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Prof Paulo Rangel

Bibliografia: livro dele. Renato de lima. Aury lopes jr. Patchelli. Qualquer um. Capez não!

Programa: começar com princípios básicos do processo penal brasileiro.

Processo Penal é um instrumento de garantia do indivíduo.

Princípios Básicos do Processo Penal


Definição de Princípio: momento, local ou o trecho em que algo tem origem, é a causa
primária, é o elemento predominante da constituição de um corpo orgânico. prof Picazo:
ideia de princípio deriva da geometria. (...)

● Devido Processo Legal


○ CF art. 5º, LIV
○ Se deve respeitar todas as formalidades previstas em lei antes de punir. (...)
○ CF art. 5º, LXI (...)
○ art. 301 CPP
○ (...)
○ ubi lex non distinguit nec nos distinguere debemus (Onde a lei não distingue
não cabe ao intérprete fazê-lo).

● Princípio da Verdade Processual


○ É apontado por parte da doutrina como escopo primordial do processo. Prof
diz ter que distinguir o objetivo do processo penal e o meio. Prof vai usar
sempre a expressão caso penal no lugar de lide (como Jacinto Coutinho).
Como caso penal estamos diante de uma incerteza.
○ descobrir a verdade processual é colher elementos probatórios necessários e
lícitos para se comprovar com certeza dentro dos autos quem realmente
enfrentou o comando normativo penal e a maneira pela qual o fez. A verdade
é dentro dos autos e pode não corresponder à verdade no mundo dos
homens, até pq o conceito de verdade é relativo.
aula 2 – 01/03/2021

No processo penal não falo mais em verdade real, pq quando falo em verdade real cria-se
uma contradição (...)

● Princípio da Publicidade
○ art. 5º, LX. (...e outros dispositivos)
○ absoluta: regra. Restrita: exceção

● Princípio do Contraditório
○ art. 5º LIV
○ Convenção Americana dos DH (Pacto de São José da Costa Rica), art. 8º,
item 1. Decreto Legislativo nº 27 de 26 de Maio de 1992
○ Informação e Reação: binômio que forma o contraditório
○ Contraditório é a ciência bilateral dos atos e termos do processo e
possibilidade de contraditá-los. Joaquim Canuto de Almeida
○ Dever de imparcialidade do órgão decisor exige inteirar-se da controvérsia
○ Antonio Magalhães Gomes Filho: a garantia do contraditório trata-se de uma
garantia fundamental de imparcialidade (...)
○ Obs.: Interceptação telefônica: hipótese de contraditório postergado no
Processo Penal.

● Princípio da Imparcialidade
○ na relação jurídica processual, 3 sujeitos: Juiz, MP acusador e Réu. art. 345
do CP. Tem que exigir do órgão julgador o desinteresse por ambas as partes.
Deve o Estado-juiz interessar-se apenas pela busca pela verdade processual
esteja ela com quem estiver sem abandonar a sua posição de supra-parte
○ É uma das características inerentes ao exercício da jurisdição (prof não trata
ele como princípio metodológico do processo penal)
○ é a mais difícil delas. Imparcialidade pressupõe juiz independente. Isso
pressupõe garantias constitucionais (...). Tenho que afastar essa influência
deixando o juiz livre para decidir, mas sem que ele sofra coações. João
Monteiro Arouca: A imparcialidade não é princípio inerente apenas a função
jurisdicional é também da função executiva (aqui chamada de
impessoalidade).
○ Imparcialidade exige que o juiz seja um cara neutro e juiz neutro não existe.
■ Uma coisa é você gostar da parte, outra coisa é olhar para o fato e
entender o fato.
■ A imparcialidade do órgão jurisdicional é uma característica da
jurisdição que tem que existir, mas ela tem uma grande dificuldade
quando se depara com tipos específicos de processo (...)
■ Lei 9.034 revogada pela 12.850 de 2013. Juiz como investigador, juiz
inquisidor quando o juiz é um julgador imparcial! Copiaram a Itália e
copiaram errado. Importaram o sistema inquisitivo da Itália, de certa
forma. E o juiz no br não faz investigação pq aqui o sistema é
diferente.
■ Imparcialidade é de difícil aplicação na prática. Não dá pra ter juiz
neutro, juiz apolítico.

● Princípio da Presunção de Inocência


○ teve seu marco principal no fim do séc. XVIII. Contra sistema inquisitório de
origem romano-canônica em vigor desde o séc. XII. Acusado não tinha
qualquer garantia.
○ não posso presumir a culpa de alguém.
○ 1948 Declaração Universal dos Direitos do Homem
○ Inversão do ônus da prova (...)

Aula 3 - 03/03/2021
● Princípio do Favor Rei
○ (...) in dubio pro reo
○ mais vale um culpado nas ruas do que um inocente na cadeia Enrico Ferri
○ mitigação?
■ no tribunal do júri, na fase da pronúncia, dizem eles que, na dúvida,
decide-se em favor da sociedade. Prof não aceita esse princípio. Se
ta na dúvida impronuncia, pro prof. Prof diz como no tribunal do júri se
julga pela aparência. Tribunal do Júri é um teatro. Prof não aceita in
dubio pro societate
○ 386, VI e VII CPP
○ art. 615

(...) 609 e 621

● Princípio do Promotor Natural/ promotor legal


○ art. 127, §1º CF
■ Independência funcional, autonomia, inamovibilidade
● inamovibilidade: garantia que a sociedade tem que aquele
membro do MP não será dali retirado
● independência funcional: garantir que ele fará tudo que a lei
permite e deixar de fazer o que a lei proíbe. Se ele se
convence de que o réu é inocente ele pede a absolvição.
● (...) autonomia funcional
● (...)
■ art. 129 atribuições
● Princípio da Razoabilidade da Duração do
Processo
○ EC 45 dezembro de 2004: acrescentou ao já extenso rol do art. 5º o art.
LXXVIII. Obs.: EC pode adicionar direitos, mas não pode tirar (art. 60, §4º)
cláusula pétrea.
○ âmbito judicial e administrativo (aqui se fala em processo administrativo e
não procedimento administrativo! ou seja, não se aplica a fase de
investigação).
○ art. 93, II, e CR (não será promovido o juiz. CNJ as vezes pune magistrados
pela morosidade quando há denúncia das partes, até com aposentadoria
compulsória, se recorrente. Mas na prática muitas vezes nada acontece
mesmo desrespeitando o prazo legal).
○ 5º, XXXV
■ inafastabilidade, acessibilidade da jurisdição
○ art. 8, 1 do Pacto de São José
○ pode pedir indenização por ter ficado tempo por mais tempo que a lei
determinou

sistema: (...) definição (...).

08/03/2021

2 sistemas processuais penais

● Sistema Inquisitivo
○ aperfeiçoado no direito canônico.
○ Surgiu logo após o sistema acusatório privado surgido em Roma. Cidadão,
ao saber de crime, ele mesmo poderia fazer acusação. O que surge com
isso? vingança, perseguição, injustiça. Se acaba com sistema privado e
passamos para o inquisitivo onde juiz passa a ser acusador
○ Estado traz pra si repressão da prática de delitos.
○ nome vem do tribunal eclesiástico
○ acusar, defender e julgar nas mãos de uma só pessoa (o juiz).
○ processo é regido de forma secreta
○ não há contraditório ou ampla defesa, acusado é mero objeto do processo e
não sujeito de direito
○ sistema de provas: prova tarifada. Prova legal.
○ obs.: Franco Cordero juiz vive num quadro mental paranoico

● Sistema Acusatório
○ art. 129 CF
○ MP acusa
○ Acusação = imputação penal + pedido
○ actum trium personarum (ato entre 3 personagens: juiz, autor e réu)
○ (........)
obs.: sistema misto (...). Prof acha ruim. Juizado de instrução é erro. Afrânio Silva Jardim.

● art. 5º, CPP (...)


○ Panorama histórico do cpp (...) império (...) vargas, intentona comunista, júri
sendo modificado, instauração da incomunicabilidade (...).

(...) elementos objetivo, normativo e subjetivo.

● art 40 cpp: falso testemunho, o que o juiz pode fazer


● art. 5º, II do CPP não foi recepcionado pela CF. Aplica-se o art. 40
● art. 13, II, CPP: quem tem que requisitar isso é o MP! sobre diligências
requisitadas pelo juiz, o presente artigo não foi recepcionado pela CF
● art. 26: ação penal é iniciada pelo mp! não é pra ser iniciada por juiz nem por
portaria pelo delegado.
● art. 75, CPP, bem como o 83, não foram recepcionados. precedência da
distribuição não pode (...).
○ E no juízo único? vai para o tabelar dele, como iria se a esposa dele
cometesse crime.

10/03/2021
(...)
● art. 241 CPP: Não foi recepcionado pela CF. Se o delegado ou o juiz for fazer busca
pessoalmente no domicílio de alguém não precisa expedição de mandado. Esse
dispositivo legal é anterior à CF. Antes da CF delegado podia emitir mandado de
busca e apreensão. Juiz se fosse pessoalmente não podia expedir mandado pra ele
mesmo. art. 5º, XI, CF. Compatibilizar com o sistema acusatório: hoje a autoridade
policial não pode expedir mandado de busca. Numa estrutura acusatória de
processo penal: juiz não pode fazer colheita de provas. Juiz determina e a polícia ou
o MP vai lá e cumpre.
● fazer apreensão: fazer aquilo que está descrito na ordem judicial. Mandado tem que
descrever o que vai ser apreendido. CPP art. 243
○ não posso ter mandado de busca coletivo pra todas as casas de uma
comunidade específica, por ex.! 243, I, CPP
● carro é extensão da casa? Não. No automóvel pode ser feita a busca. É busca
pessoal. art. 244 CPP
● obs.: quem investiga o desembargador é o presidente do Tribunal de Justiça
● art. 385 CPP: pra Rangel, não foi recepcionado pela CF
○ qual é o objeto do processo? pretensão acusatória (responsabilidade do MP).
○ se MP retira, pede a absolvição, não pode o juiz exercer em seu lugar! esse
art. é quando juiz podia acusar (sistema inquisitivo).
○ princípio da necessidade. Não há pena sem processo. nulla poena sine
iudicium

Inquérito Policial

● o que é soberania? poder que tem um Estado de se autodeterminar perante as


outras nações. A Soberania divide-se em interna e externa. Interno: legislativa,
função executiva e função jurisdicional. Montesquieu: sistematizou a repartição de
funções dentro de um único poder que é o poder soberano.
● art. 2º, CF: freios e contrapesos.
● (...)
● instrumento através do qual estado vai apurar infração penal
● tem que ser um instrumento de garantia. se autor traz prova que o inocenta/ que
confirma suas respostas, suas teses, delegado tem que juntar a prova. Ele não pode
achar que a investigação é algo contra fulano. Quando o inquérito surgiu no império
era pra ferrar o cara mesmo, delegado tinha poder de acusar, delegado tinha função
judicante no processo (...).
● conjunto de diligências investigar (...) (...). Ver definição do artigo 262, item 1 código
de processo penal português.
● inquérito tem em verdade função garantidora. Evitar persecução penal infundada do
MP. Fundamento do Proc. Penal: instrumentalidade e garantismo penal.

15/03/2021

Indiciamento

Francisco de Assis Toledo princípios básicos do direito penal: crime é um fato típico, ilícito e
culpável (prof discorda da definição do Damásio).
● indiciar é apontar, indicar quem pode ser o possível autor daquele crime.
● Lei 12.830/13, art 2º
● até 2013 não existia o ato formal de indiciamento. Ia lá achando que era
testemunha, que tem que falar a verdade, e percebe que acabei de me
autoincriminar.
● (...)
● ato do indiciamento tem que ser fundamentado. Tratando-se de ato administrativo,
tem que ser vinculado. Não se trata de atividade discricionária da autoridade policial.
● qual é a natureza jurídica do inquérito?
○ como definir natureza jurídica de qualquer coisa: perguntar: é ela uma coisa,
uma pessoa ou um bem? a praça, por ex, é um bem. É bem público ou
particular? público. Qual diploma legal estudamos bem? código penal, civil...?
Civil. Art. 99, I, CC bem público municipal de uso comum do povo.
○ inquérito: procedimento de índole meramente administrativa. Integra a função
executiva. Inquérito é conjunto de atos administrativos.
○ não tem contraditório nem ampla defesa, já que é procedimento
administrativo e não processo administrativo.
○ inquérito é resquício de sistema inquisitivo quando o usam pra determinar
culpa (...). Inquérito bem conduzido apura os fatos e não visa punir, quem faz
isso é a sentença do juiz se chegarmos até lá. Inquérito tem ainda muito do
sistema inquisitivo.
○ posso ter condenação com base no inquérito? ver art. 155. Não pode decidir
com base exclusivamente nos elementos da investigação, as informações
tem que ter sido corroboradas no processo. Se não forem renovadas,
repetidas, confirmadas no processo elas não existem. Por que? porque o
inquérito não tem contraditório nem ampla defesa.
● art. 155 CPP. Juiz está livre pra decidir, mas de acordo com as provas que constam
nos autos, não é sistema da íntima convicção.
● diligências investigatórias determinadas pelo juiz. Art. 13, II: podia. Mas não pode
mais por causa do sistema acusatório (e o ministro do supremo fazendo isso,
definindo diligência?? a luz da estrutura acusatória do processo penal é erro
gravíssimo, juiz não colhe prova etc; além disso juiz instrutor e juiz vítima? se eles
são as vítimas não podem julgar! ). Quem pode determinar diligência é o MP, ele que
é o dominus litis, titular da ação penal.
● CPP, art. 593, III, d
● O inquérito policial pode ter vício que acarrete a sanção de nulidade?
○ é como qualquer ato administrativo!
○ ex.: perícia pra ver se é cocaína: perito, não o policial provando, por ex.

Características do Inquérito

● Inquisitorial
○ poder de direção é da autoridade policial

● Formal
● Sistemático
○ devem ser documentadas no inquérito. Deve ser possível fazer reconstrução
histórica dos fatos.
● Unidirecional
○ tem um único objetivo/ escopo: apuração dos fatos e objetos da investigação.
Não cabe à autoridade policial emitir juízo de valor (dizer que foi legítima
defesa, violenta emoção etc). Apenas conduz os fatos visando apurá-los.

17/03/2021
(...5mins atrasada)
● art. 14 A (Exceção ao não contraditório? (...))
● 142, CF (...). blabla justiça militar.
● apresentação espontânea impede prisão em flagrante (pra Rangel), depois pode ter
prisão preventiva
● obs.: dolo eventual é o “dane-se”, culpa consciente é o “poxa vida”
● na dúvida delegado deve entender o menos gravoso (ex.: delegado em dúvida sobre
qual a capitulação dada, como culpa ou dolo, faz diferença pra caber ou não fiança)
● (...)
● princípio da insignificância: delegado não pode definir se é ou não, cabe ao MP.

Sigiloso
● Até advogado está sujeito ao sigilo (da diligência, mas pode ir lá e ver o inquérito)
art. 7º, III e XIV, lei 8906/94 (Estatuto da Ordem): não permite intromissão na fase
investigatória. Advogado tem acesso ao que já está documentado.
● súmula vinculante 14

Discricionário
● autoridade policial, ao iniciar uma investigação, não está atrelada a nenhuma forma
determinada (...?)
● não confundir com arbitrariedade
● ex.: começou investigação com carta psicografada.

art. 10, caput: inquérito deverá terminar em prazo de 10 dias se estiver preso em flagrante
ou preventivamente (?...ler dispositivo). Com indiciado solto: 30 dias.
798, §1º cpp (...). se contasse nos termos do CPP não vou computar dia do começo, mas
incluo o do vencimento. Vou contar o prazo do CP: incluir dia do começo. art. 10 do CP.
Essa é a contagem que deve ser feita, a mais favorável ao réu.
(...) centrais de inquérito MP (...)
art. 10, §3º (...)
se não houver cautelar real ou pessoal, não passa pelo juiz, deve ficar entre mp e delegado
(diligências e tal não cabem ao juiz). Princípio da reserva da jurisdição para certas coisas.

foro por prerrogativa de função art 10, §3º (autoridade em questão é o delegado de polícia).
não é foro privilegiado, não é privilégio.

stf: atos praticados no exercício do mandato e se ainda está no cargo (...). Prof discorda.
dep est: foro de prerrogativa de função TJ
virou senador: perde foro? ou vai pro supremo ou continua no TJ. Não faz sentido senador
ser julgado por juiz de primeiro grau.

próx. aula: art. 6º código

22/03
arts 6, 218, 240, 241 do CPP à luz da CF

● Busca pessoal e fundadas razões


● art 240, §2º CPP
● há uma carga de subjetividade na atividade policial. Alguém pode parecer
suspeito para o policial x e não parecer suspeito para o y. Então:quando a lei
se refere a fundadas razões ela exige que haja um fato concreto. Só vai ser
legítima se tiver um dado concreto. (...).
● “pessoas que possuem traços dos marginais da cidade; pessoa que está
dormindo no ônibus (pode estar fingindo); que encara policial de frente;
pessoa que levanta e senta de repente do ônibus; pessoa que desce do
ônibus correndo; carro com placa de outro município; carro com mulher
dirigindo e homem do lado” no ato normativo escrito na ditadura pra
identificar suspeito (que enviara pro prof em 1997). Não era pra ser assim.
Tem que ser por fundadas razões. Prof foi fazer um curso lá (...).
art, 241 CPP; art. 5º, XI CF: por determinação constitucional o disposto no art. 241 está
parcialmente revogado ou derrogado. Ordem judicial. Delegado não pode mais
pessoalmente fazer a busca.

Condução Coercitiva
● art. 218 CPP

busca e apreensão: cônjuge. Busca domiciliar sem ordem judicial. (...). está abolida a figura
do chefe da sociedade conjugal. art. 226, §5º.
art. 1567 CC

art. 5º, XI: flagrante delito: art. 302 CPP.


● o que é dia? noite: juiz expede a busca e não pode ser a noite.
○ obs.: prisão em flagrante não se decreta, pro prof (aconteceu pelo Ministro
Alexandre de Moraes no caso do deputado Daniel Silveira). (...) no outro
caso, instaurou inquérito de ofício. (fere sistema acusatório).
○ critério: há dois. Critério legal (512, CPC) ou critério físico. Aurora e o
crepúsculo.
● art. 240, §1º, f. Busca domiciliar e cartas (...)
○ é inconstitucional. Não pode haver violação de correspondência nem por
ordem judicial. É absoluto, não há exceções. Do pov técnico: caberia dizer
que está revogado, já que é anterior a CF.
○ equiparação entre acusado e culpado. O cara preso não tem direito a receber
carta, mostra conteúdo aos agentes ou não recebe.
obs.: decisão barroso: travesti escolhe se quer ficar em presídio feminino ou masculino. Pro
prof não se pensou na mulher que precisa conviver com o travesti. (...).

Arquivamento do Inquérito
(...)
41 c/C 395, CPP
(...)

24/03/2021

Quem é o sujeito ativo do arquivamento, quem arquiva o inquérito? art. 28


Diante da estrutura acusatória, quem arquiva o inquérito é o MP, ele que é o titular da ação
penal. Juiz exerce sistema de freios e contrapesos, deixar nas mãos de um único órgão
esse poder é muito perigoso. MP arquiva inquérito e submete ao juiz.
lei 13.964: suspensão da entrada em vigor do novo artigo 28 por causa do juiz de garantias.
STF suspendeu. Tem uma nova redação mas ela ainda não entrou em vigor.

art. 41 e 395: causas do arquivamento.

arquivar inquérito é encerrar investigações

se juiz discordar do arquivamento? manda pro procurador geral (...). Se procurador geral
discorda do promotor que pediu arquivamento, indica um promotor pra oferecer denúncia
(...) Promotor indicado é longa manus do procurador geral, ele é indicado “para oferece-la” é
ato de delegação. Pra doutrina em geral é assim, portanto ele deve oferecer denúncia. Mas
prof diz que ele tem independência funcional garantida pela constituição (127 (ou 128?),
§1º) e em conflito entre CF e CPP prevalece a CF.

(...) (...)

181 ECA. Homologação, mais em consonância com o sistema acusatório, foi feito em 91, à
luz da constituição.

● natureza jurídica do ato de arquivamento: MP arquiva sozinho? não, precisa de outro


órgão. É no direito adm pq ainda não tem processo. Ato administrativo que requer
intervenção de dois ou mais órgãos para se perfazer: ato administrativo complexo.

prescrição.(...)
Salo de Carvalho: tem entendimento de que os processos que se eternizam/ ultrapassam
prazo razoável deveriam autorizar que réu tivesse redução de pena se for condenando por
conta do sofrimento ao longo do processo. (...)
arquivamento implícito do inquérito do policial (figura doutrinária): casos existem em que o
MP inves de requerer arquivamento do inquérito ao juiz ele oferece denúncia de um
indiciado ou esquece de mencionar outro; imputa ao indiciado prática de um fato e
esqueceu-se de outro fato também apurado no inquérito. Tem que verificar se juiz percebeu
“cochilo” do MP e mandou pro procurador geral, se não, se juiz recebe denúncia: é
arquivamento implícito. Jurisprudência não aceita esse arquivamento explícito, eles
entendem que o arquivamento tem que se dar de forma expressa, clara.

acordo de não persecução penal (ANPEPE).


Lei 13964/2019: instituiu o ANPEPE (plea bargain brasileiro). Colocaram nas mãos do MP
poder dever de oferecer anpepe desde que tenha pena mín. inferior a 4 anos e que crime
seja sem violência ou grave ameaça.
art. 28-A cpp.
Nos EUA os presos podem esperar muitos anos antes da execução ser realizada. Nos EUA
tem mais de 2700 pessoas no corredor da morte. Mais de 4% dos condenados a morte nos
EUA são inocentes (mais de 100 pessoas). Promotor chega: ou você aceita e assume a
culpa ou vai pro corredor da morte. O cara não assume culpa daquilo que não fez, ele vai
pro processo discutir a culpa e é condenado. O poder que dá ao MP de fazer acordo ele
leva a reboque essa possibilidade de pessoas inocentes serem condenadas. Imagina isso
no Brasil onde o sistema jurídico funciona muito bem para os 3p (preto, pobre e prostituta).

● qual é a natureza jurídica do anpepe? direito subjetivo público de índole jurídico


processual do investigado a realizar negócio jurídico com o MP.

nesse acordo deve estabelecer todas as cláusulas a que está submetido o investigado (...).
Acordo: vou assumir culpa e você vai estabelecer as cláusulas desse acordo. Esse acordo
deve ter objeto claro e definido para que não paire uma dúvida na sua execução (...).
(...)
ele assume a autoria, não exatamente a culpa. Aquilo não vai pros antecedentes criminais
dele (só fica lá pra caso vá fazer outra transição penal).

lei 11343: lei de drogas. art. 33. (...). se a pena mínima fosse menor que 4 anos seria
considerado que tem violência sim (...). violência intrínseca e não extrínseca. (...) pro prof!
de qualquer forma tráfico de drogas é 5 então já não cabe.
art. 28-A, I

(...)

tem que ser compatível com a infração (princípio da razoabilidade/ proporcionalidade)

o acordo de delação premiada é diferente. No caso da delação premiada vai ter processo.

05/04/2021

9.099 prevalece ao anpep (...)

(...)

Crime novo: Perseguição, art. 147 - A. Em verdade esse crime é um crime habitual. É
infração penal de menor potencial ofensivo, reclusão de 6 meses a 2 anos. Conduta criminal
Habitual (Inciso II).
Frequência do reiteradamente do crime de stalking? Bom senso para identificar. 2 vezes
não seria reiterada.
● Inciso II do Anpep. Reincidência e criminoso habitual impede anpep. Exceção:
infrações penais insignificantes. Ex.: furto de uma caneta de 50 centavos, furto de
uma banana. (pra não entrar na discussão do furto de pequeno valor (...)).

● Inciso III: já ter sido beneficiado nos 5 anos anteriores com um acordo ou transação
penal ou suspensão do processo. 5 anos é a prescrição de reincidência do anpep.
Sursis processual da lei 9.099 (e não o sursis penal do código penal).

● Crimes de violência doméstica/ familiar; praticados contra mulher pela condição do


sexo feminino: não cabe anpep.
● §3º (ainda no art. 28-A): sendo um anpep ele tem que ser escrito, inadmissível ser
feito oralmente. Característica da escrituração. Acordo tem que ser formalizado por
escrito. Se houver discordância entre investigado e advogado, prevalece a vontade
do investigado pq é ele que vai sofrer consequências sobre sua liberdade de
locomoção.
● Acordo deve ser claro, espontâneo e voluntário.
○ pro prof hoje o MP se perdeu um pouco. Muito poder colocado nas mãos de
pessoas jovens. Como por exemplo prisão feita pra forçar delação premiada,
quando prisão cautelar deveria servir para assegurar curso do processo e
não forçar delação. Falta maturidade.
● §4º: audiência na qual juiz deverá verificar sua voluntariedade por meio da oitiva do
investigado. É identificada pelo juiz através da oralidade na audiência. Ou seja,
anpep é escrito, mas a voluntariedade é observada pela oralidade pelo juiz.
● juiz pode fazer proposta de acordo? não, é função exclusiva do MP, diante da
estrutura acusatória do Processo Penal. Art. 28, CPP se houver recusa do MP de
fazer acordo, ocorre da mesma forma em que ocorre quando juiz discorda do
arquivamento etc.
● Se requisitos do art. 28-A estão presentes é poder-dever do MP fazer proposta de
acordo.
● §5º: ler. Se MP não fizer proposta caberá ao procurador geral fazer, insistir em não
fazer ou designar outro órgão do MP para fazê-lo. Se MP se exceder, juiz pode não
homologar acordo (ex, MP fazer exigência que seria pior que se o cara fosse
condenado). Se acordo for benevolente demais juiz pode não homologar também.
Juiz exerce o controle de legalidade do Anpepe (desde que o investigado e seu
defensor concordem (?)).
● §6º: nulla poena sine iudicium. (...).
● (...)
● §9º: vítima aqui exerce protagonismo diferenciado no anpepe (...). Acompanhar
execução do acordo e ser avisada do não cumprimento do acordo. Não cabe a ela
impugnar até pq já foi indenizada (inciso I). é só pra ela tomar conhecimento.
● §10 [obs.: a partir do 10 é numeral, não chamar mais por ordinal!]: (...)
● transação penal é anterior ao anpep (se tem transação penal não tem anpepe. Se
não por aceita transação penal se faz o anpepe (...)).
● §11: (...)
● §12 (...)
● Inciso III
● anpepe não significa culpa. aceitar anpepe não induz a sua culpa. culpa no direito
penal br: só sentença penal condenatória transitada em julgado. é pena em
decorrencia de um acordo e não de um processo! Nulla poena sine iudicium. Adoção
da discricionariedade regrada que ingressa no processo penal br com a constituição
de 88 (ao falar da transação). aí tem a suspenção condicional do processo. e depois
vem o anpepe. é mitigação o nulla poena sine iudicium. (...). extinção da
punibilidade. Há sentença de extinção da punibilidade. Sentença sem processo?! pq
o legislador quer que seja, é.

07/04/2021
(...)
Diferenças entre ANPEPE e Transação Penal
(...)
● pena mín; pena máx
Não tem como flagrar crimes como curanderismo, funcionamento de casa de prostituição e
tal (...) habitual
(...)
● ambito de competencia da transação penal é o jecrim. do anpepe é qualquer órgãos
jurisdicional desde que satisfeitos os requisitos do 28-a

(...) (...)

Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta
de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de
outras provas tiver notícia.
(...)

lei complementar 106/2003: cabe ao procurador geral de justiça arquivamento do inquérito


(?) (...) mas pro prof o desarquivamento devia caber ao promotor mesmo.

(...)
súmula 524
ação penal ser iniciada sem novas provas (...)?

(...)

próximo tema:ação penal.


(...)

3 são as formas de solução de litígio:


● autocomposição: pessoas acordam
● autodefesa: imposição de decisão de umas das partes a outra (reagir a pessoa
invadindo sua casa etc)
● processo: quando procuramos estado-juiz pra que ele possa intervir. (art. 3? 103?
cpc)

(...)

12/04/2021
teorias possíveis: una (tgp pra civil e penal) x específica pra processo penal, teoria dualista
(...)
ação
subjetivo (?); abatrato; autônomo; instrumental; público (contra o estado em face do réu
(...)

Ação penal
● pública
● condicionada
○ a representação (do ofendido)
○ a requisição (do Ministro da Justiça)
● incondicionada
● de iniciativa privada: promovida mediante queixa do ofendido (art. 100, §2º, CP).

Art. 100, CP: ação penal é pública, exceto quando a lei a declara privativa do ofendido
(“somente se procede mediante queixa”); queixa crime: petição inicial penal (só entro com
ela em juízo, perante o juiz). Na delegacia faço registro de ocorrência, notícia crime, faço
representação (autorizo instauração de inquérito para apurar crime (qndo pública
condicionada).
art. 24, CPP

art. 145, CP: “mediante queixa”: ação penal de iniciativa privada.

Princípios básicos da ação penal pública


● obrigatoriedade
○ art. 5º, II, CF, obrigatoriedade é instituída por lei
○ MP deve propor ação penal pública sempre que estiver com fato típico, ilícito
e culpável nas mãos (...).
○ exigência lógica do nec delicta maneant impunita
○ (...)
● Indivisibilidade
○ consequência lógica da obrigatoriedade da ação penal
○ (...)
○ ação tem que ser proposta em face de todos
○ sofre mitigação com o advento da transação penal lei 9.099. um pode não
querer fazer transação
● Indisponibilidade
○ consequência lógica dos outros dois princípios
○ quem pune é o estado juiz então mp não pode dispor (...)
○ art 42, CPP
○ 576, CPP. Recurso é prolongamento da ação
○ (...) é mitigado em alguns casos (...)
○ anpepe suspensão condicional do processo
14/04/2021
toda ação é pública porque é contra o Estado. Não importa o tipo de Direito postulado (cível,
trabalhista, criminal) você está procurando o Estado.

Ação penal (de iniciativa) privada


● art 30, CPP: quem inicia essa ação é o ofendido
● art 34: pro prof, hoje esse artigo tem que ser lido à luz do código civil. Hoje se ele é
maior de 18 só pode ser exercido por ele, se o indivíduo é plenamente capaz ao 18
não vou dizer que ele tem representante legal, quem diz se ele tem representante
legal ou não é o código civil.
● art. 31: morte ou ausente: cônjuge (hoje temos também a figura de companheiro),
ascendente, descendente ou irmão. Isso é chamado de sucessão processual
(pessoa morre no curso da ação e alguém prossegue). Art. 36
● a regra é o mp (...) ofendido tem a natureza jurídica de um substituto processual (??)
● interpretação progressiva, sistemática e teleológica
● art. 15
● art 50. PU: revogado.
● art 54: revogado junto com o 52.
● quando código usava a expressão “se acusado é menor”: menos de 21 e mais de
18, os menores de 18: inimputáveis, trata no estatuto da criança e do adolescente.
262: não se dá mais curador ao menos. (...)
● 279: “não poderão ser peritos os analfabetos e os menores de 21 anos”: critério
meramente objetivo, biológico e não de capacidade. O 279 está em pleno vigor. Se o
código dissesse: analfabetos e os menores.
● livro do prof sobre maioridade penal. Sabe o que está fazendo, mas não tem
maioridade. (...alguns estados americanos quiseram até mudar pra 21 anos)
● diferente da de iniciativa pública (princípio da obrigatoriedade) aqui o ofendido pode
decidir se vale a pena. Conveniência e oportunidade. Diz muito mais respeito a
minha pessoa do que ao Estado, esse direito em tela.
● (...)
● é lícito conceder ao réu o perdão (...) pra produzir efeito ele tem que aceitar (?...) art.
105
● obsta prosseguimento da ação: significa que só pode ser concedido no curso do
processo. Antes de iniciar a ação: cab renúncia. Se já iniciou: perdão
perdao e perempção

19/04/2021

art 48: pra alguns juristas e pra supremo por estar no art 48 só caberia na ação de iniciativa
privada. pro prof isso é um erro.
(...)
art 77: (...)
(...)

se vai promover a queixa crime, tem que promover contra todos os autores. ou promove
contra todos ou contra ninguém. Indivisibilidade
perdao concedido a um se extende a todos os outros (se os outros não aceitam o perdão é
outra história)

03/04/2021

jurisdição

juiz não pode agir de ofício

consagração da inércia da jurisdição

art 28 arquivamento de inquérito. se juiz discorda manda ao pgj ou pgr. (...) juiz está
obrigado a atender, se o esta, o dono da ação penal é o MP.

(...)

(...)

indeclinabilidade da jurisdição: juiz não pode declinar do seu mister constitucional


art 5, XXXV, CF.

(...)

improrrogabilidade ou aderência da jurisdição

(...)

nulla poena sine iudicio


(...)

art 76 lei do jecrim exceção. sanção de caráter administrativo porém com intervenção do
juiz

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