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Relatorio Completo CAPES PNPD 2019 Francisco Barros PDF
Relatorio Completo CAPES PNPD 2019 Francisco Barros PDF
Outubro de 2019
SUMÁRIO
I. Apresentação.........................................................................................................3
II. Introdução e resumo do projeto de pesquisa.........................................................4
III. Análise geral da efetivação da pesquisa................................................................5
IV. Detalhamento das atividades realizadas e por realizar...........................................8
1. Levantamento nacional de experiências de Residência / Extensão em ATHIS....8
2. Seminário / Fórum Nacional: Contribuições para articulação da rede nacional de
residências em arquitetura e urbanismo..............................................................67
3. Proposta de Programa de Residência para o estado de São Paulo......................72
4. Atividades de Extensão: Ensaios de Residência.................................................85
4.1. CPPATHIS FAU USP..................................................................................85
4.2. PUB USP – Planejamento Comunitário no Território...............................109
4.3. PUB USP – Construção do Memorial – Praça Dr. Sócrates Brasileiro.....119
4.4. Convênio FAU USP – Instituto das Cidades UNIFESP............................123
4.5. PUB USP – Políticas Públicas de Comercialização...................................126
5. PUB USP - Pesquisa de base tecnológica: transformação de resíduos sólidos.128
6. Ensino: aulas AUT e Co Orientação de TFG....................................................133
7. Intercâmbio cultural com Les Grands Ateliers – França....................................138
8. Participação em eventos e encontros acadêmicos..............................................139
9. Artigos em elaboração.......................................................................................140
V. Justificativa e cronograma para continuidade da pesquisa..........................................143
VI. Bibliografia...............................................................................................................145
I. Apresentação
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Como é de se notar, as três ações são amplas e de encaminhamento coletivo. Ou seja,
sua consecução se realiza junto de outros atores - parceiros - que, pude verificar, também
estão buscando os mesmos objetivos. Nesse sentido, é que mesmo com os consideráveis
avanços, as três tarefas encontram-se em fase de encaminhamento, o que nos faz aqui
requerer a continuidade da pesquisa pois demonstra sucesso e o claro vislumbre de resultados
expressivos. Soma-se a isso a necessidade de continuidade das ações pedagógicas de ensino,
pesquisa e extensão junto à FAU USP.
4
profissionais sabedores das “artimanhas” do atendimento das necessidades - direitos - do
povo à moradia digna e espaços públicos urbanos qualificados.
Nesse tema é central a conhecida “Lei de Assistência Técnica”1 - Lei 11.888 de 2008
- que inclui em seus meios de implementação a residência acadêmica.
De modo a avançarmos além do ponto que nos encontramos, propusemos em nosso
projeto contribuir com esse, grosso modo, “movimento” mais amplo, nacional, pois buscar
apenas para a FAU USP um espaço privilegiado de formação - como uma residência com
essas intenções - não nos pareceu correto nem justo. Foi assim que nos colocamos a postos
para contribuir com a criação da “rede nacional”, de um “seminário nacional” e um programa
onde a FAU USP poderia se inserir, junto de outras universidades.
Como que a desenrolar um novelo de lã, pelo método materialista histórico dialético,
ao partimos da necessidade pontual de se formar uma pessoa, uma projetista/construtora de
sonhos necessários, menos alienada, é que chegamos ao todo.
1
Lei federal que “Assegura às famílias de baixa renda assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a
construção de habitação de interesse social”.
5
inovadoras. Deveriam ser convidados representantes de experiências
universitárias identificadas na primeira ação, com apresentação de pôsteres e
trabalhos. Neste seminário pretendia-se apresentar os resultados do banco de dados
bem como o artigo de análise das experiências. Na ocasião pretendia-se realizar o
lançamento da rede nacional de residência em arquitetura e urbanismo.
Atividades junto a
A FAU USP: realizada Contribui com duas disciplinas de graduação
apoio em disciplinas; (pois neste ano meu supervisor não as lecionou
apoio a orientação de na Pós Graduação): AUT 182 - Construção do
pesquisas; apoio em Edifício, nos segundos semestres de 2018 e 2019,
pesquisas; outras e AUT 184 - Construção do Edifício 2, no
atividades. primeiro semestre de 2019; dei apoio à pesquisa
“Transformação de resíduos sólidos da
construção civil”, que recebe duas bolsas de
pesquisa do PUB USP; às atividades do convênio
da FAU USP com o Instituto das Cidades -
UNIFESP e FAU USP; ao “Curso de Prática
Profissionalizante em Assessoria e Assistência
Técnica em Habitação de Interesse Social”; aos
projetos de extensão com bolsas PUB USP:
“Construção do Memorial-Praça Dr. Sócrates
Brasileiro: Projeto de Canteiro-Escola na Escola
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Nacional Florestan Fernandes, Guararema SP,
Fase 3”; “Planejamento comunitário no território:
intervenção da educação popular e vivência da
Construção Agroecológica - fase 3”; “Construção
agroecológica de espaços para distribuição e
comercialização de alimentos das políticas
públicas de reforma agrária”; co-orientação do
TFG do estudante Danilo Costa, intitulado “Às
margens do espaço construído: o saber renegado
dos construtores e sua reprodução social”.
Seminário nacional de
C residência de em Pedido de recursos aguardando definições do
arquitetura e urbanismo realização seminário a ser realizado no primeiro semestre de
na FAU USP: 2020, como atividade da UIA RIO 2020, à partir
pedido de recursos; de sua construção colegiada no SENAU -
divulgação e Seminário Nacional de Pesquisa e Pós Graduação
convocação; em Arquitetura e Urbanismo, a ser realizado em
organização das Salvador, em outubro deste ano, onde será
apresentações; pautado pela presidência da Associação Nacional
seminário; relatório e de Pesquisa em Arquitetura e Urbanismo -
divulgação dos ANPARQ; divulgação e convocação aguardando
resultados por meio de confirmações; relatórios aguardando realização.
artigo.
7
Elaboração do Plano de
D Curso do Programa de em Teve sua abrangência ampliada para a minuta de
residência em HIS: realização um “Programa Estadual de Residência em
reuniões com Arquitetura e Urbanismo Públicos e de Interesse
professores FAU, IAU Social” elaborada para debates coletivos internos
e UNIFESP; reuniões à FAU USP e junto de entidades tais como CAU,
com agentes externos. IAB e ABEA.
Relatório final de
E alterado O presente relatório não se trata de um relatório
pesquisa final, mas de um relatório parcial, pois conforme
aqui apresentamos, trata-se de darmos
continuidade a pesquisa até outubro de 2020.
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A proposta inicial - do projeto de pesquisa - consistia em tomar como base dois
bancos de dados já iniciados, como referências, pois foram elaborados em etapas anteriores
de pesquisa, já consolidados. A mim caberia atualizá-los e ampliá-los. Um dos bancos de
dados é sobre as escolas de arquitetura e urbanismo do país e media a presença física e
pedagógica de “canteiros experimentais” nos cursos de graduação. Os dados foram
elaborados por Reginaldo Ronconi em sua tese de doutorado em 2002. A ideia era reenviar
para as mesmas escolas - incluindo as novas - um questionário repetindo as questões de
Ronconi, incluindo perguntas acerca da existência de projetos de extensão universitária de
interesse social e ainda, de atividades de residência acadêmica. O outro banco de dados é
aquele produzido pela assessoria técnica Peabiru em 2006 por ocasião de um trabalho
financiado por um edital do CAU SP2, que tratou de realizar o mapeamento das iniciativas
de assessoria técnica e extensão universitária no estado de São Paulo, com as informações
publicizadas em sítio eletrônico e publicação de balanço das atividades.
Desde o início da pesquisa - novembro de 2018 - tenho participado de fóruns e
atividades acadêmicas sobre o tema. Nesse ambiente, a partir de contribuições do Prof. Caio
Santo Amore e Ermínia Maricato, da FAU USP, pude verificar que estava se constituindo
em torno do CAU do Rio de Janeiro, ao lado de outros CAUs do país a ideia da realização
de um levantamento nacional de experiências em ATHIS a ser financiado pelo CAU do Rio
de Janeiro, e que seria publicado em um seminário em novembro deste ano, sobre o mesmo
tema.
Quando tive conhecimento dessa movimentação, para que não houvesse sobreposição
de trabalhos, logo procurei os pesquisadores que estavam à frente da tarefa e prontamente
me juntei ao trabalho. O grupo é composto por pesquisadores do Instituto de Pesquisa e
Planejamento Urbano e Regional - IPPUR da UFRJ, bem como do Observatório das
Metrópoles do Instituto Nacional de Tecnologia do CNPQ, e é coordenado pelo Prof. Dr.
Adauto Cardoso, do IPPUR.
2
As “Oficinas de Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social” (ATHIS) foram realizadas em 6
cidades do estado de São Paulo entre novembro de 2015 e maio de 2016. Foram realizadas pela Peabiru
Trabalhos Comunitários e Ambientais, em co-realização com o Sindicato dos Arquitetos no Estado de São
Paulo (SASP), a partir de edital de patrocínio número 002/2015 do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de
São Paulo (CAU/SP), e patrocínio complementar da Caixa Econômica Federal.
9
O cronograma de trabalhos está sendo seguido à risca, e o primeiro produto qual nos
debruçamos coletivamente é o questionário da pesquisa (ANEXO I) que deverá ser colocado
em uma plataforma digital para preenchimento livre pela internet.
As contribuições que fiz foram importantes, tanto no campo da extensão universitária
como no campo das Assessorias Técnicas, por ter dedicado parte de minha vida profissional
a essas práticas. Cuidei para que dados importantes para a pesquisa aqui em desenvolvimento
sobre residência acadêmica fossem incluídos.
A chamada pública para seu preenchimento será feito pelos CAUs, bem como por
entidades tais como ABEA, FENEA, IAB, FNA e sindicatos.
As atividades devem seguir o seguinte cronograma:
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CRONOGRAMA de PESQUISA
“Levantamento e Análise das experiências em ATHIS no Brasil”
11
Antes da incursão nestes espaços de formação, atento para uma questão importante
para a presente pesquisa, que vai ainda mais além do que já encontramos nos cursos listados
a seguir:
Como medir a presença e inserir nos novos cursos práticas de canteiros de obras que
contribuam com a ‘desalienação’ do trabalho3, e o emprego de tecnologias de baixo impacto4
ambiental?
Estes temas foram trabalhados nas pesquisas de mestrado e doutorado que elaborei,
e encontram-se presentes na atual incursão científica. Desse modo, deixo aqui a questão,
como uma espécie de “mantra de fundo”, para que ao longo da pesquisa possamos voltar a
ela. O que desde já posso adiantar, é a percepção de que ambos temas se encontram quase
que ausentes nos cursos visitados, vejamos.
Daremos início observando os cursos mais estruturados, como relato dos resultados
desse levantamento ainda “qualitativo” das experiências pedagógicas de residência, bem
como de cursos que buscam cumprir a função pedagógica de especialização prática em
arquitetura de interesse social no país:
3
A pesquisa de mestrado que realizei na FAU USP em 2013 abordou os métodos pedagógicos presentes em
disciplina optativa no canteiro experimental da FAU USP e em cursos alternativos de formação de pedreiros, e
identificou que em ambos espaços formativos há a possibilidade de contribuição para a "desalienação" do
trabalho. Isso ocorre, por um lado, na escola de arquitetura, ao aproximar os futuros projetistas da materialidade
do canteiro de obras, e por outro lado, nos cursos de pedreiro, ao aproximar o mundo da prática construtiva da
arquitetura aos conhecimentos do desenho e do projeto. Nesse sentido, há ainda interesse da atual pesquisa em
verificar essa ocorrência, que pode ser aferida via questionário e entrevistas com os egressos dos cursos.
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A tese de doutorado que elaborei em 2017 no IAU USP abordou a questão e organizou o entendimento acerca
desses tipos de edificação, caracterizando-os como obras de "arquitetura agroecológica", ao redigirmos extensa
análise de quais seriam suas características, qual podemos na presente pesquisa, quando tivermos os dados em
mãos, analisar.
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imagem 01 e 02: vistas externas da “casa da extensão”, sede da “Residência”.
Na reunião que participei foi deliberado sobre a data de início da quarta edição, que
foi adiada em seis meses para que pudessem realizar modificações estruturais do curso, como
veremos adiante. Dentre as mudanças importantes, é que, como se trata da realização de uma
quarta edição, o curso poderá se tornar um “Programa”. O que significa sua consolidação na
estrutura da universidade.
imagem 03 e 04: seminário interno de avaliação da “Residência”.
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- oferta / carga horária: oferta bianual, com duração de um ano e meio,
totalizando 1.282 horas, dentre as quais 340 horas de aulas, 840 horas
aplicadas / trabalho de campo e 102 horas para elaboração do projeto/trabalho
final. As atividades são matutinas, das 8h às 12h, nos dias úteis.
- produtos: estudos preliminares, anteprojetos ou propostas de ação, com
memorial descritivo e indicações para um “Termo de Referência”, ou seja, um
projeto de arquitetura que possa ser inserido em um processo licitatório
público para elaboração de um projeto executivo e posterior construção, com
potencial real de edificação. Pelo percebido, há ampla gama de projetos e
tipologias até então elaboradas junto das comunidades. Há também atividades
comunitárias diversas, de produção de mobiliário coletivo, habitação,
acessibilidade, diretrizes e estudos urbanísticos, regularização fundiária,
equipamentos e espaços públicos, por exemplo. São possíveis trabalhos em
duplas ou trios atuando em cada projeto, ou até mesmo em grupos. Outro
debate importante foi a possibilidade de se aventar que os projetos, no tempo
do curso, possam chegar a sua construção efetiva (obra).
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- comunidades participantes: até então são 28 comunidades da Região
Metropolitana de Salvador, bem como das nucleações. Há liberdade de
escolha por parte do residente. Há debates em haver redução do número de
comunidades atendidas. Há um “banco de demandas” organizado, onde são
coletivamente apresentadas aos residentes:
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- avaliação: individual e coletiva, após o módulo de disciplinas realiza-se um
plano de trabalho, posteriormente, há seminários, monografia e elaboração de
um projeto individual apresentado em uma banca pública composta por dois
professores e um profissional convidado, com a presença da comunidade
participante.
- método pedagógico: as atividades dividem-se em teóricas e práticas,
distribuídas da seguinte forma, segundo três períodos: 1º. Período –
Disciplinas, seminários e orientação do projeto a ser desenvolvido: total de 4
(quatro) meses; 2º. Período – Residência para interação social e de campo:
mínimo de 8 (oito) e máximo de 10 (dez) meses; 3º. Período – Elaboração e
apresentação do Projeto Final Orientado: 2 (dois) meses. Nos atuais debates
estuda-se a realização concomitante das atividades teorias e práticas, pois
avaliou-se que essa separação temporal gera “ansiedade”, além de postergar
as atividades práticas, que poderiam já começar a se realizar. A partir de
publicação (SOUZA 2018) acerca da experiência, pode-se extrair:
“Na abordagem teórico-metodológica desenvolvida pela Residência
AU+E/UFBA, os princípios fundamentais compreendem:
● Apreciação das conquistas da comunidade e do ambiente local;
● Teoria e prática em um processo participativo para definição de projeto;
● Dimensão interdisciplinar para educação e cidadania;
● Participação da comunidade na definição de prioridades para projetos,
possibilitando processo coletivo de discussões e mediação de propostas;
● Identificação de demandas dentro da interação de líderes, grupos e
valorização de propostas individuais;
● Habitação entendida além da unidade, ampliando a visão pelo direito à
cidade;
● Melhoria dos espaços públicos para a conquista de melhor moradia;
● Melhoria da habitação para melhores condições de habitabilidade;
● Concepção de projetos considerando aspectos éticos, estéticos e
ambientais;
● Propostas com tecnologias apropriadas às realidades locais;
● Inclusão de demandas para melhorias habitacionais, espaços públicos,
mobilidade,
● paisagismo, infraestrutura e inserção social de interesse coletivo;
● Potencialização e preservação ambiental, segurança e sustentabilidade;
● Consideração de referências simbólicas, memória, cultura e inserção
urbana;
● Definição de projetos com múltiplos aprendizados,troca de conhecimento
e técnicas
● adequadas considerando a participação da comunidade;
● Desenvolvimento de metodologias abertas e oficinas considerando os
diversos grupos,
● trazendo memórias e definindo melhorias apropriadas, legitimando as
conquistas de
● tecnologias criativas, sustentáveis e inclusivas;
● Aproximação com as escolas locais, despertando a juventude para a
educação
16
● ambiental, direitos e deveres urbanos e o senso de pertencer aos processos”
(SOUZA, 2018. pág.10)
17
As atividades de campo, podem ser ilustradas pelas imagens a seguir:
18
- gestão do curso: colegiada, com a participação de dez professores e um
representante discente.
- professores: há a contribuição de 54 professores / tutores, do campo da
arquitetura e urbanismo e engenharia, dos quais 33 permanentes, 14
colaboradores e 6 nucleados.
- orientação / tutoria: cada residente possui um professor tutor.
- remuneração / custos: gratuito, não há bolsa.
- educandos: preferencialmente (não exclusivamente) formados em
arquitetura e urbanismo e engenharia - há geógrafos e assistentes sociais que
cursaram. Na primeira edição formaram-se 20 profissionais, na segunda
edição 25 e na terceira 30 vagas, das quais 5 para as nucleações, totalizando
70 egressos, de diversos estados do país - metade deles de outros estados.
- processo de entrada / seleção: por meio de edital público, onde são avaliados
por uma comissão de professores os currículos escolares e histórico
profissional (portfólio), bem como por entrevista. Os ingressantes são
classificados por pontuação.
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● Produção do espaço, políticas urbanas e direito à cidade: Coord. Profa. Dra.
Ângela Gordilho Souza e Coord. Adjunta Profa. Dra. Thaís Troncon Rosa.
● Projeto de urbanização, infraestrutura e meio ambiente: Coord. Profa. Dra.
Luciana Calixto Lima - licença médica - substituída pelo Prof. Me. Carlos
Alberto Andrade Bomfim.
● Planejamento e projeto de arquitetura, urbanismo e engenharia para
assistência técnica: Coord. Prof. Dr. Daniel Marostergan Carneiro; e Coord.
Adjunto Profa. Me. Ida Pela.
● Metodologias e técnicas para projetos participativos: Coord. Profa. Dra.
Heliana Faria Mettig Rocha e Coord Adjunto Prof. Me. João Maurício Ramos.
● Seminários temáticos: Coord. Profa. Dra. Elisamara de Oliveira Emiliano e
Coord. Adjunta Profa. Dra. Ângela Gordilho Souza.
Mais detalhes podem ser encontrados no sítio eletrônico do curso, bem como em
artigos produzidos, ali publicizados, bem como acesso a todos os trabalhos finais elaborados
pelos residentes.
20
● UFPel - Pelotas - RG: Supervisionados pela Profa. Dra.
NirceSafferMedvedosvski, Prof. Eduardo Rocha e Prof. Dr. André Carrasco.
Projeto urbanístico e de edificação elaborado no Assentamento Pestano, e
comunidade indígena Kaingang, ambos em Pelotas - RG.
● UFC - Fortaleza - CE: com a participação do Prof. Renato Pequeno. Projeto
elaborado junto a ocupação urbana de Gregório Bezerra, Fortaleza, CE. As
atividades se realizaram com a colaboração da Taramela Assessoria Técnica
em Arquitetura e Cidade.
Avaliação geral:
A avaliação é de que este programa é um exemplo inspirador para a formação de uma
rede nacional de residência no campo da arquitetura e urbanismo. Tive a oportunidade de
assistir a apresentação do curso por sua professora coordenadora Ângela Gordilho Souza por
três vezes, e a cada evento, mais claro ficou de sua importância estruturante para a formação
de profissionais engajados, conhecedores e conscientes de sua função social pública.
Mais interessante ainda é a consciência de que estão imbuídos os professores e
residentes, pois podem perceber o quão transformador e formativo é o processo pedagógico
para ambos, junto das comunidades e construtores envolvidos. Ou seja, só vivenciando a
totalidade da experiência - mesmo que ainda necessitando de aprimoramentos - é que se pode
saber e afirmar que os cursos de graduação são incompletos e demandam essa fase formativa,
de modo indubitável.
Vejamos algumas considerações sobre o curso publicadas por sua coordenação:
“Neste trabalho, com base na experiência desenvolvida pela Residência
AU+E/UFBA, evidenciou-se que os saberes populares dialogando com saberes
técnicos propositivos subsidiam processos que resultam em ações com potencial
de transformação socioespacial, ao se constituir como instrumento de mobilização
de políticas públicas para cidades melhores e mais justas.
No que tange a aprendizagem e aperfeiçoamento das metodologias
desenvolvidas por meio da Residência AU+E/UFBA, salienta-se a importância dos
processos dialógicos para elaboração dos produtos, para além dos projetos,
incluindo mediações e articulações que resultam no fortalecimento da cidadania na
apropriação de saberes técnicos na conquista pelo direito à cidade, processo
possível, como experimentado na experiência em tela, lento mas qualitativo e
possível, apesar do horizonte de longo prazo por cidades melhores”. (SOUZA,
2019. pág. 19).
21
Outra questão que se colocou presente é a necessidade de integração mais estrutural
das atividades de residência com os estudantes de graduação, principalmente junto aos
grupos de extensão universitária já existentes nas faculdades. Essa relação ocorreu em
momentos pontuais, o que já demonstrou sua potência pedagógica, de realizar trabalhos não
pontuais, isolados, mas integrados a uma relação mais complexa e duradoura entre
universitários - professores, estudantes de graduação e residentes.
Por fim, a coordenação do curso, considera que mesmo com todas as dificuldades:
“Os desafios para formação de profissionais de Arquitetura e Urbanismo e áreas
afins, nesse enfrentamento, não pode renunciar o entendimento da ampliação desse
campo de atuação tão amplo e pouco aprofundado” (SOUZA, 2019. pág.18).
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- oferta / carga horária: deveria ser anual, mas teve duração apenas de um ano
- 12 meses - e tinha como princípio a possibilidade de ser considerado uma
política pública permanente, o que não ocorreu. Dedicação integral, com 8
horas por dia, totalizando 1.992 horas, dentre as quais 796 horas teóricas e
1196 horas práticas. Teve início em 03 de novembro de 2015 a 29 de
novembro de 2016.
- produtos: o produto prático formativo de fundo foi a contribuição direta com
o trabalho de revisão, detalhamento e integração setorial dos Planos Regionais
Participativos das 32 Subprefeituras do município. Além disso, cada residente
fez trabalhos teóricos para cada uma das seis disciplinas, e uma monografia,
orientados por professor, conforme vê-se no detalhamento mais adiante, em
forma de tabela.
- comunidades participantes: munícipes participantes das oficinas realizadas
nas 32 Subprefeituras.
- avaliação: avaliação acadêmica por meio de notas dos trabalhos parciais por
disciplina e de uma monografia individual apresentada em uma banca de
defesa, composta por três membros (dois docentes e um técnico); avaliação
qualitativa, por módulo, por parte dos técnicos e tutores das 32 Subprefeituras
de São Paulo
- método pedagógico: Aulas teóricas na FAU USP e atividades práticas
realizadas em dependências da prefeitura bem como no espaço urbano “da
cidade” organizadas em três módulos de quatro meses cada. Os dois primeiros
módulos foram ministrados de forma ‘teórica’ em dois dias da semana, e a
imersão prática, nos outros três dias da semana. O terceiro módulo foi o
momento de pesquisa, registro e elaboração das monografias, derivadas das
práticas vivenciadas, conforme pode-se verificar na tabela a seguir:
23
- gestão do curso: Coordenado pelas Profas. Dra. Maria Lucia Refinetti
Martins e Profa. Dra. Maria Cristina Leme - pela FAU USP e no âmbito da
Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, arquiteto e urbanista Fábio
Maris Gonçalves e Carolina Heldt D’Almeida.
- professores: 12 professores da FAU USP e especialistas convidados.
- orientação / tutoria: 16 tutores do Departamento de Urbanismo da Secretaria
Municipal de Desenvolvimento Urbano.
- remuneração / custos: bolsa de residência para cada educando, aportada pelo
município, no valor de R$ 1.500,00 tendo como parâmetro os valores das
bolsas de mestrado em vigência à época. Houve também apoio da prefeitura
com “bilhete único de estudante”. A forma jurídica para realização da
remuneração se deu através de contrato com a FUSP - Fundação da
Universidade de São Paulo, e convênio da Prefeitura com a FAU USP.
- educandos: 32 residentes
24
- processo de entrada / seleção: selecionados a partir de 210 candidatos, com
no máximo 5 anos de formados - graduados em arquitetura e urbanismo.
25
Os residentes participaram de forma ativa e estruturante dos dois grupos de trabalho
organizados pela SMDU: grupo de elaboração dos conteúdos dos PRS - Planos Regionais
das Subprefeituras - caderno distribuído para os munícipes participantes - e grupo de
organização das consultas participativas e seus produtos.
imagem 06: capa do caderno entregue aos munícipes participantes com dados e mapas sobre a cidade; imagem
07: mapa de trecho de cidade com registro das intervenções de munícipes, a partir de oficina participativa.
fonte: SMDU
26
Segundo a estratégia da gestão municipal, o principal meio de planejamento local foi
pela deliberação de “Perímetros de Ação”, que reunisse um grupo de intervenções
estratégicas e necessárias pactuadas com os munícipes.
Para conhecimento detalhado da experiência dos residentes e dos trabalhos
produzidos, foi elaborada publicação, com acesso público, pelo sítio da FAU USP, onde
27
todos os artigos encontram-se publicados, bem como textos outros de apresentação e
explanação do programa. Nesse sentido, não caberia aqui anexar, ou apresentar cada qual.
28
“Para além das contribuições aportadas aos resultados alcançados nos produtos
dos Planos Regionais das Subprefeituras e na apreensão crítica da dinâmica
territorial e de gestão local do município pela Universidade, o processo de
desenvolvimento do Programa de Residência possui importância em si, enquanto
política pública.
É possível destacar dois aspectos da relevância do Programa de Residência: o
aprofundamento das práticas profissionais nos processos pedagógicos de reflexão
crítica; o avanço da reflexão técnico-política nos métodos de produção do
conhecimento e formulação das políticas públicas. O Programa de Residência
retroalimenta, dialeticamente, ambos os aspectos.
Associar “tempo acadêmico” e “tempo profissional”, num mesmo Programa de
Residência, com interesses comuns na formulação de uma política pública, permite
convergência (por vezes conflituosa) de aportes distintos de conhecimento
demandas e metas: de um lado a pesquisa de investigação criativa, mais ampla e
livre; e, de outro, a percepção das pressões e contingências da gestão pública dentro
das condições legais, administrativas e financeiras.
Nesse sentido é preciso caracterizar que a Residência difere do Estágio
profissional, em que a prática acaba independente e desconectada do aporte
acadêmico, bem como é distinta do Mestrado Profissional que, na maioria dos
casos, é restrito à instância acadêmica ainda que ofereça conteúdo profissional e
prático” (publicação curso residência FAU USP, pág. 30)
29
Essa energia e alegria de novidade, de ser base para um amplo e novo universo
formativo pode ser percebido pelos rostos felizes de residentes, professores da universidade
bem como de técnicos e representantes do poder público municipal na ocasião da formatura
da primeira turma:
Por fim, pude verificar junto à coordenação do curso o interesse na realização de uma
pesquisa junto aos egressos, com questionário e entrevistas, como atividade de continuidade
de nossos estudos, de modo a consolidar a avaliação crítica sobre o feito.
30
Vejamos a seguir breve compilação de parte desses cursos ministrados nos anos de
2017 a 2019, promovidos principalmente pelos CAUs estaduais, sindicatos, ONGs e escolas
de diversos estados.
A partir de breve análise - ainda superficial - desses cursos, nos pareceu que há duas
questões que os diferem / organizam. Uma de método e outra de concepção.
Sobre o método há aqueles cursos que realizam atividades apenas teóricas e aqueles
que integram atividades teóricas e práticas, chegando, pela prática, a produzir algo, a intervir
por meio de algum um trabalho produtivo, seja elaborando um projeto, ou até mesmo algum
tipo de intervenção física, arquitetônica, do espaço.
Nesse sentido, registramos que diversos cursos tiveram algum tipo de “produto”
trabalhado, que vai além do “produto presente enquanto conhecimento carregado pelos
egressos”, o aprendizado, ampliado em cada educando.
Quanto a questão de ‘concepção’, basicamente, é a diferença de entendimento acerca
dos caminhos para se alcançar uma melhoria da qualidade de vida das pessoas de baixa renda
com intervenções arquitetônicas.
Há a concepção de que este caminho deva se realizar pela livre iniciativa, com
soluções “de mercado”, onde os custos para sua implementação devam ter origem na
economia das próprias famílias e com doações de particulares, sem apoio de fundos públicos.
Por outro lado, há a concepção de que o déficit habitacional é de tal ordem, que os
custos para seu enfrentamento devam necessariamente ser - principalmente - originários de
fundos públicos, considerando a dificuldade financeira das famílias de baixa renda, e com
atendimento coletivo, organizado.
Como veremos adiante os cursos estão apresentados segundo sua concepção.
Primeiramente aqueles que operam e se realizam pela compreensão da necessidade de
investimentos públicos diretos, por meio de políticas públicas e atendimentos coletivos por
associações ou movimentos e em seguida os cursos de matiz de mercado, no campo do
empreendedorismo, onde de modo pulverizado e “livremente” as famílias acessam os
serviços habitacionais com recursos e poupanças próprias, ou doadas por particulares.
Antes da apresentação dos cursos e oficinas de 2017 a 2019, como registro histórico
do processo, temos de salientar a realização de uma atividade formativa aberta realizada em
São Paulo, em dezembro de 2015, conduzida pela Assessoria Técnica Peabiru, denominada
“Oficinas de ATHIS”. Foram realizadas em seis cidades do estado de São Paulo, com o lema
“Mobilizar saberes, efetivar direitos”. Consistiram em debates, seminários, visitas técnicas
em áreas habitacionais problemáticas, e realização de grupos de trabalho. Buscou-se
31
incentivar o trabalho coletivo, a troca de experiências, a construção de leituras e proposições
pelos participantes. De certa forma - grosso modo - essa atividade inaugurou uma nova fase
formativa sobre o tema, naturalmente em pauta desde os anos 60, tendo se tornado referência
para as ações no campo formativo da ATHIS.
Voltando a nosso recorte temporal - 2017 a 2019 - vejamos a seguir, de modo breve,
quantos, quais e como se realizaram os cursos, oficinas e workshops formativos de curta
duração, oferecidos pelos CAU estaduais, sindicatos, ONGs e escolas de arquitetura.
32
SANTA CATARINA - Oficinas de Assistência Técnica em Habitação de
Interesse Social
Entidade promotora: GT de habitação do IAB/SC, CAU/SC, SASC, FNA e UFSC,
ministrado pela Assessoria Técnica Peabiru, de São Paulo. Os recursos para implementação
da oficina foram originários de captação de doações pela internet, ou financiamento coletivo.
Local: Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
Data: 17 a 19 de março de 2017
Tipo de curso: teórico e prático - propostas de urbanização junto à comunidade
Carga horária: 24 horas
Perfil dos educandos: profissionais das áreas de arquitetura e urbanismo,
engenharia, serviço social, direito e comunicação, professores e pesquisadores de
universidades, servidores públicos, estudantes e integrantes de movimentos sociais.
Quantidade de educandos: 46 pessoas
Produtos do curso: elaboração de uma “agenda para a ATHIS” em Florianópolis e
mais especificamente na comunidade “Alto Pantanal”.
Custos de acesso (bolsa, ou valor para o curso): gratuito, sem bolsa
Objetivos: sensibilizar os educandos para a importância e a necessidade da ATHIS
enquanto política pública.
método pedagógico: Debates em sala de aula e oficina junto de uma comunidade
parceira nos arredores da Universidade Federal de Santa Catarina, como espaço urbano
estudado de comum acordo com as lideranças locais - Alto Pantanal. Conduzida por 04
profissionais da Peabiru, consistiu em visita à comunidade e posterior desenvolvimento de
estudos sobre os problemas encontrados, com a definição de diretrizes de atuação e propostas
bem como definição de uma agenda para Assistência Técnica.
33
DISTRITO FEDERAL - III JATHIS - Jornada de Assistência Técnica em
Habitação de Interesse Social de Brasília
Entidades promotoras: idealizado pela ABEA e IAB, promovido pelo CEAU DF e
CAU DF.
Local: Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Distrito Federal -
CREA/DF.
Data: 10 a 14 de setembro de 2019, para as atividades teóricas, em forma de
seminário com oficinas. Antes, em agosto há atividades preparatórias aos sábados, e depois,
aos sábados, há mutirões. Há ainda o desenvolvimento de projetos, para os estudantes de
arquitetura inscritos, nos horários de faculdade, para desenvolvimento dos projetos, nos
meses de setembro e dez.
Tipo de curso: teórico e prático
Carga horária: total de 59 horas para quem cursar todas as atividades. Entre os dias
10 a 14 de setembro são 16 horas teóricas e 12 horas práticas. Antes disso, para os inscritos
nas oficinas, há uma preparação de 19 horas, aos sábados. Por fim, há mais 12 horas de
atividades de “ação urbana”, que consistem em “mutirões” na comunidade.
Perfil dos educandos: estudantes e profissionais do campo da produção do espaço.
Os estudantes, para participarem das oficinas, tem de estar cursando além do 4o. semestre.
Quantidade de educandos: 100 vagas para as Oficinas de Melhorias Habitacionais,
compondo 20 (vinte) equipes de cinco alunos, contabilizando dez alunos por instituição de
ensino superior; e uma equipe de Ações Urbanas, que terá até dez alunos (um por instituição).
Produtos do curso: projetos de melhorias habitacionais
Custos de acesso (bolsa, ou valor para o curso): gratuito, sem bolsa, com apoio
para transporte, material de trabalho de escritório e alimentação.
Breve relato dos objetivos, método pedagógico: com aulas teóricas sobre política
habitacional e ATHIS, bem como apresentação de experiências, e com oficinas práticas, as
“Oficinas de Melhorias Habitacionais”. Já em sua terceira edição, a JATHIS assim se
apresenta:
34
Os principais objetivos do evento são:
1. sensibilizar estudantes, professores e IES do DF para aspectos
profissionais e sociais da Assistência Técnica e as atividades de extensão
universitária;
2. proporcionar um exercício projetual para Melhorias Habitacionais por
meio da imersão em comunidades de Áreas de Regularização de Interesse Social
(ARIS) do Distrito Federal, ilustrando as particularidades e dificuldades das
práticas de Melhorias Habitacionais;
3. influenciar uma reflexão profissional sobre o papel social do arquiteto e
urbanista e as responsabilidades das instituições que podem conferir qualidade e
dignidade à moradia de interesse social e à construção de nossas cidades.
A JATHIS vem se efetivando como um dos principais eventos do país que
influenciam na prática profissional e no papel social do arquiteto e urbanista,
contribuindo com a promoção digna de moradias de interesse social e com a
construção de cidades de forma mais justa” (sitio eletrônico:
https://www.even3.com.br/ brasiliajathis2019/)
35
As atividades preparatórias para os integrantes das oficinas seguem do seguinte modo:
36
Na terceira edição, entre 10 e 14 de setembro de 2019, a III JATHIS terá
como novidade o envolvimento prévio e mais direto de profissionais e estudantes
de diferentes áreas, para atuação nas diferentes ações da JATHIS.
Em suas duas primeiras edições, a JATHIS esteve focada em ações
articuladas com o Programa de Melhorias Habitacionais da CODHAB. Este ano,
além das ações voltadas para projetos de Melhorias Habitacionais, denominadas
agora “Oficina de Melhorias Habitacionais” a JATHIS irá incorporar atividades
vinculadas ao programa de Ações Urbanas Comunitárias, as quais comporão a
“Oficina de Ações Urbanas”. A ampliação do escopo do evento se justifica pois,
apesar do maior enfoque do evento ser para as ações de melhorias nas condições
de habitabilidade das moradias, é fundamental que se compreenda a relação do
espaço interno das residências com o espaço urbano, do bairro e da cidade”. (sítio
eletrônico: http://brasilia.jathis.org.br/2019/)
ATHIS 2018
9, 29 de outubro a 01 de novembro de 2018
Auditório do IFB Samambaia | Local de atuação: Sol Nascente
Quatro localidades atendidas, todas no Sol Nascente
37
33 famílias atendidas
10 Instituições de Ensino Superior
Alunos de Arquitetura e Urbanismo, Engenharia e Técnico de Edificações
120 alunos divididos em 33 equipes de até 04 alunos
Alunos monitores (participantes da JATHIS 2017)
Apoio de professores e técnicos da CODHAB
01 Responsável Técnico Arquiteto por projeto – Edital CAU
Cerca de 300 participantes entre palestras e oficinas
38
composta por 04 (quatro) estudantes dos cursos de Arquitetura e Urbanismo das
Instituições de Ensino (IES) do Distrito Federal” (edital CAU DF no. 02/2018).
40
Objetivos: oferecer capacitação para implementar viveiros urbanos em projeto de
Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social (ATHIS) autogerido.
41
MINAS GERAIS - Formação em Serviço: Conceitos e práticas de Assistência
Técnica de Interesse Social.
Entidades promotoras: “Arquitetas Sem Fronteiras - Brasil”, IAB e CAU Minas
Gerais , via edital de patrocínio em assistência técnica de interesse Social.
Local: IAB MG
Data: primeiro semestre de 2019
Tipo de curso: aulas teóricas, seminários e atividades práticas
Carga horária: 12 encontros, dos quais 9 considerados “teóricos” e 3 “práticos”,
totalizando aproximadas 50 horas.
Perfil dos educandos: jovens estudantes e profissionais de AU.
Quantidade de educandos: 14 educandos
Produtos do curso: contribuições com estudos de ocupação de espaço para horta
escolar; apoio a ações de educação ambiental, trabalho em mutirão e apoio a implementação
de esgoto residencial.
Custos de acesso (bolsa, ou valor para o curso): gratuito, sem bolsa
Breve relato dos objetivos, método pedagógico: Exposição, Apresentação de
coletivos atuantes em ATHIS no IAB-MG; Seminários, Sextas-feiras alternadas das 18h30
às 22h; Atividade Prática, Sábados alternados das 8h às 12h
Ementa do curso: Abordagem crítica das condições de prestação de serviços de
assistência técnica na produção de habitações e assentamentos de interesse social no campo
da arquitetura e urbanismo. Panorama da ATHIS no Brasil. Metodologias e práticas de
assessoramento técnico individual e coletivo. Processos coletivos de concepção e intervenção
em edificações e espaços de uso comum. Assessoria técnica a processos auto gestionários de
produção habitacional e recuperação de áreas urbanas degradadas. Tecnologias construtivas
para canteiros de obras autogeridos. Formulação e experimentação de tecnologias
socioespaciais, dispositivos e sistemas para a qualificação do ambiente urbano. Origens dos
recursos para financiamento de ações de ATHIS. Práticas usuais para viabilização da
atividade e consolidação do campo de atuação profissional.
sítio eletrônico: divulgado no sítiohttps://www.asfbrasil.org.br
42
RIO GRANDE DO SUL - Sindicato dos Arquitetos no Estado do Rio Grande
Sul – SAERGS
RIO GRANDE DO SUL - Athis como área de atuação profissional: oficina Santa
Maria
Entidade promotora: Sindicato dos Arquitetos do Rio Grande do Sul, Federação
Nacional dos Arquitetos - FNA, CAU/RS e Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da
ULBRA - Santa Maria.
43
Local: Universidade Luterana do Brasil / ULBRA - Santa Maria
Data: 04 de abril de 2018
Tipo de curso: teórico
Carga horária: 4h30
Perfil dos educandos: arquitetos e urbanistas
Quantidade de educandos: sem informação
Produtos do curso: não teve produtos concretos
Custos de acesso (bolsa, ou valor para o curso): gratuito, sem bolsa
Objetivos: debater e refletir o papel do arquiteto e urbanista na efetivação da Lei da
Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social(ATHIS):
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Quantidade de educandos: sem informação
Produtos do curso: não teve produtos concretos
Custos de acesso (bolsa, ou valor para o curso): gratuito, sem bolsa
Objetivos:
“De acordo com a presidente do Saergs, Maria Teresa Peres de Souza, a atuação
de arquitetos e urbanistas junto aos movimentos sociais é uma das formas de
aplicação da lei de ATHIS, tanto via recursos públicos, como atuação direta junto
às famílias que necessitam do atendimento. “A lei de ATHIS já existe há dez anos
e nossos seminários têm o intuito de colaborar com a divulgação da lei e sua
implementação em suas várias formas”, destaca a presidente do Saergs.
A diretora do Saergs, Karla Moroso, explica que o evento proporcionará uma
leitura sobre a atuação de arquitetos e urbanistas sob a perspectiva de quem
demanda o serviço. “É importante destacar que são movimentos sociais que trazem
experiências que abordam muito mais do que a conquista da moradia – vista como
uma unidade habitacional. São projetos que trazem no seu ‘DNA’ o debate sobre
os vazios urbanos, os prédios ociosos e a moradia popular em área central, um tema
central para a se garantir cidades mais justas”, argumenta” (sitio do CAU/RS)
45
Custos de acesso (bolsa, ou valor para o curso): R$ 50 para estudantes, R$ 100
para associados do SAERGS e R$ 150 para demais interessados.
Breve relato dos objetivos, método pedagógico: conteúdos metodológicos
relacionados à prática de assistência técnica em habitação de interesse social, elaborados a
partir de experiências feitas através de abordagens teóricas, exercícios práticos e vivências
de ATHIS.
Programação: Bloco 1 – Sensibilizar: ATHIS – Um Direito – Princípios para
atuação em ATHIS; Bloco 2 – Instrumentalizar: ATHIS – Muitas Possibilidades – Arenas de
atuação, atores, papéis, formas de financiamento, abrangência, escalas, demandas de ATHIS.
A demanda de ATHIS – Perfil socioeconômico, grupos de renda, possibilidades, abordagem;
Bloco 3 – Vivência: Diagnóstico Rápido Participativo – Aplicação da metodologia em um
Assentamento Urbano. Proposições e arranjos de ATHIS – Exercício prático. Encerramento
– Avaliação.
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fundamentos que respaldam o direito à moradia e a atuação na política pública de HIS, até o
desenho dos programas habitacionais vigentes, com destaque para o Programa de Assistência
Técnica, suas possibilidades, complexidades e desafios. Pretende conferir aos participantes
um suporte inicial para a atuação, com ênfase em processos participativos.
método pedagógico: aulas expositivas e atividades interativas, permeadas por
momentos de reflexão e proposições.
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Tipo de curso: curso itinerante, de curta duração, com nove seções.
Carga horária: atividades de 6h
Perfil dos educandos: arquitetos, urbanistas, engenheiros,funcionários do poder
público e lideranças comunitárias que atuam em planejamento e políticas públicas urbanas e
em projetos de moradias.
Quantidade de educandos: (verificar)
Produtos do curso: encontram-se em elaboração, o relatório do curso deverá ter
sugestões de estratégias de atuação dos municípios envolvidos na melhoria das condições de
moradia da população e no fortalecimento de sistemas produtivos locais com apoio de
empresas, de instituições e da população local. Deverá também organizar propostas de uma
política pública estadual. Ao menos tem-se notícia que um dos desdobramentos do curso foi
a criação de um fundo municipal de ATHIS no município de Bertioga.
Custos de acesso (bolsa, ou valor para o curso): gratuito, sem bolsa
Breve relato dos objetivos, método pedagógico: No conteúdo das aulas estão temas
como formas de estruturar escritórios de ATHIS e criar Arranjos Produtivos Locais (APLs)
para prestação de serviços de melhorias habitacionais, formalização jurídica e uma
capacitação sobre o Programa Crédito Solidário e Cartão Reforma. A ideia é fomentar a
construção de novas alternativas financeiras, criativas e sustentáveis a fim de financiar
escritórios que também trabalhem com projetos de moradia.
Praia Grande: Capacitação para abertura e estruturação de escritórios de ATHIS;
São Vicente: Curso de capacitação e sensibilização de poder público sobre ATHIS, para
criação Arranjos Produtivos Locais (APL’s) e formalização de escritórios para prestação de
serviços de melhorias habitacionais; Curso de capacitação sobre o Programa Crédito
Solidário do Banco do Povo e debate de propostas para a criação de um Fundo Estadual de
ATHIS; Santo André: Capacitação para abertura e estruturação de escritórios de ATHIS;
Curso de capacitação sobre o Programa Crédito Solidário do Banco do Povo e debate de
propostas para a criação de um Fundo Estadual de ATHIS; Mauá: Curso de capacitação e
sensibilização de poder público sobre ATHIS, para criação Arranjos Produtivos Locais
(APL’s) e formalização de escritórios para prestação de serviços de melhorias habitacionais.
Curso de capacitação sobre o Programa Crédito Solidário do Banco do Povo e debate de
propostas para a criação de um Fundo Estadual de ATHIS; Bertioga: Capacitação para
abertura e estruturação de escritórios de ATHIS. Curso de capacitação sobre o Programa
Crédito Solidário do Banco do Povo e debate de propostas para a criação de um Fundo
Estadual de ATHIS.
Ainda em São Paulo, Capital, há um curso promovido por uma faculdade particular
que se encontra já na terceira edição:
48
c
SÃO PAULO - Estratégias e Assistência Técnica para Habitação de Interesse
Social
Entidade promotora: Universidade Presbiteriana Mackenzie e Comviva Arquitetura
e Urbanismo, co-responsável pelo curso via convênio.
Local: Universidade Presbiteriana Mackenzie, Campus Higienópolis
Data: 06 de outubro a 15 de dezembro 2018 - aos sábados
Tipo de curso: teórico
Carga horária: 32 horas aula
Perfil dos educandos: arquitetos, engenheiros, sociólogos, antropólogos, assistentes
sociais e outros.
Quantidade de educandos: 45
Produtos do curso: não teve produtos aplicados ou “intervenções diretas na
realidade”
Custos de acesso (bolsa, ou valor para o curso): pago
Objetivos:
“Proporcionar formação complementar aos profissionais que tenham interesse
em trabalhar com Estratégias e Assistência Técnica em Habitação de Interesse
Social é o objetivo do curso promovido pela Universidade Mackenzie através de
um convênio com a empresa Comviva Arquitetura e Urbanismo” (Sítio eletrônico
Mackenzie)
método pedagógico:
“As aulas são realizadas por profissionais especializados em temas como
Urbanização de Favelas, Regularização Fundiária, Projeto de Melhorias
Habitacionais, Projetos Autogestionados e Assistência Técnica.
O curso não tem apenas o objetivo de aprofundar conhecimentos teóricos e
práticos, mas principalmente a formação profissional e cidadã. É um modo de
contribuir [para alterar] a realidade dura de muitas pessoas e, ao mesmo tempo,
renovar conhecimentos científicos consagrados”, afirma Fabrícia Zulin.
O curso está estruturado em duas partes principais: Políticas de Provisão de
Novas Moradias e Urbanização de Favelas e Assistência Técnica Habitacional de
Interesse Social, e Realidade da Autoconstrução. Nessa segunda etapa, é
demonstrada a importância de trabalhar não apenas com novas unidades, modelo
mais difundido nos cursos de arquitetura, mas principalmente como agir em um
universo de moradias autoconstruídas que precisam de melhorias, acrescenta a
professora” (Sítio eletrônico Mackenzie)
49
O interessante é que uma das professoras declara que o curso é uma espécie de ensaio
para um curso maior, como uma residência:
“Em sua primeira edição é um curso ainda enxuto, mas está em discussão ampliá-lo
ou, até mesmo, transformá-lo em residência universitária como já existe na área médica, por
exemplo” (FabríciaZulin, diretora da Comviva, uma das professoras do curso).
51
PARAÍBA - Oficina de Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social
método pedagógico:
52
No último dia do evento os participantes formaram grupos de trabalho e
desenvolveram propostas projetuais preliminares, compreendendo tanto o espaço
privado da moradia quanto o espaço público do seu entorno imediato como
calçadas e espaços de convivência. Foram formados nove grupos que propuseram
projetos para seis residências, dois comércios locais e um espaço público” (sítio
eletrônico do CAU/PB).
53
RIO DE JANEIRO - Curso Assessoria Técnica em Arquitetura: desafios e
possibilidades para as práticas políticas e profissionais hoje
54
Projeto Arquiteto de Família
55
Vejamos de modo breve o caráter dessas atividades:
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AMAPÁ - II Seminário de Capacitação em Assistência Técnica em Habitação de
Interesse Social
Entidade promotora: CAU AP
Local: Hall do CEAP - Macapá
Data: 05 e 06 de novembro de 2018
Tipo de curso: teórico e prática simulada
Carga horária: 12 horas
Perfil dos educandos: estudantes e profissionais da arquitetura e urbanismo
Quantidade de educandos: 170 pessoas
Produtos do curso: não teve resultados práticos
Custos de acesso (bolsa, ou valor para o curso): sem custos e sem bolsa
Objetivos:
“Expor ideias e experiências para um melhor desenvolvimento e satisfação das
demandas da população e levantar reflexões sobre o papel dos profissionais de
arquitetura e urbanismo para a sociedade, apresentando a missão do Conselho de
Arquitetura e Urbanismo – CAU de “Levar a arquitetura e urbanismo para todos”
e conscientizar da importância da lei de acesso a Assistência Técnica” (sítio
eletrônico do CAU AP).
Método pedagógico: palestras e ao final dos dois dias de atividades, foi ministrada
oficina:
“Para encerrar o evento com chave de ouro, foi realizado a oficina de
capacitação de profissionais para a atuação em ATHIS pela Arquiteta e Urbanista
Mariana Estevão, onde representou um momento de grande estímulo aos
profissionais e acadêmicos participantes, permitindo em sua devida implementação
do objetivo do evento” (sítio eletrônico do CAU AP).
57
SÃO PAULO - Vivência em Assistência Técnica para Melhorias Habitacionais
Entidade promotora: Soluções Urbanas, Arquitecasa, e o Banco do Povo - Crédito
Solidário, com apoio do Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas de São Paulo - SASP SP.
Local: sede do SASP para as atividades teóricas e práticas em Mauá/SP
Data: fevereiro de 2019.
Tipo de curso: teórico e prático
Carga horária: 42 horas
Perfil dos educandos: Arquitetos, engenheiros, designers, técnicos de edificações, e
estudantes desses campos profissionais.
Quantidade de educandos: (verificar)
Produtos do curso: Projetos de melhorias habitacionais - as famílias assistidas
durante a vivência de campo foram convidadas a ser microempreendedoras atendidas pelo
Banco do Povo.
Custos de acesso (bolsa, ou valor para o curso): R$ 834,00
Breve relato dos objetivos, método pedagógico:
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TOCANTINS - Oficina de capacitação técnica no VII Seminário Nacional de
Empreendedorismo na Arquitetura
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Objetivos: Foi um amplo seminário, com os seguintes temas: “Empreendedorismo
em ATHIS”; “A ATHIS e o Empreendedorismo desde a Formação Acadêmica”; “A ATHIS
e as Ações Públicas”; “ATHIS : O Escritório Modelo com foco na arquitetura social”; “A
ATHIS, a Regularização Fundiária e os Instrumentos Urbanísticos, determinando a Evolução
Urbana e Sustentabilidade das Cidades Brasileiras”; “O Negócio Social, a ATHIS e o
Empreendedorismo”; “Do Conceito ao Concreto: o desafio de reinventar-se na profissão de
arquiteto”; “Acelerando a carreira de arquitetos e designers”. Palestra “Da Arquitetura ao
Mercado Financeiro, Novos Paradigmas Profissionais do Arquiteto”, Palestra “O Futuro é
Hoje!”
Método pedagógico: Em uma noite, anterior ao seminário Mariana Estevão
ministrou “Oficina de capacitação de profissionais para atuação em ATHIS”. No dia
seguinte, por todo um dia, os participantes assistiram às palestras.
60
Rede de ATHIS iniciada em São Paulo, no curso Vivência em ATHIS para
Melhorias Habitacionais. Essa Rede pretende fomentar essa prática e favorecer a
troca de informações e oferecer suporte aos envolvidos.” (sítio eletrônico do
SARJ).
Método pedagógico:
61
Método pedagógico: O seminário teve palestras sobre os seguintes temas: legislação
e diretrizes que regulamentam a concessão de apoio à ATHIS; experiências em ATHIS da
Companhia de Desenvolvimento e Administração da Área Metropolitana de Belém e da
Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal; Regularização Fundiária
e Assistência Técnica; a importância do papel das Universidades na implementação da
Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social e as dificuldades para a implantação
da mesma; Negócio Social, a ATHIS e o Empreendedorismo: o Projeto Arquiteto de Família,
da arquiteta e urbanista Mariana Estevão de Souza Moraes; Empreendedorismo em
Arquitetura e Urbanismo, pontuando as atitudes necessárias para empreender na área. No
segundo dia foi a Oficina de Capacitação Profissional em ATHIS, ministrada pela arquiteta
e urbanista Mariana Estevão. A oficina colocou em prática a produção de projetos para
diversos perfis de família de baixa renda.
62
d) Levantamento nacional das experiências de extensão universitária em ATHIS
e direito à cidade
Faculdade
UF Cidade (sigla) Nome do EMAU Situação
Estudantes com vontade de
RR Boa Vista UFRR criar um EMAU
AM Manaus UNL/UFA Não é um EMAU que segue
63
M o POEMA
sem
AC Rio Branco FAB Palafita informações
EMAU
GO Goiânia PUC-GO SET - Sociedade em Transformação em funcionamento
UNI
ANHANG CORES - Conselho de Ocupação e EMAU
GO Goiânia UERA Revitalizações de Espaços Socias em funcionamento
EMAU
MT Cuiabá UFMT Motirô em funcionamento
Barra do EMAU
MT Bugres UNEMAT ALDEIAS inativo
EMAU
DF Brasília UniCEUB MOVERES inativo
Campo EMAU
MS Grande UNIDERP EMAIS - Escritório Modelo de Interesse Social em funcionamento
EMAU
MA São Luís UEMA Solar em funcionamento
EMAU
CE Fortaleza UFC Canto em funcionamento
EMAU
CE Quixadá FCRS Toca em funcionamento
EMAU
RN Natal UFRN Maré sendo criado
EMAU
RN Natal UNP Farol sendo criado
João EMAU
PB Pessoa UFPB Trama EMAU em funcionamento
EMAU
PE Recife UFPE Cobogó em funcionamento
EMAU
SE Laranjeiras UFS TRAPICHE em funcionamento
EMAU
AL Maceió UNIT CORAIS em funcionamento
EMAU
BA Salvador UFBA Curiar em funcionamento
64
EMAU
ES Aracruz FAACZ Maloca - EMAU FAACZ sendo criado
EMAU
ES Colatina IFES ASAS - Ação de Suporte à Arquitetura Social sendo criado
MULTIVI EMAU
ES Vitória X Pipa EMAU em funcionamento
EMAU
ES Vitória UFES Célula em funcionamento
Juiz de EMAU
MG Fora UFJF RUA em funcionamento
EMAU
MG Viçosa UFV COLETIVO FORMIGAS em funcionamento
Campos
dos ECAUS - Escritório Coletivo de Arquitetura e EMAU
RJ Goytacazes IFF Urbanismo Social em funcionamento
Rio de EMAU
RJ Janeiro UFRJ Abricó em funcionamento
EMAU
RJ Niterói UFF Empaz em funcionamento
Rio de Estudantes com vontade de
RJ Janeiro USU criar um EMAU
EMAU
RJ Petrópolis UNESA RIZOMA em funcionamento
EMAU
SP Bauru UNESP Escritório 54 em funcionamento
PUC- EMAU
SP Campinas CAMP Habitar em funcionamento
EMAU
SP Campinas Unicamp Móbile em funcionamento
EMAU
SP São Paulo UAM EMAU UAM em funcionamento
EMAU
SP São Paulo Mackenzie Mosaico em funcionamento
EMAU
SP Santos Unisantos EMAU Morro inativo
SP São Paulo USP epa! Inativo
65
EMAU
PR Maringá UEM Soma em funcionamento
EMAU
PR Londrina UEL OCAS em funcionamento
EMAU
PR Curitiba UTP inativo?
EMAU
PR Cascavel Unipar inativo?
EMAU
SC Blumenau FURB 5° Artigo em funcionamento
Balneário Estudantes com vontade de
SC Camboriú Univali criar um EMAU
Florianópol EMAU
SC is UFSC AMA - Ateliê Modelo de Arquitetura em funcionamento
Florianópol EMAU
SC is UNISUL EMAU UNISUL em funcionamento
EMAU
SC Tubarão UNISUL EMAU TUBARÃO inativo?
Passo EMAU
RS Fundo UPF VivA!emau em funcionamento
EMAU
RS Pelotas UFPel JoaoBEM - Joao de Barro Escritório Modelo em funcionamento
EMAU
RS Pelotas UCPel sendo criado
Porto EMAU
RS Alegre UniRitter In Loco em funcionamento
Porto EMAU
RS Alegre UFRGS EMAV em funcionamento
Santa EMAU
RS Maria UFSM Perspectiva em funcionamento
EMAU
RS Torres UFSM EMAU ULBRA Torres em funcionamento
66
não conseguem se renovar, tendem a se desfazer. Quanto mais calcados na ação de
professores essa condição tende a diminuir.
Com os dados da pesquisa nacional em mãos, e as recentes listagens acima
indicadas, a tabela acima será atualizada. Para cada grupo é que enviaremos os questionários
qualitativos sobre a necessidade e os caminhos para a proposição de programas de residência
em arquitetura e urbanismo de interesse social.
67
Como a proposta do SENAU, a partir de estratégia da professora, é debater inclusive
a extensão universitária, ali, segundo ela, seria espaço para sua articulação.
Outro possível espaço para articulação do seminário seria o Seminário Nacional de
ATHIS que será realizado no Rio de Janeiro em 25, 26 e 27 de novembro, com organização
pelo CAU/RJ, espaço onde apresentarei - junto da equipe do Observatório das Metrópoles
e do grupo de pesquisa do IPPUR - a atual pesquisa nacional de agentes e projetos ATHIS
e direito à cidade.
De modo a registrar o atual estado de sua construção - por se tratar de produto da
presente pesquisa - apresento a seguir o documento construído coletivamente junto de
professores da UFBA e de professores da FAU USP. Sua estrutura está pensada ser o I
Fórum / Seminário de Residências Acadêmicas e cursos de formação continuada em
Arquitetura e Urbanismo de Interesse Social:
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SEMINÁRIO / FÓRUM NACIONAL DE RESIDÊNCIAS ACADÊMICAS E
CURSOS de FORMAÇÃO CONTINUADA / EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA EM
ARQUITETURA E URBANISMO DE INTERESSE SOCIAL
Custeio:
● Ministério das Cidades
● CNPQ e CAPES
● CAU e entidades da arquitetura e urbanismo
○ ANPARQ
○ ANPUR
○ FENEA
○ ABEA
70
○ CAU
○ IAB
○ FNA
○ Frentes parlamentares
○ FÓRUNS DE ATHIS
○ UMM
○ CMP
○ MNLM
○ MST
○ outros
71
3. Proposta de Programa de Residência para o estado de São Paulo
73
didáticas: além do tempo de trabalho integral participam de seminários trimestrais de
acompanhamentos e realizam cursos teóricos de 100 horas.
Ainda no campo da engenharia há, no Paraná, um interessante programa de
“Residência Técnica - RESTEC”, promovido pelo governo do estado, do qual faz parte o
“Curso de Especialização em Projetos e Obras Públicas de Edificação”. Sua primeira edição
foi em 2013 a 2015. Foram 164 bolsas para residentes graduados nas áreas de Engenharia
Civil, Mecânica, Elétrica, Produção, Ambiental e Arquitetura, com valor de R$ 1.500,00.
Coordenado pelo convênio da Secretaria de Infraestrutura e Logística e as Universidades
Estaduais de Londrina - UEL, Maringá - UEM, Ponta Grossa - UEPG, e do Oeste do Paraná
- UNIOESTE. Possuiu disciplinas teóricas, com carga horária de 500 horas, ministradas à
distância, às sextas feiras, e as atividades práticas, com dedicação de 30 horas semanais se
realizam em órgãos da administração estatal em cinco cidades.
74
Em 2017, no mesmo programa estadual - RESTEC - foi lançado um curso no campo
da Gestão Pública, com 275 bolsas e outro no campo da Assistência Social, segundo os
mesmos moldes pedagógicos.
No presente momento, há um edital de chamamento e seleção aberto, no mesmo
programa de Residência Técnica, voltado para a área da Engenharia Ambiental: são 220
bolsas com valor de R$ 1.900,00, nos mesmos moldes pedagógicos que a edição de 2013,
com disciplinas teóricas à distância e as atividades profissionais distribuídas em municípios
do estado para atuar na Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo
e nos órgãos vinculados: Instituto Água e Terra – fusão do Instituto Ambiental do Paraná -
IAP, Instituto de Terras, Cartografia e Geologia - ITCG e Instituto das Águas do Paraná.
A distribuição dos postos de trabalho se dá por todo o estado: são 97 em Curitiba, 10
em Campo Mourão, 12 em Cascavel, 10 em Cianorte, 8 em Cornélio Procópio, 12 em Foz
do Iguaçu, 10 em Francisco Beltrão, 10 em Guarapuava, 12 em Irati, 10 em Ivaiporã, 12
Jacarezinho, 11 em Londrina, 11 Maringá, 6 em Paranaguá, 11 em Paranavaí, 13 em Pato
Branco, 9 em Pitanga, 13 em Ponta Grossa, 13 em Toledo, 10 em Umuarama e 11 em União
da Vitória. Já as 14 vagas restantes são para atuação nas Universidades Estaduais.
A importância dada pela atual gestão ao programa é considerável, como pode se
perceber em notícia veiculada no sítio eletrônico da Superintendência Geral de Ciência,
Tecnologia e Ensino Superior do Estado do Paraná:
“A Residência Técnica é uma das áreas prioritárias aprovadas pelo Conselho
Paranaense de Ciência e Tecnologia – CCT Paraná e foi criada por meio da Lei n°
16.020, de 19 de dezembro de 2008.
No Estado do Paraná já foi concluído um Programa de Residência Técnica em
Projetos e Obras Públicas de Edificações e dois em Gestão Pública, com ênfase em
Planejamento e Avaliação de Políticas Sociais, Direitos Humanos e Cidadania e
Assistência Social (Suas).
No último dia 17, o Secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do
Paraná, Márcio Nunes, e o líder do governo na Assembleia Legislativa do Paraná,
Hussein Bakri anunciaram a oferta de 200 vagas para a segunda edição da
Residência Técnica em Engenharia e Gestão Ambiental, que está em tramitação”
(sítio eletrônico da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior do Estado do Paraná).
75
Na UFRN, Instituto Metrópole Digital, há o “Programa de Residência em TI
aplicado à Área Jurídica”. A foto abaixo é de residentes que trabalham internamente à
Justiça Federal do Rio Grande do Norte, elaborando novos programas de gestão processual.
São 40 bolsas oferecidas, no valor de R$ 2.000,00. O curso possui 2.394 horas, das quais
1080 acadêmicas e 1314 no Tribunal de Justiça, por 18 meses e dedicação de 30
horas/semana.
76
Na sequência foi criado no Rio Grande do Norte também curso similar, desde 2014.
Atualmente o edital do curso oferece 50 vagas com bolsas no valor de R$2.100,00 por 18
meses, custeadas pela Escola de Magistratura do Rio Grande do Norte - ESMARN. São 360
horas na escola e em torno de 1440 horas de prática judicial, de caráter variável.
Atualmente, a justiça da Paraíba também implementou curso análogo, bem como o
estado do Mato Grosso do Sul e Rondônia, ainda este ano. A prefeitura de Manaus também
abriu curso, com bolsas de R$2.500,00 para atuação com “advocacia pública”, bem como a
Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro e do Estado do Tocantins. No Ceará há
cursos de Residência Judicial para a formação de juízes.
Já no sul do país, há um interessante curso de “Residência Jurídica”, junto ao
escritório modelo da Universidade Federal do Rio Grande, com 18 vagas, sem custos e sem
bolsa:
“O Curso de Especialização em Prática Jurídica Social - Residência Jurídica,
primeira proposta pedagógica efetiva de Residência Jurídica de toda a região sul
do país, destina-se a Bacharéis em Direito, com inscrição junto à OAB/RS, que
possuam interesse em uma formação de prática advocatícia em regime de serviço
público voluntário, que os capacite a refletir socialmente sobre seu contexto de
atuação prática, possibilitando novas percepções sobre os conflitos e suas
interações, bem como permitindo ressignificar seus conceitos de direito, justiça
social e cidadania. A atuação no curso abrange, além da Carga Horária teórica total
de 360 horas, ao longo de 2 anos e do desenvolvimento e apresentação do
respectivo Trabalho de Conclusão de Curso, o cumprimento de 1800 horas em
Atividades Complementares, por meio da disponibilidade de atuar 20 horas
semanais, ao longo de 90 semanas contínuas, em regime de Educação Jurídica em
Serviço junto ao Escritório Modelo de Assessoria Jurídica (EMAJ) da Faculdade
de Direito da FURG, sob orientação do corpo docente do curso, formado por
Mestres e Doutores com larga experiência advocatícia, sendo que a experiência
prática dos alunos ao longo das Atividades Complementares constitui-se necessário
objeto de aprofundamento e reflexão ao longo de todo o curso nas respectivas
disciplinas teóricas. O curso é gratuito, não há exigência de dedicação exclusiva e
não há disponibilidade de bolsas” (sitio eletrônico FURG).
Por fim, há ainda a denominada “Residência Agrária”, que pode ser exemplificada
pelo curso ministrado em 2013 pela Faculdade de Engenharia Agrícola da UNICAMP, em
colaboração com a Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP Botucatu, a Faculdade
de Ciências Agrárias e Veterinárias da UNESP Jaboticabal e com a Faculdade de Tecnologia
(FATEC) de Itapetininga do CEETEPS.
O curso chamava-se “Educação do Campo e Agroecologia na Agricultura Familiar
e Camponesa - Residência Agrária”, financiado pelo PRONERA/INCRA/MDA/CNPq, teve
60 vagas para assentados e assentadas em áreas de Reforma Agrária; quilombolas e seus
dependentes; educadores/as que exerciam atividades educacionais voltadas às famílias
assentadas ou quilombolas e egressos/as de curso superior, que tenham concluído a
77
graduação e desenvolvido alguma atividade em áreas de reforma agrária, crédito fundiário,
ou comunidades quilombolas. O Curso objetivava:
“Promover a formação para o desenvolvimento de atividades de assistência
técnica e extensão rural com enfoque agroecológico em áreas de agricultura
familiar e de reforma agrária. O curso está organizado de acordo com a Pedagogia
da Alternância, contendo tempos-escola (375 horas), e tempos-comunidade (180
horas), totalizando uma carga horária de 555 horas. As disciplinas práticas e
teóricas permitirão a formação dos profissionais nos seguintes temas: Sociedade e
Desenvolvimento Rural Sustentável; Educação do Campo e Extensão Rural”
Desde 2016 tais cursos não são mais ministrados, pela mudança do governo federal.
Por fim o que une todas estas experiências de “residência”, e as difere de outras
modalidades de ensino, é que ela “visa o aprofundamento do conhecimento científico e
proficiência técnica por meio de treinamento em serviço e deverá respeitar as normas
vigentes sobre Residência no país” (sitio eletrônico da USP, Pró Reitoria de Extensão).
Busca-se com estes cursos harmonia entre o aprendizado acadêmico, crítico e
reflexivo - criativo - e o aprendizado em trabalho, de modo que uma forma não se
sobreponha à outra.
Nas residências isso torna-se possível diante da balanceada distribuição das horas de
dedicação a cada tipo de aprendizado e por possuírem uma carga horária ampla - são cursos
de especialização, com mais de 400 horas e elaboração de monografia.
Por exemplo, também neste campo metodológico de ensino por meio da aproximação
da teoria e da prática, há a modalidade do estágio, e, mesmo que supervisionado acaba por
exagerar no aprendizado pela realização prática, permitindo pouca ou quase nenhuma
reflexão crítica. Por outro lado, os mestrados profissionalizantes, de modo geral, ainda se
apresentam como atividades principalmente acadêmicas, com alguma relação ao mundo
produtivo, mas apenas por meio de “estudos de caso” e “simulações”.
78
Diante disso, reiteramos aqui a importância do método da residência: a busca de uma
harmonia dialética transformadora, e criativa entre os tipos de aprendizado. Onde recebe-se
uma demanda produtiva, reflete-se, problematiza-se, e ao respondê-la, faz-se já de um modo
novo, diferente, permitindo avanço e transformação. Esse, ao menos, é o desafio.
Vejamos agora a última versão da proposta de programa, que está sendo distribuída
entre docentes das instituições de ensino públicas do estado com cursos de Arquitetura e
Urbanismo para que possa prosperar coletivamente e ser levada a diante.
Reitero que fui convidado pelo Colegiado Permanente das Entidades de Arquitetura
e Urbanismo de São Paulo – CEAU/SP a apresentar a proposta, atividade da presente
pesquisa, na condição de relator deste sonho amplo das Instituições de Ensino Superior do
campo da arquitetura e urbanismo, bem como das famílias de baixa renda que muito mal
habitam por todo o estado.
79
PROPOSTA DE PROGRAMA ESTADUAL DE RESIDÊNCIA
EM ARQUITETURA E URBANISMO PÚBLICOS E DE INTERESSE SOCIAL
80
pugnar pelo aperfeiçoamento do exercício da
arquitetura e urbanismo” (§ 1º do art. 24 da Lei nº
12.378/2010),
Apresentação
Funcionamento e princípios
81
os residentes deverão ampliar sua capacidade pedagógica de ação. Injetarão ânimo
e trabalho crítico nos grupos já existentes.
Tais grupos estão voltados para a ampliação do direito do acesso à arquitetura
de interesse social e pública, tendo como eixo estrutural a consecução do direito à
moradia, por meio de atividades de Assessoria Técnica à Habitação de Interesse
Social - ATHIS, bem como de projetos públicos voltados às comunidades parceiras.
82
seg ter qua qui sex sab
teoria teoria prática de prática de prática de prática de
coletiva: temática: trabalho trabalho trabalho trabalho
para todos para os
os integrantes
residentes do mesmo
da mesma tema de
vertente trabalho
6 horas 6 horas 6 horas 6 horas 6 horas 4 horas
teóricas teóricas práticas práticas práticas práticas
total do curso - dez meses : 520 horas teóricas e 950 horas práticas
83
recursos em maior escala nos orçamentos e fundos estaduais e municipais
de habitação ou de desenvolvimento urbano (correlatos) - com convênios
entre CAU e Instituições de Ensino Superior.
O valor das bolsas de estudo deverão ser de valor compatível com as bolsas
de residência praticadas em nível nacional.
Estima-se que para a remuneração de 30 bolsistas - quantidade necessária
para dar-se início ao programa - a um valor de R$ 3.000,00 mensais, por um período
de 10 meses, conclui-se que serão necessários R$ 900.000,00.
Valor este compatível com o orçamento do Conselho, que deve fazer uso de
no mínimo 2% voltados para atividades de ATHIS - nada impede de direcione 5%
de seu orçamento anual.
Período de duração:
84
4. Atividades de extensão: Contribuição em ensaios de Residência em
Arquitetura e Urbanismo de Interesse Social
5
apesar do curso formalmente não se constituir em um programa de residência, cientificamente assim o
considero. A razão institucional para isso foi a carga horária alcançada: 285 horas, quando o mínimo para ser
considerado uma “especialização” é de 360 horas.
85
A carga de 285 horas de aulas e debates teóricos com professores da FAU e de outras
universidades, aliada a ação prática semanal na comunidade da ocupação “Jardim União” foi
uma tremenda carga de “tomada da realidade” no universo onde atuam os profissionais que
atuam diretamente na frente de ação da produção da moradia popular. Esse “mergulho”
permitiu a eles vivenciar as questões e o ambiente desse campo de trabalho por meio do
método de assessoria técnica praticado pelo LABHAB da FAU e pela Assessoria Técnica
Peabiru.
Este método não se deu através de uma ação mediada com os problemas em
resolução, por meio apenas de desenhos, plantas, cálculos, memoriais, sistemas,
quantificações e especificações técnicas, mas sim, desses instrumentos todos, só que via uma
ação direta, imediata, sim do campo das ações práticas da produção da arquitetura, não apenas
do campo do projeto - teórico - e de seus instrumentos de planejamento, mas também do
campo de sua prática produtiva, construtiva, do canteiro de obras - a ação direta sobre a
matéria arquitetônica: a terra, os tijolos, a areia, por exemplo, e lado a lado, ombro a ombro
junto das pessoas no trabalho que as transforma, modifica, em forma de produto arquitetônico
edificado, palpável.
Naturalmente há métodos indiretos, do campo da produção do espaço via mercado,
com ações apenas mediadas, por meio de atividades ‘alienadas’ de produção do espaço, mas
este não era o método proposto pelo LABHAB da FAU nem tanto da Assessoria Técnica
Peabiru.
Prova da efetividade do método, consensuado através de uma relação direta com a
realidade, ou seja um método não hegeliano - foco da dissertação de mestrado que realizei
na FAU USP em 2013, onde analisei a fundo o caráter emancipador do DIÁLOGO entre as
atividades pedagógicas de projeto e obra - é que os residentes, acompanhados, se lançaram a
realizar duas “ações pedagógicas dialógicas”, indícios de avanço no (re)encontro dos saberes
teóricos e práticos, a partir do mundo material, vivido:
1. mutirão para execução do projeto de drenagem elaborado junto de
construtores da comunidade, segundo técnicas de baixo impacto ambiental.
2. curso de construção e desenho do ambiente: curso de “Construção civil”, junto
dos construtores da comunidade
Bem, primeiramente, a seguir, vou me valer de escritos elaborados pelo coletivo que
coordenou o curso, de modo que possa-se ter conhecimento de sua totalidade.
Em seguida, logo após essa incursão sobre o todo do curso, focarei especificamente
nestas duas “ações pedagógicas dialógicas” qual realizamos em conjunto - eu como
86
“especialista” junto aos educandos - ao exercitarmos o tema central da pesquisa: a residência
“à partir de canteiros experimentais com baixo impacto ambiental”.
Vejamos, primeiramente, breve relato elaborado pelos professores coordenadores
para concorrência no prêmio Arquisur de extensão universitária:
.......................................................................................................................
(CPPATHIS)
Autores: Caio Santo Amore, Karina Oliveira Leitão e Maria Lucia Refinetti 1
Contato: caiosantoamore@gmail.com
87
FAUUSP), Bruno Sutiak (Graduando FAUUSP), Claudia de Andrade Silva (Mestranda FAUUSP),
Flávia TadimMassimetti (Mestranda FAUUSP), Gabriel Enrique Higo Mafra Cabral (Mestrando
FAUUSP), Gabriela Pedroso Chimello (Graduanda FAUUSP), Lyzandra M. Martins (Mestranda
FAUUSP), Marília Müller (Graduanda FAUUSP), Natália Mayumi Bernardino Tamanaka (Mestranda
IAUUSP), RayssaSaidel Cortez (Doutoranda UFABC) e Victor de Almeida Presser (Arquiteto
Peabiru); os/as cursistas: Alice SequerraMahlmeister, Amanda Almeida Rodrigues, Ana Paula de
Oliveira Lopes, Bárbara Caetano Damasceno, Bianca Pereira Rego, Carina Costa Correa, Carolina
Metzger, Daniel Nardini Marques, Danielle Scardini Lopes, Débora JunPortugheis, Filipe de
Carvalho Andrade, Heitor Seemann de Abreu, Heloísa Macena de Souza, Ingrid da Conceição
Leite, Jaaziel Ferreira da Silva, Jaqueline Martins, João Paulo Alcântara Vera, Laís Granado
Ferreira Coelho, Luma Caroline Rodrigues Ansaloni, Marcela Monteiro dos Santos, Pedro
LangellaTestolino, Sandra Aparecida Rufino, Thamirez Martins dos Santos e Ygor Santos Melo; as
lideranças populares e Associação de Moradores do Jardim da União: Jucineide Silva
Germano, Jurandir da Lima do Nascimento, Sandra Caetano da Silva e Suelen Nascimento; e,
enfim, todos/as moradores/as da ocupação Jardim da União.
88
Formação em Assessoria e Assistência Técnica: sobre o CPPATHIS
89
urbanização de assentamentos, regularização fundiária; (2) um bloco mais longo
sobre o tema da assessoria e assistência técnica -- da produção autogestionária
em parceria com entidades populares, às melhorias habitacionais em processos
de urbanização e regularização fundiária e ações em defesa de direitos contra
violações promovidas por interesses imobiliários ou pelos próprios aparelhos de
Estado e (3) estrutura de fundos de financiamento da política habitacional no
país, com exemplos em escala local. Esses módulos foram atravessados pela
prática de estudos, planos, projetos, viabilização de execução de protótipos no
espaço físico da ocupação, que foram se organizando em três grandes frentes de
trabalho: (1) produção e sistematização de dados; (2) infraestrutura (drenagem,
contenções) e (3) habitação e melhorias habitacionais.
90
habitação e da necessidade de investimentos que cumpram o objetivo de
universalização de serviços urbanos e condições habitacionais para garantir o
direito à moradia digna e à cidade.
Referências Bibliográficas
.........................................................................................................
Outro modo de contato com o todo do curso é através do Plano de Curso, qual
reproduzimos ao final do presente relatório, como um dos anexos.
Do mesmo modo que os dois cursos de residência anteriormente abordados de modo
extenso, da UFBA e FAU USP, o CPPATHIS também teve trabalhos finais realizados pelos
educandos. Ou seja, há uma infinidade de escritos que deverão compor uma publicação, no
momento em elaboração.
Nesse sentido, como já anunciado, vou ater-me aqui a relatar apenas aquilo que
concerne a nosso recorte de pesquisa mais pontual: a residência “à partir de canteiros
experimentais com baixo impacto ambiental”, conforme as duas “ações pedagógicas
dialógicas” praticadas no curso: o mutirão para execução do sistema de drenagem provisório
e o curso junto aos construtores.
Com isso não venho de modo algum a menosprezar ou desconsiderar as atividades
teóricas do curso, com diversas e importantes aulas e atividades outras na FAU USP.
Disponho de relatos e relatos, com infindáveis registros fotográficos destas. Mas, de modo a
focarmos, e não nos tornarmos extensos ou enfadonhos, apresento a seguir três imagens -
uma de cada professor coordenador - a simbolizar as extensas e completas aulas, reuniões,
atendimentos, rodas de debates, também paradigmáticas para a formação de todos os
envolvidos.
91
imagem 10: Prof. Caio Santo Amore, um dos três coordenadores do curso, “emaranhado” em projeção da foto
aérea do Jardim da União.
imagem 11: Profa. Maria Lucia Refinetti Martins, em aula expositiva acerca de “Política Urbana e Interesse
Público”:
imagem 12: Profa Karina Leitão, sentada em roda com os residentes à porta da sala de aula.
92
Agora, adentrando-nos no mutirão, relato que foi a materialização de uma proposta
de drenagem provisória e emergencial.
imagem 13: professora da FAU USP, residentes e moradores do Jd. União orientam e acompanham os trabalhos
de remoção de terras e ajuste geométrico.
93
imagem 14: Professores da FAU USP, residentes moradores e mestre de obras da comunidade orientam e
acompanham os trabalhos de regularização do acesso, bem como de ajuste geométrico.
imagem 15: croquis elaborado pelo Prof. Caio Santo Amore, como registro do debate com a Profa. Luciana xyz
e residentes acerca do arruamento e dispositivos alternativos de drenagem urbana.
94
No desenho vê-se junto às ruas menção à linhas de drenagem, com ensaios de um
sistema que permita que as pessoas que hoje moram em sua grande maioria em barracos,
possam ao menos chegar a suas casas, já que com as ruas de terra, a enxurrada causa grandes
estragos. Nesse sentido, até a implantação definitiva faz-se urgente disciplinar as águas
pluviais. Essa condição social real e material, da necessidade, viva, das pessoas levaram aos
residentes a trabalharem imediatamente e naquele exato momento, para contribuir com
soluções. Havia, também, devido a questão das águas pluviais, associada a ausência de uma
rede de esgotos, um surto grave de diarreia na comunidade. Daí nasce o mutirão, projetado e
planejado coletivamente a partir de propostas do grupo de trabalho de drenagem, como se
vê:
imagem 16: residentes projetando sistema de drenagem alternativo e provisório no LAME, FAU USP.
6
corpos de prova são peças cilíndricas de concreto produzidas pelas empresas de concretagem para verificar, a
cada concretagem, as qualidades da argamassa fornecida. Eles são rompidos em prensas e normalmente,
descartados como entulho, aos milhares.
95
mercado”. Seguindo de modo objetivo os preceitos de se construir com baixo impacto
ambiental, os residentes, professores e assessores técnicos orientados por profissionais da
construção, mestres de obras, escavaram e assentaram as seguintes valas disciplinadoras das
águas da chuva:
Imagens 17 a 22: residentes, professores, assessores técnicos e moradores do Jd. união trabalhando nas
valas de drenagem alternativas e provisórias.
96
fonte: fotos do autor
Logo acima, vê-se na imagem da esquerda ao lado de residentes, a puxar com enxada
a “cama de areia para assentamento” dos corpos de prova, um educador central para o
CPPATHIS. Trata-se do mestre de obras, pedagogo e professor Sérgio Molina. Mais uma
vez7presente como exemplo de educador, um dos únicos, capazes de estabelecer o diálogo
7
assim o apresento, pois, esteve também presente na dissertação de mestrado e tese de doutorado que
elaborei, acerca do ensino das profissões na construção civil.
97
entre os mundos do canteiro e do desenho de modo frutífero: alegre, crítico implacável e
edificante.
A ele coube também a condução, ao lado dos residentes e assessores técnicos, do
“Curso de Construção Civil” ministrado na comunidade por cinco sábados junto dos 31
profissionais da construção civil interessados. E, mais uma vez, pode-se afirmar que essa
atividade pedagógica também alcançou o estado de ‘paradigma’, pois, nesta escala e com
estas características, não encontrei ainda registro. Vejamos:
imagem 23: Prof. Molina desenha na lousa da FAU USP sugestões para os residentes e assessores técnicos
inserirem nas atividades do curso de “Construção Civil” em formatação.
foto: do autor
imagem 24: rua interna ao assentamento Jd. União, onde se vê na segunda garagem da direita para a esquerda
a porta do “Bar da Odete” onde foi realizado o curso de construção civil.
98
imagem 25: interior do salão do “Bar da Odete” cedido para a realização das atividades do curso.
foto: do autor
imagem 26: residentes distribuem a apostila - guia do curso para os construtores da comunidade.
99
A capa da apostila – guia era do seguinte modo, assim como algumas páginas de
exemplo de seu conteúdo:
imagem 27 a 34: cópia reduzida de páginas da apostila - guia utilizada no curso de “Construção Civil”.
100
fonte: arquivos da apostila - guia / CPPATHIS.
101
imagens 39 a 42: trabalho de execução do jardim de chuvas e escada de drenagem por professores da FAU USP,
residentes, assessores técnicos e moradores.
102
imagem 43: Prof. Molina expõe conhecimentos de modo unitário, aos cursistas; imagem 44: educando
construtor observa as pranchas com os conteúdos da apostila-guia expostos na parede do “bar da Odete”
imagem 45 e 46: desenhos das futuras casas dos cursistas, por eles mesmos, os próprios construtores.
103
fonte: arquivo de fotos CPPATHIS
104
imagens 49 a 56: residentes e educandos experimentam maquetomóvel como meio de registro do projeto das
casas dos construtores, gerando debate acerca de variáveis de projeto como ventilação, iluminação e
permeabilidade visual.
105
106
fonte: fotos do autor
107
imagem 57: certificado entregue aos 31 cursistas do “Curso de Construção Civil”, os construtores da
comunidade.
imagens 58 e 59: rodas de avaliação coletiva do curso CPPATHIS entre residentes, professores e assessores
técnicos.
Por fim, o abordado curso tem perspectiva de ter sua segunda edição no ano de 2020,
possivelmente com recursos de um edital em vigência no presente momento pelo CAU/SP.
Assim sendo, uma das atividades de continuidade da presente pesquisa seria de contribuir
108
com tal curso, novamente como especialista do Laboratório de Culturas Construtivas - LCC.
Ao mesmo tempo, a qualidade dos resultados encontrados o coloca também como sendo um
dos quatro cursos que serão avaliados por questionário a ser enviado a seus egressos na
continuidade da pesquisa, conforme o planejamento detalhado mais adiante.
imagem 60 e 61: espaço comunitário do “Irmã Alberta”, onde se vê estudantes reunidos com a coordenação
para planejamento das atividades.
imagem 62 e 63: estudantes da FAU em visita ao terreno onde será erguida a futura "Ciranda Luiz Beltrame”.
110
imagem 64 e 65: plantas e perspectivas da creche elaboradas pelos estudantes de graduação.
imagem 66 a 69: croquis de estudo de implantação, corte, planta e perspectiva para a cozinha experimental.
111
fonte: desenhos do autor, arquivo GAIA.
imagem 70: mapa da “Comuna da Terra Irmã Alberta, com a localização dos dois projetos.
112
Os recursos para as obras deverão ser de doações de entidades de apoio que já
contribuíram anteriormente com a comunidade, conforme se vê no material de divulgação da
campanha de doações e a localização das edificações.
imagem 71: material de divulgação da campanha; imagem 72: lançamento da campanha no barracão de obras
da ciranda, construído com a colaboração dos estudantes da FAU e o presente pesquisador.
As obras deverão seguir o seguinte cronograma, com início previsto para o primeiro
semestre de 2019, com a contribuição pedagógica da entidade de educação profissional
"Centro de Estudos, Educação e Pesquisa - CEEP", e de professores da FE USP, como pode-
se ver:
Também elaboramos uma primeira estimativa de custos para a o curso - obra, com a
presença dos arquitetos residentes, integrados ao corpo de profissionais, remunerados por
"bolsas de estudos", conforme se segue. Vê-se também a seguir estimativa de custos dos
materiais de construção:
113
No sentido de realizar ações práticas enquanto os recursos não “chegam”, decidimos
realizar oficinas de produção de tijolos de adobe com orientação do especialista Thiago
Ferreira, Pós Doutorando do IAU USP / Habis: Grupo de Pesquisa em habitação e
Sustentabilidade. Vejamos imagens dessas atividades, do campo das “ações pedagógicas
dialógicas”:
imagem 73: cartaz de divulgação do primeiro mutirão de produção de tijolos de adobe; imagem 74: oficina
conduzida por Thiago Ferreira, do HABIS, IAU USP - São Carlos
114
imagem 75 a 79: mãos de crianças misturando barro no primeiro mutirão oficina de produção de tijolos de
adobe, desformas por oficinantes, tijolo teste produzido com mistura de terra e fibra (sapé), Thiago e Ariel,
estudante da FAU demonstram alegria ao trabalhar.
115
Antes da oficina, com apoio do CAU/SP foram realizados mutirões para a construção
do barracão de obras, como se pode ver o resultado de sua estrutura, nas fotos a seguir com
estudantes da FAU e comunidade envolvida:
imagem 80: ciranda organizada para as crianças no dia de mutirão; imagem 81: moradoras do Irmã Alberta
apiloando o piso do futuro barracão de obras;
imagem 82: estudante da FAU fixa cumeeira; imagem 83: Maninho, mestre de obras do Irmã Alberta ajusta
madeiras para a cobertura; imagem 84: coletivo de trabalho do mutirão para a construção do barracão de obras
116
imagem85: material de divulgação da oficina pela internet; imagens 86 a 88: atividades da oficina para produção
de adobes do Fórum de ATHIS
Em agosto de 2019 foi realizada a terceira oficina, que teve como foco envolver as
crianças da comunidade do Vale do Sol, as futuras usuárias do próprio espaço. Os tijolos
produzidos ensaiam diversas amostras de terra, com diferentes traços e composições. Esta
leva de doze tijolos produzidos nesta data serão testados no laboratório de engenharia civil
da POLI USP.
imagens 89 a 94: crianças da comunidade, acompanhadas de professores produzem tijolos de adobe para testes
de carga.
117
fonte: foto do autor, e arquivo GAIA.
118
imagem 95: cobertura em bambus em finalização, no acampamento “Marielle Vive”, em Valinhos/SP.
O presente projeto de extensão universitária conta com apoio do PUB USP, através da
concessão de três bolsas, e está em realização desde 2017, pelo Laboratório de Habitação e
Assentamentos Humanos - LABHAB, sob orientação da Profa. Karina Leitão. Desde seu
119
início fui convidado a participar como coorientador do grupo, pelo Laboratório de Culturas
Construtivas - LCC, muito devido aos projetos e obras que contribui na própria ENFF, como
ensaios construtivos e pedagógicos nas pesquisas de mestrado e doutorado.
Dentro deste projeto, minha contribuição muito se deu no âmbito da orientação do
detalhamento das edificações e espaços pretendidos, bem como sua orçamentação,
cronograma de obras e concepção pedagógica do "canteiro escola", onde deverão atuar
residentes com bolsa incluída nos orçamentos, ao lado dos estudantes de graduação bolsistas.
O cronograma das atividades prevê que a fase de detalhamento e elaboração de
protótipos no canteiro experimental ocorra até dezembro de 2019, em paralelo ao processo
de captação de recursos. A obra pedagógica se realizará no primeiro semestre de 2020.
A seguir, como ilustração, apresento modelos digitais de propostas (já superadas) do
projeto produzidos pelo coletivo de estudantes, a se notar o que se pretende como objeto
construtivo do “canteiro escola”.
Imagens 96 e 97: modelos digitais (já superados) da geodésica e seu espaço frontal.
120
imagem 100: Fernando Palermo Simões diante do modelo por ele criado, para simulação dos nós de união das
barras em estudo; imagem 101: grupo de estudantes em visita à ENFF em debate com a engenheira Ilse,
responsável pelas obras na ENFF, acompanhados do arquiteto e Prof. Caio Boucinhas, pesquisador do
LABHAB
A seguir, retomo importante material qual contribui diretamente com sua elaboração.
É o cronograma do “canteiro escola”, processo ao mesmo tempo formativo e construtivo,
onde se integram estudantes de graduação, residentes e construtores das brigadas que serão
convocadas pela escola. Na sequência, vê-se um ensaio de conteúdos, para o plano de curso.
121
122
A seguir vê-se a planilha resumo dos custos estimados para a obra.
4.4. Convênio FAU USP - Instituto das Cidades UNIFESP: elaboração do Plano
Político Pedagógico das “Grandes Oficinas” e apoio à criação do Programa de
Residência do Instituto
123
Pela UNIFESP participaram das atividades do convênio os Professores do Instituto
Magali Marques Pulhez e Guilherme Petrella, bem como técnicos do escritório de projetos
da universidade federal.
Nas diversas reuniões realizadas na FAU USP a tônica foi de orientar os valores
disponíveis no orçamento da universidade federal apenas para a realização de reformas de
manutenção e de “habitabilidade mínima” dos galpões onde as “Grandes Oficinas” seriam
implantadas.
O restante dos investimentos serão para implantação do curso de graduação de
Geografia, que pretende-se iniciar em 2020. Após esta etapa, em 2020 é que se pretende dar
início às obras das “Grandes Oficinas”.
Em paralelo, como contribuição ao plano das “Grandes Oficinas”, realizei
levantamento das ferramentas adquiridas pela universidade federal - fotos a seguir - e dei
apoio a realização de dois Trabalhos Finais de Graduação no espaço, sobre o tema das
oficinas.
Em paralelo avançamos, como apresentarei a seguir, nos estudos científicos de
produção de tijolos com material reciclado, o que poderá ser base tecnológica para uma futura
fábrica de elementos construtivos qual lá pretende-se implantar. Outro espaço de sua
aplicação seria junto à comunidade do Jardim Helian, próxima à universidade, qual tive
conhecimento durante as atividades de pesquisa de doutorado.
imagem 107 e 108: galpão do campus na Zona Leste em fase de levantamento, por estudantes de graduação;
124
imagens 109 e 110: vista interna e superior do galpão maior do campus na Zona Leste.
imagem 111: vista externa do galpão médio; imagem 112: registro fotográfico das ferramentas adquiridas para
realização das atividades pedagógicas práticas nas “Grande Oficinas”
imagem 113: foto ilustrativa de uma das reuniões no LabProj da FAU USP entre os grupos de professores,
estudantes e técnicos participantes do convênio de cooperação.
A próxima ação que se pretende realizar, além da renovação do convênio por mais
cinco anos, se dará no sentido da elaboração do Plano Político Pedagógico das “Grande
125
Oficinas”, espaço de suporte para o Programa de Residência do IC UNIFESP. Para tanto será
realizado em dezembro de 2019 um encontro científico entre pesquisadores da França -
Vincent Michel - do LesGrands Ateliers e pesquisadores brasileiros. Esta pretende ser a
primeira atividade de cooperação científica e cultural entre os dois grupos e poderá se
desdobrar em projetos comuns de pesquisa Brasil – França, com projeto a ser apresentado à
CAPES.
126
imagem 102: área de produção de hortaliças no acampamento Irmã Alberta; imagem 103: milho orgânico
produzido no mesmo local.
imagem 104 e 105: produtos do Irmã Alberta e dois assentamentos da RGMSP à venda no “Armazém do
Campo”
127
imagem 106: terreno onde será edificada a nova filial do “Armazém do Campo”, São Bernardo do Campo.
128
Esta pesquisa “de base” com resíduos se relaciona de modo indireto com os “canteiros
escola” da presente pesquisa de pós-doutorado, pois é nestes ambientes que se pretende
verificar sua “aplicabilidade” econômica e social - naturalmente após a realização de testes
de carga, durabilidade e a verificação de seu “desenho produtivo”, quais aqui logramos “com
louvor”.
Ao final do presente relatório encontra-se em anexo o relatório final da pesquisa
elaborado pelas três pesquisadoras bolsistas. Do mesmo modo que anteriormente, me limitar-
ei a apresentar apenas questões e imagens não tratadas do referido relatório, já completo e
bem elaborado.
De modo a nos apropriamos dos processos de beneficiamento de resíduos urbanos em
grande escala, é que fizemos importante visita a uma usina de reciclagem de entulho
localizada na zona sul de São Paulo, denominada “Pedra Verde”. Fomos recebidos por seu
gerente, que nos apresentou todo o processo de trabalho para transporte, estoque, separação
e estocagem dos diferentes tipos de entulho. A seguir apresento fotos ilustrativas do local.
imagem 114: entrada do material ainda bruto, em grande monte de entulho variado; imagem 115: máquina de
separação de entulhos metálicos, finos e médios; imagem 116: espaço para estocagem de resíduos já separados;
imagem 117: visita à esteira de separação manual de resíduos tais como papel, madeira, placas, metais maiores
e plásticos.
129
necessárias. Nesse sentido é que apresento a seguir imagens outras do processo, como espécie
de “making off” da pesquisa.
Para guardar e transportar os resíduos demolidos, triturados e peneirados foi necessária
a construção de caixas apropriadas para esse uso específico. Pessoa importante para a
elaboração do projeto foi o técnico Romerito, pois trouxe “materialidade” aos desenhos,
identificando fragilidades.
imagem 118: Bárbara, Romerito e Lorena em debate sobre o desenho e concepção das caixas de madeira para
guardar as diferentes fases do entulho. Imagem 119: estudante Lorena lixa sarrafos e ao fundo, Emílio Leocácio,
técnico responsável pelo LAME contribui com o corte das peças.
imagem 120 e 121: professores e estudantes trabalham na produção prática das caixas.
130
imagem 122: moinho a triturar entulho; imagem 123: grupo trabalhando o resíduo triturado para peneirar.
imagem 124: Romerito, técnico - trabalhador orienta Barbara, estudante de arquitetura a peneirar o resíduo;
imagem 125: Bárbara orienta Lorena e Debora a fazerem o mesmo, a partir de orientações de Romerito.
imagem 126: Romerito orienta estudantes e Prof. Fernando Simões a trabalhar na máquina argamassadeira;
imagem 127: tijolos produzidos em processo de cura, internamente a “envelope” de plástico.
131
imagem 128: Romerito instrui a montagem dos prismas de três tijolos para serem quebrados na POLI USP, em
teste de carga; imagem 129: Bárbara e Lorena reproduzem o método aprendizado para produção dos prismas.
imagem 130: prismas prontos, já capeados com gesso, para envio à POLI Civil; imagem 131: estudantes
realizam cálculos para aferir a capacidade de carga resultante.
132
imagem 134: tijolos sendo pesados em balança no laboratório da POLI Civil antes do “mergulho”, para teste de
absorção de águas; imagem 135: tijolos submersos soltando bolhas de ar.
A continuidade dos trabalhos deve se dar ao menos até agosto de 2020, dado que o
projeto de pesquisa do PUB foi renovado, e desde setembro de 2019 há um novo bolsista,
chamado Lucas Silveira Borges. A programação estabelecida indica a produção de uma nova
família de tijolos a serem produzidos com 15% de cimento e 85% de resíduo triturado e
peneirado. A expectativa é que possamos alcançar a carga necessária para uso como alvenaria
estrutural. dado que os tijolos agora produzidos com 10% de cimento, já garantiram aplicação
como alvenaria de vedação, com média de 3,60 Mpa de resistência à compressão.
6. Atividades de Ensino
Ao lado dos professores Reginaldo Ronconi, Caio Santo Amore, José Baravelli e mais
recentemente a Profa. Camila D’Ottaviano (devido a licença prêmio de Reginaldo Ronconi).
133
bem como da mestranda Elisabeth Othon, bolsista do PAE USP, contribuí na condução das
aulas teóricas e práticas das duas disciplinas que compõe um ano de atividades.
Devo dizer que este processo de inserção no “mundo dos professores” – grosso modo
– se dá com o tempo. A condição de pós-doutorando está dada desde novembro de 2018, mas
a confiança a mim concedida pelos professores é gradual e se modificou ao longo do tempo.
Ou seja, a cada aula, participo mais, com maiores responsabilidades, sem que os professores
percam as suas funções.
Como atividade de pesquisa aplicada ao ensino, estou elaborando, junto da mestranda
Elizabeth Othon, um pró-memória da disciplina – ou seja um extenso relato - que se
consolidará ao final do ano em dezembro, como continuidade dos trabalhos da presente
pesquisa, e deverá se estender até o mês de janeiro de 2020.
Apenas como ilustração das referidas disciplinas qual contribuo, apresento poucas
imagens, as apenas representativas dos exercícios didáticos realizados:
imagem 136: estudantes simulam com os próprios corpos o funcionamento de uma treliça; imagem 137:
estudante carrega modelo de arco catenário, em aula de avaliação e comparação de diferentes sistemas
estruturais.
imagem 138: estudantes montam arco pleno com peças de papel paraná; imagem 139: Prof. Reginaldo Ronconi
avalia e debate a estrutura montada pelos estudantes.
134
Ao longo do ano a disciplina realiza diversas visitas técnicas, dentre elas apresento
imagens da visita à “Casa de Cultura Guarani”, edificada com técnicas tradicionais nos
jardins da Faculdade de Psicologia da USP, bem como visita à Escola Nacional Florestan
Fernandes – ENFF, em Guararema, maior complexo arquitetônico construído com terra crua
no país.
imagem 140: Prof. Caio Santo Amore indica os métodos construtivos da edificação em taipa de mão, com terra
crua do próprio local; imagem 141: visita ao interior da edificação, acompanhados por pesquisador do Instituto
de Psicologia da USP.
imagem 142: Prof. Reginaldo Ronconi apresenta aos estudantes, na ENFF, a arquibancada edificada com a
contribuição de projeto de extensão universitária da FAU USP; imagem 143: Joatan, educador da ENFF
apresenta aos estudantes a “Casa das Artes Frida Kahlo”, também edificada com a contribuição de estudantes
e pesquisadores da FAU USP, com estrutura de bambus Mossô e cobertura de sapé, extraído da região.
135
imagem 144: Professores Reginaldo Ronconi e Fernando Simões produzem no LAME material didático para
trabalho em aula acerca de “vigas recíprocas”; imagem 145: estudantes vivenciam o funcionamento estrutural
de uma viga recíproca, ao formarem um “banco contínuo de esforços recíprocos”.
imagem 146: estudantes experimentam as possibilidades de arranjos estruturais; imagem 147: Prof. Reginaldo
Ronconi trabalha junto de grupo de estudantes, na investigação das possibilidades variadas de montagem
associativa das peças fornecidas.
imagem 148: Prof. Caio Santo Amore dialoga com grupo que criou forma, circular, antes desconhecida pelos
professores; imagem 149: estudantes, alegres, satisfeitos, posam junto da estrutura por eles desenvolvida
O exercício de início do segundo semestre foi a argamassagem das formas das placas
que comporão o piso de acesso aos contêineres do canteiro experimental.
136
imagem 150: Prof. Caio Santo Amore ergue viga que será concretada pelos estudantes, ao apresentar o sistema
estrutural desenvolvido pelo Técnico Romerito Ferraz.
imagem 151: Técnico Romerito Ferraz e Prof. Caio Santo Amore apresentam a forma pré-produzida para os
estudantes; imagem 152: estudantes argamassam as placas sobre mesa vibratória.
Ao lado do Prof. Dr. Nilton Ricoy, fui convidado pelo então estudante em conclusão
de curso para que pudéssemos dialogar a respeito de seu trabalho, extremamente desafiador,
pois pretende trilhar, e avançar, nos debates que travei ao longo de anos de estudo e
137
experiencias, tendo como um dos focos a dissertação que realizei na FAU USP, acerca da
formação dos profissionais da construção civil.
Seu trabalho se inicia com um olhar sobre a própria história de vida, pois seu avô foi
pedreiro e chegou a mestre de obras. Essa retrospectiva o coloca com intenções de realizar
entrevistas com trabalhadores da construção, acerca de seus conhecimentos, trabalhos que
desenvolve o os produtos – obras que edifica.
O estudante trabalha muito bem os autores elencados, e certamente, se trabalhar
segundo suas próprias previsões e intenções, fará ótima e importante contribuição.
A previsão de término é para novembro de 2019, e banca provavelmente a se realizar
em dezembro de 2019.
Para melhor compreensão do que aqui me refiro, segue anexo o produto do TFG 1,
elaborado no primeiro semestre de 2019.
139
dos chamados “Pré-Fóruns”. Contribui diretamente na coordenação e realização da
oficina realizada no acampamento “Irmã Alberta”, junto do GAIA FAU – Grupo de
Apoio ao Irmã Alberta da FAU USP, no dia 18 de maio, para produção de tijolos de
adobe para a “Ciranda Luiz Beltrame”.
9. Artigos em elaboração
140
bem como as estudantes de graduação bolsistas Barbara Camuce Santana,
Lorena Guimarães Ávila Bernardes e Deborah Oliveira Caseiro. Encontra-se
em elaboração. Não foi finalizado pois os relatórios de pesquisa com os dados
finais dos ensaios de carga do Laboratório de Engenharia Civil da POLI USP
ficaram prontos no mês de agosto de 2019, e no presente momento estão sendo
incorporados à introdução do artigo – que se encontra anexa. O próximo passo,
após sua montagem única é realizar breve seminário interno de leitura e
consolidação do escrito. Diante deste processo coletivo, espera-se tê-lo pronto
em outubro de 2019 para inscrição em processo seletivo de revista
correspondente.
141
● Pesquisa nacional de residências e atividades de extensão em ATHIS: gerará
bases quantitativas para artigo que partirá dos debates e informações já
organizadas de modo qualitativo no presente relatório. Com esta adição, de
informações quantitativas e mais amplas da pesquisa em andamento junto ao
Observatório das Metrópoles e IPPUR/UFRJ, bem como de mais informações
resultantes dos questionários a serem enviados para os egressos dos quatro
cursos base: UFBA, USP, CPPATHIS e UEPG, bem como para coletivos de
extensão universitária acerca da necessidade ou não de residentes, planejamos
que tenhamos aqui um artigo "de fôlego", que possa nos apresentar o "estado
da arte" acerca dos cursos de residência existentes, as necessidades para sua
ampliação e os limites para sua expansão. Temos como meta sua finalização
para que possa ser apresentado e publicado no seminário a seguir, ou seja, abril
de 2020.
Como antes já ponderado, as duas ações de pesquisa tiveram avanços importantes, mas
necessitam de mais tempo para sua conclusão, conforme justificado e explicitado, dado que
para serem finalizadas dependem de processos mais lentos que o inicialmente programado.
142
V. Justificativa, Ações e Cronograma de Pesquisa: novembro 2019 a outubro 2020
Justificativa
Ações de Pesquisa
2019 2020
nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set out
Atividades
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
A Atividades
FAU USP
B Levanta/o
nacional
C Seminário
Nacional seminário
D Programa
Estadual
E Relatório
final
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RESUMO
O presente projeto de pesquisa de pós-doutorado pretende aprofundar e ampliar o debate crítico sobre expe-
riências pedagógicas alternativas que buscam diminuir a distância entre a formação universitária de arquite-
tos e urbanistas e sua prática profissional. Dentre as recentes experiências de aprendizado identificadas, des-
tacam-se as residências profissionais e os projetos de extensão universitária - espaços privilegiados de vivên-
cia do diálogo entre professores, pesquisadores, estudantes de graduação e pós-graduação com construtores,
comunidades organizadas e órgãos públicos para a realização de projetos e obras de habitações de interesse
social com baixo impacto ambiental. Tais experiências formativas indicam possibilidades de consolidação e
aprofundamento do conhecimento técnico aliado a vivência de trabalhos socioambientais. Realizadas no
Brasil e em outros países, são alternativas de aprendizado que carecem de sistematização e debates sobre
seus resultados. A pesquisa pretende se aprofundar no registro e crítica das experiências realizadas e em rea-
lização à luz da bibliografia, para publicização e debate dos resultados em seminário nacional. Seu objetivo
último é contribuir com a formulação de um programa de Residência Profissional de Arquitetura e Urbanis-
mo em Habitação de Interesse Social na FAU USP.
O título da presente pesquisa apresenta o tema e o objetivo com que se pretende aqui trabalhar: contribuir
para a criação de um programa de residência profissional de arquitetura e urbanismo em habitação social,
que se realize a partir de canteiros experimentais com baixo impacto ambiental. A hipótese a ser verificada é
a necessidade e consequente possibilidade da construção coletiva de um programa de residência com tal
tema e pressupostos de método.
Para tanto, a tarefa inicial que se coloca é a realização de uma análise crítica acerca das recentes experi-
ências pedagógicas aplicadas na formação de arquitetos e urbanistas voltadas para o campo da habitação
social. É notória a existência de experiências que trilham nesse sentido, dentre elas, destacam-se as residên-
cias profissionais1 e os projetos de extensão universitária2, com apoio de canteiros experimentais3 e geração
de inovações tecnológicas de baixo impacto ambiental.
Ao que parece, seus resultados são qualitativamente importantes e inovadores, mas quantitativamente in-
suficientes diante do objetivo de impactar os rumos da profissão e, por consequência, o suprimento das ne-
cessidades sociais4 por habitação, a qualificação do trabalho nos canteiros de obras e diminuição do impacto
ambiental. Partindo-se de sua relevância social, tais experiências deveriam ser melhor conhecidas para serem
ampliadas. Quantas são? Como são implementadas? Qual seu impacto? Atualmente não há meios para res-
ponder a estas questões, na ausência de um banco de dados nacional que organize e reúna tais experiências,
permitindo leitura mais global e elementos para o avanço e a criação de alternativas.
Indício da atualidade e importância do tema vê-se no título do último encontro nacional da Associação
Brasileira de Ensino de Arquitetura - ABEA: “Ensino e Aprendizagem presencial e o Papel Social do Arqui-
teto e Urbanista”. O foco era a crítica do ensino à distância, tendo como contraponto o ensino presencial e
práticas pedagógicas inovadoras como os canteiros experimentais e a elaboração de trabalhos no campo da
assistência técnica5 para a habitação de interesse social – ATHIS:
“(...) no caso da arquitetura e urbanismo, ocorrem em ateliers, laboratórios, canteiros experimentais e outros espaços vi-
venciais em que a relação professor-aluno e alunos-alunos se fazem necessárias, cujos espaços e respectivas atividades já
1 À luz da formação de profissionais da área de medicina, que dispõe da etapa formativa da “residência profissional” em hospitais universitá-
rios, a residência profissional em arquitetura e urbanismo - ainda uma inovação pedagógica do campo – indica ser importante espaço para a
aproximação da formação acadêmica às práticas profissionais. A primeira experiência nesse sentido é a da UFBA (GORDILHO-SOUZA).
2 Prática de aprendizado disseminada pelas escolas de arquitetura e urbanismo do país, que buscam aproximar a formação acadêmica a ações
aplicadas, principalmente em diálogo com “demandas sociais”. Atualmente, a Federação Nacional de Estudantes de Arquitetura – FENEA,
dispõe de registros amplos sobre esses projetos, organizados anualmente no Seminário Nacional de Escritórios Modelos e Laboratórios de
Arquitetura – SENEMAU.
3Entende-se por canteiros experimentais espaços internos às faculdades de arquitetura que permitem a projetação e a construção experimen-
tal de elementos arquitetônicos. Sua apropriação pedagógica se dá principalmente nas disciplinas do curso de graduação (RONCONI). Outra
forma de sua apropriação é de apoio a projetos de extensão universitária, onde são realizados experimentos antes de serem aplicados em
edificações com função social.
4 O déficit habitacional nacional estimado em 2015 era de 6,355 milhões de moradias (FJP, 2018).
5 Utilizaremos aqui o termo "assistência" técnica pois é o utilizado pela legislação nacional. Temos de mencionar que o termo correto seria
"assessoria" técnica. O uso de "assistência" técnica dá margem ao entendimento de uma ação assistencial e assistencialista por parte do esta-
do, diante de famílias desprovidas de condições de trabalhar a produção de suas moradias. O que felizmente não é verdade. A experiência
indica que as pessoas sem moradia precisam apenas de assessoria técnica para acesso às políticas públicas de HIS.
estão previstos nas Diretrizes Curriculares devendo, portanto, serem observados por TODOS os cursos de graduação. Espa-
ços e atividades presenciais que demandam a incorporação de práticas pedagógicas inovativas que, somadas às tradicionais,
introduzem as plataformas e instrumentos digitais hoje disponíveis. (...) O ensino da Arquitetura e Urbanismo deve propici-
ar o equilíbrio entre teoria e prática através de um currículo concebido com base no princípio de convergência entre as situ-
ações em sala de aula com as práticas profissionais e extensão universitária, como a assistência técnica. O princípio desta
formação tem como ponto de partida a visão da arquitetura e urbanismo no campo da interdisciplinaridade dos conteúdos,
um de seus aspectos fundamentais. Procura-se praticar a “aula fora da sala de aula” onde atividades do ensino e prática pro-
fissional se fazem atuando-se junto à comunidade de forma a introduzir os alunos na realidade local, interagindo com os
problemas cotidianos de atuação do futuro arquiteto e urbanista” (texto apresentação XXXVI ENSEA,
http://www.abea.org.br).
A ATHIS, aparece em 2001 - Estatuto das Cidades - como integrante de políticas públicas nacionais. A
primeira experiência6 de ATHIS como política pública ocorreu em 1977, pelo Sindicato dos Arquitetos do
Rio Grande do Sul. Desde então, centenas de experiências pontuais foram realizadas pelo país7. No Estatuto,
ela consta como instrumento da política urbana (artigo quarto, inciso “r”), como um dos institutos jurídicos e
políticos: assistência técnica e jurídica gratuita para as comunidades e grupos sociais menos favorecidos.
(Lei no. 10.257 /2001). Em 2008 a política de ATHIS ganhou lei nacional específica, onde já consta a resi-
dência acadêmica como um dos meios para sua implementação, por meio de parcerias e convênios:
“Art. 4o Os serviços de assistência técnica objeto de convênio ou termo de parceria com União, Estado, Distrito Federal
ou Município devem ser prestados por profissionais das áreas de arquitetura, urbanismo e engenharia que atuem como:
(...) III - profissionais inscritos em programas de residência acadêmica em arquitetura, urbanismo ou engenharia ou em
programas de extensão universitária, por meio de escritórios-modelos ou escritórios públicos com atuação na área.
(...) Art. 5o: Com o objetivo de capacitar os profissionais e a comunidade usuária para a prestação dos serviços de assis-
tência técnica previstos por esta Lei, podem ser firmados convênios ou termos de parceria entre o ente público responsável
e as entidades promotoras de programas de capacitação profissional, residência ou extensão universitária nas áreas de ar-
quitetura, urbanismo ou engenharia”. (Lei no.11.888/88).
Desde sua promulgação em 2008, apenas a UFBA implementou a ATHIS por meio da residência, um
curso de pós-graduação lato sensu iniciado em 2013. A experiência se encontra na 3a. edição e é exemplar
para todo o país. Seus desdobramentos são claros se observados os convênios que a UFBA firmou com a
UFPB e a UNB, para também realizarem experiências similares. A experiência foi documentada e publiciza-
da em artigos e apresentações em eventos com o tema da ATHIS ou o ensino de arquitetura, pois não há ain-
da um espaço de debate específico sobre residência em arquitetura e urbanismo.
Na apresentação no II Seminário de ATHIS promovido pelo CAU em 2016, Gordilho-Souza, professora
coordenadora da residência da UFBA, relata que o curso tem duração de 14 meses, conta com 54 professo-
res, possui carga horária média de 1200 horas e abrange, além do curso de capacitação teórica, trabalho de
campo para a assistência técnica e elaboração de projetos, promovendo aprimoramento da formação profis-
sional ao mesmo tempo em que amplia o acesso a recursos públicos para a habitação de interesse social. A
Desse modo, a autora retoma a problemática inicial de pesquisa: contribuição com a necessária “discussão
conjunta” nacional, para sua melhor qualificação, com o devido rigor científico e crítico. Há diversas ques-
tões a serem debatidas e avaliadas nessas experiências. Por exemplo, nos produtos da residência da UFBA,
vê-se a qualidade dos projetos das moradias e dos processos para sua elaboração. Mas quais e quantos foram
edificados? Por que as atividades de construção não fazem parte do curso? Como compatibilizar com o tem-
po da construção? Segundo a professora, os produtos dos cursos são “projetos multidisciplinares com poten-
cial de execução” para contratação de projetos executivos e obras. Mas, se a residência em arquitetura se
espelha nas residências médicas, ela não deveria também executar o projeto das edificações? Não construir
os projetos seria como apenas deliberar entre os residentes de medicina e seus professores o que fazer com o
paciente, e não realizar a cirurgia, momento que completa a vivência pedagógica.
A partir dessa perspectiva é importante debater meios de inserir nos cursos as atividades de canteiro. Em
dissertação, Fernando Minto, quando pesquisador do Laboratório de Culturas Construtivas / Canteiro Expe-
rimental da FAU USP, grupo onde a pesquisa se insere, avança no entendimento da questão:
“O arquiteto tem de exercitar o raciocínio a fim de “prever” surpresas. Tem que desenvolver habilidades para conhecer
a realidade das construções e ter liberdade ao projetar. Para que ele conheça com propriedade as contingências inerentes à
função de uma dada arquitetura, basta exercitar o projeto, basta conhecer a sociedade com a qual está trabalhando e quais
os desejos e as demandas daqueles que vão usar tal educação. Mas para conhecer a fundo as possíveis surpresas decorrentes
da concreção, tem de praticar a construção propriamente dita.
Para que o arquiteto, sujeito da ação criativa do projeto, esteja pronto para as devidas “tomadas de decisão” no projeto,
ele deve percorrer um caminho muito bem trabalhado de maturação e de labor na sua formação. Este caminho deve levá-lo
a um estado de emancipação e equipá-lo com intuição suficiente para que suas obras respondam, com sucesso, a tais solici-
tações”. (MINTO, 2009, pág. 11).
Devido à relevância pedagógica da residência, há debates em curso, inclusive, sobre sua obrigatoriedade
nos cursos de arquitetura e urbanismo, assim como nos cursos de medicina, constituindo um programa naci-
onal. Se observarmos as “Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Arquitetura e Urbanismo” vigen-
tes (2010), dentre as atribuições e conhecimentos necessários há menção a direitos sociais, como a habitação
e a necessidade de redução do impacto ambiental para a produção do espaço, mas nada acerca da ATHIS.
Sobre a residência, ou canteiros experimentais, também não há referência.
O IAB e a FNA também vêm contribuindo com políticas de formação em ATHIS. Em 2009 o IAB publi-
cou o “Manual para a Implantação da Assistência Técnica Pública e Gratuita a Famílias de Baixa Renda para
Projeto e Construção de HIS”, que menciona haver 7.000 egressos por ano nos cursos de todo o país, e que
poderiam atuar com a ATHIS, se tivessem formação para tanto.
Também em 2009, publicação da FNA/CUT, menciona haver diversas ações para diminuir o déficit naci-
onal de moradia, e a primeira tarefa dos profissionais projetistas consiste em “saber e aplicar”, e para tanto:
“Qualificar-se para trabalhar com programas de Habitação de Interesse Social, de regularização fundiária
e de erradicação de assentamentos precários” (Revista Projetar, FNA/ CUT, 2009, pág. 18).
A mesma FNA publicou em 2014 “Assistência Técnica e Direito à Cidade”, que debate a política pública
de ATHIS no Rio de Janeiro, e traz à tona ação de formação da UFF. A experiência indicou haver limites em
cursos que não tenham foco práticas de canteiro para edificação das moradias:
“(...) concluímos que, se entendêssemos a elaboração dos projetos como uma fase concluída do processo, atingiríamos
um número muito limitado de famílias que se apropriariam daquele material, daquelas informações, e que conseguiam a
partir dali executar as suas reformas. (...) então percebemos que o trabalho só se conclui com a obra executada e, nesse sen-
tido, criamos uma série de instrumentos para viabilizá-las. Com a prática entendemos que os pilares para a melhoria habita-
cional são a Assistência Técnica para projeto e obra, a mão de obra qualificada e a viabilização econômica (...) o que revela
um dos pontos de fundamental atenção em futuras experiências de reaplicação da metodologia. (Mariana Estevão, FNA,
2014, pág. 126).
8
Contribuí com a elaboração deste edital como consultor especialista da universidade, na comissão especial de ATHIS.
“Prevê-se no PRC que os estudantes trabalhem com políticas públicas urbanas, em diferentes espaços e com objetivos
diversos, enfrentando situações concretas a partir dos aprendizados e experiências proporcionados ao longo de sua forma-
ção no IC. O PRC será realizado após a graduação (...). Essa aproximação efetiva da Universidade com as administrações
públicas proporciona experiências significativas para a formação teórico-prática dos graduados, articulando formação inici-
al e continuada, além de propiciar a identificação de problemas consistentes para pesquisas em nível de mestrado e douto-
rado” (PPP do IC, 2016, pág. 33).
No futuro Instituto o canteiro experimental deverá ser espaço de relevância, pois uma das linhas de for-
mação se denomina “Construção, Canteiro e Produto”, e mobilizará temas transversais, onde o ato de cons-
truir no canteiro atravessa o ensino e pesquisa. O referido PPP menciona que um dos “Espaços Pedagógicos
Integrados de Ensino” será o das “Grandes Oficinas”, e deverá abrigar o canteiro experimental.
E a FAU? Em 2008, quando diretor do Departamento de Provisão Habitacional da Prefeitura de Taboão
da Serra, redigi junto da Comissão de Cultura e Extensão o que seria um programa de residência em HIS.
Reuniões foram realizadas, mas não foi implementada por falta de recursos da prefeitura. Na ocasião, parti-
cipei do II Seminário Nacional de ATHIS, do Ministério das Cidades, com o objetivo de compartilhar do
programa em elaboração. À época, o debate sobre a residência era ainda mais rarefeito.
Na própria FAU USP, em 2015 e 2016 já foi oferecido um curso de residência na área de planejamento e
gestão urbana, coordenada pela Profa. Maria Lucia Refinetti Martins, do LabHab FAU USP, grupo parceiro
na presente pesquisa. Os 32 residentes bolsistas cursaram 1920 horas de atividades teóricas e práticas de
elaboração dos Planos Regionais das Subprefeituras do Município de São Paulo.
Em ‘seção livre’ do XVII encontro da ANPUR, intitulada: “Universidade propositiva em tempos de crise:
por uma política de Assistência Técnica Articuladora de novos caminhos pelo direito à cidade”, João Mar-
cos Lopes e Akemi Ino, do Habis - grupo de pesquisa em habitação e sustentabilidade do IAU USP, grupo
parceiro na presente pesquisa, participaram com a apresentação: “Por uma política de intervenção pública
universitária no contexto da produção do ambiente habitado”. Os autores citam experiências pedagógicas
que têm realizado e debatem “aporias” enfrentadas, seus limites, deficiências, falhas e desvios:
“Verdade é que diversas iniciativas foram e vêm sendo promovidas, tanto no contexto da prática curricular – ou para-
curricular (a experiência dos Laboratórios de Habitação, por exemplo) – como no âmbito da pós-graduação ou formação
complementar (notadamente aquelas proposições que envolvem o ensaio prático de perscrutações teóricas ou as residências
profissionais) e da extensão (como os Escritórios Modelos, iniciativa autônoma de alunos de graduação, ou os projetos de
assistência técnica universitária). No entanto, cabe problematizar alguns aspectos dessa aparente vocação: a desarticulação
entre essas iniciativas, seu descolamento dos conteúdos disciplinares tradicionais, a aura assistencialista ou voluntarista que
anuvia tais ações, o total descompasso entre os tempos da pesquisa (e mesmo da extensão) e aqueles das incertezas cotidia-
nas do embate público etc. Revisitando experiências do HABIS, IAU USP – o qual coordenamos –, pretendemos compor
elementos para o debate daquilo que acreditamos necessário discutir para atravessar aporias e estabelecer uma verdadeira
política de intervenção universitária nas dinâmicas de produção da cidade.”. (XVII ANPUR, 2017, anais, “seção livre”).
Outra referência sobre o tema é a tese de Minoru Naruto, “Repensar a formação do arquiteto”. Ali encon-
tram-se críticas ao método de ensino “disciplinar”, calcado em exercícios abstratos de projeto, como identifi-
cado em faculdades como a FAU USP. O autor considera que o ato de projetar caminha no sentido inverso
do seccionamento do conhecimento em disciplinas, concluindo ser necessário o exercício formativo em es-
truturas não disciplinares, formato promovido pela prática de projetos vinculados a necessidades sociais re-
ais, com poder real de síntese, no caso, disciplinas optativas aliadas a projetos de extensão universitária,
compondo sua indissociabilidade com o ensino e a pesquisa:
“É importante reiterar que o trabalho com uma problemática concreta, em estreito contato com a realidade e comprome-
timento com a produção de resultados que possam contribuir para uma pesquisa institucional foi, e sempre será a fonte da
motivação e do empenho dos alunos e condição para um aprendizado mais maduro e responsável por parte do futuro profis-
sional. Além disso, o caráter eminentemente social do problema trabalhado certamente foi um incentivo para a adesão sig-
nificativa dos alunos à optativa e para sua conscientização com relação às possibilidades de uma ação social na prática da
arquitetura”. (NARUTO, pág. 103).
Naruto apoia-se no método pedagógico das residências, pois as disciplinas analisadas eram realizadas por
professores e profissionais recém-formados, pesquisadores dos laboratórios, com função de residentes.
Pelo apresentado, reitera-se a relevância da implementação das residências em arquitetura e urbanismo,
para o avanço da formação teórica e prática de arquitetos e urbanistas no âmbito da habitação social com o
apoio didático de canteiros experimentais, com a perspectiva de construir conhecimento através da busca de
soluções para problemas ambientais e sociais, desenvolvendo novas tecnologias. Esse espaço pedagógico
certamente contribui para a formação dos residentes e de todos os envolvidos: professores, pesquisadores,
estudantes de graduação, pós-graduação, construtores e comunidade usuária.
2) Objetivos
Pretende-se com a presente pesquisa impulsionar de forma decisiva e qualificada o processo de elabora-
ção e implementação de um programa de residência profissional em habitação de interesse social na FAU
USP, em parceria com o IAU USP e o Instituto das Cidades da UNIFESP. Para tanto, as metas encontram-se
delimitadas, para que a presente ação não se disperse no amplo processo de sua tramitação, que certamente
se estenderá além do período de pesquisa.
A primeira ação da pesquisa será a criação de um banco de dados público - de registro das experiências
de residência e projetos de extensão universitária no âmbito da HIS nas faculdades de arquitetura e urbanis-
mo do país. A partir disso, pretende-se criar as bases para a constituição de uma rede nacional de reconheci-
mento mútuo. Com os dados levantados, poderemos verificar seus objetivos, métodos pedagógicos, proces-
sos, características gerais, problemáticas enfrentadas e resultados. A partir deste produto pretende-se tecer
análise crítica de suas características, o “estado da arte” das experiências.
A segunda ação da pesquisa será a organização de um seminário nacional acerca do tema da residência
em arquitetura e urbanismo e práticas pedagógicas inovadoras. Deverão ser convidados representantes de
experiências universitárias identificadas na primeira ação, com apresentação de pôsteres e trabalhos. Neste
seminário pretende-se apresentar os resultados do banco de dados bem como o artigo de análise das experi-
ências. Na ocasião pretende-se lançar a rede nacional de residência em arquitetura e urbanismo.
A terceira ação de pesquisa será a elaboração de uma proposta de Plano de Curso para o programa de re-
sidência em HIS de FAU, IAU e UNIFESP, onde constarão objetivos, conteúdos, materiais, métodos peda-
gógicos, estratégias, etapas, bibliografia, quantidade de educandos, seleção de educandos, professores parti-
cipantes, formas de avaliação, produtos e custos - bolsas e afins.
3) Materiais e métodos
I. Levantamento nacional de experiências: Utilizaremos a base de dados da pesquisa elaborada por RON-
CONI, doutorado (2002), onde verificou-se a presença/ausência e características dos equipamentos pedagó-
gicos nas escolas. Para sua atualização, utilizaremos o banco de dados da ABEA e da FENEA, aplicando
questionário amplo, com informações acerca de residências e experiências práticas no campo da HIS. O pa-
râmetro para categorização das experiências será o de “ações pedagógicas dialógicas” definidas na disserta-
ção de mestrado elaborada pelo pesquisador. Como exemplo, segundo maior ou menor aproximação das
atividades de prática profissional, dentre outros. Complementarmente, será visitada bibliografia sobre o te-
ma, inclusive acerca de experiências internacionais. O banco de dados das experiências será ser publicado
em sítio eletrônico. Sua avaliação se dará com a medição de visitas e citações em trabalhos acadêmicos.
II. Seminário nacional de residência em arquitetura e urbanismo: para sua organização aplicaremos a ex-
periência adquirida pelo pesquisador em atividades prévias, ao longo de sua trajetória acadêmica. A partici-
pação nos fóruns da ABEA, CAU, FNA, IAB, SASP e FENEA ocorrerá para sua articulação, com o princí-
pio da publicidade e universalização da participação, via meios eletrônicos de comunicação e registro. Para
sua realização buscaremos recursos em agências de fomento. A avaliação do seminário poderá se dar junto
dos participantes do evento, com a aplicação de breve questionário.
III. Plano de Curso do Programa de Residência: Será elaborado a partir do Seminário, com contribuições
de professores das três unidades de ensino, por meio de métodos coletivos de discussão e deliberação. As
atividades também contarão com a participação de representantes de entidades das demandas sociais por
moradia urbana e rural, bem como do setor da construção, projetistas e construtores, o CAU ABEA e órgãos
públicos correlatos. Professores especialistas da FEUSP também contribuirão com o processo.
Para a divulgação dos resultados pretende-se apresentar trabalhos em espaços de intercâmbio acadêmico
tais como seminários, congressos, dentre outros, com o tema da formação de arquitetos e urbanistas e de
políticas públicas de ATHIS. Pretende-se também participar de fóruns públicos de debate organizados por
entidades tais como ABEA, CAU, FNA, IAB, SASP e FENEA. Os artigos resultantes da pesquisa deverão
ser publicados em revistas e meios de intercâmbio acadêmico do campo, e espera-se contribuir com a elabo-
ração e possível implantação do programa de residência HIS na FAU, IAU e UNIFESP.
4) Cronograma
A) Atividades junto ao Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAU USP:
apoio em disciplinas; apoio a orientação de pesquisas; apoio em pesquisas; outras atividades.
B) Levantamento nacional de experiências de ATHIS em escolas de arquitetura e urbanismo:
levantamento prévio; elaboração e envio de questionários; visita a experiências no Brasil; elabora-
ção banco de dados, relatório crítico e elaboração de artigo.
C) Seminário nacional de residência de arquitetura e urbanismo na FAU USP:
pedido de recursos; divulgação e convocação; organização das apresentações; seminário; relatório
e divulgação dos resultados por meio de artigo.
D) Elaboração do Plano de Curso do Programa de residência em HIS:
reuniões com professores FAU, IAU e UNIFESP; reuniões com agentes externos.
E) Relatório final de pesquisa
2018 2019
nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set out
Atividades
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
A Atividades
programa
B Levanta/o
nacional visitas
C Seminário
Nacional seminário
D Plano de
Curso
D Relatório
final
7) Bibliografia
BARONE, Rosa Maria M. Canteiro – Escola. Trabalho e educação na construção civil. São Paulo:
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PERCASSI, Jade. Educação popular e movimentos populares: emancipação e mudança de cultura política
através de participação e autogestão. Dissertação de Mestrado. São Paulo: FEUSP, 2008.
RONCONI, Reginaldo L.N. Produção de Habitações em regime de mutirão com gerenciamento do usuário: o
caso do FUNAPS comunitário. Dissertação de Mestrado. São Carlos: EESC/USP, 1995.
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doutorado. São Paulo: FAU-USP, 2002.
THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo: Cortez, 1998.
PROGRAMA
Setembro e Outubro/2018
Novembro e Dezembro/2018
26/01-sáb RECESSO
27/01-dom RECESSO
26/04-sex Aula teórica - Profa Denise Morado (UFMG) e Prof Bruno Cesar 6
Euphrasio de Mello (UFRGS), comentários do Prof João Rovati UFRGS
Docentes responsáveis: Karina Oliveira Leitão (AUP), Maria Lucia Refinetti Martins (AUP)
Docentes responsáveis: Caio Santo Amore (AUT), José Eduardo de Assis Baravelli (AUT), Gil
Barros (AUT)
Docentes responsáveis: Luciana de Oliveira Royer (AUP), Caio Santo Amore, Karina Oliveira Leitão
(AUP) - 12:00
Docentes responsáveis: Caio Santo Amore (AUT), Karina Leitão (AUP), Angelo Filardo (AUT)
Dias da semana - Período
Sextas-feiras: 9h00 - 12h00 e 14h00 - 17h00
Sábados: 10h00 - 13h00 e 14h00 - 17h00
Domingos: 10h00 - 13h00 e 14h00 - 17h00
Carga horária ministrada
Atividades práticas: 12 h
Não ministrada (Atividades supervisionadas): 24 h
Ementa: Consolidação dos produtos desenvolvidas ao longo dos módulos anteriores (planos,
estudos, projetos, propostas de viabilidade para execução, minutas de programas públicos.
Articulação e sensibilização dos poderes públicos visando à ações concretas na ocupação urbana
tomada como objeto de pesquisa e ação.
Referências bibliográficas:
IPT. Manual de orientação para construção por ajuda mútua. São Paulo: IPT, 1988.
ABCP. Mãos à obra Pro (v. 1 a 4). São Paulo: ABCP/CAUSP, 2015.
PROGRAMA UNIFICADO DE BOLSAS DE ESTUDO PARA ESTUDANTES DE
CULTURA E EXTENSÃO
ABORDAGEM SOCIOAMBIENTAL
2018
1) TÍTULO: ACESSO À TERRA E PARTICIPAÇÃO: UMA ABORDAGEM
SOCIOAMBIENTAL
2)Resumo
agosto de 2017 pelo projeto “Território da Autonomia: Paisagem, acesso à terra e participação social”,
contemplado pelo Programa Unificado de Bolsas de Estudo para estudantes de graduação USP
com a adesão dos moradores da região. Neste novo ciclo se objetiva estudar, desenvolver e praticar
metodologias de planejamento participativos junto aos estudantes envolvidos, para que estes possam
plano de massas para o projeto do futuro assentamento rural. Este projeto, ainda em curso, prevê neste
partir das demandas dos acampados e das discussões e questões levantadas pelo processo de elaboração
do plano de massas. Atualmente o acampamento recebe a construção de um teatro de arena pelo grupo
de Teatro Antropofágica e realiza, em parceria com os estudantes que integram este grupo de extensão,
constantes mutirões para a realização da praça que integra o núcleo 4 dentro da Comuna Irmã Alberta
desde abril de 2018 integrando o projeto de consolidação dos espaços do Acampamento como um todo.
participativo adquirido na primeira etapa do projeto, II) monitoramento junto às famílias no processo de
incentivando a consolidação da área como espaço de produção agrícola familiar e agroecológica dentro
São Paulo (FAUUSP) em parceria com o Laboratório Paisagem, Arte e Cultura da mesma universidade.
3) Contexto e Justificativa
Sem Terra (MST), localizada a sul do km 28 da Rodovia Anhanguera, na Zona Norte do Município de
São Paulo. A área na qual está situada a Comuna, pertence ao Distrito Anhanguera, na Prefeitura
Regional de Perus, fazendo divisa com os municípios de Santana do Parnaíba, Cajamar e Caieiras. A
terra que hoje ocupa o acampamento foi desmembrada da Fazenda Ithayê em 1998 (Decreto Municipal
43.124/98) e destinada à Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP) para a
construção de um aterro sanitário. Passados quatro anos, a área ficou em situação de abandono, vindo,
em julho de 2002, a ser ocupada pelo MST (GOLDFARB, 2007). Em 2018, após 16 anos de ocupação,
a situação jurídica da gleba ainda se encontra irregular, apesar de avanços na negociação entre o MST, o
massas para o futuro assentamento Comuna da Terra Irmã Alberta, de forma democrática e
participativa. Na primeira etapa do projeto, realizada entre agosto de 2017 a setembro de 2018, foram
concluídos o processo de ambientação e investigação teórica dos bolsistas, bem como o processo de
território, bem como o mapeamento da área, a detecção de remanescentes de mata atlântica e o início de
Um dos principais resultados da primeira etapa do projeto (2017-2018) foi a aproximação dos
bolsistas aos moradores do Núcleo 4 do acampamento, o que levou a identificação da demanda pela
construção de uma praça pública nos limites do mesmo , simultaneamente fortalecendo o limite do
acampamento e abrindo aquele espaço ao uso da comunidade do entorno, impactando de forma positiva
consensuou-se em reuniões coletivas retirar os usos atuais da área- que recebia dejetos, lixo e entulho,
além de ser um ponto escuro e perigoso dentro do assentamento - para ser convertida em uma praça
aberta para toda a vizinhança, através de mutirões. O programa para a praça foi definido em oficinas
participativas que determinaram a criação de três espaços: um parque infantil, um campinho de futebol
e um mirante.
no território, pretende-se dar início a um novo ciclo com a finalização do plano de massas e a
construção de espaços que foram identificados como demanda na primeira etapa de discussão do plano.
assentamento como paisagem socialmente construída, mas também como espaço de preservação
ambiental e produção agrícola de base agroecológica na metrópole, viabilizando a geração de renda das
expressa hoje pela atuação do GAIA (Grupo de Apoio ao Irmã Alberta), que organiza ações junto ao
acampamento. O referido GAIA é composto de outros coletivos e pessoas da sociedade civil. Nesse
contexto a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (FAUUSP) por meio dos seus grupos de
extensão e laboratórios têm cultivado um histórico de atuação junto à movimentos populares do campo
e da cidade. Esse projeto ocorre a partir da articulação do GAIA com o Grupo de Construção
Agroecológica (GCA), o Coletivo Caetés e o Laboratório Paisagem, Arte e Cultura (LabParc). Esses
grupos são formados por estudantes da graduação, pós e pesquisadores, da Faculdade de Arquitetura e
4) Objetivos
Objetivos Gerais:
i) Elaboração de um plano de massas para a Comuna da Terra Irmã Alberta, auxiliando as famílias
ii) Elaboração do projeto e construção da praça pública no Núcleo 4, visando atender a demanda do
Movimento e fomentar a discussão sobre o tratamento das áreas nas bordas do acampamento na
Objetivos Específicos:
iv) Desenvolver e consolidar projeto da praça através da participação social dos moradores do
acampamento e do entorno;
projeto.
5) Materiais e Métodos
De modo a responder aos objetivos gerais colocados pelo projeto, os/as bolsistas selecionado
farão:
com os assentados;
ii) emprego dos processos estudados e discutidos na execução das atividades junto aos moradores da
iii) estudos de técnicas construtivas coerentes com a situação socioambiental na qual o assentamento
iv) elaboração de mapas e modelos físicos para o estudo e apresentação dos estudos projetuais;
vi) realização de parcerias e formações em outras áreas do conhecimento para enriquecer e fortalecer
o trabalho desenvolvido;
vii) Formação de grupos de trabalhos internos e em parceria com agentes externos, buscando uma
A B C D E F G H
Preparação/pesquisa 4
Grupos de Trabalho/projeto 4
Trabalho
Sistematização 4
*Carga horária estimada para cada bolsista referente à atividade assinalada por mês
**Com tempo de deslocamento
7) Resultados esperados
ii) Construção da praça atentos para a métodos construtivos econômicos e sustentáveis, tendo
como referência princípios e técnicas agroecológicas estudados no ciclo anterior;
iv) Realização de uma atividade de reconhecimento e percepção das famílias sobre o território;
viii) 1 (um) publicação com a sistematização de toda a experiência registros e material acumulado
ao longo do projeto a ser submetido em congressos científicos (Congresso Brasileiro de
Agroecologia e Congresso Brasileiro de Extensão Universitária).
8) Cronograma de Execução
Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago S
Reuniões específicas:
GAIA e MST
Reuniões de trabalho e
projeto
Visitas de campo
Relatórios Parciais
Diagnóstico participativo:
Dinâmica de reconhecimento
do território circundante
(bolsitas A, B, C e D)
Oficinas Criativas:
Projeto da praça (bolsitas
D, E e F)
Mutirões: Construção da
praça (todos os bolsistas)
Sistematização das
atividades e fechamento
do projeto e plano de
massas
Relatórios Finais
Elaboração de publicações e
artigos com resultados
BIBLIOGRAFIA
BOFF, Clodovis. Como trabalhar com o povo: metodologia do trabalho popular. Petropólis: Vozes, 1985.
GOLDFARB, Yamila. A luta pela terra entre o campo e a cidade : as comunas da terra do MST, sua
Geografia Humana.
LIMA, P.C.S. Catharina; ARANHA, S.G. Carmem. Paisagens periféricas – por uma fenomenologia do
MENDONÇA, S. G. L.; SILVA, P.S. Extensão Universitária: Uma nova relação com a administração
MINAYO, Maria Cecília de Souza (Org.). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade.19.ed.
setembro de 2002
MUNICIPIO DE SÂO PAULO. Plano Diretor Estratégico 2014 - 2024, Lei 16.050/14
PROGRAMA UNIFICADO DE BOLSAS DE ESTUDO
PARA ESTUDANTES DE GRADUAÇÃO DA USP
PUB USP 2019-2020
2)Resumo
O presente projeto de extensão universitária dá continuidade ao trabalho iniciado em agosto de 2017
pelo projeto “Território da autonomia: paisagem, acesso à terra e participação social” e
posteriormente em agosto de 2018, pelo projeto “Acesso a terra e participação: uma abordagem
socioambiental”, contemplados pelo Programa Unificado de Bolsas de Estudo para estudantes de
graduação USP (2018-2019), sob coordenação da Profa. Dra. Catarina Pinheiro Lima. Neste novo
ciclo, a coordenação se dá pelo Prof. Dr. João Sette Withaker Ferreira, se objetiva estudar,
desenvolver e praticar metodologias de projeto participativo de arquitetura e construção, articulado
à atividades formativas e educacionais junto a trabalhadores da construção e as famílias de uma
comunidade rurbana localizada no limite noroeste do MSP. Este projeto, ainda em curso, prevê
neste novo ciclo a utilização de processos participativos para elaboração do planejamento, desenho
e construção de equipamentos e infraestruturas do “Canteiro Escola” que servirá de base para a
consolidação da construção da praça já iniciada e de uma creche na divisa da comunidade rurbana
com a as famílias do “Vale do Sol”, ou “Morro da Mandioca”. Essas intervenções fazem parte das
demandas da comunidade, evidenciadas em debates do planejamento territorial realizado no projeto
anterior. Desde sua segunda fase a comunidade recebe a construção de um teatro de arena pelo
grupo de Teatro Antropofágica e realiza, em parceria com os estudantes que integram este grupo de
extensão, constantes mutirões para a finalização da praça e das estruturas do canteiro escola que
integra o núcleo 4 desde abril de 2018, buscando contribuir com a melhor qualificação deste
território periurbano como um todo.
3) Justificativa:
A comunidade intitulada Comuna da Terra Irmã Alberta é um acampamento de camponeses
organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), localizada a sul do km 28
da Rodovia Anhanguera, Zona Norte do Município de São Paulo. A área na qual está situada,
pertence ao Distrito Anhanguera, na Prefeitura Regional de Perus, fazendo divisa com os
municípios de Santana do Parnaíba, Cajamar e Caieiras. A terra que hoje ocupa o acampamento foi
desmembrada da Fazenda Ithayê em 1998 (Decreto Municipal 43.124/98) e destinada à Companhia
de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP) para a construção de um aterro sanitário.
Passados quatro anos, a área ficou em situação de abandono, vindo, em julho de 2002, a ser
ocupada pelo MST (GOLDFARB, 2007), de onde as cerca de 50 famílias nunca mais saíram, na
reivindicação de seu direito a produzir e se reproduzir na terra, por uma política de reforma agrária
que as permita ali permanecer.
Tendo em vista o contexto de regularização do assentamento, este projeto de extensão tem como
objetivo principal constituir um processo de projeto e construção participativos de uma creche
(Ciranda) a ser implantada na praça já com implementação realizada. Tanto a praça quanto a creche
são demandas que vieram a tona durante o processo de diagnóstico participativo sobre o território: a
“Ciranda - Centro de Educação Infantil” é uma necessidade imediata das famílias da Comuna da
Terra Irmã Alberta e de moradores do entorno, tal como do Morro da Mandioca e da Chácara Maria
Trindade, localizados no município de São Paulo. As crianças dessa região não possuem
atendimento pela prefeitura, pois estão isoladas do restante da cidade - devido a um pedágio no Km
26 da Rodovia Anhanguera - e por estarem na divisa com os municípios de Santana de Parnaíba e
Cajamar.
Crianças da Comuna da Terra em atividade coletiva: dezembro de 2018 – Arquivo MST e coletivo GAIA
Desenho ilustrativo da praça; crianças contribuindo no mutirão: desenho e foto, 2018, arquivo coletivo GAIA
Mutirão de construção da praça – Núcleo 4 – Comuna da Terra: 2018, arquivo coletivo GAIA
6. Métodos
● Pesquisa-ação: registros fotográficos, relatórios de campo, entrevistas, material gráfico e
audiovisual.
● Educação popular: elaboração de processos participativos de projeto e organização do
trabalho, bem como de mini-cursos temáticos, trabalhando em conjunto com educadores o reforço à
alfabetização e letramento de jovens e adultos de ambas as comunidades;
Pretende-se avançar por meio da edificação de cada uma das etapas da constituição das estruturas:
instalações sanitárias e elétricas, espaços de armazenamento de materiais e equipamentos, refeitório,
multiuso, mobiliário etc. Por meio de pequenos cursos de construção, planejamento e projeto de
estruturas provisórias de canteiro de obra.
Tais cursos deverão se sustentar com contribuições voluntárias que viabilizem logística,
alimentação, ou seja, grosso modo : “cursos com o preço do custo”, com recursos para a compra de
materiais didáticos, ferramentas e insumos.
Haverá também o convite a brigadas de construção de camponeses da reforma agrária do estado de
São Paulo.
Ao mesmo tempo, a comunidade elaborou um projeto, por meio do qual pretende captar recursos
para sua realização. Desde já compreendendo que por meio de trabalho voluntário sua realização
fica dificultada.
Tais atividades deverão ocorrer em duas etapas principais:
● etapa 1: seis meses para atividades voluntárias e com pequenas doações e cursos com custos
básicos para estruturação do canteiro: eletricidade; banheiros e etc. Em paralelo contribuir com
atividades de busca de recursos para as obras.
● etapa 2: o processo de aprofundamento do projeto participativo da creche se dará no
segundo semestre do projeto (primeiro de 2020), quando espera-se já dispor de recursos para a obra.
Neste momento constitui-se o cronograma do “Canteiro Escola”, quando pretende-se avançar com
os anteprojetos elaborados, conforme consta no projeto de captação de recursos:
Aqui iremos apresentar o resultado da discussão coletiva, adotado como partido arquitetônico
para a Ciranda e da Cozinha Experimental. Esses espaços serão construídos de forma
participativa por meio de diálogos e encontros pedagógicos em torno dessa temática - para
que esta seja uma realização comunitária e tenha significado concreto para as pessoas da
comuna.
O projeto desenvolvido se baseou no círculo como forma construtiva primordial. O projeto
pedagógico da ciranda dialoga de forma propícia com o círculo, já que “este não tem fim, nem
começo - é contínuo”, representando a união dos elementos, a energia e a plenitude das
pessoas no espaço: “Círculos protegem, enfrentam, restringem. Limitam o que está dentro e
mantém as coisas fora. Eles oferecem segurança e conexão. Círculos sugerem comunidade,
integridade e perfeição”. O círculo é também a forma característica de espaços da arquitetura
popular originária das américas, nas aldeias, com as “habitações em roda”.
Reuniões gerais 8
(1x por semana)
squisa, projetos e 16
uantificações
isitas de Campo 4
9. Cronograma de execução
Ações t ut ov ez n v ar br ai n l go t
euniões gerais
euniões específicas
ncontros de trabalho
elatórios parciais
BIBLIOGRAFIA
BOFF, Clodovis . Como trabalhar com o povo: metodologia do trabalho popular. Petropólis: Vozes, 1985.
BORDENAVE, Juan E. D. O que é participação. São Paulo: Brasiliense, 1983.
CATARUCCI, Amanda F. M. A produção do homem e da natureza no campo: a Comuna da Terra
“Irmã Alberta” na reorganização da dinâmica da paisagem e seu inverso. São Paulo:
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, 2014.
Dissertação de Mestrado em Geografia Física.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo, Paz e
Terra, 1996. Extensão ou Comunicação?. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 2013.
GOLDFARB, Yamila . A luta pela terra entre o campo e a cidade : as comunas da terra do MST, sua
gestação, principais atores e desafios. São Paulo : Faculdade de Filosofia, Letras e
Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, 2007. Dissertação de Mestrado em
Geografia Humana.
LIMA, P.C.S. Catharina; ARANHA, S.G. Carmem. Paisagens periféricas – por uma fenomenologia do
olhar na pedagogia da paisagem. Anais do colóquio internacional Imaginário: construir e
habitar a terra (ITCH), Lyon, 2017.
MENDONÇA, S. G. L.; SILVA, P.S. Extensão Universitária: Uma nova relação com a administração
pública. Extensão Universitária: ação comunitária em universidades brasileiras. São
Paulo, v. 3, p. 29-44, 2002.
MINAYO, Maria Cecília de Souza (Org.). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade.19.ed.
Petrópolis: Vozes, 2001.
VIGEVANI, Tullo. 1989. Movimentos Sociais na Transição Brasileira: A dificuldade de elaboração do
Projeto. In Lua Nova 17 .
GOVERNO DE SÂO PAULO. Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. Decreto n. 47.094, de 18 de
setembro de 2002
MUNICIPIO DE SÂO PAULO. Plano Diretor Estratégico 2014 - 2024, Lei 16.050/14
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO DA UNIVERSIDADE DE
SÃO PAULO
São Paulo
2019
Sumário
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 3
2. OBJETIVOS ...................................................................................................................... 6
3. METODOLOGIA ............................................................................................................... 7
4. RESULTADOS.................................................................................................................. 8
4.1 PLANO DE MASSAS E CONTINUIDADE DA PRAÇA ................................................ 8
4.2 PRAÇA E CIRANDA ................................................................................................... 9
4.3 CIRANDA E PROJETO ............................................................................................. 11
4.3.1 PROJETO CONSTRUTIVO ................................................................................ 12
4.4 FÓRUM DE ACESSORIA TÉCNICA EM HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL E
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA ......................................................................................... 17
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 20
1. INTRODUÇÃO
O acampamento integra uma proposta recente do MST para assentamentos da reforma agrária:
as chamadas Comunas da Terra. Tais áreas, situadas nas proximidades de grandes centros
urbanos, apontam para uma nova forma de relação campo-cidade, tendo sido adotadas como
estratégia visando massificar a luta pela terra e aproximá-la aos trabalhadores urbanos. Além
disso, essa estratégia aponta para uma nova forma de ocupação do solo das periferias das
grandes cidades, aliando preservação ambiental, produção alimentar de base agroecológica e
interação com elementos do meio urbano. Localizadas em regiões peri-urbanas, essas
comunas são menores em área, em relação aos assentamentos rurais tradicionais. Desse
modo, há maior proximidade entre os lotes, de modo que as famílias estejam espacialmente
próximas e conectadas aos espaços coletivos comuns. Cada família possui seu lote de
produção, mas também existem áreas de produção coletivas, onde todos podem plantar.
(GOLDFARB, 2007)
A área, inicialmente rural, vem sofrendo com o processo de expansão metropolitana de São
Paulo, perdendo ao longo do tempo seu caráter essencialmente rural e passando a agregar em
si os conflitos que as áreas de borda e amortecimento sofrem.
Desse modo, este projeto ocorre a partir da articulação do GAIA com o Grupo de Construção
Agroecológica (GCA), o Coletivo Caetés e o Laboratório Paisagem, Arte e Cultura (LabParc).
Esses grupos são formados por estudantes da graduação, pós e pesquisadores, da Faculdade
de Arquitetura e Urbanismo da USP (FAUUSP), destacando-se por uma trajetória de
experiências em trabalhos e pesquisas com escopo social.
Atuar na realidade não cartesiana que nos é colocada no mundo ideal traz a necessidade de
constante revisão e análise da forma de atuar e ser funcional dentro do papel que a
universidade cumpre dentro da sociedade.
2. OBJETIVOS
A construção das atividades, bem como das formas de organização foram realizadas
coletivamente entre os grupos de atores que estavam presentes no acampamento. Ainda no
fim de 2018 fomos apresentados à grupos parceiros, para além das lideranças do MST e os
acampados, um grupo de psicólogos que trabalha com os povos originários, e os povos da
terra e tinham uma relação de proximidade e estreitamento de laços com o movimento. Esse
grupo, junto ao GAIA, Antropofágica- coletivo de teatro que atua na Comuna - e o grupo de
Agroecologia da UFABC constituíram um núcleo de apoio ao Movimento, podendo
conjuntamente debater e encaminhar questões para o fortalecimento do movimento, sem no
entanto tomar o papel de centralidade na discussão.
Na medida em que a gleba possui áreas remanescentes de mata atlântica e APPs de rios e
nascentes, seu manejo não pode se dar como num assentamento comum, com a divisão e
planejamento baseados apenas em metragens.
O projeto da Praça, iniciado ainda durante o projeto anterior, seguiu rumos não previstos pela
proposta de projeto encaminhada à USP. Ao contrário do que pensávamos, a continuidade
do projeto da Praça teve obstáculos e encaminhamentos estratégicos que impossibilitaram a
sua concretude.
Figura 2- Projeto de Traves para campo de funtebol. Madeira executadas mas não implantadas
Apesar dos entraves, construímos uma churrasqueira em bloco de concreto, que foi alocada
ao lado da praça para futuramente receber uma bancada e demais aparatos para possíveis
reuniões dos moradores.
A partir da resolução de agrupamento dos dois programas, teve início o pensamento projetual
da concepção da creche. O processo se deu em uma série de reuniões consecutivas do grupo
GAIA-FAU, conjuntamente com o núcleo do MST mas não somente, para que fosse possível
pensar num programa de necessidades e numa forma que abriga-se o projeto pedagógico
pensado para a construção proposta pelo Projeto Político pedagógico de caráter
agroecológico.
O entendimento do grupo de trabalho foi produzir um modelo de Ciranda que trouxesse ideias
básicas e materializa-se a demanda para criar no imaginário coletivo a ideia de um espaço,
e assim, contribuir para a campanha de arrecadação financeira. Em nenhum momento o
grupo se propõs a elaborar um desenho fechado para a Ciranda, entendendo que este
desenho deveria ser fruto de uma produção coletiva, levando em conta as opiniões e
sentimentos dos agentes envolvidos no MST, no Morro da Mandioca- ocupação vizinha à
área, e também com a colaboração dos construtores da construção civil, que seriam agentes
ativos também no trabalho intelectual da arquitetura. Sendo assim, o projeto era um modelo,
mas não necessariamente seria o produto final da edificação, que deveria levar em conta as
técnicas e construções de espaço de imaginários para além dos presentes no Grupo GAIA-
FAU.
Toda decisão de projeto foi realizada em conjunto pelo grupo extensionista, e debatido e
desenhado coletivamente. A representação final do projeto foi encaminhada e apresentada
ao MST e posteriormente direcionada para a campanha de arrecadação, que visa conseguir
fundos e doações por todo o território nacional, com editais e aliados do Movimento, e teve
sua campanha de inauguração realizada no dia 15 de junho de 2019, no próprio território
onde futuramente será consolidada.
Figura 3- Cartão postal da inauguração da campanha de arrecadação
Figura 8- Perspectiva
Com base no projeto elaborado, realizou-se um orçamento, afim de auxiliar na arrecadação
coletiva. O processo de projeto e orçamento funcionaram como um momento de confrontação
entre o ensino e a prática da arquitetura, onde o coletivo pode se deparar com a prática da
construção de um projeto, com nível de detalhamento e orçamento que obriga o estudante a
explorar os conhecimentos para além da sala de aula, sendo um processo de crescimento
acadêmico e profissional.
CRONOGRAMA
PROGRAMA DE NECESSIDADES
ORÇAMENTO
Ainda no final de 2018 o grupo GAIA-FAU através do Coletivo Caetés integrou um grupo de
trabalho que organizaria junto ao Entre-faus o I Fórum de Acessoria técnica de habitação de
interesse social e extensão universitária, financiado pelo edital de incentivo vindo do CAUBR-
Conselho de arquitetura e Urbanismo do Brasil, edital o qual o Entre-Faus foi selecionado,
realizando-se no final de semana do dia 15/05/19, sediado na Faculdade de Arquitetura
Presbiteriana Mackenzie, com oficinas em diversos locais do Estado de São Paulo.
A partir de tal edital, o projeto realizado na Comuna da Terra Irmã Alberta ganhou visibilidade
dentro do meio acadêmico e de prática extensionista, além de receber um financiamento para
a realização de uma oficina prática no acampamento.
A partir de tal oportunidade, o grupo estruturou-se para elaborar e pensar uma oficina que
pudesse ao mesmo tempo aproximar pesquisadores e estudantes do Acampamento,
contando sua história, mostrando seus espaços e levando-os à pratica, e simultaneamente
gerando um resultado de oficina que pudesse ser produtivo para a Ciranda e para o
Movimento.
Neste sentido, a oficina foi elaborada afim de ter como produtos finais um barracão de obras,
que poderia ser utilizado como ponto de apoio para o desenvolvimento da construção da
Ciranda, bem como abrigar os tijolos de adobe que seriam construídos durante a oficina
prática do fórum, pelos visitantes que receberíamos. Esses tijolos seriam produzidos com o
objetivo de integrar parte da construção dos espaços da Ciranda, sendo esta uma das
técnicas de construção agroecológicas que possivelmente terão continuidade em outras
etapas do projeto.
A oficina teve como roteiro conhecer a área Social do Acampamento, visita à produção
agrícola dos acampados, e oficina de produção de blocos de adobe, totalizando um dia inteiro
de atividades dentro da Comuna da Terra Irmã Alberta.
Além de abrir espaço para a aproximação com a história do movimento, a oficina também
possibilitou o aprendizado de técnicas agroecológicas da produção de adobe e resultou em
boas provas de terra para se chegar em um bom traço de terra para a construção dos futuros
blocos de adobe.
O grupo de trabalho que atua no MST continua ativo, e mantém reuniões regulares para tratar
das atividades que continuam acontecendo quinzenalmente no Acampamento.
Agora, em nova fase de projeto, e com o edital PUB 2019-2020 novas etapas do trabalho
poderão ser concretizadas, e os conhecimentos acumulados pelo grupo no decorrer destes
três anos de atuação poderão agora ser passados adiante na experiência da construção de
conhecimento coletivo e acadêmico fora dos ambientes convencionais da sala de aula
.
O crescimento pessoal e acadêmico fruto das intensas trocas tanto com o movimento,
sociedade civil e outros pesquisadores do tema é fundamental para o desenvolvimento da
pauta de acessoria técnica e extensão universitária que são tão fundamentais para o exercício
da arquitetura, contudo pouco estimulados e debatidos.
Esta etapa do projeto finaliza abrindo caminho para uma nova etapa com metas mais
singulares e de menor custo de realização. Focada no aprendizado e ações pontuais de
menor impacto, mas que tem uma facilidade maior de realização dada a sua proporção de
financiamento não precisar ser tão alta, estando assim melhor ajustado ao escopo de um
grupo extensionista universitário.
Relatório
Construção do Memorial Praça Dr. Sócrates Brasileiro
Projeto de Canteiro Escola na Escola Nacional Florestan
Fernandes, Guararema-SP
(PUB 2018-2019)
Estudantes
Alice Rueda Mariotto 10751309
Bruno Silva Machado 10751289
Júlia de Simoni Damante 1075134
Orientadora
Profa. Dra. Karina Oliveira Leitão
Julho, 2019
Sumário
Introdução 3
Coletivo 4
ENFF e Complexo Esportivo Dr. Sócrates Brasileiro 5
Memorial-Praça 6
Objetivos desta etapa 7
Metodologia 8
Desenvolvimento 9
Conclusões 34
Referências 35
1
Introdução
2
2. Coletivo
3
3. Escola Nacional Florestan Fernandes e Complexo Esportivo Dr. Sócrates
Brasileiro
4
A primeira etapa de construção do Complexo Esportivo teve início em meados
de 2016 com o lançamento da campanha para captação financeira coletiva por meio
da plataforma Catarse. Nessa etapa, foram construídos o campo de futebol, os
vestiários e a arquibancada, sendo esse último de responsabilidade do Coletivo
Caetés.
O projeto e obra da arquibancada foram realizados num formato de Curso de
Construção, elaborado e coordenado pelo Coletivo Caetés com apoio e orientação de
professores da FAUUSP. Deste curso participaram militantes voluntários do MST
convocados pela ENFF, em sua maior parte assentados e acampados do movimento,
além de estudantes do Coletivo Caetés, coordenadores técnicos contratados e
facilitadores convidados. Esse conjunto de trabalhadores formava a “brigada de
construção do campo”, nomenclatura habitual empregada pela ENFF para denominar
grupos que tomam função em alguma atividade na escola. A formação abrangeu
oficinas de desenho, projeto e implantação, discussões sobre opressões na
construção civil, organização do canteiro de obras e práticas de técnicas construtivas
em alvenaria.
Todo este processo, desde sua preparação, durou cerca de um ano e abarcou
estudo de técnicas construtivas e metodologias participativas, produção de protótipos
de arquibancada no canteiro experimental da FAUUSP e a realização do curso.
A segunda etapa do projeto, amparada pelo PUB 2017 com orientação da
professora Dra. Maria Beatriz Cruz Rufino, foi realizada entre o segundo semestre de
2017 e semestre inicial de 2018. Nesse estágio iniciou-se o projeto do memorial,
anexo ao campo, em homenagem ao jogador de futebol Sócrates, concebido como
ponto chave para traçar a relação entre futebol e política.
4. Memorial-Praça
5
O projeto foi concebido em conjunto com membros da Escola Nacional
Florestan Fernandes, apresentando-se em formato modular, o que propicia a
mobilidade de suas partes integrantes, de forma a configurar-se como propício a
modificações de acordo com o diálogo entre as partes envolvidas na construção.
Trata-se, portanto, de um projeto aberto à reconsiderações no decorrer da obra.
Consiste em um espaço composto de dois ambientes, o memorial
propriamente dito, cuja estrutura corresponde a uma cúpula geodésica, e uma praça
adjacente, integrada por bancos e um pergolado, o qual será responsável por
proporcionar cobertura contra a incidência solar, intensa no local.
6
3) Pesquisa e levantamento de dados acerca das possibilidades de drenagem
no local do memorial, tendo em vista a deficiência desta na plataforma onde será feita
a construção, o que prejudica a edificação do complexo, em curto e longo prazo.
6. Metodologia
7
O conhecimento técnico necessário para a elaboração do projeto, foi adquirido
com os próprios integrantes do coletivo, através de pesquisas em literatura
especializada, além de diálogo com professores e pesquisadores da FAUUSP.
Partindo do orçamento anteriormente realizado para a obra, tornou-se
pertinente rever a cotação dos materiais e, também, adicionar e/ou excluir do
orçamento aqueles que já haviam sido descartados do projeto. As formas de
construção e os materiais escolhidos buscaram ser o mais agroecológicos possível,
além de se encaixarem no formato do curso que será efetuado na fase construtiva da
obra.
8
visita à ENFF em 22/09/19, com presença da engenheira Ilse Heydt e o arquiteto Caio Boucinhas
foto: Francisco Barros
visita à ENFF em 22/09/19, com presença da engenheira Ilse Heydt e o arquiteto Caio Boucinhas
foto: Francisco Barros
9
Com auxílio de professores e pesquisadores da FAUUSP, foi possível
aprimorar nossos projetos estruturais, além de verificar se os processos construtivos
desses estavam em harmonia com a construção em mutirão. Os encontros se deram
em 27/03 e 29/05 no Canteiro Experimental da FAUUSP.
7. Desenvolvimento
a. drenagem
Logo em nossa primeira visita à Escola, a engenheira da ENFF, Ilse, nos
informou que para a concretização do projeto a drenagem do local a ser
implementado o memorial deveria ser resolvida, tendo em vista as soluções
intermitentes aplicadas na região. Na lateral direita do campo de futebol, foi feita uma
vala com uma enxada, atualmente assoreada. Além disso, o sistema instalado no
terreno do Memorial não apresenta manta e tubo drenante e, portanto, é ineficaz para
grandes fluxos de água.
A partir de então, voltamos nossos esforços para a elaboração da drenagem
do terreno, visto que esse fator inviabiliza a construção do Memorial. Nossa primeira
sugestão para o problema foi a construção de uma caixa de areia e uma escada
d'água onde atualmente fica a manilha (que está obstruída) no terreno.
croqui caixa de areia com indicações de entrada e saída das águas pluviais
croqui: Coletivo Caetés, novembro 2018
10
croqui de concepção do fluxo de águas e possibilidades de drenagem
11
autoria: coletivo caetés
região da escola a ser revitalizada. Nesse ângulo de visão, a nascente encontra-se a esquerda, o campo de
futebol, à direita.
foto: Bruno Machado
12
levantamento topográfico ENFF incompleto, COOPTRAES, setembro de 2007
13
nascente da ENFF em março de 2019
foto: Bruno Machado
14
Passando pelo interior do lote, o seu percurso terminaria no córrego Jacareí, que
contorna o terreno da Escola.
implantação ENFF com ligação nascente-córrego Jacareí, sinalizada em azul mais delgado
Coletivo Caetés, fevereiro de 2019
15
Croqui de concepção da canaleta a ser aplicada
Coletivo Caetés, outubro de 2018
local da ENFF em que o córrego articial passaria, com menos de 1,5m de largura. É possivel observar a
canalização que capta a água fluvial no telhado do edifício à direita e a conduz para o solo. Essa água, seria
incorporada pelo córrego.
foto: Bruno Machado
16
Em 16 de março de 2019, sábado, ocorreu um encontro com o topógrafo que
realizou o último levantamento da Escola, Adilson, com intuito de finalizar o
levantamento das curvas de nível no terreno. No entanto, não foi possível tirar os
pontos e fazer as medições devido a limitações de horário do professor, que tinha
somente o período da manhã disponível. Apresentamos a ideia do projeto
paisagístico e possibilidades da drenagem e então foi decidido que a medição seria
finalizada em encontro póstumo, necessariamente em algum dia de semana. Porém,
devido a incompatibilidade nos horários tanto do professor quanto dos membros do
coletivo, o encontro foi sendo adiado constantemente de maneira que ficou previsto
para o segundo semestre de 2019.
b. pergolado
17
encaixes pergolado inicial
Coletivo Caetés 2017-2018
18
Estudos de leonardo da Vinci sobre estruturas recíprocas
fonte: Codex Atlanticus
19
exemplo de pergolado pretendido, com pilares ainda em caráter experimental
foto: Coletivo Caetés, março 2019
onze diferentes combinações da recíproca com destaque nas duas escolhidas para estudo,
fonte:http://www.leonardome.com/en/the-origin/
20
Essa estrutura nos chamou atenção devido ao seu caráter interdependente,
tanto estruturalmente quanto construtivamente, fator simbólico e prático dentro das
premissas da escola. Ainda, proporciona uma otimização de material visto que
dispensa prego e parafuso, além de adequar-se ao esquema de mutirão. Ademais,
com as onze combinações diferentes, a oportunidade de alteração do projeto durante
o momento de construção torna-se tangível, resultado que converge com os objetivos
almejados.
Visando a utilização dessa nova forma de pergolado, o coletivo passou a
explorar possibilidades distintas entre as onze possíveis, das quais duas foram mais
estudadas. Para melhores resultados, imprimimos nossas próprias peças em MDF, o
que possibilitou o estudo tridimensional da estrutura e suas combinações, sendo cada
uma delas com 20cm de comprimento e 6mm de espessura. Como a escala não
estava definida, o grupo passou a cogitar alguns tamanhos para a peça real, sendo o
resultado final unidades de 1,20m de comprimento, com uma espessura de 15cm
aproximadamente, essa última ajustada fora da escala com a qual estávamos
trabalhando para garantir sua rigidez e não comprometer a estrutura. Chegamos à
essa medida final do módulo considerando um tamanho capaz de ser manipulado por
um indivíduo sem necessitar ser auxiliado por terceiros.
A fim de se obter mais detalhes e possibilidades construtivas dentro de um só
tipo de combinação, o grupo decidiu dedicar-se ao padrão 6, mostrado na imagem
acima. Tal padrão foi escolhido considerando o oferecimento de uma cobertura mais
homogênea, além de apresentar hexágonos em sua composição, dialogando com a
geometria da geodésica.
Para que fosse possível otimizar o projeto e torná-lo mais objetivo, julgamos
que seria benéfico definirmos um módulo dentro do mesmo padrão. Isto é, buscamos
recortar o padrão dentro de um desenho limitado, que pudesse ser recombinado entre
si, encadeando-se em uma corrente. A princípio, chegamos em um módulo com 30
peças, conforme figura abaixo.
21
módulo encontrado do padrão 6, com 30 peças
foto: Coletivo Caetés, abril 2019
22
junção de dois módulos pertencentes à combinação 6
foto: Coletivo Caetés, abril 2019
23
35m aproximadamente, achamos que no total, caberiam cerca de 6 módulos dentro
do canteiro, 792 peças no total, portanto. Seguindo a mesma lógica do encaixe entre
módulos que a primeira versão encontrada, a cada junção, suprimem-se 4 conexões
do próximo módulo. Assim, consideramos para efeito de cálculo 16 + (5 * 12),
chegando ao número de 76 pilares ao total.
24
Passado determinado tempo estudando o pergolado, no final de maio, após a
especificação do módulo com qual queríamos trabalhar, buscamos ajuda dos
professores do Canteiro Experimental. Dessa vez, nos reunimos com os professores
Reginaldo Ronconi, José Baravelli e com Fernando Palermo. Fomos questionamos
quanto ao material de execução do pergolado, sua durabilidade e resistência.
A direção da Escola já havia nos informado no início do projeto que, após a
construção de um edifício cultural dentro da Escola em bambu, ocorreram grandes
complicações na manutenção e que, diante disso, preferiam que estruturas
duradouras e de baixa manutenção fossem utilizadas no Memorial.
Ainda assim, o coletivo buscou um meio termo entre a agroecologia e a
preferência da ENFF e, como a geodésica já estava prevista para ser construída em
aço galvanizado, propusemos construir o pergolado em madeira como forma de
minimizar o impacto ambiental da obra.
Ao discorrermos sobre essa proposta para os professores, chegamos à
conclusão que, para o pergolado ter uma durabilidade satisfatória, é necessário
utilizar madeira nativa ou revestir compensados de madeira com determinado tipo de
resina. Essa última opção envolveria provavelmente derivados de petróleo em nosso
projeto e, assim sendo, se distanciaria da postura agroecológica buscada pelo
coletivo. Para mais, consideramos utilização de madeira plástica, uma espécie de
embutido de resíduos plásticos reciclados, material introduzido à nós pela Ilse, ou
mesmo a utilização de algum metal, como alumínio.
25
A fim de minimizar nosso impacto ecológico ao máximo, estipulamos como
prioridade fazer uso de madeira nativa no pergolado, ao invés de derivados de
petróleo ou metais.
Para testar a integridade da estrutura e estipular com precisão como será o
formato e a posição dos pilares na planta, surgiu a oportunidade de integração com o
Canteiro Experimental de obras para desenvolver um módulo do pergolado em escala
real. Com esses módulos, pretende-se a realização de oficinas práticas ao longo do
segundo semestre de 2019, na parte externa da FAU, aberta para a participação de
alunos e interessados. Como resultado do experimento, estima-se que seja
construído pelo menos uma parcela do pergolado concebido para a ENFF, de
maneira que este fique exposto por alguns dias ao ar livre, sujeito às intempéries do
ambiente e, portanto, testado de forma mais fiel quanto ao seu desempenho. Esse
desenvolvimento, ao mesmo tempo em que colaboraria com o projeto, também
serviria como material didático para o conjunto de disciplinas de Construção do
Edifício, a ser reutilizado nos próximos anos.
c. geodésica.
26
como uma sapata corrida. Com esta secção, a fundação aumenta sua área de
atuação mas também se mantém leve e diminui o uso de concreto.
27
exterior geodésica com lona, arquivo sketchup
propriedade Coletivo Caetés
28
interior geodésica vista 2, arquivo sketchup
propriedade Coletivo Caetés
29
exemplo de encaixe com cinco extremidades
ttps://www.youtube.com/watch?v=eTzKYlG6kvQ < acesso em 6 de agosto de 2019 >
fonte: h
exemplo de encaixe com seis extremidades feito com amarras de plástico e estrutura de PVC.
ttps://www.youtube.com/watch?v=eTzKYlG6kvQ < acesso em 6 de agosto de 2019 >
fonte: h
30
geodésica de frequência 3. como se observa, as conexões ocorrem entre seis b
arras e entre cinco.
ttps://www.youtube.com/watch?v=eTzKYlG6kvQ < acesso em 6 de agosto de 2019 >
fonte: h
Assim, nos encontros entre seis barras, todas atravessariam um anel circular
com seis furos, da mesma forma que, no encaixe de cinco barras, seria feito com
cinco furos.
Esse modelo de encaixe foi principalmente considerado devido à sua
adequação ao processo de construção coletiva, inclusive com a participação de
pessoas inexperientes. Para iniciar a montagem, faz-se o perímetro da base no solo,
fixando suas barras entre si.
31
Continuando, fixa-se a, em cada anel no solo, as barras verticais.
Essas, por sua vez, são conectadas por outras barras horizontais.
32
E o processo se repete até sua conclusão.
8. Conclusões
33
contexto social em que vivemos e não estarmos apáticos quanto aos impactos que
nossa atividade provoca na sociedade. É importante ressaltar que a escolha da
técnica tem recorte social pelo trabalho humano que emprega e recorte ambiental
pelo impacto que gera, sendo portanto um ato de alcance que extrapola o canteiro de
obras.
Desse modo, a construção de um Memorial ao Dr. Sócrates, portando a
emancipação do trabalho como um dos principais objetivos, se mostra importante
como um ato contra a arquitetura puramente conceitual. Ademais, nos proporciona a
chance de expressar nosso conhecimento acadêmico na sociedade de forma
conjunta àqueles que estão diariamente fazendo uso do produto final do projeto.
Para a próxima fase do projeto, espera-se que a parceria com o Canteiro
Experimental da FAUUSP prospere, de forma a conseguirmos executar,
primeiramente, parte do pergolado em tamanho real, além de protótipos da
geodésica, com objetivo de experimentarmos as técnicas construtivas propostas e
verificarmos a viabilidade de sua execução. Isso ocorrerá através de oficinas práticas
sobre métodos construtivos, abertas à todo interessados, acarretando uma maior
aproximação com um assunto que, comumente, só vemos em teoria.
Ademais, pretende-se que os estudos sobre a drenagem fluvial e pluvial sejam
aprofundados e detalhados, de forma que a instalação do sistema de drenagem em si
seja efetuada até o final de 2019. Assim, permite-se que no primeiro semestre de
2020, realize-se a obra em forma de canteiro-escola, contando com a participação
dos bolsistas, demais participantes do Coletivo Caetés, funcionários e alunos da
ENFF, brigadistas do MST e indivíduos que tiverem interesse.
Como resultado final, espera-se a realização de um artigo científico com a
sistematização dos principais resultados da experiência, visto como uma contribuição,
tanto para comunidade acadêmica quanto para os que não possuem um contato
direto com esta, para que métodos alternativos, horizontais de se realizar e conceber
uma obra possam ser mais difundidos e aplicados pelo país.
9. Bibliografia
35
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO
Programa Unificado de Bolsas 2019
1. Título
2. Resumo
3. Justificativa
4. Resultados Anteriores
A segunda fase - já sob orientação da Profa. Dra. Karina Leitão avançou no detalhamento -
em desenho - das estruturas e encaixes tanto da cúpula geodésica, que abriga o espaço do
memorial em si, quanto do pergolado que acompanha o espaço adjacente à cúpula. Nessas
primeira e segunda fases, foi definido que tal pergolado será estruturado com vigas recíprocas
de madeira, uma vez que isso possibilitaria um processo coletivo de construção dinâmico,
além de minimizar os materiais necessários para a estrutura, como ilustrado no modelo em
escala produzido junto do Laboratório de Culturas Construtivas - Canteiro Experimental da
FAU, com o apoio do professor Reginaldo Ronconi e Pesquisador Fernando Palermo.
5. Objetivos
6. Métodos
Este projeto de extensão será realizado pelo Coletivo Caetés – grupo formado por estudantes
de graduação da Universidade de São Paulo, que tem como intuito construir formas mais
horizontais de projetos, ideias e ações e que desde 2016 atua com o MST – e ocorre no
âmbito do Laboratório de Habitação e Assentamentos Humanos da FAUUSP (LabHab), com
apoio do Laboratório de Culturas Construtivas - Canteiro Experimental (LCC). O LabHab atua
desde 1997, com a intenção de interligar atividades de ensino, pesquisa e extensão
universitária em um mesmo espaço, dando prioridade à formulação de alternativas para as
demandas habitacionais, urbanas e ambientais que visem a inclusão social.
Dessa forma, este projeto de extensão conta com a infraestrutura do laboratório e seu acervo.
Além disso, conta também com a infraestrutura do Canteiro de Espaços Experimentais para
a Arquitetura da FAUUSP, onde é possível a realização de testes e produção de protótipos
construtivos. Como a construção ocorrerá na ENFF, essa disponibilizará todo o material
necessário para a realização da construção, bem como a infraestrutura necessária para a
realização de todas as atividades previstas durante o curso.
Como método, no primeiro semestre do projeto (segundo semestre de 2019), serão
realizadas oficinas abertas no canteiro experimental da FAUUSP com o auxílio de professores
e funcionários da faculdade. Protótipos da geodésica e do pergolado hão de ser executados
de maneira conjunta, como serão feitos no mutirão, por membros do Coletivo Caetés e outros
alunos interessados, com objetivo de experimentarmos as técnicas construtivas propostas e
verificarmos a viabilidade de sua execução.
No segundo semestre (primeiro de 2020), está prevista a realização da obra em forma de
canteiro-escola, contando com a participação dos bolsistas, demais participantes do Coletivo
Caetés, funcionários e alunos da ENFF, brigadistas do MST e demais indivíduos que tiverem
interesse.
9. Cronograma de Execução
1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6
Finalização da drenagem
Finalização da obra
Relatório Final
10. Outras informações relevantes
Ressalta-se que esta é terceira fase da segunda etapa do projeto do Complexo Esportivo Dr.
Sócrates Brasileiro, que já contou com apoios do Programa Unificado de Bolsas da
Universidade de São Paulo (em 2018 e 2019), e que, antes disso, teve início sem recursos
ou apoio financeiro, contando apenas com o trabalho voluntário de extensão do coletivo
Caetés, coordenado pela Profa Karina Leitão.
11. Bibliografia
BARROS, Francisco T. Formação Profissional da Construção Civil: experiências em busca
da ‘desalienação’ do trabalho. 2012. 788 f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia da
Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São
Paulo, São Paulo. 2012.
BOFF, Clodovis. Como trabalhar com o povo: metodologia do trabalho popular. Petropólis:
Vozes, 1985.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São
Paulo, Paz e Terra, 1996.
FERRO, Sérgio. Arquitetura e trabalho livre. ARANTES, Pedro Fiori (Organização e
apresentação). Posfácio de Roberto Schwarz. São Paulo: Cosac Naify, 2006. 456 p. ilustrado
PIZETTA, A. J. A formação política no MST: um processo em construção. Revista OSAL,
Buenos Aires, ano VII, n. 22, set. 2007.
RONCONI, Reginaldo Luiz Nunes (2005). Canteiro experimental: uma proposta pedagógica
para a formação do arquiteto e urbanista. Pós. Revista do Programa de Pós-Graduação em
Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP.
PROJETO DE CULTURA E EXTENSÃO
EDITAL PUB USP 2019-2020 | FAUUSP
Maio de 2019
Pesquisador colaborador: Francisco Toledo Barros Diederichsen | POS DOC FAU USP
Resumo .......................................................................................................................2
Justificativa .................................................................................................................2
Objetivo ......................................................................................................................3
Métodos .....................................................................................................................3
Detalhamento das atividades a serem desenvolvidas pelo(s) bolsista(s).......................4
Resultados previstos e seus respectivos indicadores de avaliação ................................4
Cronograma de execução ............................................................................................5
Bibliografia .................................................................................................................5
RESUMO
O presente projeto de extensão universitária busca contribuir com as comunidades de
camponeses da reforma agrária moradoras em assentamentos localizados na Grande São
Paulo – há três deles - para que possam dar vazão – comercializar - sua principal função
social: a produção de alimentos saudáveis para a população em geral. Para tanto, estão
planejadas atividades de elaboração de projetos para a edificação – com técnicas de
baixo impacto ambiental / construção agroecológica - de espaços urbanos para a venda
e distribuição desses produtos. Outra ação também importante é a contribuição interna
aos assentamentos próprios com a elaboração de “planos participativos de turismo
camponês”, onde deverão ser organizados roteiros para visitação de espaços de
interesse, dentre os quais lotes específicos de produção, para comercialização direta, na
porta da casa. Por fim, busca-se avançar na sistematização de um “desenho camponês”
para estes espaços, de modo que se remeta, ao neles adentrar, às benéfices espaciais e
culturais da vida rural.
JUSTIFICATIVA
2
verificar a possibilidade da realização de atividades conjuntas nesse sentido, de pesquisas
aplicadas com tais fins: melhoria dos espaços nas cidades para se vender, com a melhoria
das soluções arquitetônica para lojas, armazéns e entrepostos moveis de feira, com
projetos e comunicação visual que trouxessem aos compradores melhor compreensão de
que ali se trata de um lugar – específico – de venda de produtos de políticas públicas, com
especial interesse social, da reforma agrária e sem a aplicação de agrotóxicos.
Outro fato de impacto é a atual desarticulação das famílias camponesas, que por
vezes competem – quando poderiam cooperar – para a recepção de visitantes: há uma
demanda por este tipo de turismo. Ou seja, sua organização comunitária e articulada, em
forma de rede tenderia a lhes deixar ainda mais fortes.
OBJETIVO
MÉTODOS
O projeto estrutura-se segundo os três eixos citados e que deverão ser desenvolvidos, em
parte, simultaneamente. Para a consecução dos seus objetivos a pesquisa requer ações
relacionadas à: coleta de dados locais com as populações das comunidades rurais;
3
levantamentos dos possíveis espaços de comercialização; estudo das atuais lojas –
armazéns do campo – para busca de uma padronização estética.
4
Espera-se, portanto, conseguir alcançar contribuição para o “aumento das vendas” das
famílias como um todo, agora fornecedoras de espaços com melhor identificação e
encontro.
CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
MESES
ATIVIDADES
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
OBJETIVO 1 – ETAPA DE LEVANTAMENTOS
OBJETIVO 1 – ETAPA DE PROTÓTIPOS
OBJETIVO 1 – ETAPA DE PROJETO
OBJETIVO 2 – ETAPA DE RECONHECI/O
OBJETIVO 2 – ETAPA DE PLANEJA/O
OBJETIVO 2 – ETAPA DE DESENHO MAPA
OBJETIVO 3 – ETAPA DE RECONHECI/O
OBJETIVO 3 – ETAPA DE PROPOSIÇÃO
OBJETIVO 3 – ETAPA DE PRODUÇÃO GRAF.
ELABORAÇÃO DE RELATÓRIO FINAL
BIBLIOGRAFIA
KAPP, Silke. Grupos sócio-espaciais ou a quem serve a assessoria técnica. Rev. Bras. Estud.
Urbanos Reg., São Paulo, v.20, n.2, p.221-236, Maio-Ago 2018.
MINKE, Gernot. Building with Earth. Basel, Berlin, London: Birkhäuser, 2006. 198 p.
5
Relatório Final para o Programa Unificado de Bolsas de Estudos
para Apoio e Formação de Estudantes de Graduação (PUB-USP)
Relatório elaborado pelas alunas: Barbara Camucce Santana, Deborah Oliveira Caseiro e
Orientador: Prof. Dr. Reginaldo Luiz Nunes Ronconi - USP 2033442 – Coordenador do LCC
1. INTRODUÇÃO
Muitos dos encaminhamentos dados pelo poder público para essas questões estão
associados à responsabilização das empresas geradoras pela adequada destinação dos
resíduos, o que se configura como uma estratégia importante. No entanto, a correta
destinação por si só ainda não soluciona o problema da existência e o acúmulo desse
material. Por esse motivo, os aterros sanitários de RCC são concebidos como reservas,
onde o material deverá ser recebido, triado e disposto por tempo determinado, para que
pudesse então ser reciclado, por exemplo como agregado, como diz a norma ABNT
15113/2004.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
_A Resolução nº. 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) de 2002, define
RCC como aquele proveniente de “ construções, reformas, reparos e demolições de obras
de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como:
tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas,
madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros,
plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras,
caliça ou metralha (ABNT NBR 15114 (2004). Segundo o Art. 3º Os resíduos deverão ser
classificados para fins de reciclagem da seguinte forma:
II - Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como plásticos,
papel, papelão, metais, vidros, madeiras, embalagens vazias de tintas imobiliárias e gesso;
(Redação dada pela Resolução nº 469/2015).
III - Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou
aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação;
(Redação dada pela Resolução n° 431/11).
A resolução define também um conjunto de áreas de manejo para os RCC e como deve ser
a destinação de cada tipo de resíduo nessas áreas. (PGIRS da cidade de SP) já que para
esse tipo de resíduo é proibida o descarte em aterros de resíduos sólidos urbanos. Também
é importante ressaltar a proibição de seu descarte em áreas de "bota fora", em encostas,
corpos d'água, lotes vagos e em áreas protegidas por Lei. (nova redação dada pela
Resolução 448/12) artigo 4o § 1º). O RCC, portanto, deve ser destinados à aterros
específicos e tecnicamente adequados para receber resíduos classe A, visando a reserva
dos materiais segregados de forma a possibilitar seu uso futuro ou futura utilização da área
- sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente e devidamente licenciado pelo
órgão ambiental competente; (nova redação dada pela Resolução 448/12).
2.2. Normas
Para a produção dos Tijolos de RCC fizemos uso da ABNT NBR 10833/2012 : Fabricação
de tijolo e bloco de solo-cimento com utilização de prensa manual ou hidráulica -
Procedimento. A norma orienta os procedimentos de dosagem, mistura, moldagem, cura,
armazenamento e transporte dos tijolos.
Para o preparo dos prismas para ensaios de compressão obtivemos as informações
necessárias a partir do Item 6 da Norma NBR15812-3 para blocos cerâmicos, que inclui
especificações para: Construção do prisma, Assentamento dos blocos, Grauteamento,
Capeamento, Cura e Transporte. A execução do ensaio está descrita no item 6.3 da mesma
norma, embora, os testes tenham sido operados pelos técnicos do laboratório de
construção civil da escola politécnica, com nosso acompanhamento. Para analisar os
resultados obtidos no teste de compressão, no entanto, fizemos uso da norma ABNT NBR
8491, para solo-cimento.
Para os testes de absorção de água usamos como referência a Norma ABNT NBR 8492:
Tijolo de solo-cimento - Análise dimensional, determinação da resistência à compressão e
da absorção de água - Método de ensaio. Os Itens 3.2 e 4.4 especificam as condições em
que deve estar o tanque para a imersão dos tijolos, como deve ser executado o ensaio e os
materiais necessários. Para analisar os resultados obtidos no teste de absorção de água,
usamos como referência a norma ABNT8491: Tijolo de solo-cimento - requisitos.
2.3. Processo
Fizemos uso de dois estudos para orientar nossa produção. O primeiro chamado: A
Produção de elementos construtivos a partir de material reciclado, da estudante
Paula Carneiro Romagnoli e orientação da professora Erica Yukiko Yoshiba, se trata
de um Trabalho Final de Graduação, realizado também no Canteiro Experimental da
FAUUSP e estudou o resíduo cerâmico de construção civil para a produção de
tijolos. O segundo trabalho foi a Dissertação de Mestrado realizado na Universidade
Estadual Júlio de Mesquita Filho, realizado pela Márcia Ikarugi Bomfim de Souza
chamada Análise de Adição de Resíduos de Concreto em Tijolos prensados de
Solo-Cimento. Além disso, para a produção dos tijolos nos orientamos pela
experiência do técnico do canteiro experimental da Fau, o Romerito e de nosso
orientador Reginaldo Ronconi, que já tinham experiência na produção de tijolos de
solo-cimento.
3. METODOLOGIA E PROCESSO
A partir desse levantamento sobre o estado da arte do uso de RCC e os trabalhos que o
utilizavam como matéria de pesquisa, fomos ao canteiro investigar e desenvolver uma
metodologia para a produção desses tijolos prensados. Com o objetivo de conseguir
produzi-los com o menor traço de cimento cumprindo exigências de resistência e absorção
de água, a intenção inicial era fazer testes com tijolos compostos por 4%, 6%, 8% e 10% de
cimento.
Demolimos uma parede, construída por outros estudantes em uma outra atividade no
Canteiro Experimental, de origem e de medidas conhecidas para conseguirmos relacionar o
volume construído, o volume demolido, o volume triturado e a quantidade de tijolos
produzidos. A parede tinha 174 cm de largura, 119 cm de altura e 9cm de profundidade,
com aproximadamente 200 tijolos maciços de barro cozido assentados com argamassa de
cimentos e areia de aproximadamente 2 cm de espessura.
Com uma marreta, demolimos a parede, seus fragmentos foram coletados em latas de tinta
de 18L e pesados. Por estarem presentes em todos os canteiros de obra e já serem itens
de medição incorporados nos trabalhos da construção civil, decidimos incorporá-las também
como nosso medidor padrão.
Todas as latas foram pesadas em uma balança e esses valores, registrados. A parede
demolida resultou em 20 latas de 18 L de entulho (360.000 cm3), ou seja, quase 2 vezes o
volume da parede (186.354 cm3) e um total de 269,55 kg.
Devido a deformação que as latas de alumínio estavam sofrendo pelo manuseio do resíduo,
construímos uma caixa de madeirite naval plastificado com o mesmo volume.
Essa deformação não é um problema para a fabricação dos tijolos, mas para fins de
pesquisa acadêmica, optamos por uma "lata" de material mais rígido que garantisse
precisão de medida.
A partir de uma lata de resíduo bruto recém pesada, pesamos sua parte peneirada e a parte
retida na peneira - a qual chamamos de resto. A parte peneirada, aproveitada para
prensagem, resultou em 66,73% do resÌduo bruto, ou seja 156.147,2 cm3, equivalente a 8
latas.
Medimos a umidade do resíduo antes das prensagens dos tijolos para controlar a
quantidade de água adicionada na mistura. A medição foi feita com uma panela de metal,
um maçarico e uma balança. 100 g do resíduo peneirado foi pesado antes e depois de ser
aquecido por 5 minutos e a diferença das massas resultantes de cada pesagem representa
a porcentagem de umidade presente no material. Houve uma variação de 4% de água na
amostra para 5%.
Achamos que a medição de umidade poderia ser interessante depois de duas experiências
de realização da mistura (de resíduo com cimento) em dias diferentes, quando percebemos
que a quantidade de água adicionada às misturas havia sido um pouco diferente de um dia
para o outro. A pequena variação, de 4% para 5%, mostrou que a umidade do ar não
influencia substancialmente nessa parte do processo.
O espaço de trabalho foi organizado para que pudéssemos executar em sequência todas as
etapas que antecedem a prensagem, o que melhorou a produtividade da fabricação.
Usamos uma masseira para fazer a mistura das partes de resíduo, cimento e água até um
ponto relativamente úmido para depositá-la na argamassadeira. O traço de cimento
escolhido para os primeiros tijolos foi de 10% - nove latas de resÌduo para uma de cimento.
Prensa manual
Os tijolos devem ser curados por 28 dias em câmara úmida. Colocamos eles, então, em
uma lona impermeável fechada com uma fina camada de água durante esse período.
Para a verificação dos possíveis usos dos tijolos, os submetemos à testes de compressão e
de absorção de água. Os testes foram feitos tanto nos blocos individualmente quanto em
prismas de quatro tijolos. Construímos 4 prismas e os capeamos com uma camada de 3
mm de gesso, segundo a norma técnica NBR15270-2 - Componentes Cerâmicos - Blocos e
Tijolos para Alvenaria - Parte 2: métodos de ensaios.
O teste de resistência à
compressão foi realizado pela
prensa hidráulica seguindo a
norma técnica NBR15270 - 2.
Foram realizados dois tipos de
ensaios, sobre os tijolos
unitários e os prismas - sendo
estes realizados a fim de
simular os esforços de compressão sobre uma parede.
É interessante dizer que essa situação gerada pelo capeamento de gesso desnivelado nos
trouxe o conhecimento do Soft Board, um papel comumente utilizado na realização de
testes de compressão no lugar do gesso. Não encontramos normatização sobre isso e
optamos por continuar com o uso do gesso.
O teste de absorção de água foi realizado segundo a NBR 8491. Para tanto, os tijolos de
5% e 10% foram colocados em câmara de ar durante 24 horas para secagem absoluta, para
então serem pesados. Em seguida, foram submetidos à imersão em água durante 24 horas
e foram pesados novamente.
4. RESULTADOS E ANÁLISES
Absorção de água
Observação: O capeamento dos tijolos foi feito segundo a norma NBR 15812-3, onde está
especificado que a espessura do capeamento deve ser homogênea e não exceder 3mm de
espessura. O primeiro prisma testado não apresentava superfície homogênea, de modo que
os esforços aplicados não foram distribuídos ao longo de toda a superfície do tijolo, mas sim
de maneiro desigual nas partes de maior relevo do capeamento. Isso causou a ruptura do
corpo de prova sob uma força de compressão muito abaixo dos resultados apresentados
nos outros prismas testados. Essa primeira experiência nos levou a lixar todos as
superfícies dos outros prismas capeados, garantindo a maior homogeneidade possível. No
laboratório fomos informados sobre a prática do uso do papel Soft Board para substituir a
necessidade de capear os tijolos, já que o papel faria a mesma função de distribuição da
carga ao longo da superfície.
Para os testes de absorção de água usamos como referência a Norma ABNT NBR 8492 :
Tijolo de solo-cimento - Análise dimensional, determinação da resistência à compressão e
da absorção de água - Método de ensaio. Os Itens 3.2 e 4.4 especificam as condições em
que deve estar o tanque para a imersão dos tijolos, como deve ser executado o ensaio e os
materiais necessários.
Para analisar os resultados obtidos no teste de absorção de água, usamos como referência
a norma ABNT8491: Tijolo de solo-cimento - requisitos. Segundo ela, a amostra ensaiada
de acordo com a norma ABNT NBR 8492 não pode apresentar a média dos valores de
absorção de água maior do que 20% nem valores individuais superiores a 22%, com idade
mínima de 7 dias. Portanto, os tijolos produzidos com traço de 10% por apresentarem como
média um valor de 21,13% e valores individuais superiores a 22%, não atendem à
exigência da norma. Já os tijolos de 5% apresentam como média o valor de 19,21% e
valores unitários abaixo de 22% e portanto atendem à exigência determinada pela norma.
No entanto, cabe comentar que embora a norma especifique que o teste de absorção seja
realizado em 3 tijolos, ao avaliar a grande variação de resultados obtidos nos testes dos
tijolos de 10%, seria importante realizar o mesmo teste para um número maior de tijolos,
para assim garantir como resultado uma média mais equilibrada.
5. CONCLUSÕES
Um dos objetivos traçados no início da pesquisa foi a de realizar uma cartilha contendo a
descrição do processo de produção dos tijolos desde a etapa de seleção e triagem do
resíduo a ser utilizado até a descrição do maquinário necessário, a especificação dos tijolos
e sua indicação de uso. Essa cartilha teria a intenção de servir como um material didático
simples e claro que permitisse a difusão e a reprodução do processo pela população. A
cartilha, no entanto, não pôde ser produzida por falta de tempo. Isso, porém, não se
configura como um problema, mas sim como um indício da necessidade de que a pesquisa
tenha continuidade - a partir e com base em toda a experiência acumulada nessa primeira
fase.
Após o ano de trabalho fica, portanto, latente o desejo e a necessidade de que a pesquisa
seja aprofundada e que assim, alguns dos resultados obtidos possam ser melhor
investigados ou revisitados.
Seria interessante, por exemplo, produzir e testar a resistência de misturas com outros
traços de cimento, controlando a variação do preço unitário desse tijolo, de modo a
encontrar a melhor relação custo-benefício entre porcentagem de cimento utilizado (e
portanto, custo adicionado) e a resistência do bloco obtido.
Outro teste importante seria a utilização de uma prensa hidráulica - ao invés da prensa
manual - de modo que pudéssemos conhecer a diferença na resistência obtida dessa
mesma mistura de tijolo para as duas prensas. A depender dos resultados, talvez se
mostrasse interessante o investimento em uma prensa hidráulica, ainda que isso represente
um custo maior de maquinário.
Por fim, as últimas questões levantadas foram sobre a possibilidade de utilizar outros
agregados de RCC na mistura do tijolo prensado e a possibilidade de passar esse tijolo por
uma segunda queima.
Essas observações ficam aqui registradas para que possam ser incorporadas pelos
próximos estudantes que darão continuidade ao presente trabalho.
artigo em elaboração - estrutura geral
_________________________________________________________________________
“Do entulho de volta ao tijolo: reciclagem de resíduos sóli-
dos da Construção Civil para uso social”
Autores: Barbara Camucce Santana, Deborah Oliveira Caseiro, Francisco Toledo Barros, José Eduardo Bara-
velli, Lorena Ávila Bernardes, Reginaldo Ronconi
Resumo
(elaborar ao final)
Introdução e Justificativa
imagem 1: estudantes trabalhando na construção de casa cúpula catenária, 1999; imagem 2: estudantes…., xyz.
1
indicar aqui a crise ambiental de aquecimento…. desmatamento…. espécies…. e como a construção civil impacta nesse
quadro…. a indicar que pouco ou quase nada precisa ser “importado do campo”, mas já tem-se o suficiente nas cidades paea
construir. citar dados do entulho produzido pela cidade….
2
falar aqui da redução de postos de trabalho na construção civil nos últimos anos e o desemprego geral na RMSP.
(inserir outra foto de estrutura que foi demolida)
fotos: arquivo LCC
Imagem 3: detalhe do entulho resultante dos trabalhos demolidos; Imagem 4: pó resultante da trituração dos en-
tulhos, produzido em moinho no Canteiro experimental.
À época, a produção não foi criteriosamente controlada e não foram verificadas e me-
didas suas principais características construtivas, tais como resistência à compressão e índices
de absorção de água. O objetivo era ao menos demonstrar sua exequibilidade, pois os tijolos
3
originários de exercícios erguidos pelos estudantes em alvenaria composta principalmente por material cerâmico cozido de
tijolos maciços e blocos furados assentados com argamassa de cal, areia e cimento.
foram utilizados em paredes da sede - no próprio canteiro experimental - do Laboratório de
Culturas Construtivas - LCC da FAU USP, conforme vê-se nas fotos a seguir.
Imagem 5: tijolos produzidos em 20xys, com furos; Imagem 6: tijolos assentados em trecho de parede da sede do
LCC no Canteiro Experimental da FAU USP, em 20xyz.
(foto de corpos de prova da Paula e a tabela que ela usou para fazer a comparação com
os blocos).
A atual fase de pesquisa, iniciada em setembro de 2018, com a participação dos autores
do presente artigo, a partir de um projeto…. (O PUB).... é que resolveu-se avançar nas experi-
ências, a buscar, além de um melhor controle do processo de produção, verificar as quantidades
mínimas necessárias de uso do cimento, por duas razões. Primeiramente pelo menor custo final,
com a economia de sua utilização, de modo direto, e pelo interesse de se aplicar apenas o es-
tritamente necessário por questões ambientais, pois o processo produtivo do cimento resulta
em grande impacto ambiental4
Ou seja, o objetivo é aplicar o princípio cunhado pelo arquiteto Tomaz Lotufo: “É
quase como dizer que o cimento é uma tinta de ouro. Vamos utilizar ele como se fosse uma
coisa muito preciosa, com respeito”(vídeo casa sustentável, por sesc TV, 2013). Ou seja, so-
mente onde for estritamente necessário, onde outro material não possa o substituir.
Nesse sentido, na busca do mínimo uso de cimento, é que produzimos três famílias de
tijolos: 0% de cimento, 5% e 10%, a fim de encontramos a capacidade de carga para alvenarias
de vedação, com xyz de Mpa.
Outra diferença desta fase de pesquisa é a produção de tijolos maciços, em vez dos
furados, para poder alcançar mais capacidade de carga, por maior massa distribuída, devido a
maior área de contato.
mas vimos que há ainda grande utilização de cimento…. dado que há grande variabili-
dade da qualidade dos resíduos, assim, como garantia opta-se por colocar mais cimento….
Os blocos são de uma forma alta e fina vazada exige mais cimento…. e é uma boa
alternativa, pois muito se vê nas fábricas de blocos na periferia…. assim optou a Paula.
Mais uma vez, de modo diferente, optamos pelos tijolos maciços…. e o único local
encontrado - que tivemos notícia - que teve aparentemente bons resultados com tijolos maciços
também prensados, assim como fizemos …. foi a prefeitura de xyz….. no sul….
Também, em visita à empresa na zona sul de São Paulo…. pedra verde…. tijolos….
(ver com o André as quantidades).
Como antes indicado, optamos assim fazer pois diante do desenho maciço imaginamos
conseguir taxas de maior resistência… além de trilhar no caminho dos “tijolos ecológicos”....
de terra com cimento - exemplo da ENFF, maior parque construído com terra crua do país, com
xyz m2.
4
colocar aqui trecho do artigo ou da tese mesmo do chicó quando fala da construção agroecológica.
Ou seja, já há uma experiência já difundida culturalmente e com maquinário já bem
desenvolvido…. há diversas empresas que vendem….
a substituição da terra pelo RCD crê-se ser algo simples, e que pode ser alternado. Na
falta de um utiliza-se o outro…. já que ambos materiais são comuns e fartos nas cidades brasi-
leiras (colocar numero que a paula pesquisou).
De modo paralelo à pesquisa de laboratório, ao passo que eram produzidos e testados
os tijolos, a equipe de pesquisadores observou e identificou os custos e os métodos para sua
produção a verificar a compatibilidade para sua real inserção social. Ou seja, com a verificação
dos custos de produção, detalhando-se o valor do trabalho, do maquinário e dos materiais, a
partir de insumos objetivos…. percebemos se sua apropriação por comunidades ou coletivos
de construtores tornar-se-ia em algo viável.
Sua real aplicação foi assunto de diálogos com comunidades urbanas5 e rural6 formadas
por trabalhadores de baixa renda, onde encontra-se mais presente o quadro de desemprego,
bem como da necessidade social de sua utilização para moradia ou equipamentos de uso cole-
tivo, verificou-se haver aderência às condições solidárias de produção ensaiadas.
Método
Resultados
● processo produtivo
● custos - colocar aqui o valor que o André cobra por um caminhão do entulho peneirado
que chega para eles lá
● resistência física - testes na PCC USP
● crítica à apropriação “popular”
Bibliografia
5
jardim helian, na Zona Leste…. e comunidade do “Jardim União”, na Zona Sul de São Paulo.
6
Comuna da Terra Irmã Alberta, e Assentamento Rural Dom Pedro Casaldáliga, demanda….. habitações e
TARCÍSIO DE PAULA PINTO, METODOLOGIA PARA A GESTÃO DIFERENCIADA DE
RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO URBANA
EMENTA
OBJETIVOS
A disciplina busca construir junto ao estudante critérios para a escolha de soluções tecnológicas adequadas
e possibilitar a vivência de processos de projeto, planejamento e construção u lizando materiais na sua
escala natural es mulando a visão crí ca do próprio trabalho.
Além disso, visa mostrar materiais cuja fabricação u liza maior quan dade de energia e exige maior
controle tecnológico e, por meio das visitas técnicas, incen var a reflexão sobre aspectos diversos da cadeia
produ va.
PROGRAMA
AULA DATA TEMA CONTEÚDO
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Os grupos de trabalho (formados por 5 ou 6 pessoas cada) serão organizados pelos professores e monitores,
aleatoriamente e podem ser diferentes no T.1 e T.4.
Os relatos individuais são produções escritas de até 2 páginas, incluindo análises de imagens e devem
responder as questões dirigidas sobre os respec vos temas, relacionando as visitas aos conteúdos
trabalhados nas aulas. As questões dirigidas serão formuladas pelos professores e monitores e serão
disponibilizadas oportunamente no ambiente Stoa. As entregas dos arquivos eletrônicos também serão
feitas no Stoa, por meio de tarefas abertas nas datas das entregas.
2
As avaliações seguirão os seguintes pesos:
Trabalhos Tema Peso
T1 (grupo 6p) Exercício constru vo: argamassa armada 25%
T2 (individual) Relato: Terra Crua e Cerâmica 20%
T3 (individual) Relato: Cimento 20%
T4 (grupo 6p) Projeto e Exercício constru vo em argamassa armada 35%
Não haverá recuperação, tendo em vista que a disciplina é pautada pelo processo de trabalho.
BIBLIOGRAFIA
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Projeto, 1990.
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BALLARIN, Adriano Wagner. Argamassa armada definição , histórico e desenvolvimento. São Paulo: ABCP, 1987.
BONDUKI, Nabil. Arquitetura e habitação social em São Paulo - 1989 - 1992. São Carlos: Universidade de São Paulo /
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HANAI, João Bento de. Construções em argamassa armada - Fundamentos Tecnológicos para projeto e execução. São
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PORTO, Cláudia Estrela (org.). Olhares: visões sobre a obra de João Filgueiras Lima. Brasília: Editora da UnB, 2010.
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VILLAÇA, Flavio. O que todo o cidadão precisa saber sobre habitação. São Paulo: Global Editora, 1986.
VILLALBA, Antonio Castro. Historia de la construcción arquitectónica. Barcelona: Edicions UPC - Universitat Politècnica
de Catalunya, 1996.
3
PARA PROFESSORES E MONITORES…
Fundamentos gerais
Exercício em grupo de até 6 pessoas para execução de peças de argamassa armada, u lizando-se de fôrmas
e armaduras já preparadas pelo técnico do Canteiro Experimental.
Pretende abordar a técnica que se u liza de materiais industrializados (aço, cimento, placas de
componentes de madeira) e outros de extração natural (areia) e relacioná-la a algumas técnicas discu das
no 1º semestre, par cularmente na visita às edificações da ENFF (Escola Nacional Florestan Fernandes -
MST).
Produto (T.1): registro do processo constru vo (mistura dos componentes da argamassa, lançamento,
adensamento; armadura; fôrma e desfôrma; pega e cura) com fotografias e esquemas explica vos.
Formato: relatório A4 de 2 a 4 páginas, entrega de arquivo eletrônico no Stoa.
Aulas exposi vas, organizadas a par r de dois vídeos - um sobre a taipa de mão e outro sobre diferentes
processos de produção do jolo - e visita à fábrica de blocos estruturais Selecta em Itu – SP.
Pretende-se abordar o processo produ vo de um elemento aparentemente simples - o jolo - que u liza
pra camente a mesma matéria-prima das técnicas em terra crua, mas que já passa por um processo de
padronização e norma zação para produção industrial.
Produto (T.2): registro individual da visita à fábrica de blocos Selecta, abordando as fases do processo
produ vo (da extração das argilas à expedição do produto) e relacionando-o às discussões em sala de aula
feitas a par r dos filmes. Formato: relatório A4 com até 2 páginas, entrega de arquivo eletrônico no Stoa.
Aulas exposi vas com u lização de material audiovisual sobre o processo de fabricação tradicional da cal
(no Vale do Ribeira) e processo de fabricação industrial do cimento, bem como sobre sua aplicação em
concretos e argamassas na arquitetura. Visita à ABCP (e ao showroom de exemplos arquitetônicos
existentes no espaço da associação).
Pretende introduzir os estudantes ao cimento e suas aplicações na arquitetura, com ênfase nos processos
de moldagem in-loco e de pré-fabricação.
4
Produto (T.3): registro individual da visita à ABCP, abordando os vários exemplos e vários usos do cimento,
relacionando-os às discussões em sala de aula sobre concreto armado e protendido. Formato: relatório A4
com até 2 páginas, entrega de arquivo eletrônico no Stoa.
Exercício prá co de mais longa duração (4 semanas), realizado no canteiro experimental e que pretende
tratar da técnica da argamassa armada, desde o processo de projeto da peça, concepção e fabricação da
fôrma na perspec va de uma produção seriada, armação, mistura da argamassa e lançamento,
adensamento, cura e desforma.
O exercício deve par r de contextos que estão fora do ambiente da nossa disciplina: ou trabalharemos
soluções para ocupações de edi cios no centro de São Paulo (ocupações ou obras em andamento), ou
soluções de mobiliário urbano, integradas ao trabalho de paisagismo. Nesses contextos externos,
estudantes terão as referências para elaborar os programas e os projetos.
Produto (T.4): relatório do processo de projeto e de produção do objeto (um componente constru vo ou
um mobiliário urbano), com jus fica va da u lidade, desenhos de projeto de concepção e produção
(fôrmas, armadura), imagens do processo e avaliação crí ca. Formato: relatório A4 com até 10 páginas,
entrega de arquivo eletrônico no Stoa.
5
às margens do espaço construído:
o saber renegado dos construtores e sua reprodução social
Acredito que faz parte de uma justificativa pertinente a um TFG (Trabalho Final de Graduação)
expor a maneira como entendo este momento no percurso da minha graduação. Em geral o que vejo
entre meus colegas - e que compartilho - é o entendimento de que se trata de um momento de
experimentação, onde convergem as principais inquietações e interesses tanto pessoais quanto
intelectuais. Uma projeção dos elementos selecionados em um vasto universo de conhecimentos e
experiências que atravessamos - e que nos atravessaram - nos anos de formação. Entendo que essa
experimentação pode indicar o desejo de um porvir para si e para o mundo, por meio de uma
elaboração que sintetize elementos antes dispersos.
Por isso resolvi dividir essa justificativa em duas partes, uma de caráter pessoal que espero
poder elucidar a escolha pelo Tema Gerador do presente trabalho, e outra, de ordem intelectual e
política ambas intimamente imbricadas entre si neste trabalho.
Como pretendo explorar mais adiante nessas reflexões elementos biográficos dos
trabalhadores entrevistados que permitam vislumbrar traços gerais do processo de aquisição do saber
construtivo, do campo das trocas simbólicas entre trabalhadores com diferentes experiências etc,
resolvi fazer uma investigação biográfica da minha própria trajetória para entender como cheguei até
esse momento e o que isso significa num contexto mais amplo.
Meu primeiro contato com o universo da construção foi meu avô Januário, que era mestre de
obras e construiu sua casa aos finais de semana e depois ajudou as filhas e filhos a construírem as
suas. Natural de Hidrolândia - CE, veio para São Paulo na década de 1950 em busca de melhores
condições de vida. Começou a trabalhar na construção por indicação de um conterrâneo, aos poucos
foi aprendendo o ofício de pedreiro, eletricista, instalador hidráulico, azulejista, até ser legitimado pelos
pares como mestre de obras.
Eu quando criança acompanhei a construção das casas dos meus tios e tias, vía os pedreiros
que trabalhavam com meu avô e me fascinava a habilidade daqueles trabalhadores que transformavam
aquele material disperso e disforme em casa, igreja, faculdade. Certa vez estava eu e o Josué, um dos
pedreiros que trabalhava com meu avô, ele estava construindo os alicerces para um tanque de lavar
roupas, disse a ele que gostaria de fazer o que ele faz quando crescesse, naquele momento ele sorriu
e respondeu que aquilo não era algo de se escolher, que aconselhou que eu estudasse para ser
alguém na vida. Aquela cena ficou comigo, eu tinha 9 anos. Não sabia o que era arquitetura ou
engenharia mas sabia que não podia querer ser pedreiro. àquela altura minha família havia ascendido
à classe média o que me dava margem para escolher uma vocação, não fazia a menor ideia de que a
estrutura social e a divisão capitalista do trabalho fazem com que construir não seja considerado uma
vocação, um campo de conhecimento.
O fascínio pela construção e a posição na estrutura social colocavam no meu horizonte dos
possíveis cursar engenharia ou arquitetura. TInha vagas ideias sobre ambas, a engenharia me parecia
mais clara, sabia que o domínio sobre a matemática parecia dar ao engenheiro o poder da concessão
ou do veto no canteiro de obras, sendo apenas obrigado a negociar com o mestre em certas ocasiões,
me contava meu avô. Assim como a matemática me afastou da engenharia, o gosto pelo desenho me
aproximou da arquitetura, embora ainda fosse algo demasiado abstrato essa profissão.
Nesta segunda parte das inquietações iniciais por onde estou buscando esclarecer os fatores
que justificam minha inclinação para este Tema Gerador, farei o esforço de esboçar os traços mais
gerais daquilo que me movimenta intelectual e politicamente. Considerando esses universos como
inseparáveis da experiência vivida.
A condição precária do trabalho no setor da construção civil no Brasil está intimamente ligada
ao legado deixado por séculos de trabalho cativo, a consolidação desse campo de trabalho se deu
continuamente por meio do deslocamento de contingentes populacionais e do uso de sua energia vital
(força de trabalho) pelo menor custo possível, o saber-construir parece não ser levado em
consideração como um campo de conhecimento mas meramente como trabalho braçal heterônomo
desprovido de atividade cognitiva.
Dessa forma aquele que constrói não é concebido como sujeito de conhecimento mas como
corpo que organiza a matéria e dá forma ao espaço desprovido de intencionalidade e reflexão, é
portanto desumanizado, substituível e desvalorizado. Ainda que o trabalho dos construtores e seu
saber adquirido na experiência vivida seja imprescindível, assim como sua reprodução social, este se
encontra estruturalmente marginalizado.
A sociedade se desresponsabilizou da formação desses trabalhadores, estes se formam nas
estruturas ocultas da informalidade, onde a ocorrência de acidentes de trabalho não são computados,
tampouco este trabalhador conta com qualquer seguridade social, daí o caráter de marginalidade.
Ainda assim seu trabalho é fundamental, sem seu corpo, habilidades e intelecto não há rua, casa,
escola, faculdade, o espaço não se constrói por decreto, ou numa equação matricial, nem mesmo com
um desenho bem feito, movimentar e moldar a matéria exige a presença física e mental de milhares
de trabalhadores. O desenho, o cálculo e o decreto se tornam então mediadores da produção de valor
que se desdobra da produção do espaço, quanto mais apertado for o nó górdio que desvaloriza,
fragmenta e mecaniza estes trabalhadores e seus saberes, tanto maior será o saque. Daí seu caráter
estrutural.
Não há pretensões aqui em propor uma solução para a questão mas sim, em caráter
experimental, mobilizar um ferramental metodológico para investigar as formas de reprodução social
dos saberes construtivos - de que forma se dão, quais são seus agentes e o lugar onde ocorrem -, a
inter-relação desse saber com aqueles de caráter mais abstrato - projetuais e gerenciais - e a divisão
social do trabalho a interface onde os agentes detentores desses saberes, específicos e
complementares, se encontram e interagem, o canteiro de obras. Trata-se de uma busca por justiça
social, mobilizada pela noção de que no Brasil o caráter marginal, valor social, dado aos trabalhos,
ofícios ou ocupações que tem na corporeidade e no contato direto com a matéria uma característica
marcante (do operário ao artesão), está intimamente relacionado com a herança escravista da
formação econômica e social do país. A marginalidade do fazer se coloca como aspecto estruturante
da divisão do trabalho e da viabilidade da existência das grandes cidades brasileiras.
A investigação sobre as formas de reprodução social desse saber fazer - que consuma o
espaço construído - se faz relevante para a desconstrução da dicotomia entre trabalho intelectual e
trabalho corporal, fundamento da divisão capitalista do trabalho. A partir da valorização do saber dos
construtores, da constituição deste como campo de conhecimento socialmente legítimo poderia ser
possível pensar uma outra divisão de responsabilidades técnicas, uma outra divisão do trabalho e uma
outra divisão dos dividendos.
Metodologia: a caixa de ferramentas e as habilidades para usá-las
O meio para a realização dessas reflexões serão entrevistas semi-estruturadas realizadas com
trabalhadores da construção civil que se encontram em diferentes “estágios de formação” (cadeia
hierárquica do servente ao mestre) procurando observar as representações feitas sobre:
Paulo César Xavier: com a teoria marxista da produção do espaço, das relações de trabalho
imbricadas nesse fenômeno e sua visão histórica panorâmica sobre a construção civil no Brasil de
onde pretendo embasar minha leitura histórica a cerca da construção do espaço.
Conrado dos Santos Vivaqua: cujo mestrado intitulado “Autonomia do fazer” se tornou uma
grande inspiração para o desenvolvimento deste tema. Em sua tese questiona a necessidade do
diploma para o acesso ao trabalho de arquitetura no Brasil, ao fazer esse movimento ele acaba
trazendo para a cena o saber construtivo como um campo de conhecimento.
Francisco Barros: com seus estudos sobre canteiro escola, sobre as relações de trabalho e os
processos de ensino e aprendizagem transdisciplinar no canteiro de obras enquanto possibilidade de
empoderamento e conscientização de sua condição de classe.
- Crítica da arquitetura, com os conceitos fundamentais das teorias de Sérgio Ferro. Conceito
de trabalho livre.
BARROS, Francisco Toledo. Formação profissional dos trabalhadores da construção civil: o canteiro
de obras e a emancipação social. Dissertação (Doutorado), Instituto de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade de São Paulo. São Carlos, 2018.
BOURDIEU, P. A economia das trocas simbólicas. Org. Sérgio Miceli Ed. Perspectiva, 6 ed. São
Paulo, 2007
___________. Capital simbólico e classes sociais. In. Revista Novos Estudos, n. 96: Bourdieu e a
questão das classes. CEBRAP. São Paulo, 2013.
- Procura expor como o símbolo, objetos, conhecimento, modos de vida, competem para a
hierarquização nas relações sociais, além de serem elemento de reprodução das condições
de classe.
ROCHA, A.L.C. da; ECKERT, Cornelia. Etnografia: saberes e práticas. in: Ciências Humanas:
pesquisa e método. Org. PINTO, Céli R.J. e GUAZZELLI, César A. B.. Porto Alegre: Editora da
Universidade, 2008.
_________. Etnografias do trabalho: narrativas do tempo.. Porto Alegre: Editora Marca Visual, 2015.
- Traz conceitos fundamentais para a análise dos campos de trabalho, suas significações e
representações sociais. A base de onde pretendo colher os conceitos que me permitam
analisar as entrevistas.
SANTOS, Conrado Vivacqua Raymundo dos. Autonomia do fazer: Crítica sobre a obrigatoriedade da
formação universitária para o acesso ao trabalho em arquitetura no Brasil. Dissertação (Mestrado)
Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2018
Estruturação da metodologia a
ser empregada nas entrevistas
Transcrição e sistematização
Diagramação e impressão
Produtos e metas para o TFG 1
1. Fechar o escopo do trabalho