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Inteligência - Várias Concepções
Inteligência - Várias Concepções
Inteligência - Várias Concepções
Toda a gente concorda quanto à necessidade que as pessoas têm de agir inteligentemente na
grande maioria das situações e, consequentemente, quanto a considerar a inteligência como uma
capacidade fundamental nas suas vidas.
Porém, é mais difícil encontrar acordo quanto ao que se considera ser a inteligência, havendo
por isso grande dificuldade em a definir. Mesmo quando se consultam especialistas nesta
matéria, acaba sempre por concluir-se que há diferentes modos de conceber a inteligência,
tantos quantos os pontos de vista específicos e as teorias perfilhadas pelos investigadores. Dado
tratar-se de processos mentais, interiores, complexos e não susceptíveis de observação directa, o
conceito de inteligência permanece longe de possuir um sentido unívoco.
Em virtude do elevado grau de generalidade que apresenta, uma definição amplamente aceite e
que tem sido usada por muitos psicólogos, desde os mais antigos aos mais recentes, é a
seguinte:
INTELIGÊNCIA
Este modo geral de conceber a inteligência põe em destaque, desde logo, o carácter dinâmico
da inteligência como processo adaptativo às situações do meio. Mas, para além desta, muitas
outras capacidades ou aptidões são frequentemente referidas por psicólogos de várias teorias,
como integrando o conceito de inteligência.
Portanto, iremos desde já assumir o ponto de vista de que a inteligência se refere a um processo
cognitivo complexo que engloba várias capacidades. Entre elas, fixemos as seguintes:
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• Capacidade de adaptação.
• Capacidade de resolver problemas.
• Capacidade de raciocinar ou pensar abstractamente.
• Capacidade de aprender.
Nenhuma destas capacidades actua de modo isolado. Qualquer que seja a que consideremos, ela
só opera e se manifesta mediante o concurso das outras. Estas capacidades podem ser vistas
como aspectos diversificados mas complementares de uma mesma realidade que é a actividade
mental.
Os problemas que podemos ser obrigados a resolver são, com efeito, de natureza muito variada.
Dizem respeito às nossas relações directas com os objectos que manipulamos, com o meio físico
em que evoluímos, com as relações com os homens e com o meio social, com as nossas relações
com os conceitos que adquirimos e cuja utilização lógica nos compete assegurar, com as nossas
relações com o mundo das imagens que armazenamos e que podemos reconstruir.
O mecânico que deve reunir correctamente as peças de uma máquina, o guia que se deve
orientar em regiões mal conhecidas, o chefe que deve resolver todas as dificuldades trazidas
pela gestão de um pessoal heterogéneo, o político que deve convencer uma assembleia, o
matemático que leva a efeito uma dedução simbólica, o físico que procura a causa de um
fenómeno, o filósofo que especula sobre concepções abstractas, o arquitecto que constrói um
projecto sujeito a certos fins e a certas condições, o músico que constrói uma sinfonia ou o
escultor que realiza uma estátua, todos dão prova de inteligência (...).
Animais, crianças e adultos têm que resolver problemas, isto é, têm que descobrir ou inventar
meios de atingir os objectivos que se propõem, ultrapassando os obstáculos com que deparam.
Porém, são diferentes as situações que para eles constituem problema, bem como os modos que
utilizam para os resolver.
Não vale a pena - diz o matemático. As minhas equações mostram que não podemos correr mais
do que o urso.
O outro replica: - Talvez, mas da maneira como vejo a questão, não precisamos de correr mais
do que o urso. O que é preciso é que eu consiga correr mais depressa do que tu.
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Psicologia educacional
Inteligência conceptual
Aos conceitos se associam palavras, pelo que a inteligência conceptual é uma inteligência
verbal. As palavras não são mais que uma espécie de rótulos dos conceitos. As pessoas, quando
pensam, pensam verbalmente e de acordo com regras de gramática aprendidas.
A inteligência conceptual é aquela a que se refere o termo inteligência quando usado pela
generalidade das pessoas da civilização ocidental. De facto, a tradição ocidental desenvolveu
um conceito de inteligência, valorizado pela classe média das sociedades industrializadas, que
muito tem a ver com a instrução e as aprendizagens escolares: incidência nos aspectos verbais,
no raciocínio, designadamente no cálculo matemático. Noutras circunstâncias culturais e
históricas, provavelmente considerar-se-ia fundamental outro tipo de inteligência.
Inteligência prática
Binet e Terman consideravam que a criança inteligente era a que revelava capacidades
adequadas à obtenção de sucesso escolar.
Porém, nas ilhas do Pacífico Sul talvez o padrão de inteligência consista, por exemplo, na
aptidão para pescar e navegar. Para um vendedor da nossa sociedade talvez seja a sua
capacidade de relacionamento social e para um citadino talvez seja a sua "esperteza de rua". Se
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um grupo de geólogos se perder no deserto, certamente que o beduíno que os acompanhou para
cuidar dos camelos dará provas de superioridade intelectual, ao conduzi-los a lugar certo.
Não há uma, mas várias inteligências. Imaginem Einstein no meio da floresta virgem: não teria
sido ele o melhor! (...) A inteligência é a capacidade de responder às situações mais difíceis e de
prever os efeitos que daí decorrem.
A inteligência prática, desenvolvida fora da escola com a experiência do dia-a-dia, é usada por
todos os homens nas mais diversas ocasiões.
Em esquema, apresentamos alguns termos que andam associados aos conceitos de inteligência
prática e inteligência conceptual: