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Resenha crítica sobre o filme “Nise: o coração da loucura”

O filme “Nise: o coração da loucura” traz a história da médica psiquiatra Nise da


Silveira e dos seus clientes no Centro Psiquiátrico Nacional Dom Pedro II. A trama
começa com a psiquiatra indo trabalhar nesse local. Em uma das primeiras cenas do
filme acontece uma palestra entre os médicos, os quais mostram os tratamentos
indicados para tratar pessoas com transtornos mentais. Contudo, esses tratamentos eram
métodos violentos e invasivos, como: lobotomia e eletrochoque. Ao negar utilizar esses
tipos de métodos como maneira de trabalho, a psiquiatra, é transferida para o setor de
Terapia Ocupacional do hospital. Tal setor, era esquecido e desvalorizado por todos os
trabalhadores. Desde desse primeiro momento, é possível observar as características dos
cuidados dispensados a pessoas com transtornos mentais, tendo a valorização do modelo
biomédico e atendimento agressivo, em depreciação do cuidado integral e humano.
Aliado a isso, encontra-se um ambiente insalubre, o que indica um total descaso com os
pacientes internados.
Quando Nise inicia seus trabalhas no setor de Terapia Ocupacional, depara-se
com um ambiente abandonado. Mas mesmo assim não fica desanimada e começa a
chamar os clientes internados para esse espaço. Além, de incentivar o relacionamento
entre os pacientes, até mesmo aqueles considerados inaptos a uma vida social. No
decorrer do filme, a arte é apresentada a esses pacientes, os quais passam a se expressar
através de pinturas, desenhos, esculturas. Vale ressaltar, que no meio do filme ocorre a
alta de um dos pacientes de Nise. Quando a psiquiatra perguntar ao familiar do interno
como o manteria financeiramente, esse responder que por meio dos trabalhos artísticos
realizados pelo interno. Dessa maneira, demonstra a necessidade de um apoio financeiro
os familiares cuidadores, para assim manter uma assistência adequada. Outrossim, Nise
estimula o convívio com animais e prioriza um ambiente acolhedor. O filme também
mostra a realização de passeios, exposição de arte, eventos, como festa junina. Assim,
ocasionando uma melhora significativa no quadro dos pacientes internados.
No entanto, a relação dos pacientes com os animais não é aprovada por todos os
médicos, o que gera um acontecimento marcante: o assassinato dos cachorros de
estimação. Isso causa uma grande revolta e declínio no progresso dos clientes. Após
esse momento, o filme mostra uma exposição de artes em uma galaria conceituada com
as obras que foram feitas pelos internos do centro psiquiátrico. Nessa perspectiva, a
história real mostra o quanto é significativo o atendimento para pessoas com transtornos
mentais pautado na liberdade, autonomia, integração e humanização.

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