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250.05 modernidade e
ferrovia
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250
250.00 história
As casas dos arquitetos
Sedes do IAB nacional e
regionais
Cêça Guimaraens
250.01 docência e
modernismo
Da discência à docência
Arquitetos modernos na
Escola Nacional de
Belas Artes
Julia Cavalcante
Locomotiva exposta em frente à antiga Estação Ferroviária de Vassouras RJ 250.02 arquitetura
Brasil digital
Foto Jéssica Rossone, 2020 Diálogos entre Peter
Eisenman e Greg Lynn
Certa vez Marshall Berman (1) criticou os cientistas sociais, dizendo que (Des)dobramentos
“retalharam a modernidade em uma série de componentes isolados — Phillipe Cunha da Costa
industrialização, construção, urbanização, desenvolvimento de mercados,
formação de elites — e resistem a qualquer tentativa de integrá-los em um 250.03 iluminação e
todo”. Contrariando tal resistência, observa-se que uma maneira museologia
pertinente de integrar as investigações sobre a modernidade é debruçar-se A iluminação como
sobre o advento das ferrovias e sobre as transformações decorrentes de elemento de projeto em
tal advento no que se refere à constituição e conformação de cidades, bem espaços de exposição
como de configurações sociais, além do silenciamento ou do esquecimento Estudos de caso: Museu
de memórias e identidades em função da emergência tecnológica Guggenheim NYC e
ferroviária. Fundação Iberê Camargo
Andrya Campos Kohlmann
Compreende-se que o estudo da formação e transformação de espaços urbanos 250.04 cinema e cultura
em relação à implantação de ferrovias constitui um fator fundamental para indígena
investigar questões relacionadas às formações identitárias, bem como para A ficção que
a legitimação de territórios dentro da experiência da modernidade. Por cristaliza, o
isso, este artigo aborda como os primeiros sistemas ferroviários documentário que
influenciaram conformações urbanas e sociais em países centrais e no problematiza
Brasil oferecendo passagens que identificam as particularidades de cada Cineastas indígenas
contexto, bem como indicam historicamente algumas das consequências da subvertem o jogo de
implementação de infraestruturas ferroviárias. Trata-se de um artigo de objetos e sujeitos
fundamentação centrado em referências que versam sobre o tema e, Magaly Corgosinho
majoritariamente, em autores que se propuseram a pensá-lo a partir de uma
perspectiva marxista, à luz do materialismo histórico e dialético, de 250.06 percepção e
modo que é possível engendrar uma crítica ao capitalismo a partir do representação em
mesmo. arquitetura
Representação espacial
Em consonância com Eric Hobsbawm, sabe-se que “nenhuma outra inovação da e visão de mundo
revolução industrial incendiou tanto a imaginação quanto a ferrovia, Michela Perígolo
[...] o único produto da industrialização do século 19 totalmente Rezende e Renata Maria
absorvido pela imagística da poesia erudita e popular” (2). No entanto, Abrantes Baracho Porto
sucede que, ao serem implantadas, as ferrovias contribuíram para
constituição e perpetuação de um desarranjo social caracterizado
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exatamente na distinção entre o erudito e o popular. Foi, inclusive, 250.07 desempenho
observando este desarranjo que Karl Marx (3) teorizou e ilustrou o modo energético
de produção capitalista, através da observação e análise do processo na Implantação dos
Europa. processos de benchmark
de consumo de energia
A modernidade das ferrovias: uma concepção de cidade e identidade em edifícios não
residenciais no Brasil
Ana Carolina de
Oliveira Veloso e
Roberta Vieira
Gonçalves de Souza
250.08 habitação de
interesse social e
avaliação pós-ocupação
Ampliando resiliência
em habitação social
através da coprodução
Um estudo de caso na
cidade de Uberlândia
Simone Barbosa Villa,
Ana Carolina de
Oliveira Stefani, Leila
Maria Pezzato e Paula
Barcelos Vasconcellos
250.09 ética no habitar
Arquitetura como
responsabilidade ética
Do produtivismo ao
habitar
Guilherme Zamboni
Ferreira e Carlos Mario
Trem com destino a Estação de London Bridge saindo de East Croydon, Londres Fisgativa Sabogal
Foto Jéssica Rossone, 2013
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velocidade com que as primeiras estradas de ferro se estabeleceram nos
principais centros naquela época, mas relatam a busca incessante pelo
mais-valor na economia capitalista.
“Quem vê sem ouvir fica muito mais inquieto do que aquele que
ouve sem ver. Esse fato contém algo de muito característico da
sociologia das grandes cidades. As relações recíprocas dos seres
humanos nas grandes cidades caracterizam-se por um evidente
predomínio da atividade do olhar sobre a do ouvido. As causas
principais desse estado de coisas são os meios de transporte
coletivos. Antes do aparecimento do ônibus, do trem, do bonde no
século 19, as pessoas não conheciam a situação de se encontrar
durante muitos minutos, ou mesmo horas, a olhar umas para as
outras sem dizer uma palavra” (8).
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o caráter e os limites das cidades nas quais a indústria consolidara-se
como núcleo. Mumford constata ainda que os lugares de moradia eram,
muitas vezes, situados dentro dos espaços que sobravam entre fábricas,
galpões e pátios ferroviários.
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foi um dos fatores básicos para que se articulasse com o mercado mundial
(26).
“Boa viagem” em Catalão. Inscrição no interior da Estació del Nord, uma das
estações ferroviárias de Valência, Espanha
Foto Jéssica Rossone, 2014
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vagão em movimento é ao mesmo tempo estar em um lugar e estar em lugar
nenhum. É impermanente, é paradoxal, como diria Berman. É blasé, como
diria Simmel.
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um desmonte de muitas linhas, cujo espólio se degrada continuamente, e a
concessão de muitas outras, majoritariamente para empresas que atuam no
transporte de cargas, sendo este último um traço inerente ao
neoliberalismo.
notas
1
BERMAN, Marshall. Tudo que é sólido desmancha no ar. São Paulo, Companhia
das Letras, 1986, p. 46.
2
HOBSBAWM, Eric. A era das revoluções: Europa 1789 — 1848. Rio de Janeiro, Paz e
Terra, 1977, p. 61.
3
MARX, Karl. O Capital: Crítica da economia política. Livro 1. O processo de
produção do capital. São Paulo, Boitempo, 2013.
4
HOBSBAWM, Eric. Op. cit., p. 62.
5
Idem, ibidem.
6
BERMAN, Marshall. Op. cit., p. 24.
7
HALBWACHS, Maurice. A Memória Coletiva. São Paulo, Vértice, 1990.
8
SIMMEL, Georg [1912]. Apud BENJAMIM, Walter. Baudelaire e a Modernidade. Belo
Horizonte, Autêntica, 2015, p. 40.
9
SIMMEL, Georg. 1950 [1902]. A metrópole e a vida mental. In VELHO, Otávio
Guilherme (Org.). O Fenômeno Urbano. Rio de Janeiro, Zahar, 1967, p. 14.
10
BENJAMIM, Walter. Baudelaire e a Modernidade. Belo Horizonte, Autêntica
Editora, 2015.
11
HEIDEGGER, Martin. Identidade e diferença. Petrópolis, Vozes, 2018, p. 9; 13;
20-21.
12
HOBSBAWM, Eric. Op. cit.
13
BERMAN, Marshall. Op. cit., p. 28.
14
MUMFORD, Lewis. A cidade na história. São Paulo, Martins Fontes, 1998, p. 484.
15
HOBSBAWM, Eric. Op. cit., p. 61.
16
BARAT, Josef. A evolução dos transportes no Brasil. Rio de Janeiro, IBGE/Ipea,
1978.
17
TELLES, Pedro Carlos da Silva. História da Engenharia Ferroviária no Brasil.
São Paulo, Notícia & Cia. 2011, p. 27.
18
MAIA, Andréa Casa Nova. Encontros e despedidas. História de ferrovias e
ferroviários de Minas. Belo Horizonte, Argvmentvm, 2009, p. 46-7.
19
LIMA, Pablo Luiz de Oliveira. Ferrovia, sociedade e cultura, 1850/1930. Belo
Horizonte, Argvmentvm, 2009.
20
TELLES, Pedro Carlos da Silva. Op. cit., p.27.
21
BOLOGNANI, Robson. Patrimônio Ferroviário: Aspectos Legais. I Fórum Nacional do
Patrimônio Cultural, Ouro Preto/ Brasília, 2009, Iphan, 2012, p. 43.
https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/21.250/8028 11/12
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22
CUELLAR, Domingos; OLIVEIRA, Eduardo Romero de. CORREA. Lucas Mariani. Una
aproximación a la historia del ferrocarril en Brasil (1850-1950): Legislación,
empresas y capitales britânicos. Associación Espanola de Historia Economica,
Number 1602, February, 2016.
23
TELLES, Pedro Carlos da Silva. Op. cit., p. 54.
24
RIBEIRO, Darcy. Os Brasileiros: Teoria do Brasil. Petrópolis, Vozes, 1978.
25
SAUS, María Alejandra. Infraestructura ferroviaria y ciudad: su cambiante
correspondencia espacial desde los paradigmas de la ciencia, la historiografía
urbana y el urbanismo. Revista de Estudios Sociales, n. 45, abr. 2013, p. 144-
157.
26
HARDMAN, Francisco Foot. Trem Fantasma: a modernidade na selva. São Paulo, Cia.
das Letras, 1988.
27
LIMA, Pablo Luiz de Oliveira. A máquina, tração do progresso. Memórias da
Ferrovia no Oeste de Minas: Entre o Sertão e a Civilização.1850/1930.
Dissertação de mestrado. Belo Horizonte, FFCH UFMG, 2003, p. 65.
28
FINGER, Anna Eliza. Um Século de Estradas de Ferro — Arquiteturas das ferrovias
no Brasil entre 1852 e 1957. Tese de doutorado. Brasília, Universidade de
Brasília, 2013 p. 9.
29
KÜHL, Beatriz Mugayar. Arquitetura do Ferro e Arquitetura Ferroviária em São
Paulo: reflexões sobre sua preservação. São Paulo, Ateliê
Editorial/Fapesp/Secretaria da Cultura, 1998.
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