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174 Capítulo 8

ra do problema e de suzlsconsequênciasnascem .,hipótesesde solução"


que obrigam a uma seleçãodas soluções mais viáveis.A síntesetem conti-
nuidade na práxis, isto é, na atiúdade transformadora da realidade.

(Adapudo de Juan Diaz Bordenavee Adair Manins pereira.


Capítulo 9
Estratégiasde ensino-aprcndi gem, p. lO.)

Procedimentos de
Atividade sobre a leitura complementar ensino-aprendizagem
Faça um estágio de obseraaçiÍo em umít classe de sua escolba. Depois,
socializantes
analise a aula obseruada, tendo por base as ideias apresentadas pelos auto-
res no texto cotnplementar.

1. O uso de iogos

O jogo é uma atiüdade física ou mental organizadrpor um sis-


tema de regras. É uma atiüdade lúdica, pois ioga-sepelo simples
pÍazeÍ de realizaressetipo de atiüdade.Jogar é uma atividadena-
tural do ser humano.
Ao recorrer ao uso de iogos,o professorestácriando na salade
aula uma atmosferade motivaçãoque pennite aos alunosparücipar
ativamentedo processo ensino-aprendizagem,assimilando expe-
riências e informaçõese, sobretudo, incorporando aütudese va-
lores.
O iogo é um recurso didáüco valiosopelasseguintesrazões:
a) Corresponde a um impulsonaturaldo aluno,seiaele criançaou
adulto.Nestesentido,satisfazuma necessidade interior, pois o ser
humanoapresentauma tendêncialúdica.
b) Absorveo jogador de forma intensae total, criando um clima de
'
entusiasmo,pois na situaçãode iogo coexistemdois elementos:
o pÍazeÍ e o esforçoespontâneo.É esteaspectode envolúmento
emocionalque torna o iogo uma atividadecom forte teor moti-
vacional,c puz de gerar um esüadode vibraçãoe euforia.
Em ürtude dessaatmosferade prazeÍ dentro da qual se desen-
rola, o iogo é portador de um interesseintrínseco,que canalizaas
energiasno sentidode um esforço totzl para a consecuçãode seu
176 Capítnlo 9 Procedimentos socializantes
de ensino-aprendizagem 177

obietivo.Portanto,o iogo é uma atiüdadeexcitante,ma^s


é também mento formaüvo,pois, além de exercitar o corpo' os sentidose a-s
um esforçovoluntário. aptidões,os jogos também preparavampara a vida em comum e
paÍa as relaçõessociais.
c) Mobiliza os esquemasmentais de forma a aciontr e ativar as Froebel,que viveude 1782a 1852,pregavauma pedagogiada
funçõespsiconeurológicas
e as operaçõesmentais,estimulando ação,e mais particularmentedo jogo. Ele dizia que a criança,para
o pensamento. se desenvolver,não devia apenasolhar e esclltar,mas agir e pro-
d) Integra as dimensõesafetiva,motora e cognitiva da personali- duzir.Essanecessidade de criação,de movimento,de iogo produti-
dade.Comoatividadefísicae mentalque mobilizaa^sfunçõese vo deveria encontrar seu canal de expansãoatravésda educação.
operações,o jogo acionaas esferasmotorae cognitivae, à medi- Comoa nilÍnrÍezada criança tendeà açío, a educaçãodeverialevar
da que gera envolümentoemocional, tpela para a esferaafetiva. em conta seus interessese suas atividadesespontâneas.Por isso,
O ser que brinca e ioga é tambémo ser que age,sente,pensa, considerava que o trabalhomanual,os iogose os brinquedosinfan-
aprende,se desenvolve. Ponanto,o jogo, assimcomo a atividade üs tinhamuma funçãoeducativabásica:é por meio dosjogose brin-
arústica,é um elo integradorentre os a^spectos motores,cogni- quedosque a criançaadquirea primeirarepresentação do mundoe
tivos,afetivose sociais. é por meio delestambém que ela penetra no mundo das relações
sociais, desenvolvendo um senso de iniciativae auxílio mútuo. No
Além dessesmotivos,o iogo tem um valor formativoporque seu trabalho docente, l'roebel pôs em prâtica a rcorta do valor
supõe relaçãosocial,interação.Por isso, a participaçãoem jogos educativodo brinquedo e do jogo, principalmenteno jardim de
contribui paÍaa formaçãode atitudessociais:respeitomútuo,soli- infância.Paraisso elaborouum currículocentradoem jogosparaa
dariedade,cooperação,obediênciaàs regras,sensode responsabi- iniciaçãoà matemáúcae paÍa o desenvolvimento da expressãoe da
lidade,iniciaüvapessoale grupal.É logandoque se aprendeo valor percepção sensorial.
-
do grupo como força integradora,da colaboraçãoconscientee Como vemos,algunsdos grandeseducadoresdo passadojá
espontânea e o sentidoda competiçãosalutar. reconheciamo valor pedagógicodo iogo e tentavamaproveitá-lo
Com crianças, a utilizaçãodos jogos no ensino torna-se mais como agenteeducaüvo.
imperiosa. Brincando e jogando, a criança aplica seus esquema^s Roncae Escobarafirmam que os "jogos e simulaçõesnão são
mentaisà realidadeque a cerca, apreendendo-ae assimilando-a. brinquedosque o educadorpossausarpara 'criar um climagostoso
Brincandoe iogando,a ciança reproduzas suasvivências,trans- em salade aula' ou apenaspartvariar a^sestratégias.Pelocontrário,
formandoo real de acordocom seusdeseiose interesses. Por isso, elesnão só devemfazerparte do planeiamentode ensinovisandoa
pode-sedizer que é atravésdo brinquedo e do jogo que a criança uma situação de aprendizagemmuito clara e específica,como
expressa,assimilae constróia suarealidade. exigemcertosprocedimentospara a suaelaboraçãoe aplicação"t.
A ideiade aplicaro jogo à educaçãodifundiu-seprincipalmente O professoideveusarsuainventividadeparlcriar seuspróprios
a partir do moümento da EscolaNova e da adoçãodos métodos jogos, de acordo com os obietivosde ensino-aprendizagem que
ativos.No entanto,estaideia não é.tão novanem tão recentequanto ientraem vistae de forma a adequá-losao conteúdoa ser estudado.
possaparecer.F-m1632,Comeniusterminoude escreversua obra Apresentamos, a seguir,algumassugestõesque o aiudarãoa uti-
Didtítica lnagna, na qual preconizavaa ütillzaçãode um método Iizar os iogosde forma maisadequadae proveitosano ensino:
"de acordo com a n tuÍeza" e recomendavaa prâticade jogos, por
causade seuvalor formativo. a) Defina, de forma clara e precisa, os obietivosa serem atingidos
No século XVIII, Rousseaue Pestalozziafirmavamque a edu- com a aprendizagem.Os iogos podem ser usadospara adquirir
caçãonão deveriaser um processoartificial e repressivo,mas um determinadosconhecimentos(conceitos, princípios e infor-
processo natural, de acordo com o desenvolümentomental da
criança e que levasseem consideraçãoseus interessese suas | turrônio Carlos C. Ronca e Virgínia l'. Escobar, T'écnicas pedagógicas: domesticaçiio ort
tendências inatas.Salientarama importânciados jogoscomo instru- desafo à participação?. P. 5O.
socializantes
de ensino-aprendizagem
Procedimentos 179

mações), para praticar certas habilidades cognitivas e paÍa o espíritode cooperaçío,o respeito
positivos,como a honestidade,
aplicar algumasoperaçõesmentaisao conteúdohxado.
pelo outro, saberperder e ganharetc.
b) Determineos conteúdosque serãoabordadosou fixadosatravés A criança precisade ajuda para aprender a vencer,sem ridicu-
da aprendizagempelo iogo.
larizar e humilhar os derrotados, e para saber perder esportiva-
c) Elaborer1miogo ou escolha,dentrea relaçãode jogosexistentes, mente.sem se sentir diminuídaou menosprezada. Quandoo edu-
o maisadequadopar^ a consecução dos objetivosèstabelecidos. cador manifestauma atitudede compreensãoe aceítzçíoe quando
o mesmoiogo podeser utilzado paraalcançarobietivosdiversos o clima da.salade aula é de cooperaçío e respeitomútuo, t criança
e paÍa abordar ou fixar os mais variadosconteúdos.
sente-seseguraemocionalmentee tendea aceilzr mais facilmenteo
d) Formule as regras de forma clara e precisa para que não deem fato de gania, ou perder como algo normal, decorrentedo próprio
margem a dúvidas,no caso da criação ou invençãode novos jogo. o papel do educadoré fundamentalno sentidode preparar a
iogos. criançap Ía competiçãosadia, na qual imperam o respeito e a
e) Especifique ^
os recursosou materiaisque serãousadosdurantea consideração Peloadversário.
realizaçãodo jogo, preparando-oscom antecedênciaou verifi- o espíritode competiçãodeveter como tônica o deseiode o
cando se estãocompletose em perfeitoestadopara seremuti- para aperteiçot cada
iogador i.rp"t"t a si próprio, empenhando-se
lizados. veãmais suashabilidadese destrezas.A situaçãode iogo devecons-
f) Expliqueaosalunos,oralmenteou por escrito,as regrasdo tituir um estímulodesencadeador do esforçopessoal,tendoem vista
iogo,
transmitindo instruçõesclaras e objetivas,de modô que todìs o autoaperfeiçoamento.
entendamo que é paraser feito ou como proceder. O eãucador deve procurar despertarnos alunos, por meio do
pataalcançar
g) Permitaque os participantes, apósa execuçãodo jogo, relatemo iogo, o espíritode cooperaçãoe de trabalho conjunto
que fizeram,perceberam,descobriramou aprenderãm. metascomuns.
O uso de jogos no ensinonão deveser consideradoum evento
ao acasoou uma atividadeisolada,com um fim em si mesmo.Deve
ser consideradauma aüvidadedentrode uma sequênciadefinidade
aprendizageme um meio a ser usado pal.aalcanÇarceftos objeüvos 2. Dramatizaçío
educacionais.
'Já existemmuitosjogos,por exemplo,p Ía a aprenüzagem da A drarnartzaçãoconsistena representação,pelos alunos,de um
tabuada, paÍa o ensino de História, Geografia, de únguus fato ou fenômeno,de forma espontânea ou planejada.É uma técni-
estrangeirasetc. Além de motivar mais o aluno, aumentandoo seu c Ltiv,-e socializada,de grande valor formativo, pois integra as
poder de concentração,estas técnicas aumentam o poder de
dimensõescognitiva e afetiva do processo educacional e instru-
Íetenção."2
cional.
os iogoscontribuempara desenvolver o comportamentosocial
e as interaçõesdo indivíduo com outras pessoas.Mas o professor . A técnica da dramaüztçío pode também ser denominzda
deveficar atentoe cuidarparaqueos iogosseprocessemnum c[ma desernpenhode papéis(rote-playing). Estaé uma atividadecriado-
sadio de cordialidade,apesarda compeüçãoqueàs vezespodem ra por n tüÍezz.,na qual os alunos,baseadosem suasobservações,
desencadeaçe sirvam para desenvolvèrrôalmèntevaloresiociais representamsituações reais de vida e expressamsentimentose
emoções.
à drunafização,como prâtica educativa,deve ser considerada
2 Antônio Carlos C. Ronca e Virgírìia [.
uma atiüdadedentro de uma sequênciadefinida de aprendizageme
l]scobar, obra citadâ, p. 67.
um recursoa ser usadopara atingirceÍtosobietivoseducacionais'
Procedimentos
de ensino-aprendizagem
socializantes 181

A técnica da dramatizaçãopode ser usada para a aquisição


de - os participantesassumempapéis que são representativosdo
determinadosconhecimentôs,para desenvolvercertas habitidades
ou para favorecero relacionamentoe a interaçãoentre os alunos. mundo real e tomam decisõesde acordo com os papéis assu-
Do ponto de vistadidático, a técnicada drâmatização midos;
apresenta
os seguintesobietivos: - os participantes experienciam consequênciassimuladas que
estãorelacionadascom suasdecisõesesva,perforrnítncegeral;
l. Propiciar uma situaçãode aprendizagemclara e específicaque
facilitea percepçãoe análiseãe situaçãesreaisde üda, aiudando - os participantesacompanhamos resultadosde suasaçõese são
o aluno a compreendermelhor os fatose fenômenosestudados. levadosa refletir sobre as relaçõesentre suasdecisõese as con-
2- Facibtara comunicação situaçõesproblemáticase sua poste- sequências"4.
-de
rior análise,eüdenciando os ponìoscríticose contribuindópara O desenvolvimentodz técnict da dramatizaçãose realiza atÍarvés
a ìndicaçãode possíveisalternaüvasde solução. das seguintesfases:
3. Desenvolvera criatiüdade,o sensode observaçãoe a capacidade
de expressar-sepela representaçãocorporal e'dramâücà. a) Caractenzrçãoda situação
Nessafase,o professor,em conjuntocom os alunos,carlcterizaa
Ponanto, a técnica da dramtizaçío revao aruno a concretiz Í situação a ser dramatizada.Se a representziçãiofot planejada,é
uma situação-problema,aiudando-o a analisâ-lae melhor
com- nestemomentoque os alunosse reúnemparaescolhersuasperso-
preendê-la,em buscade uma possívelsolução.
nagense trocar ideiassobreos papéisque vão desempenhar.
o uso da dramatizaçãono processo didático contribui para
aumentaro nívelde moüvaçãodos alunos,estimulandoo seu Cabeao professordefinir claramenteo objetivoda drzmatizaçío,
inte- explicitando-opaÍa a classe.
resse pela aprendizagem,pois supõe um envolümento maior
e Também devem ser transmitidas aos alunos as informações
favorece.aparticipaçãomaii intensâdo aluno no ato a"
Bordenavee Pereiraafirmam que "tecnicanìentea dramatização
"p.una".. necessáriassobre o assunto ou conteúdo que será objeto da
é uma forma particulardo estudode ca^sos", dr amattzaçío,p seu melhor desenvolvi
mento.
pois ajuda a ..desen- ^Ía
volver a 'empatia', isto é, capacidadede os alunos se colocarem b) Representação
imaginariamenÍe em um papelque não é o próprio',3. Essa é a fase da dramatizaçãopropriamente ütz, em que os
A dramaüzaçãopode ser de dois tipos ou modalidades:
alunos representamuma determinada situaçío, fato ou fenô-
a) Planeiada- Nessecaso os alunos preparam a represenüação, meno, para melhor estudá-los.
selecionandoas personagense disCutindoo, p^p"ls que vão A, dramúizaçãoconstitui uma situaçãode aprendizagemem que
desempenhar. Seacharemnecessário, podem também*ãnrr. o há menos censurae na qual a livre iniciaüva, a exploraçãoe a
cenáriomais adequadoparao desenvorvimento da dramatização. descoberta,tanto indiüdual como grupal, podem ser encora-
b) Espontân Nessecaso a dramaüzação jadas.
não é planejada,e os
alunosintervêmnela no momentoque decidir"*, po.
c) Discussão
oportuno,improvisandoa representação. ".h".",
Primeiramente,os participantesrelatamsuasimpressõessobrea
Roncae Escobardizemque "quarquerque sejao tipo de simu- cenadesenvolvida,dizendoo que perceberam,sentiramou com-
lação algumascaracterísticasestãósemprepresentes: preenderam.

5J. D. Bordcnave c A. M. pereira,


Estratégias de ensi no _aprendízagem, p. 16g. a Antônio Carlos C. Ronca e Virgínia F. Escobar, obra citada, p. 5 l.
tt, Capítulo
9 socializantes
de ensino-aprendizaS,em
Procedimentos 183

Depois,todosos alunos,sob a orientaçãodo professoçanalisam Em termos didáticos, os principais obietivos do trabalho em


a situaçãodramaüzadae o temaabordado. equipesão:
o uso da dram*izaçáona salade aula e*ige do educadorarguns a) facilitara construçãodo conhecimento;
cuidados,principalmentecom alunos que não saibamlidar com e opiniões;
de ideia^s
b) permitir
conflitose situaçõesgrupais,devidoao intensoenvolúmentoemo- ^tÍoca
cional que acarreta.o professortambémprecisa tomar precaução c) possibilit^Í a pÍâtica da cooperaçãopara conseguirum fim
ao utillzar esta técnicacom indiúduos tímidos e acanhaãose com comum.
aquelesque têm medo de se submeterà opinião de seuscolegas. Em outro livro de nossaautoria,afirmztmosque "na escolaem
Nãosedeveexcluirantecipadamente essesalunosdestetipo de ativi- geral,e na saladeaula em particular,o trabalhode equipedesem-
dade, mas compete ao professor Íazer uma preparaÇãoprévia, parao diálo-
incentivando-os f,enhauma funçãoimportante,criando o'ortunidade
a participare orientando-osde forma qúe elespos- go e a troca deideias e informações.Ao participardessatroca de
sam expressarlivrementesuasideias,suasopiniõesó seussenti- õxperiências possibilitadapelo trabalhoem ecluipe,o indivíduopre-
mentos numa situação em que existe menos censura e mais
cisa organizarseu pensamentoa fim de exprimir suasideias de
aceitaçãopor parte do grupo. por todos.Na dinâmicado trabalho
forma a seremcompreendida-s
Na prática da drarnatiztção,o papel do professoré o de orien_ em grupo, o aluno fala, ouve companheiros,analisa,sintetizae
os
tador e facilitador da aprendizagem.Sua função é estimular os e*põe ìdeias e opiniões, questiona,argumenta,jusüfica, avaba'
alunosa expressarideiase sentimentos. PoÍanto, o trabalho de grupo contribui p ta o desenvolúmentodas
estruturasmentaisdo indivíduo,mobilizandoseusesquemasope-
ratórios de pensamento.Além de contribuft parao desenvolvimento
dos esquemascognitivos,o trabalhoem equipetambémfavorecea
3. Trabalho em grupo formaçàode certos hábitose atitudesde convíviosocial,como:

Grupo é o coniunto de duas ou mais pessoasem situaçãode - cooperare unir esforçospara que o obietivocomum seiaatin-
interaçãoe agindoem funçãode um obietivocomum. gido;
Irene carvalhoafirma que "o estudodos grupostem sido feito - pflanejar,em conjunto,as etapasde um trabalho;
sobretudopelospsicólogossociais,a partir do fim dadécadade30. - dividir tarefas e atribuições, tendo em vista a parltcipaçãode
Inspiradosna Psicologiada Gestalte na teoria topológicade Kurt todos;
Lewin,criaramum ramo novo,conhecidopor dinâmicadegrupo,o
qual analisaL naln)Íez dos grupos, as inter-relaçõesde seusmem- - expor ideias e opiniões sucinta e obietivamente,de forma a
bros, as alteraçõesque se processamem seu àmago,geradaspor seremcompreendidas;
forçasinternasou externas.posteriormente, os educadãresdesco- - zrceitare fazercríticasconstrutivas;
briram que esteassuntotambémera relevantepara a pedagogia,'s. - ouvir com atençãoos colegase esperaravezdefalat;
Assim,os educadorescomeçaÍaina aplrcara teortada dinâmiõade
grupo à escola, pois lidavam com grupos de alunos nas salas de - respeitara opiniãoalheia;
aula.Alémdisso,as pessoasque trabalhamna escolaconstituemum - a decisão quando ficar resolvido que prevalecerâa
grupo social. ^catuÍ
opiniãoda maioria.
Ao utilizar o trabalho em grupo na salade aula, o professorpre-
cisa se conscientizarde que não está apenasaplicandomais um
5lrcnc M. Carvalho,O processo
didtítico,1t. 214. recurso didático paÍa a construção do conhecimento,mas está
184 Capítulo
9 socializantes
de ensino-aprendizagem
Procedimentos 185

lançandomão de um poderosoinstrumentoformadorde hábitosde A partir dessasperguntas,é reaüztdaa tzbulaçío das respostas


estudoe atitudessociais"6. e elaboradoo sociograma,que é a representaçãográfrcaou pictóri-
Sugestõespara a realizaçã;odo trabalho em grupo na sala de ca da tabulaçãosociométrtca.A técnicasociométricae o sociogra-
anla: ma (que é a sua representaçío gtâ$ca) permitem verificar como
a) Comoformar as equipes estãoas relaçõessociaisno ambienteda salade aula,reconheceros
líderesaceitose identificaros alunosque, por algummotivo,estão
As equipes podem constituir-sealeatoriamente:os alunos se
marginalizados.
agrupam por proximidade física, isto é, os que estão sentados
próximos uns dos outros se reúnem formando uma equipe. Nestelivro, adotaremosumavariaçãoda técnicaoriginaldeJ. t.
Moreno,eliminandoas perguntasnegativas e ampliandoo número
outras vezes,as equipespodemser formadas[vre e espontanea-
de escolhas.Assim,de acordo com a situaçãoc o obietivoem üsta,
mente,levando-seem contaas preferênciaspessoais.Nessecaso,
tambémpode ser aplicadoo testesociométrico. as questõesformuladaspodemser:

b) Comoorientaros alunos - Relacioneo nome de três colegascom quem você gostariade


estudar.
Estabeleça, em conjunto com os alunos,normas de condutae
padrõesde comportamento necessáriospaÍ^o bom desempenho - Relacioneo nomede três colegascom os quaisvocêgostariade
de cada membro dentro do grupo como um todo. Além disso, trabalharem equipe.
defina claramenteos objetivosa serem atingidoscom o trabalho - Relacioneo nomede três colegascom quemvocêgostariade se
em grupo, e expliquede forma objetivaos procedimentosda divertir.
técnicade dinâmicade grupo adotada.
- ftslaçisneo nome de três colegasperto dos quaisvocêgostaria
de sentarna salade aula.
A primeira etapan aplicaçãoda técnica sociométricaconsiste
O emprego da técnica sociométríca em formular uma ou mais perguntasiguaisàs relacionadasacima,
pedindo aos alunosque escrevamo nome de três colegasde sua
A técnicasociométricamais conhecidae aphcadafoicriada por preferência.Se houvermais de um aluno com o mesmonome na
L.
J. Moreno e consistede algumasperguntasa serem respondidas classe,pede-separa colocar tambémseu sobrenomeou apelido.
pelos alunos.Por essemotivo, às vezes,é chamadatambémde teste Dessaforma, cada aluno anotaÍá.em uma folha, que será recolhida
sociométrico.As perguntassão: pelo professor,seunomee, em seguida,o de trêscolegasem ordem
decrescentede preferência.Assim:
- Qualo colegaou a colegacom quemvocêgostariade estudar?
- Comquemvocênão gostariade estudar?
- Qual o colegaou a colegacom quem vocêgostariade trabalhar? Nome(do alunoqueesú escolhendo):
- Q66 quem você não gostariade trabalhar?
escolhidos:
Colegas
- Qual o colegacom quem vocêgostariade se divertir?
L
- Com quem vocênão gostariade se divertir?
2.
4
6 Regina Célia Cazaux Haydr, Aualiação do prccesso
ensino-aprenclizagem . p. 137 -g.
186 Carrítulo9 Procedimentos socializantes
deensino-aprendizagem 187

O professordeveavisarlogo aos alunos que as folhas só serão Na colunavertical,à esquerda,estãorelacionadosos alunosque


lidas por ele e que, portanto,as escolhassó serãopor ele conheci- fizeram sua-sescolhas.Na parte de cima do quadro, aparecemos
das. Deve explicar também que seu obietivo é tentar satisfazerao nomesdosalunosa seremescolhidos.Cadaprimeiraescolhaé indi-
miíximoa preferênciados alunos,masque,provavelmente, não será cada pelo número l, colocadono quadradoabaixo do nome do
possívelatendera todos nas suastrês escolhas. aluno escolhido.A segundaescolhaé indicadapelo número 2, e ã
A segundaetapaconsistena tabulaçãodas respostas.Utiliza-se, terceira, pelo número 3. O asterisco ao lado do número indica
para esta tabulação,um quadro ou tabela onde são colocados e escolhamútua.Por exemplo,FranciscoescolheuJoão em primeiro
organizadosos dadosobtidos.A seguir,apresentamos, como exem- lugaç eJoãotambémescolheuFrancisco,como terceiraescolha;os
plo, um quadro paratabulaçãosociométrica. Naba^seda tabelaéapte-
dois,portanto,seescolherammutuamente.
sentadoo número de vezesque cada aluno foi escolhidocomo
primeira, segundae terceira escolha.Abaixo, aparece o total de
escolhasque cadaum teve.Comessatabela,podemosverificarquais
E)(EMPLODE QUADRODE TABULTçÃOSOCTOMÉTRTCA
os alunosescolhidose quem os escolheu.Podemostambémcons-
Relacione
Questão: trêscolegas
comquemgostaria
detrabalhar
emequipe tatar quantasvezescada um foi escolhido ou se não foi escolhido
g (o
\o por ninguém.
Quemó escolhido
.--> r
<q
€ I
I
A técnicasociométricasó deveser aplicadaquandoos alunosjá
o
G
= se conheceme iâ convivemhá algum tempo, pois assim serão
Queme;colhc
c pazesde exprimir suaspreferênciasno que diz respeitoao rela-
Y cionamento.Não tem sentidoaplicar estatécnicaem gruposcuios
Alexandre 2
membrosnão se conhecemo suficiente.
l .)
Cannem 2n 3 l*
Catarina 2 I .ì*
Cristina 2 O sociograma
Efigênia l -) 2
I'rancisco l* 2* \r
A terceira etapt é a organizaçãodo sociograma,que é a repre-
Inês 2 :) I
sentaçãogrâficaou pictórica databulaLção sociométrica.O sociogra-
João 3* 2+ l* ma é uma forma de diagrama.
José 3r l* 2 Nessafase, os dados obtidos na tz;bularção das respostasdos
Marcos z 3 I alunos são ordenadosde forma pictórica, atravésdo sociograma,
MariaJusüna 24 lf para uma melhor visualizaçãoda estruturado grupo e das relações
Paulo \+ l 2* entre seusmembros.O sociogramaofereceum quadro elucidaüvo
l" escolha 0 0 f 0 0 l 0 2 0 0 I I
do ambientesocial da classe."Pode-sedizer que um sociogranraé,
provavelmente,o melhor instrumento iâ planeiadop Ía revelar a
2" escolha 0 2 0 0 I 0 2 z 0 l l
estrutura social de um grupo. Apresentaas inter-relaçõesentre os
3" escoüta 0 0 l 0 0 I z 2 I 0 2
indiúduos, e as relações de cada indiúduo com o grupo todo.
Total 0 ) 6 0 0 5 l 6 4 I 4 6 Proporcionaao professor,ou ao líder, informaçõesque o auxiliarão
a compreendero comportaÍnentodo grupo, e a a$r com a maior
ú llscolhas mútuas
eficiênciano seu trabalho.Em toda classeou grupo existemmuitas
Procedimentos de ensino-aprendizagem socializantes 189

relações-e subgrupos que não se evidenciamà primeira vista."7 Analisandoessesociograma,verificamosque:


Atravésdo sociogramapodemosidentificar:
- foram muitasas escolhasrecíprocas;
- as escolhasmútuasou recíprocas;
- existemdois subgruposbem definidos,cuios membrosse esco-
- os subgruposfechadose coesos(as chamadas..panelinhas"); lherammutuamente: um é constituídopor Catarina,MariaJustina
- os líderes que são aceitospor vários colegas(as "estrelas" do e Carmem;o outro é formadopor Paulo,Francisco, JoãoeJosé;
8ruPo); - háLtrês líderesque se sobressaempelo número de escolhasrece-
- os alunosisolados,que não pertencema nenhum subgrupoe bidas:Cataúna,loãoe Paulo;em seguidadestacam-se Francisco,
poucasrelaçõesmantêmcom os demaismembrosda clãsse. Josée MariaJustina,que tambémforam alvo de vânasescolhas;
a liderança,portanto,não estáconcentradaapenasnas mãosde
A seguir'mostrarnos,a úulo de exemplo,o sociogramaorganiza- um elemento,podendoser compartilhadapor váriosalunos:
do a partir dos dadoscontidosnataberaanteriormenie apreseãtada. - três alunosnão foram escolhidos:Alexandre,Cristinae Efigênia;
pode-senotar também que as três escolhasde Crisüna foram
EXEMPTODE SOCIOGRAMAREPRESENTANDOs meninos:por isso, no sociograma,ela deslocadado
ASTRÊSESCOLHASDE DOZEATUNOS grupo de meninas. ^paÍece

Parafaciftar a montagemdo sociogÍaÍn recomenda-se:



/ randre\ - representar cada menino por um triângulo (ou outra figura
/l geométrica)e cada,meninapor um círculo;
/l
/ - sslsç21no centro os alunoscom maior número de escolhase.
na parte periférica,os que não foram escolhidos;
tu**'9--
\íì'i
I i - agruparos elementosque se escolherammutuamente;
Y.
'' ', ',. ÍCâlarinâ
)
; - traçar as setâsreferentesà primeira, segundae terceira escolha
\--l
'., Tr.'tYr com cores diferentes,para salientarestetipo de informação.
I i O sociograma,além de aiudar na formaçãodos grupos paÍa o
@r;6ò
' \--li - \_/
trabalhoem equipe,forneceao professorinformaçõesúteissobreo
relacionamentoentre os alunos, que devem ser analisadascom
atençãoe completadascom outros dados,como os obtidospor meio
Ai da observaçãoe da entreüsta.Assim,apóscuidadosoestudo,o pro-
tAi
/\ fessorpode utilizar essesdadospara orientar os alunose assimme-
(rnà/ lhorar as relaçõessociaisna sala de aula. Por isso, "o desenhode
\__.,, um sociograrnaê.um começo,não um fim. Ele propõe questõesem
kgenda vez de respondêJas.Talvezseu maior valor seia dirigir a atençío
-'. Alunos ------------> primeiraescolha .-> Primeira
escolha
mútua para algunsaspectosda estruturado grupo, o que permiüráconti-
' Alunas <::: :: > Segunda escolha
mútua nuar a observaçãodo indiúduo e do comportamentodo grupo"9.
F Terceiraescolha <l ::r::::.
: D TerCeira
eSCOlhamútUa Convémlembrar que uma das limitações apontadasp Ía o
sociogramarefere-seà fluidez da estruturade algunsgrupos e, por-
7 Victor H. Noll, Inrrcduçiio às medidas educacionais,
p. 369-70.
8 Transcritode ReginacéüacazauxHtydt, Auliação
dopocesso ensino-aprendimgem, p. 144 'r Victor H. Noll, obra cit^d^, p. 372.
190 Capítulo9 socializantes l9l
de ensino-aprendizagem
Procedimentos

tanto, à filta de consistêncianas escolhas,o que torna ban<aa pre- por não escolha (isolados), aiudando-osa se integraremno
cisãode um único sociograma.Isto ocorre,principalmente,quando grupo.Seum elemento,que o sociogramarevelouestarisolado,
os alunos têm pouca idade e suaspreferênciasnão são muito con-
puder ser aceito primeiramentepor outro que tevevárias esco-
sistentes,pois variam de acordo com o momento.
lhas e se sobressaiucomo líder, talvezconsigaser aceito pelos
demais membros do grupo. O professor deve dedicar especial
atenção aos alunos que, no sociograma, aparecem margina-
lizados. Essesalunos podem ser reieitados por algum motivo
Recomendações pata a forrnação dos grupos específicoou podem ser alunos tímidos, que tênÌ dificuldadede
se aproximar espontaneamente dos colegase de se relacionar
Quando os alunos são consultadossobre suas preferências, com eles.
atavés da técntcasociométrica,cria-se neles a expectativade que b) Orientar os líderes para que tenham uma atuaçãoconstrutiva,
serão atendidos. Embora os dados contidos no sociograma nío contribuindop^Ía melhoraras relaçõesgrupais.
devam ser revelados aos alunos (principalmente no caso de
c) Dar condiçõese oportunidadea todos os alunospara que pos-
rejeições), eles devemsentir que a consulta feita a eles sobre suas
preferênciasteve resultado, pois contribuiu parz-a formação dos sam praticar suashabilidadesde coordenaçãoe direção, desen-
volvendoa iniciativa e a capacidadede liderança' Cabeao pro-
grupos de estudoou trabalho.Por isso, os gruposdevemser forma-
fessorincentivare orientaros alunosparaque participemdo tra-
dos, tanto quantofor possível,de acordo com as preferênciasmani-
balho em grupo de forma cooperativae exerçama liderançaem
festadas.Mas não será possívelatendera todos nas suastrês esco-
rodízio (liderança móvele democráüca).
lhas, e disso os alunos já devemter sido oportunamenteavisados
pelo professol no momento de escreveremsuas preferênciasno Comovemos,a'apbcação da técnicasociométricanasalade aula
papel.Então,como proceder?Algumasnormaspodem ser seguidas: representao começode um trabalho, cujos obietivosbásicoscon-
sistem em formar hábitos e atitudesdesejáveisde convívio social,
- atender,pelo menos,uma escolhade cadaaluno;
estimulara participaçãocooperativade todos os membrosna toma-
- procurar atenderàs escolhasrecíprocas; da de decisãogrupal, e orientar os líderesno sentidode assumirum
- atendersempreà primeira escolhafeita por um aluno que não papel integrador, não apenasdentro do seu grupo mas também
foi escolhidopor ninguéme que estáisolado; entre os demaisgrupos da classe.
São muitas as técnicaspropostase sistematizadas pelos espe-
- nfle colocar no mesmo grupo o elemento reieitado e quem o
cialistasem dinâmica de grupo. A seguiç relacionaremosas mais
rejeitou;
usadasnaârea da educação,com fins didáticos:
- quando um aluno foi escolhidopor colegasdiferentesdaqueles
que escolheu,procurar, de preferência,satisfazersua primeira - fissu55flsem pequenosgrupos;
escolha. gruposde cochicho;
-
Na tentativade conseguir uma atmosferagrupal mais harmo- - discussão66 ou Phillips66;
niosa e agradâ'vel,que favoreça o processo de aprenüzagem e o - simpósio;
melhor desenvolúmentode cada aluno, cabeao professor:
- painel;
a) Invesügaras possíveiscausasdo não aiustamentodos alunosque, - ssrninfrie;
no sociograma,aptÍecem mar$nalizados,seiapor reieição,seja
- brainstorming ou tempestadecerebral.
r92 Capítulo9 socializantes
de ensino-aprendizagem
Procedimentos 193

Discussão ern pequenos grupos Gru.posde cocbicbo


consisteem estudare analisarum assuntoem grupospequenos, A classeé diúdida em duplas.Assim,cadasubgrupode dois ele-
que variam de cinco a oito pessoas.É recomendadoem situações mentos,durante um certo peúodo de tempo, troca informações
que exigem: sobre um assunto,resolveum exercício ou problema, ou reaÍza
uma taÍ efadeterminada.
- ssfsla e sistematização
de dadose informações;
Depois,cadaduplaapresentaparaas demaisas suasconclusões
- resoluçãode problemas; ou atarefa realnada.
- 1e1pxd2
de decisões;
- reafizaçãode tarefas. Discussão 66 ou Pbillips 66

Na discussãoem pequenosgrupos,os membrospodemdesem- É uma variaçío da discussãoem pequenosgrupos. A classeé


penhar certos papéis para facilitar o andamento do trabalho e subdivididaem grupos de seis participantes,que discutem um
aumentarsua produüvidade.Os papéissão os seguintes: assuntoduranteseisminutos.Em seguida,cadagrupoapresentaaos
demaissuasconclusões.
- Çse1dsnad61- Orienta e conduza attvidadegrupal visandoà Esta técnica é assim chamadaporque foi criada por Donald
consecuçãodos objetivosestabelecidos. Phillips,da Universidadede Michigan,e os grupossão consütuídos
- Secretário- Anotaas ideias,informaçõese sugestõesapresen- por seismembrosque discutemunl temadrtranteseisminutos.
tadaspelos participantessobre o assuntoanalisado;registra as O empregodestatécnicaé sugeridoquandonão se dispõede
conclusõesa que chegaramos membrosdo grupo. muito tempode trabalhoe se desejaobter informaçõesrápidasdos
- Relator -Éapessoa encarregadade apresentaÍLo professore alunos sobre suas ideias,sugestõesou dúvidasa respeitode um
aos demaiscolegasda classea síntesedos trabalhosdo grupo, assunto.
lendo as conclusõeselaboradas.
Simpósio
Deveser dadaa todosos membrosdo grupo a oportunidadede
desempenharessestrês papéisbásicos.Por isso, deveser feito um "O simpósio é uma série de brevesapresentaçõesde diversas
rodízioentre os participantes,de uma sessãogrupal paÍaotJtr^,para pessoassobrediferentesaspectosde um mesmotemaou problerna.
que todos tenham a possibilidadede desempenharas funções de O simpósiopode ser realizadodurante um mesmo dia ou durante
coordenador,secretárioe relator. vários dias seguid65."l0Estipuladoum determinadoassuntopara
A discussãoem pequenosgrupospode desenvolver-se atravésde estudo,váriosalunosse preparam,sob a orientaçãodo professor,
duasformas ou modalidades: para apresentaros vários aspectosdo tema.No dia marcadop ra a
a) Todos os grupos estudamo mesmo tema ou rcalizama mesma realnaçáodo simpósio, cadaum faz uma exposiçãode lO a 20 mi-
tarefa. nutossobreo tema.No final, os demaisalunosda classeformulam
b) Cada,grupo estudae analisaparte de um tema ou discutetemas perguntas aos expositores.Pode ser escolhido utn elemento,
diferentese executataÍefasdiversificadas. denominadornediador,para controlar o tempo de cadaexpositore
organizaro debatefinal.
Em arnbosos casos,cadagrupo,por intermédiode seurelator,
deveapresentaraos demaisgrupos as conclusõesa que chegouou
as tarefas reaJizadas. loJ. D. Bordenave c A. M. Pereira, obra citada, p. 163.
194 Capítulo
9 Procedimentosde ensino-aprendizagemsocializantes 195

Painel sãoalgumastécnicasde dinâmicade grupo maisusada*s


Esta-s em
É uma conversaou discussãoinformal que se estabelece educação.Bordenavee Pereiralembram que "o professordeveter
entre
um grupo de pessoasconhecedorasde um assunto,na frente de bem claro em sua mente que as técnicasnão têm outra finalidade
uma plateia,que em seguidaapresentasuas perguntas.o grupo senãoa de ajudar o funcionamentomais eficientedos processosde
encarregado do paineldeveconstituir-se de trêsa seiscomponentes. manutençãoe produtividade,facilitando a comunicação,a partici-
A diferençaexistenteentre o simpósioe o painelé que no sirn- paçãoe atomadade decisões.As técnicassãosimplesartiffciospara
pósio cadaespecialistaexpõeo assuntoabordadode acordocom o o grupo reahzarseusfins. Elasnão sãoabsolutasnem intocáveismas
seupontode vista,enquantono painelos diversosespecialistas con- merasferramentasque o professorpode rnodificar,adaptarou com-
versarnentre si, trocamideia^s
e discuteminformalmentesobre un'r binar quandobem entender.Aliás,o professorclcveriaestarsempre
assunto,na frente de um grupo maior de pessoas,que posterior- criando novastécnicasmaisadequadasao ensinode suaprópria dis-
menteformulamperguntas. ciplinae aostiposde alunose condiçõesfísicruscom que trabalha"ll.
A técnicado painelassumeváriasmodalidades,de acordocom Para o leitor interessadoem se aprofunclarnessetema fasci-
sua forma de organizaçãoe desenvolvimento.Para maiores infor- nante,que é o estudodos grupose suadinânrica,sugerilnosa leitu-
maçõessobreas diversasmodalidadesdo painel,sugerimosconsul- ra dos seguinteslivros: Beal e outros, Liderança e Dinâmica de
tar os seguintesautores:Imídeo Nérici, Metodologia do ensino, e Grztpo,e AgostinhoMinicucci,Dinâmica de Grupo na Escola".
Bordenavee Pereira,Estratégiasde ensino-aprendizagem".

Semindrio 4. Estudo de casos


No seminário,um alunoou um grupo de alunosfica encarrega-
do de f:azeruma pesquisasobre detenninadoassunto.Em seguida, O estudode casosé uma técnicaque consisteem apresentaraos
expõeo temapesquisadoparatodaa classe. alunos uma situaçío real, dentro do assuntoestudado,para que
A utilizaçãoda técnicado semináriocontribui paÍa o desenvolvi- analiseme, se for necessário,proponhamalternativasde solução.É
mento do espírito de pesquisa,levandoo educandoa coletar mate- uma forma de os alunosaplicaremos conhecimentos teóricosa si-
rial paraanálisee interpretaçlo e fazendocom que ele sistemaüzea^s tuaçõespráticas.
informaçõescoletadaspara posterior exposiçãoe transmissão. O estudo de casos é uma variaçã;oda técnica de solução de
problemas.Caractenza-se, principalmente,pelo fato de as situações
Brainstorming ou tempestade cerebral propostasserem reais ou baseadasna realidade.Isto significa que
os casosapresentadosdevemseç de preferência,reais.No entanto,
Consistena apresentaçãolivre de ideias ou de alternativasde o professorpode elaboraralgunscasoshipotéticos,tendo sempre
soluçãopara um determinadoproblema,dando margemà imagi- como parâmetroa rezüdade.
naçío criadora e sem se restringir aos esquemaslógicos de pensa- Em geral, a situaçãoé apresentadaaos alunos por escrito, em
mento.Só apósa apresentaçãolivre das ideiasé que elasserãosub- forma de descrição,narração,diálogo ou artigo jornalístico. Pode
metidasa uma análisecrítica. tambémser apresentadapor meio de um filme.
O obietivo básicodestatécnicaé o desenvolvimentoda criativi- O estudode casos,comotécnicaüdâüca,apresentaos seguintes
dade,pois dá ênfaseao surgimentode novasideiase soluções,sem
objetivosbásicos:
se prender às concepçõespreestabelecidas.

llJ. D. Bordenavee A. M. Pereira, obra citada, p. l4O.


" Os dados complelos dcs.sasobras encontraln-se na bibtiografia, no Íìnal destc livro. 'Vcr os dados complctos dcssasobras na bibliogrúa.
Procedimentos de ensino-aprendizagem soci'alizantes 197

a) Ofereceroportunidadep r^ que o aluno possaaplicar os co- Na técnica do estudo de casos,as situaçõespodem ser apresen-
nhecimentosassimiladosa situaçõesreais. tadas aos alunos individualmente olr em grupos. Mesmo quando as
b) criar condiçõespara que o educandoexercitea atitude analítica situaçõesforem propostas acada aluno individualmente,deve haver,
e pratique a ctpacidadede tomar decisões. após o estudo indiüdual do caso, uma cliscussãoem grupos, segui-
da de um debate geral com todar classe.
Irene Carvalhodiz que o estudo de casos "favorecea partici-
Para o melhor desenvolümento da técnica cle estudo de casos.
pação ativa,é muito dinâmico e estabeleceexcelentescorrèlações
convém o professor adottr os seguintesproccdimentos:
com o real, sendoportantoaltamentemotivador"12. Deveser usado
"sempreque, no ensino,sejaprecisolevaro aluno a compreender l. Quanto ao planejamento:
uma situaçãoe a interpretarfatos,como fundamentopara uma ação
1.1. Definir o obietivo a ser alcançadocom a utilizaçãoda técni-
posterior.(...) Além de ter por objetivoincrementara, aprenüza-
gem,torná-lamaisvivae dinâmica,üsa tambémà formaçãode boas ca, estabelecendoos conhecimentos a serem aplicados na
atitudes de conúvio social (capacidadede ouvir, habilidade em aniáIisedo caso e as habilidzrdesc<lgnitiveusa serent prati-
apresentaros próprios pontos de vista, respeito pelas opiniões cadas.
alheias,aprendera discordarsemagressiüdade etc.;13. 1.2. Selecionar um fato real relacionado ao conteúdo estudado,
_ Existem dois tipos de casos que podem ser propostos aos ou elaborar uma situação hipotética, tendo por base dados
alunos,de acordocom o objetivoquese tem em vista:o caso-análise da realidade.
e o caso-problema. 1.3. Prever o tempo necessárioptÍao trabalho indiüdual, quan-
Bordenavee Pereira fazema disünçãoentre essasduas modali- do for o caso, petrao trabalho em grupo e para a síntesefinal.
dadesde casos,dizendo que "o caso-análisetem como obietivo
desenvolvera capacidadeanaliücados alunos.(...) ïtrdo que se pre- 2. Quanto à execução:
tendedos alunoscom o caso-anáüse é que a situaçãoseladiscutìda, 2.1. Explicar o desenvolvimentoda técnica para os alunos.
'destrinchada', semaspirara chegara soluçãoalguma,iá que muitas
soluçõesalternativaspoderiam ser possíveisdentro do marco dos 2.2. Apresentaro caso aos alunos, por escrito ou através de um
dadosfornecidospelo caso.O caso-problema, porém,tem um obie- filme. Primeiramente os alunos devem ler o material escrito
tivo diferente:trata-sede um esforçode síntese,isto é, de chegara ou assistir ao filme, para se inteirarem do caso apresentado;
uma solução,a melhor possíveldentro dos dados fornecidos pelo depois, devem analisar a situação exposta com consulta às
caso. o- objetivo educacionalaqui é desenvolvera capacrdaaãoe fontes desejadas e, quando for necessário, propor alternaü-
tomar decisões,de adotar uma linha de ação depois de anarisar vas de solução para o caso.
várias alternativas.o professor deve distinguir eita diferença de 2.3. Peür aos alunos para relatarem aos demais o resultado de
objeüvosentre o caso-análisee o caso-problema,paranão se deixar suas análises, fazendo uma síntese do trabalho de cada
levar,no casode análise,pela tendênciãnatural dòs alunosa chegar grupo. Quando se fizer necessário, aclarar os conceitos apli-
a conclusõesúnicase dogmáticas. Seo professordeixarnos alunos cados no estudo do caso.
a impressão de que o propósito do exercício é chegar a uma
solução,estespodem ficar frustradosao termo da sessãopor não
terem conseguidoum consensogeral.No caso-aniílise o consenso
geralnão é o propósitoalmeiado"14. 5. Estudo do meio

12lrene M. Carvalho, obrÀ cit^dl, p.243. Estudodo meio é uma técnicaque permiteao aluno estudarde
rJ ldem, ibidem, p.244. forma direta o meio natural e social que o circunda e do qual ele
trJ. D. Bordenove e A. M. Pereira, obra citada, p. 165
participa.
198 t)
Capírulo
$
ï
É uma prâticaeducativaque se utiliza de entrevistas,excursões muito naturalmenteem entrevistadores, informaln-sesegundoa
e visitascomo formas de observare pesquisardiretamentea reali- n tuÍeza das suas investigações,multiplicam as visitas e desen-
dade.No entanto,não se deveconfundiro estudodo meio com uma
volvem,para üzer tudo, a mais dinâmicadas atividades"l<''
simplesexcursão,visitaou viagem.É uma atividademaisampla,que
começae terminana salade aula,emborase desenvolva O estudo do meio como técnica pedagógicaapresentaos
em grande
partefora dela Assimsendo,o estudodo meio é uma atividadecur- seguintesobjetivosbásicos:
ricular extraclasse,que consisteem promover o estudode parcelas
significativa^s l. Criar condiçõespara que o aluno entre em contatocom a reali-
da re,alidadepor meio da observaçãoe pesquisareali-
zadasdiretamentepelosalunos. dadecircundante,promovendoo estudode seusváriosaspectos
NewtonCésarBalzandiz que o "estudodo meio é, antesde mais de forma direta,obietivae ordenada.
nada, uma aüvidadenão livresca.Ele se inicia na própria sala de 2. Propiciara aquisiçãode conhecimentos geográficos,históricos,
aula,quandoé propostoe planejadoa partir de um problemamais econômicos,sociais, políticos, científicos, artísticos etc., de
geral e terminatambémnasala de aula, quandoos resultadosdas
visitas,entreústa-s fonna diretapor meio da experiênciavivida.
etc., sãoexploradosem profundidadee avaliados.
Mas ele é experiência,e, mais que isso, vivência.(...) É aüvidade 3. Desenvolveras habilidadesde obsenar, pesquisar,descobrir,
permanente,não apenasatividadefísica,mas principalmentemen- entrevistar,coletar dados, organizare sistematizaros dadoscole-
tal, no sentidode elaboração,que apelaparaesquemas já atingidos tirar conclusõese utilizardiferentesfor-
tados,analisar,sintetizar,
e os põe em execução.E uma técnicadegrandeimportância,pois é masde expressãopara descrevero que obseruou.
atravésdela que se leva o aluno a tomar contato com o complexo
vivo, com um conjunto significativoque é o próprio meio, onde O estudo do meio favorecea integraçãoe a coordenaçãodos
nattJÍez e cultura se interpenetram.O aluno sintetiza,observa, vários componentescurriculares(disciplinase áreasde estudo),
descobre" I 5.
ajudandoo educandoa perceberde forma integradaos fatosfísicos,
No estudodo meio o aluno é mobilizadopaÍa a ação.Aqui o
termo ação deveser entendido não apenascomo atividadeffsica, econômicos,sociais,políticose aÍtísticos,tais como aparecemna
como movimento,mas principalmentecomo atividadeintelectual, realidade. Imídeo Nérici afirma que "o estudo do meio se presta
cognitiva.O aluno é mobilizado par^ a açáoporque é estimuladoa paratrabalhosde alto valor informaüvoe formativo parl o educan-
participar diretamenteno planejamentodo estudo do meio, na do, principalmentepelo seu aspectointegrativo'uma vez que um
proposiçãode seusobjetivos,na sua execuçãopor intermédioda mesmofato do meio pode ser estudadopor todasou quasetodasas
redização de entrevistas,visitas, coleta de dados (informações e disciplinasde um currículo, o que torna os estudosmais ricos e sig-
materiais), na organizaçãoe interpretaçlo dos dados colhidôs, na nificativos"lT.AssimSendo,o estudodo meio pode abrangervárias
elabonção das conclusõesgeraise na avüação do estudodo meio
disciplinase íreas de estudo integrantesdo currículo, permitindo
no que se refere ao seu processoe ao seu resultado.
O estudodo meio difundiu-sea partir do trabalhopedagógicode que fatos e fenômenos,geralmenteestudadosna escolade modo
Freinet,que o utilizavacomo umaprâücaeducativanasescolasonde isoladoe compartimentalizado, possamser obseruadose analisados
lecionou. Roger Gilbert, descrevendoo trabalho pedagógicode .de forma integrada e dentro de um contextomais amplo' como se
Freinetem 1928,na escolada aldeiade Saintpaul-de-Venc€,relata: apresentamna realidade.
"as criançaspassama tom Í o hábito das técnicasnovas.Apaixo- O estudodo meio deveser planeiado,executadoe avaliadocom
nam-sepelos trabalhos executadosna sua aldeia, transformam-se seriedade.Por isso, apresentaas seguintesfases:

r5 Newton cósar Balzan, "IÌstudo do mcio". Em: Amélia D.


de ca-stro c outros, Didlític.t paftt f(r pu*"r Gilbert,,{s ideias atuais em Pedagogia, p t26.
ct escola de I! e 2? grcns, p. 1.7t1. r7 Imídeo Nérici, Metodologia do ensino, p. 351.
200 Capítulo! Procedimentosde ensino-aprendizagemsocializantes 201

l. Ptanejarnsnll - É a fase em que se delimita a problemática e se 4. Aualiação - O estudo do meio deve ser avaliado pelos profes-
definem os aspectos da re'alidade a serem estudados para solu- sores e alunos coniuntamente,no scntido de verificar se os obje-
cionar o problema proposto. tivos propostos para esta atiüdade foram realmente atingidos.
Os alunos planejam, em conjunto com o professor, a reabzaçáo Tanto o processo como o produto dcvcnr ser avaliados, isto é,
do estudo do meio, definindo aquilo que será objeto de estudo, todos os aspectosenvolvidosdevem ser ana[sados criticamente:
estabelecendotodos os aspectosa serem observados,prevendo a-s os conhecimentos e habilidades adqtriridos; a quantidaclee qua-
visitas e entrevistasâ serem realv.adase indicando a bibliografia lidade dos dados coletados; a forma de org:tnizar estes dados e
a ser consultada antes de sua execução.Durzrnteo planeiamento, as conclusões propostas; o nível das discussõesem grupo e dos
"os alunos são motivadospara o estudo do meio, que desde essa relatórios elaborados;a atitude dos participantese sua autodisci-
faseiâ se lhes afigura como algo sério, um estudo de fato e não plina.
um passeio"lÍ1.
É na fase de planejamento que professorese alunos, em conjun- O papel do professor no estudo do rtreio é o tlc orientzrre coor-
to, levantam padrões cle comportamento a serem seguidos, ana- denar seu pl'anejamento,cxecução c ztvziliação.Cabe a ele sugerir
lisando a atitude que deve ser assumida durante a execução do problemaspara estudo,estinrulara pesc;uisa,orientar os alunos na
estudo do meio, para que estese torne uma experiência de apren- proposição de hipóteses e ajudá-los zt tirztr conclusõcs de suas
üzagem rica e séria. Esta reflexão sobre a; normas de conduta observaçõcse pesquisas.
zjuda a desenvolvernos alunos a autodisciplina.

2. Execução - É o estudo do meio propriamente dito. É nessafase


que os alunos fazem as visitas e entrevistas programadas, Resumo
pesquisando, observando, pergurìtando, anotand<1,coletand<l e
comparando dados.
1. () nso de jogt.s ajuda a criar Irtr sala de trttltr trrntr tttrnosfera tle
nrotivtrçrio qrre perlnite ao rrlurto. seja ele r:riançit ou txlulto, ptrr-
3. Exploração e apresentação dos resultados - Nesta fase, os (i<'ipar alivanrenÍe do proeesso ensilro-apretrdizagtlnr. Jogar d'
alunos organizam, sistematizame interpretam os dados coleta- rrrua atividade natttral tlo ser ltunttttro. Ao ltrinctrr tr jogtrr. o
dos, extraindo conclusões. Essas conclusões devem ser ana- indir'ídrro lìca (iro envolvirlo ('otn (t tgue estti faztlndo qrtt' coloca
lisadas e discutidas pelo grupo-classe. na ação serr sentimetrlo t' t'moção. O jogo, assim t:omo a aÍivi-
Os alunos que participaram do estudo do meio podem elaborar <ladt'artísti<:l. i' urn elo itrtt'grador dos trspectos rnotores, cogni-
Íivos. afetivos t' sociais. lì brincanclo e jogtrndo (lue iì <:rinnçtt
um relatório das atividades realv.adas(visitas, entreüsta^setc.), a
ordena o rnrrndo à srrtr volltr. assimiltrndo t'xperiêncitrs e infor-
partir das anotaçõesfeitas e dos dados coletados.
mações e. sobretrtdo, in<:orportrndo a(iíudes e vtrlores. E ptlr
Essa fase atinge sua culminância com um painel ou com uma interlni.dio do jogo e do blintluedo tlut' ela reprodrrz e rt'<'riit o
assembleiade síntese,em que professorese alunos reunidos sele- nreio cirr:undante.
cionam as ideias básicas e amalisarnos conceitos abordados
2: Ã tócnica ila dnttttalizaçrIo l'acili(n a trptrendiztrgt'nr quanto à
durante o estudo do meio e previstos no planejamento. Cabe ao
assinrilação dt' r'onhe<:irnenlos e tì arquisição de cotx:eitos e
professor esclarecer as dúvidas enunciadaspelos alunos e surgi- prineípios gerais rr parÍir de unr referen<:ial concreto. Alónt
das durante o estudo do meio, bem como explicitar as ideias e disso. desenvolve a hirbiliclade dt' trnalistrr e identifit:ar os elt'-
conceitos estudados.sistematizando-os. lrrenlos ele umu situtrção problernátic.ì. pariì melhor coln-
preenclô-la e buscnr possír'eis irlternativtrs de solução.
3. Do pon{o de visla didático. o (rtrbalho em grupo. além de pro-
l8 Ncrúon César llirlz.an.Iìrn: Anrd,liirD. Ca-slroet alii, obra citada, p. 135
nloyer n aquisição de eonher:irnentos e possibililar o ditilogo e tt
202 Capítulo 9 Procedirnc'ntosde ensiuo-:tltrendizagctìrsoci'dizatìtes 20.ì

lro<.a tlc irlcias. í'rrrn ;rorlt'r()s()r(.('lrrso crttprrr.gl<l()l)ariì lirrrnirr


hribilos tle t'stutkr c alitrrrlt's rk. <'olrr'ír'iosotinl. (bnvrirn (llr(. ()
Trabalho em grupo
prolì'ssor r.s(allr.lcçrre rltl'ina. ertt <'otrjurr((,('()nr os itltttros. rtor-
rrrttstle <'orr<lulitr. ;ra<llirr.s<lr.r'<llnlr<lrlruttcltlolrr'<'r'ssiiriosl)irra () Escolhoum componente curriculor(disciplino
ou óreo de estudo)e
lrorrr tlr.selnpr.nho rlos rncrnlrrrrs tlt nlro rlo grrrpo c rlo grttpo dentrodele selecioneum determinodoconteúdo(temoou ossunto).Em
('onì(f urÌr lo<lo. As trit'rri<'ts <le tlitllalh<, ('rìt grtrlxf tttais ttsrt<lits seguido,ploneieumo oulo poro trobolhoro conteúdoescolhido,uti-
ptrra l'ilrs edtrca<'ionrtis siio as (lrt('s('Í{tr('rn: tlis<'rtssito t'ttt lizondoum dos procedimentos didóticosmencionodos o seguir:
(rír ott |thillills
lx'(lu('n()s Í{rulxrs: Í{rrrtx)s dt'<'or'lti<'lro:dis<'rtsstio
(r(r: sinrprisio: pairrr.l: sttttittiirio: lrrititrslornting ott lt'ttt;tt'slrttlr' o) uso dos jogos;
<'trebr al. b) dromotizoçõo;
1. (l estuiltt ilt, tttsrt* (' tttntr vitt'iaçit(, tlit lrit'nit'a tlt' solrrçito tlt' prrl- c) trobolhoem grupo;
blt'rnas c r.orrsislr.t.nr al)r(.s('nlirr los itlulros rntta silttitçixr rcitl.
rlelrÍro <lo r'onlerirlo alrorrlatlo. ;rtrla r;rre arralis('rn ('. st' l'rlr d) estudode cosos.
ne<.r'ssitrio.prropolrlrartt allt'rnativas rlt solrrçi-to.aplicarrrlo os Procedoò execuçõodo oulo ploneiodo,desenvolvendo-o poro os
<'orrhtcirrrcnkrs Ír'riricos aprclrtlitkrs l silrrtçr-rcspriili<'as. O r;rrc demoiscolegosdo closse,que forõoo popelde olunos.
<'artrt'lcrizit lxrsi<'alrrcnleo cslrr<lo(k'r'usos e o dil't'relrcia <la td'<'- Depoisde execuiodoo oulo, o grupo responsóvel foró umo outo-
nica rk soluçtì<lrk. problenras i' o lìrÍo rlt as siluaçirt s proposlits ovolioçõode seutrobolho,que seróseguidopelo onólisedo oulo,feito
s('r('rrrrr.ais <lrrlraseadas na realidarle, pelo professore peloscolegosde closse.
5. (l asludo do rrtaio tl rrnrir úricnica r;rrt pr.rrrrite ao alruto csÍu<lar rlt'
l ìrrrr r a< lir t t a o nr e i o rra l u ra l t' s o < ' i l l tl rrt' o c i rcrrntl a c tl o t;rral t' k' essetipo de trobolho,convémgue os
Observoçõojporo desenvolver
p rrrt ic ipa. lÌ r r nr a p ri i l i < ' a t' d rr< ' a l i v ar;ì,t' .t rr l i l i za dc enl rtvi sl as. de preÍerênciotrês.
grupostenhompoucosporticipontes,
(.r(.rrrs(-x.s c visiíits corno l'<rrrnasrlt obst'rvar t pr.s<;rrisrrrtlirt lit-
rrrr.rrlt a rtalirla<lt'. r'oklllrrlo <larkls r. irtlìrrnra<.'irr.s para p<lsle-
rior tntilisr. t' irrlt.rpretnçiro.

Leitura complenxentar

A formação social cla mente


Arividodes
 noção de zonit cle desenvolvinrenlo pr<lxinr:tl citpacila-nos a propor ttnìa
n<l,a lìirnrul:t, a de que <l "b<lnt aprendizadtl" i'sontcltte atluele que se adiant:t
Trabolho individual ao dcsenv<llvirrìcnto.
 at;trisiç:.-tocla lingtragent lroclc ser tltìì paradigltta l)ara () probleltra da
lelaçiro etìtre al)rcrìdizackr c clcsenvolvirnento. linguagerlì sttrÍÌc inicialnrentc
'1.
Sintetizeo item ì destecopítulo,que obordo o uso de iogos como colììo utÌì ntcio rle corrrtrnicação erìtrc a criartça^ e as pessoxs cnì seu ittrrbictrtc.
i nslrumento
educotivo. SoÍììente dep<tis. rlttand<l da cottvetrçã<lent fala itlterior, ela vetrt <lrganizar rl
2. Expliqueo importônciodo dromotizoçõocomo recursodidótico. perÌsanìcnto <,lacri'.tnça, ou seja, lorna-sc urna fttnçito rnentzrlittterlt:t. Pia!Ìet c
3. Anolíseo item 3 destecopítulo,iusiificondoo volor formotivodo tro- <lulros dcln<lrìstrarrrÌÌ (luc. ruìtes t;tre <l laciocíni<l t>ct>rritcotììo tltÌtit alividade
intenìir, elc rí claborado, ttttttt g,rupo de crialtças, conìo tllììA discussã<l(ltle tenì
bolhoem grupo.
por obietivo l)rovtr o l)onto tle vista de cada unra. l'lssirdiscttssão elrì ÍÌ,rupo tctÌì
4. Explique,com suosprópriospolovros,em que consisteo Ìécnicode corìlo asl)ecto caracter'ístic<l O fato de cadit criança cotÌìeçal' a Pcrcebcr c
estudode cosos. checitr as biusesdc seus perrsiuÌrcntos.'l'ais obsetvaç<-tcsfìzerant conr <;ttePi:tgct
5. Foço umo síntesedo item 5 - Estudodo meio-, solientondosuo corrcluíssc (plc a colÌrulìicaçã<l gcra a ncccssiclaclede checar e cottfirttr:tr pen-
importôncioporo o oçõo didóticoe o processoeducoÌivo. sttììclìtos, utìì processo <;ueó calacterístic<l do perlsanìcnto tdtrllo. I)a tnesnla
u
204 Capítulo9 I
maneira que as interaçõesentre a criznça e as pessoasno seu ambiente desen-
volvem a fala interior e o pensamentoreflexivo, essasinterações propiciam o
desenvolúmentodo comportamento voluntário da criança. Piagetdemonstrou
que a cooperaçãofornece abasepara o desenvolvimentodo julgamento moral
pela criança. PesquisasanteÍiores estabeleceramque, em primeiro lugar, a cri- Capítulo Lo
ança se toÍn capazde subordinar seu comportamento às regras de uma brin-
cadeira de grupo, e que somente mais tarde surge a autorregulaçãovolunÍária
do comportamento como uma função interna.
Essesexemplos indiüduais ilustram uma lei geral do desenvolvimentodas Procedimentos de
funções mentais superiores, a qual achamos que pode ser aplicada em sua
totalidade aos processos de aprendizado das crianças. Propomos que um ensino-aprendizagem
aspecto essencialdo aprendizado é o fzto de ele criar a'ton^ de desenvolú-
mento proximal; ou seja, o aprendizado despeÍa vários processosinternos de
desenvolümento, que são capazesde operar somente quando a criança inte-
so ci o in divi du al izantes
rage com pessoasem seu ambiente e quando em cooperação com seus com-
panheiros. Uma vez interiorizados, esses processos toÍïam-se parte das
aquisiçõesdo desenvolúmentoindependenteda criança.
Desse ponto de üsta, aprendizado não é desenvolvimento;entretanto, o
aprendizado adequadamenteorganizado resulta em desenvolvimentomental e
põe em moümento vários processosde desenvolvimentoque, de outra forma,
seriam impossíveis de acontecer. Assim, o aprendizado é um aspecto L. Método da descoberta
necessárioe universal do processo de desenvolümentodas funções psicológi-
cas culturalmente organizadase especificamente humana^s.
Consisteem propor aos alunosuma situaçãode experiênciae
(t. S. Vigotslq, á formação social da mente, p. l0l.)
observação,paÍa que eles formulem por si próprios conceitose
princípiosutilizandoo raciocínioindutivo.
Essemétodov'a[<>nza a experiênciaconcreüado aluno e enïalizaa
necessidade de um ensinomaisvoltadop Íaa soluçãode problemas.
Historicarnente,<lmétododa descobertasurgiucom o moümen-
Atividade sobre a leitura complementar to denominadoeducaçãoprogressiua,que se originou no final do
século)ilX e difundiu-seno século)0(.Seuprincipal expoentefoiJohn
Leia e analise o lexlo cotnplementar em grupo. Exlilique por qlue, na Dewey,que ressaltavaa importânciada educaçãono aperfeiçoamen-
concepção de VigotsQt, a interação das crianças com seut companbeiros e to dos processosde pensamentodo aluno e no desenvolümentode
conz as demais pessoas eìn seu arnbiente é irnportante para os processos de
ap ren d i zagetn e desenuola i m.ent o.
suacapacidadep ra resolverproblemas.Mais recentemente, o gran-
de defensordessemótodo foi Jerome Bruner, que preconizaqve a"
aprendizrgempor descobertaé uma condição necessáriaparl
aprenüzagemdastócnicasde soluçãode problemas. ^
. No métododa descoberta, o professornão transmiteos concei-
tos e princípiosdc forma pronta e explícita.Ele cria situaçõesde
ensinonasquaiso alunoobserva,manipulamateriais,experimenta,
coletadadose informações,para depoissistematizá-los e chegaràs
conclusõese generali'tações necessáriasque lhe permitirão formu-
lar os conceitose princípios.Dessaforma ele,por si mesmo,desco-
bre, ou melhor dizendo,redescobreo conhecimento. É por issoque
essemétodoé tambémchamadode método da redescoberta.

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