Você está na página 1de 62

Reitor: Aldo Nelson Bona

Vice-reitor: Osmar Ambrósio de Souza

Universidade Aberta do Brasil


UAB/UNICENTRO

Coordenação:
Maria Aparecida Crissi Knuppel

Projeto TICS/UAB/Unicentro
Coordenação:
Maria Terezinha Tembil; Ariane Carla Pereira

Revisão/Correção Linguística:
Daniela Leonhardt

Planejamento gráfico: Lucas Gomes Thimóteo

Diagramação: Lucas Gomes Thimóteo

Comissão Científica
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE
Carlos Alberto Kuhl
UNICENTRO
Diocesar Souza
Edélcio José Stroparo
Marcio Alexandre Facini
João Morozini
Klevi Reali
Margareth Maciel
Regiane Trincaus
Robinson Medeiros
Romeu Scharz Sobrinho
Ruth Rieth Leonhardt
Vanessa Lobato
Waldemar Feller

2
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................... 3
PARTE I: HISTÓRIA DA GASTRONO-
MIA MUNDIAL .......................................... 4
1. Pré-História ............................................ 4
2. Idade Antiga ........................................... 5
3. Idade Média (séculos V a XV d.C.) ...... 7
4. Idade Moderna (Séculos XV a XVIII) 9
3. Idade Contemporânea e internacionali-
zação da cozinha francesa ....................... 12

PARTE II: MANUAL DE PROCEDI-


MENTOS PARA AULAS PRÁTICAS E
ELABORAÇÃO DE MATERIAL NA
DISCIPLINA DE GASTRONOMIA E
HOTELARIA ............................................. 15
1. Etiqueta à mesa .................................... 15
2. Arrumação de mesa (mise-en-place) ...... 24
3. Serviço de alimentos e bebidas para res-
taurantes e hotéis ...................................... 30
4. Planejamento de cardápio para restau-
rantes e hotéis ........................................... 42
5. Serviço de vinhos para restaurantes e
hotéis ......................................................... 48
6. Serviço de bar para restaurantes e
hotéis ......................................................... 56
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................. 67
REFERÊNCIAS ........................................ 68

3
4
um suporte teórico aos tópicos abordados na
disciplina. Aonde todos encontrarão infor-
mações úteis e necessárias ao desenvolvimen-
to das atividades propostas e também um di-
recionamento para novas pesquisas e buscas
individuais.
Iniciaremos com a abordagem his-
tórica da gastronomia mundial, que se con-
funde com a história da alimentação, pro-
cesso esse essencial para o entendimento de
diversas questões em discussão na atualidade,
podendo então, com uma breve leitura perce-
ber a influência das particularidades de cada

INTRODUÇÃO povo na construção dessa história.


Na segunda parte teremos uma
Esse material foi desenvolvido para abordagem prática. Nele encontram-se des-
o projeto institucional Uso de Tecnologias critas algumas formas e procedimentos da
de Comunicação e Informação nos Cursos gastronomia, uma iniciação para quem pre-
Presenciais de Graduação da UNICENTRO tende seguir esse caminho, visto que nosso
com vistas a auxiliar nos conteúdos ministra- objetivo é apresentar a profissão e algumas
dos a distância pelo sistema moodle. de suas nuances e das suas inúmeras possibi-
O objetivo dessa publicação é dar lidades.

5
Os tópicos apresentados nessa seção
servirão de base para as aulas práticas pro-
gramadas para o segundo semestre. Portanto,
desenvolvam todas as atividades da disciplina
com atenção para que possamos colocar em
prática algumas das questões levantadas nessa
publicação.
Utilizem esse material com o guia
para seus estudos, sempre buscando novas
informações e descobertas próprias, para que
o processo ensino-aprendizagem se torne
completo e o conhecimento adquirido se es-
tenda além da sala de aula.

6
para preparar os alimentos.
No Período Quaternário (6.000 anos
a.C) a alimentação era baseada na caça, coleta
de frutos, nozes, raízes e cereais silvestres. Os
homens viviam em cavernas e sua alimenta-
ção era totalmente dependente dos alimentos
que a natureza dava.
No Período Mesolítico (5.000 anos
a.C.) houve o deslocamento dos homens para
o litoral, onde encontraram uma abundância
de frutos do mar e houve um aumento no
consumo de peixes, aves aquáticas, ovos, le-
bres, lesmas, caracóis, cobras, continuando a

PARTE I: HISTÓRIA DA caça de gado selvagem, rena e javali.


GASTRONOMIA MUNDIAL Nesse processo, destaca-se que:

O homem pré-histórico criou todo


tipo de armas, como arpões, lanças
1. Pré-História com bicos envenenados, redes de
pesca, arcos, flechas, armas e, com
esses instrumentos, ampliou a sua
Primeiramente é importante pensar dieta alimentar de modo assombro-
so. (LEAL, 2007 p. 15)
a arte culinária como a base da Gastronomia,
que representa a mais antiga de todas as ar- A partir da evolução constante do
tes, utilizando o fogo e dominando a natureza homem, encontramos na pré-história a etapa

7
inicial do desenvolvimento da Gastronomia, senvolvimento da Gastronomia, pois deixou mento em busca de alimentos, o homem
com a descoberta do fogo a mais de 500 mil de cozinhar alimentos sobre pedras, para criar observou que as sementes jogadas na terra
anos, a invenção de utensílios nas suas for- sopas e caldos de cereais em panelas presas a podiam germinar e brotar, surgindo então o
mas mais rudimentares, o descobrimento de ganchos na lareira até que surgissem os for- início do cultivo da terra e do abandonando
especiarias e novos ingredientes, chegando ao nos e fogões. da vida nômade. O homem passou a viver em
aprimoramento de técnicas como a redução e aldeias, praticando a colheita e a domestica-
Os primórdios da arte culinária estão
ligas de molhos e as diversas formas de con- associados à invenção dos utensílios ção de animais.
de pedra e de barro [...] Só com a
servação. fabricação desses artefatos pude-
ram os homens iniciar-se na culiná- Ainda na pré-história, o homem
Com a descoberta do fogo, tornou- ria propriamente dita, isto é, cozer trocou a vida nômade pela vida em
os alimentos, condimentando-os pequenas aldeias, aprendeu a co-
se possível a conservação dos alimentos e com ervas e sementes aromáticas. lher e domesticar pequenos animais,
(FRANCO, 2001 p. 18). iniciando-se na vida pastoril. (OR-
também o início da arte culinária, modificando NELLAS, 2000 p. 13).

o sabor dos alimentos através de diferentes A fermentação foi outra descober-


formas de cocção. ta fundamental para a evolução na forma de
2. Idade Antiga
se alimentar, tornando-se um poderoso meio
Cozinhando, descobriu que podia
restaurar o calor natural da caça, de conservação dos alimentos, fazendo com A arte gastronômica já se fazia pre-
acrescentar-lhe sabores e torná-la
mais digerível. [...] Percebeu ainda que alimentos e bebidas, perecíveis em curto sente nas civilizações antigas da Assíria, Ba-
que a cocção retardava a decompo-
sição dos alimentos, prolongando o prazo, pudessem ser armazenados, além de bilônia, Pérsia e Egito, que praticavam a se-
tempo em que podiam ser consumi-
dos. (FRANCO, 2001 p. 17). transformar o gosto e a textura dos alimen- leção, o preparo, o serviço e a apreciação da
tos. Como exemplos há as frutas e cereais comida com grande sofisticação.
A invenção da louça de barro e da
transformados em bebidas como vinhos e
cerâmica, seguida das panelas de ferro, foi o Dentro do palácio de Mari, como o
cervejas. da Babilônia, durante algumas ceri-
homem de extrema importância para o de- mônias festivas, o rei, frequentemen-
Durante os períodos de desloca- te recebe aos grandes personagens

8
do império, os chefes costumeiros e Da Grécia antiga nos veio o respei-
os reis vassalos, [...] Quando cada um to pelo bem comer e o bem viver, o paladar era testado em preparações e experi-
tomou seu lugar segundo sua classe, que se caracteriza pela palavra epicu-
passam os criados encarregados de rismo, derivada de Epicurus, filóso- mentado.
apresentar água para que todos la- fo grego que cantava o conforto de
vem as mãos; depois, cada hóspede vida e os prazeres da mesa. Inclusive
Lucullus (século I a.C.) é uma das
recebe um frasco de óleo perfuma- a palavra gastronomia deriva do gre-
figuras legendárias da gastronomia
do [...] para se untar no começo e go ‘gastros’ (estomago) e ‘normas’
romana. General vitorioso de vá-
no fim da refeição. Em seguida, ele (lei). (ORNELLAS, 2000 p. 62).
rias campanhas, que lhe propiciaram
é servido de carne, grelhada e guisa-
imensa fortuna, construiu residên-
da, acompanhada de pão e legumes.
cias suntuosas e ofereceu festins
(FLANDRIN E MONTANARI,
No momento do serviço, à mesa, magníficos ao ilustres do seu tempo.
1998 p.59-60).
[...] Galinhas-d’angola eram trazidas
havia uma grande variedade de taças, que da África e bandos de gansos tangi-
dos pelas estradas, do norte da Gália
Os povos grego e romano repre- variavam de tamanho conforme a qualidade até Roma. [...] Com a expansão do
império, o mercado de especiarias
sentaram influências distintas e fundamentais do que era servido, quanto melhor o vinho também cresceu. (LEAL, 2007 p. 46-
50).
para o desenvolvimento da Gastronomia nes- maior o copo. Também eram praticadas pelos
sa fase. Os gregos alimentavam-se com mo- gregos três formas de preparo: o assado, os Os romanos faziam o melhoramen-
deração, fazendo da refeição um momento caldos e os ensopados. O pão fermentado já to de vinhos trazidos da Grécia e Itália, com
para alimentar o corpo e o espírito. Os ro- era conhecido, sendo acrescentadas à massa, o acréscimo de flores, especiarias e outras
manos, por sua vez, ficaram conhecidos pelos ervas, sementes aromáticas, óleos vegetais e preparações, tornando-os mais saborosos e
excessos alimentares praticados no tempo do frutas. perfumados.
Império. No mesmo período, após inúmeras Havia uma grande preocupação
O principal destaque da Gastrono- conquistas e a introdução de novos produtos, com o serviço à mesa e as troca de pratos e
mia grega foi o prazer à mesa, pela valoriza- os romanos passaram a valorizar os banque- utensílios podiam chegar a vinte em uma úni-
ção da comida, com conversas e execução tes extremamente luxuosos e os excessos ali- ca refeição. A cada preparação retiravam-se
de cantos durante as refeições, celebrando a mentares. O luxo nas mesas dos romanos era os utensílios utilizados no serviço anterior.
amizade, o prazer e o amor. quase inacreditável. Tudo o que agradava ao

9
a cerveja. [...] aprimoraram a conser-
3. Idade Média (séculos V a XV d.C.) vação de alimentos (LEAL, 2007 p. O intercâmbio cultural proporcio-
30-31).
nado pelas Cruzadas despertou nos europeus
Período marcado por inúmeros
uma culinária muito rica e a valorização de
acontecimentos como a queda de Roma, a Fora dos mosteiros e das abadias
alimentos exóticos trazidos de diversas regi-
invasão bárbara, a mudança do Imperador não havia mais preocupação com a arte de
ões, como o faisão de patas douradas. Duran-
para Constantinopla que fomentaram o con- se alimentar bem, pois as técnicas culinárias
te os banquetes havia a presença de pajens1
tato da sociedade romana decadente com a para o preparo dos alimentos não eram mais
vestidos com trajes especiais para servir as
sociedade bárbara, dando início ao Feudalis- valorizadas e o trabalho dos cozinheiros e
refeições e de belas mulheres para sessões de
mo. Tem-se então a estagnação na arte de se chefs de cozinha dispensado, os quais tiveram
música e poesia.
alimentar, devido à decadência nos avanços que fugir ou mudar de profissão.
Os melhoramentos dessa época
das técnicas culinária. Desse processo resultou uma maior
ocorreram no sentido de utilizar o que já
Coube então aos religiosos dos hospitalidade e menos exagero durante as re-
existia para proporcionar maior prazer e bem
mosteiros e das abadias a manutenção da feições, os banquetes se tornaram mais sim-
estar à mesa. Foi Carlos Magno que introdu-
arte culinária iniciada na Idade Antiga. Nes- ples, com maior receptividade e afetividade.
ziu um toque de refinamento no momento
ses locais foram cultivados pomares, hortas e Manteve-se a utilização de condimentos jus-
da refeição ao acrescentar, ao serviço, utensí-
vinhas nobres, foram desenvolvidas técnicas tapostos, abusando de especiarias e de novos
lios de prata e ouro, paredes decoradas e chão
de refinamento de queijos, e aperfeiçoados os ingredientes.
com flores.
processos de conservação dos alimentos. A culinária da Idade Média, como da
Antiguidade, utilizava os condimen- Guillaume Térel, chamado também
Os monges foram os responsáveis tos sem o sentido da combinação
dos ingredientes, limitando-se a jus- de Taillevant, foi o principal nome da Gas-
por mudanças importantes da cozi-
nha da Idade Média, simplificando a tapô-los. A cozinha dos ricos, conse-
quentemente, incorria no abuso das tronomia durante a Idade Média, sendo con-
preparação dos alimentos e enrique-
cendo a qualidade dos produtos [...] especiarias e voltava-se mais para o
eles cultivavam a uva para o vinho, impacto da apresentação dos pratos 1 Jovens da nobreza que acompanhavam o rei ou pessoa nobre
a maçã para a cidra e o malte para do que para a arte de sua preparação. (Braune & Franco, 2007)
(FRANCO, 2001 p. 71).

10
tentação dos banquetes ainda pre-
siderando o precursor da cozinha francesa, los, alho, trufa, lasanha e ravióli. O serviço era sentes na Idade Média. [...] A chega-
da de Catarina de Medici marcou o
transmitindo seus conhecimentos através de suntuoso, sem extravagâncias, com toalhas de início da mais complexa e refinada
cozinha do mundo ocidental: a co-
livros. Seu livro Le Viandier apresentava recei- mesa bordadas e a comida era servida nos zinha francesa. (LEAL, 2007 p. 41-
31).
tas e costumes da corte de Carlos VI, e falava mais diversos formatos.
da renovação da cozinha, com destaque para Foi somente no século XVI que a A segunda força na cozinha francesa
a importância dos molhos e o aprimoramen- cozinha francesa recebeu essa influência, atra- foram as demandas por luxo e a excelência da
to de receitas antigas. vés de Catarina de Médicis, da Itália, esposa culinária na corte de Luís XIV, o Rei-Sol. Ini-
de Henrique II, da França. As novidades na cia-se então a gastronomia do Grande Século
4. Idade Moderna (Séculos XV a
Gastronomia francesa chegaram junto com e a cozinha transcende a simples função de
XVIII)
os chefs da culinária renascentista, especialis- alimentar para transformar-se em um meio
Temos nesse período o registro de tas em preparar pratos delicados e elegantes, de divulgação de ideias e novas descobertas.
grandes inovações que marcaram o início do como corações de alcachofra, sorvetes, maca- As receitas e as preparações são divulgadas
Renascimento, movimento que propôs um roons e diversas preparações de confeitaria. por toda a França em livros de culinária.
novo comportamento nas mais diversas áreas Catarina de Médicis introduz uma Luís XIV estabelece um novo proto-
do conhecimento, entre elas a música, as artes nova elegância à mesa francesa com a utiliza- colo para o serviço à mesa, os pratos passam
plásticas e também a Gastronomia. ção de talheres e pratos individuais, evitando a ter uma ordem de apresentação, com lim-
Na França, e em várias cortes euro- o contato do convidado com o alimento e a peza e elegância. Segundo Ornellas (2003), no
peias, ainda resistia a influência da gastrono- multiplicação de copos e taças de cristal vene- seu reinado, as refeições da corte constavam
mia defendida por Taivellant, enquanto que ziano para a degustação de vinhos, que subs- de 8 serviços, cada qual composto de 20 a
em Veneza e em Florença (Itália), os abasta- tituíram as taças de prata, cobre e estanho. 30 iguarias diferentes, inclusive receitas espa-
dos mercadores já jantavam com elegância e nholas e germânicas. O uso de talheres se
A cozinha europeia se tornava mais
estilo, saboreando delicadezas como cogume- elegante e simples, opondo-se à os- dissemina, inicia a manufatura das porcelanas

11
francesas e os legumes passam a contracenar lorização das suas qualidades e o reconheci- damentadas nas propostas de Tailvellant, re-
com as carnes, aumentando, dessa forma, o mento das suas geniais invenções, tornando a gistrando a transição entre a Idade Média e os
refinamento durante as refeições. arte no preparo de pratos, que imitava a pin- tempos modernos ao estabelecer princípios
As mudanças e o crescimento da tura e a escultura, indispensável. básicos na culinária francesa, na qual o uso
Gastronomia durante os séculos XVII e iní- A valorização se dá também por de especiarias e temperos deve fazer aflorar
cio do século XVIII se deram sob a influência meio de livros de culinária, com destaque o aroma natural dos alimentos ao invés de
da alquimia, que no âmbito da cozinha busca- para os cozinheiros, que tinham seus nomes disfarçá-los.
va o suco vital dos alimentos. ao lado das receitas que haviam inventado No mesmo período chegam à França
Sugiram as ligas de farinha substi- ou divulgado. Em 1651, Pierre La Varenne, o chocolate e o café, nascem os assados e os
tuindo as de pão. O processo de redução era mestre cozinheiro, publica o livro Le cuisinier molhos mais adequados para acompanhá-
utilizado para aumentar a viscosidade de um françois, pioneiro em batizar uma receita com los e avança-se na elegância e limpeza. Em
molho e concentrar seu sabor. Desenvolve- seu próprio nome. A Arte de bem tratar de 1674, são condenados
ram-se a extração do suco das frutas e de to- os últimos traços da cozinha medieval e é
Seu livro Le cuisinier françois, além
mates e a criação dos caldos, que foram os de conter instruções sobre prepara- valorizada a simplicidade das preparações, o
ção de molhos e técnicas culinárias,
precursores da Teoria dos Fundos (séculos estabelece regras para a sequência cozimento em fogo baixo e o equilíbrio dos
dos pratos. [...] é um dos livros de
depois). cozinha mais importantes do sécu- componentes. São desenvolvidos métodos
lo XVII. [...] Os preceitos de La Va-
A transformação na gastronomia renne levaram a inúmeras inovações, mais complexos de preparações e cozimento
entre as quais a invenção do molho
francesa foi motivada também pela impor- béchame2. (FRANCO, 2001 p. 165). e inicia-se a ciência de cozinhar.
tância dada aos cozinheiros nessa época, que Dessa forma a cozinha francesa
Este livro representa o progresso
tinham o conhecimento dos diversos alimen- torna-se internacional, apoiada por Vicent
para Gastronomia, tendo suas primícias fun-
tos e preparações, porém estavam reclusos La Chapelle (1690-1746), chef importante por
2 Louis de Bechamel, rico financista, assumiu a função de maître
na Corte e seu nome foi perpetuado em uma receita especial de
até o presente momento. Houve então a va- molho branco (Ornellas, 2000).
atuar em casa de nobres na Irlanda, Inglater-

12
tornando-se obrigatórios para quem
ra, Holanda, Alemanha, Portugal e nas Índias Estes estabelecimentos se tornaram os desejasse exercer o prazer da arte de
comer. [...] Mas o maior cozinhei-
Orientais. Aberto às cozinhas estrangeiras, principais locais de desenvolvimento da ro francês de todos os tempos foi
Marie-Antoine Carême. Ele causou
ele as assimilou e integrou à cozinha france- cozinha francesa, chegando a patamares um verdadeiro impacto na cozinha,
tendo enfatizado três questões im-
sa e de acordo com Franco (2001) pode, as- muito elevados devido à genialidade de chefs portantes: delicadeza, ordem e eco-
nomia. (LEAL, 2001 p. 53).
sim, ser considerado pioneiro da atitude que como Carême, Escoffier, Dubois, Gouffé,
orientou o trabalho de alguns chefs da nouvelle Favre, Duglere e Reculet, cujos feitos eram
5. Idade Contemporânea e internacio-
cuisine. divulgados por gourmets como Anthelme
nalização da cozinha francesa
Com a Revolução Francesa ocorreu Brillat-Savarin3, Grimond de la Reynière e
a difusão dos cafés e restaurantes. O primeiro Monselet. No século XIX firmam-se os gran-
café foi aberto em 1674. Ele admitia a Surgiu então a crítica gastronômica des princípios que fizeram da gastronomia
presença de mulheres e afixava nas paredes, que veio com o acesso do público à cozinha francesa um modelo internacional e de acor-
as noticias do dia, servindo como um difusor dos grandes chefs, nascendo um novo gênero do com Flandrin e Montanari (1998) a revo-
de ideias revolucionárias. Com a decapitação literário em 1802. Os principais difusores do lução industrial atinge a história da alimen-
e fuga dos nobres, veio o desemprego dos conhecimento gastronômico foram Alexan- tação em vários aspectos, mas antes de tudo
chefs de cozinha, com isso alguns abriram seus dre Balthazar, Grimond de la Reyniére, Jean- pelo desenvolvimento da indústria alimentar.
próprios restaurantes e outros seguiram seus Anthelme e Brillat-Savarin. No serviço à mesa adota-se o ser-
patrões para o exílio. viço à russa, no qual o próprio convidado se
[...] Grimond de la Reyniére, um gas-
O termo restaurante teve origem no trônomo profissional requintado, serve do prato que lhe é apresentado, pondo
original e exigente. [...] implantou um
termo bouillon restaurant, o caldo restaurador, tipo de serviço conhecido no Brasil em desuso o serviço à francesa, no qual to-
como serviço à francesa. [...] Outra ce-
que restaurava o corpo e a mente dos que lebridade foi Anthelme Brillat-Sava- dos os pratos eram postos à mesa ao mesmo
rin, um grande filósofo da mesa. [...]
bebiam e esteve presente desde a Idade Seus livros marcaram uma geração, tempo. Dessa forma, os menus se tornaram
3 Ver seu livro – BRILLAT- SAVARIN. Fisiologia do Gosto. São
Média nos albergues e tavernas populares. Paulo: Companhia das Letras, 1995.
mais simples, reduzindo o número de pratos

13
apresentados em uma refeição. corporadas à cozinha. Em 1850 há a intro- ção dos serviços, organização das equipes de
O luxo dá lugar à técnica, valori- dução do fogão a gás e em 1857 a criação cozinha e preparo da comida de forma mais
zando o sabor dos alimentos e é estabelecida dos frigoríficos. Acompanhando o desenvol- especializada e eficiente.
uma organização espacial, em que os pratos vimento, nasce a indústria alimentícia, com No final do século XIX, com a
se sucedem em uma ordem precisa, inician- técnicas de esterilização de alimentos para conquista do direito às férias, houve desen-
do pelos mais leves, chegando aos assados e conservação. volvimento do turismo e consequentemente
retornando aos pratos menos substanciais. O O prêmio coube a Nicolas Appert, da hotelaria e valorização da cozinha regio-
autor do livro L’Art de conserver les
peixe ganha um lugar de importância, passan- substances animales e végétales, após de- nal. Surgiu o primeiro guia para os viajantes
mostrar que alimentos fervidos em
do à entrada ou prato principal. recipientes de vidro e, em seguida, o Guia Michelin, com nomes e endereços dos
fechados hermeticamente se conser-
Ocorre a introdução de novos in- vavam por meses. (FRANCO, 2001 principais hotéis e restaurantes, classificados
p. 216).
gredientes como curry, o caviar, o molho de por mérito e por suas especialidades.
soja e bebidas como o ponche e o quentão Associado a isso ocorreram impor- Nas décadas de 1960 e 1970 a
devido ao intercâmbio cultural. São estabele- tantes mudanças no estilo de vida da popu- gastronomia refletiu um novo tempo, surgin-
cidas regras de associação mais precisas entre lação o que incentivou Auguste Escoffier do restaurantes vegetarianos e macrobióticos,
vinhos e alimentos. (1846-1935) a simplificar e reestruturar a co- os pratos se tornaram individuais, muito bem
Nos restaurantes surge a figura do zinha clássica, adaptando-a às modificações decorados, com ingredientes mais saudáveis
maître d´hôtel que deve compreender os dese- no estilo de vida do século XX. Em 1901 pu- como o iogurte e purê de legumes, em substi-
jos dos consumidores, conhecer a fundo a co- blica o Guia Culinário, e insiste na reforma da tuição da farinha para engrossar molhos, pre-
zinha e ressaltar as qualidades dos pratos pela cozinha francesa, propondo o refinamento e servando o gosto natural dos alimentos.
forma como estes são apresentados aos clien- a modificação de aspectos da cozinha, respei- A nouvelle cuisine ganha força e é di-
tes, como por exemplo, a flambagem à mesa. tando o sabor dos alimentos, simplificação fundida por todo o mundo, a fim de acompa-
Novas tecnologias também são in- das decorações, redução dos menus, acelera- nhar o novo modo de pensar a alimentação,

14
atendendo à nova estética corporal de magre- influências marcantes na gastronomia, pro-
za e preocupação com a saúde. Esse segui- movendo a inclusão cultural com restauran-
mento da gastronomia representa, também, tes de cozinha étnica, sejam eles japoneses,
um momento de libertação da culinária, no alemães, italianos, etc. Assistimos também ao
qual os cozinheiros podem inovar sem repetir advento da fusion cuisine, que não se limita a
as obras vindas de tempos passados, priori- tomar produtos de outras terras e inseri-los
zando o sabor natural dos alimentos. em sua própria tradição de acordo com pa-
A partir da segunda metade râmetros culturais próprios, mas em combi-
do século XX, surgem os nomes de Bocuse nar os ingredientes e os estilos culinários do
e Joel Robuchon, chefs importantes para essa Ocidente e do Oriente, propondo uma nova
nova fase da gastronomia. Robuchon foi con- experiência gastronômica.
siderado o chef do século da França, associa
a necessidade de administração culinária ao
desenvolvimento de domínio da técnica e da
estética.
No início do século XXI o
destaque é para Ferrán Adriá, com invenções
como as espumas salgadas, os raviólis líqui-
dos, as gelatinas quentes, o foie gras pulveri-
zado e o ar com sabor, valorizando todos os
sentidos, além do paladar.
A globalização do século XX teve

15
16
do regras menos rígidas e mais flexíveis nos
dias de hoje. Etiqueta à mesa envolve cui-
dados com a postura e as atitudes tomadas
durante uma refeição, a arrumação de mesa
envolvendo a disposição de pratos, talheres,
guardanapos, copos e lavanda.

1.1. Postura e atitudes à mesa

1.1.1. Ao sentar

No momento em que sentamos de-


vemos manter a postura ereta, sem se recostar
PARTE II: MANUAL
atrás e apenas apoiando levemente as costas
DE PROCEDIMENTOS
PARA AULAS PRÁTICAS na cadeira. Sentados, devemos estar atentos
E ELABORAÇÃO DE à posição dos braços, sem debruçar sobre a
MATERIAL NA DISCIPLINA mesa, nem apoiar os cotovelos sobre ela e
DE GASTRONOMIA E
mantê-los perto do corpo, para não ocupar
HOTELARIA
muito espaço e não atrapalhar quem está sen-
tado ao lado. Os pés são mantidos em parale-
1. Etiqueta à Mesa
lo, sem cruzar as pernas (LEMOS, 2004).
É a forma como as pessoas se por-
Evite cruzar ou esticar as pernas para
tam à mesa em situações sociais, apresentan- não incomodar os vizinhos da fren-
te. Mantenha as mãos sobre a mesa,

17
apoiando os punhos. (...) Não cole os
braços ao corpo, pois isso trava seus Quanto à forma de uso desses uten- cabo entre o polegar e o indicador e mantêm-se os ou-
movimentos. (SOARES, 2001 p. 42).
sílios, temos dois sistemas de utilização de ta- tros dedos bem junto e flexionado”. A o consumir
1.1.2. Ao comer lheres, conforme segue: um prato de sopa, usa-se o lado ou a ponta da
Uso de pratos e talheres: •• Sistema Inglês: no qual os garfos e colher, sem assoprar, nem fazer ruídos.
Ao iniciar a refeição devemos estar as facas ficam nos lados correspon- O mesmo autor indica que o garfo
atentos às características dos utensílios dis- dentes às mãos com que vão ser uti- deve ser pego da mesma maneira que a co-
postos sobre a mesa, pois os talheres variam lizados para cortar e comer. O garfo lher, “ao servir carne ou outro alimento que exija
de tamanho e forma conforme a finalidade, permanece na mão esquerda para corte com a faca, ele será usado na mão esquerda,
encontrando-se dispostos em ordem de uso cortar e na mão direita para comer. voltado para baixo e com a parte convexa voltada
sobre a mesa junto com o prato da refeição. A faca, depois de utilizada, descan- para cima”. (LEMOS, 2004).
A disposição de talheres, pratos, co- sa sobre a borda superior direita do Quanto à faca, está deve ser segu-
pos e prato de pão na mesa de refeição cor- prato. rada com mão direita e o indiciador apoia-
responde à sequência em que os pratos serão •• Sistema Francês: assim como o sis- do sobre o contrafio da lamina. Não se usa a
servidos, iniciando pelos talheres mais afasta- tema anterior os garfos e facas ficam faca para cortar saladas, ovos, tortas, espague-
dos do prato (figura 1). nos lados correspondentes às mãos tes e talharins. Dependo do alimento utiliza-
com que vão ser utilizados para cor- -se o garfo para separar pequenos pedaços e,
tar e comer, porém o garfo deve se possível, consome-se inteiro ou da forma
permanece na mão esquerda duran- como foi servido. Faca de peixe é utilizada
te toda a refeição. para separar os pedaços de carne das espi-
nhas, à medida que se come. (LEMOS, 2004).
A colher é usada na mão direita e de Algumas outras considerações so-
Figura 1: Ordem de utilização de talheres
Fonte: disponível em http://laertemaues.wordpress. acordo com Lemos (2004) “a colher é pega com o bre a utilização dos talheres estão listadas a
com/2009/12/31/boas-maneiras-e-etiqueta-5/. Acessado em 05
de junho de 2012
18
Logo ao sentar-se, coloque o guar-
seguir: •• Durante a refeição, e em especial danapo sobre o colo desdobrando-o
apenas pela metade. Use-o sempre
•• nos momentos em que utilizamos quando é servida uma sopa, não é que necessário. Antes e depois de
tomar qualquer líquido, é indispen-
apenas o garfo ou bebemos algum preciso abaixar-se sobre o prato, a sável. Se em qualquer momento ele
cair no chão, no se abaixe para pegá-
liquido, a mão que não estiver segu- colher vai até a boca; -lo: espere receber outro. (SOARES,
2001 p. 42).
rando nenhum utensílio fica apoiada
na superfície da mesa, e não sobre o
Sendo assim, faz-se necessário as se-
colo;
guintes considerações quanto ao uso do guar-
•• não se recolhe talheres ou guardana-
Figura 2 danapo.
po caídos no chão. Pede-se, gentil-
•• é colocado sobre o colo, imediata-
mente, ao garçom que retire e faça a
mente após sentar-se;
substituição;
•• após a refeição, é deixado sobre a
•• entre a troca de pratos ou alimentos,
Figura 3 mesa, no lado esquerdo do prato,
os talheres são colocados em forma
para que o garçom possa fazer a re-
de V sobre o prato (figura 2);
tirada;
•• após utilizar a faca para cortar algum
•• o guardanapo é utilizado para limpar
alimento e continuar a refeição ape-
os lábios antes e depois de tomar al-
nas com o garfo, ela é descansada na Figura 4
gum líquido;
borda superior do prato (figura 3); Fonte: disponível em http://www.chicsemesforco.com/2011/02/
etiqueta-boas-maneiras-mesa.html/ http://www.filodecoracoes. •• quando presente, um guardanapo de
•• terminada a refeição, colocam-se os com.br/filodecoracoes/public_html/?p=interna&pag=53. Aces-
sado em 05 de junho de 2012 tecido ou papel em vermelho ou li-
talheres em paralelo sobre o prato,
Uso do guardanapo: lás servirá para retirar o batom dos
com os cabos para a direita (figura
lábios;
4);

19
•• o guardanapo de papel nunca vai ao Frango a Pode ser consumido usando utilizando o guardanapo. Os pedaços retira-
passarinho as mãos;
colo. Quando utilizado esse tipo de dos são colocados no canto do prato que está
Palitos Jamais devem ser utilizados
guardanapo, ele é mantido do lado à mesa; sendo utilizado. É melhor servir azeitona sem
esquerdo do prato; Postura do carroço e peixe sem espinha.
Espera todos os convidados
•• não se utiliza o guardanapo de pano anfitrião estarem servidos, para se Eventualmente algum pedaço ou re-
servir.
ou de papel para limpar pratos, co- síduo de algum alimento pode cair fora do
Sopa Não se repete
pos e talheres. prato. Nessa situação o pedaço caído é reco-
Alimento Quando não se sabe como
comer, o melhor é aguardar lhido com os talheres e colocado na margem
Considerações Importantes para o desconhecido
e observar os outros do prato.
momento da refeição: convidados.
Podem ocorrem também acidentes
Abaixo temos informações impor- Levantar da O convidado se retira da
mesa mesa após todos terem de deglutição com água, saliva, farinha, be-
tantes de comportamento e utilização de al- terminado a refeição.
bida alcoólica forte, fragmentos de comida
guns utensílios. Alimentos no Não se mistura, amassa ou
fica revirando a comida no e espinha de peixe, as causa mais frequentes.
prato
Mastigação Mastigar os alimentos com a prato. Caso isso aconteça pede-se licença e vai-se
boca fechada; Organização: Kühl, 2012.
Não falar com a boca cheia; até o banheiro. Se necessário pede-se ajuda.
Xícara Ao segurar copo ou xícara Existem situações que necessitam As bebidas alcoólicas como coque-
nenhum dedo fica erguido;
a remoção de resíduos e alimentos levados à tel e drinques, servidos como aperitivo não
Pão É quebrado com os dedos
boca, como no caso do caroço de azeitonas são levados à mesa de refeição. Na refeição
em pequenos pedaços à
medida que se come; ou espinha de peixe. Esses resíduos são re- consomem-se as bebidas que serão servidas
Não pode mergulhar no ovo
ou no molho; tirados da boca do mesmo modo que foram como acompanhamento das preparações.
Não se raspa o prato, com o
pão. levados, com o garfo ou a colher, fazendo A higiene pessoal requer sempre
uma concha com a mão sobre a boca, não atenção especial, os cabelos, se possível, fi-

20
cam presos e as unhas limpas. Recomenda-se maneira pertinente quando requisitado. Ao sário abordar algum assunto particular com
às mulheres usarem pouco batom e em tons nos dirigirmos as pessoas usa-se os tratamen- algum indivíduo do grupo, explica-se aos de-
claros, para evitar que copos e guardanapos tos formais de Senhor ou Senhora, mesmo mais sobre o que se trata. Da mesma forma,
fiquem marcados. em ocasiões informais. não se faz menção a acontecimentos desa-
É vedado o uso de boné, chapéu Durante uma conversa olha-se com gradáveis, nem se conversa prolongadamente
ou camiseta sem manga à mesa, em qualquer atenção quem está com a palavra. Fitar o in- sobre alguma adversidade.
ocasião, formal ou informal. Ruídos também terlocutor demonstra atenção e interesse pela Assuntos polêmicos e pontos de
são sempre inconvenientes. conversa. As conversas não podem acontecer vista controversos (religião, política, homos-
Desligam-se os telefones celulares e, em portas ou passagens estreitas, locais que sexualidade) também são evitados, pois po-
caso seja necessário mantê-los ligados, ficam atrapalham a passagem e em locais distantes dem gerar conflitos e discussões. Manter o
dentro da bolsa e em local de fácil acesso, do grupo. bom humor é muito importante para criar
comunicando ao anfitrião ou homenageado Mantém-se um tom de voz modera- um ambiente agradável, entretanto cuide-se
essa necessidade (SOARES, 2001). do mesmo em conversas descontraídas. Voz para não ser inconveniente. Evita-se excessos
baixa e conversa calma mostra educação. Dá- e colocações que possam ofender.
1.1.3. A conversação
-se liberdade ao companheiro durante a con- Elogios exagerados podem indicar
O entendimento entre os convida- versa e atenção a todos do grupo, evitando uma posição de inferioridade e gerar inquieta-
dos de uma recepção ou evento é necessária situações de ciúme. A interrupção também ções e constrangimento. Opostamente, colo-
para o bom transcurso do encontro. Quando é uma atitude comum que deve ser evitada. cações de superioridade não são bem aceitas
instigamos uma conversa agradável, desper- Caso seja interrompido, volte ao assunto que entre grupos, especialmente de desconheci-
tamos bons sentimentos, ganhamos a simpa- estava tratando, se achar necessário. dos. Demonstra-se interesse pela opinião de
tia e teremos alegria no convívio em grupo. Quando se está com a palavra evi- todos, dando oportunidade para que todos
Ouve-se com atenção e opina-se de tam-se assuntos particulares. Se for neces- falem, sem constranger ou inibir os convida-

21
dos. pé por todos, exceto pelas senhoras. dicações, sem insistências.
Cuidado com o excesso de pergun- Uma senhora não se levanta quan- •• Apresentações: apresenta-se a pes-
tas. É preciso ser discreto e conter a curiosi- do é apresentada a outra senhora soa menos importantes à mais im-
dade. Utiliza-se um vocabulário formal, sem ou a um senhor. Somente quando portante, o homem à mulher; al-
o uso de gírias ou jargões populares. Os elo- é convidada a saudar a anfitriã ou guém a uma autoridade. A pessoa a
gios são sempre simples e inteligentes. Não ser apresentada a uma mulher mais quem se foi apresentado é quem faz
se elogia roupa e adereços, salvo ocasiões em velha. Mulheres solteiras e as ado- a primeira saudação.
que estes forem ousados. lescentes levantam-se em todos os •• Apresentações sem hierarquia:
cumprimentos e apresentações. Em quando não há precedência de hie-
1.2. As deferências e as apresentações um restaurante cumprimenta-se rarquia o principal é quem é aborda-
•• Hierarquia social: a pessoa mais pessoas conhecidas de longe. Se for do. Quem se aproxima diz quem é,
importante de um encontro ou necessário se aproximar apenas os e aguarda a pessoa que foi abordada
evento, nas regras de etiqueta, é homens da mesa se levantam. cumprimentá-lo. Entre grupos, há
a mais qualificada. Esta recebe o •• Precedência: consiste principalmen- um interlocutor de cada lado, que se
máximo de atenção e consideração. te em dar passagem, entrada, ceder identifica e diz o nome das pessoas
Dependo da ocasião tem-se a a vez às pessoas mais importantes do seu grupo.
seguinte sequência: anfitrião, ou mais velhas. Se esta recusa a pre-
1.3. Os lugares à mesa
convidado de honra, homenageado. cedência, passa-se à frente dizendo
•• Cumprimento: ao entrar no ambien- apenas: com licença, obrigado (a). A indicação dos lugares à mesa é
te do evento social a pessoa home- Mesmo quando não há pessoas mais feita pelas letras A para os homens e B para
nageada, anfitrião ou a pessoa mais importantes estes gestos são bem as mulheres. Esses são os lugares mais im-
importante do evento, é recebida em aceitos. Fazem-se apenas simples in- portantes, os assentos cativos dos anfitriões.

22
A partir desses se qualificam os demais em versa. A indicação dos assentos é feita pela
ordem decrescente de importância. A direita Os assentos das pontas permitem anfitriã, por meio de cartões de mesa na pre-
dos anfitriões ficam os convidados mais im- uma vista de todo o salão, encontram-se no sença de muito convidados, ou acompanhan-
portantes. meio de um número igual de assentos, pos- do os convidados até seus lugares quando o
São apresentados dois tipos de ser- suem um amplo espaço e melhores condições número de convivas permitir esse tipo de re-
viços para a disposição dos lugares à mesa. para serem servidos. Porém se ocupados em cepção (SOARES, 2001).
O serviço à francesa é uma opção quando as mesas muito longas haverá um distanciamen- Em refeições realizadas em restau-
mesas são muito longas. E o serviço à ingle- to muito grande entre os convidados presen- rantes também servem as regras de etiqueta
sa quando estas são menores e possibilitam a tes no evento. para a indicação dos lugares, considerando-se
conversa entre todos os convidados. o grau de cultura do convidado, a presença
Conforme demonstrado na figura 5, de surdez unilateral, a presença de visitante
o serviço à francesa é indicado para mesas estrangeiro e o acompanhamento de pessoas
muito longas. Os assentos das pontas ficam idosas.
livres e os lugares centrais são ocupados pe-
2. Arrumação de mesa (mise-en-place)
los indivíduos mais importantes do evento, Figura 5: Disposição dos lugares à mesa: 1) serviço à francesa; 2)
serviço à inglesa.
sendo que o lugar indicado pela letra A está O termo francês mise-en-place refere-
mais próximo da entrada da copa. Se a opção Independente do serviço utilizado, -se ao preparo da sala de jantar e de todos
for pelo serviço à inglesa, são os lugares das os assentos são alternados entre homens e os materiais a serem utilizados durante o ser-
pontas ocupados pelos indivíduos mais im- mulheres, evitando que um homem sente- viço em uma refeição. Ele reflete o tom do
portantes do evento, pois nesse tipo de ser- -se ao lado de outro homem, permitindo que restaurante ou o estilo do anfitrião, impondo
viço as mesas são menores, e nelas é possível casais acomodem-se um em frente ao outro as características da cozinha e valorizando as
envolver todos os convidados em uma con- (SOARES, 2001). particularidades de cada local.

23
Facilitar e agilizar o trabalho do gar-
çom, atrair o cliente para a refeição e mento, limpeza e apresentação). a durabilidade dos materiais de cada compo-
criar um ambiente agradável são as
principais funções da mise-en-place, ou Em banquetes é fundamental ter nente. Para isso, a equipe deve conhecer as
melhor, da arrumação de mesas do
seu restaurante. (MACEDO, p. 48) a mise-en-place completa, correspondente ao características principais das peças, os cuida-
cardápio servido. Porém os restaurantes po- dos no uso e manutenção e o custo de peças
Um restaurante que propõe pratos dem optar com uma mise-en-place mais prática, de materiais frágeis ou preciosos. Os objetos
leves a base de peixes, pode escolher vidros com a utilização de jogos americanos que de- quebrados durante o serviço são recolhidos
com cores claras e formas simples para ex- mandam menores cuidados que as toalhas, e e guardados e, semanalmente verifica-se a
pressar as características da culinária. As for- cobre-manchas de papel vegetal, descartados quantidade de peças quebradas ou danifica-
mas, utensílios, cores e combinação são espe- após cada uso. Porém, o cuidado e capricho é das, para reposição e sensibilização dos cola-
cíficas para cada local e ocasião (churrascaria, o mesmo que uma mise-en-place completa. boradores.
self-service, resturante, pizzaria). Destaca-se como algumas das finali- No estoque é indispensável prate-
A mise-en-place é constantemente atu- dades da mise-en-place a facilitação do trabalho leiras de tamanhos adequados, tapetes anti-
alizada, com a introdução de novos materiais dos garçons durante o serviço e o estimulo ao derrapantes ou materiais capazes de absorver
e formas para enriquecer, valorizar ou reno- cliente com a criação de um ambiente agradá- choques, cestos para empilhar pequenas tige-
var os equipamentos. Com uma equipe trei- vel, que favorece a refeição e a sua permanêia las, panos para separar pratos.
nada, um estabelecimento que mantém uma no estabelecimento (PACHECO, 2005)
2.1. Preparo das mesas
mise-en-place atualizada consegue obter melho- O preparo da sala de jantar seja em
res resultados no serviço, dispondo de maior restaurante, clube ou residência respeita a or- O preparo das mesas inicia com a
tempo e atenção aos clientes, gerando mais dem geométrica na disposição das mesas, si- colocação do forro de mesa ou molleton que
lucro. É um diferencial bastante importante a metria das cadeiras e móveis em geral. tem a função de impedir que a toalha es-
atenção dada aos cuidados e capricho na hora Os materiais utilizados passam por corregue, proteger a mesa do calor, conferir
da preparação de mesas e utensílios (alinha- um controle frequente para que seja avaliada maior maciez e reduzir ruídos. São indicados

24
tecidos de algodão ou material emborrachado por outro limpo. Também pode ser utilizado cardápio proposto, organizados de fora para
(PACHECO, 2005; PACHECO, 2004). para renovar um ambiente de maneira prática dentro conforme a entrada dos pratos. Sem-
As toalhas são um elemento de em- e econômica (PACHECO, 2004). pre a esquerda do prato será colocado o garfo
belezamento do ambiente, harmoniza-se com Após a colocação das toalhas inicia de entrada, de peixe e o de mesa. Uma exce-
a decoração e expressa as características do a disposição dos utensílios sobre a mesa. O ção é verificada para os garfos de ostras e es-
evento ou restaurante. Para isso os cuidados sou-plat ou prato de serviço é um utensilio cargots, que são colocados no lado direito dos
despendidos na escolha das toalhas conside- opcional utilizado como apoio para os pratos pratos (PACHECO, 2004; LEMOS, 2004;
ram as cores harmônicas com a decoração, a de mesa e de sopa. É utilizado em refeições SOARES, 2001).
resistência do tecido e o tamanho de adequa- formais e em bons restaurantes para refinar o A faca de entrada, a colher de sopa,
do para as mesas. serviço. É removido junto com o prato prin- a faca de peixe e a faca de mesa são colocadas
No momento de preparação, as to- cipal (PACHECO, 2004; SOARES, 2001). do lado direito do prato. A faca fica a dois de-
alhas devem estar completamente lisas, sem O prato de mesa e de sopa fica bem dos do prato, com a lamina de corte voltada
rugas, estendidas sobre a mesa de maneira ao centro do lugar destinado a cada pessoa, para dentro e a colher após a faca, caso hou-
uniforme, com as dobras localizadas em um afastado 2 (dois) dedos ou 4ncm da borda da ver sopa ou consommé. Todos os talheres são
sentido comum (PACHECO, 2005; PACHE- mesa. Quando os pratos possuem logotipo, colocados voltados para cima, exceto quando
CO, 2004). são arrumados de modo que este fique volta- o faqueiro tem monograma ou brasão da fa-
Finalizando essa etapa há o cobre do para o cliente. O prato de sopa é colocado mília no verso (PACHECO, 2005; LEMOS,
manchas, que é um item adicional à arrumação sobre o prato de mesa (LEMOS, 2004; SOA- 2004; SOARES, 2001).
de mesa, tendo por objetivo preservar o bom RES, 2001). Os talheres de sobremesa podem
estado das toalhas. Caso algum alimento ou Após a colocação dos pratos ini- estar à mesa, desde que o número de utensí-
bebida seja entornado sobre a mesa, retira- cia-se a disposição dos talheres que terão a lio não seja excessivo. Estes são colocados no
se o cobre mancha rapidamente, substituindo quantidade determinada de acordo com o sentido horizontal acima do prato de mesa na

25
seguinte ordem: colher e faca com os cabos da faca de mesa, a taça para água, à esquerda 2.2. Passo a passo para uma mise-en-
voltados para a direita e o garfo com o cabo da de vinho tinto, a taça para vinho branco, à -place básica adaptado de PACHECO,
voltado para a esquerda (PACHECO, 2005; direita da de vinho tinto e a taça de champa- 2005.
PACHECO, 2004; LEMOS, 2004). nhe entre e atrás das taças de água e de vinho
1º - Alinhamento de mesas e cadeiras: as ca-
A taça de sobremesa, porém, é leva- tinto (PACHECO, 2005; LEMOS, 2004).
deiras indicam o lugar dos pratos e deve estar
da à mesa após ser retirado o prato principal. Por último o guardanapo de pano.
levemente encostadas ás toalhas.
Esta é acompanhada de um prato de serviço, Este pode ser um elemento de decoração
2º - Colocação do forro de mesa ou molleton:
onde será colocado o talher utilizado, ao final muito importante. Coloca-se à esquerda dos
preso com percevejo ou elástico, devendo
da refeição (PACHECO, 2005; PACHECO, garfos, ou ainda sobre os pratos apresentando
permanecer bem esticado.
2004). ou não dobraduras. Na figura 6 é apresentada
3º - Colocação de toalhas: atenção para os
A louça para pão são utensílios utili- a distribuição dos utensílios sobre a mesa,
vincos centrais estarem localizados ao centro
zados em uma mise-en-place básica. O prato de conforme descrito acima.
da mesa.
pão é colocado à esquerda e um pouco acima
4º - Disposição de pratos de mesa: cuidado
do prato de mesa e sobre a borda superior ou
com alinhamento da borda do prato com a
à esquerda é colocada uma faca ou espátula
borda da mesa ou um pouco acima.
para manteiga, com a lamina voltada para à
5º - Disposição de talheres de mesa: faca de
esquerda (PACHECO, 2004).
mesa do lado direito do prato, corte voltado
Copos e taças dão o toque final em
para o prato; garfo de mesa no lado esquerdo.
uma mise-en-place, pois podem demonstrar ele-
6º - Colocação do prato de pão: à esquerda e
gância e sofisticação. Esses utensílios ficam
Figura 6: Distribuição dos utensilio sobre a mesa de refeição um pouco acima do prato de mesa, com faca
um pouco acima do prato, do lado direito. A Fonte: disponível em http://www.segredosdavovo.com.
br/2012/01/festas-disposicao-formal-de-pratos-e-talheres/. de sobremesa sobre o prato de pão com o
taça para vinho tinto fica na direção da ponta Acessado em 05 de junho de 2012

26
corte volta para a esquerda. ternos são para os primeiros pratos. 3º - Disposição dos talheres de sobremesa:
7º - Colocação do copo de água: próximo a É importante e de bom gosto dis- são colocados à frente do prato de mesa, a
ponta da faca e em sua direção. por da cópia do cardápio sobre cada mesa, faca com o cabo voltado para a direita e o
8º - Colocação do guardanapo dobrado: so- em cada lugar ou no caso de bufê a descrição corte para o prato, o garfo com o cabo vol-
bre o prato de mesa, com dobra de pouco do prato é suficiente. tado para a esquerda e a colher com o cabo
manuseio. voltado para a direita.
2.4. Exemplo de mise-en-place para ban-
9º - Colocação do saleiro, pimenteira, cinzei- 4º - Disposição de copos: segue a ordem geral
quetes adaptado de PACHECO, 2005.
ro e da ornamentação. de disposição de copos e taças.
A mise-en-place descrita se refere a um 5º - São dispensados o prato de pão e a faca
2.3. Passo a passo para uma mise-en-
cardápio compreendendo sopa, peixe, carne, de manteiga e também o saleiro, pimenteira
-place de banquetes e jantares
vinho branco, vinho tinto, champagne e so- ou paliteiro.
Em essência, é igual à arrumação de bremesa com calda.
2.5. Consideração para uma mise-en-
mesa para serviços à la carte, alterando ape- 1º - Colocação de talheres de peixe: são co-
-place para o café da manhã
nas a quantidade de talheres e copos corres- locados ao lado dos talheres de mesa. A faca
pondente ao cardápio preestabelecido. Ape- de peixe à direita da faca de mesa e alinhadas O preparo das mesas acontece da
sar disso, é preciso estar atento ao número pelo cabo, o garfo de peixe à esquerda do gar- mesma forma que para a realização de um
de utensílios dispostos sobre a mesa para não fo de mesa e alinhados pelos dentes. jantar. O prato de sobremesa com guardana-
comprometer a apresentação da mise-en-place. 2º - Disposição da colher de mesa ou de so- po servirá como marcador de lugar, tendo à
Os talheres não podem exceder a bremesa: no lado direito da faca de peixe. direita uma faca pequena com a lamina vol-
quatro pares e as taças, a três peças. Quanto Quando a sopa é servida em prato é acompa- tada para dentro. O prato para pão com uma
à disposição dos talheres segue a ordem de nhada da colher de mesa, quando servida em faquinha será colocado à esquerda do guar-
apresentação dos pratos. Os talheres mais ex- taça é acompanhada da colher de sobremesa. danapo e a xícara com o pires e colherzinha

27
a direita. Eventualmente pode dispor de um pequenos clientes. dos, pois trata-se de um serviço rápido, apro-
copo para suco de fruta. ximadamente 15 minutos, durantes os quais
3. Serviço de alimentos e bebidas para
os convidados permanecerão em pé. A mon-
2.6. Consideração para uma mise-en- restaurantes e hotéis
tagem da mesa é feita do lado externo do sa-
-place para crianças
Seja em eventos sociais ou comer- lão e toda a arrumação estará pronta instantes
As exigências dos pequenos clientes ciais a recepção dos convidados geralmen- antes do horário combinado.
pedem maior atenção e cuidado. O serviço te acontece com um serviço de alimentos e Um café da manhã também é uma
de alimentos para crianças, em um restauran- bebidas, que pode ser a organização de um opção para receber convidados, especialmen-
te, representa um diferencial no atendimento, cofee-break, café da manhã, brunch, coquetel ou te em reuniões de negócios e em confrater-
agradando cada vez mais a clientela atual. jantar. A modalidade escolhida será influen- nizações empresariais. É um serviço rápido,
O estabelecimento que recebe com ciada pelo número de convidados, o espaço fácil de organizar e de curta duração, inician-
frequência esse público necessita dispor de disponível e o recurso financeiro investido. do por volta da 08horas e perdurando por
um número grande de objetos e utensílios O cofee-break é um pequeno lanche aproximadamente 2 horas. É recomendado
adequados a essa população, sendo preferen- servido durante os intervalos de reuniões, servir sucos de frutas, café, leite, chá, choco-
cialmente inquebráveis, com formas arredon- cursos, palestras e outros encontros de cur- late, cereais, pães, geleias, queijos, manteiga,
dadas e sem arrestas. ta duração. Composto basicamente por café, ovos, torradas, biscoitos, frutas frescas e se-
O estabelecimento pode oferecer chá, leite e água mineral, podendo ser mais cas (LUKOWER, 2008).
copos de plástico baixos, talheres pequenos, sofisticado acrescentando-se suco de laranja, O serviço pode acontecer com gar-
faca sem fio e com ponta arredondada, pratos petit fours, mini sanduíches, bolos, croissants, çons à mesa ou com mesas bufê. O serviço
em diferentes cores e forma, cadeirões, ba- brioches e outros. americano que utiliza o bufê para exposição
badores e guardanapos coloridos, tudo para É preciso estar atento ao tamanho e dos alimentos e bebidas é considerado mais
garantir a segurança, o conforto e agradar os à facilidade de consumo dos alimentos servi- fácil e permite uma maior variedade de op-

28
ções. Nesse serviço o número de garçons e fundo musical instrumental. como coquetel de frutas e refrigerantes, e
copeiras é reduzido e são eles os responsáveis Os coquetéis são bastante realizados também bebidas alcoólicas, como Campari,
pela elaboração dos pratos que necessitam ser em hotéis, em eventos sociais e empresariais. Martini, whisky, coquetel de champanhe, entre
preparados no momento em que serão servi- Trata-se de um serviço rápido, com duração outros. A escolha da bebida dependerá do cli-
dos e para a reposição dos alimentos e bebi- aproximada de 2 horas, quando não acompa- ma, do número de pessoas, da clientela (adul-
das no bufê. nhado de jantar. É mais informal e mais bara- tos, mulheres, jovens) e a duração do evento.
Uma opção bastante versátil to que um banquete, além de possibilitar um Os salgadinhos e bebidas serão ser-
para os encontros de negócios e familiares maior número de pessoas no mesmo local, vidos concomitantemente, iniciando pelos
que acontecem pela manhã é o brunch. Um pois os convidados ficam em pé É dividido salgadinhos frios, seguido dos salgadinhos
serviço que ocorre entre as 10 horas e 11ho- em serviço de alimentos e serviço de bebidas quentes enquanto a equipe de bebida continua
ras, tendo no cardápio alimentos interme- (PACHECO, 2004). o seu trabalho, sempre recolhendo os copos
diários às duas refeições desse período. São No serviço de alimentos é ofere- vazios e cuidando da limpeza geral. Caso haja
oferecidos os mesmos alimentos e bebidas do cida uma variedade de salgadinhos, que não pratos quentes procede-se da seguinte forma:
café da manhã, além de um ou dois pratos necessitem do uso de talheres, como canapés distribuem-se os pratos com garfos e guarda-
quentes, acompanhado ou não de sobremesa de carne, de aves, de peixes e crustáceos, de napos; serve-se o prato quente acompanhado
(LUKOWER, 2008). queijos e salgadinhos frios. O uso de pra- de vinhos e refrigerantes; após o consumo,
O cardápio desse serviço será mais tos quentes após os salgadinhos é opcional recolhem-se os pratos, garfos e guardanapos;
elaborado que o café da manhã, aumentando e exige somente o uso de um garfo, poden- procede-se a reposição dos copos e limpeza
a permanência dos convidados no encontro, do servir-se pratos como camarões ao curry, geral, e para finalizar servem-se os doces.
e tendo um custo menor que um almoço. Para frango desfiado com champignons, iscas de filé Nos jantares ou almoços, que tam-
criar um ambiente mais agradável durante a ao molho madeira. bém são denominados banquetes, eliminam-
permanência no local, pode ser colocado um São servidas bebidas sem álcool, -se frituras e molhos apimentados de modo

29
que o cardápio possa satisfazer a todos. Em decerão em conjunto, evitando tumultos. O cliente, pois o maior e o mais eficaz marketing
banquetes a mise-en-place é essencial e a mesa já jantar inicia-se quando todos os convidados de venda é a propaganda feita por um cliente
está arrumada antes do cardápio ser servido. estiverem sentados, a partir de então os gar- bem atendido e satisfeito com o serviço. Para
Cada cardápio corresponde uma mise-en-place çons começam a servir o hors d´oeuvre, após isso é fundamental a escolha correta do tipo
especifica, podendo ser à francesa, à inglesa, entra o primeiro prato e em seguida o segun- de serviço e a presença de uma equipe trei-
à americana, etc (PACHECO, 2004). do. Os anfitriões são servidos primeiramente, nada para o bom andamento na execução do
seguindo sempre a ordem do serviço a ser serviço.
“Um banquete requer um cerimonial
mais elaborado. Dependendo de sua oferecido. Entre as principais modalidades de
importância, é estratégico e muito
conveniente um pequeno coquetel serviço de pratos estão o serviço à francesa
que o anteceda para a confraterniza- 3.1. Modalidade de serviço de pratos
ção dos convidados. Se houver dis- (diplomata), o serviço à inglesa direto, o
cursos, shows ou palestras é preciso para restaurantes e eventos
que estes sejam divididos em módu- serviço à inglesa indireto ou ao guéridon, o
los para balancear a refeição com a
parte formal do evento”. (LUKO- A qualidade do serviço na área de serviço de prato pronto ou empratado, o
WER, 2008 p.42).
alimentos e bebidas está intimamente rela- serviço de travessas sobre a mesa e o serviço
A quantidade de funcionários de- cionada com as informações repassadas aos à americana ou self service.
penderá, entre outros fatores, da categoria clientes sobre o tipo de serviço e os valores O serviço à francesa tem a parti-
do banquete, do tipo do cardápio e da quali- de cada um deles. Um atendimento eficaz é cipação do cliente que se serve da travessa
dade de mão-de-obra, pois o treinamento da possível com uma equipe treinada e funcio- apresentada pelo garçom, favorecendo a in-
equipe exige um menor número de colabora- nários atenciosos, o que agrada aos clientes dependência no momento da refeição. Carac-
dores. De maneira geral pode-se prever um que esperam dos garçons toda a atenção pos- teriza-se por um serviço requintado utiliza-
garçom para cada 12 pessoas. sível no momento da sua escolha. do em situações protocolares e também em
Os garçons são instruídos previa- Para o estabelecimento é funda- casas de família com garçom ou mordomos
mente sobre o serviço e sinais que eles obe- mental uma avaliação positiva por parte do (LEMOS, 2004; PACHECO, 2005; SOARES,

30
2001). querdo e o alimento é servido ao cliente pelo guéridon é a utilização do carrinho bufê em
Nesse serviço o garçom apresenta garçom, com os talheres em sistema alicate, restaurante que servem uma grande variedade
a travessa pelo lado esquerdo, inclinando-se com garfo e colher na mão direita. Esse ser- de preparações como entrada ou sobremesas.
ligeiramente para a frente, com a proteção de viço é comum em nosso meio, porém muitas Essa modalidade de serviço parece simples e
um guardanapo na mão esquerda e os talhe- vezes, não nos damos conta que o estabeleci- fácil, porém é preciso atentar para duas ques-
res voltados para o cliente. Precisa ter maior mento oferece um tipo de serviço especifico tões: a disposição dos alimentos no prato se-
atenção do garçom quanto aos cuidados com como é o caso das pizzarias com sistema de gue critérios preestabelecidos pela equipe de
a limpeza dos uniformes e a técnica para exe- rodízio (LUKOWER, 2008). trabalho e a quantidade de alimento servido
cutar o serviço. A apresentação das travessas O que diferencia o serviço à ingle- não pode ser excessiva.
inicia pela mulher sentada ao lado direito do sa direto do indireto é a presença do guéri- O serviço de prato individual ou
anfitrião. don para a execução do serviço. O guéridon é empratado é um serviço simples, utilizado
O serviço à inglesa deriva do cos- um carrinho auxiliar que serve para levar as por muito tempo apenas em casas familiares.
tume inglês segundo o qual o dono da casa travessas com as preparações até a mesa do Porém com a criação da Nouvelle Cuisine fran-
tinha a responsabilidade de servir os pratos cliente. Nesse carrinho a travessa principal cesa, restaurantes e eventos requintados ado-
de todos os que estavam à mesa. Pode ser um fica à direita, o acompanhamento à esquerda taram esse serviço que recebe o nome de à la
serviço rápido, porém habilidoso, utilizado e o prato vazio ao centro. Após apresentar carte, em que o diferencial é a montagem dos
em restaurantes e bufê. Adaptado às necessi- as travessas pelo lado esquerdo aos clientes, pratos de forma harmoniosa e criativa na co-
dades comerciais, esse serviço apresenta duas o garçom serve os alimentos no prato vazio zinha, podendo o chef ousar nos ingredientes
modalidades, o serviço à inglesa direto e o que está no guéridon e repassa o prato pron- e sobreposições para impressionar o cliente
indireto (LEMOS, 2004; PACHECO, 2005). to pelo lado direito do cliente (LUKOWER, (PACHECO, 2005).
No serviço a inglesa direto a apre- 2008). O que distingue nesse ser-
sentação das travessas é feita pelo lado es- Mais comum do que a utilização do viço é a classe, a destreza, a técnica e a arte

31
de apresentação por parte de toda a equipe, ainda ter auxilio de uma copeira ou garçom. fica no centro e as travessas com os seus res-
pois não basta a criação de um prato por uma As travessas podem ser repetidas, deixadas pectivos talheres no lado oposto dos pratos.
profissional extremamente talentoso quando à mesa ou em um aparador próximo à mesa Quando o número de convidados for maior
a equipe do salão não está treinada suficien- (LEMOS, 2004). que 10 pessoas, os pratos e talheres ficam di-
temente para atender bem aos clientes. Esse Dentre as modalidades de serviço, o vididos em duas pilhas na mesa principal ou
serviço pode ainda ser classificado em sim- serviço à americana ou bufê é o mais versá- em uma mesa auxiliar, inclusive os pratinhos
plificado, quando os pratos são de tamanho til e utilizado desde o café da manhã até o de sobremesa.
normal e sofisticados quando são utilizados jantar, tendo como característica principal Nos sistema self–service também há
pratos maiores, cobertos pelo cloche. a apresentação de uma grande variedade de uma mesa com uma grande variedade de
O serviço de travessa sobre a mesa é preparações em uma mesa bufê, na qual os preparações, porém a diferença se encontra
uma modalidade ainda utilizada em restauran- clientes ou convidados se servem e voltam na arrumação das mesas. Nesse serviço não
tes populares, caracterizado por um serviço para as suas mesas (SOARES, 2001). há mise-en-place, os clientes pegam bandejas,
simples e antigo. A execução se dá com o pre- Esse serviço é uma boa opção para pratos e talheres e após se servirem voltam a
paro das travessas na cozinha, transportadas encontros com muitas pessoas e eventos in- suas mesas. Ao término da refeição os uten-
prontas até a mesa, onde os clientes se servem formais, devido à facilidade do serviço e ao sílios são levados até a copa ou deixados em
à vontade com ou sem ajuda do profissional. reduzido número de funcionários para aten- carrinhos apropriados. É uma modalidade
Muitos preferem esse tipo de serviço pois der aos clientes, visto que as atribuições para de serviço muito utilizada em refeitórios de
existe a possibilidade de dividir para duas ou o garçom é o serviço de bebidas e o atendi- grandes empresas e os chamados restaurantes
mais pessoas(PACHECO, 2005). mento de solicitações especiais. por quilo.
No Brasil é um serviço bastan- Quanto à disposição dos utensílios, Para todas as modalidades de servi-
te comum, e nas casas de família é o anfitrião os pratos e talheres são empilhados em um ço algumas regras são observadas. À direita
quem serve todos os convidados, podendo dos cantos da mesa, se necessário o arranjo do cliente acontece o serviço de todas as be-

32
bidas, de todos os pratos prontos, a apresen- de queijo, e as bebidas, whisky, cham- souflé, peixes, aves, ostras, siris, e as
tação dos acessórios (sal, pimenta, azeite, etc), panhe, vinhos. bebidas vinho branco seco.
a apresentação da nota e a limpeza da mesa. b. Hors-d’oeuvre ou antepasto: termos e. Prato principal: momento central de
À esquerda do cliente é feita a apre- em francês e português, respectiva- uma refeição, no qual são fornecidos
sentação de todos os pratos, a execução do mente, que representam a prepa- os principais nutrientes da refeição
serviço à francesa e à inglesa direto e também ração para a refeição, aguçando o (carboidratos, lipídios e proteínas).
a limpeza. apetite e estimulando as glândulas Os alimentos sugeridos são carne
salivares e gástricas, para tanto pre- vermelha, animais de caça acompa-
3.2. Ordem de apresentação dos
cisa se atraente. Os alimentos suge- nhados de legumes, arroz, e as bebi-
pratos adaptado de TEICHMANN
ridos são alface, tomates e escargots, e das vinhos tintos encorpados.
(2000)
as bebidas caipirinha, campari com f. Queijos: são servidos após o prato
A escolha do cardápio é adequada suco de laranja (sem excesso). principal para ajudar a dissipar os
ao número de indivíduos e da refeição a ser c. Sopa ou Consommé: prato quente ser- cheiros e sabores deixados nessa
oferecida. Abaixo se encontra uma sugestão vido antes do prato principal, dilata- etapa, podendo ser substituído por
para a ordem de apresentação dos pratos em dor dos vasos sanguíneos da boca e frutas. São apresentadas duas ou três
uma refeição completa. estômago. Em regiões quentes essa variedades
a. Salgadinhos e aperitivos: servidos etapa pode ser dispensada. g. Sobremesa: fase doce da refeição,
fora da mesa de jantar, ou antes da d. Entreé ou entrada: preparação com feita à mesa, após a remoção dos
refeição, proporciona um momento alimentos mais leves que o pra- gostos do prato principal. Por exem-
de distração, apresentações e con- to principal, podendo ser servidas plo, compotas, sorvetes, mousses.
versas. Os alimentos sugeridos são, duas ou mais entradas em jantares h. Café, licores e conhaque: servidos
canapés, pequenos sanduíches, pão longos. Os alimentos sugeridos são fora da mesa de refeição, ajudando

33
na digestão, a cortar a sonolência e Maître sommelier ção do serviço.
prolongando o encontro. Responsável pelo serviço de vinhos Para ser um maître é preciso ensino
no restaurante, pela compra e organização de médio ou superior completo, cursos e experi-
3.3. Equipe de serviço em alimentos e
estoque, sugestão de venda de vinhos, serviço ência na área, noções de inglês, conhecimen-
bebidas (PACHECO, 2004; PACHE-
e atendimento ao cliente de maneira geral. O to de informática. Inciativa, criatividade, di-
CO, 2005)
profissional precisa ter curso sommelier, maître namismo, paciência, capacidade de liderar e
Gerente de alimentos e bebidas e barman, bem como noções básicas de inglês, chefiar, bem como o domínio de técnicas de
É o responsável por todo o serviço francês e informática. Dinamismo, paciência, venda são habilidades pessoais recomendadas
do restaurante, pela padronização e correção organização, facilidade de comunicação e ca- a um maître.
das fichas técnicas, decoração da sala, mesas pacidade de liderança são fundamentais nessa
e bufê. Precisa planejar estratégias de venda, função. Barman
autorizar as compras visando a máxima lucra- Profissional que planeja, prepara e
tividade, analisar relatórios e auxiliar a direção Maître d’hôtel de restaurante serve coquetéis e outras bebidas, salgadinhos
nas funções referentes aos recursos humanos. Profissional com formação técnica e lanches em bares ou banquetes, sendo res-
É necessário curso de administra- na área, que tenha facilidade de comunicação ponsável por atender aos pedidos e reclama-
ção em hotelaria ou superior de gastronomia, e capacidade de liderança. É responsável por ções dos clientes e dos garçons. O barman
dois anos de experiência na função, fluência supervisionar todas as atividades do hotel re- treina e orienta funcionários sob sua respon-
em francês e inglês, e informática básica. É lacionadas com o serviço e atendimento aos sabilidade, zelando pela conservação e manu-
essencial que tenha facilidade de comunica- clientes, participando da elaboração do cardá- tenção dos equipamentos e materiais de seu
ção, organização, iniciativa, criatividade, di- pio, organização do estoque e manutenção de departamento de trabalho. A formação técni-
namismo, paciência, praticidade, liderança e equipamentos, além de selecionar seus fun- ca desejável é de barman e de garçom, além
habilidade com números e vendas. cionários e acompanha-los durante a execu- de noções de inglês.

34
Chefe de Bar Garçom de bar técnicas de venda, iniciativa e criatividade.
Nesse cargo a função é supervisio- Garçom com responsabilidade de Commis de restaurante
nar e organizar o atendimento aos clientes, servir coquetéis, outras bebidas, lanches e sal- Executa o mesmo serviço que o
controlar o estoque do bar, participar da ela- gadinhos para os clientes, além de preparar o garçom, auxiliando no atendimento aos hos-
boração do cardápio e atender as reclamações local de serviço e atender aos demais pedidos. pedes e clientes durante a permanência no
dos clientes. É necessário também supervi- Deve estar pronto para solucionar problemas restaurante. O commis auxilia na manutenção
sionar o controle dos utensílios, observando do bar e atender reclamações, zelando pela dos utensílios e nos serviços do restaurante.
a conservação dos mesmos. conservação e manutenção de equipamentos É preciso ter o ensino médio completo, além
Cabe ainda ao chefe de bar partici- e orientando os funcionários sob sua respon- de curso de garçom e um ano de experiência.
par das entrevistas para contratação de fun- sabilidade. Desse garçom é exigido o ensino Precisa ser comunicativo, ter paciência, edu-
cionários, assim como assessorar a direção do médio completo, experiência em hotel ou res- cação, iniciativa e disposição.
estabelecimento na organização de horários taurante, ser dinâmico e apresentar facilidade
Commis de bar
de trabalho da equipe do restaurante. Para ser de comunicação.
Garçom com especialidade técnica
um bom profissional nessa área é necessário
que além de atender aos hóspedes e clientes
noções de inglês, ter cursos na área, conheci- Garçom de restaurante
no bar, auxilia os demais garçons, prepara o
mento básicos de informática e curso de bar- Sua função é atender a hóspedes e
local de trabalho, zela pela conservação dos
man. Somando-se a isso deve ter facilidade clientes no restaurante e servir alimentos e
equipamentos e auxilia no fechamento do
de comunicação, organização, inciativa e lide- bebidas. É necessário ter curso técnico de
bar.
rança mantendo sempre uma postura rígida e garçom com experiência profissional de três
tendo um bom domínio de vendas. anos e noções de inglês e informática. Para 3.4. Preparação a apresentação da
esse profissional também é necessário facili- equipe de serviço em alimentos e
dade de comunicação, paciência, domínio de bebidas

35
A apresentação pessoal de uma equi- alimentos e bebidas não permite a utilização outro no almoxarifado.
pe define o nível técnico e a classe da empre- de perfumes, devido a sobreposição do chei- No momento da compra os fatores
sa. Marketing promocional de um restaurante ro ao aroma dos alimentos e preparações, e o de seleção são observados com cautela para
se dá com o primeiro contato com o público. uso de uniformes indica o não uso de acessó- evitar problemas futuros com a reposição. A
Os uniformes são adequados ao cli- rios, como joias. As unhas devem estar sem- resistência à quebra, lascas e risco é caracte-
ma, à idade e ao sexo, estando em harmonia pre aparadas, limpas, polidas e podem estar rística fundamental para uma louça de restau-
com a decoração do ambiente. Mantem-se pintadas com esmalte incolor. rante, o que refletirá na durabilidade do pro-
postura correta e ereta, estando à vontade no duto, mantendo a aparência por um tempo
3.5. Seleção de materiais e utensílios
ambiente de trabalho, com hábitos e gestos prolongado. Se possível, o material escolhido
para o serviço em alimentos e bebidas
apropriados ao ambiente. deve ser de fácil limpeza, resistente ao calor e
Bons hábitos e boas maneiras são As louças são selecionadas confor- à exposição ao microondas.
fundamentais em qualquer ambiente de tra- me o estilo, a decoração e o tipo de serviço Para manter a boa aparência após o
balho e a profissão. Não é permitido comer, do restaurante. Para serviços mais refinados prato servido, as bordas são estreitas, evitan-
beber ou fumar, é inaceitável enxugar o rosto sugerem-se louças especiais e em quantidade do que a comida avance para fora do prato.
com o guardanapo de serviço. Visa-se sempre suficiente. A escolha que um único padrão Tem tamanho, forma, espessura e cor em
atender bem ao cliente, com bom humor e de louças reduz o custo e evita problemas na harmonia com o ambiente e com a qualida-
equilíbrio emocional. área de lavagem. de dos outros utensílios, valorizando assim a
Para a boa apresentação e hi- A quantidade de louças é suficiente preparação servida.
giene pessoal mantêm-se os cabelos curtos, para atender ao número de lugares e as re- Os copos também precisam estar
limpos e penteados, com proteção de cabelo e posições necessárias, tendo disponíveis três adequados ao ambiente e clima, seja ele for-
touca quando necessário e amarrados no caso conjuntos para cada lugar, mantendo um apa- mal ou informal. Assim como o prato valo-
de cabelos compridos. O trabalho na área de relho completo em uso, um no restaurante e riza a apresentação da preparação, o tipo de

36
copo interfere na apresentação de um drin- cifico, como os talheres para aspargos, os- esquentar preparações à mesa, enriquecendo
que. Quando um estabelecimento utiliza um tras, espigas de milho, lagosta, escargots, uvas e a sua apresentação e mantendo-a quente du-
único tipo de copo, reduz a variedade para manteigas. rante toda a refeição. Por último o tripé, que
apresentação ao cliente, porém reduz de for- As toalhas de mesa, cobre-manchas serve de apoio para balde com gelo, colocado
ma importante o custo com manutenção e re- e guardanapos de tecido combinam com o junto à mesa do cliente.
posição. Copos produzidos em série são mais estilo, a decoração e o ambiente do restau- Tão importante como os demais
grossos e podem ter imperfeições, porém rante, considerando a qualidade do tecido e itens já apresentados, os móveis ajudam a ca-
apresentam maior durabilidade; a disponibilidade de reserva de guardanapos racterizar um ambiente. Requer serem fortes
Os copos são suficientemente largo coloridos para atender as diversas decorações. e duráveis e passam a informação quanto à
para comportar a quantidade necessária de A escolha do tecido considera a facilidade de qualidade e a imagem que se quer para o res-
um drinque, aumentando as possibilidades limpeza, para favorecer a retirada de manchas taurante.
de apresentações. Em restaurantes mais so- de comidas e bebidas entornadas nas mesas As cadeiras devem proporcionar
fisticados, copos de cristal são as opções mais durante o serviço. conforto aos clientes para que estes perma-
adequadas. Dentre os utensílios que valorizam neçam por mais tempo no restaurante. As
Os talheres de aço inoxidável o serviço de alimentos em um restaurante, redes de fast food têm por objetivo a pouca
são os mais utilizados, apresentando maior tem-se o guéridon, o réchaud e o tripé. O gué- permanência dos clientes em seus estabele-
durabilidade, são difíceis de entortar, arra- ridon é uma mesa retangular com rodinhas cimentos, por isso dispõe de cadeiras pouco
nhar, manchar ou enferrujar e os de prata nos pés, prateleiras, espaço para o garçom confortáveis.
apresentam qualidade superior, sendo mais trabalhar. Nele são dispostos pratos, talheres Características como a durabilidade,
utilizados em restaurantes sofisticados. Esses e taças para a realização de diversos tipos de a firmeza e a facilidade de limpeza são fun-
utensílios existem em uma enorme variedade serviços, como por exemplo, o serviço à in- damentais na escolha desse item, consideran-
de preços e estilos e modelos para uso espe- glesa indireto. O réchaud é um dispositivo para do ainda os tecidos tratados com produtos

37
contra fogo, à prova de água e manchas e de cliente, apresentando uma variedade de pra- o chamado à la carte e o Table d’hôte. O primei-
material não sintético, pois estes transpiram tos compatíveis com todos os gostos, tendo ro configura uma lista enumerada, na sequên-
podendo gerar algum desconforto. O design uma forma gráfica original, fácil de manusear, cia usual do serviço, de todos os pratos que
adapta-se à decoração, ao conforto e à segu- clara e legível. podem ser servidos e seu preço, permitindo
rança. A utilização de cardápios teve re- que o cliente componha sua refeição (BAR-
A escolha das mesas segue as mes- gistro em 1549, quando os hoteleiros eram RETO, 2005).
mas considerações das cadeiras, observando obrigados a afixar na porta dos estabeleci- O cardápio tipo Table d´hôte é utiliza-
para o tamanho e forma, para que estejam mentos uma listagem com as produções culi- do principalmente em hotéis e em restauran-
adequados ao espaço, combinando com as nária (BARRETO, 2005). Mas foi em 1765 tes ao lado de menus à la carte. Este cardápio
cadeiras e com outras mesas do restaurante. que Boulanger ao fixar em sua casa um car- é constituído por uma lista com uma refeição
Mesas com tampos maiores são mais confor- taz com a relação dos alimentos que seriam completa, na sequência usual do serviço, a
táveis e com maior número de lugares. servidos em seu estabelecimento, que esta um preço determinado, e o cliente sabe ime-
lista passou a ser chamada de menu (TEICH- diatamente quanto será o valor total da sua
4. Planejamento de cardápio para res-
MANN, 2000) refeição (BARRETO, 2005).
taurantes e hotéis
“Até o inicio daquele século, os ali- 4.2. Desenvolvimento de um cardápio
Cardápio ou menu, é uma lista orde- mentos eram servidos de forma
desordenada, sem seguir nenhuma
nada de todos os alimentos que são servidos diretriz predeterminada, ficando o O cardápio é um instrumento de
comensal sabedor do que iria comer
e que fornece opções para o próprio cliente na hora que o alimento chegava à venda, assim cuidadosamente pensado e ela-
mesa” (TEICHMANN, 2000 p. 50).
montar sua refeição, sendo que para isso nele borado, pois faz parte do marketing do restau-
é especificada a composição dos pratos, faci- rante e, inconscientemente, o cliente estará
4.1. Tipos de cardápio
litando a escolha do cliente. avaliando o tipo de papel utilizado, a impres-
O cardápio desperta a atenção do Há dois tipos principais de cardápio, são e as ilustrações. Por isso, durante sua

38
composição alguns fatores são considerados: rações do cardápio. Mantém-se um espaço calidades como herbes de Provence, iniciam com
•• A lista do cardápio inicia pelos ali- regular entre cada serviço, aproximando os letra maiúscula, com exceção para o molho
mentos mais leves, terminando com componentes de um mesmo serviço, sepa- a bechamel escrito em letra minúscula e sem
os pratos mais consistentes. rando os diferentes serviços por um traço acento, embora indique o nome do marquês
•• A ordem de apresentação dos pra- ou pontos e sempre indicando o preço logo de Béchamel (BARRETO, 2005).
tos é alternada em função da sua ca- abaixo de cada um. Os nomes de pratos de origem
racterística principal. Por exemplo, Revisa-se a ortografia cuidadosa- estrangeira da cozinha clássica conservam a
alternam-se carnes brancas e verme- mente, pois a escolha dos pratos e serviços sua ortografia de origem, por exemplo, paella,
lhas. é feita pela leitura do cardápio. A redação e roast beef, chateaubriand, sem tradução para
•• Não repete as guarnições com base, a correção gramatical são elementos funda- língua local. A expressão à la significa a moda
textura e cores similares. mentais na elaboração de um cardápio (TEI- de e é escrita em letra minúscula. Quando
•• Apresenta cores variadas. CHMANN, 2000). preceder palavras que iniciam com a letra A
•• Não oferece pratos com a mesma O francês representa a língua gas- é suprimido, como no exemplo, à l´américaine.
preparação culinária (assado, frito, tronômica e muitos termos não têm a tradu- A preposição de significa que um
cozido). ção para o português, por isso ao elaborar um alimento é feito de ou com certo ingrediente,
•• Evitar dois molhos similares em sua cardápio é sempre bom recorrer a um dicio- como mousse de foie gras ou salada de
base e composição. nário gastronômico e seguir algumas orienta- champignons, e a preposição en indica que o
É importante a apresentação do car- ções quanto à redação dos termos e do texto alimento está sendo servido em determinado
dápio, pois esse é o cartão de visita do es- (BARRETO, 2005). recipiente ou em uma massa, como patê en
tabelecimento. Neste consta o nome do res- Em primeiro lugar, pratos que re- croûte (BARRETO, 2005).
taurante e o endereço, a data de elaboração cebem nomes próprios como bacalhau à Evita-se pleonasmos na menção de
completa acima ou abaixo da lista de prepa- Gomes de Sá ou se referem a países ou lo- nomes de preparações e dos ingredientes,

39
quando estiverem subentendidos como por adota-se uma linha coerente de apresentação sílios necessários e os funcionários, o conhe-
exemplo, escrever sopa minestrone, sendo gráfica, sem misturar idiomas (BARRETO, cimento.
que minestrone é uma sopa típica (BARRE- 2005). Conhecer a clientela é fundamental
TO, 2005). Finalizando o desenvolvimento do para a escolha dos pratos, pois somente assim
Nomes de produtos e marcas são cardápio, é preciso atentar para a sequência é possível saber para quem se está vendendo
escritos com letras minúsculas, pois derivam de apresentação dos pratos, que pode seguir e dessa forma estabelecer o tipo de serviço,
de um produto geral. Porém marcas são escri- a sequência de uma refeição completa, que se se este será para clientes fixos ou variáveis,
tas em letras maiúsculas, como no exemplo: apresenta da seguinte forma: 1) hors d´oeuvre; casais ou solteiros, etc. As vendas são analisa-
podemos pedir um vermute, mas tomaremos 2) sopas e cremes; 3) peixes; 4) entradas quen- das pelas preferências da clientela, buscando
um Martini. tes; 5) carnes-aves; 6) queijos; 7) sobremesas sempre pratos mais rentáveis e não esquecen-
Quando o prato tiver apenas uma e 8) frutas. do de verificar aqueles que podem ser retira-
unidade de determinado produto, é escrito dos do cardápio (TEICHMANN, 2000).
4.3. Cuidados especiais no planeja-
no singular, como bisteca de porco e filé à A cor do cardápio segue o estilo e
mento de cardápios
parmegiana. Quando for mais do que um es- a estética da decoração do ambiente. O ta-
creve-se no plural, como costeletas de cordei- Para o desenvolvimento de um car- manho e tipo de letra são fundamentais para
ro e aspargos na manteiga. dápio é preciso conhecimentos culinários de uma apresentação harmoniosa, assim como
Quanto às denominações culinárias, forma que o cardápio apresente variedade de as ilustrações utilizadas, escolhidas com bom
algumas produções possuem tradução para formas de cocção e riqueza de combinações gosto e senso estético, respeitando o que o
o português, como bechamel, bufê, canapé, entre pratos principais e guarnições, além de cardápio comporta.
consomê, fricassê, omelete, patê, pavê, em conhecimentos de serviços de restaurante, Quanto à distribuição de pratos no
quanto outras mantêm a escrita na língua de quantidade de talheres e materiais necessários cardápio, a localização de cada um deles in-
origem. Dessa forma ao elaborar o cardápio para a mise-en-place. O restaurante tem os uten- fluenciará no nível de venda. O centro e o

40
lado superior direito são considerados zonas formações já apresentadas quanto aos cui- nais contêm sempre aquilo que é oferecido
nobres em um menu, possibilitando maior dados na variedade de formas de cocção, pelo cardápio. Por exemplo, um filé ao vinho
visibilidade e maior venda. A colocação de permitindo ao cliente uma grande variedade Madeira, em sua maioria é feito com vinho
preços fica em ordem crescente, com os ali- de escolha. As opções para os acompanha- tinto comum, o que é errado.
mentos listados a partir do mais barato (TEI- mentos ultrapassam a combinação arroz com A escolha de ingredientes fáceis de
CHMANN, 2000). batata-frita. As pessoas comem primeiro com conseguir, ofertados por fornecedores da re-
Para garantir a qualidade é impor- os olhos, portanto, há que se considerar a gião e com produtos da época, mesmo com
tante a elaboração de um modelo da versão decoração do prato e a variedade de cores os métodos atuais de congelamento, impor-
final do cardápio, para que não haja erros no (BARRETO, 2005). tação e transporte impedem a improvisação.
produto final. Nesse processo é necessário o Nas denominações dos pratos, po- Mesmo tomando todos esses cuida-
acompanhamento da execução da arte-final, dem ser utilizados nomes próprios na identi- dos o cardápio envelhece. Atualizá-lo perio-
com a revisão do texto, conferência do ta- ficação como forma de homenagear alguma dicamente, faz com que a clientela perceba a
manho, corte, dobra e tonalidade da cor. Um pessoa conhecida ou famosa. Em todas as preocupação na busca por novidades. Porém
cardápio impresso com muitas falhas com- preparações explica-se a sua composição. Se aqueles pratos considerados especialidades da
promete a imagem do estabelecimento. não estiver ali, cabe ao maître ou ao garçom casa e os mais vendidos são mantidos como
Definidas todas as questões quanto esta explicação. característica da casa.
à apresentação do cardápio, iniciam os passos Inova-se sempre com a pesquisa de
4.4. Aspectos da composição bási-
para sua execução. Para todos os pratos de novos pratos. Incluindo no cardápio pratos
ca de um cardápio (TEICHMANN,
um cardápio e novos pratos que venham a ser diferentes, usando a criatividade do chefe de
2000)
inseridos, há uma ficha técnica padronizada, cozinha, buscando testar novos ingredientes
com custo e receituário de fácil consulta. e misturas diversas, como frutas e carnes. Os Abaixo são listados itens de interesse
Importante serem reforçadas as in- pratos clássicos que tem guarnições tradicio- na escolha dos alimentos e ingredientes que

41
compõem uma preparação. Não basta apenas Os temperos dão característica aos portuguesa, no litoral paulista, onde as con-
oferecer ao cliente um espaço amplo, agra- pratos. Por exemplo, um molho à baiana é dições climáticas eram desfavoráveis e o solo
dável e bonito, com decoração moderna ou apimentado e um prato da cozinha italiana inadequado (FILHO, P. H., 2007).
típica, com móveis e utensílios harmonizados pede um pouco de orégano. A escolha de Por volta de 1626 iniciou a vitivini-
com ela. Além disso, o cardápio é a imagem ingredientes mostra criatividade no planeja- cultura no Rio Grande do Sul, na região dos
do estabelecimento e atende às expectativas mento de um cardápio. Cuidar para que não Sete Povos das Missões, trazida pelo Jesuí-
da clientela. seja oferecida, por exemplo, salada de batatas ta Roque Gonzáles de Santa Cruz, sendo o
Para auxiliar nesse processo de es- seguida de uma carne com purê. único estado em que a vitivinicultura se de-
colha, seleção, apresentação e preparação dos A variedade nos métodos de preparo senvolveu. Mais tarde esta vinha foi destru-
alimentos, atenta-se à cor dos alimentos, para enriquece uma refeição. Pode ser cru, assado, ída pelos portugueses que não concordavam
que sejam contrastantes e vivas, despertando frito, ensopado, desde que respeite as carate- com a produção de vinho no Brasil, por causa
o desejo de consumo. As formas de apresen- rísticas dos alimentos e o espaço disponível da concorrência o que diminuía a exportação
tação variam em tiras, cubos, rodelas, bastão, para o preparo. As preparações são servidas de vinhos portugueses (FILHO, P. H., 2007).
fatias, postas, bolinhos, enformados, etc. na temperatura adequada para o consumo. As A partir de 1870 a Serra Gaúcha
Os sabores são destacados e varia- sopas são quentes e o suco bem gelado. consolidou-se na produção de bons vinhos
dos, para que não se repitam como quando é por imigrantes italianos, que inicialmente
5. Serviço de vinhos para restaurantes
servido Peru a Califórnia com sorvete e com- utilizaram videiras do gênero Vitis vinifera
e hotéis
potas. As combinações podem ser feitas entre portuguesas, espanholas, francesas, alemães
ácido, salgado, apimentado, amargo, doce ou As primeiras videiras foram trazidas e italianas e após com o cultivo de videiras
picante. Apresenta-se texturas diversificadas para o Brasil em 1532 da ilha dos Açores por americanas, especialmente a Isabel (SOUZA,
entre consistência liquida macia, cremosa, ás- Martim Afonso de Souza, e cultivadas por J. S. I., 1965; CELIO, A., 2003).
pera, crocante, seca, fibrosa, etc. este e Brás Cubas, ambos nobres da coroa Após esse período a vitivinicultura

42
no Rio Grande do Sul se desenvolveu quanti- sua qualidade, pela exportação de diversas rantia de conservação e dá-se preferencia aos
tativamente, assim como outras regiões brasi- marcas para diversos países e pela expan- vinhos que tenham descrito no rótulo a safra
leiras. Por volta de 1930 inicia uma evolução são da vitivinicultura brasileira na região da de produção.
qualitativa na produção dos vinhos brasilei- Campanha gaúcha e na região do vale do São A longevidade dos vinhos depende
ros em função da maior procura pelos vinhos Francisco (Pernambuco). Enquanto que há muito da forma como são armazenados. Os
nacionais. A Companhia Vinícola Rio-Gran- vinte anos o nosso vinho era tido como um vinhos não servem para decorar prateleiras de
dense teve destaque nesse período por ser a suco de uva azedo com cheiro de raposa, hoje cantinas e restaurantes, como se faz no Bra-
primeira vinícola a produzir vinhos finos, a são produzidos no Brasil vinhos finos, que sil. São conservados em um lugar especifico,
partir de uvas viníferas, cultivadas nos vinhe- podem competir com muitos estrangeiros uma adega, que deve ser seco, frio, escuro e
dos da chamada Granja União, na região de de renome internacional (PACHECO, A.O., sem vibração. Além da adega os restaurantes
Flores da Cunha (PACHECO, A.O., 2005) 2005). podem ter uma cave du jour (pequena adega),
Na década de 1970 inicia a influên- onde serão estocados os vinhos de consumo
5.1. Critério de compra e armazena-
cia de empresas multinacionais no impulsio- imediato (PACHECO, A.O., 2005).
mento dos vinhos
namento da produção dos vinhos brasileiros, As adegas são escuras e as luz arti-
com o aperfeiçoamento dos métodos de culti- Para uma compra certa é preciso ficial é colocada longe das garrafas de vinho,
vo e produção, introdução de grande volume conhecer um pouco sobre o produto. Os pois o vinho é produto perecível e deve ser
de recursos financeiros e oferta de incentivos princípios básicos para a aquisição de vinhos protegido da luz solar, que pode provocar al-
aos produtores locais para o cultivo de uvas com maior garantia de qualidade são comprar terações indesejáveis.
apropriadas e para o cultivo de vinhos finos sempre em lojas ou supermercados especia- A temperatura da adega é estável, en-
(PACHECO, A.O., 2000; CELIO, A., 2003). lizados, onde haja alta rotatividade do pro- tre 11ºC e 15ºC. Uma temperatura alta acele-
Atualmente os vinhos brasileiros duto e ele é protegido do calor, luz e ruídos. ra o envelhecimento dos vinhos fazendo com
têm respeito no mercado internacional pela Adquire-se em caixa fechada para maior ga- que estes percam o bouquet e a cor, enquanto

43
que se esta for muito baixa, a evolução será de qualidade que têm mais de dez anos (PA- bração. Não se guarda junto com os vinhos
lenta demais. No Brasil o ideal é instalar nas CHECO, A.O., 2005). produtos com odores fortes, pois eles podem
adegas equipamentos especiais para manter a Quanto ao envelhecimento, cada passar para os vinhos. A utilização de insetici-
temperatura em até 15°C (PACHECO, A.O., produto é feito para ter uma determinada das também é prejudicial (CELIO, A., 2003).
2005; BECK, et al. 2005). vida útil, portanto, alguns vinhos duram dois
5.2. Técnicas para o serviço de vinhos
As garrafas ficam deitadas ou incli- anos e outros cinquenta a sessenta anos. É
em restaurantes e hotéis
nadas, especialmente quando se trata dos vi- muito importante acompanhar a evolução do
nhos tintos especiais que duram mais de dez vinho, pela data de compra e pelas caracterís- Para um serviço de vinhos adequado
anos, de forma que o vinho fique em contato ticas organolépticas, para que ele seja consu- é necessária a presença de um maître sommelier,
com a rolha, mantendo-a úmida para impedir mido na época ideal. profissional responsável pelo serviço de vi-
seu ressecamento e a entrada do ar, que oxi- A longevidade dos vinhos depen- nhos em um restaurante e de instrumentos e
da o vinho. Ao guardar uma garrafa de vinho de basicamente do tipo de vinho, das uvas utensílios para a execução do serviço, como
coloca-se o rotulo para cima e o gargalo vol- utilizadas, dos processos de vinificação e da a carta de vinhos, carrinho-mostruário, décan-
tado para fora, separados pela nacionalidade, forma como é estocado. A época ideal de de- teur, copo de degustação, cesto para vinhos
marca, safra, região, cor e tipo (PACHECO, gustação é quando o vinho atinge sua maturi- tintos, balde para vinhos brancos, saca-rolhas,
A.O., 2005; BECK, et al. 2005). dade, por exemplo, um vinho branco Riesling termômetro, tabela da safra, etc (PACHECO,
Após serem estocados, o ideal é que deve ser consumido entre 2 e 6 anos e um vi- A.O., 2000).
os vinhos não sofram mais vibrações, nem nho tinto comum Bordeaux entre 4 e 10 anos O serviço inicia com a escolha e de-
mesmo para limpeza do local, pois as vibra- (CELIO, A., 2003; PACHECO, A.O., 2005). sarrolhamento da garrafa. A escolha é feita
ções causam cansaço ao vinho e misturam Guardar um vinho por muito tempo através da carta de vinhos ou por sugestão do
as impurezas que tendem a se depositar no na geladeira pode interromper sua evolução, maître sommelier e a garrafa é levada à mesa e
fundo da garrafa, situação comum em vinhos descolar o rótulo e na geladeira há muita vi- apresentada ao cliente para que este confirme

44
sua escolha e desarrolhada na mesa em frente rafa, passando o vinho da garrafa original para •• Fortificados secos – 9ºC a 11ºC
ao cliente (BECK, et al. 2005). um décanteur, que permite a separação das im- Em jantares completos, compos-
Os vinhos tintos de qualidade são purezas, não deixando que elas se misturem tos por diversos pratos, é preciso seguir uma
apresentados em cestas apropriadas de vime ao vinho. Antes de ser consumido o vinho ordem de precedência no serviço de vinhos,
ou em suportes de prata, em temperatura am- permanece aberto por um tempo, principal- respeitando a seguinte ordem: vinho seco an-
biente, enquanto que os brancos, rosados e mente aqueles envelhecidos por mais de dez tes do suave ou doce; vinho branco antes do
os champanhes são apresentados em baldes anos, para que as qualidades organolépticas tinto; vinho tinto antes do branco doce; vinho
apropriados, com gelo e água (PACHECO, do vinho se destaquem (BECK, et al. 2005).. leve antes do encorpado; e vinho jovem antes
A.O., 2000). A temperatura para degustação de do envelhecido (PACHECO, A.O., 2000).
Primeiramente serve-se um pouco um vinho depende do tipo de vinho e da pre- Em relação à combinação com ali-
do vinho ao cliente que fez o pedido para que ferência do cliente, seguindo-se as faixas de mentos atualmente as regras são mais flexí-
este deguste, verificando sua qualidade, apro- temperatura citadas abaixo (DANESI et al, veis, porém algumas normas ainda são obser-
vando ou não. Após serve-se as senhoras, em 2007): vadas pelo gourmet. Como regra geral, temos
seguida os homens e por último o cliente que •• Espumantes doces – 6ºC a 8ºC que o vinho deve valorizar o prato e o prato
degustou inicialmente. Ao servir não se en- •• Espumantes - 8ºC a 10ºC valorizar o vinho, havendo uma harmonia en-
costa a garrafa no copo e deposita-se apenas •• Brancos secos comuns - 6ºC a 8ºC tre ambos.
2/3 do copo, permitindo a aeração necessária •• Brancos licorosos – 11ºC a 13°C A carta de vinhos, assim como o
para a liberação dos aromas (Le Cordon Bleu, •• Rosados comuns - 6ºC a 8ºC cardápio ou o menu, são o cartão de visita do
2005). •• Rosados estruturados - 10ºC a 12°C restaurante, por isso a mesma deve ser con-
O processo de decantação e oxige- •• Tintos jovens e frescos – 10ºC a cisa, atraente, bem diagramada, de tamanho
nação é feita em vinhos de classe superior 12°C médio, cores agradáveis, conteúdo bem dis-
quando contêm impurezas no fundo da gar- •• Tintos comuns - 14ºC a 15ºC tribuído e letras com tamanhos e formatos

45
legíveis. Contém além de vinhos brasileiros, a visão, o olfato, o paladar e o tato. É efetua- da garrafa somente são permitidos para vi-
os vinhos estrangeiros que mais se consome da duas horas antes ou depois das refeições e nhos com mais de dez anos. Vinhos rosados
no Brasil, de diversos sabores, cores e preços. exige perfeita saúde por parte do degustador. podem variar desde rosa até alaranjado.
A ordenação técnica da carta de vinhos é: 1) Para o exame visual segura-se o cá- Para o exame olfativo inicialmente
vinhos servidos abertos; 2) vinhos do país; lice corretamente pela base da haste ou pela aproxima-se o copo do nariz e cheira-se o vi-
3) vinhos do continente; 4) vinhos de outros haste, permitindo uma boa visualização do nho sem agitar o copo, verificando assim os
continentes; 5) Champagnes e espumantes do conteúdo. O degustador enche o cálice até aromas primários do vinho, que são os aro-
país; 6) Champagnes e espumantes estrangei- um quarto de sua capacidade, eleva até a al- mas da própria fruta. Em seguida, agita-se o
ros; 7) Vinhos de sobremesa (PACHECO, tura dos olhos e inclina a cerca de 45° contra vinho com movimento giratórios do copo e
A.O., 2005). a luz. o cheira novamente, verificando agora os aro-
Além dessa sequência é importan- Os vinhos brancos devem ser in- mas secundários, que são formados pela fer-
te observar que a lista de vinhos é elaborada color, verde-palha, amarelo-claro e amare- mentação e pelo envelhecimento, chamados
em ordem crescente de preço, identificando- lo-dourado. Vinhos mais velhos apresentam de bouquet.
-se a safra, a região de origem e o produtor, uma coloração mais escura, enquanto que vi- Após inicia o exame gustativo inge-
podendo ser impressa ou escrita a mão, com nhos mais novos são límpidos e cristalinos, rindo um gole do liquido, deixando o vinho
ilustrações sobre vinhos (BECK, et al. 2005). não sendo permitido nenhum tipo de impu- circular por toda a superfície da boca e da
reza. língua antes de engolir ou cuspir. As papilas
5.3. Técnicas básicas para degustação
Vinhos tintos, quando jovens, apre- da língua identificam os quatro principais sa-
de vinhos (Le Cordon Bleu, 2005).
sentam coloração vermelho-violeta ou ver- bores: doce (álcool etílico, glicerina e açúcar
A degustação de um vinho é realiza- melho-rubi, passando à cor vermelho-tijolo residual), salgado (sais minerais), ácido (ácido
da por meio das suas características organo- quando mais velhos. A cor marrom é impró- tartárico, málico, cítrico e acético) e amargo
lépticas através de quatro órgãos do sentido, pria para vinhos tintos e depósitos no fundo (taninos). Ainda é possível identificar as sen-

46
sações táteis como aspereza ou adstringência, componentes. Pratos leves pedem vinhos le- são mais ácidos do que os de locais quentes
picante e calor. ves e pratos fortes pedem um vinho encor- e a quantidade de taninos depende da manei-
Na tentativa de extrair algo pado. Por exemplo, um peixe é servido com ra de produção do vinho e, de forma geral,
mais do vinho, leva-se um gole de vinho a um vinho branco e um cabrito condimenta- os vinhos mais jovens têm mais taninos que
boca e aspira o ar mantendo os lábios entre- do com vinho encorpado. Caso haja uma in- os mais velhos. Os taninos quando maduros
abertos, fazendo com que os vapores subam versão nessa combinação, e o peixe grelhado e bem tratados conferem sabor agradável e
para a cavidade nasal. Os sabores de vinhos venha acompanhado com o vinho tinto en- maior longevidade aos vinhos, quando, po-
mais comuns persistem na boca de 1 a 3 se- corpado e o cabrito com o vinho branco, os rém não amadurecem adequadamente podem
gundos e os sabores dos bons vinhos perdu- sabores do peixe e do vinho branco serão so- causar sensação de adstringência ou rascância
ram por até 20 segundos. brepostos pelos sabores mais fortes (FILHO, (SANTOS, J.I., 2008).
P. H., 2007).i Preparações muito salgadas dificul-
5.4. Dicas para combinação entre vi-
Em segundo lugar um prato mais tam a escolha do vinho. Vinhos mais ácidos
nhos e os alimentos
ácido pede um vinho com acidez mais alta, e com os brancos e os espumantes são boas
Não existe uma regra fixa para a doce pede vinho doce. Quanto mais doce o combinações, enquanto que os tintos ricos
combinação entre os alimentos e os vinhos prato, mais doce deve ser o vinho. Se for uma em taninos podem acentuar o excesso de sal
que acompanham a refeição. Porém é possí- preparação gordurosa, é necessário que o vi- (SANTOS, J.I., 2008).
vel fazer a escolha do vinho a partir dos prin- nho contenha característica que dê a sensação Santos (2008) aponta também para
cípios da harmonização entre estes dois com- de cortar a gordura da comida, como as bo- a harmonização entre o peso e a intensidade
ponentes tão fundamentais para o sucesso de linhas dos espumantes, a acidez e os taninos das preparações com os vinhos. Preparações
uma refeição. (SANTOS, J.I., 2008). pesadas como aquelas acompanhadas de mo-
A primeira consideração nesse sen- A acidez está presente, normalmen- lhos, devem se servidas com vinhos potentes
tido é acompanhar as características dos dois te, nos vinhos produzidos em locais frios, que como Cabernet Sauvignon. A intensidade do

47
sabor dos ingredientes, como em preparações cos encorpados; re, combinam com vinhos tintos
picantes ou bem condimentadas, combina, •• massas dependem do molho: molho encorpados; e os queijos picantes,
por exemplos, com vinhos brancos com in- branco com vinhos brancos secos como Roquefort e Gorgonzola, como
tensidade de aromas como Sauvignon Blanc. ou tintos leves; e molho vermelho os vinhos tintos encorpados ou vi-
De maneira bem simples combi- com vinho tinto ou vinho branco nhos doces.
nam-se alimentos e preparações pela cor. encorpado; •• Sushi pode ser servido com espu-
Para pratos brancos ou claros, acompanha vi- •• pizza pode ser acompanhada de mantes ou vinho branco seco;
nhos brancos, para pratos vermelhos ou caça, vinho tinto italiano ou vinho tinto •• sobremesas podem ser acompanha-
acompanha vinhos tintos e para pratos regio- seco com boa acidez; das por vinhos licorosos e vinhos
nais, acompanha vinhos locais. •• churrasco pede tinto jovem e car- espumantes.
São apresentadas algumas combina- nes de sabor forte também pedem
6. Serviço de bar para restaurantes e
ções que se pode incluir na prática profissio- tintos. Aves são bem servidas com
hotéis
nal e nas refeições (PACHECO, A.O., 2000): tintos e brancos;
•• foie gras tem uma combinação perfei- •• para os queijos é preciso considerar Em um hotel ou restaurante o bar é
ta com vinho doce, compensando a as características individuais: queijos caracterizado por servir bebidas em um bal-
gordura dessa preparação; de massa mole, como ricota, minas, cão com lugares individuais, centralizando
•• frios combinam bem com vinhos de cabra, combinam com vinhos todos os utensílios e ingredientes necessários
brancos. Os mais fortes como sala- brancos secos; queijos meia cura, para o preparo de bebidas, drinques e coque-
me, são bem servidos com tintos de como Camembert, Brie, Ementhal , Til- téis em um único ambiente onde os clientes
boa acidez; sit , Gouda, combinam com vinhos pode acompanhar todo o serviço (PACHE-
•• bacalhau combina com tintos como tintos semi-encorpados; queijos de CO, 2005).
é a preferência em Portugal ou bran- massa dura, como parmesão Gruyé- É um local de encontros rápidos

48
entre amigos e para negócios, representando •• bar ao consumo: variedade de bebi- xo estão listados alguns dos utensílios essen-
um ambiente informal, podendo ter também das nacional ou importadas, escolhi- ciais para a execução desse serviço:
o serviço de lanches e salgadinhos. Nesse ser- das previamente pelo cliente, cobra- •• Saca-rolhas e abridores de garrafas;
viço há algumas classificações quanto ao tipo das de acordo com o consumo real. •• Pinça saca-rolhas para vinhos espu-
de serviço e bebida oferecido, conforme des- •• bar por hora: variedade de bebidas mantes;
crito abaixo: previamente estipuladas pelo cliente, •• Tampa hermética para vinhos espu-
•• open bar nacional: composto por cobrado um preço fixo por pessoa mantes;
uma variedade de bebidas nacionais, durante um determinado período de •• Triturador de gelo;
inclusive o uísque. tempo. Nesse serviço o cliente pode •• Pinças de gelo;
•• open bar importado: composto por estabelecer quais bebidas serão ser- •• Colher furada para gelo;
uma variedade de bebidas nacionais vidas e a quantidade. •• Espremedor de laranjas;
e importadas, como uísque 8 ou 12 Em hotelaria existem dois tipos de •• Coqueteleira, constituídas por cor-
anos importado e as demais bebidas bares, o bar da frente onde o cliente é servi- po, filtro e tampa;
nacionais. do no balcão ou nas mesas e o preparo dos •• Coqueteleira americana ou Boston,
•• bar tropical: composto por basica- drinks é feito na frente do cliente e o service constituída por uma parte de vidro e
mente bebidas tropicais, como bati- bar um bar de apoio, não sendo visualizado outra de metal, permite que o cliente
das e caipirinhas, podendo ser servi- pelo cliente, onde o garçom busca as bebidas veja os líquidos serem agitados;
das em frutas. solicitadas. •• Mixing glass vem junto com uma
•• cash bar: inclui todas as bebidas na- A mise en place do serviço de bebidas grande colher, própria para mistu-
cionais e importadas, colocadas à é composta por vários acessórios, seja para rar: coquetéis e long drink;
disposição do cliente que paga pre- servir bebidas à mesa ou para a preparação •• Medidor, para dosagem dos líqui-
viamente pelo serviço. dos coquetéis e das bebidas misturadas. Abai- dos;

49
•• Stainer ou coador, para filtrar os lí- bem. É usado com força, mas sem agitá-los agitados no shaker, misturados no copo das
quidos misturados no mixinh glass; de mais. O segundo serve para preparações misturas ou montados no copo em que são
•• Sifão com fecho hermético, com de líquidos menos viscosos e mais transpa- servidos. O que determina a modalidade de
dispositivo para fornecer água com rentes, e permite obter drinques de cores bri- preparação de um coquetel são os ingredien-
gás; lhantes, tendo com regra nunca sacudir a mis- tes que o compõem. O barman, responsável
•• Ralador de cascas de cítricos ou para tura, mas mexer vagarosamente com colher pelo preparo dos coquetéis, deve ser criativo
especiarias; apropriada. Nenhum é utilizado para prepa- e estar sempre aprimorando seus conheci-
•• Faca com serrilha para cítricos; rar coquetéis à base de vinhos ou bebidas fri- mentos, para criar novas combinações (PA-
•• Faca para casca de cítricos; santes, que perderiam a espuma. CHECO, 2005).
•• Conchinha; Normalmente os coquetéis são ser- Os coquetéis se dividem em catego-
•• Mixing spoon, para mexer coquetéis; vidos gelados, de modo que é muito impor- rias de acordo com a dosagem e a temperatu-
•• Pauzinhos coloridos para enfeitar tante o uso apropriado do gelo. Este é cris- ra das bebidas. Os long drinks são servidos em
com frutas; talino, preparado com água absolutamente copos grandes, com características refrescan-
•• Canudinhos; transparente e que não tenha ficado muito tes e repousantes, tendo em sua composição
•• Tigelinhas para salgadinhos; tempo na geladeira. Não utilizar duas vezes aguardente misturada com sucos de frutas,
•• Jarros de vidro, grandes e pequenos, para coquetéis diferentes. O gelo picado ou refrigerante ou água gaseificada e gelo.
para água e xaropes; em neve não é utilizado em bebidas com alto Aqueles servidos em copos peque-
•• Guardanapos pequenos. teor alcoólico, pois derretem rapidamente. nos são denominados shorts drinks, recebem o
O shaker ou mixer são dois utensílios titulo de verdadeiros coquetéis, podendo ser
6.1. Tipo de coquetéis
diferentes utilizados para o preparo de drinks. servidos antes ou após as refeições. A última
O primeiro é usado para misturar líquidos de Os coquetéis são bebidas curtas classe de coquetéis são os hot drinks, bebidas
alta densidade e opacos, para amalgamá-los ou short drinks preparadas de três maneiras: quentes, servidas em climas frios e em copos

50
apropriados. muito secos, são agitados no shaker e prepa- posição açúcar, água, gelo, limão, gin (brandy,
Os diversos tipos de coquetéis apre- rados com suco de limão, açúcar, rum/ vodka whisky, vodka, rum) e soda.
sentam finalidades especificas e dentre a mais ou brandy. Após agitar a mistura o drink é co- Os fizzes são preparados no shaker e
importante é a de estimular o apetite. Para locado em um copo tipo sour, junto com uma servidos em copo médio sem pé chamados de
isso são servidos aperitivos secos, amargos rodela de laranja e uma cereja. tumblers. O Gin fiz recebe gelo, limão, açúcar,
ou ácidos, como bebidas destiladas mistu- Aqueles que recebem a denomina- gin (brandy, whisky, vodka, rum) e água com
radas com sucos de frutas ácidas, vernutes, ção juleps são preparados em copos que rece- gás, no seu preparo. De composição longa e
bitter, etc. Licores e aguardentes são servidos bem o mesmo nome do drink. O Mint julep refrescante, os Collins são servidos preferen-
ao final das refeições, pois sua característica recebe sua composição folhas de hortelã, cialmente em dias quentes e preparados em
principal é a de auxiliar na digestão. açúcar, água, whisky bourbon, gelo moído e copos grandes, sem pé.
Os coquetéis também podem exer- ramo de hortelã para decoração.
6.3. Tipo de bebidas
cem a função de refrescante, quando são Brandy smash é um coquetel prepa-
servidas bebidas destiladas misturadas com rado com hortelã, açúcar, água e brandy, de- Bebidas fermentadas
suco de frutas, refrigerante ou água gaseifica- corado com uma folha de hortelã, rodela de Sofrem o processo de fermentação
da, a função nutritiva quando são compostos laranja, cereja e casca de limão, classificado que transforma açúcares, sacarificação dos
de ingredientes calóricos como cremes, mel, como coquetel smashes preparado e servido amidos, em álcool etílico ou metanol, atra-
açúcar, chocolate e leite, e estimulantes físi- em copo tipo old fashioned, preferencialmente vés de um micróbio ou microorganismo, que
cos, quando composições quentes levam na no verão ou em climas quentes. pode ser bactéria ou levedura. Como exem-
sua preparação bebidas destiladas. Também servidos em copos tipo old plo, a cerveja.
fashioned, os coquetéis Slings recebem uma ro-
6.2. Grupos de coquetéis
dela de limão no momento em que são servi- Bebidas destiladas
Os coquetéis chamados de sours dos, como o Gin Sling, que tem na sua com- A destilação é um processo de se-

51
paração de liquido por vaporização e con- Hás produzidas pela destilação de cereais, lados de frutas;
densação, baseado nos diferentes pontos de como milho, cevada, trigo, centeio, aveia, ar- •• 18-20ºC para destilados mais enve-
ebulição da água e do álcool. A massa líquida roz, tendo como exemplo o gin e wisky e as lhecidos e importantes, como co-
é aquecida até atingir ebulição. bebidas destiladas a partir de vegetais, tipo nhaque, wisky e rum.
O álcool atinge esse ponto antes da batata, cana-de-açúcar, raízes, como a vodca,
6.4. Tipos de bebidas destilada
água, fervendo a 78o enquanto que a água fer- a cachaça, o rum a tequila.
ve a 100o. Portanto, os vapores do álcool são As bebidas destiladas podem ser in- Conhaque: considerada uma bebida nobre,
obtidos primeiramente, o que permite reco- geridas em vários momentos da refeição, po- destilado a partir do vinho branco produzido
lhê-los e resfriá-los para a passagem ao estado dendo ser servidas apenas ao término da re- na região de Charente na França e envelhe-
líquido, que no caso das bebidas, após passar feição ou acompanhar os pratos servidos ao cido em tonéis de carvalho. A marca Cognac
por um processo de maturação, poderá ser longo da refeição. Alguns restaurantes apre- só pode ser utilizada para a bebida produzida
considerado um produto final. sentam uma carta própria de destilados, que nessa região, sendo que as demais produções
As bebidas destiladas podem se ob- são consumidos ao final da refeição e apre- recebem o nome de Brandy.
tidas de sucos de frutas, cereais ou outras sentam custos bastante elevados, contribuin- O serviço requer copos especiais,
substância de origem vegetal, sendo classifi- do para o prestígio do restaurante. tipo balão, e acontece após as refeições. A
cadas conforme o produto do qual são des- O serviço requer cuidados particula- qualidade do conhaque depende das caracte-
tiladas. As vínicas são obtidas da destilação res, pelo uso de copos que exaltem as caracte- rísticas do vinho que o origina, e o tom alou-
exclusiva do vinho, como o Conhaque. As rísticas de cada tipo, respeitando a temperatu- rado é característico da conservação em cas-
bagaceiras da destilação do bagaço da uva, ra do serviço que é de: co de carvalho.
como a Grappa. Temos também aquelas ob- •• 5ºC para destilados neutros (gim e Os anos de envelhecimento são
tidas a partir de frutos fermentados, como vodka); identificados através de códigos: *** (três es-
maçã, cereja, pera, framboesa, as de cereais. •• 10ºC para aguardente de uva e desti- trelas) – 5 a 10 anos; V.O. (very old) – 10 a 15

52
anos; V.O.P. (very old pale) – 15 anos mínimo; Vodca: bebida nacional da Rússia, o que sig- 6.5. Bebidas compostas
V.S.O.P. (very special old pale) – 20 anos mínimo; nifica pouca água. Obtida a partir da destila-
A composição se dá pela mistura
X.O. (extra old) – 30 anos mínimo; Bras Arme ção de ervas, cereais, figos e batatas entre 43º
de duas ou mais bebidas simples, alcóolicas
(30 anos mínimo); Cordon Bleu (30 anos míni- e 45º.
ou não alcóolicas, como suco de frutas, leite,
mo); Napoleon ( 30 anos mínimo).
nata, ovos, açúcar, entre outros. São prepa-
Rum: obtido do melaço, resíduo da fabrica-
radas no shaker, no copo de mistura ou no
Wisky: representa aguardente mais consumi- ção do açúcar, tendo origem nos países pro-
próprio copo em que será servida a bebida,
da no mundo, produzido a partir de cereais dutores de açúcar, como Índia, Cuba, Porto
dependo da dificuldade de misturar os in-
como cevada, trigo e milho. Dentre as clas- Rico e outros.
gredientes, sendo que, quanto mais viscosos,
sificações dos diferentes tipos de wisky há o
mas difícil a homogeneização.
Malt wisky, produzido exclusivamente do mal- Licores: bebidas aromatizadas e compostas
Composições a base de nata, lei-
te; o Grain wisky, composto por uma mistura por álcool e açúcar, na proporção de 10 e
te, ovos, açúcar e licores são preparados no
de cevada e outros cereais. 20% respectivamente. Os aromatizantes mais
shaker, pela dificuldade de se obter uma mis-
utilizados são o aniz, limão, laranja, abacaxi,
tura homogênea, como por exemplo, um Ale-
Gin: resultado da sequência de duas destila- hortelã, coentro, café e cacau.
xander. Outras preparações como Manhattan,
ções de uma mistura de malte, milho e cen- Há licores a base de plantas, frutas
Dry Martini compostos por aguardente, vi-
teio, previamente fermentados. Na primeira e produtos desidratados: licores de plantas
nho ou outras bebidas de fácil mistura podem
é obtido um líquido com graduação alcoólica (Chartreuse); licores a base de frutas (Cherry
ser preparados no copo de mistura.
muito alta, e após são adicionados água des- brandy, Creme de cacau). Podem ser obtidos
tilada e alguns aromatizantes para a segunda por destilação, extratos aromáticos ou essên- 6.6. Bebidas para aperitivos
destilação. Na Alemanha é chamado de Stei- cias e por infusão.
São servidas antes das refeições com
nhager e na Inglaterra de Gin.

53
a finalidade de estimular o apetite. sariamente um aperitivo, pois também apre- ano de idade, envelhecido na própria garrafa.
Vermute: vinho preparado a base de uvas senta qualidades de um digestivo. Jerez (sherry): bebida proveniente da região da
brancas, adicionado de extratos de várias er- Os vinhos do Porto se dividem em Andaluzia, quando seco é servido fresco, sem
vas e condimentos aromáticos como coentro, categorias dependendo da composição e da gelo, podendo ser conservado em geladeira
casca de laranja, canela, cravo da índia. Exem- forma de envelhecimento. Há os vinhos do e quando doce, apresenta-se mais encorpado,
plo: Martini. A classificação dos vermutes se Porto envelhecidos em madeira provenientes envelhecido e alcoólico, servido em tempera-
dá pela cor e pelo sabor da bebida, onde se da mistura de vários vinhos obtidos a partir de tura ambiente.
denomina Corrente, a bebida de cor tinta; Bian- uvas diferentes de diferentes safras e vinhos
6.7. Tipos de copos e sua utilização
co a bebida de cor branca e sabor doce; Dry, com uvas diferentes mas da mesma safra, e os
branco seco; Punt e mes, tinto amargo e Clássi- vinhos envelhecidos em garrafa provenientes O copo ideal respeita as caracterís-
co, o tinto doce. da mistura de vários vinhos obtidos a partir ticas de cada bebida, valorizando suas par-
San Raphael: vinho aperitivo de origem france- de uvas diferentes da mesma safra. ticularidades e realçando suas qualidades.
sa feito à base de vinho tinto fortificado com O vinho do Porto Branco, mais uti- Entretanto, a criatividade, ousadia e diversão
algumas raízes e aromatizado com quinino. lizado como aperitivo, é produzido com uvas podem quebrar regras. A especificação de al-
Campari: bebida de origem italiana, cor ver- brancas e envelhecido em casco, podendo ser guns tipos de copos segue abaixo:
melha escura e amarga, obtida da infusão de seco, extra seco e doce. O vinhos tintos, po- •• Copo americano: é o copo mais po-
ervas amargas e pimenta Guiné. É servida dem ser de uvas Ruby, envelhecido em casco pular, utilizado em bares para servir
com gelo, casca de limão e com soda em di- por pelo menos 3 anos; de uvas Tawny, en- cerveja, por exemplo.
versas composições. velhecido em casco por pelo menos 4 anos, •• Copo ballon grande e pequeno: são
Porto: vinho de mesa, adicionado de aguar- ou serem vinhos Vintage, produzidos de uma copos tradicionais para servir co-
dente durante o processo de fermentação. só colheita, em um ano de excepcional quali- nhaque. No ballon grande podem ser
Produzido no norte de Portugal, não é neces- dade, engarrafado entre o segundo e terceiro preparadas bebidas tipo drink quen-

54
tes, decoradas com chantilly e com •• Taça para coquetel / Short drink para nhe e vinhos espumantes em geral.
gotas de licores coloridos. Martini: tradicional taça de coquetel Serve de 180 à 280 ml.
•• Copo brandy snifter ou copo de co- utilizada para bebidas misturadas e •• Copo globlet ou cálice grande: utili-
nhaque: tradicionalmente este copo geladas na hora de servir, mas sem zado para drinques com gelo tritu-
tem a haste curta e o bojo arredon- gelo. Não combina com decorações rado ou em pedacinhos, como sherry
dado de modo que a palma da mão mais vistosas e nem com canudos, globbler.
possa aquecer o copo e assim des- mesmo que cortados. Os tamanhos •• Copo coffee mug: também chamado
prender o bouquet da bebida, nesse são de 90 à 180 ml. de toddy ou caneca para hot drinks, é
caso o conhaque. Apresentam tama- •• Copo fantasia: copo grande, tipo usada especificamente para coque-
nhos desde 100 até 1.500 ml. cálice, utilizado para long drink de téis quentes, com 450 ml.
•• Cálice irish: de vidro resistente, ser- 300ml, com grandes pedras de gelos. •• Copo cordial, pony ou cálice de licor:
ve para irish coffe, drinques quentes •• Copo para grogue: feito de vidro re- existem nos mais diversos formatos,
ou frios, com café, creme de leite e sistente para servir todas as bebidas tendo em geral de 35 à 60 ml.
licores. quentes ou às quais se adiciona água •• Copo highball: é o tradicional copo
•• Caneca de chopp: junto com o copo fervente. long drink para servir bebidas desti-
tipo tulipa, são a preferência para •• Dupla taça para coquetéis: utilizado ladas ou coquetéis refrescantes com
servir chopp. Muitas vezes são arma- para short drink à base de sucos cítri- bastante gelo e adicionando-se soda,
zenadas em congeladores, existindo cos, em que a quantidade de ingre- água, refrigerante ou suco. Os mais
em diversos formatos e tamanhos. dientes não ultrapasse 70 a 80g. esguios são chamados de collins,
Alguns modelos são de tamanho •• Taça Flute: taça fina e elegante, que numa referência à família de drin-
exagerado, utilizados principalmen- tem o formato parecido com uma ques do mesmo nome. São encon-
te em festivais. flauta, utilizada para servir champa- trados nos tamanhos de 250 à 410

55
ml. •• Copo pilsener ou copo de cerveja: se- •• Copo tulipa: também utilizado para
•• Copo hurricane: feito sob medida melhante à tulipa, sendo, no entanto servir chope e cerveja, sendo muito
para servir coquetéis tropicais e re- mais alto e com design mais sofisti- popular no Brasil, onde é encontra-
frescantes. Combina com as mais cado. Comportam volumes de 350 do em quase todos os bares. Os ta-
extravagantes decorações e pode ser à 500 ml. manhos variam entre 350 e 370 ml.
substituído pelo ballon, menos usado •• Copo sherry: em inglês; é o mesmo •• Copo tumble baixo: serve drinques
atualmente. Seu tamanho aproxima- que xerez, utilizado para servir vi- com muito gelo em pedrinhas e sem
do é de 450ml. nhos fortificados, além do próprio acrescentar água com gás. O tipo
•• Taça para Margarita: taça específica xerez, o Madeira e o vinho do Por- médio é próprio para servir whisky
para servir esse coquetel. Algumas to. Também pode substituir o copo & soda. Também serve suco de fru-
marcas dispõem modelos com haste do tipo cordial para servir licores ou ta.
no formato de um cacto. Os tama- ainda para grappa. Os tamanhos va- •• Taça para Champanhe: serve o
nhos são de 350 à 500 ml. riam de 90 a 180 ml. clássico coquetel de Champanhe,
•• Copo old fashioned: clássico copo para •• Shot: é o típico copo do cowboy ame- sparkling, com frutas batidas ou cen-
servir whisky puro ou com gelo. Usa- ricano e é também chamado de trifugadas e vinhos espumantes.
do também para drinques on the rocks yankee shot. Serve bebidas sem gelo Também coquetéis feitos com sucos
(com gelo). Tem de 180 a 350 ml. e geralmente puras, mas também se cítricos e destilados, como Daiquiri,
•• Copo on-the-rocks: também chamado pode preparar coquetéis em cama- Barcadi e outros coquetéis perten-
de double old-fashioned, tem um for- das neste pequeno copo que tem de centes à categoria sour, com a pre-
mato mais apropriado para servir 35 a 60 ml. O seu similar brasileiro é sença de sabores azedos ou ásperos.
bebidas com gelo, conforme sugere o copo de pinga, muito popular em •• Copo tumbler alto ou Collins: copo
o seu nome. Em geral são de 350 ml. cachaçarias, botecos e padarias. para long ou tall drinks, servidos com

56
bastante gelo, tanto para bebidas pu- usado para servir destilados gelados,
ras como para coquetéis refrescan- mas sem gelo. Também pode ser
tes com misturas de sucos, água ou usado para Tequila pura e outras be-
refrigerantes. Pode ser substituído bidas.
pelo highball. São encontrados nos •• Copo zombie: usado especialmente
tamanhos de300 à 450 ml. na preparação de drinques homôni-
•• Taça para vinho: temos taças para mos, bastante alcoólicos e abundan-
vinhos tinto, branco, bordeaux, bour- tes. Utilizado também para preparar
gogne, chianti, rosé, Beaujolais. A varie- long drink com decoração de fruta
dade de copos para vinhos é quase exótica espetada com um pauzinho.
proporcional à variedade de vinhos
disponíveis. Especialistas sugerem
que, principalmente para iniciantes,
basta um tipo de copo para o servi-
ço de vinhos, desde que observadas
algumas regras: cristal fino trans-
parente, incolor, liso, haste longa e
com a abertura ligeiramente estrei-
tada.
•• Copo para vodka ou Steinhäger: copo
semelhante ao shot, porém um pou-
co mais alongado. Tradicionalmente

57
58
técnicas e procedimentos aqui explanados.
A abordagem teórica da história da
gastronomia deve sempre ser relembrada du-
rante a prática profissional, para que se enten-
da as razões de determinadas ações e a valori-
zação das descobertas, respeitando a história
dos personagens que possibilitaram o avanço
dos conhecimentos atuais.
No que concerne às técnicas de ser-
viço em restaurantes e hotéis aqui apresen-
tadas, existe sempre a possibilidade de me-
lhoramentos que fazem do trivial algo novo
e desafiador, e é nesse aspecto que o profis-
sional mostrará sua criatividade, expressando
CONSIDERAÇÕES FINAIS
seu talento, cativando seus clientes e regis-
Ao longo desta publicação percor- trando sua marca.
reu-se algumas áreas de abordagem da Gas- Dessa forma entende-se que as in-
tronomia com o intuito de iniciar o processo formações aqui contidas sejam utilizadas
de construção do conhecimento nessa área como início de um longo caminho a percor-
que pode ser um campo de atuação do pro- rer, buscando sempre a atualização profissio-
fissional nutricionista. O enriquecimento des- nal, através de leituras, cursos e novas experi-
se conhecimento se dará com a aplicação das ências profissionais.

59
60
CELIO, A. Falando de vinhos: a arte de escolher
um bom vinho. Rio de Janeiro: SENAC, 2003.

DANESI, A. P.; MARCONDE, C.; DORIA,


M.A.S.D.; BARROS, M.A.L. Larousse do vinho.
São Paulo, Larousse do Brasil, 2007.

DAVIES, C. A. Alimentos e bebidas. 3. ed. Ca-


xias do Sul: EDUCS, 2007

DAYAN, E. I. Restaurante: técnicas de serviço. 2.


ed. Caxias do Sul: EDUCS, 1990.

FILHO, P. H. Novo guia de vinhos gaúchos. Porto


Alegre: RBS Publicações, 2007.

FLANDRIN, J.L; MONTANARI, M. Histó-


ria da alimentação. São Paulo: Estação Liberda-
de, 1998.

FRANCO, A. De caçador a gourmet: uma história


REFERÊNCIAS da gastronomia. São Paulo: SENAC, 2001.

BARRETO, R.L.P. Passaporte para o sabor: tec- FREUND, T. Técnicas de alimentos e bebidas. Rio
nologias para a elaboração de cardápios. 3 ed. São de janeiro: Infobook, 2000.
Paulo: SENAC, 2002.
HEINZ B. U.; GIRAUDO, U.; PINOLI, S.;
BECK, H.; GIRAUDO, U.; PINOLI, S.; REITANO, M. A arte e a ciência do serviço.
REITANO, M. A arte e a ciência do serviço. São São Paulo: Anhembi Morumbi, 2005.
Paulo: Anhembi Morumbi, 2005.
LE CORDON BLEU. Segredos profissionais
BRAUNE, R.; FRANCO, S. C. O que é gastro- para comprar, armazenar, servir e beber vinho. São
nomia. São Paulo: Brasiliense, 2007. Paulo: Marco Zero, 2005

61
LEAL, M. L. de M. S. A história da gastronomia. Roca, 2007.
Rio de Janeiro: SENAC Nacional, 2007.
SILVEIRA, J.L. Etiqueta Social: pronta para
LEMOS, S.J. Etiqueta pronta para usar. 2 ed. usar. 2. ed. Editora Marco Zero: 2004.
São Paulo: Marco Zero, 2004.
SOARES, E.P.; FALCÃO, M.F.C. A mesa:
LUKOWER, A. Cerimonial e Protocolo. 3 ed. arranjo e etiqueta. 4. ed. São Paulo: Escrituras:
São Paulo: Contexto, 2008. 2001.

MACEDO, A. Precisando de uma mãozinha SOUZA, J. S. I. Uvas para o Brasil. São Paulo:
para montar sua mesa? ed. 89. Cozinha Pro- Melhoramentos, 1965
fissional, p. 45-51
TEICHMANN, I. M. Cardápios – técnicas e cria-
ORNELLAS, L. A. Alimentação através dos tem- tividade. 5 ed. Caixas do Sul: EDUCS, 2000.
pos. Florianópolis: UFSC, 2000.

PACHECO, A. O. Manual do maître d’ hôtel. 5.


ed. São Paulo: SENAC, 2005.

PACHECO, A.O. Manual de organização de ban-


quetes. 3 ed. São Paulo: SENAC, 2004.

PACHECO, Aristide O. Iniciação à Enologia .


São Paulo: Senac, 2000.

PACHECO, Aristide O. Manual do maître d’


hotel. 5 ed. São Paulo: Senac, 2005.

SANTOS, J.I. Comida e vinho. São Paulo: SE-


NAC, 2008.

SILVA, S. M. C. S.; MURA, J. D. P. Tratado


de alimentação, nutrição e dietoterapia. São Paulo:

62

Você também pode gostar