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Trata-se da Medida Provisória 789/2017, que alterava as leis federais 7.990/1989 e 8.001/1990.
Através dela, as hipóteses de incidência, as bases de cálculo, várias alíquotas, as
responsabilidades, as sanções e infrações administrativas, dentre outros aspectos da CFEM,
foram alterados.
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tendo sido apresentado para sanção do Presidente da República o Projeto de Lei de Conversão
38/2017.
Em 19.12.2017 foi então publicada no Diário Oficial da União a Lei 13.540, com alguns poucos
vetos do Presidente da República, alterando definitivamente os dispositivos legais relacionados
à CFEM.
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1. Competência
Superando alguns debates, restou estabelecido categoricamente na Lei 13.540/2017 que
compete privativamente à União, por intermédio da entidade reguladora do setor de mineração,
regular, arrecadar, fiscalizar, cobrar e distribuir a CFEM.
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2. Sujeito Passivo
Na nova sistemática, ficam obrigadas ao pagamento da CFEM as seguintes pessoas jurídicas
ou físicas:
Além do estabelecimento de novos sujeitos passivos, a Lei 13.540/2017 passou a exigir que
todos eles deverão estar cadastrados e manterão seus dados atualizados perante a entidade
reguladora do setor de mineração, sob pena de multa, nos termos do regulamento.
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Ainda, a nova legislação estabeleceu que:
1. Na hipótese de arrendamento, o arrendante de direito minerário responde
subsidiariamente pela CFEM devida durante a vigência do contrato de arrendamento; e
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3. Hipótese de Incidência
Antes das alterações promovidas pela Lei 13.540/2017, a legislação previa a existência de 3
hipóteses de incidência para a CFEM: (i) saída por venda, (ii) primeira aquisição, na hipótese de
extração sob o regime de permissão de lavra garimpeira e (iii) no consumo.
Com a nova sistemática, além de alterarem certos aspectos das hipóteses de incidência já
existentes, criou-se outra mais. Hoje, prevê-se a incidência da CFEM quando:
3. Do ato da primeira aquisição de bem mineral extraído sob o regime de permissão de lavra
garimpeira, e
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4. Base de cálculo
Anteriormente, existiam 2 possíveis bases de cálculo: (i) na hipótese de saída por venda, o
faturamento líquido, entendido como a receita bruta decorrente da operação de venda, deduzida
dos tributos incidentes sobre essa e as despesas de transporte e seguro e (ii) na hipótese de
consumo e de utilização, os custos de produção (diretos e indiretos).
Hoje, com a Lei 13.540/2017, referidas bases de cálculo sofreram significativas mudanças e
outras foram criadas, senão vejamos:
1. Na saída por venda, a nova base de cálculo passou a ser a receita bruta de venda, deduzida
apenas dos tributos incidentes sobre a comercialização.
Nesse tocante, ato da entidade reguladora do setor de mineração, precedido de consulta pública,
estabelecerá, para cada bem mineral, se o critério será o preço corrente no mercado local,
regional, nacional ou internacional ou o valor de referência.
Por sua vez, os valores de referência serão definidos pela entidade reguladora do setor de
mineração à partir de metodologia estabelecida no Decreto 9.252, de 28.12.2017.
Importante registrar, nesse ponto, que a nova sistemática excluiu a apuração da CFEM os
bens minerais doados a entes públicos, bem como estabeleceu que o beneficiamento de bem
mineral em estabelecimento de terceiros, para efeitos de incidência da CFEM, será tratado como
consumo.
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3. Nas exportações, sobre a receita calculada, considerada como base de cálculo, no
mínimo, o preço parâmetro definido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil do Ministério
da Fazenda, com fundamento no art. 19-A da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996,
e na legislação complementar, ou, na hipótese de inexistência do preço parâmetro, será
considerado o valor de referência, observado o disposto nos §§ 10 e 14 deste artigo;
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b. No aproveitamento econômico de água mineral para fins balneários, a alíquota da CFEM
incidirá sobre o valor do banho, caso haja especificação do preço do banho, ou, na hipótese
de o preço do banho não estar especificado, sobre 8,91% (oito inteiros e noventa e um
centésimos por cento) da receita bruta mensal do estabelecimento do titular, deduzidos os
tributos incidentes sobre sua comercialização, pagos ou compensados, de acordo com os
respectivos regimes tributários.
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5. Alíquotas
As alíquotas, por sua vez, sofreram sucessivas alterações nesse processo legislativo, inclusive
sendo objeto de um dos vetos presidencial. Algumas foram majoradas, como é o caso de minério
de ferro e de ouro; outras reduzidas, como o caso de rochas ornamentais, agregados e outros; e
outras vetadas, como foi a alíquota fixada para os fertilizantes.
A alíquota máxima antes prevista de 3%, passou a ser de 4%, sendo prevista uma inovação
ao estabelecer que, no caso de rejeitos e estéreis de minerais associados utilizados em outras
cadeias produtivas, haverá uma redução de alíquota da CFEM de 50% (cinquenta por cento).
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As alíquotas definitivas e definidas na Lei 13.540/2017 são:
1,5%
Ouro
2%
Diamante e demais substâncias minerais
3%
Bauxita, manganês, nióbio e sal-gema
3,5%
Ferro, observados os critérios em lei
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Especialmente no tocante à alíquota de minério de ferro, restou estipulado que Decreto do
Presidente da República, a ser publicado em até noventa dias a partir da promulgação da Lei,
estabelecerá critérios para que a entidade reguladora do setor de mineração, mediante demanda
devidamente justificada, possa reduzir, excepcionalmente, a alíquota da CFEM do ferro de 3,5%
(três inteiros e cinco décimos por cento) para até 2% (dois por cento), com objetivo de não
prejudicar a viabilidade econômica de jazidas com baixos desempenho e rentabilidade em razão
do teor de ferro, da escala de produção, do pagamento de tributos e do número de empregados.
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6. Receita da CFEM e respectivo rateio
A distribuição da receita da CFEM igualmente foi objeto de alteração, de acordo com os
seguintes percentuais e critérios:
1% 1,8% 0,2%
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a. cortados pelas infraestruturas utilizadas para o transporte ferroviário ou dutoviário de
substâncias minerais;
1. Pelo menos 20% (vinte por centro) das parcelas recebidas pelos Estados, Distrito Federal
e os Municípios serão destinadas, preferencialmente, para atividades relativas à diversificação
econômica, ao desenvolvimento mineral sustentável e ao desenvolvimento científico e tecnológico.
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8. Sanções pela inadimplência
Superando lacuna da antiga legislação, restou estabelecido na nova sistemática que o
inadimplemento do pagamento da CFEM no prazo devido ou o seu recolhimento em desacordo
com o disposto na legislação em vigor ensejará a incidência de atualização monetária, juros e
multa, calculados na forma estabelecida no art. 61 da Lei 9.430, de 27 de dezembro de 1996,
ou seja:
1. Multa de mora, calculada à taxa de 0,33%, por dia de atraso, limitado à 20%, contada à partir
do primeiro dia subsequente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento até o dia em
que ocorrer o seu pagamento;
2. Juros de mora equivalentes à taxa SELIC, a partir do primeiro dia do mês subsequente
ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento, e de um por cento no mês de
pagamento.
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Sobre a Autora
Advogada, Mestre em Direito Empresarial, possui
Executive MBA em Gestão Econômica de Recursos
Minerais, pós-graduação em Direito Tributário,
graduação em Direito e curso técnico em gestão. É
sócia fundadora do FERRARA BARBOSA Sociedade
de Advogados. Destaque nas 6 últimas edições
do Chambers and Partners (América Latina), em
“Energia e Recursos Minerais: Mineração”. Membro
da Comissão de Direito Minerário da OAB/MG. Autora
Dra. Marina Ferrara e coordenadora de obras especializadas em direito
minerário e ambiental, bem como colunista em sites
especializados em recursos naturais. Professora em
cursos de EMBA e de pós-graduação.
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