três instâncias diferenciadas
(1923): o isso (id), o eu (ego) e o Supereu (superego). O Inconsciente
(Ics.), o Pré-Consciente (Pcs.) e o sistema Percepção/Consciência (Pc-
Ps) são integrados nessas novas instâncias.
2ª Tópica

Uber-Ich:
Supereu

Ich: Eu

Es: Isso
2ª Tópica
Enquanto na 1ª Tópica, o recalcamento originário
instaurava uma cisão radical entre o Ics e o Cs, na
segunda tópica, os sistemas do isso e do eu se
interpenetravam de tal forma que o segundo (o eu) se
diferencia progressivamente, a partir do primeiro (isso),
sob a influência do mundo externo.
2ª Tópica
O Inconsciente até aqui substantivo, passa a tributo. Ele
aqui não se superpõe exatamente à dimensão do
recalcado. Embora, aplicando-se sobretudo ao isso / id
(das Es, reservatório pulsional do ser) qualifica também
uma parte profunda do eu, próxima do isso e no limite
do pré-consciente , e diz respeito também ao
Supereu, herdeiro do Complexo de Édipo.
2ª Tópica
Essa segunda tópica vai abrir caminho para muitas questões, mas,
insiste sobre as relações intersistêmicas de dependência e
independência entre si, e permite diferenciar formações específicas
como o eu ideal e o Ideal do Eu ,, parecendo priorizar o princípio da
realidade ao invés do princípio do prazer .

Esboça a noção da formação do sujeito em correlação com o


desenvolvimento do eu – Lacan vai distinguir o Eu do Sujeito, para
chegar à noção do Sujeito do Inconsciente.
1938: 3ª Tópica?
Em 1938, em seu texto inacabado “O Esboço da Psicanálise” Freud
parece propor uma 3ª Tópica, que faria a síntese das duas primeiras,
afirmando que todo o psiquismo é Inconsciente, exceção feita ao
consciente dos Filósofos.

O Inconsciente e o Isso são coextensivos, sua ligação ainda é mais


exclusiva do que a que liga o Pcs e o Eu. O Isso é ao mesmo tempo
originário, inato e constituído pelo recalcado quando do desenvolvimento
do eu.
1938: 3ª Tópica?
Contrariando a segunda tópica, Freud parece
retornar à ideia de uma divisão topográfica radical
entre o Isso e o Eu, coincidindo com a cisão
Ics/Pcs/Cs.

Lacan afirma em Televisão que não há que rediscutir


o Inconsciente – o melhor “achado” de Freud.
1938: 3ª Tópica?
Lacan, leitor de Freud ao situar o Inconsciente como um dos quatro conceitos
fundamentais leva Freud adiante ao em uma síntese das duas tópicas do
aparelho psíquico. No tempo inaugural (Retorno a Freud) faz convergir o
registro do Inconsciente com os processos de simbolização – onde Freud
sublinhava a preeminência das palavras da fala da Associação Livre, Lacan
formula a hipótese do “Inconsciente estruturado como uma Linguagem “, `A
“outra cena “ Lacan responde com “O Inconsciente é o discurso do outro”

Era apenas o começo. Lacan passa de uma concepção estrutural a concepção


topológica do inconsciente.
INCONSCIENTE
Psicologia do EU – Ego-Psycohology

Desenvolvida em 1930, tem sido a Escola de Psicanálise


dominante, na International Psycho-Analytical Association
(IPA);

Funda-se no modelo de estrutura psíquica inicial da 2ª Tópica


freudiana, proposta no “O eu e o isso” (1923), que
compreende três instâncias: o Isso, o Eu e o Supereu.
Psicologia do EU – Ego-Psycohology

O Eu desempenha um papel mediador entre as demandas


conflitantes do Isso (id) instintivo, o Supereu moralista e a
realidade externa.

Muitas obras foram escritas centradas no Eu, sendo a de Anna


Freud uma das primeiras, com o título: O eu e os mecanismos
de defesa (1936);
Psicologia do EU – Ego-Psycohology

Outras obras centradas no Eu foram escritas, sendo a que prevaleceu e


passou a ser considerada fundamental na Psicologia do Eu, a de Heinz
Hartmann (1939), considerada agora o texto fundamental “A Psicologia
do Eu e o problema da Adaptação”.

A Psicologia do Eu foi levada aos Estados Unidos pelos analistas


austríacos que emigraram ao final da década de 1930, e tem sido
dominante não só nos Estados Unidos como em toda a IPA, que se
apresenta como herdeira da Psicanálise freudiana em sua forma purista.

Você também pode gostar