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02/12/2020 arquitextos 245.

03 patrimônio: A distinguibilidade como figura retórica na intervenção contemporânea no patrimônio arquitetônico | vitru…

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245.03 patrimônio ano 21, out. 2020

A distinguibilidade como figura retórica na intervenção


contemporânea no patrimônio arquitetônico
Ana Cristina Csepcsényi

245.03 patrimônio
sinopses
como citar

idiomas
original: português

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245

245.00 projeto
Catedral de Brasília
Forma-estrutura
atectônica e
experiência empática
Marcos Favero e Monica
Aguiar
245.01 história
Judith Martins
Memória e
Adição no Centre Chorégraphique National, Montpellier (FRA) reconhecimento do
Foto divulgação [Acervo Lipsky + Rollet architectes] patrimônio através da
História Oral
Taís Ossani
A intervenção no patrimônio cultural é um problema complexo. Do ponto de 245.02 historiografia
vista técnico-teórico, a intervenção coerente e consistente deve Construindo com pouco
orientar-se de modo profundo e concatenado no referencial teórico do no Nordeste brasileiro
campo disciplinar, em particular da restauração, de modo a cumprir sua Conexões Armando
função primordial que é resguardar o bem em sua qualidade de referência Holanda–Aldo van Eyck
para preservação. Juliana Silva Ramos e
Guilah Naslavsky
Todavia, no que tange à definição da proposta, a prática contemporânea de
intervenção no patrimônio arquitetônico nacional, por vezes, mostra-se 245.04 intervenção
superficial e incoerente em relação à teoria da restauração que deveria urbana
orientá-la. Nessa conjuntura, a intervenção pode promover um discurso que Praças temporárias para
tem o potencial de causar prejuízos ao patrimônio como referência ativação de vazios
histórica. O caso das Plazas
Públicas de Bolsillo de
Em razão disso, o objetivo deste artigo é discutir posturas teóricas Santiago
contemporâneas que podem ser observadas no partido da intervenção no Adriana Sansão Fontes,
patrimônio arquitetônico nacional (edificação urbana, de médio e grande Fernando Espósito-
porte, isolada – não em conjunto). Isso é feito por meio de revisão Galarce, Fernanda
bibliográfica sobre a teoria de restauração para intervenção nesse tipo Schwarc Mary e Lara
de bem, em meio às dinâmicas atuais de valorização da imagem e do Liberatto Nunes Alves
estético pelo impacto do novo na preservação. 245.05 arquitetura e
cenografia
A contribuição desta reflexão é apontar que a distinguibilidade, um Mire Veja
tópico operacional da linha teórica do Restauro Crítico, tem se tornado A cenografia de Paulo
uma figura de retórica empregada como justificativa pontual e Mendes da Rocha em
superficial, em lugar da adoção concatenada de uma corrente teórica que quatro atos
deve ser a orientadora do partido da intervenção.

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A teoria contemporânea para intervenção no patrimônio arquitetônico Fernanda S. Ferreira e
Maria Isabel Villac
O Restauro Crítico continua a ser uma linha teórica consistente e atual
245.06 urbanismo
para a intervenção no patrimônio arquitetônico. Todavia, a própria
O projeto de Palmas TO
compreensão desse patrimônio se ampliou desde sua criação, contribuindo
frente as teorias
para novas reflexões. Nesse panorama, segundo Giovanni Carbonara, são
urbanas revisionistas
propostas, a partir de 1970, novas correntes teóricas que são menos
pós 1945
esquemáticas e absolutas do que as duas instâncias (estética e histórica)
Roberto Bottura e
estabelecidas por Cesare Brandi. Para o autor, elas “priorizaram, por um
Heliana Comin Vargas
lado, o componente 'estético' (de alguns processos de reintegração e
restituição) e, por outro, o ‘histórico’ (consequentemente, conservador)” 245.07 paisajismo y
(1). espacio público
Las plazas principales
A corrente teórica denominada "Conservação Pura" ou "Conservação del centro histórico
Integral", por exemplo, assume uma conduta mais conservadora. Quanto à urbano de la ciudad de
questão da matéria e da imagem, ela não confere acentuada importância à Santiago de Cuba
imagem, porque isto deturpa a matéria. Logo, não reconhece superfícies de Análisis funcional y
sacrifício no bem, à medida que todas as superfícies do edifício sociocultural
registram as suas transformações e história. Sendo assim, elas detêm Lis Carvajal Soto,
excepcional valor documental e devem ser preservadas integralmente. Flora Morcate Labrada,
“Mesmo os sinais de degradação têm significado histórico, além de María Teresa Muñoz
estético e, portanto, devem ser respeitados” (2). Conforme Marco Dezzi Castillo e Dayana
Bardesch afirma, em entrevista a Andrea Lacomoni (3), os sinais de Lastre Denis
deterioração da arquitetura de valor patrimonial aumentam sua aura.
Portanto, essa corrente privilegia a instância histórica.

Nesse mesmo sentido, Beatriz Kühl (4) destaca que as várias


estratificações da obra são “rigorosamente respeitadas”, ainda que
apresentem descontinuidades, “admitindo-se uma configuração final da obra
com conflitos e, mesmo, contradições.” Nessa linha de abordagem, qualquer
conformação final do patrimônio não é contraditória, haja vista que é
resultante de todas as ações que foram impostas ao bem ao longo do tempo.
A historicidade dessas ações é “respeitada de modo absoluto, sendo a
matéria preservada tal qual chegou aos dias de hoje” (5).

Ao privilegiar a instância histórica, a “Conservação Pura” rejeita


qualquer tipo de reintegração e reprodução estilística, incluindo formas
simplificadas, e também repudia a remoção de adições. Segundo Bardesch
(na citada entrevista), a matéria faz a história por meio da forma em um
contexto. Essa “pele” da arquitetura “é uma arte autografada”, por isso
não pode ser “repetível”. “Cada gesto e sinal que se acumula no
território tem sua autenticidade”. Por sua vez, a autenticidade da
matéria como documento é um ponto pelo qual o autor afirma lutar, pois a
relação entre a matéria e o contexto é inseparável (6).

No entanto, conforme Kühl (7), tal corrente teórica pressupõe sanar as


patologias na arquitetura histórica, pois entende que a conservação “não
é mero apêndice do restauro, nem um grau de intervenção. É algo de
natureza diversa”. Desse modo, talvez essa seja a principal
“peculiaridade” da “Conservação Pura”: a dissociação da conservação de
qualquer outra ação no bem. O novo na intervenção é considerado uma ação
à parte, o momento autônomo de criação e de “liberdade figurativa”.

Ou, como Bardesch afirma, o novo representa um “poder autônomo de


expressão” (8). São esses “possíveis conteúdos, funções e expressões”
agregadas com o novo que a intervenção deve promover, além de garantir a
conservação do patrimônio. Para o autor, a dialética entre o antigo e o
novo é uma necessidade inseparável da reutilização da arquitetura
histórica. Logo, esse deve ser um diálogo conciliador, estruturado por
“fragmentos significativos” entrelaçados conscientemente e criativamente
com o bem. Assim, uma maneira de intervir respeitosamente na
preexistência é empregar materiais simples (a exemplo do tijolo), como a
gramática que constrói o diálogo entre o novo e o antigo. Sobretudo pelo
fato de que a tecnologia se impõe de forma “cada vez mais invasiva” nas
dinâmicas de reutilização do antigo.

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Adição no Moritzburg (Halle) (GER)


Foto divulgação [M* tth.K]

Nesse sentido, Paolo Torsello (9) acrescenta que a restauração é não


apenas um momento criativo do autor do projeto, mas também de
autoconsciência. Ela não deve alterar o preexistente; deve, inclusive,
prover a manutenção dos sinais de sua decadência, pois esses são
essenciais para a análise da obra e para a tradução de sua mensagem.
Contudo, Torsello ressalta que o novo também é essencial; sendo assim, o
novo e o antigo devem coexistir.

Da mesma forma, Amedeo Bellini defende que se promova o entendimento da


“intensidade expressiva” da arquitetura histórica, por meio do destaque
de sua “mensagem verdadeira”. Somente “a autenticidade dos dados
materiais é garantia essencial da verdade”. Entretanto, “a adição é
inevitavelmente contemporânea” e deve ser aceita no âmbito das
transformações, “maximizando a permanência” (10).

Com uma abordagem, em parte, oposta à "Conservação Pura", a corrente


teórica denominada "Manutenção-restauração" (também chamada de
“Manutenção-repristinação” ou, ainda, “Hipermanutenção”) enfatiza as
ações de pesquisa e operacionais, envolvendo “manutenções ou integrações
ordinárias e extraordinárias” (11).

Quanto à questão da matéria e da imagem, a “Manutenção-restauração”


confere relevante importância à imagem e discute a questão da
autenticidade da matéria na intervenção. Paolo Marconi (12) afirma que os
argumentos propagados pelos antigos “heróis” teóricos, cheios de
“certezas morais” e métodos, são “tecnicistas” e acentuadamente
mobilizados pelo valor de antiguidade conferido ao patrimônio. Mesmo os
materiais empregados em consolidações definidas no domínio de uma
intervenção alinhada com a “Conservação Pura” raras vezes se mostram
inteiramente compatíveis com os preexistentes e, além disso, também se
degradam progressivamente. Sendo assim, “o problema não é a autenticidade
do texto, é a qualidade da interpretação, bem como a qualidade intrínseca
da música”.

O autor pondera sobre o tema, relembrando que para os japoneses a


legibilidade da obra lhe confere autenticidade. Por isso, a imagem da
degradação é aviltante sendo empregada, inclusive, a reconstrução.
Todavia, ele assinala que a reconstrução de qualquer arquitetura é uma
situação extrema que deve ser avaliada com rigor filológico, caso a caso,
atentando-se ainda ao valor que é conferido ao bem. Uma reconstrução é
uma nova arquitetura, mas é também capaz de provocar emoções (13).

Nesse sentido, Carbonara (14) ressalta que, se é a imagem do bem que deve
prevalecer na definição da intervenção, seu aspecto degradado deve ser
evitado. A limpeza das superfícies do patrimônio construído deve ser
executada de forma eficiente, igualmente atingindo camadas mais profundas
da matéria. Superfícies de sacrifício são adotadas nos bens, pois
entende-se que são renovadas periodicamente com a conservação do

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patrimônio. Portanto, as argamassas e pinturas deterioradas devem ser
refeitas, empregando técnicas e materiais adequados. “Isso é diverso,
porém, de refazer argamassas e não consolidar as que existem e pintar
aleatoriamente” (15).

Orientada por essa mesma perspectiva, a reprodução de partes perdidas ou


deterioradas é justificada, inclusive sem simplificação para a
distinguibilidade. Para Marconi (16), a distinguibilidade das
reintegrações é uma “interpolação maximalista”, uma “demonização do falso
histórico” ressuscitado com base na Carta de Restauro Italiana (1972),
que promoveu um “rigor intransigente” para a restauração. Tal premissa
resulta em uma imagem de “colcha de retalhos” conferida pelas diversas
integrações no bem, que se sucedem com o tempo. Um “perverso” efeito que
ganha escala e cria um “panorama de ruínas”, contrário ao entendimento da
arquitetura como “um produto vivo de uma sociedade em movimento”. Esta é
uma “lacuna definitiva e intransponível” entre as gerações antigas e
atuais. Já nas adições, o uso generalizado de materiais típicos
distinguíveis (como o concreto, no lugar do tijolo e da cal, e do aço, no
lugar da madeira) é outro equívoco, pois é possível uma identificação
“moderada” empregando materiais tradicionais.

Adição com aço no Centro Italiano d'Arte


Contemporanea – Chiesa dell'Annunziata, ITA
Foto divulgação [Acervo T-Studio]

O autor ainda afirma que as questões teóricas mais atuais a respeito da


intervenção no patrimônio podem ser sintetizadas em duas vertentes:
proteger o bem mesmo em seu estado reduzido ou reviver, tanto quanto
possível, características reconhecíveis no artefato obscurecido pela
degradação. Isso, porque o “paroquialismo acadêmico” reduz e intimida a
capacidade criativa do arquiteto/restaurador, cuja responsabilidade
também é inserir o novo na preexistência e restituir a capacidade de
comunicação do patrimônio com a sociedade. Ao arquiteto que intervém no
bem, “o que mais importa é que ele pode comunicar sua mensagem através de
modificações e reduções, uma mensagem que consiste em oferecer ao homem
abrigo e proteção, bem como emoções e beleza” Livre da “atmosfera
moralista” de que a verdade é a honestidade estrutural e morfológica
ostentada por técnicas e matérias distinguíveis (17).

A veemência de Marconi na defesa de sua crença na corrente da


“Manutenção-restauração” induz a uma perspectiva mais emocional do
pensamento para intervenção no patrimônio arquitetônico. Para Carbonara
(18), essa corrente teórica impõe um escrutínio “particularmente pesado
de manutenção substitutiva e inovadora”. Kühl (19) acrescenta que essa
abordagem se baseia “numa lógica indutiva”, enquanto a teoria brandiniana
parte, ao contrário, de uma lógica dedutiva fundamentada em axiomas
éticos e científicos. Ademais, a “Manutenção-restauração” também é
contrária ao pragmatismo da “Conservação Pura” e do “Restauro Crítico-
conservativo” (tratado a seguir), que têm em comum uma “tendência maior a
se trabalhar por analogia”.

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Em uma linha menos “radical” do que as duas anteriores, a corrente
teórica “Restauro Crítico-conservativo” é fundamentada no axioma de que
cada intervenção é um caso. Segundo Carbonara (20), essa é a corrente
teórica mais correta e em consonância com a compreensão ampliada de
patrimônio, como expressão cultural e com o necessário juízo de valor
para a intervenção. Kühl (21) reforça que existe um crescente interesse
pelo “Restauro Crítico-conservativo” para a intervenção no patrimônio
construído.

Segundo afirma a autora, essa linha teórica tem uma estrutura de


pensamento que confere grande relevância aos “valores documentais e
formais da obra como imagem figurada”. As instâncias históricas e
estéticas são assumidas de forma crítica, interativa e sintética, não
dissociativa. Isso devido ao seu interesse pela clareza e por “facilitar
a leitura” do patrimônio, destacando o aspecto documental sem renunciar à
imagem. O “Restauro Crítico-conservativo” admite que “nem tudo numa mesma
obra deva ser preservado ou deva ser ‘visível’ imediatamente e ao mesmo
tempo, preconizando-se limitadas remoções em casos pontuais, e propondo,
quando necessário, a reintegração da imagem. Contudo, os casos de remoção
de adições e reproduções “são cada vez mais restritos, tendendo-se a uma
ampla conservação do documento”. Essa é uma postura “prudente”, que se
assemelha à “Conservação Pura”, mas “não significa de modo algum
congelamento e não prescinde, antes propõe, quando necessário, o uso de
recursos criativos (utilizados, porém, com respeito pela obra e não em
detrimento dela)” (22).

A criação no “Restauro Crítico-conservativo” é solidária, condicionada e


pressionada pelo bem, de modo que haja uma articulação entre a ação
conservativa e a inovadora (23). A liberdade para criação é menor se
comparada à “Conservação Pura”, mas, neste caso a ação de conservação é
bastante restritiva, porque essas atividades são dissociadas, conforme já
citado.

A pátina, para Carbonara (24), além de ter um caráter histórico, é


corroborada pela estética, por meio da imagem. O autor contesta
argumentações “pseudocientíficas” que discutem a cor da edificação, no
lugar do tema que seria mais pertinente: “a ‘conservação’, através da
perpetuação da matéria, do colorido antigo, mesmo se desbotado e não
necessariamente original”. A significação histórica da imagem precede a
estética da novidade. A preexistência já possui um valor que é único e
completo. “E qualquer intervenção sobre a obra é também uma intervenção
sobre a maneira de transmitir a obra em si, ao longo do tempo” (25).

Entretanto, isso não significa a imutabilidade da preexistência,


sobretudo porque não há uma maneira asséptica de restaurar. Intervir na
arquitetura de valor patrimonial significa operar sensivelmente uma
mudança que, inevitavelmente, tem implicações estéticas e formais no
edifício. O restauro não deve ser anulado pela arquitetura, nem o
contrário (26).

Para o “Restauro Crítico-conservativo”, isso significa transformar de


forma confiante, podendo contar com o emprego equilibrado de elementos
modernos. A tecnologia, por exemplo, deve ser deixada à vista. Um diálogo
deve ser estabelecido com ela, evitando-se os danos à matéria
remanescente do bem por consequência da intenção de dissimulá-la. Isto,
respeitando-se os tópicos operacionais de reversibilidade,
distinguibilidade e mínima intervenção. “O contraste bem estudado é
muitas vezes preferível à mais tranquilizadora imitação e replicação
linguística” (27).

Por outro lado, consolidações estruturais, por exemplo, dispensam muitos


esforços para evitar demolições e reconstruções, incorrendo no emprego de
propostas e recursos que são acréscimos visuais que se sobressaem à
arquitetura preexistente. Assim, a consolidação da matéria original do
documento em detrimento à imagem, também pode impactar sobremaneira sobre
o que o bem comunica. Com efeito, a consolidação estrutural “nunca é
figurativamente neutra” ou asséptica (28).

“Disso decorrem consequências imediatas, para a arquitetura, para


o chamado "restauro estrutural", não raro caracterizado por
preconcebidas posturas de predileção pelo "esquema estático" em
detrimento da figuratividade arquitetônica e de consequente
"purismo" tradicionalista, com formulações de método que, mesmo
inteligentes, são, no entanto, radicalmente inconscientes da
complexidade do problema e da sua natureza, no mais alto grau,
crítica” (29).

Em nome da legitimidade e visando à distinguibilidade, o conservadorismo


no tratamento de materiais e superfícies tem resultado em forte impacto
na imagem do bem. Isto não é um contraste bem estudado. Além do que, como
dito antes, nem tudo deve ser imediatamente visível. Carbonara (30)
emprega esse mesmo argumento, não com o objetivo de privilegiar a
instância estética, mas, visando reforçar o entendimento de que “não
existem linhas operacionais privilegiadas, porque cada caso é um caso”.

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E, se cada caso é um caso particular, com sua forma, seus materiais e sua
significação, mais uma vez é imprescindível o posicionamento crítico para
a intervenção.

Com base nesses apontamentos, já é possível se reconhecer que essas três


correntes teóricas contemporâneas não são necessariamente antíteses umas
das outras. Ainda mais se levarmos em conta que partem do mesmo ponto, o
“Restauro Crítico”. Na prática, no que se refere à definição do partido
de intervenção no patrimônio arquitetônico, há mais semelhanças do que
diferenças. Entretanto, há premissas conceituais distintas e o reforço
destas é também um recurso didático. São as diferenças que apontam o
léxico teórico ao qual uma intervenção contemporânea se alinha.

Carbonara (31) defende que as divergências contemporâneas no campo


teórico da intervenção no patrimônio são, de modo geral, da ordem das
“recriações modernizadoras e fantasiosas” e das reproduções tais e quais
ou simplificadas. No mesmo contexto, Claudio Varagnoli afirma que a
principal dificuldade a enfrentar é a dicotomia que se estabelece entre
restauro e design. Este momento não tem sido de profunda revisão de
métodos, mas sim de “relançamento da abordagem interpretativa do
patrimônio histórico de acordo com parâmetros que, às vezes, são novos e
estimulantes, mas, muitas vezes, são questionáveis e artificiais,
excessivamente formalistas, recusando a submeter-se à lógica do edifício
existente” (32).

Tal “lógica do edifício existente” é um discurso – o da preexistência. E,


ao entender-se que não se intervém no vazio e não se deve “musealizar” a
arquitetura de valor patrimonial, pode-se ponderar que não cabe fomentar
a dualidade entre “conservação” e “projeto”. A intervenção cria com a
preexistência, que deve ser assumida em sua amplitude significativa. Sob
essa condição, ela também pode ressignificar a historicidade do bem com o
novo, acrescentando uma nova camada de tempo, desde que não subverta o
discurso da preexistência.

A teoria na prática da intervenção no patrimônio arquitetônico

Beatriz Kühl (33) afirma que, no Brasil, as intervenções contemporâneas


no patrimônio arquitetônico frequentemente citam Cesare Brandi e a Carta
de Veneza (1964) como referencial teórico para justificar suas ações.
Entretanto, segundo a autora, ao analisá-las, observa-se uma “ignorância
completa desses escritos, ou uma leitura pouco profunda”.

A autora identifica práticas como reconstruções, demolições e o


tratamento das superfícies com o foco no novo, abarcando assim o
refazimento de argamassas, o descarte da pátina etc. Dessa forma,
subvertendo as características do bem como “aspectos formais,
documentais, sua composição como um todo (interna e externamente), sua
materialidade, suas várias estratificações e seus aspectos simbólicos”.
Além disso, apura que a distinguibilidade costuma ser empregada para
amparar essas intervenções, opondo-se à premissa teórica de “preservar e
facilitar a leitura dos aspectos estéticos e históricos do monumento, sem
prejudicar o seu valor como documento e sem eliminar de forma indistinta
as marcas da passagem do tempo na obra” (34).

Claudia Cunha (35) também analisa intervenções no patrimônio


arquitetônico nacional e observa que o Instituto do Patrimônio Histórico
e Artístico Cultural – Iphan, de maneira geral, ainda mantém as práticas
de reconstruções de outrora. Mesmo em detrimento das frequentes
referências à Carta de Veneza, “dando ensejo ao respeito pelas diversas
etapas por que passou o monumento e no abandono da busca pela unidade
estilística”. O que é uma atuação distante da “verdadeira restauração”,
por ser uma “leitura estética formal dos monumentos, relegando a
preservação da autenticidade material e histórica para segundo plano”.

“A leitura dos monumentos, apesar do discurso mais amplo de


patrimônio que se propala, continua a ser feita a partir de suas
características estéticas. Mas a leitura estética que se faz
agora é ainda mais rasa do que aquela da fase heroica, resumida à
aparência exterior do monumento, que deve ostentar cores
chamativas e alegres, num quadro de apropriação consumista e
vazio daquilo que deveria ser a materialização da memória
coletiva” (36).

Outra autora que analisa intervenções contemporâneas no patrimônio


arquitetônico no Brasil é Patrícia Nahas (37). Ela identifica a hegemonia
do emprego do tópico operacional brandiniano da distinguibilidade, assim
como Kühl. Nahas afirma que a prática ocorre pela “experimentação”, sendo
“ainda bastante afastada das prescritivas do campo disciplinar do
restauro”. As premissas teóricas em que as intervenções deveriam
fundamentar-se são focadas isoladamente, sem uma coerência global.

Essas autoras ratificam, por meio de suas análises e considerações, uma


impressão que já é vislumbrada por outros autores, a de que a demolição e
a reconstrução ainda são recorrentes, a de que há uma ênfase aos aspectos

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do novo e a de que a distinguibilidade é comumente empregada como uma
justificativa teórica superficial e pontual.

Teatro São Pedro


Foto Mônica Maia, s/d

Reconstrução do Teatro São Pedro


Foto Dornicke, 2010

Paço Imperial do Rio de Janeiro


Foto divulgação [Foto divulgação]

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Reconstrução do Paço Imperial do Rio de Janeiro


Foto Fulviusbsas [Domínio público]

Cabe ressaltar que tais posturas não são exclusivas da prática nacional.
Claudio Varagnoli (38) destaca a tendência, no exercício da intervenção
na Itália, de preservar o exterior da arquitetura histórica e projetar
volumes internos. Essa pode ser tomada como uma releitura inovadora ou
como o uso do postulado da distinguibilidade para exortar o novo. “Uma
relação ambígua é estabelecida entre o antigo e o novo. A preexistência é
usada e, muitas vezes, fortemente manipulada apenas para transmitir o
novo projeto dentro de um contexto antigo”. Além disso, as demolições
permanecem sendo frequentes, até mesmo para promover maior contraste e
dramaticidade ao novo. Um exemplo é a remoção de adições que já compunham
a história do edifício, para substituí-las por outras mais facilmente
distinguíveis.

Para o autor, a arquitetura feita “por contraste” é praticada por


profissionais que “não fazem restauro próprio do campo específico da
ação”. Eles fazem uma arquitetura de autorreferência que rejeita o
“restauro dos especialistas”, criticado por apresentar “resultados
decepcionantes em termos de qualidade arquitetônica”. Essa postura
traduz, de forma incisiva, o que o Varagnoli chama de “espírito dos
tempos”. Um momento no qual o patrimônio arquitetônico ou é
predominantemente criação, e a preexistência é só suporte, ou é
predominantemente rigor teórico, e a preexistência é morta e estática
(39).

Adição no Museu Rodin, Salvador


Foto Nelson Kon

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Não obstante se reconheça que essa reflexão é insuficiente para
identificar se existe um léxico teórico comum na prática da intervenção
no patrimônio arquitetônico nacional, no que tange à definição de seu
partido, tais posturas identificadas podem ser correlacionadas às
premissas conceituais das principais correntes teóricas contemporâneas
derivadas do “Restauro Crítico” a título de exercício. Por exemplo, as
premissas do “Restauro Crítico-conservativo” de valorização do caráter
documental das várias estratificações do bem na composição de sua imagem
podem rivalizar com as frequentes demolições e reconstruções de nossa
prática. As premissas da “Conservação Integral" de manutenção dos sinais
de degradação da edificação, descartando a reintegração de lacunas e a
reprodução, rivalizam com o aspecto novo conferido às superfícies, e a
premissa de valorização documental do bem também se opõe às demolições.

Por outro lado, os princípios da "Manutenção-restauração" de adotar


superfícies de sacrifício e de não valorizar os sinais de degradação,
refazendo argamassas e pinturas, reintegrando lacunas e reproduzindo
partes, podem ser relacionadas ao aspecto novo conferido às fachadas das
edificações. E a aceitação da remoção de adições pode ser associada às
demolições, também verificadas na prática da intervenção nacional. Em
contrapartida, nossas adições costumam ser claramente distinguíveis,
inclusive empregando materiais de alto impacto na imagem do bem – ao
contrário do uso dos materiais tradicionais para uma distinguibilidade
moderada, defendida por Paolo Marconi. Ou seja, uma arquitetura de
contraste como definido por Varagnoli.

Adição de passarela no Museu de Arte do Rio


Foto Ana Cristina Csepcsényi, 2019

Natália Vieira-de-Araújo (40) desenvolve uma reflexão semelhante a essa.


Afirma que não há, de forma significativa, uma prática nacional de
intervenção no patrimônio edificado que possa ser alinhada com a corrente
"Conservação Integral" ou com o “Restauro Crítico-conservativo”. Porém, a
autora pondera se há realmente uma identificação com a linha de
“Manutenção-Restauração”.

“Assim, incomoda-nos bastante a percepção de que apesar de haver


uma enormidade de exemplos intervencionistas baseados em
princípios próximos à corrente italiana da “repristinação”, não
temos acesso a praticamente nenhum material nacional de reflexão
teórica que defenda e apresente as justificativas para a adoção
de tal postura” (41).

Vieira-de-Araújo (42), tal como Cunha, destaca que na prática


institucionalizada do Iphan há “uma pré-disposição bastante forte para a
adoção de princípios de reconstrução e/ou reconstituição de uma
determinada feição eleita como de maior valor patrimonial por parte de
técnicos, espalhados por todo o território nacional”.

“Diante destas permanências, preocupa-nos a recorrência do


discurso de valorização da imaterialidade e participação da

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população como justificativas para a realização de reconstruções
miméticas, de forma tal que colocamo-nos a questão: não será essa
uma legitimação para a perpetuação da ação primeira do Iphan
fortemente pautada por reconstituições e repristinações?” (43).

Biblioteca Pública Cassiano Ricardo, São Paulo


Foto Claudio Vieira [Acervo Prefeitura São José dos Campos]

Adições no interior da Biblioteca Pública Cassiano Ricardo, São Paulo


Foto Claudio Vieira [Acervo Prefeitura São José dos Campos]

Em função disso, a autora instiga: “Consciência técnica em prol da


repristinação ou manutenção do status quo?” (44). Por certo, há de se
reconhecer que não existem evidências sólidas de uma “consciência técnica
em prol da repristinação”, defendida como postura no exercício técnico
profissional da definição do partido da intervenção no patrimônio
arquitetônico nacional. Kühl e Nahas ressaltam o frequente caráter
superficial e fragmentado dos fundamentos teóricos expostos como
justificativas de intervenções. Sendo assim, não há nessa conjuntura um
grau de aprofundamento teórico que possa testemunhar um explícito
alinhamento com a corrente “Manutenção-Restauração”.

Todavia, é possível que as práticas empíricas verificadas em nossa


realidade sejam mais alinhadas com a “Manutenção-Restauração”, em função
de fatores não diretamente vinculados aos postulados da corrente teórica
propriamente dita. Com efeito, os partidos das intervenções nacionais
demonstram certo privilégio da fruição da imagem, que se encontra
respaldado no valor de novidade de Alois Riegl (45), conferido pelas
massas, em detrimento do documento histórico.

Ademais, essa condição está em consonância com o panorama contemporâneo


de percepção da arquitetura histórica abordado por Ignasi de Solà-Morales
(46).. O autor se baseia na reflexão de Riegl, segundo o qual o antigo é

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uma “manifestação da passagem do tempo histórico”, que promove uma
sensação de satisfação, e as massas não têm interesse nas “informações
eruditas” que essa arquitetura pode “decodificar, no detalhe de um
ornamento” e na pátina, por exemplo. A leitura que é feita é mais global
e decorre do aspecto desafiador à passagem do tempo dessa edificação. Em
razão disso, Solà-Morales afirma que o “contraste” entre o antigo e o
novo na arquitetura histórica é o foco da “sensibilidade contemporânea”,
pois ela gera uma “satisfação estética básica”.

O “contraste”, termo empregado na discussão dos modelos teóricos


estéticos, segundo Solà-Morales (47), pode, nesse contexto, ser entendido
como “distinguibilidade”. Logo, na atualidade, a distinguibilidade pode
ser influenciada por essa sensibilidade contemporânea aos estímulos
visuais, tornando-se mais evidente e contrastante, e menos absoluta como
definido por Brandi, para o qual se empregam harmoniosamente materiais
diversos dos remanescentes e se simplificam a forma e a tecnologia das
adições.

Considerações finais

A teoria de restauro deve ser a linha condutora da intervenção, com a


qual o autor preserva o patrimônio arquitetônico na qualidade de
referência, resguardando o próprio bem e sua funcionalidade, assim como
os processos socioculturais que o envolvem. No caso das correntes
teóricas contemporâneas, que fundamentam a definição do partido de
intervenção no patrimônio arquitetônico, existem divergências quanto às
recriações indulgentes ou reproduções distinguíveis, quanto às criações
eloquentes ou evidentes, por exemplo. Tais posturas são associadas aos
valores de antiguidade e de novidade, todavia estes não resumem a
dialética teórica vigente para a intervenção, nem seu processo
metodológico se atém exclusivamente a esses valores.

De fato, em âmbito nacional, o partido da intervenção, por vezes, revela-


se empírico, marcado pela superficialidade e pela desarticulação a
respeito das premissas teóricas do restauro mais fundamentais. Um indício
disso é o recorrente emprego do tópico operacional brandiniano da
distinguibilidade, como uma justificativa teórica pontual e superficial,
em lugar da adoção de uma linha condutora para toda a intervenção. Isso
ocorre porque há uma carência de aprofundamento teórico dos agentes
responsáveis pela definição da intervenção e, à medida que o entendimento
imediato da distinguibilidade é mais facilmente assimilado, ela ganha
notoriedade, mas tem sua complexidade subestimada.

Outrossim, também ocorre porque a distinguibilidade é um “artifício”


vinculado à adição do novo na edificação histórica. Nessa condição, o
novo é enfaticamente identificável, pois torna-se uma oportunidade de
acrescentar a “marca do arquiteto”, além de ser atrelado ao interesse das
massas. Assim, o novo conforma a imagem do bem como um “pastiche” de sua
significação, progressivamente substituindo a fundamentação teórica para
a definição da intervenção, ou pelo menos o rigor teórico que a
restauração demanda. Como resultante desse processo, também se confere
novo sentido à preexistência, subvertendo sua precedência e relevância.
Desse modo, a distinguibilidade torna-se uma figura de retórica que
embasa um discurso de intervenção que potencialmente minimiza a
preexistência.

Por outro lado, cabe ressaltar que o novo não é incompatível com a
preservação contemporânea. A intervenção não prescinde do novo na
funcionalidade da arquitetura histórica. Isto será válido, desde que a
criação e o novo “sirvam” ao bem, que elevem o “discurso” da
preexistência, resguardando-a como referência para preservação. De tal
modo, a intervenção não pressupõe a segregação entre o projeto e a
restauro, mas sim a aliança entre a criação harmoniosa e, particularmente
tratando-se da prática nacional, as reproduções idênticas ou
moderadamente reconhecíveis.

Não se pode negar que intervir na preexistência também é um processo


criativo. Tolhê-la sumariamente com restrições conservadoras e
tecnicistas, cuja origem está em processos de tombamento e valoração
muito vinculados às características materiais do bem e pouco associados à
sua significação, é negar sua longevidade como processo sociocultural
vivo e dinâmico.

notas

1
CARBONARA, Giovanni. Tendencias actuales de la Restauración en Italia. Loggia,
Arquitectura & Restauración, n. 6, 1998, p. 13. Tradução da autora.

2
Idem, ibidem, p. 17. Tradução da autora.

3
LACOMONI, Andrea. Saper credere in architettura: Cinquanta domande a Marco

https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/21.245/7920 11/14
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Dezzi Bardeschi. Napoli, Clean Edizoni, 2013.

4
KÜHL, Beatriz Mugayar. História e ética na conservação e na restauração de
monumentos históricos. Revista CPC, v. 1, n. 1, 2006, p. 28.

5
KÜHL, Beatriz Mugayar. Preservação do patrimônio arquitetônico da
industrialização: problemas teóricos de restauro. 1ª reimpressão. Cotia, Atelie
Editorial, 2008. p. 83.

6
LACOMONI, Andrea. Op. cit., p. 66-75. Tradução da autora.

7
KÜHL, Beatriz Mugayar. Preservação do patrimônio arquitetônico da
industrialização: problemas teóricos de restauro (op. cit.), p. 83-90.

8
LACOMONI, Andrea. Op. cit., p. 27-47. Tradução da autora.

9
TORSELLO, Benito Paolo. Che cos’ è il restauro? In BELLINI, Amedeo; TORSELLO,
Benito Paolo (Org.). Che cos’ è il restauro? Nove studiosi a confronto. 6
edição. Venezi, Marsilio Editori, 2005, p. 53–56.

10
BELLINI, Amedeo. Che cos’ è il restauro? In BELLINI, Amedeo; TORSELLO, Benito
Paolo (Org.). Op. cit., p. 23. Tradução da autora.

11
KÜHL, Beatriz Mugayar. Preservação do patrimônio arquitetônico da
industrialização: problemas teóricos de restauro (op. cit.), p. 86.

12
MARCONI, Paolo. Il restauro e l’architetto. 2ª edição. Venezia, Marsilio
Editori, 1993, p. 8. Tradução da autora.

13
Idem, ibidem.

14
CARBONARA, Giovanni. Tendencias actuales de la Restauración en Italia (op.
cit.).

15
KÜHL, Beatriz Mugayar. Preservação do patrimônio arquitetônico da
industrialização: problemas teóricos de restauro (op. cit.), p. 232.

16
MARCONI, Paolo. Il restauro e l’architetto (op. cit.). p. 181-189. Tradução da
autora.

17
Idem, ibidem, p. 28. Tradução da autora.

18
CARBONARA, Giovanni. Brandi e a restauração arquitetônica hoje. Desígnio, n. 6,
2006, p. 16.

19
KÜHL, Beatriz Mugayar. História e ética na conservação e na restauração de
monumentos históricos (op. cit.), p. 28.

20
CARBONARA, Giovanni. Brandi e a restauração arquitetônica hoje (op. cit.).

21
KÜHL, Beatriz Mugayar. Preservação do patrimônio arquitetônico da
industrialização: problemas teóricos de restauro (op. cit.).

22
Idem, ibidem, p. 82-90.

23
Idem, ibidem.

24
CARBONARA, Giovanni. Brandi e a restauração arquitetônica hoje (op. cit.), p.
14.

25
CARBONARA, Giovanni. Architettura d’oggi e restauro: un confronto antico-nuovo.
Torino, Utet Scienze Tecniche, 2013, p. 69-70. Tradução da autora.

https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/21.245/7920 12/14
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26
CARBONARA, Giovanni. An Italian contribution to architectural restoration.
Frontiers of Architectural Research, v. 1, n. 1, 2012, p. 2-9.

27
CARBONARA, Giovanni. Architettura d’oggi e restauro: un confronto antico-nuovo
(op. cit.), p. 6.

28
Idem, ibidem, p. 4. Tradução da autora.

29
CARBONARA, Giovanni. Brandi e a restauração arquitetônica hoje (op. cit.), p.
8-9.

30
Idem, ibidem, p. 9.

31
Idem, ibidem, p. 8.

32
VARAGNOLI, Claudio. Antichi edifici, nuovi progetti. Realizzazione e posizioni
teoriche dagli anni Novanta ad oggi. In FERLENGA, Alberto; VASALLO, Eugenio;
SCHELLINO, Francesca (Org.). Antico e Nuovo. Architetture e architettura, v. 2,
Venecia, Il Poligrafo, 2007, p. 836.

33
KÜHL, Beatriz Mugayar. Preservação do patrimônio arquitetônico da
industrialização: problemas teóricos de restauro (op. cit.), p. 113.

34
Idem, ibidem, p. 183-223.

35
CUNHA, Cláudia dos Reis e. Restauração: diálogos entre teoria e prática no
Brasil nas experiências do Iphan. Tese de doutorado. São Paulo, FAU USP, 2010,
p. 154-157.

36
Idem, ibidem, p. 154.

37
NAHAS, Patricia Viceconti. Antigo e novo nas intervenções em preexistências
históricas: a experiência brasileira (1980-2010). Tese de doutorado. São Paulo,
FAU USP, 2015. p. 348.

38
VARAGNOLI, Claudio. Op. cit., p. 837. Tradução da autora.

39
Idem, ibidem, p. 835-837. Tradução da autora.

40
VIEIRA-DE-ARAÚJO, Natália Miranda. Ressonâncias teóricas entre pesquisadores
brasileiros e as correntes contemporâneas do restauro na itália: e a prática?
Anais do Encontro Internacional sobre Preservação do Patrimônio Edificado
(Armemória), n. 5, 2017, Salvador, 2017.

41
Idem, ibidem, p. 18.

42
VIEIRA-DE-ARAÚJO, Natália Miranda. Posturas intervencionistas contemporâneas e
a prática brasileira institucionalizada. Anais do Encontro da Associação
Nacional de Pesquisa e Pós-Gradução em Arquitetura e Urbanismo (Enanparq), n.
3., 2014, São Paulo, 2014. p. 7.

43
Idem, ibidem, p. 16.

44
Idem, ibidem, p. 18.

45
RIEGL, Alois. O culto moderno dos monumentos: a sua essência e sua origem. São
Paulo, Perspectiva, 2014.

46
SOLÀ-MORALES, Ignási de. Del contraste a la analogía. Transformaciones en la
concepción de la intervención arquitectónica. Revista ph, n. 37, Especi, 2001,
p. 53–54.

https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/21.245/7920 13/14
02/12/2020 arquitextos 245.03 patrimônio: A distinguibilidade como figura retórica na intervenção contemporânea no patrimônio arquitetônico | vitru…
47
Idem, ibidem.

sobre a autora

Ana Cristina Csepcsényi é arquiteta e urbanista pela Universidade Federal


Fluminense (2002), mestra (2006) e doutoranda em Arquitetura pelo Programa de
Pós-Graduação em Arquitetura da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Possui
experiência na área de projetos de intervenção no patrimônio cultural.

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