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Audiência e penetração
Embora seu uso no Brasil já tenha cerca de 30 anos, o GRP - Gross Ra-
ting Points, ainda é de muita utilidade na mídia. E ainda o será por mui-
tos e muitos anos, assim como o sistema métrico. Pois tanto um como ou-
tro possuem a importância que têm justamente pelo fato de serem medidas
básicas e simples nos seus contextos de uso.
Como sabemos, através da soma de audiências de programas de TV, o
GRP presta-se com muita utilidade à função de dar uma boa noção do ní-
vel de esforço alcançado pelas programações de TV, com o devido auxílio
dos dados de freqüência e cobertura. Em rádio, o GRP também é usado,
mas com menor regularidade.
No caso de jornais e revistas, a medida usada comumente, com função
análoga ao papel que o GRP desempenha em TV, é a “penetração” −
chamada também de audiência, impropriamente − cujo conceito é prati-
camente o mesmo do usado em pesquisas de mercado para aferir penetra-
ção de produtos na população.
O motivo do uso de “penetração” em mídia impressa deve-se à impos-
sibilidade de se medir a quantidade de pessoas atingidas ao mesmo tem-
po por determinado jornal ou revista, porque esses meios atingem as pes-
soas paulatinamente, ao longo de períodos de tempo que variam de leitor
para leitor. Os leitores primários − os que compram o jornal ou a revista
−, são influenciados pela vida útil da publicação (sua periodicidade) e pe-
los seus próprios hábitos, a exemplo dos demais leitores que lêem a publi-
cação posteriormente.
O quadro 1 mostra índices de penetração e seus números absolutos −
que são os totais de leitores −, de quatro jornais de São Paulo.
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QUADRO 1
Penetração de Leitores e Totais de Leitores
Nº absolutos em 1.000
Mercado : Grande SP
Pop. pesquisada : Ambos os sexos ABCDE 10 anos ou + = 10.727
Fonte : Marplan 4º trim/98
Rankings de CPM
Os dados de penetração mostram os “totais de leitores atingidos pela
publicação”. Por isso é comum as editoras os divulgarem e os mídias os
usarem para calcular CPM e fazer rankings para selecionar títulos, como
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exemplificado no quadro 2, que utiliza um target qualificado e adulto,
muito visado por anunciantes presentes no meio jornal.
QUADRO 2
Ranking de CPM com base em Totais de Leitores
Nº absolutos em 1.000
Mercado : Grande SP
Target : Ambos AB 35+ = 2.038
Fonte : Marplan 4º trim./98
QUADRO 3
Ranking de CPM com base em Circulações
Circulações em 1.000
Mercado : Grande SP
Fonte : Marplan 4º trim./98
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QUADRO 4
Perfil de Leitores
Nº absolutos em 1.000
Mercado : Grande SP
Pop. pesquisada : Ambos os sexos ABCDE 10 anos ou + = 10.727
Fonte : Marplan 4º trim/98
QUADRO 5
Ranking de CPM com base em Circulações e Perfil de Leitores
N.º absolutos em 1.000
Fontes e mercados: IVC fev./99 3ª a sab – Brasil
Marplan 4º trim/98 - Grande SP
Target: Ambos AB 35+ = 2.038
QUADRO 6
Cálculo do N.º médio de leitores
com base no Total de Leitores
Nª absolutos em 1.000
Mercado : Grande SP
Fontes : Marplan 4º trim./98
IVC 4º trim./98 3ª a sábado
Mas há uma ressalva sobre esses números médios de leitores que foram
encontrados. É que o dado “total de leitores” é levantado pelo instituto
perguntando ao entrevistado se ele leu a publicação num determinado pe-
ríodo de tempo anterior à entrevista, independentemente de ele ter com-
prado o exemplar, ou ter sido o segundo leitor, terceiro, etc.; sendo afir-
mativa a resposta, ele é considerado leitor da publicação em questão, sem
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importar quantas vezes a leu no período. Isso faz com que sejam conside-
rados leitores tanto os que lêem todas as edições como os esporádicos.
Como há uma tendência de as pesquisas de hábitos de leitura aferirem
números de leitores sobreestimados, é mais prudente utilizar o dado “leito-
res freqüentes”, também levantado pelo Marplan, para calcular números
médios de leitores por exemplar, conforme feito no quadro 7. Como o da-
do "leitores freqüentes" sempre é um pouco menor que o de "leitores to-
tais", os números médios também o são, mas ficam mais próximos do que
sugere o bom senso.
QUADRO 7
Cálculo do N.º médio de leitores
com base nos Leitores freqüentes
Nª absolutos em 1.000
Mercado : Grande SP
Fontes : Marplan 4º trim./98
IVC 4º trim./98 3ª a sábado
Cálculo do PRP
Encontrados os números médios de cada título, podemos agora cal-
cular os CPM levando em conta circulações do mês mais recente, partici-
pação dos leitores no target, número médio de leitores por exemplar e,
conseqüentemente, total de leitores no target de cada título, como está no
quadro 8.
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QUADRO 8
Ranking de CPM com base em Circulações,
Perfil de leitores e N.º médio de leitores
Nº absolutos em 1.000
Mercado : Grande SP
Target : Ambos AB 35+ = 2.038
Fontes : IVC fevereiro/99 3ª a sábado e Marplan 4º trim./98
Circu- Part no Circul. N.º méd. T. leit. Preço (1) CPM Índice
Jornal lação target target leitores target R$
% (,00)
A 105 27 28 3,9 111 21.500 194,46 126
B 201 42 84 2,8 236 42.000 177,68 115
C 241 38 92 3,0 275 42.300 153,96 100
D 63 49 31 2,2 68 23.300 343,08 223
(1) 100 cm/col. em Indústria e Serviços, dias úteis.
QUADRO 9
CPM calculados por diferentes métodos
Valores em R$
Quadros: 2 3 5 8
Totais Circu- Circul. e Tot. leit
Jornal de leit. lações perfil leit. no target
A 147,26 166,67 617,28 194,46
B 160,31 117,98 280,9 177,68
C 127,03 89,24 234,84 153,96
D 256,04 342,65 699,28 343,08
Pelo que foi visto até aqui, não resta dúvida que o método demonstrado
no quadro 8 é o correto, independentemente da diferença de custo para
mais ou menos com os outros métodos, e do fato de não utilizar somente
os números de totais de leitores do Marplan. Isso poderá parecer estranho
a muita gente, principalmente àqueles acostumados a só utilizar esses da-
dos, para tudo.
É importante deixar claro que pelo fato do método adotado como o cor-
reto não utilizar os totais de leitores, isso não significa que este seja pres-
cindível como dado de pesquisa. Muito pelo contrario. Pois, como foi vis-
to no quadro 1, é através do levantamento dos totais de leitores que se cal-
cula as participações dos leitores de cada publicação no target, como é
mostrado no quadro 4.
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O calculo do PRP parte do seguinte raciocínio: foram encontrados os
totais de leitores no target, na Grande São Paulo, de cada um dos quatro
jornais usados para exemplo, como mostra o quadro 8; como a população
desse target, nessa mesma região, é de 2.038.000, segundo o Marplan e
IBGE, o PRP de cada jornal é quanto de participação o total de leitores no
target de cada título tem, na população-target existente.
No quadro 10 estão os PRP dos quatro títulos e, somente para compa-
ração, os índices de penetração vistos no quadro 1 para o target Ambos os
sexos, AB, 35 anos ou +.
QUADRO 10
Calculo de PRP para jornais
N.º absolutos em 1.000
QUADRO 11
Totais de leitores de revistas dirigidas
N.º absolutos em 1.000
Mercado : Brasil
Fonte : IVC fevereiro/99
Target : Trade = 67
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Encontrados os totais de leitores no target, basta agora calcular os PRP
tomando por base a população target, como mostra o quadro 12.
QUADRO 12
Cálculo de PRP para revistas dirigidas
N.º absolutos em 1.000
Mercado : Brasil
Fonte : IVC fevereiro/99
Target : Trade = 67
QUADRO 13
Totais de leitores de revistas femininas
Nº absolutos em 1.000
Mercado : Brasil
Target : Mulheres ABC 25+
Fontes : IVC dezembro/98 e Marplan 4º trim./98
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Em seguida os totais de leitores no target-Brasil de cada título são usa-
dos para calculo dos PRP, conforme constam no quadro 14.
QUADRO 14
Cálculo de PRP para revistas femininas
N.º absolutos em 1.000
Mercado : Brasil
Target : Mulheres ABC 25+
QUADRO 15
Comparativo entre PRP X Penetração
Tipo de Revistas
dado Mercado D E F