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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA - ONE WORLD

Curso de Licenciatura em Pedagogia

Trabalho de Monografia

Tema
Estratégias de Melhoramento do Processo de Ensino e Aprendizagem da Leitura na escola
Primária do 1 e 2 Grau de Napipine na 6ª classe ano 2021.

Eduardo Aristides

Maputo
2021
INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA

CURSO DE PEDAGOGIA

Tema
Estratégias de Melhoramento do Processo de Ensino e Aprendizagem da Leitura na escola
Primária do 1 e 2 Grau de Napipine na 6ª classe ano 2021.

Trabalho de Monografia a ser


apresentado no Instituto Superior de
Educação e Tecnologia – One Wold
(ISET-OW) como requisito para defesa
do 4º ano do Curso de Pedagogia sob
supervisão do tutor: Nomésia Horácio
Cole

Eduardo Aristides

Maputo
Maio de 2021
Declaração de honra

Eu, declaro por minha honra que o presente trabalho científico é resultado da minha investigação
pessoal e das orientações do meu Supervisor. O seu conteúdo é original e todas as fontes
consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.

E ainda, declaro que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para a
obtenção de qualquer grau académico.

Changalane Maio de 2021

----------------------------------------------------------
Eduardo Aristides

i
Folha de Aprovação

Este trabalho foi aprovado aos _____ de ___________________2021, por nós membros de Júri,
examinador do Instituto Superior de Educação e Tecnologia com a nota de (_____) valores.

Membros do Júri

____________________________________

Presidente

_____________________________________

Supervisor

_______________________________________

Oponente

ii
Dedicatória

Aos meus pais, irmãos e à minha namorada


Noémia Nicodemos.
.

iii
Agradecimentos

Agradeço em primeiro lugar a Deus pelo dom da vida e tudo quanto ele tem feito por mim. Em
seguida agradeço aos meus pais pelo amor apoio e moral, aos meus parceiros que financiaram o
curso de licenciatura em pedagogia.
Um muito obrigado a minha supervisora Nomésia Cole e a todos tutores e a equipa da ISET-
OWU, pela ajuda paciência e disponibilidade demonstrada, sem a qual não teria sido possível
realizar este trabalho.

Aos meus amigos Isidro Amílcar e Hermenegildo Moisés pelo companheirismo e amizade. A
todos aqueles aqui não mencionados que directas ou indirectamente contribuíram para a
realização deste trabalho.

A minha namorada que sempre esteve ao meu lado durante o percurso académico, sou grato pela
confiança depositada por mim pelo dr. Abdul Agopstinho Mucaniwa. Destacar também a
disponibilidade imediata da tutora Carlota da Graça Magule. Por ultimo agradecer todo corpo
docente do ISET-OW pela forca e dedicação.

A todos o meu sincero obrigado!

iv
Resumo

O problema das dificuldades de leitura em Moçambique é um dilema sério considerando a


multiplicidade cultura, a língua de ensino seja ela como a língua oficial dos moçambicanos não
quer dizer todos falam, o que coloca muitas crianças em desvantagem de aprendizagem
principalmente aquelas que se encontram nas zonas rurais e peri-urbanas. Portanto para este
estudo que foi feito na EP2 de Napipine, foi seleccionada uma amostra considerável de 2
professores e 25 alunos e fez-se um estudo de caso com intuído de trazer-se estratégias como
sugestões as soluções para as dificuldades de leitura. Conclui-se que: (i) a escola não tinha
nenhuma estratégia de resgate aos alunos com dificuldades de leitura, muito menos os
professores de forma particular faziam o esforço para uma atenção particularizada para os alunos
com essas dificuldades; (2) entre vários aspectos que são os factores das dificuldades de leitura, a
pesquisa percebeu que esses alunos têm ambientes limitados quanto a exposição de leitura, para
além dos professores não organizarem estratégias que os possa contemplar e desenvolver espírito
de leitura, falta da biblioteca da escola; (3) a maioria dos alunos são aqueles que crescerem em
ambientes que não os facilita na aprendizagem da língua de ensino, e o facto de terem tido a
língua Emacua como a sua L1, enfrentam varias dificuldades na leitura manifestando –se de
várias formas, como por exemplo: leituras demasiadamente demoradas, confusão nos alfabetos
que tem uma sonância um pouco pesada considerando qua na língua Emacua raramente se usam
os alfabetos (z, o s intervocálico, d, b, e g) essa realidade faz com que tenham dificuldades de
pronunciação da sonância correcta dos alfabetos.

Palavras-chave: Estratégia; Leitura e Primeira Língua (L1).

v
Summary

The problem of reading difficulties in Mozambique is a serious dilemma considering the


multiplicity of culture, the language of instruction whether it is the official language of
Mozambicans does not mean everyone speaks, which puts many children at a learning
disadvantage, especially those who are in rural and peri-urban areas. Therefore, for this study
that was done at EP2 in Napipine, a considerable sample of 2 teachers and 25 students was
selected and a case study was made with the intention of bringing strategies as suggestions and
solutions for reading difficulties. It is concluded that: (i) the school did not have any rescue
strategy for students with reading difficulties, much less teachers in a particular way made the
effort to give special attention to students with these difficulties; (2) among several aspects that
are the factors of reading difficulties, the research realized that these students have limited
environments in terms of reading exposure, in addition to the teachers not organizing strategies
that can contemplate them and develop a reading spirit, lack of the library from school; (3) the
majority of students are those who grow up in environments that do not facilitate them in
learning the language of instruction, and the fact that they have had the Emacua language as their
L1, face several difficulties in reading, manifesting themselves in various ways, for example:
readings that take too long, confusion in the alphabets that have a somewhat heavy sound
considering that in the Emacua language alphabets are rarely used (z, intervocalic, d, b, and g)
this reality makes it difficult to pronounce the correct sounding of the alphabets.

Keywords: Strategy; Reading and First Language (L1).

vi
Lista de Abreviaturas

EPC Escola Primaria Completa


EP1 Escola primária do primeiro grau
EP2 Escola primária do segundo grau
ISET-OW Instituto Superior de Educação e Tecnologia – One World
L1 Primeira língua
L2 Segunda língua
PCEP Programa Curricular de Ensino Primario
TPC Trabalho para Casa

vii
Lista de tabelas e gráficos

Tabela 1 Resultados de teste de diagnóstico 15

Tabela 2 Método e técnicas de processamento de dados. 15

Tabela 3 Representação de amostra 16

Tabela 4 População da pesquisa 19

Gráficos

Gráfico 1 Primeira e segunda língua dos alunos 18

Gráfico 2 Quando é que professor expõe o aluno a leitura 20

Gráfico 3 Exposição do aluno a leitura 21

Gráfico 4 Exposição do aluno à língua de ensino 22

viii
Índice
Declaração de honra .................................................................................................................... i
Folha de Aprovação ................................................................................................................... ii
Dedicatória................................................................................................................................ iii
Agradecimentos ........................................................................................................................ iv
Lista de Abreviaturas ............................................................................................................... vii
Lista de tabelas e gráficos........................................................................................................ viii
Gráficos .................................................................................................................................. viii
Índice ........................................................................................................................................ ix

Capítulo I. INTRODUÇÃO E APRESENTAÇÃO DO TEMA ....................................................1


1.1 Delimitação do tema .........................................................................................................2
1.2 Problema de Pesquisa .......................................................................................................2
1.3 Justificativa da Escolha do Tema ......................................................................................3
1.4 Objectivos de Pesquisa .....................................................................................................4
1.4.1 Objectivo Geral.............................................................................................................4
1.4.2 Objectivos Específicos ..................................................................................................4
1.5 Hipóteses de Pesquisa .......................................................................................................4

Capítulo II. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................5


2.1 Conceptualização..............................................................................................................5
2.1.1 Leitura ..........................................................................................................................5
2.1.2 Estratégias.....................................................................................................................5
2.1.3 Primeira língua (L1) ......................................................................................................6
2.1.4 Melhoramento ...............................................................................................................6
2.2 Quadro teórico ..................................................................................................................7
2.2.1 Factores que contribuem nas dificuldades de leitura ......................................................7
2.2.1.1 Interferência da L1 na aprendizagem .............................................................................7
2.2.1.2 Sociocultural .................................................................................................................7
2.2.1.3 Factor educativo ............................................................................................................8
2.3 Métodos de Ensino e Aprendizagem da Leitura ................................................................8

Capítulo III. METODOLOGIA ................................................................................................. 11


3.1 Área e População em Estudo .......................................................................................... 11
3.1.1 Divisão administrativa da cidade de Nampula ............................................................. 11
3.2 Quando a abordagem metodológica ................................................................................ 11
3.2.1 Método Quantitativo ................................................................................................... 11
3.2.2 Método Qualitativo ..................................................................................................... 12
3.3 Tipo de pesquisa ............................................................................................................. 12
3.3.1 Quanto aos objectivos ................................................................................................. 12
3.3.1.1 Análise de conteúdo .................................................................................................... 12
3.3.1.2 Descritiva .................................................................................................................... 13
3.3.1.3 Pesquisa participante ................................................................................................... 13
3.4 Quanto as técnicas e instrumentos de colecta de dados.................................................... 13

ix
3.4.1 Pesquisa do campo ...................................................................................................... 13
3.5 Instrumentos ................................................................................................................... 14
3.5.1 Entrevista semiestruturada .......................................................................................... 14
3.6 População de Pesquisa .................................................................................................... 14
3.6.1 A escola primária completa de Napipine ..................................................................... 14
3.6.2 Amostra ...................................................................................................................... 15
3.7 Procedimentos de recolha de dados................................................................................. 16
3.8 Método de análise e interpretação dos dados ................................................................... 16
3.9 Aspectos éticos ............................................................................................................... 17

Capítulo IV. APRESENTAÇÃO, INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS .................... 18


4.1 Perfil dos alunos ............................................................................................................. 18
4.2 Os factores que contribuem nas dificuldades de leitura dos alunos da 6ª classe na EP2 de
Napipine ................................................................................................................................... 18
4.3 Exposição dos alunos da EP2 de Napipine à leitura ........................................................ 19
4.4 Exposição dos alunos da EP2 de Napipine à língua de Ensino ........................................ 22
4.5 Estratégias de melhoramento da leitura aplicadas no âmbito da pesquisa ........................ 23
4.5.1 Criação de clubes de leitura como forma de exposição do aluno à leitura .................... 23
1. Formação de clube ...................................................................................................... 23
2. Definição do conteúdo a ser lido ................................................................................. 23
3. Local do encontro ....................................................................................................... 24
4. O tempo para o encontro ............................................................................................. 24
5. Resumo das discussões ............................................................................................... 24
4.6 Trabalhos de casa de leitura e interpretação dos textos como forma de exposição dos
alunos à leitura .......................................................................................................................... 24
4.6.1 Leitura feita em voz alta .............................................................................................. 25

Capitulo V. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ............................................................... 26


5.1 Conclusões ..................................................................................................................... 26
5.2 Recomendações .............................................................................................................. 27

Capítulo VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E ANEXOS ............................................... 28


Apendices ................................................................................................................................. 30

x
Capítulo I. INTRODUÇÃO E APRESENTAÇÃO DO TEMA

Este trabalho fala das dificuldades de leitura dos alunos da 6ª classe da EP2 de Napipine, o
estudo fez-se na tentativa analisar-se os factores que influenciam na aprendizagem da leitura e
para tal sugerir-se possíveis soluções para este problema. O estudo foi feito EP2 de Napinine
bairro do mesmo nome na província de Nampula no corrente ano de 2021. Falar de dificuldades
de leitura nessa escola, é tratar de um problema recorrente em Moçambique, o facto da língua
portuguesa ser oficial e de ensino não significa que todos saibam falar.

Pela multiplicidade cultural que Moçambique tem, encontramos cada zona do pais com línguas
diferentes, e as crianças em idade escolar entram na escola sem saber falar a língua de ensino o
que torna um pouco difícil a assimilação das matérias, o que quer dizer que as dificuldades de
leitura é mais um problema na lista daqueles advindos da problemática da falta de domínio da
língua de ensino.

A EP2 de Napipine localiza-se no bairro com o mesmo nome na cidade de Nampula, província
do mesmo nome, onde a maioria das pessoas fala a língua Emacua, e uma das características da
língua Emacua, com menos frequência usa a sonância de alguns alfabetos mais pesados da língua
portuguesa como (Z, o S intervocálico, J, G, D, B entre outras) isso dificulta a aprendizagem das
crianças com Emacua como L1, este pode não ser o único aspecto da dificuldade de leitura mas
joga um peso importante na oralidade exigida na leitura.

Estruturalmente o presente trabalho é composto por sete (7) capítulos: Capítulo I: onde está
presente a introdução, a problematização, delimitação do tema, justificativa, objectivos e
hipóteses. No capítulo II. Revisão da literatura onde encontramos abordagens de estudos
bibliográficos e o marco teórico. No capítulo III: apresentam-se os procedimentos
metodológicos, as técnicas e instrumentos de Colheitas de dados. IV apresenta-se a análise e
interpretação de dados. No capítulo V: apresentam-se as conclusões e recomendações e por fim
no capítulo VII, encontramos as referências bibliográficas e anexos.

1
1.1 Delimitação do tema

Estratégias de melhoramento da leitura na 6ª Classe na EP2 de Napipine. É uma escola


localizada no bairro com o mesmo nome província de Nampula, município com mesmo nome, o
estado foi realizado no período de Março a Abril de 2021.

1.2 Problema de Pesquisa

O propósito da presente pesquisa reside na adopção de Estratégias de Melhoramento do Processo


de Ensino e Aprendizagem da Leitura na escola Primaria do 1 e 2 Grau de Napipine na 6ª classe
que defende os interesses do Sistema Nacional de Ensino, rege que as dificuldades de leitura nos
alunos devem ser superadas no 1˚ ciclo de ensino (1ª e 2ª classe), como requisito-chave para
apreensão de diferentes conteúdos, nos níveis de ensino subsequentes.

No âmbito da prática de docência nessa escola, constatou-se uma série de situações de alunos
com dificuldades de leitura nas 6ª’s classes da EP2 de Napipine, actuando de várias formas como
por exemplo:

 Velocidade da leitura abaixo do esperado para a idade


 Dificuldade na consciência fonológica;
 Dificuldade na compreensão e na interpretação de textos;
 Escrita com muitos erros ortográficos;
 Demora demasiada na realização de trabalhos em sala de aula.

Estes alunos levam mais de um minuto a tentar ler uma única frase, mostrando que tem grande
dificuldade de juntar as sílabas para formar as palavras oralmente, alguns desses alunos
conhecem o alfabeto completo mas as dificuldades ainda manifestam e outros ainda mostram
dificuldades na identificação de algumas letras do alfabeto português.

Alguns apresentam as dificuldades na fonologia, respeitando menos as acentuações, e com total


desconhecimento das (ç) o pronunciando como se se tratasse de um simples (c), muitos desses
tem uma idade um pouco avançada para apresentar este tipo de dificuldades, o que preocupa
muitos docentes dessa escola. Nessa classe muitos dos professores, como forma gerir o tempo
dos momentos didácticos, ditam os apontamentos dos conteúdos. Essa realidade de preocupa o

2
pesquisador uma vez que isso pode concorrer para uma educação excludente do ponto de vista da
aprendizagem colectiva.

Os trabalhos como exercícios e testes quando são dados os alunos com dificuldades levam muito
tempo a realizar os exercícios chegando a não terminar os exercícios, por que ai dá-se com duas
dificuldades distintas, uma que é a demora na leitura, outra que é a demora de interpretação do
texto, o que os leva até a não entender o conteúdo implícito no texto. Acredita-se que essas
dificuldades sejam advindas da falta de entendimento da língua de ensino, a língua de
comunicação no ambiente do aluno fora da escola, esse é apontado como sendo o ponto principal
uma vez que os alunos confundem algumas letras como por exemplo (B) com (P), (D) com (T) e
etc. Com este trabalho pretende analisar as estratégias que têm sido levados a cabo como forma
de contornar essa situação.

1.3 Justificativa da Escolha do Tema

Como qualquer outra actividade, a escolha deste tema teve seus motivos. O contacto com os
alunos nas práticas pedagógicas, no segundo ano do curso, influenciou bastante na escolha deste.
Neste contexto, a leitura defeituosa, a incapacidade de junção de duas ou mais sílabas, e demais
aspectos relacionados a leitura, revelaram-se maiores dificuldades dos alunos.
No âmbito académico, o tema enquadra-se na constatação do que muito já se discutiu sobre a
importância da leitura na vida do ser humano e o papel da escola como espaço de construção e
socialização de saberes. Sabemos, contudo, o quanto essa instituição tem falhado como
promotora da leitura, e que, em consequência disso, não temos um grande público jovem leitor, o
que é uma evidência de que essa prática, que deveria ser constante em todas modalidades de
ensino, não tem sido efectiva, infelizmente, em todas escolas.

É primordial analisar os factores que impedem apresentar caminhos de renovação e qualificação.


A leitura sempre teve um papel social de grande interferência na sociedade, como pesquisa
educacional e a evolução da leitura na sociedade diante dos problemas sociais, políticos e
económicos. No mundo mais globalizado, a sociedade exige mais da escola do que antes. A
dinâmica actual, do mundo, obriga existência de individuo mais qualificados, com habilidades
notáveis de leitura, através dela, a capacidade de interpretação da globalidade através da
realidade próxima.

3
É relevante abordar este tema porque, na sociedade actual, a leitura é vista como uma habilidade
indispensável no desenvolvimento da personalidade do aluno, bem como na interpretação de
fenómenos do seu ambiente.

1.4 Objectivos de Pesquisa

1.4.1 Objectivo Geral

 Analisar as estratégias que escola tem levado acabo para o melhoramento da


aprendizagem da leitura na 6ª classe turma A da EP2 de Napipine.

1.4.2 Objectivos Específicos

Identificar alunos com dificuldades de leitura na 6ª classe T/A na EP2 de Napipine;


 Descrever os factores que contribuem nas dificuldades de leitura dos alunos da 6ª classe
turma “A” na EP2 de Napipine;
 Propor outras estratégias para o melhoramento da aprendizagem de leitura dos alunos da
6ª classe turma “A” na EP2 de Napipine.Questão de Partida
 Que estratégias são adoptadas pela EP2 de Napipine podem impulsionar o melhoramento
da leitura na 6ª classe T/A?

1.5 Hipóteses de Pesquisa

De acordo com o que de forma superficial foi identificado como problema acredita-se que:

 A situação social dos alunos como (língua de comunicação em casa, a primeira língua
diferente a de ensino influencia na dificuldade de aprendizagem de leitura dos alunos;
 As estratégias que tem sido levadas acabo não se adequam com a realidade comunicativa
dos alunos;
 A sugestão de outras estratégias irá proporcionar novos patamares de leitura a alunos com
dificuldades de leitura.

4
Capítulo II. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Conceptualização

Nesta secção são apresentadas os conceitos que definem as linhas gerais deste trabalho como:
Estratégia, Leitura e Primeira Língua (L1)

2.1.1 Leitura

Leitura é o processo interactivo entre o leitor e o texto, através do qual o leitor constrói o
significado do texto. A extracção do significado e a consequente apropriação da informação
veiculada pela escrita são os objectivos fundamentais da leitura, dependendo do nível de
compreensão atingido, do conhecimento prévio que o leitor tem sobre o assunto e o tipo de texto
em presença (Fernandes, 2009 p. 5).

A leitura é essencial para a interpretação e compreensão do mundo à nossa volta. As


competências leitoras são formadas desde cedo através do contacto com recursos escritos e
visuais presentes na sociedade onde vivemos. Deste modo, através destes recursos, a criança
observa a transformação das marcas gráficas em linguagem e da linguagem em marcas gráficas,
sendo que a leitura e a escrita, apesar de poderem ser trabalhadas independentemente, estão
ligadas entre si. De acordo com o Programa e Metas Curriculares de Português do Ensino Básico
(2015, p.7),

Quanto aos conceitos acima apresentados, ambos convergem, sobretudo quando afirmam que
leitura é o acto interactivo entre o leitor e o texto. Partindo deste ponto dos autores, podemos
acrescentar dizendo que a leitura é o processo pelo qual o aluno/leitor faz uma combinação dos
sons das letras aprendidas ao longo do processo de descodificação que envolve o nome da letra e
o som correspondente.

2.1.2 Estratégias

O termo estratégia assume diferentes significados em vários contextos e realidades. Segundo o


Dicionário da Língua Portuguesa, estratégia é o conjunto de meios e planos para atingir um fim.

Para Solé (1998), as estratégias têm como características próprias não detalharem nem
prescreverem totalmente o curso da ação. As estratégias se constituem em um procedimento de

5
caráter elevado que envolve a formulação de objetivos a serem realizados, planejamento de ações
desencadeadas com a finalidade de atingi-los, a avaliação e a possível mudança. Não devem ser
tratadas como técnicas precisas, infalíveis ou habilidades específicas, pois o uso das estratégias
se caracteriza pela capacidade de representar, analisar os problemas e a flexibilidade para buscar
soluções

Dito isto, levando a definição genérica ao contexto específico da prática docente, as estratégias
de aprendizagem são meios que o professor utiliza em sala de aula para facilitar a aprendizagem
dos alunos, seguido de um planeamento de aula com objectivos e conteúdos programáticos.

2.1.3 Primeira língua (L1)

Sampaio, W.B.; Peres, J. E. & Cunha, M.. (2012), a caracterização de uma Língua Materna como
tal só se dá se combinarmos vários factores e todos eles forem levados em consideração: a língua
da mãe, a língua do pai, a língua dos outros familiares, a língua da comunidade, a língua
adquirida por primeiro, a língua com a qual se estabelece uma relação afectiva, a língua do dia-a-
dia, a língua predominante na sociedade, a de melhor status para o indivíduo, a que ele melhor
domina, língua com a qual ele se sente mais a vontade... Todos esses são aspectos decisivos para
definir uma L1 como tal.

2.1.4 Melhoramento

Melhoramento é pregresso ou avanço. No ambiente académico seria indispensável para ditar a


aprovação no final do ciclo de aprendizagem.

Melhoramento pode ser visto como o resultado sucedido da aplicação de diagnósticos adequados
ao problema ora identificado. Podemos considerar como sendo superação, avanço para o melhor.

Melhoramento da leitura assume-se como sendo o processo pelo qual o aluno desenvolve as suas
habilidades no quesito, ampliando seus horizontes, estende-os à compreensão de outros ramos da
ciência

6
2.2 Quadro teórico

2.2.1 Factores que contribuem nas dificuldades de leitura

De acordo com Scoz, (2010, p. 31) são inúmeros os factores que contribuem para as dificuldades
de aprendizagem, e nos diz que elas não são restritas somente a causas físicas ou psicológicas,
nem problemas sociais, no seu ponto de vista é necessário compreender essas dificuldades a
partir de um enfoque multidimensional que englobe factores orgânicos, cognitivos, sociais e
pedagógicos.

Para Barbosa (2011) a aprendizagem da leitura e da escrita envolve muitos factores, entre eles
estão os biológicos e cognitivos, emocionais, familiares, ambientais, sócio económicos e
pedagógicos.

2.2.1.1 Interferência da L1 na aprendizagem

Para os Sampaio, W.B.; Peres, J. E. & Cunha, M.. (2012), duas (ou mais) línguas que convivem
em uma só mente sofrem interferências de várias ordens, as quais podem se manifestar na
oralidade e escrita da L2. Assim, as manifestações da gramática da L1 na (re)produção da L2
muitas vezes são consideradas como erros e os alunos são penalizados por isso. Os autores ainda
acrescentam que esses problemas se reflectem na leitura e a escrita, pois a língua escrita segue
regras diferentes da língua falada.

Ainda frisam a questão da idade na aprendizagem da L2 dizendo que a teoria do período crítico
corrobora que a aquisição de L2 em jovens tem mais sucesso, todavia a aquisição de L2 nos
adultos é qualitativamente diferente da aquisição de L1, pois o indivíduo é biologicamente
programado para adquirir uma língua antes da puberdade. Sendo assim, adolescentes e adultos
não são mais capazes de recorrer às capacidades inatas de aquisição de línguas que funcionam
tão bem nas crianças.

2.2.1.2 Sociocultural

Moçambique é um país multicultural e habitado por diferentes grupos etnolinguísticos, na sua


maioria, de origem bantu.De acordo com o Plano Curricular do Ensino Primário - (PCEP),
(2020) a língua é um dos factores que maior influência exerce no processo de ensino-

7
aprendizagem, sobretudo, nos primeiros anos de escolaridade, na medida em que a maior parte
dos alunos moçambicanos que entra na escola pela primeira vez, fala uma língua materna
diferente da língua de ensino. Este factor faz com que muitas das competências, sobretudo a
competência comunicativa, adquiridas pelas crianças, antes de entrarem na escola, não sejam
aproveitadas (PEBIMO, 1996, p. 1). A ideia do autor quer nos dizer que o conhecimento prévio
do aluno é muito importante para o processo de ensino-aprendizagem.

Nalgumas zonas em Moçambique, muitas crianças a sua primeira língua - L1 tem sido as línguas
locais, essas crianças tem menos chances de aprender com facilidades do que aquelas cuja sua L1
e a língua de ensino, como e o caso das zonas urbanas.

2.2.1.3 Factor educativo

Para os autores Melhusih, at all, (2008), figura materna sempre foi a mais presente e a que as
crianças associam quando falam de algum contexto educativo.
Um estudo realizado em Inglaterra, liderado pelo Professor Edward Melhuish da Universidade
de Londres, indica-nos quais os principais factores precoces que influenciam o sucesso escolar
de uma criança. O primeiro e mais forte factor que influencia o sucesso educacional da criança é
o nível de escolaridade da mãe.
Para a realidade moçambicana, estamos diante de uma situação educacional dos pais
relativamente baixa, onde o único apoio que os pais podem prestar é a monitorar simplesmente e
não o apoio na resolução de exercícios muito menos ajuda-los a aprender a ler e escrever.

2.3 Métodos de Ensino e Aprendizagem da Leitura

Os métodos de ensino da leitura, designados por métodos fónicos ou sintéticos, são os que
correspondem aos modelos ascendentes, cujos métodos se referem ao ensino da leitura através da
conexão entre os sons e as letras que os representam (Cruz, 2007).

Segundo Cruz (2007), Os Métodos Fónicos ou Sintéticos explicam a prática do ensino da


leitura como uma obtenção das correspondências entre a letra-som e a sua função na leitura.
Durante a utilização destes métodos, o primeiro objectivo é orientar os alunos à compreensão da
forma como os grafemas estão associados aos fonemas, concebendo assim a correspondência
letra-som, juntamente com a aprendizagem de como utilizar este conhecimento durante a leitura.

8
Contudo, esses métodos como sistemas de instrução, permitem a compreensão do princípio
alfabético consoante a relação sistemática entre as letras e os sons.

Os Métodos Globais ou Analíticos são os métodos de ensino que correspondem aos modelos
descendentes, defendendo o ensino da leitura através da construção de significado a partir de
uma mensagem escrita. Estes dão ênfase ao significado e põem de parte a descodificação, sendo
que se centram na decifração, apreensão e construção de sentido, de forma a dar importância à
dimensão significativa e ao uso do contexto para chegar aos significados das palavras (Cruz,
2007).

O Método João de Deus é o método que apresenta uma forma progressiva e correta do ponto de
vista pedagógico das dificuldades da língua portuguesa. Este método é apoiado por um suporte
físico conhecido como a Cartilha Maternal de João de Deus, que está dividido em várias lições e
em cada uma está representada uma letra consoante e estão reunidos os seus diferentes valores,
estas estão ordenadas em função do seu número de valores, sendo ensinadas primeiro as que
correspondem foneticamente àquelas que só têm uma leitura, um valor, um som. Esta
metodologia beneficia e estimula a criança, uma vez que parte do mais simples para o mais
complexo. Inicialmente, são apresentadas as vogais e em seguida as consoantes “certas”, e só
depois do domínio destas é que são apresentadas à criança as consoantes “incertas”, o que
permite relacionar conhecimentos anteriores e descobrir por si que a posição da letra na palavra,
ou a sua envolvência, determina o seu valor sonoro, que a diferencia de uma parecida mas não
igual. Este método tem como unidade principal da leitura a palavra, como elemento estruturante
essencial, e numa atitude construtivista de descoberta de valores e regras que levam à
descodificação e à compreensão leitora, de uma forma consciente e significativa.

O Modelo de LaBerge e Samuels (1974, in Reis, 2007) tenta avaliar a forma como as várias
etapas da leitura são geridas e executadas, tendo atenção aos limites da capacidade de
concentração. Em consonância com os limites da capacidade de atenção, os autores deste modelo
salientam o papel da automatização de determinados processos e a existência de um centro de
gestão de atenção. Este modelo caracteriza-se por uma sequência de memórias que são
depositadas em diferentes níveis de representações:

 A memória visual corresponde ao armazenamento de padrões gráficos das letras, de


padrões ortográficos e de palavras;

9
 A memória fonológica trata o armazenamento de representações acústicas, permitindo a
associação grafema-fonema;
 A memória semântica é responsável pela organização das palavras em frases e extração
de significado;
 A memória episódica refere-se ao armazenamento de experiências pessoais e semântica,
possibilitando a associação destas com os componentes da memória visual, fonológica e
semântica, facilitando a compressão e a possibilitando o reconhecimento contextual.

10
Capítulo III. METODOLOGIA

3.1 Área e População em Estudo

Nampula é a cidade capital da província do mesmo nome, em Moçambique é conhecida como a


capital do norte. Esta localizada no interior da província e a sua população é, de acordo com o
senso de 2017, de 743 125 habitantes. A cidade de Nampula è a terceira maior cidade de
Moçambique. Nampula encontra-se rodeada inteiramente pelo distrito de Nampula do qual ocupa
uma posição sensivelmente central”. Tem como limites geográficos os seguintes: Norte: o rio
Monapo que o separa do posto administrativo de Rapale; Oeste: os postos administrativos de
Rapale; Sul e este: posto administrativo de Anchilo. A chegada do caminho-de-ferro, a partir do
Lumbo contribuiu para o desenvolvimento da povoação que foi elevada a vila em 19 de
Dezembro de 1934 e a cidade em 22 de Agosto de 1956.

3.1.1 Divisão administrativa da cidade de Nampula

O município está completamente rodeado (mas administrativamente separado) pelo distrito de


Nampula. Encontra-se dividida em 6 postos administrativos com 19 bairros. O posto
administrativo Urbano mais populoso é o de Muhala com 152.879 habitantes, o segundo é o de
Muatala com cerca de 109.005 Habitantes, a seguir é o de Napipine com 86.301, o quarto posto
administrativo mais populoso é o de Namicopo com 60.705, o quinto é o de Natikiri com 52.278
e o ultimo è o posto administrativo Urbano central com 17.603 habitantes.

3.2 Quando a abordagem metodológica

Quanto a abordagem, este estudo contou com abordagem quantitativa e qualitativa. A abordagem
mista, permite com que o autor apresente os dados estatísticos e análise os fenómenos objectivos
dos objecto de estudo e a relação ou influência o mesmo que tem com a sua subjectividade.

3.2.1 Método Quantitativo

Para (ASSIS, 2007, p. 14) este método, a colecta de informações e o tratamento dos dados são
caracterizados pelo uso da quantificação, isto é, de técnicas estatísticas (percentagem, média,
desvio padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão etc.). Este método permitirá ao
autor a apresentação estatística dos dados que serão colhidos ao longo da pesquisa, a importância

11
do seu uso para este estudo, reside na representação estatística dos elementos da pesquisa, como
por exemplo quantos alunos que não com dificuldades de leitura.

3.2.2 Método Qualitativo

Preocupa-se em analisar e interpretar os dados em seu conteúdo psicossocial. Considera que há


uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o
mundo objectivo e a subjectividade do sujeito que não pode ser traduzido em números, (Ibid
2007, p. 14).
Neste estudo pretende-se também interpretar os fenómenos subjacentes ao problema abarcado,
por isso a necessidade do uso deste método. Como também é importante para análise dos
resultados à luz das teorias da pesquisa abarcada, a abordagem qualitativa é muito importante
que o pesquisador faça uma relação entre os fenómenos externos e o comportamento do abjecto
pesquisado, os fenómenos externos podem justificar a subjectividade do objecto.

3.3 Tipo de pesquisa

3.3.1 Quanto aos objectivos

Quanto aos objectivos, foram escolhidos tipos de pesquisa que estão directamente alinhados aos
objectivos como: análise de conteúdo, pesquisa descritiva, e exploratória.

3.3.1.1 Análise de conteúdo

De acordo com os autores (Marques, H. R.; Mafroi J.; Castilho, M. A. & Noal, M. L., 2006, p.
51) é uma pesquisa bibliográfica em si, mas também procedimento subsidiário a outros tipos de
estudo, consiste em analisar e interpretar contextualizada mente os escritos contidos em: livros,
jornais, revista, periódicos, monografias, dissertações, teses e etc. os objectivos desse tipo de
pesquisa e ou procedimentos são aqueles estabelecidos no objecto do pesquisador e pode
consistir em descrever, interpretar, comparar, identificar e etc.

Este foi usado na óptica de subsidiar a parte teórica deste trabalho permitiu consistentemente na
obtenção de dados subsidiários através de documentos como monografias, livros, dissertações e

12
teses, artigos e revistas científicas. O seu uso teve grande importância na obtenção de
informações ligadas a pesquisas da problemática em questão.

3.3.1.2 Descritiva

Para os autores (Marques, H. R.; Mafroi J.; Castilho, M. A. & Noal, M. L., 2006, p. 51)
procedimento que visa como o termo indica, descrever e caracterizar fenómenos e populações,
estabelecendo relações entre variáveis intervenientes e factos.

Este, permitiu que o pesquisador estabelecesse os fenómenos de ponto de vista de dos factores
das dificuldades da leitura à luz das teorias de alguns autores.

3.3.1.3 Pesquisa participante

É um tipo de pesquisa qualitativa, nas investigações etnográficas e socio-educacionais, com


plena participação do pesquisador na comunidade pesquisada (objecto de pesquisa, inclusive no
que concerne a análise e o encaminhamento de soluções para seus problemas fundamentais, via
de regra, este tipo de pesquisa tem sido desenvolvido entre as populações empobrecidas e
marginalizadas (Ibid, 2006, p. 54).

Considerando que a investigação sócio-educacional envolve a participação do pesquisador,


obviamente não podia ficar de fora que este tipo de estudo. Permitiu com que o pesquisador
estivesse cara a cara com o objecto de pesquisa, o aspecto mais importante é que permitiu
obtenção da informação na fonte.

3.4 Quanto as técnicas e instrumentos de colecta de dados

Quanto a técnica é necessário que o pesquisador defina quais são as técnicas e instrumentos que
usará na recolha de dados, isso deve ser feito em consonância com a abordagem metodológica da
pesquisa.

3.4.1 Pesquisa do campo

É aquela que a colecta de dados primários, ou seja, aqueles obtidos directamente na fonte,
independentemente se abordagem é qualitativa ou quantitativa. O campo aqui tem sentido

13
genérico: pode ser laboratório, uma lavoura, uma escola, uma sala de aulas entre outros tantos
exemplos.

Esta técnica permitiu a presença do pesquisador no campo concedendo a possibilidade de


colectar os dados através de uma conversação efectuada face a face para os professores da escola
e os alunos

3.5 Instrumentos

3.5.1 Entrevista semiestruturada

Conversação com a finalidade de obter determinadas informações onde o pesquisador estabelece


um roteiro não fixo de perguntas que pode sofrer alterações no todo ou em parte, no momento da
entrevista. Possibilita a colecta de dados subjectivos, além de ampliar as possibilidades de
compreensão da realidade, (ASSIS 2007, p. 29).

Esta técnica é muito importante tanto para abordagem quantitativa quanto qualitativa, porque
naturalmente proporciona a reformulação das perguntas na hora da entrevista fazendo com que
se explore mais sobre a realidade encontrada no campo.

Este instrumento vai servir para levantamento de dados por via de entrevista com o os
professores e alunos.

3.6 População de Pesquisa

Para Silva (2001, p. 37), População (ou universo da pesquisa) é a totalidade de indivíduos que
possuem as mesmas características definidas para um determinado estudo. Para Gil (2002)
população é um conjunto definido de elementos que possuem determinadas características em
comum e conforme os objectivos da pesquisa.

3.6.1 A escola primária completa de Napipine

A escola localiza-se na comunidade de Cômua, no povoado com mesmo nome, posto


administrativo de Nauela, localidade de Mohiua distrito de alto Molócuè província de Zambézia.
Em termos do universo da escola a tabela a baixo:

14
Tabela 1. População da pesquisa

Categoria Drector Pedagógico Professor Alunos


Género H M HM H M HM H M HM H M HM
Frequência 1 1 1 1 7 6 15
Classes Turmas
A 40 27 67
1ª B 37 30 67
A 49 12 61
2ª B 21 40 61
C 43 18 61
3ª A 54 17 71
4ª A 49 34 83
5ª A 41 20 61
A 40 15 55
6ª B 30 35 65
7a 34 16 50
TATAL-------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 717
-
Fonte: Autor

A EPC de Napipine, é composta por um universo de 15 professores, este universo desmembra-se


da seguinte maneira: 1 director da escola e o director pedagógico, A escola lecciona da 1ª a 7ª
classes, e é composta por 10 turmas, duas delas funcionam nas salas feitas de material
convencional. Considerando que a escola é composta por cerca de 702 alunos, onde 400 estão no
primeiro ciclo e 302 do segundo ciclo do Ensino Primário.

3.6.2 Amostra

De acordo com Gil (2002), a amostra identifica como sendo um segmento da população
seleccionada para a pesquisa por representar a população, ou seja, é uma parcela seleccionada.

Para esta pesquisa a amostra será composta pelos seguintes elementos:

Tabela 2. Representação de amostra

Participntes Género de colecta de dados


Professores 2 1 1 Entrevista semi-estruturada
Alunos 12 13 25 Entrevista semi-estruturada
Total-----------------------------------------------------------------------------------------------27
Fonte: Autor

15
Por tratar-se especificamente de estudo de caso, a escolha dos elementos deve ser transparente
para evitar-se a máxima distorção das informações sobre a qualidade e quantidade dos elementos
e sem influência de factores a favor, usar-se-á amostra probalista.

3.7 Procedimentos de recolha de dados

Como os estudos de campo costumam ser prolongados e requerer contactos variados com as
mesmas pessoas, a cooperação da comunidade é essencial. Nesse sentido, Daniel Katz (1974, p.
85-87) sugere vários procedimentos capazes de auxiliar nesse intento:
a) Buscando apoio das lideranças locais;
b) Aliar-se a pessoas ou grupos que tenham interesse na pesquisa;
c) Fornecer aos membros da comunidade as informações obtidas e
d) Preservar a identidade dos respondentes.

Seguindo os dispostos acima, o pesquisador vai dispor de uma carta de pedido de permissão para
a pesquisa será entregue a direcção, termo de consentimento e compromisso para a escola

3.8 Método de análise e interpretação dos dados

Gil (2002) afirma que a análise dos dados tem como objectivo organizar e sumariar os dados, de
tal forma que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto para investigação.
Já a interpretação tem como objectivo a procura do sentido mais amplo das respostas, o que é
feito mediante sua ligação a outros conhecimentos anteriormente obtidos. Portanto a tabela
abaixo demonstra como será feita a análise e interpretação dos dados.

Tabela 3. Método e técnicas de processamento de dados.

Método de Técnicas
Processamento de Dados Formas de análise Instrumentos a Serem Usados
Análise descritiva e  Formulário de entrevistas e
estabelecimento de relação entre questionários para o grupo alvo
Estatística em tabelas, gráficos e as variáveis de cada informação devidamente preenchidos.
percentagens, análise comparativa dos dados de cada instrumento.

Fonte: autor

16
3.9 Aspectos éticos

Aspectos éticos numa pesquisa, segundo (Lakatos & Marconi, 2003), visam salvaguardar a
integridade física, ética e moral das fontes de informação.

Inerente e essa questão, o pesquisador vai dispor de uma carta de solicitação da pesquisa para a
sua implementação, termo de consentimento e a formulário das entrevistas para os pais/EE,
professores e a direcção da escola devidamente preenchidos pelos professores e o pesquisador.
Termo de compromisso que o pesquisador se compromete a respeitar todas as normas científicas,
respostas e o conteúdo do entrevistado e, por fim uma declaração a distanciar-se de qualquer
interesse alheio para além dos objectivos propostos no trabalho.

17
Capítulo IV. APRESENTAÇÃO, INTERPRETAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS

4.1 Perfil dos alunos

A turma “A” da 6ª classe abarcada no âmbito desta pesquisa é composta por 75 alunos dos quais
45 são homens e 35 soa mulheres, as idades varia entre 12 a 15 anos de idade para os rapazes, de
12 a 14 anos para as raparigas. Dos 75 foram seleccionados 25 alunos para a realização da
pesquisa, destes desmembra-se em 15 rapazes e 10 raparigas.

4.2 Os factores que contribuem nas dificuldades de leitura dos alunos da 6ª classe na EP2

de Napipine

Dos alunos seleccionados apenas dois (2) deles tem a língua portuguesa como a L1 e Dez (10)
têm-na como L2. O que significa que temos num total de (13) alunos que não tem a língua de
ensino que é a língua portuguesa como L1 e muito menos como L2. O que significa que neste
grupo de alunos não fala a língua de ensino oque nos leva a concluir que algumas dificuldades na
diferenciação das letras e a própria leitura oral seja o resultado da falta de entendimento da
língua de ensino. Como mais detalhes pode-se observar no gráfico a seguir.

Gráfico 1. Primeira e segunda língua dos alunos

Emacua Português

2
L2 10

23
L1 2

Fonte: Autor

O teste de diagnóstico plicado para verificar-se o nível de leitura, realização de actividades em


tempo recorde, leitura interpretação de textos, junção de sílabas para palavras e confusão da
sonância de alguns alfabetos aos alunos envolvidos na pesquisa, os resultados mostram que treze
(13) alunos apresentaram dificuldades não só ao juntar as sílabas para ler com facilidade como

18
também apresentam problemas na diferenciação de letras (B) com (P) e (T) com (D) e os mesmo
apresentaram dificuldades em terminar os trabalhos em tempo recorde, e (10) demonstraram
dominar a leitura e apenas tendo dificuldades na interpretação do mesmo e 2 não apresentaram
nenhum desses sintomas assim como se pode ver na tabela a seguir

Tabela 4. Resultados de teste de diagnóstico

Alunos totais Frequência Percentual


Com Sem
dificuldades dificuldades
Domínio de leitura 10 40%
Interpretação do texto 10
Tempo recorde de realização da 13
tarefa 52%
Junção das sílabas para palavras 13
Confusão das letras 13
Sem nenhum dos sintomas 2 8%
Fonte: Autor

Em suma a tabela mostra-nos que 40% dos alunos tem domínio de leitura mas com dificuldade
de interpretação do texto e 52% dos alunos, demostram múltiplas dificuldades como, realização
de tarefas em tempo recorde, junção de sílabas para ler com facilidade, ou seja, dificuldades de
leitura, confusão na sonância de algumas letras, ou sentem algum peso na língua em relação a
pronunciação de algum alfabetos, e 8% são os que não apresentaram nenhum desse sintomas.

4.3 Exposição dos alunos da EP2 de Napipine à leitura

No que tange a exposição dos alunos aos ambientes de leitura a escola primeiro não possui uma
biblioteca os 2 professores que fizeram parte da pesquisa afirmam que a única forma de os expor
a ambientes de leitura é na sala de aula, quando fazem leitura e interpretação do texto.

Eu por precaução na gestão dos conteúdos prefiro tratar todos do


mesmo jeito dando trabalhos normais para todos e uma vez que a
escola não disponibilizou material para todos os alunos só
podem trabalhar em trios partilhando o livro para com aqueles
que não tem comenta um professor da EP2 de Napipine.

19
O outro professor em relação a questão que perguntava se a escola tinha uma metodologia para
ultrapassar essas dificuldades, responde que não, que cada um trabalhava de forma independente
criando seus próprios mecanismo de como ultrapassar esses problemas de dificuldades de leitura.

De forma coordenada na posso mentir que existe uma estratégia,


mas cada um faz o que pode para tentar contornar esse cenário
mas não tem sido fácil por conta do tamanho das turmas comenta
um professor de português da 6ª classe.
O gráfico a seguir demonstra a frequência em que os professores expõem os seus alunos a
ambientes de leitura para os ajudar a superar as dificuldades de leitura, assim sendo ele mostra
que na maioria das vezes que o professor orienta o aluno a ler e interpretar um texto em casa é
apenas quendo o programa exige, o que significa que esses professores não os têm tratado como
alunos que precisem de uma atenção especial deles. Na mesma senda os professores comentam o
quão o tamanho das turmas influencia na falta de atenção especial aos alunos que precisam.

Gráfico 2. Quando é que professor expõe o aluno a leitura

Poucas vezes Nunca Nem sempre Quando o programa exige

0
outro 0
0
0
0
Clube de leitura 0
0
0
0
Trabalho de casa 0
0
2
2
Aulas normais 2
2

Fonte: Autor
Assim como nos mostra o gráfico, os professores, assumem que apenas os expõe para lerem em
casa quando o programa manda, e não tem outra forma de os expor, consideram a ideia de clube
de leitura a melhor mas que nunca usaram para o efeito. Na sala de aulas tem sido as poucas
vezes assim que o programa sugere que se faca uma leitura e interpretação dos textos.

20
Gráfico 3. Exposição do aluno a leitura
Nunca So quando tenho TPC às vezes Sempre

Na biblioteca

Com amigos

13
10
Em casa 2

10
So na aula

Fonte: Autor

No que tange a exposição do próprio aluno em ambientes de leitura, esta mais claro que não tem
muitas opções senão usar apenas os manuais que lhes são dados na escola que até na maioria das
vezes os alunos não têm recebido por completo, ora como se vê no gráfico acima, dois (2)
correspondentes a 8%, assumem que lêem em casa, ma nunca junto aos amigos. Dos treze (13)
alunos que na tabela anterior alunos mostraram-se com uma multiplicidade de dificuldades nessa
questão demonstram que não apenas lêem na escola quando o professor manda e poucas vezes
em casos que os professores tenham mandado algum trabalho de casa. Portanto 10 deles
mostram que lêem em casa mas com menos frequência por conta de demasiadas actividades
domestica mas que gostariam de ler com uma boa frequência.

Esses dados mostram-nos que para além do professor não os tratar de forma especial eles
próprios não fazem muito esforço para ultrapassar esses problemas para além de que alguns
deles ficam sobrecarregados com trabalhos domésticos em casa e os sobrando menos tempo para
a revisão das matérias ou mesmo o treinamento de leitura.

21
4.4 Exposição dos alunos da EP2 de Napipine à língua de Ensino

O gráfico a seguir traz informações ligadas a língua de comunicação, no recinto escolar com os
colegas, no ambiente social com os amigos, em casa com os pais ou mesmo na sala de aulas.
Este aspecto faz tanto sentido uma vez que a língua de ensino na maioria das vezes em
Moçambique principalmente nas zonas rurais e peri-urbanas tem sido diferente daquela em que
os alunos se comunicam em casa, no ambiente de amigos e colegas.

Gráfico 4. Exposição do aluno à língua de ensino

Sempre às vezes Nuca

Na escola com colegas

Com os maigos 8

Na sala de aulas 15
2
Em casa com os pais

Fonte: Autor
Dos alunos seleccionados apenas quinze (15) correspondentes a 60% assumem que seja no
recinto escolar com colegas, em casa, com os amigos sempre comunicam-se usando a língua
Emacua apenas comunicam-se usando a língua de ensino quando estão na sala de aulas com o
professor mas com dificuldades, mas fora com o professor, as conversas paralelas dentro da sala
de aulas também comentam que acontecem com a língua Emacua. Facto que perpetua as
dificuldades do desenvolvimento da oralidade, consequentemente dificuldades na leitura
retardando a adaptabilidade da sonância dos alfabetos, como é o caso da confusão entre (B com
P), (D com T) e mais.

Dois (2) alunos correspondentes a 8% assumem que se comunicam na língua de ensino nos
ambientes de casa, no recinto escolar, e assumem que também brincam em ambientes de crianças
que se comunicam usando a língua portuguesa que é a de ensino, o que tanto os facilita na
compreensão e interpretação dos textos e muito mais as leituras. No entanto oito (8) alunos
correspondentes a 32% respondem que se expõem em ambientes onde se comunica na língua de
ensino para aprenderem a expressão oral da língua portuguesa, portanto não que seja a língua de

22
comunicação com os pais mas tem amigos próximos que se comunicam na língua de ensino e
aproveitam a desenvolver suas habilidades na língua com ajuda de amigos.

4.5 Estratégias de melhoramento da leitura aplicadas no âmbito da pesquisa

No âmbito da pesquisa e na base dos resultados obtidos através dos diagnósticos feitos, o
pesquisador tomou a liberdade de criar algumas estratégias como forma de contornar o problema
abarcado que a seguir são apresentadas.

4.5.1 Criação de clubes de leitura como forma de exposição do aluno à leitura

De acordo com (Vale, 2019) ler livros colectivamente e reunir os alunos para um debate sobre os
temas tratados na obra podem ser boas alternativas para o estímulo à leitura. Além disso, os
encontros são fontes de socialização e ajudam a estreitar laços. Portanto o pesquisador organizou
essa estratégia com cinco orientações para professores para criarem clubes de leitura na escola.

1. Formação de clube

A formação dos grupos foi na base uma estratégia heterogénea, isto é, primeiro seleccionou-se
um grupo de alunos com dificuldades de leitura após a sus identificação misturou-se este grupo
com alunos que dominam a leitura como forma de ajudar aos com dificuldades

2. Definição do conteúdo a ser lido

Com a ajuda do grupo formado, elaborou-se uma lista de textos do livro de português da 6ª
classe nas lições ainda não estudadas para antecipar a compreensão dos mesmo e poupar um
pouco o trabalho do professor.

23
3. Local do encontro

Estabeleceu-se um local onde os alunos se podiam encontrar com facilidade, para evitar a falta
de comparência uma vez que alguns alunos vivem em bairros distantes, logo ao toque de saída
para casa o clube tinha que se encontrar.

4. O tempo para o encontro

Como forma de não tornar as reuniões longas e cansativas, desestimular os participantes, apenas
no princípio colocaram-se 30 minutos, dividas em três fase, 1ª fase de leitura com 10 minutos, 2ª
fase da interpretação de 10 minutos e terceira fase a síntese de 10 minutos.

5. Resumo das discussões

Cada matéria lida deve ter interpretação do conteúdo do texto, portanto estabeleceu que dos 30
minutos do encontra os 10 minutos devem servir para da considerações sobre o entendimento.

4.6 Trabalhos de casa de leitura e interpretação dos textos como forma de exposição dos

alunos à leitura

Outra estratégia sugerida é que o professor pudesse seleccionar os alunos com dificuldades de
leitura e que cada um fosse ler em sua casa, um texto escolhido pelo professor como um trabalho
de casa, em que a escolha dos alunos para a leitura na hora de introdução da aula de cada dia
fosse aleatória para evitar a situação que quando de antecedência for indicado o aluno, os outros
fiquem relaxados sem ler e apenas lessem quando chegasse a sua vez, nessa estratégia seguiria
em três passos apresentados a seguir.

 Seleccionar os alunos com dificuldades para os orientar para lerem em casa textos
orientados pelo professor;

 Selecção do texto da língua portuguesa da 6ª classe não muito longos;

 Orientar 1 aluno dos seleccionados a cada dia a leitura dos textos na hora de introdução
de cada aula;

24
 Fazer uma escolha aleatória para evitar que uns leiam outros não, porque ainda a sua vez
não chegou.

4.6.1 Leitura feita em voz alta

Como forma de permitir o desenvolvimento da oralidade dos alunos é necessário que o professor
oriente que leia em voz alta, para que aluno ouça sua própria voz e a sonância das palavras para
que o professor esteja atento para qualquer erro na sonância das palavras e corrigir o aluno assim
o aluno ir aos poucos entrando na boa oralidade.

Portanto a primeira estratégia os professores aderiram cm facilidade e assim foi aplicada durante
3 semanas para os alunos, embora não fossem muito tempo mas os alunos com dificuldades de
leitura já iam aso poucos melhorando na leitura. Para medir o desempenho em termos de
números precisaria de um tempo mais que três semanas, mas os clubes foram funcionando
sempre para os professores da língua portuguesa nas 6ªs classes.

25
Capitulo V. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1 Conclusões

Escola é na nossa vida o segundo lar e a segunda família portanto a partir dos professores devem
ser criadas as motivações inerentemente ao interesse e gosto pela leitura pois todos eles
necessitam estar sempre em constante interesse pela leitura. Portando na base dos resultados da
pesquisa feita nesse trabalho o estudo concluiu que:

A escola não tinha nenhuma estratégia de resgate aos alunos com dificuldades de leitura, muito
menos os professores ade forma particular fazem o esforço para uma atenção particularizada para
os alunos com essas dificuldades. O que colocava os alunos em uma posição muito difícil
tornando-os cada vez mais piores no processo de ensino e aprendizagem. Os professores apenas
seguem os programas patentes para dar os conteúdos nunca pensara fora da caixa para os alunos
com dificuldades, ou seja, pouco importava a dificuldade do aluno bastava o professor seguir o
programa.

Entre vários aspectos que são os factores das dificuldades de leitura, a pesquisa percebeu que
esses alunos têm ambientes limitados quanto a exposição de leitura, para além dos professores
não organizarem estratégias que os possa contemplar e desenvolver espírito de leitura, também
tem outros aspectos como por exemplo a falta da biblioteca da escola, fazendo com que os
manuais que recebem sejam os únicos livros que têm para ler, o que quer dizer que só e só
podem ler os textos dos seus manuais.

Quanto a exposição a língua de ensino, a maioria dos alunos são aqueles que crescerem em
ambientes que não os facilita na aprendizagem da língua de ensino, e o facto de terem tido a
língua Emacua como a sua L1, enfrentam varias dificuldades na leitura manifestando –se de
varias formas, como por exemplo: leituras demasiadamente demoradas poe conta da dificuldade
de junção das sílabas, confusão nos alfabetos que tem uma sonância um pouco pesada
considerando qua na língua Emacua raramente se usam os alfabetos (z, o s intervocálico, d, b, e
g) essa realidade faz com que tenham dificuldades de pronunciação da sonância correcta dos
alfabetos.

26
5.2 Recomendações

De acordo com as conclusões feitas no trabalho, a pesquisa na base dos factores abarcados como
principais e recorrentes para os problemas de dificuldades de leitura a pesquisa recomenda:

 Seguimento à risca das estratégias deixadas pelo pesquisador para dinamizar a


aprendizagem e resgatar os alunos com as dificuldades de leitura e escrita para melhoria
do desempenho no processe de ensino e aprendizagem;
 Uma união consistente entre o professor e encarregados de educação tendo em conta
tendo diversos factores em comum ao quotidiano, uma escola desligada do que ocorre no
“mundo de fora”, dos anseios e aflições características dessas fases da vida
(principalmente a adolescente), até mesmo dos modismos culturais, corre seriamente o
risco de ficar para trás, ultrapassada, e pior, de fomentar inúmeros inimigos da leitura;
 Criação de iniciativas internas de forma colectiva e individual dos professores para
promoção da leitura para além de todas as estratégias deixadas no âmbito dessa pesquisa;
 Alguns alunos cresceram em ambiente que não envolve a fala da língua de ensino por
mais que haja o bilinguismo se a criança não fala as duas línguas fica difícil responder
qualquer pergunt6a que envolva a leitura, porque não irá responder na língua que domina
mais, logo devem ser tomas as precauções para que não se considere a sua confusão com
as letras como um erro que não se pode tolerar, mas sim apenas como um processo
gradual de moldagem por meio de leitura orientada pelo professor.

27
Capítulo VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E ANEXOS

Amaro, A. R. (2010). Dos textos de perceção Infantil ao desenvolvimento das competências no


1˚ ciclo do Ensino Básico. (Dissertação de Mestrado de 2˚ ciclo em Estudos Didáticos, Culturais,
Linguísticos e Literários). Covilha: Universidade da Beira Interior.

Barroco, J. A. (2004). As bibliotecas escolares e a formação de leitores. Dissertação de


Mestrado em Educação. Universidade do Minho, Braga.

Bellenger, L. (1979). Les methodes de Lecture. Que sais-je?Paris: 1701.

Buesceu, H, C.; Morais, J.; Rocha, M. R & Magalhães; (2005). Programa e Metas curriculares
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Constituição da República de Moçambique, (2001) 1ªSerie, №44, 4ªEdição (Actualizada)


Cruz, V. (2007). Uma Abordagem Cognitiva da Leitura. Lisboa: Lidel-Edicoes técnicas, Lda.

Duart, I. & Ferraz, MJ. (1997). A língua moderna na Educação Básica-competências Nucleares
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Lokatos, E. M e Marconi, A. (2002). Técnicas de pesquisa: Planeamento execução de pesquisa,


Amostragem e Técnicas de pesquisa, elaboração, analise e interpretação de Dados-5ª Edição,
São Paulo: Atlas.

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Morais, A. R. (2012). O desenvolvimento da leitura em função de diferentes métodos.


Dissertação em Ensino Especial. Lisboa: Escola Superior de Educação.

Solé, I. (1998). Estratégia de Leitura. 6.end. Porto Alegre

28
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programa. Lisboa: Ministério da Educação-Direção-Geral de inovação e de desenvolvimento
Curricular.

Santos, E, M. (2000). Hábitos de Leitura em Crianças e Adolescentes. Coimbra: Gráfica de


Coimbra.

Silva, A. C. (2004). Ate a descoberta do primeiro alfabético. Lisboa: Fundação Calouste


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aquisição-aprendizagem da L2 na formação de professores indígenas1. Universidade
Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM Minas Gerais – Brasil Revista
Vozes dos Vales: Publicações Acadêmicas

29
Apendices

Pedido de Autorização para a Implementação do Projecto

Exmo. Senhor Director da Escola Primaria do 1º e 2º Grau de Napipine

Eu, Eduardo Aristides, estudante do curso de Pedagogia no ISET, pretendo realizar uma
investigação no âmbito da Investigação-Acção com o objectivo de melhorar os níveis de
aquisição da leitura, através de estratégias eficazes, na 6ª classe, EP2 Napipine.
A pertinência deste estudo revela-se pelo facto da leitura ser o meio pelo qual o aluno
desenvolverá as suas habilidades, nas diferentes áreas do saber que a vida estudantil lhe reserva.
Acredito que o conteúdo deste trabalho ira apoiar os professores na tomada de decisão sobre
quais às melhores técnicas para apoiar o aluno na leitura, sem prejudicar o ritmo do aprendizado
actuall. Neste sentido, gostaríamos de solicitar à Vossa Excelência a autorização para proceder à
recolha dos dados e implementação de um projecto de Investigação-Acção no sentido de
perceber o papel da avaliação diagnostica no processo de ensino e aprendizagem no geral e na
classe referida em particular.
Qualquer esclarecimento mais pormenorizado acerca desta actividade poderá ser dado pelo
telefone ou e-mail do investigador, abaixo mencionados. Pede Deferimento;

Atenciosamente
O investigador
_______________________________________
Eduardo Aristides

Contactos
E-mail
EduardoAristides12@gmail.com
Telemóvel
87 3911356 /84481499

30
Apêndice nº2: Consentimento Informado

Prezado Senhor!
Sou estudante do curso de Pedagogia e, no âmbito da minha formação, estou a realizar uma
pesquisa cujo título é Estratégias de Melhoramento da Leitura na 6ª Classe, Disciplina de Língua
Portuguesa, Estudo de caso da Escola Primaria do 1º e 2º Grau de Napipine , que tem como
objectivo adoptar estratégias eficazes no melhoramento da leitura na turma e classe acima
referida.

Os resultados deste estudo poderão ser publicados, mas o seu nome não será incluído e será
mantido o mais rigoroso sigilo através da omissão total de quaisquer informações que possam
permitir identificá-lo. Não terão outra finalidade senão a previamente anunciada e serão
guardados numa pasta de arquivo providenciada pelo investigador e arquivada num lugar seguro.
Ninguém será coagido durante a prestação de informações. A participação neste estudo consiste
em responder ao questionário com uma duração dde 30 minutos e será de carácter voluntário
com prévio consentimento dos participantes. A participação neste estudo não é remunerável, tem
apenas finalidades científicas e de desenvolvimento profissional.
Para a realização desta pesquisa, pedir-se-á autorização à EP2 Napipine. Sabendo que as
perguntas colocadas ao Sr. podem desencadear um choque emocional, usaremos a terapia
cognitiva comportamental para intervir, se necessário, e a entrevista decorrerá numa conversa a
sós, para não constranger o/a inquirido/a.

O Investigador
Eduardo Aristides
_____________________________

Contactos: 87 3911356 /844814998

31
Aceito em participar neste estudo
Assinatura:_________________________ __________________________________
__________________________________ ____________________________________
Data: ____/_____/20___

Apêndice n˚3: declaração de conflito de interesse

Eu, Eduardo Aristides, investigador principal do estudo sobre Estratégias de Melhoramento da


leitura, 6ª Classe, Disciplina de Língua Portuguesa, Estudo de caso da Escola Primaria do 1º e 2º
Grau de Naicole, declaro que participei na elaboração do protocolo de pesquisa e estarei
directamente envolvido na recolha de dados, análise e apresentação dos resultados da pesquisa
acima citada. Esta pesquisa não trará nenhum benefício financeiro. Não existe nenhum vínculo
com companhias económicas que facultam a aquisição de receitas monitorias. Esta pesquisa é
levada a cabo pelo seu interesse científico e pela sua importância no desenvolvimento da
educação. Assim, declaro que não haverá nenhum tipo de conflito de interesse com relação a
pesquisa que lidero como investigador principal.

Nampula, 25 de Abril de 2021


____________________________
Eduardo Aristides
(Investigador Principal)

Apêndice nº4: Termo de compromisso de investigador

Eu, Eduardo Aristides investigador principal do estudo sobre Estratégias de melhoramento da


leitura na 6ª Classe, Disciplina de Língua Portuguesa, Estudo de caso da Escola Primaria do 1º e
2º Grau de Napipine, comprometo-me em cumprir todos os requisitos éticos nacionais e
internacionais estipulados para pesquisa envolvendo humanos, respeitar a autonomia individual
dos participantes do estudo, maximizar os benefícios e minimizar os riscos, bem como proteger a

32
privacidade e manter a confidencialidade de todos os participantes da pesquisa. Comprometo-me
igualmente em não efectuar qualquer alteração ao protocolo aprovado pelo Director da Escola,
do consentimento informado de cada participante ao meu estudo e processar toda a informação
obtida com toda a confidencialidade. Finalmente, comprometo-me que todos os dados recolhidos
no âmbito deste estudo não serão usados para quaisquer outros fins que não sejam os referidos no
protocolo de pesquisa submetido ao ISET.

Nampula, Abril 2021


_________________
Eduardo Aristides

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Apêndice nº 5: formulário de entrevistas aos alunos da 6ª Classe da EP2 de Napipine

1. Idade do aluno
2. Sabe ler?
3. Já esteve numa biblioteca
4. Qual e a sua língua materna?
5. Em casa comunica-se com a sua língua materna?
6. Falas português?
7. Seus amigos falam português?
8. Onde falas português com mais frequência? Na sala, em casa ou com amigos no recinto
da escola?

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