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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR CENECISTA

CURSO DE DIREITO

Pesquisa: Obrigações consistentes em emitir declaração de vontade

Raissa Guilherme dos santos


Graduando(a)

A emissão de declaração de vontade trata de busca de tutela de obrigação de fazer


infungível. Conforme bem explicado por Alexandre Freitas Câmara, “a
infungibilidade, aqui, porém, não é natural, mas jurídica. [...] ou seja, decorre de
algum princípio jurídico, mas nada impede que o próprio ordenamento preveja
alguma forma de se alcançar o resultado prático equivalente ao que se teria com o
cumprimento, pelo devedor, da prestação devida”.

Nesse sentido, a sentença exarada apenas substitui os efeitos da vontade não


declarada, não se confundido com a declaração de vontade, propriamente dita, em
nome do devedor.  

Destaca-se que a sentença substitutiva da declaração de vontade apenas produzirá


seu almejado efeito após o trânsito em julgado, como dispõe a letra da lei, não
havendo que se falar em eficácia provisória da decisão, mesmo inexistindo
atribuição de efeito suspensivo a eventual recurso.

Antes da reforma apresentada pela Lei 11.232/05, as disposições sobre a obrigação


de emitir declaração de vontade constavam nos artigos 639 a 641, dentro do Livro II
(Do Processo de Execução). Considerando tratar-se claramente de procedimento
cognitivo, a Lei 11.232/05 trouxe tais disposições para dentro do Livro I (Do
Processo de Conhecimento), além de alterar a ordem de tais dispositivos, de forma
que a norma geral seja estabelecida antes das especiais.

Considerando que “a sentença, uma vez transitada em julgado, produzirá todos os


efeitos da declaração não emitida”, cumpre ressaltar que a sentença substitutiva da
declaração dispensa etapa de cumprimento.

Neste diapasão, infere-se que mudança implementada pela Lei 11.232/05 no CPC
em nada altera ou afronta a forma como dispõe o diploma especial dos Juizados
Estaduais nos casos de obrigação de cumprimento de sentença relativos a
obrigação de fazer. Em outras palavras, como os artigos 466-A a 466-C dizem
respeito a procedimento cognitivo que surte efeitos com o trânsito em julgado da
decisão, não há conflito com as disposições da Lei 9.099/05 relativas a execução e
devem ser aplicados no âmbito dos Juizados Especiais Estaduais.
Após alterações introduzidas pela lei 11.232/05

Art. 466-A - Condenado o devedor a emitir declaração de vontade, a sentença, uma


vez transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração não emitida.

Art. 466-B- Se aquele que se comprometeu a concluir um contrato não cumprir a


obrigação, a outra parte, sendo isso possível e não excluído pelo título, poderá obter
uma sentença que produza o mesmo efeito do contrato a ser firmado.

Referencia site última instância

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