Educação Por: ▪ Pedro José da Costa Neto ▪ Thiago Wallisson da Silva Pereira ▪ Tiago Pereira Oliveira Reformistas X Aperfeiçoadores
• Enquanto os Reformistas propõem uma reforma radical na
sociedade, a proposta defendida pelos Aperfeiçoadores é a de que cada sociedade tenha uma educação condizente com a sua forma de governo. • Adorno, que defende o pensamento reformador, e o filósofo norte- americano John Dewey, classificado como aperfeiçoador, apesar de todas as diferenças filosóficas e mesmo políticas, Adorno sendo marxista, e Dewey um liberal —, concordam numa questão fundamental: a educação deve preparar os cidadãos para viverem de forma responsável numa democracia. • Aristóteles afirma que “… o cidadão deve ser moldado para se adequar à forma de governo sob a qual vive, pois cada governo tem um caráter peculiar o qual originalmente o formou e que continua a preservá-lo”. • Aristóteles, aliás, afirma que a educação dos governantes e a educação dos governados devem ser idênticas, uma vez que a função do Estado não é apenas manter-se ou garantir o bem-estar de uma minoria, mas proporcionar o melhor modo de vida a todos os cidadãos. • A finalidade do Estado coincidindo com a finalidade da vida do indivíduo, qual seria ela? O que é a felicidade? • Quando se trata de caracterizar o que é a felicidade, as coisas se complicam, pois pode ser o prazer, a riqueza, a saúde, a honra e afins; • O filósofo apresenta a felicidade como uma atividade e distingue dois tipos: corpórea e racional. Assim como Platão, Aristóteles privilegia o segundo tipo de atividade: “… felicidade é uma atividade da alma que visa à completa excelência …” As excelências de um ser racional são de dois tipos: morais e intelectuais. • Desse modo, para o filósofo, a felicidade é atingida por meio da educação. E, uma vez que a felicidade do cidadão é a meta do Estado, cabe a este educar todos os cidadãos, ou seja, a educação deve ser pública. Mas o que se deve aprender para atingir a excelência intelectual?
• Em primeiro lugar, é preciso o ócio — e, na sociedade da época
de Aristóteles, o ócio de uns era obtido graças ao trabalho escravo de outros. Com tempo livre disponível, o indivíduo pode se dedicar à mais elevada atividade intelectual: a contemplação da verdade, que compreende o uso puramente teórico da razão. Na teoria aristotélica, a função da educação é adequar o indivíduo à forma de governo na qual vive, o que não implica, contudo, uma simples acomodação dos interesses do indivíduo aos interesses dos governantes, pois o interesse primordial do Estado é o bem- estar dos indivíduos. Por conseguinte, o Estado deve providenciar a educação mais adequada para que o indivíduo possa desenvolver a atividade que é o bem viver, ou seja, a felicidade. No início do século XX, a democracia moderna ainda estava se anunciando na Europa, enquanto se desenvolvia nos Estados Unidos. Tal desenvolvimento foi uma preocupação constante na vida do filósofo norte-americano John Dewey, que, ao lado de William James e Charles Pierce, é um dos expoentes do pragmatismo, a escola filosófica cujo principal objetivo é estudar o pensamento humano a partir das consequências empíricas do significado de nossas ideias e do uso da linguagem. Pragmatismo • O pragmatismo de Dewey tem como característica principal a interpretação do pensamento como um dos processos vitais que constituem o ser humano. Todo processo vital nada mais é do que o esforço que o organismo realiza para manter a sua organização, ou seja, a sua vida. • O pensamento não é apenas biológico... • Dewey contrapõe ao naturalismo rousseauniano o idealismo hegeliano. • A origem das capacidades cognitivas pode ser natural, mas o seu desenvolvimento se dá na interação do indivíduo com as instituições sociais. • A rejeição ao naturalismo implica recusar a concepção da política educacional de Rousseau: “… a doutrina de seguir a natureza é um dogma político, ela significa a rebelião contra todas as instituições, costumes e ideais sociais existentes.” • Dewey defende o aperfeiçoamento da democracia. • O filósofo defendia o que mais tarde foi chamado de liberalismo-social. • O próprio conceito de liberdade, que o filósofo defende, é baseado na interação social: “… a essência da demanda por liberdade é a necessidade de condições que permitam a um indivíduo fazer a sua contribuição aos interesses do grupo e participar das suas atividades de tal modo que a orientação social seja originada em seus próprios atos mentais …”. • Autonomia de pensamento. • A educação é um conceito-chave em toda a filosofia política de Dewey; • O principal livro que Dewey escreve sobre esse tópico chama-se Democracia e educação. “… [educação]é a reconstrução ou reorganização da experiência que acrescenta significado a esta e aumenta a habilidade para dirigir a experiência subsequente.” • Todo o ambiente de ensino deve favorecer a cooperação entre os alunos, a fim de prepará-los para viverem numa sociedade democrática. “… é dever do ambiente escolar equilibrar os vários elementos do ambiente social, e providenciar que cada um tenha a oportunidade de escapar das limitações do grupo social no qual nasceu… .” Anísio Teixeira, que foi aluno de Dewey, afirma “que todos os homens são suficientemente educáveis para conduzir a vida em sociedade de forma a que cada um e todos dela partilhem como iguais” “DEMOCRACIA COM FOME, SEM EDUCAÇÃO E SAÚDE PARA A MAIORIA, É UMA CONCHA VAZIA.” -NELSON MANDELA Referências: • PORTO, Leonardo Sartori. Filosofia da educação. Coleção PASSO-A- PASSO. Editora Jorge Zahar. 2006. • O livro da filosofia / tradução Douglas Kim. -1. ed. São Paulo: Globo Livros, 2016.