Segundo nos ensina a cartilha “Contra o Assédio Moral, juntos podemos mais”, publicada pelo
Sindicato dos Servidores das Justiças Federais do RJ – SISEJUFE, os objetivos do Assediador, em
geral, são: forçar o trabalhador a pedir demissão, aposentadoria ou remoção para outro local
de trabalho; mudar a maneira pela qual o trabalhador se posiciona sobre determinado assunto
(deixar de lutar por algum direito, por exemplo); humilhar como forma de punição por alguma
opinião ou atitude; aumentar o seu poder de controle sobre os trabalhadores, utilizando-se de
abuso de poder e manipulação, com intenção de causar sofrimento e danos à vítima. O assédio
moral também é um instrumento perverso de controle e disciplina dos trabalhadores. Ao
manter um membro da equipe sob ameaça e humilhação constante, o assediador consegue
colocar os outros sob pressão para que cumpram metas abusivas. O resultado do uso dessa
violência é a degradação do ambiente de trabalho. A dignidade e as relações entre os
trabalhadores ficam prejudicadas, desmanchando os laços de solidariedade que serviriam para
combater a situação. Para o trabalhador assediado, as conseqüências para a saúde são muito
graves, incluem a queda da auto-estima, problemas de relacionamento com familiares e
amigos. É comum que também surjam sentimentos de vingança e crises de choro.1
Lílian Ramos Batalha, em sua obra Assédio Moral em face do Servidor Público, ensina que o
meio ambiente de trabalho é composto por bens materiais e imateriais, assim, não fornecer os
itens e meios necessários ao desenvolvimento do trabalho bem como atos reiterados de
1
Sindicato dos Servidores das Justiças Federais do RJ – SISEJUFE. Cartilha “Contra o Assédio Moral,
juntos podemos mais”. p. 10
2
Sindicato dos Servidores das Justiças Federais do RJ – SISEJUFE. obra citada. p. 7
violência que afetem a dignidade da pessoa ou visem causar desequilíbrio psicológico e
emocional constituem atos de assédio e devem ser combatidos.
Estima-se que entre 10% (dez por cento) e 15% (quinze por cento) dos suicídios na Suécia
sejam decorrentes de comportamento abusivo.
No Brasil, o fato foi comprovado por estudos científicos elaborados pela Drª Margarida
Barreto, médica do trabalho e pesquisadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo,
conforme nos noticia a revista Cláudia/abril/2001/p.116. Em estudo preparado em dois anos e
meio de pesquisas constatou a referida médica que nas consultas por ela realizadas em
sindicatos, as pessoas queixavam-se de males generalizados. Aprofundando suas análises
verificou que 80% (oitenta por cento) dos entrevistados sofriam dores generalizadas, 45%
3
Batalha, Lilian Ramos. Assédio Moral em Face do Servidor Público. Editora Lumen Juris, 2009, 2ª
edição. p. 83.
4
Sindicato dos Servidores das Justiças Federais do RJ – SISEJUFE. obra citada. p.11.
5
Batalha, Lilian Ramos. obra citada. p. 82.
(quarenta e cinco por cento) apresentavam aumento de pressão arterial, mais de 60%
(sessenta por cento) queixavam-se das palpitações e tremores e 40% (quarenta por cento)
sofriam redução da libido.
Além dos sintomas acima referenciados, outros constatados são: sentimento de inutilidade;
sonolência excessiva; sede de vingança; dor de cabeça; tonturas; falta de apetite; falta de ar;
alcoolismo.6
Um relatório apresentado pelo National Institute for Helth and Clinical Excellence (Nice), da
Grã-Bretanha, afirma que a postura negativa dos chefes pode aumentar o risco de problemas
mentais dos funcionários, como estresse e ansiedade, no ambiente de trabalho. Após avaliar a
saúde mental dos participantes e conferir o resultado, que apontava que ¼ dos voluntários a
descrevia como moderada ou ruim, os cientistas começaram a elaborar um manual para
preservar esses trabalhadores.
Os cientistas criaram uma fórmula que analisa o prejuízo da empresa, quando os empregados
sofrem de problemas como estresse e depressão. De acordo com os pesquisadores, com
funcionários bem tratados e felizes com o emprego, uma empresa de 1.000 funcionários
economizaria o equivalente a US$ 400 mil por ano.
6
Batalha, Lilian Ramos. obra citada. p. 83.