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Atendimento em Urgência e

Emergência

Treinamento Equipe de Enfermagem

Enfª Taciane Caroline Pereira Jacomini


CorenSP 210823
Definição
O Conselho Federal de Medicina (CFM), através da Resolução nº
1451/95, define:

 Urgência: ocorrência imprevista de agravo à saúde com ou sem risco


potencial de vida, cujo portador necessita de assistência médica imediata;

 Emergência: constatação médica de condições de agravo à saúde que


impliquem em risco iminente de vida ou sofrimento intenso, exigindo
portanto, tratamento médico imediato.
Principais Urgências e Emergências
Ambulatoriais

 Urgências: crise hipertensiva, palpitações, crise


asmática, cólicas renais, quedas;

 Emergências: crise convulsiva, hemorragias


volumosas, IAM.
Principais Urgências e Emergências
Ambulatoriais - Urgências

 Crise Hipertensiva: genericamente constitui uma


elevação da pressão arterial que deve ser avaliada pela
possibilidade de uma evolução desfavorável. Divide-se
em: emergência e urgência hipertensiva. Na maioria das
vezes ocorre por falta de adesão ao tratamento e ou
tratamento inadequado.
Principais Urgências e Emergências
Ambulatoriais - Urgências
 Urgência Hipertensiva: aumento da pressão arterial, sem
sinais e sintomas de lesão de órgãos-alvo, o tratamento
pode ser ambulatorial com medicamentos por
administração oral.

 Emergência Hipertensiva: elevação abrupta da pressão


arterial, com sintomas que sugerem lesões de órgãos-alvo,
sendo necessário internação hospitalar, em ambiente de
terapia intensiva.
Atuação da enfermagem na crise
hipertensiva:

 Monitorização cardíaca e respiratória;


 Repouso no leito;
 Punção venosa grosso calibre;
 Orientações sobre procedimentos e terapêuticas;
 Controle rigoroso de sinais vitais – pressão arterial a cada
30 minutos ou intervalos menores;
 Dor torácica – frequência cardíaca (síndrome coronariana);
 Controle rigoroso de diurese;
 Controle na infusão de vasodilatadores endovenosos;
 Rigorosa observação de alterações do nível de consciência.
Principais Urgências e Emergências
Ambulatoriais - Urgências

 Palpitação: é exatamente uma anormal consciência do batimento


do coração quando estamos em repouso. Normalmente o paciente
se queixa de que o coração está acelerado, que sente os batimentos
na garganta, ou ainda, que o coração vai sair pela boca.
Normalmente está associada a mal estar, cansaço aos pequenos
esforços, dispneia, e às vezes, dor no peito. Se a palpitação ocorrer
por uma arritmia, é possível até ocorrer desmaios. Diante de um
quadro de palpitação, a primeira coisa a se fazer é tentar definir se
trata-se de uma arritmia ou apenas um taquicardia sinusal.

Realizar ECG e comunicar médico assistente para avaliação do


ECG e conduta.
Causas mais comuns de palpitações por
taquicardia sinusal:

 Quadros psiquiátricos: síndrome do pânico, distúrbios de


ansiedade e depressão;
 Anemia;
 Febre;
 Desidratação;
 Exercício físico;
 Estresse emocional.
Principais Urgências e Emergências
Ambulatoriais - Urgências

 Asma brônquica: inflamação crônica dos brônquios,


que ficam mais estreitos e dificultam a respiração. O
paciente apresenta episódios repetidos de tosse e
dispneia.
Asma brônquica
Pode ser desencadeada quando o paciente:
 Entra em contato com alérgenos ou produtos químicos (perfumes,
corantes, etc.);
 Apresenta infecções respiratórias, como gripe e pneumonia;
 É submetido a variações bruscas de temperatura.

A asma ocorre em todas as idades, sendo mais comum na infância. Filhos


de asmáticos têm maior probabilidade de desenvolver a doença. A doença não
tem cura, mas pode ser controlada com tratamento adequado, possibilitando
ao paciente ter vida normal, inclusive com a prática de esportes.
Atuação da enfermagem na asma
brônquica:
 Monitorar o estado respiratório, a frequência, o padrão e sons
respiratórios;
 Promover a umidificação para amolecer as secreções e melhorar a
ventilação;
 Colocar o paciente na posição de semi-Fowler ou de Fowler afim de
manter a via aérea permeável;
 Realizar fisioterapia respiratória;
 Administrar broncodilatadores conforme prescrição médica;
 Administrar oxigenoterapia suplementar, quando indicado;
 Promover reposição hídrica e de eletrólitos conforme prescrição
médica;
 Administração de antitérmicos para controlar a febre, de acordo com
prescrição médica;
 Incentivar uma maior ingestão de líquidos.
Principais Urgências e Emergências
Ambulatoriais - Urgências

 Cólica renal: dor aguda, intensa, oscilante (vai e vem)


proveniente do aparelho urinário superior (rim). É uma das
dores mais cruéis da medicina e geralmente causada por
cálculos no rim ou no ureter. O cálculo causa obstrução da
urina que vem do rim, dilatando-o. Essa dilatação renal é a
fonte da dor. Existem outras causas de cólica renal, como
coágulos, ligadura cirúrgica do ureter ou mesmo
compressões extrínsecas do ureter por tumores.
Principais Urgências e Emergências
Ambulatoriais - Urgências

O principal sintoma é a dor lombar, forte, em cólica com


irradiação anterior para o abdômen e para baixo em direção ao
testículo no homem ou para os grandes lábios na mulher. Se a
obstrução for mais baixa em direção à bexiga, pode haver dor
abdominal e sintomas urinários como: micções frequentes
e ardência para urinar.
Normalmente o paciente está agitado e pode apresentar
náuseas e vômitos.
Atuação da enfermagem na cólica renal:

 Monitorar sinais e sintomas de agravamento da dor;


 Controle de diurese;
 Estimular hidratação;
 Proporcionar ambiente calmo e tranquilo;
 Administração de analgésicos conforme prescrição
médica;
 Manter acesso venoso.
Principais Urgências e Emergências
Ambulatoriais - Urgências

Tipos de quedas:
 Da própria altura;
 Escada;
 Maca;
 Cadeira;
 Banheiro.
Atuação da enfermagem na queda:

 Prestar assistência ao paciente;


 Comunicar imediatamente a enfermeira da retaguarda para
avaliação e exame físico.
Principais Urgências e Emergências
Ambulatoriais - Emergências
 Crise convulsiva: convulsão é uma resposta a uma
descarga elétrica anormal no cérebro, que, em seguida,
manifesta-se como uma alteração na sensação,
comportamento, movimento, percepção ou consciência.
Segundo Araújo (Xavier, Silva e Nakamura, 2006) esse
termo é usado para designar um episódio isolado. Dois
terços dos indivíduos que apresentam uma crise jamais
voltam apresentá-la, enquanto o outro grupo continuará
a apresentá-las repetidamente (epilepsia).
As convulsões são movimentos musculares súbitos
e involuntários, que ocorrem de maneira generalizada
ou apenas em segmentos do corpo.
Principais Urgências e Emergências
Ambulatoriais - Emergências

Tipos de convulsão:
 Tônica: contratura generalizada da musculatura
(rigidez do corpo e dentes cerrados);
 Clônica: movimentos rítmicos, alternando
contração e relaxamento, salivação excessiva, perda
ou não do controle dos esfíncteres da bexiga;
 Tônico-Clônico: é a soma dos outros dois tipos.
Atuação da enfermagem na Crise
Convulsiva:

 Proporcionar privacidade e proteger o paciente dos


curiosos;
 Colocar o paciente no chão, se possível;
 Proteger-lhe a cabeça com um travesseiro para
evitar um traumatismo;
 Afrouxar as roupas, se necessário;
 Empurrar para longe quaisquer móveis que possam
lesionar o paciente durante a crise;
Atuação da enfermagem na Crise
Convulsiva:
 Não tentar abrir a boca que está cerrada durante um
espasmo;
 Se possível, tentar colocar o paciente de lado, com a
cabeça de lado, procurando manter as vias aéreas
desobstruídas, protegendo a língua contra mordeduras,
colocar cânula de guedel e realizar a aspiração
orotraqueal, se necessário;
 Observar e registrar a evolução dos sinais e sintomas e
não realizar qualquer tentativa para restringir a
movimentação do paciente, já que tal procedimento
pode causar-lhe lesões;
Atuação da enfermagem na Crise
Convulsiva:
 Providenciar uma via de administração IV, para coleta de
sangue para exames laboratoriais, se solicitados, e para
administração de medicamentos em doses adequadas;
 Registrar o início e duração da crise, onde começaram os
movimentos ou se a postura é de rigidez, posição dos globos
oculares e desvio da cabeça, tamanho das pupilas, avaliar o
estado de consciência e verificar se houve incontinência e,
após a crise verificar se há confusão, paralisia ou fraqueza
muscular;
 Registrar todos os acontecimentos antes, durante e após a
convulsão.
Principais Urgências e Emergências
Ambulatoriais - Emergências

 Hemorragia: derramamento de sangue do


organismo humano, originado pelo rompimento de
um ou mais vasos sanguíneos. Uma hemorragia com
muita perda de sangue não devidamente tratada pode
levar a vítima a um estado de choque e,
posteriormente, a óbito. Já em casos de hemorragias
de menor proporção, pode ocasionar um quadro de
anemia (falta de nutrientes, e baixa quantidade de
glóbulos vermelhos no sangue).
Principais Urgências e Emergências
Ambulatoriais - Emergências
Tipos de hemorragias:
 Externa: sangramento exterior ao corpo, ou seja, que é facilmente
visível. Pode ocorrer em camadas superficiais da pele por corte ou
perfurações, ou mesmo atingindo áreas mais profundas através de
aberturas ou orifícios gerados por traumas. Pode ser contida,
utilizando-se de técnicas de primeiros socorros.

 Interna: se dá nas camadas mais profundas, como músculos, ou


mesmo órgãos internos. Ela pode ser oculta ou exteriorizar-se
através de algum hematoma na região acometida. Costuma ser
mais grave pelo fato de na maioria dos casos ser “invisível”, o que
dificulta sabermos a dimensão e a extensão das lesões.
Principais Urgências e Emergências
Ambulatoriais - Emergências
Tipos de hemorragias externas:
 Arterial: o sangue é vermelho vivo, rico em oxigênio, e a perda
é pulsátil, obedecendo às contrações sistólicas do coração. Esse
tipo de hemorragia é particularmente grave pela rapidez com que
a perda de sangue se processa;
 Venosa: é reconhecida pelo sangue vermelho escuro, pobre em
oxigênio, e a perda é de forma contínua e com pouca pressão.
São menos graves que as hemorragias arteriais, porém, a demora
no tratamento pode ocasionar sérias complicações;
 Capilar: pequena perda de sangue, em vasos de pequeno calibre
que recobrem a superfície do corpo.
Comparativo da quantidade de sangue perdida
em uma hemorragia e as consequências e/ou
sinais observados em cada estágio:
Quando se perde de 15 a 30% do sangue:
Estado de ansiedade;
Pulso fraco;
Polidipsia;
Sudorese;
Taquicardia (batimentos muito acelerados do coração);
Respiração rápida.

Quando se perde de 30 a 50% do sangue:


Taquicardia;
Semiconsciência;
Estado de choque.
Comparativo da quantidade de sangue perdida
em uma hemorragia e as consequências e/ou
sinais observados em cada estágio:
Quando se perde mais de 50% do sangue:
Dificilmente a pessoa que perde essa quantidade de sangue
sobrevive sem uma imediata intervenção laboratorial
(transfusão de sangue) realizada por um médico
profissional.

Hemorragias volumosas do trato GI:


A hemorragia digestiva pode ser denominada hemorragia
digestiva alta (HDA) ou hemorragia digestiva baixa (HDB),
dependendo do local de sangramento.
Atuação da enfermagem nas Hemorragias:
 Elevação da região acidentada: pequenas hemorragias nos
membros e outras partes do corpo podem ser diminuídas, ou
mesmo estancadas, elevando-se a parte atingida e,
consequentemente, dificultando a chegada do fluxo sanguíneo;
 Tamponamento: pequenas, médias e grandes hemorragias
podem ser detidas pela obstrução do fluxo sanguíneo, com as
mãos ou, preferencialmente, com um pano limpo ou gaze
esterilizada, fazendo um curativo compressivo;
 Compressão arterial: se os métodos anteriores não forem
suficientes para estancar a hemorragia, ou se não for possível
comprimir diretamente o ferimento, deve-se comprimir as
grandes artérias para diminuir o fluxo sanguíneo.
Atuação da enfermagem nas Hemorragias:
Tratamento da hemorragia externa:
 Deitar o paciente; o repouso da parte ferida ajuda a formação de um coágulo;
 Se o ferimento estiver coberto pela roupa, descobri-lo (evitar, porém, o
resfriamento do acidentado);
 Deter a hemorragia;
 Evitar o estado de choque.

Tratamento da hemorragia interna:


 Deitar o paciente e elevar os membros inferiores;
 Prevenir o estado de choque;
 Providenciar transporte urgente, pois só em hospital se pode
estancar a hemorragia interna.
Principais Urgências e Emergências
Ambulatoriais - Emergências
 IAM: é definido como uma lesão isquêmica do músculo cardíaco -
miocárdio, que deve-se à falta de oxigênio e nutrientes. Os vasos
sanguíneos que irrigam o miocárdio (artérias coronárias) podem
apresentar depósito de gordura e cálcio, levando à obstrução e
comprometendo a irrigação do coração. As placas de gordura
localizadas no interior das artérias podem sofrer uma fissura
causadas por motivos desconhecidos, formando um coágulo que
obstrui a artéria e deixa parte do coração sem suprimento de
sangue. É assim que ocorre o infarto do miocárdio. Esta situação
vai levar à morte celular (necrose), a qual desencadeia uma reação
inflamatória local.
Principais Urgências e Emergências
Ambulatoriais - Emergências
O sintoma clássico é uma dor tipo aperto no lado
esquerdo ou no centro do peito, podendo irradiar para o
pescoço ou para o braço esquerdo, (porém em cerca de 15%
dos casos, o sintoma pode ser atípico) suor, enjoo, vômitos,
dor no estômago, dispneia, tontura ou palpitações.
Esta dor tem duração maior que 10 minutos, pode ter
diferentes intensidades ou ainda desaparecer e voltar
espontaneamente.
Infelizmente nem todos os pacientes têm este sintoma. Os
diabéticos, por exemplo, podem ter um infarto sem apresentar
dor, é chamado de infarto silencioso.
Principais Urgências e Emergências
Ambulatoriais - Emergências
Fatores de risco:
 Colesterol alto;
 Sedentarismo;
 Tabagismo;
 Hipertensão arterial;
 Estresse;
 Diabetes Mellitus;
 Hereditariedade.
Atuação da enfermagem no IAM:

 Administrar oxigênio a 2 ou 4L/min, conforme prescrição


médica;
 Usar máscara ou cateter nasal; providenciar ECG;
 Acesso calibroso salinizado;
 Administrar medicações conforme prescrição médica;
 Proporcionar repouso no leito;
 Orientar jejum VO;
 Monitorização cardíaca e nível de consciência,
comunicando qualquer alteração, pois alterações no nível de
consciência pode ser indício de choque cardiogênico, má
perfusão cerebral ou ainda, consequência de medicações;
Atuação da enfermagem no IAM:

 Aferir sinais vitais estando atento à hipotensão, depressão


respiratória, frequência e ritmo cardíaco;
 Atentar-se, comunicar e anotar início e duração de dor
torácica, palpitações, dispneia, síncope ou sudorese;
 Fazer balanço hídrico devido a necessidade de evitar
sobrecarga cardíaca e pulmonar;
 Referência de volume urinário > 40mL/h estando atento
para a oligúria que manifesta um sinal precoce de choque
cardiogênico.
Lembrem-se!!!!

Em qualquer situação de urgência ou emergência,


comunicar imediatamente a enfermeira da retaguarda e,
no caso desta não se encontrar na sala da coordenação,
comunicar a primeira enfermeira que encontrar.
Obrigada!!!
tjacomini@amerc.unicamp.br

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