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105.05 ano 09, fev. 2009

Severiano Porto
Entre o regional e o moderno
Sérgio Augusto Menezes Hespanha

105.05
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original: português
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105
105.00
Considerações sobre o
ofício da arquitetura
no Brasil (1)
Danilo Matoso Macedo
Estádio Vivaldo Lima, Manaus, 1965, Arquiteto Severiano Porto 105.01
1/16 Un comentario sobre el
concepto de vanguardia
    Eduardo Subirats

105.02
A propósito do juízo da
arquitetura paulistana
Luis Espallargas
Gimenez
como citar
105.03
HESPANHA, Sérgio Augusto Menezes. Severiano Porto. Entre o regional e o Carlos Maximiliano
moderno. Arquitextos, São Paulo, ano 09, n. 105.05, Vitruvius, fev. 2009 Fayet
<https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/09.105/76>. Arquitetura moderna
brasileira no Sul (1)
Integrando as gerações de arquitetos que vivenciaram de perto o início do Sergio Moacir Marques
processo de difusão do modernismo na arquitetura brasileira, Severiano
Porto, formado em 1954 pela faculdade de arquitetura da Universidade do 105.04
Brasil, no Rio de Janeiro, optou por trabalhar em Manaus, onde construiu A eficácia dos
uma arquitetura própria - a um só tempo moderna, regional e... concursos públicos de
contemporânea. arquitetura organizados
pelo IAB-MG
Severiano Mário Vieira de Magalhães Porto, natural de Uberlândia, MG, Joel Campolina
forma-se, em 1954, pela Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade 105.06
do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Integra O movimento dos métodos
as gerações de arquitetos que vivenciaram de perto o início do processo de projeto
de modernização do País, conseqüente do crescente emprego da técnica Juliano Carlos Cecílio
sobre bases científicas na transformação da sociedade: da Batista Oliveira e
industrialização, da intensificação do processo de urbanização e também Gelson de Almeida Pinto
de internacionalização da cultura. Processo de modernização que foi
mediado pela adoção de políticas públicas dirigidas à ocupação do 105.07
território nacional, envolvendo a ampliação da rede urbana e da infra- Asentamientos rurales y
estrutura das cidades (tornando-as estruturas mais diretamente operadas) asentamientos
a partir de uma idéia de racionalidade quase compulsória, regida pelo Heimdall Hernández
movimento mundial de expansão e intensificação do capitalismo e de sua Hidalgo
lógica.

Nesse quadro geral, constituiu-se em arquitetura o processo de formulação


dos valores que comporiam a modernidade e que teria no Rio de Janeiro
papel de destaque. Determinando mudanças de paradigmas, alguns pioneiros
cariocas, por um intercâmbio com Europa e Estados Unidos, contribuíram
para a formação de um ambiente de inquietação e de buscas. A visita de Le
Corbusier ao Brasil, em 1929, e a reforma introduzida por Lucio Costa no
curso de arquitetura da Escola Nacional de Belas Artes, em 1930, são
testemunhos desse movimento.

A evolução desse processo culmina na formulação do ideário arquitetônico


modernista brasileiro, reconhecido como original internacionalmente e,
com isso, constituindo um crescente reconhecimento e valorização do papel
modernizador da arquitetura e do arquiteto. Processo que culmina na
criação de Brasília e, no geral, encontra certa formalização no Plano de
Metas de Juscelino Kubitschek.

A partir do golpe de 1964 a condução do País assume feição autoritária e


centralizadora, mas ainda francamente desenvolvimentista e pautada por
políticas públicas que buscam, por meio da planificação, capacitar o
Estado a intervir, operar e controlar o próprio processo de modernização.
Cria-se, assim, um contexto expansionista e modernizador que estimula a
construção civil e sua expansão pelo território nacional, no qual vários
arquitetos se farão pioneiros, seja por levar os métodos da disciplina
arquitetônica, seja por propagar a modernização ou mesmo o modernismo.

Com seu trabalho em Manaus, onde se instalou em 1965, Severiano Porto


integra o grupo de arquitetos que promoveu tal propagação. Segawa os
denominou Peregrinos, Nômades e Migrantes, em referência à disseminação
apontada, a qual potencializa, assim, que a arquitetura brasileira assuma
certa feição regionalizada.

Uma visão diferente

Em parte da obra concebida e realizada, entre 1968 e 1989, Severiano


divide a autoria ou o desenvolvimento de projetos complementares com o
colega Mário Emílio Ribeiro, que permaneceu no Rio de Janeiro. Assim,
promovem a transferência do conhecimento e da técnica desenvolvidos no
Rio para o norte do País, mas não sem um trabalho de adaptação, de
recriação e renovação. Contemporaneamente ao auge da instauração da
arquitetura moderna no Brasil ou ao maior ímpeto e clareza que assume no
Rio de Janeiro, com o desenvolvimento de uma versão brasileira do
modernismo internacionalista, Severiano Porto começa, em Manaus, a
elaborar uma versão própria dos preceitos de um projeto modernizador que
extrapola o âmbito da arquitetura e das artes.

Essa modernização, assim situada no plano civilizatório, é determinante


de todas as formas de modernidade - inclusive a de viés quase
exclusivamente estético e esteticamente dogmático.

Essa modernização intenta e promove uma empresa colonizadora. Mas, para


além da colonização estrito senso, Severiano, atento às características
locais, promove uma forma distinta de modernização. Além das
possibilidades de implementação das políticas formuladas em âmbito
nacional que suas obras, como infra-estruturas, realizariam, opera
modernização mais atenta ao contexto pré-existente. Assim, promove
colonização nos moldes do que apontou Sérgio Buarque de Holanda em
Caminhos e Fronteiras, ou seja, opera certo amálgama de experiências, uma
forma de melhor ajustar o novo ao existente tirando partido do
conhecimento pré-existente para aplicá-lo às novas condições. Severiano
trilha, desse modo, um caminho próprio, descolado dos modernistas
pioneiros. Opera uma modernidade própria.

Compondo a infra-estrutura que inserirá Manaus na rede urbana nacional,


Severiano projeta obras como o Estádio Vivaldo Lima (1965), o Campus da
Universidade do Amazonas (Unama - 1970-1980), a Superintendência da Zona
Franca de Manaus (Suframa - 1971), os Reservatórios Elevados da Cosama
(Companhia de Saneamento do Estado do Amazonas - 1972) e o Ambulatório do
Instituto de Previdência e Aposentadoria do Estado do Amazonas (Ipasea -
1979). Integrantes do processo de modernização, esses equipamentos foram
concebidos sempre de modo a encontrar na localidade (como expressão
social) uma forma e técnica adaptada à situação (geografia) e à
circunstância (cultural e política).

Dessa mesma natureza, a atividade de Severiano se estende a outros


Estados. Projeta edifícios administrativos para satisfação de
necessidades coletivas pelo poder público ou por instituições privadas em
Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Ceará, como é o caso da
Escola de Música e Clube do Trabalhador do Sesi (1977), em Fortaleza.

No Campus da Unama, Severiano concebe um sistema integrado de elementos


ao mesmo tempo arquitetônicos e urbanísticos. Em combinação estreita
entre espaços livres e construídos entremeados por passagens cobertas -
solução para a circulação abrigada do sol e chuva intensos que se tornará
característica de vários projetos -, concebe um sistema reprodutível
levando em conta a necessidade e as possibilidades de expansão, mantendo-
se a unidade do conjunto. Também se resolve, com poucos recursos, a
adaptabilidade ao clima, com a permeabilidade aos ventos disponíveis e se
cria um "traçado urbano", definindo um território civilizado em meio à
densidade da mata equatorial do entorno.

Na sede da Suframa combina-se a adaptabilidade ao clima, o sentido de


permanência e representatividade da instituição por meio de uma forma ao
mesmo tempo simples e nova, afirmativa.
Em obras em geral de menor porte e de funções menos vinculadas às
necessidades e à imagem estatal, assim como nas de maior porte vinculadas
a uma imagem pública, mas elaboradas mais recentemente, as soluções
encontradas demonstram ser fruto de inquietação inventiva maior. Mais
motivado pela voga ecológica, se não tanto por ideologia, mas pela
definição do tema e do próprio programa que antecede a solução
arquitetônica, ocorrem em certas obras elementos com um quê de interesse
antropológico, de leitura e adaptação do que teria sua origem ou
vinculações com a cultura autóctone ou vernacular do Norte e Nordeste do
Brasil.

Nesses casos, a combinação de uma busca pela contemporaneidade da obra se


expressa não só pela interpretação do programa - em relação ao qual
Severiano procede a certa elaboração de cunho ecológico -, mas também
pela maior inter-relação entre elementos que se mostram pertencentes a
épocas distintas, expressando mais diretamente o que constituiria certo
amálgama de elementos de culturas e realidades à primeira vista distintas
e até "contraditórias", mas que Severiano nos mostra não serem. Esses são
os casos, embora em graus distintos, do Restaurante Chapéu de Palha
(1967); da Residência do Arquiteto (1971); da Residência Roberto Schuster
(1978); da Pousada na Ilha de Silves (1979-1983) e do Centro de Proteção
Ambiental da Usina Hidrelétrica de Balbina (1983-1988). Versão familiar,
pelo caráter biomórfico, com troncos justapostos encimados por uma flor,
se desenvolve nos Reservatórios Elevados da Cosama (1972).

A obra de Severiano é já reconhecida. Entre 1965 e 1982, o IAB-RJ


concedeu menções e premiações a oito de seus projetos e obras. Em 1985, o
arquiteto recebeu o Prêmio Universidad de Buenos Aires e, em 2003, a UFRJ
homenageou-o com o título Professor Honoris Causa. Contudo, há ainda
muito a ser considerado diante da obra de Severiano Porto - especialmente
no que se refere à necessidade de interpretarmos e entendermos o que se
tem feito para suprir nossas necessidades e poder, de fato, referir a uma
Arquitetura Brasileira que, a obra de Severiano nos mostra, não pode ser
única nesse país-continente.

Mais do que encaixar a obra de Severiano em qualquer escaninho


classificatório tendente à constituição de dogmas - ainda que no plural
-, cabe exercitarmos a sua interpretação como possibilidade de uma
necessária reflexão. Assim, quais são as motivações de Severiano Porto e
o que elas nos dizem?

Regional e Moderno

A obra de Severiano Porto é comumente referida como relativamente


inaugural e manifestação genuína de uma idéia de regionalismo brasileiro.
Se em parte tal noção nos aproxima de suas características, ao mesmo
tempo coloca sua obra em um plano aquém do que merece. Essa idéia de
regionalismo resulta de uma análise feita a partir de parâmetros
exclusivamente modernistas - tanto sob viés que procure "negar"
qualidades, como no que reputa as maiores qualidades ao modernismo no
Brasil.

É a partir da "aplicação ou não" do ideário modernista que se toma a obra


de Severiano como "regionalista": moderna ou "pós-moderna". Porque sua
obra seria distinta, mas ao mesmo tempo contemporânea, do que se julga a
partir dessa análise mais comum, ser quase obrigatório, ponto comum a
todos: a tradição nacional-modernista da arquitetura brasileira de
excelência.

O papel do modernismo no Brasil é inegável, até mesmo como fundador, por


assim dizer, da arquitetura e de sua disseminação como disciplina. Mas há
grande variedade de maneiras como seus preceitos foram e ainda são
tomados (quando são tomados). Sob este aspecto a obra de Severiano nos
apresenta originalidade das mais potentes.

Seu valor fundamental não parece advir, como se tem referido, de um


caráter regionalista detectado por meio da tectônica, ou seja, da
importância do emprego de materiais "locais" e suas "decorrências". Nem
tampouco da adaptabilidade ao meio ambiente, gerando uma "solução
integral", "ecológica" nesses termos.

Assim tomada preponderantemente, a arquitetura de Severiano seria objeto


de investigação restrita ao âmbito arquitetônico, desprezando-se todo um
conjunto de fatores que, à primeira vista alheios à arquitetura, na
verdade incidem em sua produção.

Em Severiano se traduzem questões de amplitude maior para a linguagem


arquitetônica - considerando aqui, linguagem como técnica -, ainda que a
linguagem - agora no sentido de sua semântica - em si não seja o elemento
preponderante de sua técnica.

Mesmo que qualquer discurso não revele de todo, o esforço empreendido e o


resultado parecem advir de uma investigação materializada no âmbito
arquitetônico, porém sobre universo mais amplo: do conjunto de fatores
que podem ser resumidos na palavra "social".

Apesar de desgastado, esse termo pode resumir o que engloba e ultrapassa


especialmente os fatos culturais, comportando, talvez, ao mesmo tempo, um
viés antropológico e mesmo "arqueológico" - se admitirmos que no trabalho
de Severiano há atenção e, a partir desta, transcriação que envolve
reconhecimento da propriedade de práticas e soluções que mesclam
elementos do passado, mas, ao mesmo tempo remetem ao presente e cuja
autoria é coletiva ou se perde na repetição. Assim, a "região" torna-se
criação de Severiano, a partir de "dados regionais" que não são
"obrigatórios", mas, sim, elaboração, como escolhas.

A formulação de uma região nesses termos é geográfica em sua acepção mais


completa (inclui as relações humanas), e, assim, é mais abrangente do que
a tectônica como "ramo" da arquitetura. O conceito de região, nesses
termos, assume caráter mais amplo, e nele se operam relações entre
fronteiras de gama variada de fatores.

Região aqui é sinônimo de paisagem - uma paisagem que pode ser criada a
partir da arquitetura e de certo entendimento que se pode ter dela,
projetando-a para o futuro.

Dessa forma, prática e autoria, são, nem mais, nem menos, autênticas. Não
é um "regionalismo por autenticidade" que Severiano projeta para o
futuro, mas, sim, a sua abordagem metodológica - agora, sim, exclusiva ao
âmbito da disciplina arquitetônica, mas sob valores mais neutros: a
própria lógica do método projetual que precede a forma na criação da obra
e que ganha clareza com a "esquematização" moderna, mas não é
"exclusividade modernista".

A arquitetura de Severiano Porto não é uma forma em si. Não constitui a


sua força num estilo ou num dogma esteticamente legitimado. Nesse
sentido, a licença modernista em classificar a obra de Severiano como
regional não condiz. O universo operado por Severiano é abrangente,
envolve fatores de natureza tecnológica, cultural e também econômica.
Suas implicações envolvem interações complexas e completas, refletindo a
própria vida humana.

Esse conjunto constitui uma síntese operada na conformação arquitetônica


- muitas vezes, relativamente inabordável em palavras. De modo que, na
criação, transforma-se o refletido sobre esse universo em objeto
arquitetônico diretamente, sem mediações explicativas sobre toda a
variedade de fatores que se considera. Opera-se de modo direto, sem
maneirismos.

A linguagem arquitetônica de Severiano é determinada por fatores


identificados com a natureza tectônica (como toda arquitetura); voltada
para resolução da adaptação do contexto material (terreno, clima,
materiais disponíveis etc.), mas tomados em espectro amplo de questões e
ponderados pela propriedade das suas circunstanciais possibilidades. Em
conjunto, esses fatores compõem um quadro que Severiano formula
(Regional? Ecológico?) e diante do qual opera, como meios de resolução de
requisitos de natureza social (como referido).

Sem que se considere a abrangência que a atitude atenta à cultura, à


sociedade, às suas expressões ao longo do tempo e à dimensão geográfica,
a arquitetura de Severiano seria tomada como conseqüência de uma
investigação contextual reduzida aos aspectos construtivos, como resposta
somente à economia e ecologia locais. Na verdade, se aborda o que se
julga próprio no plano social, economia e ecologia inclusive, mas não
exclusivamente. A arquitetura nesses termos compõe este "social", não
como reflexo, mas também "causa".

A tecnologia está a serviço, mas também determina. Entretanto, como não


se busca uma linguagem arquitetônica, nem seguir um receituário ou ainda
formular repertório próprio limitado aos problemas da forma como sendo
exclusivamente pautada pelos seus "sentidos", sua semântica, o emprego
"correto" de materiais (uns diriam lógico, outros, contextual) salta aos
olhos e se faz "exótico". Conclui-se, então, erroneamente, que a
arquitetura de Severiano se faz somente por uma economia, operada pela
tecnologia. Mas essa não é uma interpretação correta.

Ainda que Severiano opere no campo arquitetônico sob viés tectônico, é


preciso distinguir entre o que se manipula, ou seja, se define no âmbito
do método e da técnica arquitetônica, e o que se leva em conta como valor
- a ética e a estética -, no limite, que condiciona as escolhas que se
faz quando se projeta e constrói. A diferença entre coisas "da matéria" e
"do espírito", e o que, diante delas, anima o criador. Severiano é
animado por perspectiva ampla. Ele não se restringe ao âmbito adstrito à
arquitetura, mesmo quando é arquitetura o que pratica.

A obra de Severiano Porto nos indica caminhos para operarmos uma


arquitetura própria, voltada para que encontremos a forma adequada ao
meio em que se insere sem ignorar elementos particulares a uma realidade
diversa - realidade essa que é trabalhada por Severiano no âmbito da
lógica da localidade. Nesse sentido, Severiano "regionaliza" ou
contextualiza o que, inexoravelmente, pertence ao mesmo tempo a "todos os
lugares".

Mas não contextualiza um estilo, não contextualiza uma linguagem feita de


um só "alfabeto", ainda que passível de elaboração variada. Severiano é
propriamente moderno como somos todos, mas, ao mesmo tempo, regional,
local, feitas certas ressalvas - por mais que, no bojo da modernização do
mundo, haja certa contradição entre a idéia romântica de "localidade" e a
idéia, muitas vezes também romântica, de universalidade.
Não se parte dos significados estabelecidos sem reformulá-los,
transferindo seus valores pelo emprego dos materiais (ou técnica) que
portam esses significados, mas se parte do entendimento desses
significados e do que eles podem representar como novidade própria no
tempo e no espaço, na circunstância - o que confere propriedade,
localidade e modernidade à obra de Severiano.

O modernismo que Severiano pratica não se encerra numa forma, nem na


leitura tecnologicamente correta. É o que poderíamos identificar como
sendo busca do contemporâneo sem peias. Não trata da revivescência de um
estilo, nem de um modelo de contemporâneo "sempre novo". Mas de um
contemporâneo que inclui todos os tempos possíveis e vividos no tempo em
que se vive, admitindo permanências de tempos e lugares remotos, menos
freqüentados só porque, em geral, nos pautamos por uma busca de um
contemporâneo sempre no futuro, como instrumento da permanência de uma
distinção.

notas

NE
Este texto foi originalmente publicado em AU – Arquitetura e Urbanismo, nº 130,
p. 53-59, jan. 2005. São Paulo: Editora PINI.

referências bibliográficas

RODRIGUES DE CAMPOS, Elizabete. A arquitetura brasileira de Severiano Mario


Porto. Arquitextos, São Paulo, 04.043, Vitruvius, dez 2003
<www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/04.043/631>.

LEE, Kyung Mi. Severiano Mário Porto: A produção do espaço na Amazônia. São
Paulo, Dissertação de Mestrado, FAUUSP, 1998.

PENTEADO, Silvia, ZEIN, Ruth Verde e YAMASHIRO, Denise. A longa trajetória da


efervescência cultural do Rio a Manaus: entrevista de Severiano Mário Porto.
São Paulo. Projeto nº 83, 1986.

SABBAG, Haifa Yazigi. Severiano Porto e a Arquitetura Regional. Arquitetura-


Crítica, AC 012, setembro 2003. www.vitruvius.com.br/ac/ac.asp.

SEGAWA, Hugo. Arquiteturas no Brasil: 1900-1990. São Paulo, Edusp, 1997.

SILVA, Vânia. Obra Pioneira - Entrevista de Severiano Mário Porto. São Paulo,
AU - Arquitetura e Urbanismo nº 119.. Pini, 2004.

WOLF, José. Abrigo Natural - Entrevista de Severiano Mário Porto. São Paulo, AU
- Arquitetura e Urbanismo nº 81. Pini, 1999.

ZEIN, Ruth Verde. Título de Professor Honoris Causa para Severiano Porto.
Arquitextos, São Paulo, 04.043, Vitruvius, dez 2003
<www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/04.043/632>.

Para subsidiar este artigo, o autor entrevistou Severiano Porto no dia 22 de


outubro de 2004 em Icaraí, Niterói-RJ. As imagens foram gentilmente cedidas
pelo arquiteto Severiano Porto.

sobre o autor

Sérgio Augusto Menezes Hespanha é arquiteto e urbanista pela FAU da


Universidade Presbiteriana Mackenzie, mestre pela FAU da Universidade de São
Paulo, doutorando pelo PPG/AU da Universidade Federal da Bahia e professor nos
cursos de arquitetura e urbanismo da Universidade Braz Cubas e da Universidade
Paulista.

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