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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Teoria Geral dos Sistemas (TGS).

Nome: Albertina Rafael Tembe


Código: 708174073

Curso: Administração Publica


Disciplina: Gestão documental
Ano de Frequência: 4

Pemba, Outubro de 2020

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1. Critérios de avaliação (disciplinas teóricas)

Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota do Subtotal
máxima tutor
Capa 0.5
Índice 0.5
Aspectos Introdução 0.5
Estrutura organizacion Discussão 0.5
ais Conclusão 0.5
Bibliografia 0.5
Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
Descrição dos
objectivos 1.0
Introdução
Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
Articulação e
Conteúdo domínio do discurso
académico 2.0
(expressão escrita
cuidada, coerência /
Análise e
coesão textual)
discussão Revisão
bibliográfica
nacional e
internacional 2.0
relevante na área de
estudo
Exploração dos 2.0
dados
Conclusão Contributos teóricos 2.0
práticos
Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos Formatação paragrafo, 1.0
gerais espaçamento entre
linhas
Normas APA Rigor e coerência
Referências 6ª edição em das
Bibliográficas citações e citações/referências 4.0
bibliografia bibliográficas

ii
2
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice…………………………………………………………………………………….iv
Introdução ...................................................................................................................... 5
1. Problema..................................................................................................................... 6
1.2. Objectivo ................................................................................................................. 7
Objectivo geral: .............................................................................................................. 7
Objectivos específicos: ................................................................................................... 7
1.3. Metodologia de trabalho ........................................................................................... 7
2. Fundamentação ........................................................................................................... 8
2.1. Sistema .................................................................................................................... 8
2.1.2. Componentes dos sistemas .................................................................................... 8
2.1.3. Propriedades dos sistemas ..................................................................................... 9
3. Origens da teoria sistémica........................................................................................ 10
3.1. Permissas fundamentais das TGS ........................................................................... 10
3.2. Propósitos da Teoria Geral dos Sistemas ................................................................ 11
3.3. Tipologias de sistemas ........................................................................................... 11
3.4. Características da estrutura dos sistemas ................................................................ 13
3.5. Hierarquia dos sistemas .......................................................................................... 13
3.6. Processos de operação de sistemas ......................................................................... 14
3.7. Críticas à Teoria Geral dos Sistemas ...................................................................... 14
Conclusão ..................................................................................................................... 16
Bibliografia................................................................................................................... 17

iv
4
Introdução
Desde a Antiguidade, pensadores como Aristóteles, Platão, Sócrates, abordavam
conteúdos ligados aos sistemas à medida que procuravam formas de compreender e explicar
os acontecimentos, fenómenos da natureza e o comportamento humano. O termo sistema se
origina da combinação de dois radicais gregos: syn, que corresponde ao cum latino e
significa “junto”, “associado”; e thesis, com significados de “composição”, “união”. Seu
sentido literal é um tanto redundante, dando ideia de uma construção solidária, unificada.
A Teoria geral de sistemas tem como objectivo analisar a natureza dos sistemas e a
inter-relação entre suas partes, assim como a inter-relação entre eles em diferentes espaços, e
ainda, as suas leis fundamentais dos sistemas.
O trabalho tem por objectivo apresentar uma revisão bibliográfica sobre “Teoria
geral de sistemas, ”, abordando através das várias visões que alguns pensadores colocam
como novos desafios com vista consolidar os enfoque dinâmico, multidimensional e
multidisciplinar e que aborda as propriedades comuns em distintas entidades, bem como a
fiabilidade dos mecanismos de transparência sistémico.
O propósito da teoria dos sistemas é investigar pontos em comum entre os diferentes
campos de conhecimento e descobrir suas dinâmicas, problemas e princípios (propósito,
métodos, ferramentas, e outros), a fim de produzir resultados.
A teoria dos sistemas representa algumas mudanças de perspectivas sob alguns
aspectos:
 Das partes para o todo. Através da teoria dos sistemas, o foco não é mais o objecto
de estudo de cada área, mas sim as relações entre essas diferentes áreas;
 De medição para mapeamento dessas relações;
 De análises quantitativas para análises qualitativas de dados;
 De conhecimento objectivo para conhecimento epistemológico.

A teoria geral de sistemas não busca solucionar problemas ou tentar soluções


práticas, mas sim produzir teorias e formulações conceituais que possam criar condições de
aplicação na realidade empírica e razoes demasiadamente abstracta e conceptual e de difícil
aplicação prática.
Portanto, referir que no presente trabalho cingiu-se mais nos artigos e revisões
bibliográfica de diferentes pensadores na área dos sistemas.

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1. Problema
A base da avaliação do presente trabalho é buscar esclarecer de forma exaustiva dos
princípios, básicos norteadores da Abordagem geral dos sistemas, sua principal teoria e sua
aplicabilidade junto das sociedades num mundo globalizado.

Para tanto, a delimitação da problematização deste tema é: O que teoria geral dos
sistemas e de qual forma ela é aplicada nas organizações para obter resultados positivos no
desenvolvimento das mesmas?

Necessariamente, é preciso compreender melhor a natureza da teoria geral dos


sistemas, colocando em pauta seu surgimento e os valores que o compõe, que serão
explorados nos próximos tópicos, buscando de forma algum pontuar as principais
característica e peculiaridades, bem como abordar qual a importância destes assuntos para o
conhecimento integro

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1.2. Objectivo
Portanto, para que o trabalho tenha uma relevância também foi delimitado certos
objectivos que de forma óbvia deram raízes no trabalho em estudo:

Objectivo geral:
 Analisar de forma clara e exaustiva sobre a teoria geral dos sistemas.

Objectivos específicos:
 Identificar os elementos conceituais da teoria geral dos sistemas e sua evolução
histórica;
 Mencionar a importância da teoria geral dos sistemas;
 Descrever e apresentar bases sólidas sobre a teoria geral dos sistemas.

Porém, espera-se que os conteúdos contidos no presente trabalho venham a


corresponder os objectivos para qual foi elaborado e, tendo-se em conta de trabalho
cientifico a colaboração dos demais poderá ser uma aposta para melhor compreensão.

1.3. Metodologia de trabalho


Metodologia é o conjunto de métodos ou caminhos que são percorridos na busca do
conhecimento (Andrade, 2006). Método, em seu sentido geral, é a ordem que se deve impor
aos diferentes processos necessários para atingir um fim dado ou um resultado desejado.
No entanto, para elaboração do presente trabalho, o autor baseou se nas revisões
bibliográfica de diferentes pensadores na área dos sistemas, onde também recorreu-se a
consulta de algumas obras e recurso à fontes electrónicas que consistiu na leitura, analise e
finalmente a compilação das informações cujos autores estão devidamente citados na
referencia bibliográfica como maneira de permitir uma consistência do mesmo.
Assim sendo, por meio de pesquisa bibliográfica, esses temas foram abordados com
o objectivo de definir cada um, buscando pontuar as principais característica e
peculiaridades, bem como abordar qual a importância destes assuntos para o conhecimento
integro. Nesse sentido, as teorias e práticas contemporâneas têm apontado os indivíduos
como sendo a dimensão que merece maior destaque, uma vez que o retorno esperado é
sempre frutuoso.

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2. Fundamentação
Serão apresentados os conceitos de sistema, componentes dos sistemas, propriedades
dos sistemas, origens da teoria sistémica, permissas fundamentais das TGS, propósitos da
Teoria Geral dos Sistemas, tipologias de sistemas, características da estrutura dos sistemas,
hierarquia dos sistemas, processos de operação de sistemas, críticas à Teoria Geral dos
Sistemas, conclusão, bibliografia.

2.1. Sistema
A palavra sistema denota um conjunto de elementos interdependentes e interagentes
ou um grupo de unidades combinadas que formam um todo organizado. Sistema é um
conjunto de coisas ou combinações de coisas ou partes, formando um todo complexo ou
unitário. (Chiavenato, 2000, p. 545)
Alvarez, (1990), conceitua Sistema,
como um conjunto de elementos interdependentes que interagem com objectivos
comuns formando um todo, e onde cada um dos elementos componentes comporta-
se, por sua vez, como um sistema cujo resultado é maior do que o resultado que as
unidades poderiam ter se funcionassem independentemente. Qualquer conjunto de
partes unidas entre si pode ser considerado um sistema, desde que as relações entre
as partes e o comportamento do todo sejam o foco de atenção.

Segundo Morin (1977), um dos precursores desta abordagem, no século XX, Von
Bertalanffy (1975), conceitua o sistema como um conjunto de elementos inter-relacionados
e articulados entre si, com o ambiente em que existem e direccionados a um propósito
definido.
“devemos a Von Bertalanffy e à General Systems Theory, em geral, o fato de terem
dado pertinência e universalidade à noção de sistemas, terem considerado o sistema
como um todo não redutível às partes, terem abordado de fato certos problemas
organizacionais através das noções de hierarquia, terem formulado a noção de
sistema aberto”. Tais aspectos serão apontados, apropriadamente, neste estudo
(Morin, 1977, p. 120).

Oliveira (2002,p.35), define Sistema é um conjunto de partes interagentes e


interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado objectivo
e efectuam determinada função.

2.1.2. Componentes dos sistemas


Para Oliveira (1990), os sistemas funcionam de acordo com determinadas
componentes parametrizadas:
 (a) entradas;
 (b) processo de transformação; (c) saídas;

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 (d) controlo e avaliação;
 (e) retro alimentação ou feedback.

A parametrização depende, fundamentalmente, daquilo que é introduzido, como


energia ou insumo, no próprio sistema (i.e., na entrada), dos fins pelos quais o sistema existe
e dos propósitos que pretende alcançar, consoante este fim e mediante a actuação global de
suas partes.
A retro alimentação ou feedback, de acordo com Chiavenato (1993),
é um instrumento de regulação retroactiva ou de controlo, em que as “informações”
realimentadas resultam das divergências verificadas entre as respostas de um
sistema e os parâmetros previamente estabelecidos, objectivando reduzir as
discrepâncias, ao mínimo, bem como propiciar uma situação em que o sistema se
auto-regule.

2.1.3. Propriedades dos sistemas


Para BERRIEN (1968), define a TGS afirma que as propriedades de um sistema são
compreendidas pelo seu estudo global, evidenciando-se as interdependências com os
eventuais subsistemas.
As premissas fundamentais da TGS, de acordo com Chiavenato (1993), citando
Berrien, são:
 (a) a existência dos sistemas dentro dos sistemas e dos sistemas abertos;
 (b) a constatação de que as funções de um sistema dependem de sua estrutura.

Para este autor, a definição clássica de sistema, dada por Von Bertalanffy, como “um
conjunto de unidades reciprocamente relacionadas” (Chiavenato, 1993, p. 482), leva a dois
pressupostos básicos para a sua compreensão:
 (a) propósito ou objectivo: todo sistema tem um ou vários objectivos a alcançar;
 (b) globalismo ou totalidade: todo estímulo, em qualquer unidade do sistema, irá
afectar às demais unidades, i.e., o sistema sempre reagirá globalmente e se ajustará
automaticamente às mudanças ocorridas.

Segundo Chiavenato (1993), destes pressupostos derivam duas importantes


propriedades, essenciais para o funcionamento de um sistema:
 (a) entropia: tendência para o desgaste, a desintegração e o aumento da aleatoriedade
ou imprevisibilidade;
 (b) homeostasia: tendência para adaptar-se, a fim de alcançar um equilíbrio interno e
dinâmico entre as partes, face às mudanças do ambiente.

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3. Origens da teoria sistémica
De acordo com Chiavenato (2000) a TGS surgiu com trabalhos de biólogo alemão
Ludwig Von Bertalanffy. A TGS não busca solucionar problemas ou tentar soluções
praticas, mas produzir teorias e formulações conceituais para aplicações na realidade
empírica.
A Teoria Geral dos Sistemas é interdisciplinar, isto é, pode ser utilizada para
fenómenos investigados nos diversos ramos tradicionais da pesquisa científica. Ela é
trabalhada seguindo dois modelos de linha de raciocínio que segundo Daft (2002) retrata:
reducionismo ou elementarismo: fundamentalmente o termo dá ênfase a sistemas
de relacionamento e à unificação das partes e dos subsistemas em um todo
funcional. O reducionismo procura identificar nos sistemas suas partes
componentes, realçando que cada elemento tem uma função a desempenhar no
sistema mais amplo.
O outro é o holismo ou sistémico: é a concepção de que todos os sistemas se
compõem de subsistemas e seus elementos estão inter-relacionados. Isto significa
que o todo não é uma simples soma das partes, e que o próprio sistema só pode ser
explicado como uma globalidade. O holismo representa o oposto do reducionismo,
que considera o total como soma das partes individuais.

Na verdade, todo conhecimento, na era da informação ou dos sistemas (redes,


enlaces) supera a fragmentação do conhecimento.

3.1. Permissas fundamentais das TGS


Chiavenato (1993), a TGS fundamenta-se em três premissas básicas que são:
 Os sistemas existem dentro de sistemas: um subsistema se encontra localizado em
um supras sistema, que por sua vez também se encontra dentro de outro supras
sistema. Todos com suas devidas particularidades.
 Cada sistema é constituído de subsistemas, e ao mesmo tempo, faz parte de
um sistema maior (supra-sistema).
 Os sistemas são abertos: afirmar que um sistema é aberto quer dizer que os
sistemas, além de estarem dentro de outros sistemas, se comunicam com o ambiente
a fim de trocar informações.
 Decorrente da premissa anterior, cada sistema existe dentro de um meio
ambiente constituído por outros sistemas;
 Os sistemas abertos: têm por característica por um processo infinito de
intercâmbio com o ambiente para troca de energia e informação.
 As funções de um sistema dependem de sua estrutura: Cada sistema tem um
objectivo ou finalidade que constitui sem papel no intercâmbio com os demais

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sistemas. Isto é, um sistema possui um objectivo claro que se caracteriza como seu
papel nessa troca com outros sistemas e com o meio ambiente.

Os sistemas podem ser fechados ou abertos. Embora, como afirma Daft (2002), não
possam na verdade existir sistemas fechados, eles foram estudados como sistemas internos.
Os sistemas abertos “devem interagir com o ambiente para sobreviver; ele consome e
exporta recursos para o ambiente do qual é parte indissociável. Não pode se isolar” (DAFT,
2002, p.12). Um sistema aberto produz seus subsistemas.

3.2. Propósitos da Teoria Geral dos Sistemas


Para BERTALANFFY (1975), refere objecto da Teoria Geral dos Sistemas como a
formulação dos princípios válidos para os sistemas em geral,
qualquer que seja a natureza dos elementos que os compõem e as relações ou
“forças” existentes entre eles. A TGS é, portanto, uma ciência da “totalidade”. Pode
ser considerada uma disciplina que se insere na interface da lógica e da matemática,
em si mesma puramente formal, mas aplicável às várias ciências empíricas.

O autor ainda dispõe como principais propósitos da TGS os seguintes:


 Integração das várias ciências, naturais e sociais;
 Centralizar essa integração em uma teoria geral de sistemas;
 Buscar a construção de uma teoria exacta nos campos não-físicos da ciência;
 Desenvolver princípios unificadores que atravessam “verticalmente” o universo das
ciências individuais e;
 Integrar-se com a educação científica.

Como tal perspectiva, a unificação da ciência passou a ganhar um aspecto integrador,


envolvendo não apenas a física, mas os níveis social, biológico e de comportamento. Esta
visão acentua a necessidade não apenas de especialistas, mas também de equipes
interdisciplinares. Uma equipe de pesquisa, de desenvolvimento, deve ser considerada como
um sistema.

3.3. Tipologias de sistemas


Von Bertalanffy (1968), classifica os sistemas, quanto à sua natureza, em sistemas
fechado ou aberto, onde:
Sistemas fechados: são sistemas considerados isolados do ambiente, são hermético
a qualquer influência ambiental. O termo é aplicado a sistemas totalmente
estruturado, onde elementos e relacionamentos são combinados em um forma
peculiar e rígida, produzindo uma saída invariável, como as máquinas.
Sistemas abertos: são aqueles sistemas que mantêm uma troca de matéria e energia
com o meio ambiente, por meio de entradas e saídas. Esses sistemas são adaptativos

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para sobreviver. Sua estrutura é óptima quando todos os elementos do sistema são
organiza, aproximando-se de uma operação adaptativa.

Em geral, a abordagem contida na teoria geral dos sistemas tenta compreender o


funcionamento da sociedade, de uma perspectiva holística e integrativa, onde importantes
são as relações entre os componentes.

Os sistemas podem ser classificados de acordo com vários critérios. Segundo o


critério funcional, proposto por Forster, Rapoport e Trucco, conforme:
a) Sistemas isolados são aqueles que, a partir das condições iniciais, a priori, não
sofrem mais nenhuma perda nem recebem energia ou matéria do ambiente que os
circunda.
b) Sistemas não isolados mantêm relações com os demais sistemas do universo,
podendo ser subdivididos em:
b.1) fechados quando há permuta de energia (recebimento e perda), mas não de
matéria com o meio externo. b. 2) abertos, mais comuns de todos são aqueles onde
ocorrem trocas contínuas de matéria, energia e informação com o ambiente.

Segundo Oliveira (1990), devem ser considerados, no mínimo, três níveis de


hierarquia dos sistemas:
 (a) o sistema, propriamente dito;
 (b) os subsistemas e;
 (c) o super sistema ou ecossistema.

Para Morin (1977), o “sistema” é,


tudo aquilo que um observador considera como autónomo e emergente. Por outro
lado, “subsistema” é aquilo que é considerado como integrante e dependente. Tal
como diz o próprio autor, as fronteiras entre ambos são intercambiáveis. De modo
que um sistema pode ser subsistema de um outro, e assim por diante, consoante a
qualidade das relações verificadas entre eles.

Desta forma, o sistema - ou emergência - tem um grau de autonomia maior do que os


subsistemas - ou subordinações – e, ao mesmo tempo, menor do que o ecossistema, sendo
este último, uma emergência do próprio sistema observado.

Chiavenato (1993), comenta que, funcionamento do sistema ocorre de modo sinergético, i.e.,
num esforço coordenado das partes para alcançar os objectivos do todo.
Os esforços devem ser, portanto, combinados, para atingir uma melhor utilização
das partes, visando sempre à obtenção de um resultado que será maior do que a
soma dos resultados parciais (Chiavenato, 1993, p. 492). Aliás, faz-se um adendo,
para dizer que a sinergia é exactamente o que faz com que “todo” e “total” sejam
conceitos qualitativamente diferentes dentro da abordagem sistémica.

Para Chiavenato (1993), os sistemas possuem ainda duas outras classificações.


Quanto à constituição, podem ser:

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 (a) físicos ou concretos, i.e., objectos reais (e.g. hardware) e;
 (b) abstractos, i.e., planos, hipótese e ideias (e.g. software). Relativamente à
natureza, podem ser:
 (a) fechados, i.e., não se relacionam com o ambiente, não influenciando nem
recebendo influência do meio externo e;
 (b) abertos, i.e., se relacionam com o ambiente, através de entradas e saídas.
Os sistemas abertos, por uma questão de essência e propósito, não podem viver
isolados, mas antes, devem adaptar-se constantemente às condições do ambiente. A
adaptabilidade é um processo contínuo de aprendizagem e auto-organização do
sistema. Mesmo os sistemas ditos “fechados”, i.e., que têm um comportamento
totalmente programado, precisam operar com alguma interferência do ambiente.

O intercâmbio do sistema com o ambiente, de acordo com Chiavenato (1993), Katz


& Khan (1987) e Oliveira (1990), atende aos propósitos de eficiência e coerência com os
objectivos propostos. No entanto, como esta dinâmica não é de todo homogénea, verificam-
se formas diferenciadas de entropia (e.g. negativa ou positiva). Ainda, segundo estes autores,
é a “informação potencial” que permite a um sistema aberto efectuar a auto-organização e a
transformação da entropia positiva em entropia negativa.

3.4. Características da estrutura dos sistemas


De acordo com Chistofoletti (1980), três características principais das estruturas
devem ser observadas:
i. Tamanho – é determinado pelo número de variáveis que o compõem. Quando o
sistema é composto por variáveis que estão completamente inter-relacionadas;
ii. Correlação – a correlação entre as variáveis em um sistema expressa o modo pelo
qual elas se relacionam;
iii. Causalidade – a direcção da causalidade mostra qual é a variável independente, a
variável que controla, e a dependente, aquela que é controlada, de modo que a última
só sofre modificações se a primeira se alterar.

3.5. Hierarquia dos sistemas


Chistofoletti (1980), alega que o princípio básico do estudo de sistemas é o da
conectividade. Pode-se compreender um sistema como um conjunto de elementos com um
conjunto de ligações entre esses elementos; e um conjunto de ligações entre o sistema e seu
ambiente.
O autor alega ainda que, qualquer alteração na permuta de energia com o meio
ambiente coloca o sistema diante de três possibilidades: o nível de energia do sistema

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elevar-se-á no período seguinte; o nível de energia permanecerá constante; o nível de
energia diminuirá. Acresça-se que, conforme as propriedades individuais dos subsistemas,
uma mesma influência externa poderá ocasionar consequências diferentes. Nesse sentido, a
entropia, aqui entendida como equilíbrio, estabilidade de energia actuante em um sistema,
sofrerá consequentemente, alterações.

3.6. Processos de operação de sistemas


BUCKLEY (op.cit.p. p24-28), cita dizendo que os processos de operação de sistemas
podem ser:
 Mecânico;
 Orgânico;
 Cibernético ou sociocultural e;
 Híbrido e o lugar da "aberração.

Para BUCKLEY, (op.cit.p. 55-62), se no modelo mecânico e orgânico a aberração


constitui, respectivamente, o desequilíbrio e a disfunção, no modelo processual, em
particular, o aberrante (ou, o "problema") é, pelo contrário, justamente aquilo que mantém
regra. "Aberrante" é aquele que quer se manter como já está, aquele que recusa o conflito ou
o processo transformador, ou seja, o "reaccionário" ou "tradicionalista". Genericamente,
portanto, concebe-se que o sistema só pode "operar" se a aberração for excluída, ou se
estiver fora dele.

3.7. Críticas à Teoria Geral dos Sistemas


Vale ressaltar que a Teoria Geral dos Sistemas, desejo citar o artigo de Lucas (2007)
sobre Teoria e Sistemas da Complexidade Abrir. De acordo com Lucas, a filosofia da
complexidade é uma forma holística de pensar relacionadas às seguintes propriedades dos
sistemas. Nem todos os aspectos que são descritos abaixo deve estar presente em todos os
sistemas, mas os sistema mais complexo deve incluir a consideração de todos eles:

Falta de controlo Sistemas complexos são geralmente compostos de agentes


independentes, que são considerados com o mesmo valor nos modelos (Estrutura de
poder anárquico). Portanto, uma estrutura de controlo deve surgir através do self
organização e não deve ser imposta (Simetria de poder)
Não-linearidade - As saídas do sistema não são proporcionais às entradas. Adicione
o as propriedades de cada parte do sistema não fornecem uma solução para o todo. O
todo é mais do que a soma de suas partes. A sobreposição das peças não é mantida.
Emergência - As propriedades do sistema não são descritíveis em termos de suas
partes. (Transição de metas sistemas). Deve-se esperar que nas propriedades do
sistema existem funções que não existem no nível de suas partes.

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Convolução - A estrutura das peças está correlacionada com o ambiente.
(Adequação do contexto). As partes do sistema irão evoluir em conjunto umas com
as outras para se adaptar ao ambiente do sistema, portanto a adequação deve ser
considerada na termos contextuais como um ajuste dinâmico e não como uma
função estática impostas.

Coronado (2000), os sistemas operam muito longe do equilíbrio. Os fluxos de


energia fazem com que o sistema não mantenha seu equilíbrio ou estabilidade. Nos sistemas
vivos, esta característica é chamada de autopoiese e está relacionada a processo de
metabolismo orgânico.
Não padronização. Os sistemas contêm estruturas definidas no espaço e no tempo.
(Heterogeneidade). Os sistemas, inicialmente homogéneos, irão se desenvolver
dinamicamente próprias estruturas organizacionais.
Não uniformidade. Cada parte do sistema evolui separadamente de toda a geração
diversas regras, bem como diferentes tarefas no espaço onde são desenvolvidas. A
mistura dessas regras dependerá do contexto do sistema emergente.
A não previsão. Sensibilidade às condições iniciais (Caos). Os laços de feedback
permitem divergência no espaço de dados de entrada semelhantes, bem como
convergência para outros valores. Este aspecto está relacionado às operações do
sistema à beira do estado de caos e é uma propriedade da mistura de Atratores,
presente em cada ponto.
Mutações. Mudanças internas ocorrerão aleatoriamente no sistema. Há sim
possibilidade de mudanças na configuração do sistema em resposta ao criação,
destruição ou modificação das peças.

A conjunção de todos esses factores em sistemas complexos torna praticamente


impossível saber a função total do sistema, que só pode ser determinada por métodos em que
prevalece a convolução.

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Conclusão
O Sistema é um conjunto de partes interagentes e interdependentes que,
conjuntamente, formam um todo unitário com determinado objectivo e efectuam
determinada função.
A Teoria geral de sistemas tem por objectivo uma análise da natureza dos sistemas e
da inter-relação entre eles em diferentes espaços, assim como a inter-relação de suas partes.
Ela ainda analisa as leis fundamentais dos sistemas.
A TGS se baseia em três princípios básicos:
a) Expansionismo;
b) Pensamento sintético;
c) Teleologia.

A Teoria Geral de Sistemas contribui para que possamos compreender a inter-relação


existente entre os diversos sistemas que existem actualmente, e a complexidade desses
relacionamentos, tais como: sistema humano, agro-industrial, e o sistema natural, meio
ambiente. Através dos pressupostos gerais dessa teoria podemos estudar a formação,
organização, tendências futuras, potenciais dos sistemas, entre outras coisas.
O desenvolvimento de uma "Teoria de sistema" é necessário para a compreensão dos
sistemas complexos, mas até o momento em que este artigo foi publicado não havia
financiamento suficiente para sua pesquisa, portanto, não há treinamento suficiente nesta
área do conhecimento, tão importante para o alicerce da Teoria Geral Sistemas como
paradigma da ciência moderna. A natureza interdisciplinar de complexidade também
trabalha contra a sua aceitação e compreensão, especialmente no mundo da academia, uma
vez que é voltado para áreas específicas, normalmente voltada para a participação externa de
outras áreas do conhecimento.

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Bibliografia
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Florianópolis: s.d.
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abordagem teórico-conceitual. Rio de Janeiro.
BERTALANFFY, L. V. (1975). Teoria geral de sistemas. 2. ed. Petrópolis: Vozes.
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CHIAVENATO, I. (1993). Introdução à teoria geral da administração. 3.ed. São Paulo:
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PARSONS, Talcott. (1992). O sistema social. In: Castro, A. M; Dias, E. F. (Org.).
Introdução ao pensamento sociológico. São Paulo: Moraes.

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