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CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA

ADRIANO BISPO DOS SANTOS

FICHAMENTO

SALVADOR
MAIO/2019
RENATA KAROLINE DA SILVA SANTOS

Fichamento
Fichamento: A Era das Revoluções - Capítulo 2: A Revolução Industrial

Fichamento por citação de capítulos apresentado a Faculdade UNIJORGE, do curso de


Licenciatura em História como requisito para nota da disciplina História dos Imperialismos e
Expansão do Capitalismo sob a orientação da professora Jacira Primo.

SALVADOR
MAIO/2019
Capítulo 1

O texto começa citando um trecho escrito por Arthur Young, chamando Viagens
na Inglaterra e País de Gales que sintetiza o que simbolizava, ao menos de uma
esfera positiva, a Revolução Industrial. No trecho “Livre-se dessa indiferença
estúpida sonolenta e preguiçosa, desta negligência indolente, que prende os
homens aos mesmos caminhos de seus antepassados” deixa claro o pensamento
de avanço na época, finalizando com uma pergunta quase que retórica sobre
quem não se sente estimulado ao ver a máquina de vapor de Watt?
Os acontecimentos da Revolução Industrial não se fizeram evidentes na época,
ao menos antes de 1830, pois, apenas em 1840 que a artes passaram a retratar o
movimento, o que é dito pelo o autor, como um reflexo tardio da mesma, pois,
também, apenas em 1840 que se passou a existir os movimentos de
trabalhadores, movimentos sociais e comunistas, e cita também, o manifesto
comunista, em prol da criação da indústria. Também é válido sinalizar, que em
meados de 1820, já acontecia, ao menos na França e Inglaterra, quando é citado
que “os socialistas ingleses e franceses(...) só o inventaram por volta da década
de 1820, provavelmente por analogia com a revolução política na França”
A revolução industrial surgiu na década de 1780, e é dito que ela explodiu,
levando a uma análise explicativa do que significa “explodir”, relatando que
neste momento que as sociedades passaram a produzir de modo que entrassem
de fato na trilha para ser auto sustentável, e paralelo a isso, também viessem a
fome e morte periódicas, segundo o texto “propicias a produção”. O autor nos
leva a uma pequena análise histórica, de que “revolução industrial” já existia
dentro da história desde o ano 1000, de modo desajeitado. E relata que a maioria
dos historiadores tendem a datar o início da revolução em 1760, que foi onde a
economia, segundos os dados estudados, “voou”.

Esse acontecimento, tema do texto, é abordado pelo o autor como o mais


importante da história, desde o aparecimento da agricultura e das cidades, afinal,
segundo o mesmo, além de não existir data estipulada para o início da
revolução, sem fim também não é datado com exatidão, pois “a mudança
revolucionaria tornou se norma desde então”, e também comenta o fato, sem
sentido de alguns historiadores se referirem a ela como uma forma de “evolução
acelerada” o que não faria sentido, pelo os mesmo motivos citados acima. E esse
processo se iniciou na Grã-Bretanha e não foi acidental. Se tivessem alguém a
ser um concorrente para o processo revolucionário, seria o avanço comercial de
Portugal a Rússia, fomentado por seus ministros nas monarquias iluminadas na
Europa, e cita que algumas cidades se industrializaram de forma bem
impressionante, apensar de terem seus complexos industriais de tamanho
geográfico pequeno. Qualquer que tenha sido o motivo que deu vantagem aos
ingleses, esse a algum tipo de superioridade tecnológica e cientifica, afinal, os
franceses na época estariam muito a frente, assim como nas ciências sociais. Em
seguida é citado os avanços peculiares de cada país, como o tear de Jacquard
(1804), francês e muito bem elaborado, o treinamento dos alemães. E se fala da
fraca educação inglesa na época, no qual suas duas únicas universidades eram
intelectualmente nulas, e segundo o autor, as únicas instituições que seriam
interessantes, as Academias fundadas pelo os “Dissidentes” foram proibidas pela
a igreja anglicana. Não existia nenhuma forma de educação primaria também. E
ressalta, que devido a isso, é obvio que poucos refinamentos intelectuais foram
necessários para o sucesso da revolução. Também é relatado, que não se
precisava de conhecimento específico para o manuseamento das máquinas da
época, tampouco a mais sofisticada delas, a máquina a vapor.
O autor começa a citar características da sociedade inglesa, que aceitou o lucro
privado e desenvolvimento econômico, após a derrocada do rei, citando que na
reforma agraria, os ingleses já direcionavam sua produção para o mercado. E
com isso a agricultura já estava pronta para suas funções em uma época de
industrialização: aumentar sua produção, alimentar sua população e
produtividade mesmo com rápido crescimento, e fornecer um mecanismo de
acúmulo de capital a ser usado nos setores mais modernos da economia, além de
ter como suporte seus portos que ofertavam um excedente de exportação que
contribuísse para garantir importações de capital. “O dinheiro não só falava,
como governava”, o que significa que isso rompeu a última barreira de
resistência dos ruralistas entre 1795 e 1846.

O mercado econômico voava, através do investimento de empresários e


investidores particulares que queriam comprar no mercado mais barato, e vender
no mais caro, já suplantando as bases capitalistas que temos enraizadas no
mundo de hoje. A Grã Bretanha inaugurou a revolução, porém abriu precedentes
para que outros países seguissem seu modelo através de seu sucesso, o autor
relata isso citando que entre 1789 e 1848, a Europa e a América foram
inundadas pro especialistas, máquinas a vapor e maquinaria para processamento
de algodão, mas embora isso tenha ocorrido a Grã Bretanha possuía “uma
economia bastante agressiva e um Estado suficientemente agressivo para
conquistar os mercados de seus competidores”.
Capítulo 2

Na página posterior, é citada a produção do algodão, que originalmente se


desenvolveu como um subproduto do comércio ultramarino, que produzia uma
de suas matérias primas, e se fala sobre o modo que ela foi lançada, “como um
planador, pelo o empuxo do comercio” despertando no empresário um desejo de
adotar a técnicas revolucionarias a modo de lhe fazer face, ocasionando entre
1750 e 1769, um aumento de dez vezes da exportação britânica de tecido. O que
levou a Grã-Bretanha a estabelecer um monopólio mundial econômico com suas
colônias e regime semicoloniais funcionando como ponto de vazão, além de ter
sido favorecida pela as guerras que assombravam o mundo naquele período.
Como a América Latina, que veio a realmente depender das importações
britânicas durante as guerras napoleônicas e pós separação de Portugal e
Espanha, se tornando dependente dos ingleses, derrubando o mercado da Índia,
que era o tradicional, e após o avanço dos ingleses, passou a exportar de maneira
limitada, perdendo muito de seu antigo mercado, provocando um “grande
marco” na história mundial, afinal apenas os autossuficientes e conservadores
chineses, se recusavam a comprá-los.
O autor continua a abordar de modo ainda mais detalhado, a indústria do
algodão, e sua relação com a sociedade de lucratividade a quem investia no
mesmo, citando “Não foram os 5 ou 10% mas centenas ou milhares por cento
que fizeram fortunas de Lancashire”, além de que sua matéria prima, vinha do
exterior, e tinha também a escravidão que auxiliava o país inglês no lucro, ao
menos até a década de 1860, nos estados sulistas dos EUA, onde os pontos
cruciais da indústria fizeram com que o algodão sofresse escassez da mão de
obra, e fosse levado a mecanização.

Capítulo 3

É difícil imaginar que outra indústria poderia ter impulsionado a se revolucionar


se não a do algodão, já que ele dominava a “fábrica” e o “engenho”
paralelamente. E é abordado no texto, a trajetória: “a princípio (1780-1815)
principalmente na fiação, na cardação e em maquinaria a motor e em algumas
operações auxiliares, depois de 1815 também cada ver mais na tecelagem.”

Ao falar bastante do algodão, Hobsbawn descreve que não se deve subestimar as


demais indústrias, tais como a de bebidas, cerâmica, e outros produtos de uso
doméstico, pois todas foram estimuladas pelo o crescimento das cidades, só que
mesmo, com esse crescimento intenso, nenhuma dessas se aproximava do
milhão e meio de pessoas empregadas diretamente na indústria algodoeira ou
dela dependentes em 1833”, além e que seu poder de transformação era menor,
pois é citado a cervejaria que apesar de sua elaboração química, mexeu muito
menos na economia. E que o algodão era um produto que exigia transformação
física e geografia do local em que ele era cultivado, como atividades nas áreas
industriais, frota mercante, e construções, responsáveis por grande proporção
econômica da Grã-Bretanha. Além de seu peso absurdo na economia, como
citado “os produtos do algodão constituíam entre 40 e 50% do valor anual
declarado de todas as exportações britânicas entre 1816 e 1848”.

Suas mais sérias consequências foram sociais, pois como já dito no início do
texto, a transição para a nova economia criou miséria e o descontentamento, os
ingredientes da revolução social, que não se ateve no ano de 1848 a apenas os
trabalhadores, pois os pequenos burgueses, comerciantes foram vítimas que
ficaram sem saída perante o poderio econômico concentrado em monopólios da
revolução industrial. Alimentados por valores como “radicalismo” “democracia”
e “república”, tiveram como exemplos, conforme citado no texto “entre 1815 e
1848, foram os radicais britânicos, os republicanos, franceses e os democratas
jacksonianos americanos”. Outrora, do ponto de vista dos capitalistas, esses
problemas sociais só eram relevantes para a economia se proporcionassem a
derrubada da ordem social.
Entretanto, existia um outro lado desse avanço econômico, era o perigo de que
ocorressem falhas que ameaçasse o lucro, temido pelo o economista na época.
Hobsbawn, cita três falhas mais obvias: o ciclo comercial boom e depressão, a
tendência de diminuição da taxa de lucro e a escassez de oportunidades de
investimento lucrativo” e diz que a primeira só era utilizada pelo os críticos do
capitalismo, e analisa as mudanças econômicas do conceito de crise, ressaltando
o ponto de vista de alguns, que defendiam que uma era crise agraria, uma outra
parte dizia que poderia ser advinda de enganos, como a super. especulação das
Bolsas de New York, e que depois de 1830, predominou um período de “paz”
em que as crises eram “fenômenos periódicos regulares” ao menos no comércio
e nas finanças, não se acreditando que elas pudessem refletir alguma dificuldade
do sistema.

Se inicia, então, uma análise sobre a queda da valorização do produto que a


revolução industrial proporcionou, pois se aumentou o número de artigos
acabados, com custos de produção o que gerou um leve retrocesso, e com isso,
levando a lucros decrescentes, proporcionando até mudanças na vida dos
trabalhadores como citado no trecho que “eles podiam ser comprimidos pela
simples diminuição, pela a substituição de trabalhadores qualificados, mais
caros, e pela a competição da máquina com a mão de obriga que reduziu o
salário médio semanal dos tecelões manuais em Bolton de 33 shillings em 1795
e 14 shillings (1/2 pence) em 1829-34.” Salienta-se que exista um limite
fisiológico nessas reduções, e se traz uma analogia ao algodão em que o custo
de vida ainda era artificialmente mantido pelo o monopólio, e também é citada
as Leis do Trigo que assegurada as atividades agrícolas britânicas após as
guerras como uma legislação protecionistas que poderia impedir o avanço das
exportações britânicas. Porém uma oposição levou a sua abolição em 1846 que
por sua vez não levou a uma imediata redução do custo de vida.

A indústria se encontrava em forte pressão para que se racionalizasse e reduzisse


a mão de obra, como também havia uma pressão semelhante sobre o índice de
rentabilidade do capital, o que se descreve no 4° capítulo.

Capítulo 4

No início do capitulo, se faz uma observação de que se é evidente que nenhuma


economia industrial se desenvolva além de certo ponto para se avaliar a
capacidade do bens de capital, até porque até atualmente, para se avaliar o
potencial industrial de qualquer país deve se analisar sua produção de aço e
carvão. Na Grã-Bretanha, o crescimento da cidade levou a um desenvolvimento
da indústria mineradora do carvão que era substancialmente uma moderna
indústria primitiva em princípios do século 18, por servir como fomento para as
maquinas, o autor diz que o carvão não sofreu revolução em sua produção, mas
devido a Grã-Bretanha já ter um grande avanço tecnológico, era lá que se
produzia 90% da produção mundial, enquanto que seu competidor mais
próximo, França, não chegava a 1 milhão.
A imensa indústria apesar de não se desenvolver do modo inteiramente
moderno, estimulou a invenção básica das indústrias de bem de carvão: as
ferrovias. Pois era necessário se obter um meio de transporte eficaz dentro da
produção dessa época.
As primeiras linhas foram abertas nos EUA em 1827, na França em 1828 e
1835, na Alemanha e Bélgica em 1835, e na Rússia em 1837, por solucionar
problemas de locomoção, a Grã-Bretanha também levava vantagem nas
ferrovias, pois nunca se foi um grande problema movimentação no país.

Nas primeiras duas décadas da ferrovia, a produção de carvão triplicou, a Grã-


Bretanha obteve nesta época grandes lucros para sua população, e o autor cita
que em país de cunho socialista, esse dinheiro, lucro, certamente seria repassado
para fins sociais. Citando John Francis, em 1851, ele descreve o homem rico
“via acúmulo de riqueza com o qual um povo industrializado sempre sobrepuja
os métodos comuns de investimento empregado de forma legitima e justa”. Com
essa frase, fica nítido em uma visão panorâmica, que a função do historiador não
é apenas traçar o ímpeto da industrialização, como a adaptação da economia e
sociedade para a manutenção da revolução.
Em termos de produtividade econômica, toda esta transformação social foi um
imenso sucesso, como vimos acima. Em termos humanos, foi uma tragédia,
afinal, se aprofundou pela a depressão agrícola, menosprezando os camponeses.
Existiu se uma enorme dificuldade de adaptação entre a efervescência da
indústria e a adaptação social a ela, impulsionada pela a busca monetária para
sobrevivência, e por outro lado, pela a sede dos empresários que sentiam o bom
momento econômico, e visavam o lucro. Dentro desse contexto, se formou,
como debatido uma sociedade que é sintetizada ao final do texto como “pelo os
padrões modernos, ela era pequena e arcaica, e seu arcaísmo ainda marca a Grã-
Bretanha de hoje. Pelo os padrões de 1848, ela era monumental, embora
chocasse bastante, pois suas novas cidades eram feias, e seu proletariado mais
pobre que o dos outros países”, a Grã-Bretanha possuía um comércio duas vezes
superior ao seu próximo competidor: a França que apenas em 1870 a havia
ultrapassado. O algodão era consumido duas vezes mais que o dos EUA, e
quatro vezes mais que o da França.
Portanto, devido aos números e o contexto inserido, a Grã-Bretanha sabia que
tinha revolucionado o mundo, e que nem uma sombra do passado, poderia
superar o que o acontecia no presente, ou ser de algum modo esquecido pelo o
futuro que estava por vir.

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