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DOENÇAS DE TRATO GASTROINTESTINAL 1 Prof.

José Aroldo Filho


goncalvesfilho@nutmed.com.br

SAÚDE ORAL
O processo de cárie começa com a produção de ácidos
O desenvolvimento dental primário ocorre nos primeiro como um subproduto do metabolismo das bactérias da
trimestre gestacional, sendo o processo de mineralização cavidade oral.
iniciado ao redor do 4º. Mês e continua através dos anos
da pré-adolescência. A descalcificação da superfície do esmalte continua até
que a ação tamponante da saliva seja capaz de elevar o
Os dentes são formados pela mineralização de uma matriz pH.
protéica. Na dentina a proteína é o colágeno, já o esmalte
consiste em proteína similar à ceratina. Eventos: formação da placa, produção de ácidos e
deterioração dos dentes.
Além disso, os sais de cálcio e fósforo são depositados em
cristais de hidroxiapatita e o fluoreto, adicionado à O fluxo salivar remove os alimentos ao redor dos dentes e
hidroxiapatita, fornece resistência à cárie em ambos os por meio de um sistema tampão, neutraliza o metabolismo
períodos de desenvolvimento pré e pós-natal. ácido bacteriano.

I. CÁRIE DENTAL A produção salivar diminuída (decorrente de estado como


sono, síndrome de Sjögren, efeito colateral do jejum,
A cárie dental é um processo infeccioso evitável da secundária à irradiação do pescoço ou por uso de
cavidade oral, na qual metabólitos ácidos orgânicos medicações) é conhecida como xerostomia, e pode ser um
produzidos pelos microrganismos da cavidade oral leva à fator que auxilia à formação de cáries.
desmineralização gradual do esmalte, seguida por rápida
destruição proteolítica da estrutura dental. São medicações que causam xerostomia:
- anticonvulsivantes;
Os principais objetivos nutricionais no que diz respeitos à - antidepressivos;
- anti-histamínicos;
carie dental consistem em promover alterações nos
- anti-hipertensivos;
hábitos alimentares, privar as bactérias de substratos, - diuréticos;
reduzir a acidez bucal, manter o pH o mais neutro possível - narcóticos;
(7,0) e manter as superfícies dentárias em contato - sedativos;
constante com flúor, de acordo com a orientação de - tranqüilizantes.
dentista.
Existem diferentes padrões de cárie que descrevem a
Possui etiologia multifatorial e estão envolvidos os localização e a superfície dos dentes afetados. Mais
seguintes fatores: comuns são:
- susceptibilidade do hospedeiro; - cáries de raiz, acomete a superfície da raiz dos dentes
- microrganismos como Streptococcus mutans, secundários à retração gengival, é o principal padrão de
Lacotbacillus casein, Streptococcus sanguis. cárie em idosos.
- presença de CHO fermentáveis;
- tempo para fermentação até pH <5,5. A retração gengival é decorrente de doença periodontal.
Essa superfície radicular não possui esmalte sendo mais
Fatores relacionados à cariogenicidade: vulneráveis.
 ALIMENTOS CARIOGÊNICOS  diminuem o pH<5,5,
- cáries linguais, acomete a superfície voltadas para a
produzindo ácidos. Ex: caramelos e balas.
língua (visto muito em pacientes com vômito induzido).
 ALIMENTOS CARIOSTÁTICOS  não são
metabolizados pela placa e não diminuem o pH para níveis
O uso do fluoreto é o agente anticárie disponível mais
<5,5. Ex.: proteínas e gorduras.
efetivo. Mecanismo de ação:
 ALIMENTOS ANTICARIOGÊNICOS  impedem a placa - é incorporado no esmalte e na dentina, formando a
de reconhecer o alimento. EX.: gomas de mascar ricas em fluorapatita, junto com o cálcio e fósforo, sendo mais
poliálcool (manitol, xilitol).
resistente à ação ácida;
 Líquidos  limpeza; - produz a remineralização das superfícies dentais com
 Fibra (celulose)  limpeza e irrigação; lesões de cáries iniciais;
 Consistência  líquida é menos cariogênica que a - ajuda a deter os efeitos prejudiciais das bactérias na
normal (tempo de aderência menor); cavidade oral, interferindo na ação de ácidos.
 Seqüência e combinação de alimentos;
 Higienização; CUIDADO PREVENTIVO
 Aderência à superfície dos dentes;
 Substrato adequado e dente suscetível. Em tratamento clínico-nutricional das cáries, e. alimentos
 Fatores dietéticos de prevenção anticariogênicos, inclui-se os queijos Cheddar envelhecido,
Monterey Jack e suíço, em função da caseína, cálcio e
A dieta deve ser normoglicídica, sem concentração de fosfatos encontrados nos queijos. Além disso, gomas de
sacarose, normolipídica, normo a hiperprotéica (0,8 – mascar ricas em alcoóis de cinco carbonos, como o xilitol,
também possuem efeito protetor.
1,2g/kg).

Aumentar a ingestão de líquidos. Fibras em especial


celulose. Aumentar o fracionamento e diminuir o
volume. Temperaturas sem extremos.
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diminuir, inclusive sal e alimentos picantes. Ácidos e
bebidas gasosas – evitar.

VI.CÁRIE DE PRECOCE DA INFÂNCIA (MAMADEIRA)

A cárie de mamadeira descreve o padrão de alimentação


por mamadeira, devido à alimentação prolongada, rica em
açúcar, preferencialmente à noite. Acomete os dentes
anteriores superiores de menores de 2 anos.

As características incluem lesões de cárie e presença de


lesões nas superfícies dos dentes não associadas com alto
risco de cáries. O tratamento consiste em dieta e educação
nutricional de pais e provedores de cuidados.

VII.EDÊNTULOS
II. GENGIVITE
A terapia nutricional tem como objetivo proporcionar
A gengivite é uma forma precoce de inflamação e infecção consistência adequada para alimentação do paciente com
da gengiva ao passo que a periodontite é decorrente da ausência de dentes ou em uso de próteses removíveis, o
perda gradual da ligação do dente ao osso. O fator que inclui alimentação de branda a pastosa.
etiológico é a placa bacteriana. Um dos fatores etiológicos
é a presença da placa no sulco gengival, produzindo
VIII.CÂNCER DE BOCA
toxinas que destroem o tecido e levam às perdas
dentárias. A falta de vitamina C, folato e zinco aumenta a
permeabilidade da barreira gengival no sulco gengival, Normalmente, a mastigação, deglutição, salivação e
aumentando a suscetibilidade para doenças periodontais. paladar são afetados. Extensas cáries dentárias
(cáries de radiação), necroses ósseas
 Tratamento dietético: dieta hiperprotéica (1,2 – 1,4g/kg (osteorradionecrose) e infecções por patógenos
- promover a cicatrização, atender às necessidades oportunistas podem ocorrer. Quando a QT é
aumentadas – inflamação, infecção e febre) e instituída como tratamento, podem ocorrer náuseas,
normoglicídica (sem concentração de sacarídeos vômitos e anorexia. Deve-se monitorar a disfagia,
simples para evitar fermentação e dada a sua dificuldades de mastigação, prevenir a desnutrição,
cariogenicidade), lipídeos normais.
adaptar a dieta aos efeitos indesejáveis do
 Fibras modificadas pela cocção e vitaminas aumentadas
(Vitamina C, A e complexo B).
tratamento QT, RT e/ou cirúrgico.
 Temperatura: morna a fria, sem extremos.

III.GLOSSITE

 Tratamento dietético: dieta hiperprotéica (1,2g/kg) e


normoglicídica (sem concentração de sacarídeos
simples para evitar fermentação e dada a sua
cariogenicidade), lipídeos normais.
 Fibras modificadas pela cocção e vitaminas aumentadas
(complexo B).
 Temperatura: ambiente a fria, sem extremos.
 Evitar bebidas carbonatadas.

IV.QUEILOSE

 Tratamento dietético: dieta hiperprotéica (1,2g/kg -


promover a cicatrização, atender às necessidades
aumentadas) e normoglicídica (sem concentração de
sacarídeos simples para evitar fermentação e dada a sua
cariogenicidade), lipídeos normais.
 Fibras modificadas pela cocção e vitaminas aumentadas
(complexo B).
 Temperatura: morna a fria, sem extremos.
 Evitar bebidas carbonatadas.

V.MUCOSITE E ESTOMATITE

A dieta deve ser normoglicídica, sem concentração de


sacarose, normolipídica, normo a hiperprotéica (1,0 –
1,2g/kg).

Aumentar a ingestão de líquidos. Fibras abrandadas pela


cocção. Aumentar o fracionamento e diminuir o
volume. Temperaturas sem extremos. Condimentos

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 Ingestão de churrasco (Dan, 2009)

Fatores de risco não nutricionais:

 Tabagismo e alcoolismo (Efeito Sinégico!)


 Exposição prolongada aos raios de sol.
 Má higiene bucal (Dan, 2009)

Fatores de Preventivos para Câncer de Cabeça e


Pescoço:

Dieta rica em vitaminas A, C e E, consumo freqüente


de frutas e verduras cruas, laticínios e óleos vegetais :
EFEITO PROTETOR!
Tratamento: Ressecção cirúrgica - preferencial,
irradiação regional ou quimioterapia.

Efeitos Nutricionais dos Tratamentos:

Tratamentos antineoplásicos para carcinoma de cabeça e


pescoço como a radioterapia, pode promover significativa
perda de peso, com consequente má nutrição,
desidratação, internação hospitalar, redução da eficácia do
tratamento, redução na qualidade de vida e da sobrevida
(Dan, 2009).

Estudos demonstraram associação entre o IMC e a


evolução clínica nesses pacientes. Pacientes com o IMC >
a 25 Kg/m² obtiveram melhor resposta ao tratamento.
Portanto o IMC pode ser um importante indicador a ser
considerado na avaliação clínica para determinar o
tratamento antineoplásico mais adequado para os
pacientes com câncer de cabeça e pescoço.
DOENÇAS DA BOCA E OROFARINGE
A ressecção radical e a reconstrução cirúrgica para
 CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO tratamento do câncer oral, faringe e laringe
frequentemente reduz a capacidade dos pacientes para
Tipo de câncer que é mais comum em homens (3x alimentação com ingestão oral adequada e, dependendo
mais que em mulheres) e na população asiática. Local da técnica cirúrgica utilizada, é necessário repouso oral por
mais afetado é a laringe, seguido da cavidade oral, faringe tempo variado, que pode chegar a 30 dias se ocorrer
e glândulas salivares (Chemin). complicações (Dan 2009).

O diagnóstico geralmente é tardio (Dan, 2009). A Se o paciente com câncer oral for incapaz de comer por
maioria dos pacientes já apresenta perda de peso e períodos prolongados, o suporte nutricional pode ser
desnutrição, causados pela dificuldade de alimentação fornecido por alimentação através de sonda, se o resto do
decorrente da massa tumoral, obstrução, infecção e trato GI permanecer funcional. Alimentação por
ulceração oral, ou alcoolismo (Krause). gastrostomia pode ser utilizada se a alimentação de longo
prazo por sonda for necessário. Se a alimentação oral for
possível após a cirurgia, as recomendações alimentares
Pode ser classificado de acordo com a sua localização gerais incluem alimentos líquidos e tenros, de fácil
(Chemin): mastigação e deglutição e refeições frequentes de
densidade calórica relativamente elevada. São preferíveis
Orofaringe: Base de língua, amígdalas, palato mole, úvula carboidratos complexos aos açúcares simples (Krause
e paredes da faringe; 2010)
Nasofaringe: Parte posterior da cavidade nasal e as
paredes da faringe. Inferiormente, a nasofaringe termina Devido à localização da neoplasia ocorrem problemas com
formando uma linha imaginária abaixo do palato mole. a mastigação, secreção de enzimas pelas glândulas
Hipofaringe: Menos comum a ocorrência de neoplasia. salivares e deglutição dos alimentos, associados aos
efeitos da radioterapia (cáries dentárias,
Fatores de Risco para Câncer de Cabeça e Pescoço: osteorradionecrose e infecções locais) e da quimioterapia
(náuseas, vômitos e anorexia).
Fatores de risco nutricionais:
Aspectos fisiopatológicos no pós –operatório:
 Alto consumo de alimentos defumados ou tratados  Resposta inflamatória, dor e imobilidade
com sal e nitritos: > relação com Ca de nasofaringe.  Substituição estrutural da mucosa
(Chemin)  Alteração da motilidade do EES
 Alto consumo de carnes vermelhas (suínas e  Redução da função motora e sensitiva da boca.
processadas), ovos, manteiga e gorduras totais: >
relação com Ca de cavidade oral, orofaringe e laringe. Objetivos da terapia Nutricional:
(Chemin)  Prevenir e corrigir perda de peso e desnutrição
 Uso da erva-mate (Chimarrão) é outro fator de risco  Favorecer a cicatrização da incisão cirúrgica
para câncer de orofaringe. (Chemin e Dan, 2009)  Facilitar ingestão adequada (realizar modificações)

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 Evitar broncoaspiração. DOENÇAS DO ESÔFAGO
Tabela 1 – Indicação e recomendações de NE no pós - Os distúrbios do esôfago podem ser causados por
operatório de ressecções de Boca, orofaringe e esôfago transtorno do mecanismo de deglutição, obstrução,
(Dan, 2009). inflamação ou função anormal do esfíncter. (Krause)
As doenças mais freqüentes são as doenças do
refluxo gastroesofágico e a hérnia hiatal. (Chemin)

 DISFAGIA (Dan 2009 / Chemin 2011)

Definição:

Desordem na deglutição e/ou potencial desabilidade


em deglutir com prejuízos na segurança, eficiência e
na qualidade de comer e beber.

É uma das queixas mais freqüentes dos pacientes


com afecções do TGI alto, principalmente os cirúrgicos,
além de odinofagia e refluxo gastroesofágico.

Os objetivos da dietoterapia para pacientes com


disfagia são:
 Prevenir a aspiração e sufocação;
 Facilitar uma alimentação e deglutição segura e
independente;
 Melhorar e/ou manter o estado nutricional e a
hidratação.

A adaptação da dieta visa:


 Atingir as necessidades calórico-proteicas;
 Minimizar os sintomas e dor e/ou desconforto.
 AMIGDALECTOMIA (Krause) A deglutição acontece em três fases:
1- Oral
As amígdalas são tecidos linfáticos e fazem parte do 2- Faríngea
sistema imunológico; As cirurgias, atualmente, são pouco 3- Esofágica
freqüentes.
Embora, a doença esofágica conduza o raciocínio de
Objetivos da amigdalectomia (tonsilectomia): focar apenas na fase 3, é demonstrado que os outros
 número e freqüência de infecções do ouvido, segmentos também podem apresentar algum
amigdalites e sinusites. comprometimento. Na doença esofágica com presença de
disfagia/odinofagia a conduta é:
Conduta nutricional  Modificação na textura se necessário;
 Preferir: alimentos frios, tenros, sabor suave e  Indicação de suplementos nutricionais.
consistência amolecida e úmida - proteção contra
sangramento; A utilização de modificadores de consistência, além de
 Primeiras 24h: Utilizar alimentos de melhor favorecer a deglutição, aumenta o aporte calórico e diminui
aceitação como: bebidas lácteas (leite, leite maltado o risco de aspiração.
e gemadas), sorvete, pêra e pêssego ou damasco;
 No 2º dia: Introdução de líquidos mornos e De acordo com o Dan, a textura é modificada de
alimentos macios, após este período introdução de acordo com o grau de disfagia, como:
alimentos quentes. Grau 1 2 3 Normal
 Dieta normal instituída de 3 a 5 dias. Grau de Grau de Grau de Qualquer
purê: purê, alteração maciez: alimento
 CIRURGIA BUCOMAXILOFACIAIS (Chemin) preparações mecânica: Sólidos de
homogêneas Semi-sólidos, macios, textura
Impossibilidade variável de mastigação no pós-operatório e pudins frutas e carnes, frutas e sólida
por período variável: em torno de 10 dias. No pós-op. o vegetais vegetais
paciente pode apresentar náuseas e vômitos por deglutir
muita quantidade de sangue. Quando a doença esofágica está acompanhada da
desnutrição (perda ponderal >10% do Peso Habitual por
Conduta Nutricional período  a 6 meses) torna-se necessária a associação de
 Aumentar fracionamento; outras vias para administração de nutrientes e calorias
 Fornecer via oral líquida (suplementada e (sondas nasoenterais ou ostomias).
incrementada para atingir o VET) ou enteral com
o uso de sondas passadas durante a cirurgia;  Chemin 2011, tendo em vista que a disfagia
 A partir da possibilidade de mastigação a orofaríngea afetará principalmente a ingestão de líquidos,a
consistência da dieta deve progredir até geral. preocupação com a oferta hídrica é um ponto importante.
A reposição via enteral ou endovenosa, deverá ser
considerada.
Deve ser avaliada a textura e a viscosidade dos
líquidos ingeridos.

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A viscosidade é um aspecto importante da (células que recobrem a parte distal do esôfago se tornam
alimentação oral, uma vez que expressa a resistência do anormais e pré-malignas), que é responsável pela
líquido ao fluxo. Líquidos espessados podem ser incidência crescente de Adenocarcinoma de esôfago
utilizados, pois permitem melhor controle oral sobre o bolo (Krause).
alimentar e proporcionam um tempo maior para que o
reflexo da deglutição seja desencadeado. Líquidos ralos A disfagia que ocorre no refluxo depende do tamanho
tendem a ser aspirados. do bolo alimentar, do diâmetro luminal, da contração
peristáltica, da inibição da deglutição e do relaxamento e
Classificação dos líquidos conforme viscosidade: contração do EES e EEI, e pode ser classificada como
- Ralo: líquidos regulares, sem alteração (ex: leite); orofaringeana (alterações da deglutição) e esofagiana
- Néctar: líquidos levemente espessados, mas finos o (Tipo obstrutiva - diminuição do lúmen esofageano e tipo
suficiente para poder ser ingeridos aos goles, sem colher motora - alteração da peristalse ou no EEI). (Chemin)
(ex: leite batido com fruta e mingau ralo);
- Mel: líquido espessado que deverá ser consumido com Fatores causais da esofagite AGUDA: Ingestão de
colher (ex: mingau grosso); agente corrosivo, radiação, inflamação viral e intubação. A,
- Pudim: apresentam aparência sólida, devem ser Krause (2010) coloca os fatores causais descritos abaixo
consumidos com colher, mas rapidamente desfazem-se na (esofagite crônica) como fatores causais da esofagite
boca (ex: flan). aguda.

 ACALÁSIA (Cuppari, 2005) Fatores causais da esofagite CRÔNICA/REFLUXO:


Hérnia hiatal, pressão reduzida do EEI, tabagismo,
Também chamada de dissinergia esofágica é um pressão abdominal aumentada, esvaziamento gástrico
distúrbio da motilidade do esôfago inferior. A destruição do retardado e vômitos recorrentes (Krause).
plexo de Auerbach causa diminuição da inervação
colinérgica da musculatura esofágica. Isso leva a * O fumo e o uso crônico de aspirina ou AINES
hipertonia e não relaxamento do esfíncter esofagiano também podem aumentar o risco de esofagite em pessoas
inferior, resultando em disfagia e dificuldade de deglutição. suscetíveis (Krause).
A tendência é que a disfagia piore, permitindo somente a
passagem de líquidos. Fatores que influenciam a pressão do EEI:
esclerodermia, tabagismo, dietas e relaxantes da
Durante a alimentação, o esôfago passa a acumular musculatura lisa, gestação, anticoncepcionais
os líquidos ingeridos e com a pressão da gravidade ocorre orais(progesterona) e estágio final do período menstrual
a abertura do EEI, com a passagem de pequenos volumes (Krause)
para o estômago.
Fatores que interferem na GRAVIDADE da esofagite:
Toda esta dificuldade em alimentar-se provoca piora Composição, freqüência e volume do refluxo gástrico;
do estado nutricional. resistência da mucosa; velocidade de esvaziamento do
A dieta deve ser hipercalorica, hiperprotéica e a esôfago e velocidade de esvaziamento gástrico (Krause)
consistência adequada ao grau de disfagia. Se houver
disfagia para líquidos  iniciar nutrição enteral Recentemente foram descritas diferenças entre DRGE
erosiva e não erosiva e DRGE diurna e noturna. A DRGE
 REFLUXO GASTROESOFÁGICO (DRGE) E erosiva noturna é considerada associada a sintomas mais
ESOFAGITE graves e mais prolongados. A DRGE noturna está
relacionada a alteração da fisiologia e anatomia durante o
O refluxo do conteúdo gástrico para o esofago ocorre sono por diminuição das secreções salivares e da
geralmente em indivíduos saudáveis e alguns até deglutição, diminuindo a motilidade GI e exposição
apresentam sintomas clássicos como azia periodicamente. prolongada a ácidos e posição supina (Krause).
Entretanto, de 7% a 8% da população apresenta azia
diária, resultante do refluxo freqüente do conteúdo Tratamento Nutricional
gástrico, e algumas vezes duodenal, para o esôfago
(Krause). Objetivos: (Krause e Cuppari, 2005)
1- Prevenir o RGE
Os fatores predisponentes envolvem a hérnia hiatal, os
2 - Evitar dor e irritação da mucosa
hormônios envolvidos com a gravidez e anticoncepcionais
3 - Diminuir a acidez das secreções gástricas.
orais (progesterona), a obesidade, a úlcera péptica com a
4 - Corrigir e manter o peso ideal.
presença da bactéria Helicobacter pylori , a esclerose
sistêmica progressiva e o uso de antiinflamatórios não
esteróides (Chemin).
Objetivos: (Chemin)
1 - Recuperar o estado nutricional;
2 - Promover educação nutricional;
O quadro clínico cursa com pirrose, disfagia regurgitações,
3 - Evitar o refluxo gastroesofágico;
dor retroesternal baixa ou atrás do apêndice xifóide co
4 - Evitar a progressão das lesões já presentes;
irradiação e sialorréia (Chemin). E ainda eructações e
5 Minimizar ou evitar os efeitos colaterais e as
espasmo esofageano (Krause). Manifestações como
interações droga – nutriente.
irritação da faringe, pigarro, rouquidão e agravamento de
sintomas asmáticos também podem ocorrer (Krause).

Doença prolongada esofagite (inflamação do


esôfago),erosão, ulceração, hemorragia, perfuração,
estenose e disfagia.

A maior preocupação com pacientes com refluxo de


longa duração é o desenvolvimento do esôfago de Barrett

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Características da Dieta:

CARACTERÍSTICAS RECOMENDAÇÃO NUTRICIONAL


Krause  Fase aguda, esofagite grave: evitar líquidos
Consistência da dieta Cuppari e Chemin 2011  Fase aguda: líquida ou semi-líquida, com evolução até geral com melhora da disfagia

Dan  Até 10 refeições/dia


Fracionamento Cuppari e Chemin 2011  6 a 8 refeições ao dia de pequenos volumes
Chemin  Aumentado  evitar a distensão, o desconforto e o  da pressão abdominal
Volume Chemin  Diminuído e concentrado, evitando a distensão intra-abdominal e a estimulação do acido gástrico.
Temperatura Dan  mornas, evitando-se extremos
Chemin  Normal, de acordo com a preparação.
Líquidos Cuppari e Chemin 2011 Entre as refeições

Cuppari  Suficiente para manter o peso ideal, se necessário promover a perda de peso
VET Chemin  ANP, evitando a obesidade, com o intuito de  a pressão intra-abdominal e, com isso,  a pressão
do EEI, que resultará em diminuição do refluxo.
Lipídios Cuppar e Chemin 2011  Hipolipídica (< 20% das calorias totais)
Cuppari  Colecistoquinina e secretina  pressão do EEI (Obs.: gastrina  pressão do EEI)
Proteínas Chemin  Hiperprotéica, em decorrência da liberação de gastrina, que auxiliar no  da pressão do EEI e na
cicatrização.
Sacarídeos Chemin  Normo tendendo a hipoglicídica, para evitar a fermentação e o desconforto abdominal.
Vitaminas Chemin  ANP e às interações com fármacos.
Minerais Chemin  ANP, dando importância ao ferro, em decorrência da interação medicamentosa que pode causar
anemia (antiácidos).
Evitar medicamentos Teofilina
que  pressão do EEI -adrenérgicos
(Chemin)
Diminuem a pressão EEI: gorduras, álcool e carminativos (hortelã e menta), refeições grandes e de alto teor de
gordura (Krause e Dan). Segundo Cuppari/ Chemin 2011: café, mate, chá preto, chocolate. Apenas Cuppari:
teobromina e xantinas.

Irritam a mucosa inflamada: frutas cítricas, sucos cítricos, tomate (Cuppari, Dan, Chemin 2011), refrigerantes,
condimentos (pimenta vermelha e do reino). Em raras condições: alimentos ásperos (batatas fritas, bolachas
crocantes e cascas secas)

Excluir alimentos que: Estimulam secreção ácida: café, bebidas alcoólicas fermentadas (cerveja e vinho), chocolate, refeições volumosas
ricas em gordura e proteínas (Krause) Segundo Cuppari e Chemin, alimentos com alto teor de purinas (consome de
carne)

Acentuam o refluxo (Dan): álcool, alimentos xantinados (chocolate, café, chá-mate ou preto), bebidas alcoólicas,
licorosas, principalmente à base de menta e hortelã, alimentos e preparações gordurosas.
OBS: Estes alimentos devem ser evitados e quando consumidos devem ser acompanhado de outros alimentos (Dan)

Chemin  Caldos concentrados em purinas  excitantes da mucosa GI,  secreção ácida.


Infusos concentrados   pressão do EEI e são excitantes da mucosa GI,  secreção ácida e produzem
dispepsia.
Alimentos de difícil digestibilidade, flatulentos e fermentáveis  para evitar distensão abdominal, desconforto e
 da pressão intra-abdominal.
Refrigerantes a base de cola, chocolate, suco de laranja, tomate e carminativos (hortelã e menta)   pressão
do EEI.
Café e bebidas alcoólicas   secreção ácida.

Optar por alimentos que: Dan e Chemin  Evitam o refluxo: leite desnatado (libera gastrina e  pressão EEI)

Evitar ficar deitado após as refeições, elevar a cabeceira  evitar refluxo, aspiração e outras complicações
(Cuppari/Chemin)
Elevar cabeceira da cama em 10 a 15 cm, para diminuir a probabilidade do refluxo noturno(Krause, 2010)
Fazer refeições até/ 3 a 4 horas (Krause, 2010)) / 02 horas (Cuppari) antes de dormir (medida mais eficaz)
Evitar usar roupas apertadas  aumentam a pressão intra-abdominal e diminuem a pressão do EEI (Cuppari /
Chemin)
Modificação Evitar o tabagismo (reduz a pressão do EEI) (Krause / Chemin) Chemin fala ainda que  o refluxo,  resposta
comportamental secretora à gastrina,  a habilidade da cimetidina e de outros fármacos usados para diminuir a secreção ácida
noturna.
Evitar a obesidade e se apresentar excesso de peso, emagracer (Cuppari e Krause, 2010)
Evitar atividade física vigorosa após alimentar-se  diminui a pressão do EEI (Krause/Chemin)
Manter horários regulares de alimentação, para não comer demais (Cuppari)
Antagonistas de receptor de histamina-2
Tratamento clínico Inibidores da bomba de prótons – (Tratamento mais eficaz)
(Krause) Antiácidos
Agentes pró-cinéticos – São usados em pessoas com retardo do esvaziamento gástrico.
Tratamento cirúrgico Fundoplicatura (Pacientes com doença grave que não responderam ao tratamento medicamentoso após 3 a 6 meses)

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Resumindo, segundo a KRAUSE (2013)  Além da  CÂNCER DE ESÔFAGO (Dan 2009)
modificação comportamental, que inclui comer dentro de 3
a 4 horas antes de se deitar, deitar após as refeições, Pacientes com câncer avançado de esôfago desenvolvem
evitar roupas apertadas e evitar o tabagismo, fique atento: disfagia progressiva e persistente e, por isso, podem
desenvolver desnutrição.
Para diminuir a EVITAR:
exposição do  Refeições grandes O tratamento de eleição para câncer de esôfago é a
esôfago ao conteúdo  Gordura da dieta ressecção cirúrgica acompanhada, quando indicado, por
gástrico RT e QT pós – operatória. Essas terapias também podem
 Álcool
ser utilizadas no pré – operatório para reduzir a massa
Para diminuir a EVITAR tumoral a ser removida.
acidez das  Café
secreções gástricas  Bebidas alcoólicas Tratamento cirúrgico: esofagectomia total ou distal +
fermentadas remoção do nervo vago + gastrectomia proximal.
Para prevenir dor e a  Evitar qualquer alimento que
irritação Complicações mais comuns:
piore os sintomas
 Deiscência de sutura e vazamento pela anastomose
 Estenose da anastomose
 HÉRNIA HIATAL  Retardo do esvaziamento gástrico, devido a
vagotomia
Provocada por uma protrusão de parte do  Fístula esofágica
estômago sobre o músculo diafragmático, causando um  Quilotórax (acúmulo de líquido quiloso no espaço
alargamento da abertura diafragmática, deixando o pleural)
esôfago passar e se juntar ao estômago (Chemin). A
presença de hérnia de hiato não é sinônimo de RGE, ela Recomenda-se, sempre que possível, a inclusão de
apenas aumenta o risco (Krause). gastrostomia ou jejunostomia no ato cirúrgico.

Tipos de Hérnia Hiatal: Quando iniciada a dieta via oral, esta deve ser:
 Composta por alimentos “pouco fermentativos”
 Deslizamento (mais comum) como: chá, ovo quente, gelatina, sopas e sucos;
 Paraesofágica  Fracionamento de 5 ou mais refeições,
 Consistência líquida e sua evolução de acordo
com a tolerabilidade do paciente, entretanto a
dieta de consistência pastosa homogênea parece
ser melhor tolerada por estes doentes.

Quando o repouso da região da anastomose exigido


for superior a 10 dias:
 Realizar uma jejunostomia no ato cirúrgico.
 A dieta via jejunostomia deverá ser mantida até
que o doente atinja 60% das necessidades diárias
via oral.

Atenção! Alguns parágrafos adiante, Dan coloca: A


Fig 1. Hérnia Hiatal por deslizamento e paraesofágica transição completa para a via oral dependerá da sua plena
aceitação, ou, no mínimo de 75% das suas necessidades
Fatores envolvidos (Chemin): pela via oral.

1 - Incopetência do hiato diafragmático (velhice – fouxidão  O desmame da dieta enteral deve ser lento e
do tecido). Combinado ao: quando a nutrição parenteral estiver associada
esta deverá ser suspensa assim que houver
2 - Aumento da pressão intra-abdominal (Obesidade, provisão adequada de nutrientes pela via
constipação, gravidez, vômitos persistentes e etc.) digestiva.
Os pacientes podem ou não apresentar sintomas. Quando
ocorrem, são semelhantes aos do RGE e esofagite, De acordo com Dan, deve-se atingir pela via oral e/ou
podendo apresentar, ainda, soluço, hematêmese e enteral de 1000 a 1500kcal/dia e aproximadamente 60g de
melena, dispnéia, tosse, vertigem, taquicardia e palpitação proteínas, ou, fornecimento de 2/3 das recomendações
diárias.
A terapia nutricional é similar àquela para RGE e
esofagite. Os objetivos do tratamento dietoterápico são:  Os pacientes que são impedidos de utilizar a via oral
pressão intra-abdominal e o peso corporal, dificultando o devido a presença de anastomoses pós-cirúgicas, podem
RGE, evitar elementos excitantes e irritantes,  pressão do apresentar maiores dificuldade para a realimentação oral,
EEI, facilitar o esvaziamento gástrico e modificar o seu devido a problemas adaptativos cirúrgicos e a ansiedade
conteúdo com dieta semelhante à da esofagite (Chemin). do paciente. Entretanto, as dietas de consistência “única”,
O tratamento cirúrgico não é sempre indicado; o controle homogeneizada parecem ser melhor toleradas do que as
com medicações e dieta é o tratamento preferido. de consistência variada (Ex: sopa em pedaços).

Recomendações para estes pacientes:

 Chupar balas, pirulitos para reestimular o


processo de deglutição;

7
 Utilização de mamadeira também poder ser
indicada na dependência da idade e/ou O retardo do esvaziamento gástrico e o aumento da
consentimento do paciente; sensação de enchimento são características comuns do
Postura ereta durante a alimentação problema (Krause, 2010).

Esquema de realimentação pós esofagectomia (Cap: Os sintomas prolongados podem estar relacionados
Repercussão Nutricional da cirurgia digestiva para o com problemas subjacentes, como o refluxo
tratamento do Câncer – Dan, 2009): gastroesofágico, gastrite, úlcera péptica, esvaziamento
1º ao 8º dia – Nutrição enteral via jejunostomia gástrico retardado, doença de vesícula biliar ou câncer.
8º ao 10º dia - Realizar deglutograma. Se liberado, iniciar
VO com dieta líquida ou líquida sem resíduos.
10º dia em diante (sem complicações) – Evoluir dieta para Terapia Nutricional:
papa, pastosa e branda. Hipercalórica, hiperproteica e
suspender jejunostomia quando VO atingir necessidades Quando a dispepsia não está relacionada a um
nutricionais do paciente. processo patológico específico, alterações na dieta e no
estilo de vida podem amenizar os sintomas.
Krause adiciona: Nas cirurgias de boca e esôfago, se a
via oral for possível após a cirurgia:  Evitar volumes excessivos de alimentos, elevado
consumo de gordura, açúcar, cafeína, especiarias
- Utilizar alimentos líquidos ou de textura macia e úmidos e álcool.
para facilitar mastigação e deglutição;  Alimentar-se lentamente;
 Mastigar bem os alimentos;
- Refeições freqüentes e pequenas, com alta densidade  Não beber e comer em excesso;
calórica;  Associar suporte emocional;
 Limitar bebidas alcoólicas;
- Preferir carboidratos complexos aos simples;  Realizar refeições frugais e dietas com baixa DC,
associando com exercícios leves (aumentam o
- Usar solução de saliva artificial ou aumentar consumo de movimento dos alimentos através do TGI e
líquidos para evitar a boca seca. aumenta a sensação de bem-estar) (Krause,
2010).
- Para melhorar a variedade da dieta, utilizar frutas
liquidificadas;  GASTRITE E ÚLCERA PÉPTICA
- Realizar bochechos com solução salina para melhorar a
Rompimento da integridade da mucosa ocasionada
mucosite, e anestésicos tópicos para aliviar a dor.
por anormalidades infecciosas, químicas ou neurais.
Causa mais comum: Infecção por Helicobacter
pylori.
DOENÇAS DO ESTÔMAGO
Apenas 10 a 15% daqueles infectados pelo organismo
Vários elementos podem provocar danos à barreira
desenvolvem ulceração sintomática.
mucosa gástrica. Em relação aos alimentos, observa-se
que:. (Chemin)
Características do H. pylori (Dan e Krause):
 Alimentos muito quentes  levam à congestão
 Bactéria gram-negativa, flagelada;
da mucosa gástrica,  a secreção ácida e  o
 Resistente ao meio ácido;
tempo de esvaziamento gástrico;  A colonização é feita abaixo da superfície mucosa
 Condimentos picantes   secreção ácida e - Ocorre produção de UREASE (produz amônia,
causam irritação na mucosa; alcalinizando os arredores imediatos).
 Pimenta vermelha e páprica  contém  Induz inflamação por resposta imune humoral e
capsaína (irritante da mucosa,  secreção ácida e sistêmica.
leva a perda de potássio);  Libera citotoxinas que destroem o epitélio;
 Pimenta preta  produz irritação gástrica,   Relaciona-se com a gênese do câncer gástrico
secreção ácida e dispepsia;
 Pimenta chilli e mostarda  produzem eritema
e lesão gástrica; Os fatores que afetam a ocorrência e a gravidade dos
 Carboidratos concentrados  estimulam sintomas são:
osmorreceptores, gerando retardo no  Idade do paciente no início da infecção;
esvaziamento gástrico;  Concentração dos organismos e sua cepa
 Alimentos ricos em gordura   do específica;
esvaziamento gástrico;  Estilo de vida;
 Distensão excessiva do estômago ou duodeno  Saúde geral do paciente.
 ocasiona inibição do esvaziamento gástrico;
 Fatores psicossomáticos ou estímulos A erradicação do organismo resulta na eliminação
ambientais  podem diminuir ou aumentar a do estado inflamatório e dos sintomas (Krause)
motilidade gástrica (por vias eferentes simpáticas
e parassimpáticas). O uso crônico de aspirina ou outros AINES,
esteróides, abuso de álcool, substâncias erosivas, tabaco
 INDIGESTÃO e DISPEPSIA (Krause) também podem comprometer a integridade da mucosa
gástrica. A nutrição e a saúde geral precárias podem
Definidas como desconforto do trato gastrointestinal contribuir para o início e a gravidade dos sintomas e da
superior com sintomas de dor abdominal vaga, inchaço, cicatrização.
náusea, regurgitação e eructação.

8
Relembrando... hiperemia da mucosa, prostração e desidratação (caso
Células parietais  Produzem HCl e FI. grave).
Células principais  Produzem pepsinogênio
Convertido em pepsina na presença de HCl. Tratamento: tratar as infecções e os distúrbios
Epitélio superficial  Revestido de células que hidroeletrolíticos. Dieta via oral zero, até desaparecerem
secretam Muco e HCO3 os sinais agudos da dor, náuseas e vômitos.

Três substâncias agem sobre os receptores das o Aguda Corrosiva  Provocada pela ingestão de
Células parietais estimulando a secreção de ácido: substâncias corrosivas como álcalis e ácidos,
ACETILCOLINA, HISTAMINA e a GASTRINA. em geral, acompanhada de esofagite aguda
corrosiva.
Células G  Produzem gastrina. Estímulos: Aumento
do Ph Gástrico Presença de proteínas. Sintomas: dor em queimação, náuseas e vômitos, diarréia,
A inibição da Gastrina pelo HCl é mediada pela rigidez abdominal, sede intensa, prostração e choque.
somatostatina – produzida pelas células D (ficam lado a
lado com as células G) Tratamento: Dieta via oral zero e, depois da fase aguda,
dieta semelhante à úlcera, hidratação venosa, analgésico,
Fatores de Defesa da Mucosa Gástrica e Duodenal: sedativo, antiácido.
MUCO  Aumenta com a distensão gástrica
Contém bicarbonato e é produzido pela ação o Aguda tóxica  desencadeada pelo uso de
das prostaglandinas. drogas à base de salicilatos, barbitúricos e etc.
BICARBONATO  Fica retido entre a mucosa e a camada
de muco. Crônica  Inflamação difusa ou parcial da mucosa
RENOVAÇÃO CELULAR  Repara células gástrica, com o antro sendo o local primariamente
comprometidas e evita a progressão da lesão. atingido. Divide-se em superficial (pressão e
FLUXO SANGUÍNEO  Nutre o epitélio e remove o ácido empachamento, anorexia, náuseas, vômitos, pirose);
que poderia se difundir através da Mucosa. atrófica (indisposição gástrica, anorexia, náuseas e
PROSTAGLANDINAS  Estimula a formação do Muco, a vômitos, podendo ou não haver dor, hematêmese);
síntese de bicarbonato, o fluxo sanguíneo e a regeneração hipertrófica (dispepsia, pirose, edema,
da Mucosa. hipoalbuminemia, hipersecreção gástrica).

TIPOS DEGASTRITE (Krause) Tratamento – Superficial – antiespasmódico, antiácido e


regulador fisiológico digestivo (SOS).
 Gastrite aguda: Rápido início da inflamação e Atrófica – regulador fisiológico digestivo,
sintomas; antiespasmódico e sedativo ou tranqüilizante (SOS).
Hipertrófica – antiácido, regulador fisiológico
 Gastrite crônica: Pode ocorrer durante meses ou digestivo, anitespasmódicos e sedativos ou tranqüilizantes
décadas, com redução e exacerbação dos sintomas. (SOS).

A gastrite crônica, comum em idosos, resulta em atrofia e Especial  após gastrectomia. Ocorre diminuição
perda das células parietais do estômago, sendo da capacidade gástrica, gerando saciedade precoce,
caracterizada pela perda de secreção de ácido clorídrico e perda de peso e desnutrição.
do fator intrínseco. Os pacientes podem apresentar baixos
níveis de B12 e/ou altos de homocisteína, devendo-se Tratamento – Pós-gastrectomia: Alimentação em baixo
então avaliar os níveis de séricos de B12. Considera-se volume e suplementação via parenteral (SOS) de K em
ainda, que este tipo de gastrite possa ter origem auto- solução fisiológica, vitamina A (30.000 UI), B1 (3 mg), B2
imune, porém grande parte esteja relacionada à infecção a (5mg), C (200mg), etc.
longo prazo por H. pylori. (Cuppari e Krause) Anemia perniciosa: suplementação de B12
(100 g) e ferro (20mg).
Sintomas da gastrite: Pode apresentar vários sintomas, Pseudotumoral: semelhante à da úlcera.
incluindo: náuseas, vômitos, mal-estar, anorexia,
hemorragia e dor epigástrica. Conduta Dietoterápica (Chemin)

Tratamento Médico: Varia de acordo com a etiologia e os sintomas. Deve ser


 Erradicação dos organismos patogênicos, como adaptada ao medicamento em uso e tem como objetivos:
H. pylori e remoção de qualquer agente
provocador;  Recuperar o estado nutricional do paciente;
 Uso de antibióticos, antiácidos, antagonistas dos  Favorecer o trabalho gástrico, reduzindo a
receptores H2 e inibidores da bomba de prótons. secreção gástrica, evitando o progresso das
lesões e a hemorragia;
TIPOS DE GASTRITE (Chemin)  Promover o esvaziamento adequado do
estômago para permitir que o revestimento
Aguda  Simples ou exógena, corrosiva e tóxica. mucoso se regenere;
 Evitar ou minimizar os efeitos colaterais e as
o Aguda Simples ou Exógena: Pode ser provocada interações;
pela ingestão de álcool e drogas, bem como  Proporcionar hidratação adequada do paciente;
infecções.  Promover a educação nutricional do paciente;

Sintomas: Anorexia, desconforto epigástrico, náuseas,


vômitos e, ocasionalmente, com hematêmese, mal estar,
calafrio, cefaléia, dor epigástrica em queimação, diarréia e
dor em cólica (enterite), cãibras musculares, edema e

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Os autores Chemin (2011)/Cuppari (2014) possuem as Os indivíduos com úlcera apresenta-se com sinais
seguintes recomendações gerais: semelhantes àqueles associados a dispepsia e gastrite. A
dor abdominal ou o desconforto são mais característicos,
Especificação Recomendação embora a anorexia, a perda de peso, náuseas, vômitos e
VET Ajustado às necessidades do paciente azia possam ocorrer com freqüência (Krause)
(ANP)
Distribuição CHO 50-60%; PTN 10-15%; LIP 25- Complicações
calórica 30% Pode complicar com perfuração e hemorragia,
Consistência Geral ou adaptada às condições da infecção, divertículos, penetração em estruturas vizinha e
cavidade oral obstrução pilórica.
Fracionamento 4-5 refeições (evitar jejum prolongado)
Alimentos com Fibras – agem como tampão, A melena (fezes enegrecias, tipo piche) é uma achado
efeito positivo reduzindo a concentração de ácidos comum associado à úlcera no idoso, pode ser sugestiva de
biliares no estômago e diminuindo o hemorragia gastrointestinal aguda ou crônica (Krause)
tempo de trânsito intestinal, levando a
menor distensão. Características e Comparações entre Úlceras Gástricas
 Bebidas alcoólicas – irritante de e Duodenais (Krause, e Chemin).
Evitar mucosa; Úlceras gástricas Ùlceras duodenais
 Café (mesmo que descafeinado) - -Mais comum na pequena - Maioria próxima ao piloro
aumenta a produção ácida curvatura; -Aumento da massa parietal
gástrica; - Ocorrem ao longo da grande – Secreção ácida ;
 Refrigerantes – aumento da curvatura (Krause) -Redução de bicarbonato;
produção ácida (à base de cola e -Associadas a gastrite difusa, -Obstrução é mais comum;
de limão); provocam distensão inflamação das células -Pode ocorrer metaplasia
(gasosos); oxínticas e atrofia das células gástrica relacionada À
produtoras de ácido e infecção por H.pylori.
 Pimenta vermelha – capsaicina –
pepsina; - Tratamento com bloq. De
irritante de mucosa;
- Em alguns casos ocorrem receptor H2 ou inibidor da
 Mostarda em grão chili e chocolate
com baixa produção de bomba de prótons –
– irritantes.
ácido; supressão de ácido.
Frutas ácidas Respeitar a tolerância do paciente. - secreção ácida normal ou - Mais comum em
Ambiente Calmo, agradável, comer devagar e diminuída (Chemin) Homens(3x mais)
mastigar bem. -Hipomotilidade antral, - 4x mais comum que a
estase, e aumento do refluxo úlcera gástrica. (Chemim)
 ÚLCERA PÉPTICA duodenal são comuns;
- Hemorragia e mortalidade –
Úlcera que ocorre como resultado da índices mais elevados
desestruturação dos mecanismos de reparo e defesa
normais da mucosa. Mais de um mecanismo deve estar Aspectos gerais quanto às úlceras gástricas e duodenais
mal funcionante para que a úlcera sintomática se (Chemin):
desenvolva. Ela envolve duas regiões principais: Gástrica AINE  tem relação com os dois tipos de úlcera, pois
e duodenal (Krause), e ainda, o terço inferior do esôfago inibem a produção das prostraglandinas, com eliminação
(Chemin) Fig.2 dos seus efeitos protetores e aumento da lipogênese.
Também  produção de muco e bicarbonato
Aspirina: ácido fraco que penetra na célula formando
salicilato, altamente lesivo à célula.
Tabagismo  associado ao  da secreção ácida e do
refluxo duodeno gástrico.
Cafeína   a secreção ácida
Bebida alcoólica  estimula o ácido gástrico
Úlceras de estresse  comuns na região média do corpo
gástrico.
Fig.2 Ùlcera péptica
Tratamento médico (Krause)
Diferentemente da gastrite e de outras lesões
 Úlcera péptica:
superficiais, a úlcera péptica clássica apresenta erosão
através da mucosa da camada muscular para dentro da
submucosa ou da própria camada muscular. Há Erradicar H. pylori  Combinação de 2 antibióticos +
evidências de inflamação e processo de cicatrização ao bismuto ou inibidor de bomba de prótons (ex.: Omeprazol).
Suspender uso de tabaco, álcool , AINE e aspirina 
redor da lesão (Krause).
Interfere na terapia e  risco de complicações.
As causas primárias da Úlcera péptica são as
infecções por H. pylori, uso abusivo de aspirina e de outros
AINE’s e as chamadas úlceras de estresse (Krause).  Úlcera de Estresse:
Podem ocorrer como uma complicação decorrente de
Derivados do fumo – Reduzem secreção de bicarbonato, queimaduras graves, trauma, cirurgias, choque,
diminui o fluxo de sangue da mucosa, exacerba a insuficiência renal e radioterapia. Tem potencial
inflamação e está associado a complicações pelo H. pylori. hemorrágico significativo. A isquemia gástrica pode ser a
Excesso de etanol - Danificam a mucosa gástrica, pioram etiologia de base.
os sintomas e interferem no processo de cicatrização.

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 Uso de inibidores de bomba de prótons, bloq. De consumo de refeições grandes (Krause);
receptores H2 e antiácidos  Para prevenir a úlcera nos  4 a 5 refeições ao dia (evitar longos
pacientes de alto risco. períodos de jejum (Cuppari).
 Evitar grandes doses de corticosteróides, quando Especificações: Características
possível. Volume  (fase aguda) -  desconforto abd.
Normal (fase de recuperação)
 Úlcera associada ao uso de AINE’s: Consistência Líq. Completa – pastosa (fase aguda)
Branda-Normal (fase de recuperação)
 Suspensão do medicamento ou a redução da  Alterada em situações obstrutivas ou
dosagem, quando possível. na fase aguda (Dan)
 Erradicação de H. pylori  Grande parte dos Exitantes da EVITAR: bebida alcoólica e derivados de
pacientes com este tipo de úlcera também apresentam mucosa gástrica cola, cigarro, carminativos, alim.
infecção por H. pylori concomitante. Flatulentos e ricos em enxofre, infusos
concentrados e alim. Fermentáveis.
Terapia Nutricional
LEITE Não indicado para aliviar a dor ou
Conduta dietoterápica ANTIGA: Dieta Sippy. queimação.
Constituída a base de leite, ovos e nata  Objetivava Probióticos Tratamento e/ou prevenção da
a diluição e a neutralização dos ácidos estomacais. (Lactobacilos) colonização por H. pylori (Dan).
Estudos posteriores mostraram o efeito lácteo de Uso regular de alimentos protetores que
aumento da produção de ácidos incrementado pela Outros contenham antioxidantes fenólicos como
hidrólise da proteína do leite. (Krause, 2010) o mirtilo Podem ter a capacidade de
Problemas ocasionados pela dieta Sippy:  teor de erradicar o H. pylori.
gordura e colesterol na dieta, síndrome leite-álcali, alcalose Açafrão  Pode, também, inibir a adesão
aguda com insuficiência renal temporária e hipercalcemia . do H. pylori ao estômago.
Tempo longo de tratamento: Mín. 160 dias(Chemin).
Obs: Os dados não referenciados são da Chemin.
Conduta dietoterápica ATUAL:
Redução do tempo de tratamento para no Máx. 23 dias Resumindo (KRAUSE, 2013)  Incluir o uso da curcumina
Fase Aguda: 5 a 8 dias (e não apenas açafrão), como efeito protetor à adesão do
Fase recuperação: 10 a 15 dias H. pylori.Na terapia clínico-nutricional, observar os
Fase pós-ulcerosa: Alta com recomendações principais pontos:
Finalidade: Normalizar o EN do paciente,  sintomatologia
na fase agudizada, repouso fisiológico do estômago, evitar Diminuir o consumo  Bebidas alcoólicas
a distensão abdominal,  efeitos colaterais de fármacos e  Especiarias, especialmente
corrigir hábitos alimentares. (Chemin). pimentas vermelhas
 Café e cafeína
Características gerais da dieta Aumentar o consumo  Ácidos graxos da série W3 e
Especificações: Características
W6 (observar relação e conteúdo
VET ANP
de W6-GLA)
N/Hiper Até 1,2g/Kg (fase aguda)
Proteínas Até 1,5g/Kg(fase de recuperação)  Boa nutrição para erradicação
10 a 15% do VET (Cuppari) do H. pylori
Sacarídeos Sem [di] para evitar a fermentação Comportamental  Evitar uso de tabaco
50 a 60% de HC no VET; (Cuppari)
Sem [ at]. Minimizar a saciedade precoce Alimentos que devem ser evitados:
Lipídios e a hiperlipoproteinemia
25 a 30% do VET (Cuppari) o Leite PURO  Estímulo à secreção ácida. Cálcio e
Vit. E Minerais ANP proteínas ocasionam o rebote ácido (20 a 40 minutos
Caldos [purinas] Isentos após sua ingestão). Usar como parte integrante da dieta
Modificada por cocção – facilita o (Chemin, Dan, Cuppari).
processo digestório. (Chemim);
Rica em fibras – Evidências de um o Café (mesmo que descafeinado)   produção de ácido
Fibras efeito protetor. Atuando no tempo de gástrico, resultando em irritação da mucosa (Cuppari e
esvaziamento gástrico (Dan); Krause)
Rica em fibras – Efeitos benéficos: Age
como tampão, reduz a concentração de o Álcool  Aumenta a secreção ácida gástrica (Dan) e é
ácidos biliares no estômago e  o tempo irritante da mucosa GI (Cuppari). O consumo de
de trânsito intestinal, o que leva a menor quantidade elevada pode causar, no mínimo, lesões
distensão (Cuppari). superficiais de mucosa e piorar doenças já existentes ou
interferir no tratamento da úlcera.
Líquidos N/Hiper
Evitar alim. Muito quente (leva a Cerveja e vinhos:  significativamente as secreções
Temperatura congestão da mucosa,  secreção ácida gástricas e dever ser EVITADOS na presença de doença
e  tempo de esvaz. Gástrico. sintomática.
 (fase aguda)
o Condimentos picantes
Normal (fase de recuperação) Pimenta vermelha (possui capsaicina): Irritante GI (Dan e
 Refeições pequenas e freqüentes
Cuppari);
podem confortar, mas podem  a Pimenta preta: Irritante GI (Cuppari)
secreção ácida. Porém, há concordância Mostarda em grão, Chilli e chocolate: são irritantes
Fracionamento que estes pacientes devem evitar o (Cuppari).

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Pimentas malagueta (chili), de caiena e pimenta preta (do
reino) – Em doses elevadas aumentam a secreção ácida, Determinada pela localização do tumor, pelo distúrbio
causam pequenas erosões superficiais e inflamação da funcional e pelo estágio da doença.
mucosa (Krause)  Após tratamento cirúrgico (Gastrectomia parcial
ou total), pode ocorrer algumas complicações ou
OBS: A Krause, coloca que, pequenas quantidade de dificuldades com a alimentação, como a
pimenta malagueta (chili) ou da sua substância cápsico, Síndrome de Dumping .
pode aumentar a proteção da mucosa por aumentar a  No câncer avançado – O paciente deve receber
produção de muco, mas grandes quantidades podem uma dieta adaptada, observar preferências
causar dano superficial da mucosa, especialmente se alimentares, mas pode ser necessária a dieta
consumidas com álcool ou outros irritantes. líquida ou NPT.

o Refrigerantes derivados de cola:  produção ácida,


provocam distensão abd. e dispepsia. Porém, sua acidez  CÂNCER DE ESTÔMAGO (Chemin)
não causa úlcera e nem interfere na sua cicatrização
(Krause) A patogenia do câncer gástrico é multifatorial,
envolvendo fatores genéticos e ambientais. A incidência é
o Frutas e sucos de frutas ácidas: Assim como os inversamente proporcional ao status socioeconômico da
refrigerantes, os sucos de frutas não causam úlcera e população.
nem interferem na sua cicatrização (Krause).
Mudanças no ambiente social,  da ingestão de sal e  do
OBS: Pacientes com úlcera duodenal apresentam consumo de frutas e vegetais, assim como melhor
esvaziamento gástrico retardado, se beneficiam com o uso preservação alimentar com utilização de refrigeradores e
de soluções com baixa osmolaridade, com pouco ou congeladores, são medidas que contribuem para a
nenhum dissacarídeos e pouco sal. Alimentos com  redução da incidência deste tipo de câncer.
osmolaridade retardam ainda mais o esvaz. gástrico (Dan).
 Dietas ricas em alimentos com alta [ ] de
Fase pós – ulcerosa (Chemin): conservantes ( Alimentos conservados em sal,
picles e defumados) contendo nitratos e nitritos
 Dieta ANP e aos fármacos em uso; são de alto risco para o câncer de estômago – o
 Manter atividades habituais, diminuir os fatores sal pode agir como irritante e os nitratos e nitritos
agressivos físicos e psíquicos, evitar excessos podem ser convertidos em carcinógenos (N-
alimentares, desajustes de horário, abuso de nitrosaminas) ativos.
agentes medicamentosos sem prescrição médica,
bebidas alcoólicas, etc. Sabe-se que o ácido ascórbico e o betacaroteno agem
como antioxidantes, e o ácido ascórbico ainda inibe a
 CÂNCER DE ESTÔMAGO (Krause e Dan, 2009) formação endógena de compostos nitrosos.

As neoplasias Malignas do estômago podem levar à A tabela a seguir mostra os componentes da dieta e
desnutrição como resultado de perdas excessivas de evidências de associação com risco para Câncer Gástrico
sangue e proteínas ou mais comumente, por obstrução, de acordo com o American Istitute for Câncer Research.
interferindo na ingestão alimentar.

Fatores que AUMENTAM o risco de carcinoma:


 Risco Nenhuma  Risco
 Infecção crônica por H. pylori; Evidência relação
 Fumo; Convincente Vegetais e
 Abuso de álcool; (evidência frutas
 Obesidade; forte) Refrigeração
 Baixa ingestão de fibras Provável Álcool
 Alto consumo de alimentos salgados, em (evidências Café Sal
conservas ou inadequado em micronutrientes. existem, mas Chá preto Conservação
são fracas e Vitamina C Nitratos em sal
menos (vegetais)
 O consumo de frutas, vegetais e selênio parece ter um consistentes)
papel modesto na prevenção deste câncer (Krause, 2010). Possível Carotenóides
Os sintomas são lentos e o crescimento do tumor muito (estudos Gênero Allium
rápido, portanto na maioria dos casos o diagnóstico é apóiam (alho, cebola, Açúcar Amido
tardio, impossibilitando sua cura. relação, mas alho poro, Vitamina E Churrasco
evidências cebolinha) Retinol Grelhados
Sintomas: Perda de apetite, fraqueza, dor abdominal, são Cererais integ.
emagrecimento, aquilia gástrica (ausência de ácido limitadas) Chá verde
Insuficiente
clorídrico e pepsina) ou acloridria.
(poucos Fibras Carne defumada
estudos e Selênio N-nitrosaminas
Tratamento: Cirúrgico (Gastrectomia parcial ou total), limitados) Alho
radical ou paliativo (alivia os sintomas GI quando a cirurgia
curativa não é mais possível), quimioterapia e/ou Sintomas: Perda de peso, dor abdominal, anorexia e
radioterapia. fraqueza.
Fatores que influenciam a mortalidade: Idade e EN do Tratamento: Iminentemente cirúrgico (Gastrectomia total
paciente, estágio e localização do tumor (Dan). ou parcial) com remoção das cadeias ganglionares.
Terapia Nutricional

12
Terapia Nutricional

Os objetivos da Terapia pré – operatória são mostrados a


seguir:

Fig.4: Vagotomia de célula parietal

2 - Vagotomia troncular com piloroplastia (aumento do


esfíncter pilórico): Interrompe a inervação vagal das
células parietais e também a da vesícula, pâncreas e
intestino delgado. Cursa com disfunção pilórica e antral, e
também esvaziamento gástrico precário (retardado para
sólidos e acelerado para líquidos).
ATENÇÃO! As condutas a seguir são condizentes com o
período pós – operatório, porém a Chemin coloca que
 A piloroplastia ou gastrojejunostomia (BII) permite o
são sugestões para se atingir os objetivos PRÉ –
esvaziamento gástrico adequado, porém pode acarretar:
OPERATÓRIOS da tabela anterior.
síndrome de dumping, diarréia, perda de peso em cerca de
6% dos pacientes (Krause) e esteatorréia em 30 – 40%
 Adequar às necessidades de macro e
dos pacientes (Dan).
micronutrientes;
 Evitar ou controlar a Síndrome de dumping;
3) Vagotomia com antrectomia – Além da remoção do
 Prevenir ou tratar o quadro de má-absorção
estímulo à secreção ácida gástrica, tem-se a ressecção do
lipídica (esteatorréia);
antro e piloro com reconstrução a BI
 Prevenir ou tratar os défcits absortivos dos
(gastroduodenostomia) (Fig.5) ou BII (gastrojejunostomia)
micronutrientes (Vit. B12, ácido fólico, ferro e
(Fig.6). Quanto maior a ressecção, mais rápida é a
cálcio).
passagem do alimento para o intestino (Dan).
ATENÇÃO! Reconstrução a BII  Cursa mais
comumente com síndrome de dumping, esteatorréia, perda
de peso, vômitos e proliferação bacteriana do que a
CIRURGIAS GÁSTRICAS
reconstrução a BI (Krause)
Indicações: 4) Gastrectomia parcial ou total – A gastrectomia parcial no
 Úlcera péptica complicada com hemorragias, tratamento das úlceras é realizada para remoção da
perfuração, intratabilidade – Atualmente, com a porção ulcerada. As gastrectomias parcial e total (Fig.7)
eficácia dos tratamentos medicamentos, as também podem ser utilizadas para tratamento do câncer
cirurgias ocorrem com menor freqüência. gástrico.
 Câncer ou obstruções.

Procedimentos cirúrgicos:

Vagotomia  Desnervação Vagal. Utilizadas no


tratamento para úlceras pépticas.

Diminui o estímulo das células parietais


Reduz a resposta celular a Gastrina Fig. 5 – Gastrectomia parcial (Gastroduodenostomia – BI)


Diminui secreção ácida

Fig. 6 – Gastrectomia parcial (Gastrojejunostomia – BII)

Fig.3 – Anatomia Gástrica

1 – Vagotomia de célula parietal: Afeta apenas a área da


secreção ácida gástrica. O antro e o piloro permanecem
inervados pelo nervo vago e desta forma o esvaziamento
gástrico permanece normal. Técnica operatória muito difícil
( Krause).

13
Após fase inicial
Consistência branda nos próximos 15 a 30 dias;
De 3 a 6 meses após a cirurgia: dieta equilibrada e
individualizada;
Líquidos: somente 30 a 60 min. antes ou depois das
refeições. Máx. 100 a 200ml/vez
 Em casos de diarréia aumentar ingestão hídrica para
no mín 1200 ml/dia;
Comer devagar e mastigar bem os alimentos;
Permanecer em ângulo de 30 a 45° após as refeições;
Não fumar e não ingerir bebidas alcoólicas;

Fig. 7 – Gastrectomia Total (Anastomose Esôfago-jejunal) Após gastrectomia total, ocorre alteração no metabolismo
protéico, mostrando: redução plasmática de AA essenciais
Terapia Nutricional no Pós – operatório (Chemin) e da relação AA essencial/não-essencial e elevação
Iniciar terapia nutricional o mais precocemente possível plasmática de glutamato e citrulina. Isso é resultado na má
 Preservar ou recuperar o EN. absorção de proteínas, induzindo proteólise persistente, no
Jejunostomia: adotada no ato cirúrgico para permitir a pós – operatório tardio de gastrectomia total (Dan, 2009).
nutrição, preservar a função intestinal e favorecer a
cicatrização. Usada em casos de cirurgias que exigirão Causas de desnutrição pós gastrectomia (Krause e Dan,
maior tempo para cicatrização (Krause) 2009):
 Ingestão oral inadequada
ATENÇÃO! Dan recomenda utilizar dieta parenteral até  Estase gástrica
o retorno da mobilidade intestinal;  Supercrescimento bacteriano
 Rápido trânsito intestinal(Má absorção do alimento
 Nas gastrectomias subtotais, normalmente a via oral ingerido).
é a opção de escolha; (Chemin)
ATENÇÃO! Administrar B12 intramuscular a partir do
 Dieta via jejunostomia pode ser iniciada dentro de 2º ou 3º mês pós – operatório.
24h após a cirurgia com auxilio de bomba infusora.
Preferir fórmulas ISOTÔNICAS. Se necessário, também prescrever vit. D, complexo B,
Velocidade inicial: 20 ml/h. cálcio e Ferro para prevenir deficiências.
Fórmulas elementares  diluídas até 280 – 300 mOsm
COMPLICAÇÕES
Após adaptação intestinal, fórmulas mais concentradas  Síndrome de Dumping
(1,5 a 2 Kcal/ml) podem ser bem toleradas.
Com o retorno da peristalse, iniciar dieta via oral de Comum nas gastrectomias totais ou subtotais, na
líquidos claros (chás, água de coco, caldos de manipulação pilórica e na fundoaplicatura.
vegetais) evoluindo para líquida completa. Resultado da perda de regulação normal do
O primeiro líquido permitido é a água (gelo). esvaziamento gástrico  Rápida passagem do
concentrado alimentar do estômago para o intestino
Alguns pacientes toleram melhor os líquidos em (Krause e Chemin).
temperatura ambiente ou morna do que alimentos frios.  Incidência: Varia dentre 5% após cirurgias menores até
40% em gastrectomias totais (Krause).
Introduzir, de maneira progressiva, alimentos de
consistência pastosa, hiperproteica, hipolipídica e As intervenções dietéticas podem reduzir ou
com poucos condimentos. ATENÇÃO!! Krause eliminar os sintomas na maioria das pessoas !
recomenda, após a dieta líquida, introdução de
pequenas quantidades de alimentos macios, de ATENÇÃO! A Krause divide a síndrome de dumping em 3
amido e BAIXO TEOR DE PROTEÌNAS. estágios.

Eliminar carboidratos simples e alternar alimentos Primeiro estágio: Sintomas de plenitude abdominal e
sólidos com líquidos para prevenir ou controlar a nausea dentro de 10 a 20 min após a refeição.
diarréia e a síndrome de dumping. Causa: Mudança do volume da circulação sistêmica para
Em casos de limitação da via oral, introduzir dieta dentro do intestino delgado como resultado da ingestão de
enteral para prevenir perda de tecido magro e alimentos hipertônicos – Rubor em face, taquicardia,
instalação da desnutrição. sensação de desmaio, sudorese e necessidade de sentar-
Na impossibilidade de via oral ou enteral por se ou deitar-se.
complicações no pós-operatorio, a nutrição
parenteral estará indicada. (Krause e Chemin) Atualmente, acredita-se que os pacientes com esses
sintomas iniciais apresentam uma diminuição na
Recomendações na evolução dietoterápica: resistência vascular periférica e talvez acúmulo visceral de
Na fase inicial sangue.
Refeições freqüentes e em pequeno volume;
Evitar alim. fermentativos e [carboidratos simples]; Estágio intermediário: Sintomas dentro de 20 min a 1
hora após a refeição.
Lipídios – 23 a 30% do VET, evitar [ ] Causa: Aumento da má absorção de carboidratos e outros
Proteínas – 20% do VET de AVB gêneros alimentares e a fermentação subseqüente desses
alimentos no cólon – Sintomas “colônicos” . Inchaço
Se necessário, utilizar suplementos hipercalóricos via abdominal, flatulência aumentada, cólica e diarréia.
oral – Observar osmolaridade.

14
Estágio Final: Sintomas dentro de 1 a 3 horas após a período de 10, 15 ou até 30 minutos após a refeição.
refeição. Chemin não menciona fases.
Causa: Hipoglicemia reativa (alimentar). Rápida hidrólise e
absorção do carboidrato  Produz elevação exagerada no ATENÇÃO!! Em outro capítulo (Repercussão Nutricional
nível de insulina com um declínio subseqüente da glicose da cirurgia digestiva para o tratamento do Câncer), Dan ,
sanguínea - Sudorese, ansiedade, fraqueza, tremores, 2009 diferencia a Sd. de dumping em 2 fases:
sensação de fome. Dumping precoce: Ocorre entre 15 a 30 min após a
As alterações rápidas na glicose sanguínea e a alimentação. Os sintomas estão relacionados à
secreção de peptídeos intestinais, polipeptídeo hipovolemia (desvio de líquidos). Taquicardia e tonturas.
insulinotrópico de glicose e polipeptídeo 1 semelhante ao
glucagon parecem ser, pelo menos, parcialmente Dumping tardio: Ocorre entre 90 a 120 min após a
responsáveis pelos sintomas. sudorese. Os sintomas estão relacionados à hipoglicemia.
Sudorese, taquicardia, desmaios.
ATENÇÃO! De acordo com o Dan o 1º Estágio e estágio
intermediário , compreendem uma mesma fase e ocorre no

Fig. 8 – Síndrome de dumping

Tratamento médico (Krause)


 Análogos de somatostatina – utilizado para reduzir o
esvaziamento gástrico em pacientes com rápido
esvaziamento gástrico ou síndrome de dumping;
 Acarbose – É um inibidor da hidrolase α-glicosídeo,
normalmente utilizado no diabetes melito tipo 2, pois
inibe a digestão e absorção do amido de milho,
sacarose e maltose;

 Enfraquece a hiperglicemia ou a hipoglicemia alimentar


relacionada a Sd. de dumping, mas pode piorar os gases
do cólon e a diarréia.

Conduta Nutricional
Objetivo: Restabelecer o estado nutricional e a qualidade
de vida.

15
Diretrizes de cuidado nutricional para os pacientes com síndrome de dumping (Krause, Dan e Chemin)

OBS: Recomendações sublinhadas: Mencionadas apenas na Krause.


Recomendações em negrito: Mencionadas apenas na Chemin.

 Pequenas refeições ao longo do dia; 6 a 8 refeições/ dia


 Alimentos ricos em proteínas e moderados em gorduras são recomendados; Alta densidade calórica e protéica;
 Carboidratos complexos podem ser incluídos se tolerados;
 A ingestão de alimentos ricos em fibras (pectina e gomas) diminui a velocidade do trânsito, diminui a absorção de glicose
e diminui a resposta insulinêmica; Deve-se tomar cuidado com a obstrução por excesso de fibra, principalmente se não
ingerir água em quantidade suficiente;
 Pobre em fibras insolúveis (Dan, 2009)
 Deitar-se após as refeições e evitar a prática de exercícios durante 1h após as refeições; Manter postura ereta ao se
alimentar;
 Não consumir líquidos junto às refeições. Ingerir pequenas quantidades de líquidos durante o dia entre as refeições;
 Intolerância de lactose – preferir queijos e iogurtes são melhor tolerados - (6g ou menos por refeição);
 Pode ser necessário suplementos de vitamina D e cálcio quando a ingestão de laticínios é reduzida;
 Pode ser utilizado produto comercial de lactase – Para aqueles com significante má absorção de lactose
 Esteatorréia – Utilizar triglicerídeos de cadeia média (TCM) porque são ser melhor tolerados;
 Gorduras – 35 a 45% das calorias
 Rica em proteínas (20%do VET);
 Pobre em carboidratos simples (lactose, sacarose e dextrose – são hidrolisados rapidamente)

Na hipoglicemia:
 Doces concentrados e hipertônicos devem ser ingeridos.

Outras complicações nutricionais associadas à gastrectomia parcial ou total


COMPLICAÇÃO CAUSA

PERDA DE PESO Ingestão inadequada, sintomas;


(Perda de 20-40% do peso – Dan)
OSTEOPOROSE Rápida passagem pelo duodeno ou sua exclusão do trânsito, baixa ingestão;
Deficiência de vitamina D e cálcio (baixa ingestão e esteatorréia) (Dan)
ESTEATORRÉIA Aumento da velocidade do trânsito intestinal, perda da lípase gástrica ou
insuficiência pancreática ou biliar (Krause);
Cerca de 10%pacientes após cirurgia gástrica possuem esteatorréia (Krause)
Presente em 70 – 80% de pacientes após gastrectomia total (Dan)
Presente em 50 – 60% após gastrectomia parcial a BII (Dan)
SÍNDROME DE DUMPING Rápido esvaziamento gástrico;
INTOLERÂNCIA A LACTOSE; Entrada de alimentos no intestino delgado abaixo do nível habitual e aumento
da velocidade do trânsito intestinal,
Perda da secreção ácida, trânsito intestinal acelerado, perdas sanguíneas,
redução do contato com locais de absorção (duodeno), baixa ingestão alimentar
DEFICIÊNCIA DE FERRO (ANEMIA) (principalmente de carnes)
Complicação metabólica mais comum e está presente em 30% dos pacientes
(Dan).
A deficiência se torna evidente em 78% dos pacientes após 1 ano da
gastrectomia total (Dan, 2009)

Diminuição do fator intrínseco, pelo crescimento exacerbado das bactérias no


DEFICIÊNCIA DE B12 (ANEMIA delgado proximal ou na alça aferente, pois competem com o hospedeiro pela
PERNICIOSA) utilização da B12. – Administração parenteral da vitamina – mais eficiente.
Estudos mostraram que a suplementação enteral também foram eficientes. Nos
pacientes em que a suplementação oral não atingir os resultados pretendidos,
torna-se necessária, particularmente em doentes previamente desnutridos, a
reposição mensal intramuscular de Vitamina B12 ( 3 a 5000 UI) (Dan, 2009)
REFLUXO GASTRODUODENAL E Refluxo das secreções biliares (Dan)
GASTRITE ALCALINA PÓS-
GASTRECTOMIA DISTAL
Deficiência de B1
POLINEUROPATIA Estudos mostraram a redução de B1 principalmente 6 meses após
gastrectomia, em casos que não houve suplementação.

16
Relação geral dos distúrbios do TGI superior, os sintomas típicos e as conseqüências nutricionais
DISTÚRBIOS SINTOMAS CONSEQUÊNCIAS NUTRICIONAIS
Esofagite e DRGE Refluxo gástrico, azia, eructação aumentada Desconforto durante e após a alimentação, alteração de
e espasmo doloroso. hábitos alimentares e ingestão reduzida.
Hérnia hiatal Azia assintomática ou prolongada após Possível desconforto após alimentar-se e pode piorar
refeições pesadas sintomas da DRGE
Câncer oral ou Dor assintomática ou epigástrica, Dificuldade de mastigação, deglutição, alteração de
esofágico dificuldade de mastigação ou deglutição, texturas, pode precisar de TNE e perda de peso é comum.
esvaziamento gástrico demorado.
Indigestão, Desconforto GI após alimentação Desconforto abdominal, dieta alterada, ingestão diminuída,
dispepsia, gastrite intolerâncias alimentares.
Úlcera duodenal Dor 2-5 horas após refeição, alívio após Desconforto abdominal, dieta alterada, ingestão diminuída,
alimentar-se intolerâncias alimentares.
Úlcera gástrica Desconforto epigástrico ou dor quando se Desconforto abdominal: ingestão diminuída e perda de peso
alimenta
Gastrectomia Saciedade precoce, náuseas, inchaço, Refeições menores e freqüentes, tolerância diminuída a
diarréia (Sd. Dumping) lactose, alteração da dieta, perda de peso, má absorção e
diarréia

EXERCÍCIOS: 06) Os pacientes submetidos a ressecções gástricas


apresentam risco de desenvolver síndrome de “dumping”.
01) No tratamento da úlcera péptica são usados Uma das orientações para reduzir os episódios desta
medicamentos antiácidos por tempo prolongado que síndrome é: (Residência – HUPE)
interferem na absorção de certos nutrientes, cabendo ao
(A)Beber líquidos às refeições
nutricionista avaliar e acompanhar a possível deficiência
(B)Consumir três refeições diárias
de: (Residência / HUPE – 1996)
(C)Deitar-se logo após as refeições
(A) Ferro
(D)Consumir dieta rica em gordura
(B) Potássio
(E)Ingerir pequena quantidade de proteína
(C) Magnésio
(D) Vitamina D
(E) Vitamina B2 07) Considere um paciente com Síndrome de Dumping
após gastrectomia parcial. Nesse caso, a dieta
02) O fator que não provoca anemia pós-gastrectomia é: recomendada deve ser caracterizada como: (Residência –
(Residência / HUPE – 1997) HUPE/2002)
(A) Redução da digestão péptica (A)Hipoprotéica e hipolipídica
(B) Deficiência de fator intrínseco (B)Hipocalórica e hipoglicídica
(C) Alteração na síntese de secretina (C)Hiperglicídica e hiperprotéica
(D) Perdas sanguíneas durante a cirurgia (D)Hipercalórica e hiperprotéica
(E) Diminuição na produção de ácido clorídrico
08) Na dieta para tratamento da Síndrome de “Dumping”,
03) Paciente submetido à gastrectomia parcial a BII pode
com o objetivo de lentificar a absorção de carboidratos e
ter déficit na absorção das seguintes substâncias:
(Residência / HUPE-1998) reduzir a resposta glicêmica, é indicada a inclusão de:
(A) lipídios e ferro; (Residência – HUPE/2003)
(B) sódio e selênio; (A)Pectina
(C) potássio e alumínio; (B)Gordura
(D) cálcio e vitamina B6; (C)Líquidos
(E) vitamina C e vitamina B12. (D)Dextrose

04) Após cirurgia gástrica, freqüentemente os pacientes 09) A vagotomia é um procedimento cirúrgico utilizado no
perdem peso atingindo níveis bem abaixo do anterior a tratamento da úlcera péptica. Um dos seus efeitos é a
cirurgia. Este fato parece resultar tanto da redução da
diminuição da secreção ácida gástrica, que pode prejudicar
ingestão calórica como de uma discreta má-absorção.
Nestes casos, além de rica em proteína, a dieta deverá ser a absorção de: (Residência – HUPE/2004)
classificada, em relação a lipídio e carboidrato, (A)Ferro
respectivamente, como: (Residência / HUPE-2000) (B)Zinco
(A) moderada e moderada (C)Cobre
(B) moderada e pobre (D)Magnésio
(C) moderada e rica
(D) pobre e pobre 10) Em casos de esofagite sem refluxo gastroesofagiano,
(E) rica e rica deve ser excluído da dieta o seguinte alimento:
(Residência – HUPE/2004)
05) A gastrite atrófica, que resulta na atrofia das células (A)Chá preto
parietais do estômago, caracteriza-se por: (Residência / (B)Leite desnatado
HUPE-2002) (C)Suco de laranja
(A) deficiência de zinco; (D)Doce concentrado
(B) má absorção de B12;
(C) inalterabilidade do fator intrínseco;
(D) aumento da secreção de ácido clorídrico. 11) Rosa, 63 anos, vai a consulta no ambulatório de
nutrição, encaminhada pelo gastroenterologista, com
diagnóstico de úlcera gástrica e infecção pelo Helicobacter
17
pylori. A erradicação do Helicobacter pylori faz parte do (C) Utilizar carboidratos em percentual mais baixo
tratamento. Um dos mecanismos de ação desta bactéria é: (D) Consumir líquidos nas refeições
(Residência HUPE-2006) (E) Adotar dieta rica em carboidrato e pobre em gorduras
(A) colonização do intestino delgado
(B) produção de amônia e diminuição do pH gástrico 18) Assinale a alternativa onde todos os alimentos pioram
(C) alcalinização do meio, favorecendo sua sobrevivência os sintomas na presença de refluxo gastroesofágico: (SÃO
(D) aumenta a acidez gástrica e destruição do muco JOSÉ)
protetor (A) Leite de vaca desnatado, maçã, chocolate e café
(B) Chocolate, café, bebida alcoólica, alimentos
12) Levando em consideração o quadro anterior, Rosa gordurosos
será orientada quanto às alterações dietéticas e mudanças (C) Leite de vaca desnatado, suco de maçã, café, bebida
comportamentais que vão auxiliar no tratamento e na alcoólica
melhoria dos sintomas da úlcera. Rosa é fumante e será (D) Maçã, chocolate, bebida alcoólica, alimentos
aconselhada a interromper este hábito, porque o fumo: gordurosos
(Residência HUPE-2006)
(A) aumenta a pressão do esfíncter esofágico inferior 19) A Síndrome de dumping ocorre pela perda da
(B) reduz a secreção de bicarbonato pancreático regulação do esvaziamento gástrico e das respostas
(C) retarda o esvaziamento gástrico gastrointestinais e sistêmicas após uma refeição,
(D) aumenta o ph duodenal adotando-se como cuidado nutricional: (UFRJ- 2006)
(A) Ingerir líquidos junto com as grandes refeições
Seu Antônio tem 52 anos é pedreiro e foi encaminhado para o (B) Doces após grandes refeições
ambulatório de nutrição de um hospital com o diagnóstico de (C) Maior quantidade de leite
refluxo gastresofágico. A terapia nutricional para este tipo de (D) Uso de TCM nos casos de esteatorréia
refluxo, tem como um de seus objetivos diminuir o estímulo a (E) Alimentos ricos em proteínas e lipídios
secreção ácida gástrica.
20) A anemia pode se desenvolver após cirurgia gástrica.
Das afirmativas apresentadas abaixo não é considerada
13) Para alcançar este objetivo, o nutricionista que atende
uma causa de anemia na gastrectomia parcial:
ao seu Antônio deve recomendar que ele evite os
(BOMBEIROS-2001)
seguintes alimentos: (Residência – HUPE / 2007)
(A) O rápido esvaziamento do estômago impede a mistura
(A) condimentos e refrigerantes
completa do alimento com o ácido clorídrico gástrico,
(B) carminativos e excesso de proteínas
impedindo a formação ferrosa absorvível
(C) café e bebidas alcoólicas fermentadas
(B) A mucosa gástrica reduzida impede a produção do
(D) excesso de gordura e alimentos com pH ácido
fator intrínseco em quantidades adequadas para
permitir a completa absorção da vitamina B12
14) No tratamento da úlcera péptica é recomendado: (C) O crescimento bacteriano excessivo no intestino
(A) evitar o consumo de álcool por diminuir a absorção de delgado proximal ou alça aferente se liga a vitamina
vitaminas do complexo B; B12 e compete com o organismo pela absorção
(B) Restringir os alimentos ácidos que agridem (D) O ferro ao desviar-se do jejuno, onde 50% da
superficialmente a mucosa gástrica; absorção do ferro ocorre, pode justificar a anemia
(C) Eliminar o café devido ao seu efeito no aumento da (E) Ingestão deficiente de ferro, vitamina B12 e ácido
secreção ácido gástrica; fólico
(D) Restringir ou abolir o fumo dado o seu efeito no
relaxamento do EEI. 21) De acordo com a Krause, um dos cuidados que os
pacientes com esofagite devem ter é evitar certos
15) A Síndrome de “Dumping” é uma resposta fisiológica alimentos que podem reduzir a pressão do esfíncter
complexa à presença de alimento não digerido no jejuno, esofagiano inferior. Um destes alimentos é o: (Adaptado da
ocorre freqüentemente após vagotomia e Petrobrás- 2006)
gastrojejunostomia. Você não prescreveria para esses (A) abacaxi
pacientes: (B) café
(A) dieta rica em proteínas; (C) refrigerante;
(B) pectina; (D) suco de limão
(C) dieta moderada em gordura; (E) hortelã
(D) dieta rica em carboidratos simples;
(E) líquidos entre as refeições. 22) A radiação em cabeça e pescoço realizada no
tratamento oncológico produz redução na ingestão por
16) Em pacientes gastrectomizados em pós-operatório causar: (Niterói- 2000)
tardio e que já se alimentam por via oral, com alguma (A) enterite;
frequência observa-se a ocorrência de hipoglicemia, 1 ou 2 (B) esofagite
horas após as refeições. De modo a evitar esta (C) mucosite
intercorrência, o cuidado nutricional do paciente que vem (D) Amigdalite
apresentando sintomas de hipoglicemia, nestas condições,
deve-se ter como objetivo: (SES-RJ-2001) 23) Na seleção de alimentos para o paciente com úlcera
(A) reduzir a secreção de glucagon após as refeições; péptica é importante considerar que o pH do suco de
(B) retardar a absorção dos carboidratos contidos nas laranja em relação ao pH gástrico é: (CEARÁ)
refeições; (A) Menos ácido
(C) aumentar o conteúdo total de carboidratos da dieta; (B) Igualmente ácido
(D) Estimular a gliconeogênese. (C) Um pouco mais ácido
(D) Muito mais ácido
17) Na cirurgia de gastrectomia, o cuidado nutricional para
evitar a Síndrome de dumping estabelece: (UFPR-2004) 24) Gastrite é um termo genérico que refere-se à
(A) Não utilizar fibras, pelo retardamento na digestão da inflamação e lesão tecidual resultante da erosão da
gordura; camada mucosa e exposição das células subjacentes às
(B) Não estimular o fracionamento da dieta
18
secreções gástricas e às bactérias. A gastrite atrófica se 32) São cuidados nutricionais recomendados para
caracteriza por: (Maricá – 2007) pacientes com síndrome de dumping: (Secretaria de
(A) reação inflamatória localizada e estenose do piloro Saúde do Estado do RJ-2009)
(B) hemorragia difusa e atrofia do antro (A) refeições copiosas
(C) atrofia e perda das células parietais (B) ingestão de líquidos junto com as refeições
(D) hemorragia difusa e atrofia do fundo (C) alimentos ricos em lipídios
(E) atrofia e perda das células da região do piloro (D) alimentos ricos em proteínas
(E) alimentos pobres em fibras
25) Um paciente com câncer do trato
gastrointestinal,submetido à cirurgia Billroth II, apresenta 33) Paciente foi submetido à cirurgia gástrica devido a
uma: (Maricá – 2007) câncer gástrico. No pós–operatório, iniciou quadro de
(A) esôfagojejunoanastomose plenitude abdominal, náuseas, cólica abdominal, sudorese
(B) gastroduodenoanastomose e esteatorréia. A resposta fisiológica apresentada e a
(C) esôfagoduodenoanastomose conduta nutricional indicada são respectivamente:
(D) gastrojejunoanastomose (Especialização INCA/2009)
(E) esôfagoileoanastomose (A) Síndrome Zollinger Ellison / Evitar líquidos durante
refeições
26) Marque a alternativa que descreve os alimentos que (B) Síndrome de dumping / Usar Triglicerídeo de cadeia
diminuem a pressão do esfíncter esofagiano inferior (EEI) média
e pioram os sintomas do refluxo gastroesofágico: (Maricá – (C) Úlcera de Curling / Comer em pequenas quantidades
2007) (D) Anemia Perniciosa / Fazer dieta hiperprotéica
(A) gorduras, álcool, hortelã
(B) proteínas, açúcares e café 34) A doença do refluxo gastroesofágico apresenta como
(C) gorduras, açúcares e álcool quadro clínico pirose, disfagia, regurgitação e dor
(D) frutas cítricas, café e álcool retoesternal.
(E) massas, chás e açúcares O alimento que pode ser ingerido sem restrição, pois não
reduz a pressão do esfíncter esofagiano inferior é o(a)
27) A síndrome de dumping: ( Bahia-SES-2005) (Petrobrás 2010)
(A) é um complexo de sintomas induzido pelo (A) leite desnatado.
esvaziamneto gástrico retardado. (B) suco de laranja.
(B) é a resposta da passagem rápida de uma refeição (C) tomate.
hipertônica pelo intestino. (D) chocolate.
(C) se caracteriza por dor abdominal e diarréia cerca de 3 (E) hortelã.
horas após a refeição.
(D) não pode ser evitada pela dieta. 35) A úlcera péptica é uma ulceração aguda ou crônica
(E) pode ser evitada com a ingestão de refeições de alta que pode ocorrer em porções do trato gastrointestinal
osmolaridade. expostas às secreções gástricas. Um paciente, na fase
aguda da doença, com 40 anos de idade e peso corporal
28) Na síndrome de dumping, para o paciente é incorreto: de 70 kg, deve ingerir uma quantidade máxima de
(Campinas-2002) proteína, em gramas, por dia, igual a: (Petrobrás 2010)
(A) deitar-se após se alimentar (A) 84
(B) evitar tomar líquidoscom as refeições; (B) 91
(C) usar triglicrídeos de cadeia média se apresentar (C) 105
esteatorréia; (D) 126
(D) consumir pequenos volumes e fracionar mais (E) 140
vezes/dia as refeições.
(E) ingerir doces concentrados e leite. 36) A Síndrome de Dumping é uma das complicações que
um paciente que sofrera uma cirurgia de redução de peso
29) Disfagia é: (Campinas-2002) do tipo Fobbi – Capella pode apresentar. Portanto, para
(A) fluxo diminuido da saliva; evitá-la, o cuidado nutricional para este paciente deve
(B) dificuldade de deglutição; contemplar uma dieta: (São Gonçalo 2010)
(C) dificuldade de mastigação;
(D) dentes perdidos; A) hiperproteica, hipoglicídica, normolipídica, com
(E) fluxo aumentado de saliva fracionamento restrito;
B) hiperproteica, rica em TCM e carboidratos simples e
30) Para diminuir a probabilidade do refluxo gástrico, o com fracionamento restrito;
indivíduo: (Campinas-2002) C) hipoproteica, rica em carboidratos complexos,
(A) deve deitar-se imediatamente após alimentar-se; principalmente fibras solúveis, a fim de retardar o
(B) deve consumir dieta rica em gordura e proteína esvaziamento gástrico e pouco volume;
(C) deve comsumir apenas 3 refeições ao dia; D) hiperproteica, normolipídica, rica em fibras solúveis, a
(D) deve consumir dietarica em gordura; fim de retardar o esvaziamento gástrico e com volume
(E) não deve se deitar até 3 horas após alimentar-se. restrito;
E) normoproteica, hipolipídica, hiperglicídica, com
31) Dentre os cuidados nutricionais nos casos de refluxo fracionamento aumentado e volume reduzido.
gastroesofágico, na fase aguda deve-se recomendar o
consumo de: (Secretaria de Saúde do Estado do RJ-2009) 37) A esofagite usualmente ocorre como um resultado do
(A) carminativos efeito irritante do refluxo gástrico ácido sobre a mucosa
(B) alimentos crocantes esofágica. Certos alimentos e fatores diminuem a pressão
(C) refrigerantes do EEI. Assinale o alimento que não exerce este papel:
(D) tomate (São Gonçalo 2010)
(E) dieta líquida A) Azeite
B) Álcool
C) Chocolate

19
D) Carminativos 43) Para redução do refluxo gastroesofágico deve-se
E) Leite desnatado adotar a seguinte conduta (FIOCRUZ 2010): Houve
Recurso!!
38) Um paciente eutrófico com diagnóstico de refluxo (A) evitar alimentos ricos em fibras.
gastroesofágico deve seguir uma dieta com as seguintes (B) comer pelo menos uma hora antes de dormir.
características: (Petrobrás 2010) (C) consumir dieta nutricionalmente completa.
(A) normocalórica, normoproteica, normoglicídica e (D) caminhar após as refeições.
normolipídica. (E) usar roupas apertadas após a refeição.
(B) normocalórica, normoproteica, hiperglicídica e
hipolipídica. 44) Nos casos de gastrite crônica, devido ao papel do
(C) normocalórica, hiperproteica, normoglicídica e ácido gástrico no aumento da disponibilidade de alguns
hipolipídica. nutrientes, é comum a deficiência de (FIOCRUZ 2010):
(D) hipercalórica, hiperproteica, hipoglicídica e (A) zinco, ferro e folato.
normolipídica. (B) cobalamina, piridoxina e selênio.
(E) hipercalórica, hiperproteica, normoglicídica (C) alfa-tocoferol, magnésio e cálcio.
ehipolipídica. (D) folato, manganês e iodo.
(E) vitamina B12, ferro e cálcio.
39) O refluxo gastroesofagiano e uma queixa comum nos
consultorios de Nutricao. Assinale a alternativa que 45) Para pacientes com úlcera gástrica, é indicada dieta
descreve adequadamente as caracteristicas quimicas e (IABAS 2010):
fisicas da conduta dietetica recomendada por Reis (2003) A)Rica em lipídios
para essa patologia. (PM 2010) B)Pobre em potássio
(A) Normo tendendo a hiperglicidica; consistencia C)Branda
liquida completa. D)Pobre em sódio
(B) Normo a hipolipidica; temperatura normal E)Rica em fibras
da preparacao.
(C) Normoprotidica; fracionamento diminuido. GABARITO
(D) Hiperglicidica; volume aumentado.
1 2C 3 4 5 6 7 8 9 10
40)Pacientes submetidos à gastroplastia redutora com A A B B C D A A C
bypass gástrico Y de Roux (Marinha, 2010) 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
C B C C D B C B D D
(A)Devem receber alimentação por VO, 72 horas após a 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
cirurgia E C A C D A B E B E
(B) Devem receber alimentação precoce, 12 horas após a 31 32 33- 34- 35- 37- 38- 39- 40-
cirurgia através de cateter nasoenterico – –D B A A 36- E C B D
©Devem iniciar dieta com ingestão de líquidos na E D
quantidade de 130 a 150ml por hora, durante o dia 41 42 43 44 45
(D)Devem receber diatea pastosa, sem doces e pobre em -D -B – -E -E
gordura, aproximadamente 5 semanas após a cirurgia C
(E)Apresentam, com freqüência, deficiência de vitaminas
lipossolúveis. Questão 43) A questão acima não apresenta itens
condizentes com conduta para REDUÇÃO do RGE.
41) A conduta nutricional para pacientes disfágicos Apesar do item C não ser considerado errôneo, ele
apresenta como um dos seus objetivos a alimentação apresenta uma conduta vaga, que não especifica
segura, prevenindo a ocorrência de broncoaspiração. exatamente itens da alimentação relacionados com o
Neste sentido, é correto afirmar que: (Marinha ,2010) aumento/intensidade do refluxo. Uma dieta
(A)Todos os pacientes disfágicos são capazes de ingerir nutricionalmente equilibrada em macro e micronutrientes,
líquidos com segurança. não necessariamente está livre de alimentos (ex:
(B)Nos casos de disfagia moderada, deve-se utilizar dieta carminativos, suco de frutas cítricas, café, chocolate, etc.)
líquida. ou características (Ex: fracionamento, volume e
C) Os espessantes alimentares comerciais devem ser temperatura) que acentuam o refluxo. Desta forma, solicito
utilizados em substituição aos naturais, para alcançar a anulação da questão 47, visto que esta apresenta
consistência desejada das preparações. NENHUMA CONDUTA ESPECÍFICA direcionada à
(D)Deve-se utilizar refeições e bebidas frias ou quentes REDUÇÃO do refluxo.
para estimular os músculos envolvidos na deglutição. O item A também está errado. Lembrem-se que as fibras,
(E) A ingestão de água após a alimentação deve ser de forma geral, solúveis + insolúveis, não retardam o
estimulada para facilitar o transito do bolo alimentar. transito ao ponto de aumentarem o refluxo. Se o item
mencionasse “evitar alimentos ricos em fibras solúveis”
42) João, 55 anos, pardo, motorista, foi submetido há 15 (ex: pectina), este sim estaria correto.
dias à cirurgia de vagotomia mais antrectomia, devido à
úlcera péptica. Nega tabagismo e relata etilismo(4 garrafas
de cerveja/dia – parou de beber após consulta médica). No
momento apresenta diarréia, dor abdominal e sintomas
associados com hipoglicemia. O diagnóstico é de Sd de
Dumping. Nesse caso, o controle dietoterápico será:
(Residência INCA 2010)
A) Ingerir líquidos às refeições
B) Baixa osmolaridade alimentar
C) aumentar volume das refeições
D) Aumentar açúcares simples

20
HIV / AIDS Prof. José Aroldo Filho
goncalvesfilho@nutmed.com.br

A AIDS foi descrita pela primeira vez pelo Center for  Contagem de células CD4 > 500 células / mm³
Disease Control (CDC) em 1981. Caracteriza-se pela (Cuppari e Chemin)
perda da imunidade celular com supressão dos linfócitos T  Declínio da contagem de CD4 de 50 células/mm³ por
- CD4. Com isso, o organismo torna-se altamente ano
susceptível ao desenvolvimento de infecções oportunistas,  Sintomatologia:
tumores, doença constitucional e complicações - Chemin e Cuppari – dermatites e linfadenopatia
neurológicas. - Krause - alterações subclínicas: Diminuição da
massa magra sem perda de peso, deficiência de
Seu agente etiológico é o HIV (Human Immunodeficiency vitamina B12 e susceptibilidade a patógenos oriundos
Vírus ou Vírus da Imunodeficiência Humana) que foi da água e dos alimentos.
isolado em 1983 e que pode ser transmitido pelo sangue,
sêmen, fluído pré-seminal, fluído vaginal, leite materno e 3) HIV Sintomático (Krause) / Estágio intermediário da
outros fluídos que contenham sangue. O fluído doença (Cuppari e Chemin)  É quando os sintomas
cerebroespinhal ao redor do cérebro e da medula espinhal, aparecem.
o líquido sinovial que circunda as articulações ósseas e o  Contagem de células CD4 entre 200 e 500
líquido amniótico que circunda o feto são outros fluídos células/mm³ (Cuppari e Chemin)
que podem transmitir o HIV. Saliva, lágrimas e urina não  Sintomatologia:
contêm HIV suficiente para a infecção. - Cuppari e Chemin – candidíase oral e vaginal,
neuropatia periférica, displasia cervical, herpes zoster e
A transmissão perinatal contribui com cerca de 3 a 5 % dos febre.
casos de infecção, porém esta transmissão pode ser - Krause - Febre, sudorese, problemas cutâneos, fadiga
drasticamente reduzida (para apenas 1%) com o uso e outros sintomas que não são considerados definidores
correto de anti-retrovirais (Chemin). da AIDS. Pode ocorrer também declínio no status
nutricional ou na composição corporal.
ESTAGIOS DA INFECÇÃO PELO HIV
4) AIDS ou HIV avançado (Krause) / Condições
Após a exposição e transmissão do HIV para o hospedeiro, associadas à imunodeficiência grave / Estágio final
o vírus espalha-se por todo o corpo e a contagem de (Cuppari e Chemin)  Diagnóstico reservado a indivíduos
células CD4+ cai drasticamente. Uma reação imunológica com pelo menos uma das condições clínicas bem definidas
pode restabelecer a contagem de CD4+ ao normal e e com ameaça de vida associada à imunossupressão
equilibrar a replicação de HIV – período de latência. O induzida pelo HIV – infecções oportunistas, doenças
período aparente de estado de latência pode durar em neurológicas, tumores, etc. (Quadro - 2)
torno de 8 a 10 anos até que a replicação do HIV reduza
novamente as células CD4+ e aumente o risco de Contagem de células CD4< 200 células/mm³ (Cuppari e
Infecções Oportunistas. Os principais reservatórios da Chemin)
infecção são o Sistema Nervoso Central e o Trato
Gastrointestinal (Krause, 2010). Quantidade não considerável de indivíduos infectados pelo
HIV não exibe sinais de progressão da doença mesmo
Segundo Cuppari (2005), Chemin a doença divide-se em 3 após 12 nos ou mais (infecção por uma linhagem menos
estágios. Cuppari e Chemin usam a classificação da virulenta ou características protetoras do sistema
doença do CDC. Segundo a Krause a doença divide-se imunológico).
em 4 estágios:
A contagem de CD4 é o principal instrumento utilizado
1)Infecção aguda por HIV para classificação do estágio de infecção pelo HIV. A
KRAUSE (2013) apresenta a classificação proposta pelo
Constitui o período imediatamente após a infecção NIH (2009).
primária, quando ocorre rápida replicação viral. Ocorre
entre 2 a 4 semanas (Krause 2010) após a infecção. 40- Categoria clínica Contagem CD4 Recomendação
90% das pessoas desenvolvem uma síndrome aguda com Assintomático, <350 cels/mm3 Tratar
sintomas gripais caracterizada por febre, mal-estar, AIDS
cefaléia, mialgia, síndrome da linfadenopatia, úlceras orais, Assintomático 350 – 500 Tratamento
artralgia, perda de apetite e peso, faringite e erupção cels/mm3 recomendado
cutânea que podem durar de poucos dias a 01 mês. Assintomático >500 cels/mm3 Observar
posicionamento
O período entre a soroconversão (desenvolvimento de clínico e
anticorpos contra o HIV) varia de 01 semana a vários comorbidades
meses e, ao aparecimento no sangue destes anticorpos, os Sintomático Qualquer valor Tratar
indivíduos com ou sem sintomas terão o teste positivo para (AIDS, sintomas
HIV. A carga viral e extremamente alta e os indivíduos graves)
apresentam-se bastante suscetíveis à infecções. Gestação, Qualquer valor tratar
nefropatias
2) HIV Assintomático (Krause) / Estágio inicial da doença associada a HIV,
(Cuppari e Chemin)  Poucos sintomas perceptíveis. Pode coinfecção com
durar de meses até 10 anos. vírus B quando
tratamento para
HBV é indicado

Quadro 1 - Contagens de células CD4 e condições associadas

21
22
INFECÇÕES OPORTUNISTAS E COMPLICAÇÕES. Tuberculose (TB) e Doenças Pulmonares
São comuns as infecções oportunistas por bactérias, O M. Tubercusosis e a co-infecção pelo HIV podem
fungos e protozoários ou vírus. São, geralmente, a causa induzir ativação imunológica e rápido aumento da taxa de
de febre, diarréia, má absorção, perda de peso, entre replicação do HIV.
outros sintomas. Podem gerar rápida depleção nutricional
por aumentar as necessidades metabólicas Embora a maioria dos casos de TB afete os pulmões, a
simultaneamente à diminuição da ingestão protéico- doença também pode acorrer, especialmente nos
calórica. (Chemin e Krause) infectados por HIV, em outros sítios, como laringe, nódulos
linfáticos, cérebro, rins e osso.
Doença Maligna
O tratamento precoce e agressivo de TB e HIV é crítico
O Sarcoma de Kaposi (SK), os linfomas não-Hodgkin e o para controlar a progressão de ambas as doenças. As
câncer cervical são determinantes da AIDS para um recomendações dietéticas são quantidades liberais de
indivíduo HIV (Krause, 2010). proteína e calorias, cálcio e vitamina D suficientes – mas
não excessivo; ferro; vitamina B6 e vitamina A
O SK é uma doença maligna das endoteliais, que se suplementares (pois o caroteno é precariamente
manifesta como nódulos purpúricos que podem ser convertido), líquidos adequados (a menos que contra-
indolores ou causar queimação quando presentes no TGI. indicado) e ajuste de medicações para TB devido às
As lesões de SK na cavidade oral e esôfago podem causar interações de droga-nutriente (Krause).
dor e dificuldade de mastigação e deglutição, além de
estar associadas a náuseas e vômitos, e as lesões no TGI Nefropatia associada ao HIV
têm sido implicadas na diarréia e obstrução intestinal
(Krause e Chemin). Pode ocorrer uma síndrome de insuficiência renal
progressiva, nefropatia associada a HIV. A proteinúria
O SK afeta indivíduos portadores de AIDS com freqüência também pode resultar de infecções repetidas, depleção de
20 mil vezes maior do que a população em geral (Krause). volume ou drogas nefrotóxicas (Krause).
Os linfomas podem envolver o intestino delgado, e Distúrbios Gastrointestinais e Pancreáticos
ocasionar má absorção, diarréia, ou obstrução intestinal. O
linfoma primário no cérebro pode causar alterações na
A diarréia crônica pode persistir na ausência de patógenos
personalidade e nas habilidades motoras e cognitivas
entéricos identificáveis como resultado do que se conhece
(Krause).
por enteropatia por AIDS. Indivíduos com esta condição
podem ter atrofia de vilosidades e testes anormais de
Doenças Neuromusculares função do intestino delgado. Devido à vulnerabilidade das
pessoas com a supressão imunológica aos patógenos de
Imediatamente após a infecção, o HIV entra no cérebro e origem alimentar e da água, a segurança da água e dos
pode resultar em encefalopatia do HIV (demência por alimentos é uma preocupação.
AIDS), mielopatia, neuropatia e neuropatia periférica.
TRATAMENTO MÉDICO
Os sintomas de demência por AIDS podem ser:
deterioração cognitiva (concentração, recordação, A progressão da doença varia de indivíduo para indivíduo,
desenvolvimento de nova memória, linguagem), função e as decisões sobre o tratamento devem ser individuais.
motora (coordenação, modo de andar, controle da bexiga) As metas gerais do tratamento médico do HIV são
e comportamento (psicose, depressão, afastamento). (Krause):
1) Prolongar e melhorar a qualidade de vida a longo
A mielopatia (doença da medula espinhal) pode ocorrer em prazo;
até 25% daqueles com doença avançada por HIV e pode 2) Restaurar e preservar a função imunológica;
resultar em paralisia parcial das extremidades inferiores 3) Maximizar a supressão de replicação viral.
(paraparesia). 4) Otimizar e estender a utilidade das terapia
atualmente disponíveis;
A neuropatia periférica – Perda sensorial, dor, fraqueza 5) Minimizar a toxicidade das drogas;
dos músculos das mãos ou pernas e dos pés – pode ser 6) Controlar seus efeitos colaterais.
causada pela infecção por HIV ou toxicidade por AZT
(Krause). Terapia Anti-Retroviral (TAR)

O objetivo principal da terapia anti-retroviral é a prevenção


Doença Hepática por HIV da replicação viral, suprimindo o vírus ao nível mais baixo
possível e assim a progressão da doença por HIV, com a
A hepatite C (HCV) é agora considerada como uma utilização de diferentes drogas que agem em vários
infecção oportunista de HIV, e a doença hepática consiste, estágios de replicação do HIV. Para Chemin, é consenso
atualmente, na causa predominante de morte por que o tratamento anti-retroviral específico deva ser
HIV/AIDS. Indivíduos que apresentam simultaneamente composto de uma associação de, no mínimo, 3 drogas. A
HIV e HCV evidenciam curso mais rápido da AIDS e de combinação de 2 inibidores de transcriptase reversa com
morte (Krause, 2010). A função hepática pode ser um inibidor de protease é a associação mais freqüente.
comprometida com o uso de terapia anti-retroviral Krause coloca que a terapia consiste na combinação de
altamente ativa e pela infecção por citomegalovírus (CMV), pelo menos 2 agentes anti-retrovirais, pois o uso de
criptosporídeos e hepatite B ou por hepatopatias malignas, somente uma substância não suprime a atividade viral e
como SK ou linfoma. A dosagem de drogas deve ser não é recomendada.
ajustada àqueles com doença hepática (Krause).

23
É necessário ao menos 95% de adesão à terapia - Chemin: nauseas, vômitos, desconforto abdominal,
medicamentosa para que ela apresente a eficácia neuropatia periférica, tonturas e efeitos sobre o SNC.
adequada (Krause, 2010 e Dan, 2009). - Krause, 2010: febre e sudorese noturna, diarréia,
1) Inibidores da Transcriptase Reversa  drogas que náuseas, anorexia, disestesia (dor causada pelo leve toque
bloqueiam a ação da enzima transcriptase reversa que na pele), cefaléia grave, perda de peso, sintomas vaginais,
age convertendo o RNA viral em DNA, inibindo a sinusite, problemas oculares, tosse, falta de ar, “sapinho”,
replicação do vírus. Exemplos: zidovudina (AZT), e dor oral.
didanosina, zalcitabina, lamivudina, estavunida,
nevirapina, delavirdina. O uso de terapias anti-HIV potentes, principalmente
2) Inibidores da Protease  drogas que agem no último inibidores de proteases, tem aumentado, a longo prazo, a
estágio da formação do HIV impedindo a ação da incidência de obesidade, resistência à insulina, DM2,
enzima protease, fundamental para a clivagem das hipercolesterolemia, pancreatite, hipertrigliceridemia e
cadeias protéicas produzidas pela célula infectada em lipodistrofia na população com HIV/AIDS (Krause/
proteínas virais estruturais e enzimas que formarão cada Chemin). Os suplementos geralmente recomendados para
partícula do HIV. Exemplos: ritonavir, indinavir, essas condições são: w-3 , ácido alfa - lipoico e L-carnitina
saquinavir, nelfinavir. (Krause, 2010).

Os efeitos colaterais gastro-intestinais são os mais Nem todos os pacientes toleram a TAR. Entre as reações
precoces no uso destas drogas. Os efeitos irritantes menos que levam a risco de vida estão: necrose hepática,
significativos frequentemente diminuem após as primeiras síndrome de Stevens-Johnson, acidose lática e
semanas do início do tratamento. hipersensibilidade (Krause, 2010).

24
25
RELAÇÃO ENTRE SUBNUTRIÇÃO E AIDS
Modelos de Subnutrição:
A desnutrição desempenha papel independente e
significante na morbidade e mortalidade (Dan, 2009). Dan 2009: Apresenta 2 modelos.
 Desnutrição protéico-calórica (DPC), que ocorre
Problemas que levam à subnutrição podem envolver devido à  da ingestão alimentar e/ou má absorção e
ingestão, absorção, digestão, metabolismo e uso de que com a oferta calórica promove-se aumento do peso
nutrientes, além de dispnéia, doença neurológica ou e anabolismo e; (Dan)
alterações da boca e do esôfago e também infecções e  Wasting Syndrome (Síndrome Consuptiva) – que é
febre, que aumentam drasticamente as necessidades uma complicação que pode ocorrer em todos os
nutricionais (Chemin e Krause). O metabolismo e o estágios da infecção pelo HIV (é diagnóstica para AIDS
transporte de lípides também pode ser afetado pelas nos indivíduos HIV positivos em que não foi identificada
infecções oportunistas, provocando perda de massa outra causa para os sintomas)
corporal (Chemin).

26
Segundo o Dan, esta é uma síndrome multifatorial com A perda de peso de 10 a 15% na AIDS é comum e uma
etiologia na inadequada ingestão calórica, má absorção, perda de peso de apenas 05% tem sido associada a maior
alterações metabólicas e atividades de citocinas. Está risco de infecções oportunistas e morte. O Status
associada a  capacidade de usar gordura para produção nutricional é o fator principal de sobrevivência e na
de energia, perdas desproporcionais de massa magra e ausência da doença, a inanição geralmente leva a morte
relativa preservação da água corpórea extracelular. quando a vítima alcança 2/3 do peso corporal ideal para a
altura (Krause, 2010).
Chemin; Cuppari, 2005: Consideram apenas o segundo
modelo descrito acima. Atualmente, com as terapias antiretrovirais de alta
eficiência, as complicações caquetizantes da AIDS
Krause, 2010: Considera a Síndrome Consuptiva descrita passaram a ser mais raras, desde que ocorra adesão ao
acima como Síndrome de emaciação pelo HIV – Condição tratamento. Ainda assim, a desnutrição ainda é freqüente e
definidora da AIDS (Estágio 4 da doença). está relacionada à maior morbi-mortalidade, menor
tolerância ao tratamento e maior tempo e reincidência de
Definição de Síndrome Consuptiva: internações hospitalares. Os problemas nutricionais que
Dan 2009; Chemin; Cuppari; Krause: surgem estão relacionados à própria infecção pelo vírus, à
- Perda de peso não intencional de 10% ou mais do terapia medicamentosa, incidência de infecções
peso usual; oportunistas e de tumores. As infecções oportunistas
- Diarréia (> 02 evacuações líquidas por > 30 dias), levam á anorexia e à perda de peso e aumentam a taxa
- Fraqueza crônica, metabólica basal, piorando a desnutrição e criando um
- Febre por mais de 30 dias intermitente ou constante e círculo vicioso.
- Perda de massa celular corpórea. (Krause de 2010 –
não considera esta característica) Na Tab. 01, podemos observar os principais sinais e
sintomas relacionados à desnutrição na AIDS e seus
A Krause de 2010 relata ainda, perda de peso, depleção possíveis motivos e na Tab. 02 Terapia Nutricional na
de massa muscular, redução da espessura das pregas Diarréia (Karuse, 2010) e Tab. 03 a Terapia nutricional
cutâneas e do perímetro braquial, diminuição da para enteropatia perdedora de proteínas da AIDS. (Dan)
capacidade total de ligação de ferro, decréscimo no nível
de potássio e água intracelular e hipoalbuminemia (Krause, Pacientes com AIDS são hipermetabólicos, pois têm sua
2010). Deve-se monitorizar as alterações a fim de taxa metabólica basal aumentada. Além disso, os
identificar dados preocupantes relativos à emaciação e ao pacientes podem apresentar deficiências de nutrientes
peso: peso < 90% do peso Ideal ou IMC < 18,5 kg/m²; específicos como zinco, selênio, vitamina A, E, C, B6 e
perda de peso > 10% do peso anterior a doença; ou perda B12 que podem alterar a resposta imune com diminuição
de peso > 5% nos últimos 6 meses (Krause, 2010). de células CD4, progressão da doença e problemas
neuropsiquiátricos. Na Tab. 04 podemos observar as
repercussões das deficiências de cada um destes
Cuppari, 2014
nutrientes para o paciente com AIDS.
Critérios de Polsy et al (2001) para síndrome
consuptiva – pelo menos um dos seguintes critérios:
- PP não intencional de 10% nos últimos 12 meses;
- PP não intencional de 7,5% nos últimos 06 meses;
- 5% perda de MCC em 06 meses;
Tabela 1 - Sintomas, causas e recomendações para
- MCC <35% peso + IMC<27kg/m2 para homens;
Desnutrição na AIDS (Cuppari, 2005, Dan 2009 e Krause,
- MCC <23% peso + IMC<27kg/m2 para homens;
2010)
- IMC<20kg/m2

Sintomas Causa Recomendações


Inadequada ingestão calórica (náuseas/vômitos, Adequações da dieta oral, uso de
disfagia, depressão, ansiedade) suplementos ou TNE.
Má absorção
Perda de peso  Gasto energético (por infecções, p. ex) (Dan) Indicação da terapia Nutricional (Dan, 2009):
> 5% perda de peso usual já  morbi-mortalidade Perda de peso > 5% em 3 m ou
(Krause) Perda de MCC >5% em 3 m e
Redução do IMC para < 18,5 Kg/m²
Deficiência de vitamina A, B6 ou Zn
Disfunções comuns da doença como GI e Avaliação Nutricional e cálculo ingestão
metabólicas nutricional
Medicações (Uso de AZT  ageusia) Elaborar cardápio com fracionamento  e
Distúrbios neuropsiquiátricos (depressão, volume 
isolamento social, perda da vontade de viver) Usar estimulantes de apetite, se necessário
Anorexia Anormalidades endócrinas (insuficiência da Verificar necessidade de suplementos orais
adrenal, causada por citomegalovírus causa  e TNE
apetite e perda de peso, mas a terapia com Ver outras dicas em terapia nutricional
corticóide reverte anorexia e promove  peso)
Conseqüência da rádio e quimioterapia
Ação das citocinas
Atenção! Dan, 2009 adiciona:
Induzida por FNT : Transitória
Induzida por interferon e IL-1: Persistente e grave.

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Sintomas Causa Recomendações
Encorajar alimentação oral com
Candidíase Oral  dor, odinofagia, diafagia, modificações dietéticas (evitar ácidos e
disgeusia condimentados, preferir os macios e úmidos
Herpex simples vírus, citomegalovírus (CMV)  temperatura ambiente-evitar quentes e
disfagia odinofagia gelados)
Alterações Herpes-zóster  dor unilateral, erupção vesicular Oferecer peq. quant. de alimentos frios
Cavidade Criptosporidiose  disfagia Manter higiene oral e dentária adequada
Periodontite  destruição óssea Estimular produção de saliva
Oral e
Gengivite  halitose, sangramento gengival Evitar alimentos de alta viscosidade (purês)
Esofágica
Úlcera esofágica --. odinofagia quando existir descoordenação na
Lesões de sarcoma de Kaposi, Linfoma Não- deglutição
Hodgin  disfagia, obstrução Dan
Disgeusia  deficiência nutricional Considerar NE quando lesão oral impedir
Drogas alimentação por 03 dias
Produção excessiva de muco Considerar NPP (7-10 dias) em pacientes
Falta de salivação com úlceras esofágicas, hospitalizados, que
não podem passar sonda
Considerar gastrostomia endoscópica em
pacientes domiciliares ou para períodos de
jejum > 10 dias.
Identificar toler. alimentar por tentativa e erro
Oferecer alimentos de fácil digestão, evitar
gordura e condimentos
Evitar líquidos junto com as refeições
Geralmente são temporários Equilibrar o horário da medicação indutora
Náuseas e Vômitos Efeitos colaterais da terapia e infecções de náuseas/vômitos em relação ao horário
oportunistas no TGI da alimentação
Consumir alimentos frios ou em temperatura
ambiente (Krause, 2010)
Evitar deitar após as refeições
Administrar anti-eméticos antes da refeição
Considerar NPT quando ingestão alimentar
baixa por 07 dias ou com vômito intratável.

Radioterapia Monitorar e repor albumina sérica, que se


Terapia medicamentosa baixa, pode contribuir para piora da diarréia.
Má absorção Infecção TGI
Correlaciona-se com grau de supressão imune e Ver tabela 02 para condutas nutricionais
com mudanças no IMC para acometimento de AIDS no intestino
Hipoalbuminemia
Infecção/Sepse Baixa imunidade Tratamento habitual

Quadro demencial atinge 60% dos pacientes Diagnosticar a causa


(infecção cerebral pelo HIV) Suplementar vitaminas para afastar causas
Infecções oportunistas (Toxoplasma gondii, relacionadas a nutrição
Alterações Neurológicas Cryptococcus neoformans e CMV) Verificar se apetite normal
Averiguar capacidade de alimentar-se
Adotar cuidados para prevenir aspiração
gástrica que tem seu risco 
Os pacientes apresentam 3 tipos: Aumento do
gasto energético, alterações protéicas e lipídicas Pacientes com AIDS ESTÁVEIS: Variações
(Cuppari, 2005) de 9, 12 e até 25% de  na TMB 9 a 12%
Alterações Metabólicas Efeitos do vírus (Cuppari)
Infecções oportunistas Pacientes com AIDS + INFECÇÃO
Mudanças na função da adrenal, endócrina ( SECUNDÁRIA: Variações de 29 a 34% de 
concentração de cortisol sérico), hepática, renal e da TMB (Dan, 2009). 29% (Cuppari)
pancreática.

Utilizar alimentos umedecidos ou servidos


com molho
Ingerir líquidos durante e entre as refeições
Xerostomia (boca seca) Realizar boa higiene oral
Krause, 2010 Considerar uma terapia profilática anti-
fúngica
Mastigar gomas de mascar sem açúcar ou
balas de menta

Dificuldade de respiração Usar alimentos concentrados em nutrientes


Krause, 2010 e energia e fáceis de serem ingeridos

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Sintomas Causa Recomendações
Fadiga Sono, relaxamento e exercícios adequados
Krause, 2010 Dieta adequada, especialmente ricos em
vitamina B12, A, C, folato caroteno e zinco –
quantidades inadequadas podem causar
fadiga
Evitar o uso de cafeína, álcool, fumo e
drogas
Evitar estresse e fazer tratamento para
ansiedade e depressão
Identificar e tratar as possíveis causas da
anemia
Perda de massa celular Dieta: 500 kcal além das necessidades
corpórea diárias (40-50 kcal/kg de peso atual e 1,6-
Krause, 2010 1,8g/kg peso atual/dia)
Corrigir a deficiência de testosterona
Exercício de resistência
Considerar uso de agentes anabólicos
Amenizar os sintomas associados: identificar
os alimentos que exacerbam e melhoram

Observações importantes quanto à Tabela 1:


 A diarréia é o sintoma GI inicial em AIDS e pode estar associada a anormalidades nas vilosidades e alterações na barreira
mucosa, o que favorece a translocação bacteriana e fúngica possibilitando infecções sistêmicas. (Dan e Cuppari). As
pessoas com maior risco de desenvolver diarréia são aquelas com contagem de células CD4 inferior a 200-250 células/mm³.
(Krause)

 Na AIDS ocorrem mudanças metabólicas semelhantes a SEPSE com desarranjo metabólico intermediário e perda de
proteínas (mesmo com ingestão alimentar adequada). (Dan)
A hipertrigliceridemia de jejum pode ocorrer e relaciona-se com níveis de  de -interferon circulante. (Dan)

Tabela 2 – Intervenções Nutricionais para a Diarréia (Krause, 2010)

Tab 03 Dietoterapia para Acometimento intestinal em AIDS (A diarréia crônica pode persistir na ausência de patógenos
identificáveis e é conhecida como enteropatia da AIDS) (Dan 2009)
Comprometimento Dietoterapia Nutrição Enteral Nutrição Parenteral
Iniciar com reversão parcial ou
Gordura < 20% total do acomentimento.
Total do intestino delgado  Fibra  Resíduo Optar por ela, inicialmente
 Resíduo e lactose  Lactose
Evitar cafeína Dieta elementar (gordura <
5%)

29
Comprometimento Dietoterapia Nutrição Enteral Nutrição Parenteral
Parcial do intestino Gordura < 20% Indicada com características Raramente indicada
delgado iguais a anterior
Do intestino grosso  Gordura ou usar TCM  Resíduo e Fibra
 Fibra  Lactose Raramente indicada
 Resíduo e lactose  Gordura
Evitar cafeína
 Gordura (observar tolerância)
 Lactose
Incluir pectina  Gordura (observar Raramente indicada
 alimentos com alto teor de tolerância)
Enteropatia inespecífica frutose (Krause)  Lactose
 líquidos

Tab. 04 Repercussões das deficiências de micronutrientes em AIDS (KRAUSE, 2013)

30
Avaliação Nutricional e Necessidades 3) Preservar ou restaurar o estado de proteína somático e
Nutricionais visceral ótimos;
4) Prevenir as deficiências ou excessos de nutrientes que
sabidamente comprometem a função imunológica (
A avaliação nutricional pode ser realizada pelos métodos
proteínas, calorias, cobre, zinco, selênio, ferro; ácidos
convencionais, porém, a utilização de contagem total de
graxos essenciais; piridoxina; folato; e viataminas A, C e
linfócitos e teste cutâneo de sensibilidade retardada não
E).
devem ser utilizados (Cuppari coloca contagem linfocitária
5) Tratar ou minimizar as complicações relacionadas ao
como opção de exame laboratorial a ser utilizada), pois
HIV ou medicação que interferem na ingestão ou na
estas funções estão prejudicadas nesta população que é
absorção de nutrientes;
imunodeprimida e, portanto, não são indicativos do estado
6) Corrigir as anormalidades metabólicas;
nutricional. A avaliação da massa celular por
7) Apoiar os níveis de drogas terapêuticos ótimos;
bioimpedância (observar ângulo de fase) pode auxiliar
8) Prolongar e otimizar a qualidade de vida.
como fator prognóstico para morbidade e mortalidade no
estágio inicial da doença. Além disso, um valor de ângulo
A AIDS é incurável e a TN não pode evitar o resultado final
de fase alto em pacientes em terapia anti-retroviral foi
da doença, mas pode melhorar a resposta ao tratamento,
associado com baixo risco relativo de mortalidade quando
minimizar a piora da função imunológica, diminuir a perda
ajustado com a carga viral e contagem de CD4 (Cuppari,
de massa corpórea e melhorar a qualidade de vida do
2005).
paciente. (Dan 2009) A American Dietetic Association
(ADA) recomenda intervenção e educação nutricional em
Normalmente, na infecção pelo HIV, mulheres perdem
todos os estágios da infecção pelo vírus HIV. (Dan)
mais gordura que massa magra durante estágios iniciais e
avançados da consumpção/emaciação, enquanto homens
Todos os pacientes com AIDS ou infectadas pelo HIV
perdem maiores quantidades de massa corpórea magra e
devem receber orientações nutricionais para procurar
poupam gordura corpórea. (Krause). Devido às alterações
evitar ou recuperar a desnutrição e as outras possíveis
na composição corporal, a gordura não é um marcador
alterações nutricionais. Além das alterações dietéticas
prognóstico sensível (Krause).
citadas na tabela 1, Cuppari sugere algumas outras
alterações alimentares frente às seguintes situações
Segundo a Krause, (2010), as medidas de avaliação
clínicas:
nutricional úteis, além do peso e da altura, incluem
circunferências da cintura, quadril e pescoço, como
Dicas alimentares para pacientes com AIDS com
também cálculos de massa magra (usando PCT e CMB) e
perda do apetite: (Cuppari, 2005)
massa celular corpórea (usando a BIA) Cuppari (2005)
 Refeições fracionadas;
sugere avaliar a distribuição da gordura corporal medindo-
 Comer mais no período da manhã quando o apetite
se a circunferência da cintura.
está melhor;
 Consumir os alimentos de sua preferência;
O aconselhamento nutricional é um componente essencial
 Comer alimentos com alta densidade calórico-
no tratamento da emaciação associada ao HIV. De
protéica;
maneira simples, manter e recuperar o peso e a massa
 Tomar medicamento com sucos, leite (quando
magra corporal requer (1) eliminar ou amenizar os efeitos
possível)
deletérios do agente infeccioso; (2) fornecer ampla
 Tomar sopas, caldos, mingaus e vitaminas
ingestão calórica nutricional; e (3) realizar quantidade
engrossados com módulos;
suficiente de exercício físico (Krause, 2010). O exercício
 Praticar de 10-15 minutos de atividade física antes das
de resistência adequado é importante para assegurar o
refeições;
ganho de massa magra. Foi descoberto que o exercício
 Evitar líquidos durante as refeições;
físico moderado 3 a 4 vezes na semana aumenta as
 Comer em ambiente tranqüilo e agradável;
contagens de CD4+ e oferece um efeito mais protetor que
 Mastigar bem os alimentos.
o exercício diário. (Krause)
Dicas alimentares para pacientes com náuseas / vômitos:
Quando há inadequada ingestão oral de nutrientes,
(Cuppari)
sugerem-se algumas intervenções para corrigi-la:
 Preferir alimentos salgados e secos;
1)Orientação nutricional;
 Fracionar as refeições e oferecer pouco volume;
2) Uso de orexígenos e
 Preferir alimentos de mais fácil digestão: batatas
3) Uso de suplementos orais.
cozidas, arroz, frango, iogurte, aveia;
 Preferir as frutas maçã, pêra, banana-maçã;
Os objetivos fundamentais da terapia nutricional (TN) são:
 Consumir sucos e vitaminas;
(Krause)
 Mastigar bem os alimentos;
1) manter e expandir o conhecimento e habilitação
 Comer em ambiente tranqüilo e agradável
nutricionais;
 Oferecer alimentos à temperatura ambiente ou
2) Manter ou restaurar o peso corporal saudável e a
resfriados
morfologia normal;

Tab. 05 Recomendações nutricionais para indivíduos com HIV/AIDS


Nutrientes HIV/AIDS Assintomáticos AIDS Sintomáticos
Cuppari (2005) / Chemin (2011) - 25 a 30 Cuppari (2005) / Chemin (2011) - 35 a 40 kcal/kg de
kcal/kg peso atual ao dia peso ao dia
Calorias Krause: GEB x 1,3 para manutenção Krause: GEB x 1,5 para ganho de peso
 13% para cada °C, se febre
Dan (2009) As necessidades não são
diferentes de outros grupos de pacientes. Dan (2009) As necessidades não são diferentes de
outros grupos de pacientes
Diretrizes AMB (2011) – 30 – 35kcal/kg Diretrizes AMB (2011) – 40kcal/kg

31
Cuppari (2005) / Chemin (2011) - 0,8 a 1,25 g Cuppari (2005) / Chemin (2011) - 1,5 a 2 g
proteína/kg peso ao dia proteína/kg de peso ao dia, ou até 2 a 3 g de
Proteína Krause (2010) – 1,0 a 1,4 g/kg para proteína/kg de peso ao dia
manutenção Krause (2010) 1,5 – 2,0 g/kg para repleção
Dan (2009) Fases estáveis da doença: 1,2 a  10% para cada °C, se febre
1,5 g/Kg/dia Dan (2009) Fases da doença aguda: 1,5 g/kg/dia

Diretrizes AMB (2011) – 1,2 g/kg Diretrizes AMB (2011) – 1,5 g/kg
Relação Kcal não Cuppari (2005) / Chemin (2011) - 120:1 -
protéica / g nitrogênio relação kcal não protéicas:g nitrogênio
Cuppari (2005) - -3 pode melhorar a função Usar TCM se má absorção
Gordura imunológica Administrar com -3 pode melhorar a função
Se dislipidemia, seguir recomendações para imunológica Krause.
esta patologia Se dislipidemia, seguir recomendações para esta
patologia
Carboidratos Se diabetes seguir recomendações para esta Se diabetes seguir recomendações para esta
patologia patologia
Líquidos e eletrólitos 30 a 35 ml/kg 30 a 35 ml/gg, quantidades adicionais de líquidos e
(Krause) eletrólitos para compensar perdas com diarréia,
náusea, vômito, febre prolongada e sudorese noturna
Reposição de Na, K e Cl se diarréia e vômitos
Vitaminas e Minerais Suprir 100% das recomendações múltiplos de Suprir 100% das recomendações múltiplos de
vitaminas A, E, B6, B12 e zinco. (Cuppari, vitaminas A, E, B6, B12 e zinco. (Cuppari, 2005)
2005) Utilizar suplemento fornecendo 100% das
Utilizar suplemento fornecendo 100% das necessidades + um suplemento básico de complexo
necessidades + um suplemento básico de B
complexo B
OBS Dan (2009): Durante a fase de recuperação após infecção oportunista, o hipermetabolismo e as necessidades
energéticas permanecem aumentados entre 20 – 30%.

Tab. 06 Recomendações nutricionais para indivíduos com HIV/AIDS – Cuppari (2014)


Estágio
Estágio A Estágio B Estágio C Estágio C Obesidade
Assintomático / Sintomático / Infecções com desnutrição
peso estável complicações do HIV, oportunistas e/ou grave
necessidade de AIDS (CD4<200)
ganho de peso
Energia 30 – 35kcal/kg 35 - 40kcal/kg PA 40 – 50kcal/kg PA Iniciar com 20kcal/kg 20 – 25 kcal/kg PAj
(kcal/kg) PA PA, aumentar
gradualmente evitando
sindrome de
realimentação
Proteínas 1,1 – 1,5g/kg PA 15 – 2,0g/kg PA 2,0 – 2,5g/kg PA Aumentar Utilizar PAj para
(g/kg) gradualmente cálculo das
recomendações
Lipídeos 20 – 35% VCT
(% VCT)
CHO 45 – 65% VCT
(% VCT)
Fibras 25 – 30g/dia

Quanto à Terapia Nutricional, faz ainda mais algumas


Micronutrientes: entre 100 e 150% da RDA, com atenção considerações:
especial aos antioxidantes.
 Para cálculo da necessidade energética, utiliza-se a
OBS: A oferta de proteínas deve atender esta equação de Harris Benedict, multiplicando-se pelo
recomendação em pacientes com sobrepeso. Entretanto, a fator estresse e de atividade ( 1,25). Quando possível
ingestão energética deve ser adaptada ao peso desejado deve-se utilizar calorimetria indireta.
do paciente.  Macronutrientes  carboidratos e gorduras devem
seguir as recomendações normais para idade. No
Recomendações para alcançar adequada Terapia caso de má absorção manifestada por diarréia
Nutricional: recomenda-se dieta hipolipídica e utilização de TCM e
 Nutrição oral ad libidum sem intervenção se o peso e fórmula com peptídeos.
as condições estiverem adequadas;  Estudos utilizando ácidos graxos ômega 3
 Usar suplementos orais se perda de peso > que 10% demonstram efeitos benéficos na diminuição da
em 6 meses (aumentar a ingestão energética em 50% do hipertrigliceridemia e melhora da massa corporal
paciente desnutrido); magra em pacientes com AIDS.
 Em casos de diarréia, usar fórmulas de baixo peso  A utilização de fórmulas imunomoduladoras tem
molecular e suplementar sódio até 2400mgL. Considerar mostrado melhora da resposta imunológica e
também o uso de fibras solúveis. diminuição da perda de massa magra nos pacientes
com AIDS.

32
 As necessidades de vitaminas e minerais podem estar As indicações para TN em pacientes com AIDS são as
aumentadas nestes pacientes. As recomendações mesmas que em qualquer outro paciente. Aos pacientes
encontram-se no quadro a seguir. que conseguem ingerir alimentação oral, mas não atingem
adequadamente suas necessidades nutricionais
recomenda-se suplementação oral. Quando o VET não é
alcançado por via oral, apesar dos esforços pode ser
usada a nutrição enteral (NE) exclusiva ou em associação
com a via oral ou parenteral, quando o TGI está
preservado. Ela está indicada especialmente quando
existem lesões orais ou esofágicas e o paciente não
consegue comer adequadamente. Se o paciente
apresentar diarréia e má absorção (em geral, causada pela
perda excessiva de sais biliares), pode-se usar uma
fórmula a base de peptídeos e uma parte da gordura como
TCM. Se o suporte nutricional durar 4-6 semanas deve ser
feito com sonda gástrica, se não providenciar uma
enterostomia.

A nutrição parenteral total (NPT) pode ser usada quando o


paciente não tolera via oral nem nutrição enteral em
quantidades suficientes para atingir suas necessidades
nutricionais ou na vigência de diarréia intratável, obstrução
intestinal, vômito incoercível ou na contra-indicação de NE.

De uma maneira geral sugere-se que a NPT em AIDS:


(Dan)
 É útil em pacientes com doenças infecciosas
susceptíveis ao tratamento antimicrobiano e na
síndrome de má absorção com diarréia, na ausência de
patógeno definido de infecção oportunista;
 É de difícil manuseio em pacientes com afecções
pulmonares devido a complicações relacionadas com
volume hídrico e carga metabólica;
 A incidência de infecções bacterianas ligada a cateter de
NPT de longa permanência em AIDS é superior à outras
Chemin também coloca alguns aspectos práticos que populações de doentes;
devem ser cuidados durante a TN do indivíduo HIV  Não deve ser indicada rotineiramente em pacientes
positivo: definidos como em “fase final”, sendo estas situações
 A ênfase na higiene de mãos é indispensável para seu uso discutido com paciente e família dentro de uma
evitar as infecções oportunistas; perspectiva realista;
 Orientar o pacientes sobre a importância de higiene  Não existem evidências que o uso de NPT como medida
oral adequada; isolada prolongue a vida do paciente internado por AIDS.
 A água deve ser mineral e filtrada quando não for
possível, deve ser fervida e clorada; Orexígenos
 Os legumes, verduras e frutas devem ser lavadas em
água corrente e depois deixadas de molho em solução São os medicamentos usados para melhorar a ingestão de
clorada por cerca de 15 minutos; nutrientes e estimular a retenção calórica e nitrogenada. É
 Carnes cruas ou mal passadas e peixes crus devem importante lembrar que para assegurar o ganho de massa
ser evitados. magra é necessário exercício físico adequado.

Terapia Nutricional Enteral e Parenteral Na Tab.07, podemos observar os orexígenos utilizados na


AIDS e seus efeitos.

Orexígeno Efeito Efeitos colaterais


Estimulante do apetite
Derivado da progesterona, estimula o apetite (mais eficaz (Dan, 2009) Efeitos colaterais:
Acetato de Megestrol sem infecções ou lesões que podem interferir com Trombose venosa profunda
ingestão e absorção de nutrientes) Amenorréia REVERSÍVEL (mulheres)
Estimulante de apetite mais potente (Krause, 2010). Impotência REVERSÍVEL (homens)
Melhora sensação de bem-estar (Dan, 2009).
 lipogênese,  testostenora,  peso e a gordura, mas
não massa magra

Dronabinol Componente psíquico da marijuana (cannabis sativa) Ansiedade,  concentração, confusão e


Efeitos adversos e indesejáveis ao SNC(Krause, 2010). sonolência, taquicardia, palpitação e
vasodilatação
Atuam na preservação de Massa magra (MM) (Krause,
2010)
 apetite,  peso,  náuseas,  disposição e índice de
Karnofsky (avalia qualidade de vida)

33
Supressores de
Citocinas
Ácidos graxos -3 Sem resultados claros / Ganho de peso não significativo
Pentoxifilina Sem resultados claros / Ganho de peso não significativo -
Talidomida Promove  significativo do peso -
N – acetilcisteína. Diminuem a quebra protéica (Krause, 2010). Sonolência e outros efeitos
Talidomida  Promove  de peso. Eficácia em estudos neurológicos, não usar em grávidas
por curto período de tempo, sem estudos a longo prazo
(Dan, 2009).

Agentes Anabolizantes
 peso,  massa magra ( oxidação de proteínas) e  Diarréia, artralgias, mialgias e edema
Hormônio do gordura ( oxidação de lipídios),  excreção urinária de de membros inferiores
Crescimento nitrogênio,  desempenho físico e qualidade de vida
Não estimula apetite ou  GE,  massa magra pelo uso
de gordura para energia

Insuline-like Growth Factor 1 – estimula  massa magra -


IGF-1 em < grau que o GH
Esteróides Testosterona – resultados conflitantes, mas sugeres-se Uso controverso  risco de
Anabolizantes que  massa magra,  peso e melhora qualidade de vida. hepatotoxicidade (Krause, 2010).
Promovem equilíbrio de nitrogênio(Krause, 2010).
Requerem ingestão calórica adequada
e exercícios de resistência progressivos
Oxandrolona – derivado da testosterona para uso oral  para manter e maximizar o aumento de
massa magra.
 peso,  massa magra,  apetite,  atividade física.

Decanoato de nandrolona -  peso e  massa magra,


Dan (2009) A síndrome consuptiva não
porém não aprovado para uso, somente em anemia por
é uma indicação aprovada para o uso
IRC.
destes agentes.

As mudanças metabólicas e na forma do corpo (Figura 2)


Lipodistrofia Periférica consistem em:

Em alguns anos, os problemas clínicos de achados de  Aumento da cintura e afinamento das extremidades (
desnutrição mudaram para o achado de atrofia de gordura tecido adiposo visceral e  tecido adiposo
subcutânea e acúmulo de gordura visceral frente ao uso subcutâneo);
das novas medicações, principalmente inibidores de  Proeminência das veias das pernas e braços;
protease. Os principais agentes envolvidos com a  Nas mulheres, aumento das mamas e diminuição das
lipodistrofia são a estavudina e zidovudina (Krause, 2010). coxas;
 Mudanças na face incluem traços de pele acentuados,
O uso de terapia anti-retroviral atual leva a mudanças perda de gordura lateral e dobra nasolabial;
corpóreas e uma série de anormalidades metabólicas. A  Aumento de gordura dorsocervical (buffalo hump -
síndrome é composta de 03 fatores principais: corcova de búfalo); (Obs. Dan, 2009 - pacientes sem
uso de Inibidores de proteases também apresentaram
1) mudança na forma do corpo; 2) hiperlipidemia e 3) buffalo hump)
resistência à insulina.  Aumento do LDL-colesterol e VLDL-colesterol,
triglicerídeos (especialmente no uso de ritonavir) e
É essencial diferenciar as alterações na composição do diminuição de HDL-colesterol;
corpo, que indicam emaciação, lipodistrofia ou obesidade,
de uma perda de peso saudável e não ameaçadora Obs. Dan, 2009 – a terapia com inibidor de protease
(Krause, 2010). está associada com  de LDL e VLDL, mas não com
 de HDL (ou seja, o HDL não se altera)
A presença de complicações morfológicas podem  Pode ocorrer HAS;
mascarar a desnutrição –conhecida como Wasting  Alteração no metabolismo glicídico, resistência à
Syndrome. Pacientes tratados com inibidores de protease insulina, diabetes;
podem silenciosamente perder massa celular corpórea  Baixas concentrações de testosterona sérica em
(MCC), enquanto o ganho de peso acontece às custas de mulheres e homens
gordura corpórea sem modificações na massa magra (MM)  Alterações no metabolismo ósseo (perda óssea,
(Dan, 2009). osteopenia e osteoporose)  atribuídos a pouca
massa corporal, definhamento, nutrição precária, uso
As medidas de CC, CQ e RCQ, CB, C busto e C pescoço, de corticóide e deficiência hormonal, além da própria
além de peso, devem ser realizadas a cada 3 a 6 meses. terapia antiretroviral.
 Necrose avascular ou osteonecrose  atribuídos à
A BIA: útil para identificar emaciação, mas não é útil na hiperlipidemia, abuso de álcool, pancreatite, uso de
identificação de redistribuição de gordura (lipodistrofia) corticóide e hipercoagulabilidade.
(Krause, 2010).
Obs.: segundo a Krause , o GER pode  com lipodistrofia e
resistência à insulina.

34
 Apoptose dos adipócitos relacionada ao uso de
Alterações mais encontradas: (Dan) inibidores de protease;
 Geral  alterações na distribuição da gordura  Toxicidade da mitocôndria relacionada a droga anti-
corporal, hipertrgliceridemia e resistência à insulina. retroviral inibidora de transcriptase reversa análoga de
 Homens  hipertrigliceridemia, hipercolesterolemia e nucleosídeo;
hipeglicemia.  Desregulação de TNF-alfa;
 Inibição do citocromo P450 relacionada aos inibidores
Diabetes mellitus, hipertrigliceridemia e
de protease;
hipercolesterolemia devem ser tratados da mesma maneira
 Hipercortisolismo (síndrome pseudo-Cushing);
que em outras circunstâncias clínicas, com dieta, atividade
 Efeito local do HIV sobre a produção de cortisol;
física e, se necessário, medicações.
 Alteração de hormônio esteróides.

O mecanismo que leva ao desenvolvimento das Exercícios aeróbicos podem desempenhar função
alterações metabólicas e anatômicas (lipodistrofia) em importante na redução da adiposidade troncular, junto à
pacientes HIV é multifatorial: (Cuppari) uma dieta moderada em gordura e CHO e com alto teor de
 Homologia estrutural e molecular entre o sítio catalítico fibras (Krause, 2010).
dos inibidores de protease e uma proteína do
metabolismo lipídico;

A B C D

Fig 01. Fotos mostrando as alterações corporais ocasionadas pela lipodistrofia: A) Proeminência das veias no braço, B)
Corcova de búfalo, C) Mudanças faciais e D) Afinamento dos braços e aumento da gordura abdominal.

35
EXERCÍCIOS HIV/AIDS 7) B.P.C., 35 anos, com diagnóstico de SIDA, apresentou
perda ponderal involuntária de 20% do peso corporal,
1) Para manter o estado nutricional de pacientes diarréia há 2 meses (4 evacuações ao dia) e febre
aidéticos, o requerimento de calorias preconizado para intermitente. No momento, encontra-se em tratamento
o ganho de peso é: de pneumonia e candidíase oral. A oferta preconizada
de energia e proteína é: (UERJ/UNIRIO 2005)
(A) GEB x 1,0
(B) GEB x 1,3 (A) 35 Kcal/Kg de peso/dia e 2,0 g de proteínas/Kg de
(C) GEB x 1,5 peso/dia
(D) GEB x 1,1 (B) 25 Kcal/Kg de peso/dia e 2,0 g de proteínas/Kg de
peso/dia
2) Segundo Cuppari, quando o paciente com SIDA (C) 35 Kcal/Kg de peso/dia e 1,25 g de proteínas/Kg de
apresenta náuseas e vômitos, o nutricionista pode peso/dia
orientar a ingestão de: (D) 30 Kcal/Kg de peso/dia e 1,0 g de proteínas/Kg de
peso/dia
(A) Alimentos doces e úmidos (E) 35 Kcal/Kg de peso/dia e 0,8 g d proteínas/Kg de
(B) 3 grandes refeições ao dia peso/dia.
(C) Frutas como melão e melancia
(D) Alimentos salgados e secos 8) Qual o percentual de energia e proteína,
respectivamente que deve ser acrescido na dieta para
3) A diarréia é o sintoma gastrintestinal inicial mais cada grau celsius de elevação da temperatura corporal
freqüente na SIDA. As modificações dietéticas acima do normal? (Comando da Marinha 2004)
adequadas para tratar este sintoma, no acometimento
total do intestino delgado, são: (A) 10% / 5%
(B) 12% / 8%
(A) Teor de lipídeos < 20%; fibra solúvel; teor de resíduos (C) 13% / 10%
diminuído; retirar lactose; evitar cafeína (D) 15% / 12%
(B) Teor de lipídeos de 30%; fibra solúvel; teor de (E) 20% / 15%
resíduos normal; manter lactose; manter cafeína
(C) Teor de lipídeos > 20%; fibra solúvel; teor de resíduos 9) Nos pacientes com Síndrome de Imunodeficiência
normal; manter lactose; manter cafeína Adquirida (AIDS) são encontradas, com certa freqüência,
(D) Teor de lipídeos de 30 a 35%; fibra insolúvel; teor de EXCETO:
resíduos normal; retirar lactose; evitar cafeína
(A) dislipidemia e resistência insulínica.
4) O uso de medicações, inibidores de protease em (B) desnutrição e perda de peso.
pacientes HIV positivos pode cursar com lipodistrofia. (C) deficiência de vitaminas A, C, B12, B6 e dos minerais
As estratégias corretas para seu tratamento são: zinco e selênio.
(Concurso da Residência Nutrição-HUPE 2004) (D) alterações neurológicas.
esteatose hepática e constipação.
(A) manutenção da medicação e suplementação de anti-
10) A terapia com inibidor de protease utilizada em
oxidantes
(B) manutenção da medicação e restrição dietética de pacientes com AIDS provoca, dentre outras, as seguintes
gorduras saturadas alterações que poderão influenciar o acompanhamento
(C) manutenção da medicação e suplementação de ácidos nutricional:
graxos ômega 3
(D) manutenção da medicação e restrição dietética de (A) Aumento da gordura abdominal e do LDL colesterol
carboidratos simples (B) Aumento da gordura periférica e do LDL colesterol
(C) Aumento da gordura periférica e do HDL colesterol
5) As metas nutricionais para indivíduos HIV+ (D) Aumento da gordura abdominal e HDL colesterol
assintomáticos consistem em reduzir a perda de peso,
11) O hormônio do crescimento tem sido recomendado na
preservar massa magra e evitar deficiências
nutricionais. Os micronutrientes que irão diminuir a terapia nutricional do paciente com AIDS, porque o
resposta leucocitária proliferativa são: (HUPE 2002) mesmo:

(A) zinco e selênio (A) Reduz gasto energético e aumenta massa corpórea
(B) cobre e selênio magra
(C) zinco e manganês (B) Aumenta o peso corpóreo e massa corpórea magra
(D) cobre e manganês (C) Aumenta massa corpórea magra e adiposa
(D) Reduz gasto energético e massa corpórea magra
6) Sobre o tratamento nutricional de um paciente com
12) A dieta destinada a paciente com AIDS, acometidos
AIDS é correto afirmar que: (PMRJ-2001)
por mucosite e estomatite, deve ter:
(A) as necessidades protéicas são de 1,5 a 2,0g /kg para
a manutenção do estado nutricional (A) Consistência reduzida, menor densidade calórica e
(B) as necessidades protéicas são de 1,0 a 1,4g /kg para redução no conteúdo de sal
manutenção do estado nutricional (B) Consistência normal, maior densidade calórica e
(C) a restrição protéica não e indicada em pacientes com redução do conteúdo de sal
doenças hepática severa (C) Consistência normal, menor densidade calórica, e
(D) o uso de triglicerideos de cadeia media prejudica a aumento do conteúdo de sal
absorção de gorduras (D) Consistência reduzida, maior densidade calórica, e
(E) a reposição de líquidos e eletrólitos e desnecessária redução no conteúdo de sal
na presença de vômitos e diarréia

36
13) Paciente apresenta o seguinte quadro: dislipidemia e sintomático e com uma contagem de células CD4< 250
resistência insulínica; desnutrição e perda de peso; células/mm³ deve ser efetuado com: (Prefeitura RJ/2008)
deficiências de vitaminas A, C, B12, B6 e dos minerais
zinco e selênio, e ainda, alterações neurológicas. È um
(A) nutrição parenteral central, preferencialmente
quadro de paciente: (Prefeitura Municipal de Campo de
(B) suplementação de TG de cadeia longa
Brito – 2005)
(C) restrição de carboidratos complexos
(D) 1,5 a 3 g de proteína/kg/peso dia
(A) Com Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS).
(B) Com doença neoplásica
(C) Politraumatizado.
20) João Alberto tem 45 anos e foi encaminhado para
(D) Hipovolêmicos.
(E) Com tuberculose intestinal. avaliação no ambulatório de Nutrição em Aids de uma
unidade de saúde. Sua contagem de CD4 mais recente é
3
14) A utilização de megadoses de vitaminas e minerais na de 350 células/mm . Seu peso no momento da consulta é
terapia nutricional do paciente portador do HIV tem como de 65 Kg e altura de 1,68m. Durante a aplicação do
fundamento: (Residência – HUPE/2000) recordatório de 24 horas relatou preferência por alimentos
liquidificados em função de candidíase oral. O nutricionista
que atendeu João Alberto prescreveu uma dieta com
(A) Fortificar o sistema imune
aporte diário de proteínas (em grama) e calorias (em Kcal)
(B) Reduzir a replicação do vírus
por Kg de peso, respectivamente, de: (Residência
(C) Possibilitar a redução de lipídeos
HUPE/2009)
(D) Prevenir infecções por leveduras
(E) Propiciar menores casos de diarréia
(A) 1,0 / 30
(B) 1,5 / 35
15) Mulher de 25 anos, IMC de 16kg/m2,
com diagnóstico
(C) 1,25 / 40
de AIDS, internou com quadro de febre, diarréia intensa,
(D) 2,0 / 45
tendo como causa Mycobacterium avium intracillulare.
Sabendo que o exame radiológico apontou para um
21)No caso de diarréia resultante de enteropatia da
comprometimento parcial do intestino delgado, a terapia
síndrome da imunodeficiência adquirida, uma
nutricional a ser adotada é a do tipo: (Residência –
intervenção nutricional correta é a: ( Itaocara, 2010)
HUPE/2003)
(A) aumentar o sorbitol, hexóis e manitol (suco de maça e
(A)Parenteral total
pêra)
(B)Enteral elementar
(B) aumentar o teor lipídico da dieta para aumentar a oferta
(C)Parenteral periférica
calórica
(D)Líquida sem resíduos
(C) aumentar o consumo de bebidas cafeinadas
(D) reduzir alimentos de alto teor de frutose sucos, uva,
16) Pacientes com SIDA apresentam anormalidades
mel, nozes e refrigerante
séricas significantes de micronutrientes. A diminuição das (E) aumentar a oferta de lactose para uma oferta
células CD4, juntamente com a progressão da doença e o adequada de proteínas
aumento da mortalidade estão associadas à deficiência da
seguinte vitamina: (Residência – HUPE/2004) 22) Homem, 35 anos com AIDS sintomática, apresentando
quadro de candidíase esofagiana, perda ponderal
recente associada com diarréia baixa. Dados do
(A) A
paciente: h=1,75m, h²=3,06 m², IMC=17,33kg/m².
(B) B6
Calcule a necessidade energética e de proteína para esse
(C) B12
paciente, conforme proposto por Silva e Mura (2007)
(D) C
(PMERJ 2010):
17) Pacientes com SIDA, podem apresentar cardiomiopatia (A) VET= 1855,7 kcak; proteína=42,41 g/dia
(B) VET+ 2385,9 kcal; proteína= 185,57 g/dia
congestiva (Doença de Keshan), em decorrência da (C) VET=2120,8 kcal; proteína = 106,04g/dia
deficiência de: (Residência – HUPE/1998) (D) VET= 2651 kcal; proteína=79,52 g/dia

(A) Fósforo 23) Com relação às alterações nutricionais nos pacientes


(B) Selênio com AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida),
(C) Cobre julgue as assertivas assinalando (V), se forem verdadeiras
(D) Zinco e (F), se forem falsas (EAOT,2011)
(E) Sódio
( ) A desnutrição em pacientes soropositivos caracteriza-
18) A gravidade da desnutrição em pacientes aidéticos se pela perda ponderal e involuntária de 30% do peso
aumenta com a progressão da infecção pelo HIV. corporal.
Normalmente, instalam-se deficiências múltiplas, tais ( ) Indivíduos com infecção pelo HIV/AIDS apresentam
como: (Residência – HUPE/1996) anormalidades séricas significativas dos seguintes
micronutrientes: vitaminas D e C, e os minerais cálcio e
(A) Cálcio, ferro e manganês magnésio.
(B) Vitamina E, glutamina e cobre ( ) O isolamento social, a depressão e ansiedade são
(C) Magnésio, arginina e vitamina K fatores psicológicos da doença que podem levar o paciente
(D) Riboflavina, vitamina D e vitamina A à anorexia.
(E) Ácido fólico, ácido ascórbico e selênio ( ) Os pacientes com AIDS apresentam três tipos de
alterações metabólicas: aumento do gasto energético,
alterações proteicas e lipídicas.
19) O tratamento nutricional de pacientes portadores da
infecção pelo vírus da imunodeficiência humana,

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Assinale a alternativa que contém a sequência correta de (C) As lesões do Sarcoma de Kaposi, quando acometem a
letras, de cima para baixo. cavidade oral ou o esôfago de alguns pacientes, podem
a) F – F – V – V causar dor e dificuldade à mastigação e deglutição
b) V – V – V – V (D) A necessidade de ingestão de líquidos nos indivíduos
c) V – F – F – F infectados pelo vírus da imunodeficiência humana é maior.
d) F – V – V – F Além disso, a mesma é calculada como 35 a 40ml/kg de
peso/dia.

24) Na doença causada pelo vírus da imunodeficiência 29) A introdução da terapia Antirretroviral Altamente Ativa
adquirida, é comum a menor tolerância à gordura. Nesse (Highly Active Antiretroviral Therapy – HAART) modificou,
caso, é recomendado (FIOCRUZ 2010): drasticamente, o prognóstico dos pacientes com HIV/AIDS.
Entretanto, essas drogas apresentam efeitos colaterais
(A) o óleo de peixe associado ao óleo TCM (triglicerídeos importantes, dentre os quais podemos citar: (Residência
de cadeia média), porque pode melhorar a função UFF 2011):
imunológica. (A) lipodistrofia, hipercolesterolemia e cetose.
(B) o uso proibido do TCM (triglicerídeos de cadeia média), (B) hiperglicemia, hipertrigliceridemia e acidose láctica.
pois é rapidamente absorvido. (C) hiperglicemia, hipercolesterolemia e caquexia.
(C) o uso de suplementos com base em triglicerídeos de (D) hipertrigliceridemia, hiperglicemia e cetose.
cadeia longa, para diminuir o nitrogênio nas fezes.
(D) a ingestão normal de colesterol, independentemente 30) Alice, 42 anos, está internada há 2 meses com relato
dos níveis séricos. de 4 episódios de evacuação líquida/dia e fraqueza. Você,
(E) a ingestão aumentada de gorduras trans. nutricionista desta enfermaria, observa que a ingestão
alimentar de Alice é de 40% do que lhe é oferecido e a
25) São complicações decorrentes da infecção pelo HIV e mesma atribui o fato a falta de apetite. Informações:
comprometedoras do estado nutricional, exceto Uso de Zidovudina, lamivudina, nevirapina e pentamidina
(Residência UFF 2011): Temperatura na internação: 38,3°C
Triglicerídeos = 310
(A) candidíase oral. Carga viral: 110000 copias /ml
(B) diarreia. Albumina = 2,5
(C) dislipidemia. Altura: 1,70
(D) febre. Peso usual=60Kg
Peso atual=53Kg
26)Trata-se de sugestão dietética usada para alívio dos
sintomas apresentados pelo paciente portador de infecção O fatores que definem a síndrome consumptiva em Alice
pelo vírus HIV (Residência UFF 2011): são: (Residência HUPE 2011)
(A) Dieta com baixo teor de gordura e lactose para corrigir (A) IMC= 18,3; Carga Viral >100000 copias/ml e diarréia
a constipação. (B) perda ponderal de 7Kg, T°> 37,8 e fraqueza
(B) Refeições pequenas e frequentes para aumentar a (C) Alb <3,5, mais de 3 evacuações líquidas/dia e febre
ingestão oral de nutrientes. (D) Ingestão alimentar < 60%, perda de 11% do peso usual
(C) Alimentos macios e úmidos para alívio das náuseas. e fraqueza.
(D) Preparações salgadas para facilitar a ingestão de
alimentos em caso de candidíase oral. 31) Quais as recomendações nutricionais de energia e
proteína para os portadores do vírus HIV e
27) Quanto às necessidades nutricionais de pacientes assintomáticos? (Corpo de Saúde da Marinha, 2011)
infectados pelo HIV, o que se deve considerar? (A) 25 a 30 kcal/kg peso atual/dia e 0,8 a 1,25g proteína
(Residência UFF 2011): /kg peso atual/dia
(A) A necessidade de energia aumenta em 13% e a de (B) 25 a 30 kcal/kg de peso atual/dia e 1,5 a 2,0g
proteínas em 10% para cada grau Celsius de elevação de proteína/ kg peso atual/dia
temperatura acima do normal. (C) 30 a 35 kcal/kg de peso atual/dia e 1,2 a 1,5g
(B) As necessidades de energia e de proteínas aumentam, proteína/kg de peso atual/dia
e independem da progressão da doença e de (D) 35 a 40 kcal/kg peso atual/dia e 1,2 a 1,5g proteína/kg
complicações. peso atual/dia
(C) Em pacientes com diarreia, está indicada a (E) 35 a 40 kcal/kd peso atual/dia e 1,5 a 2,0g proteína/kg
suplementação de ácidos graxos de cadeia longa. peso atual/dia
(D) Os suplementos de minerais são contraindicados para
esses pacientes. Gabarito:
28)Sobre a síndrome da imunodeficiência adquirida 1) C 2)D 3)A 4)B 5)A 6)B 7)A 8)C
(AIDS), é correto dizer: (Residência UFF 2011):
9)E 10)A 11)B 12)D 13)A 14)A 15)B 16)A
(A) A diarreia pode persistir nesses pacientes, mesmo na
ausência de patógenos e, devido a isso, não é indicada 17)B 18)E 19)D 20)B 21)D 22)C 23)A 24)A
uma dieta com baixo teor de gordura para auxiliar o
tratamento. 25)C 26)B 27)A 28)C 29)B 30)B 31)A
(B) As necessidades proteicas nesses pacientes podem
ser estimadas em 0,8 a 1,2g/kg de peso para manutenção
e de 1,3 a 1,8g/kg de peso para recuperação.

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