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INSTITUTO DE QUÍMICA
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA ANALÍTICA
RIO DE JANEIRO
2021
1. INTRODUÇÃO
A cromatografia é uma técnica de separação muito utilizada em amostras com alto grau de
complexidade, permitindo a separação dos analitos e sua identificação e quantificação,
quando a técnica é acoplada a um método de análise quantitativa, sem haver a interferência
entre os seus sinais[1]. O princípio da técnica se baseia em passar a amostra por uma coluna
impregnada por uma fase estacionária. Os analitos contidos na solução irão interagir de
formas diferentes com a fase estacionária, o que modifica o seu tempo dentro da coluna,
permitindo, assim, sua separação[2].
Para resolver esse problema, em 1975, foi introduzida uma coluna supressora do eluente, após
a coluna trocadora de íons[1]. A função desta segunda coluna é de transformar os íons do
eluente em espécies moleculares de baixa ionização, de forma que eles deixem de influenciar
na medida de condutividade da solução que alcança o detector. A introdução de uma segunda
coluna causa a necessidade de regeneração de seus sítios de troca, além daquela feita na
coluna cromatográfica em si. Uma forma de evitar este custo extra, existe a cromatografia de
troca iônica com coluna simples[1], porém a técnica é menos sensível quando em comparação.
Nesta análise, utilizou-se uma coluna de troca iônica com resina de amônia quaternária, um
eluente de carbonato de sódio e uma coluna de supressão permeável a cátions. A amostra
consiste em água potável retirada dos bebedouros do Instituto de Química (IQ), que apresenta
diversos íons em sua composição devido às etapas de tratamento em Estações de Tratamento
de Água e da região de onde a água foi retirada[3,4].
2. OBJETIVO
3. DADOS
Solução padrão misto de 100 mg/L, contendo F-, Cl-, NO2-, Br-, NO3-, PO42- e SO42-;
4. CÁLCULOS E RESULTADOS
C1V1 = CiVi1 => C1 x 10,00 mL = 100,00 mg/L x 50,0 μL => C 1 = 0,5000 mg/L
C2V2 = CiVi2 => C2 x 10,00 mL = 100,00 mg/L x 100,0 μL=> C2 = 1,000 mg/L
C3V3 = CiVi3 => C3 x 10,00 mL = 100,00 mg/L x 250,0 μL => C 3 = 2,500 mg/L
C4V4 = CiVi4 => C4 x 10,00 mL = 100,00 mg/L x 500,0 μL => C 4 = 5,000 mg/L
Portanto, as concentrações finais das soluções padrão C1-C4 foram iguais a 0,5000 mg/L,
1,000 mg/L, 2,500 mg/L e 5,000 mg/L.
A partir dessas soluções diluídas, mediu-se suas condutividades para a construção de uma
curva padrão com a injeção de uma alíquota de 1 mL de cada solução no cromatógrafo. O
mesmo procedimento foi feito com a alíquota de água do bebedouro. Os resultados
experimentais estão organizados no Quadro 1.
Quadro 1: Dados experimentais de condutância das soluções padrão contendo os ânions (n.d = não
determinado).
Construiu-se uma curva para cada um dos sete ânions a serem determinados, como está
exposto nas Figuras 1 a 7. Com o valor da área dos analitos, é possível fazer a correlação com
a concentração da amostra.
Obtém-se, portanto, uma equação da reta igual a: y = 2,8862x - 0,3115, com R² de 0,9959,
comprovando a adequação dos dados experimentais com o modelo linear teórico. Calcula-se a
concentração de fluoreto na amostra pela área obtida (1,707):
y = 2,8862x - 0,3115
1,707 = 2,8862x - 0,3115
x = 0,6993 mg/L de F - na água do bebedouro.
Figura 2: Curva padrão para determinação de cloreto.
Obtém-se, portanto, uma equação da reta igual a: y = 2,2368x - 0,0693, com R² de 0,999,
comprovando a adequação dos dados experimentais com o modelo linear teórico. Calcula-se a
concentração de cloreto na amostra pela área obtida (7,889):
y = 2,2368x - 0,0693
7,889 = 2,2368x - 0,0693
x = 3,558 mg/L de Cl - na água do bebedouro.
Obtém-se, portanto, uma equação da reta igual a: y = 0,6896x - 0,1526, com R² de 0,9994,
comprovando a adequação dos dados experimentais com o modelo linear teórico. Como não
foi possível determinar a área, não se pode calcular a concentração.
Figura 4: Curva padrão para determinação de brometo.
Obtém-se, portanto, uma equação da reta igual a: y = 0,939x - 0,1298, com R² de 0,9989,
comprovando a adequação dos dados experimentais com o modelo linear teórico. Como não
foi possível determinar a área, não se pode calcular a concentração.
Obtém-se, portanto, uma equação da reta igual a: y = 1,1414x - 0,1169, com R² de 0,9996,
comprovando a adequação dos dados experimentais com o modelo linear teórico. Calcula-se a
concentração de fluoreto na amostra pela área obtida (1,467):
y = 1,1414x - 0,1169
1,467 = 1,1414x - 0,1169
x = 1,388 mg/L de NO 3- na água do bebedouro.
Figura 6: Curva padrão para determinação de fosfato.
Obtém-se, portanto, uma equação da reta igual a: y = 0,5597x - 0,049, com R² de 0,9997,
comprovando a adequação dos dados experimentais com o modelo linear teórico. Como não
foi possível determinar a área, não se pode calcular a concentração.
Obtém-se, portanto, uma equação da reta igual a: y = 1,4165x + 0,0849, com R² de 0,9997,
comprovando a adequação dos dados experimentais com o modelo linear teórico. Calcula-se a
concentração de fluoreto na amostra pela área obtida (5,860):
y = 1,4165x + 0,0849
5,860 = 1,4165x + 0,0849
x = 4,077 mg/L de SO 42- na água do bebedouro.
5. DISCUSSÃO
O processo que rege a separação na cromatografia de íons é a troca iônica entre a fase
estacionária e a fase móvel. Cada analito interage em certa extensão com a fase estacionária,
dependendo de suas características químicas[2], principalmente a constante de equilíbrio de
interação ânion-fase móvel e o equilíbrio de solubilidade do ânion. As duas interações
compõem o equilíbrio de troca, com uma constante de troca iônica (KTI) que corresponde à
afinidade de um íon com a fase estacionária em comparação a um outro íon, no caso desse
experimento, o OH-. Ao medir-se a KTI de cada analito com um íon em comum, é possível
realizar uma comparação entre eles de qual deverá ter um maior tempo de retenção da fase
estacionária[2], o que permite sua separação. Vale ressaltar, que o tempo de retenção dependerá
do tipo de fase estacionária. O tempo de retenção nesse experimento segue[5]: SO42- > PO42- >
NO3- > Br- > NO2- > Cl- > F-.
Os ânions encontrados na água potável provém, em grande parte, das etapas de tratamento de
água[3,4], que adicionam compostos químicos como cloro para desinfecção microbiológica,
flúor para prevenir cáries, sulfato de alumínio na etapa de coagulação, e também são
provenientes da fonte de onde ocorreu a retirada da água, pois as composições químicas
variam dependendo do local.
A resina utilizada na fase móvel é uma de amônio quaternária (-NR,+OH-), permitindo a troca
de ânions. Estas são polímeros de alto peso molecular[1] capazes de conter muitos grupos
funcionais por molécula, sendo os mais comuns grupos sulfonados ou amônia quaternária.
Uma característica interessante da resina é a capacidade de formar ligações cruzadas entre
duas moléculas[2], capaz de formar uma rede bem estruturada de alta organização.
Porém, essa correção trouxe uma nova etapa na análise. Como ocorre a troca iônica entre os
cátions da resina com os cátions do eluente, é necessário realizar uma regeneração da coluna
para manter sua vida útil e a eficiência da coluna[1]. Por isso, na continuação da análise, passa
uma solução de ácido sulfúrico para regenerar os sítios ativos da resina com H+.
Com estes cuidados, foi feita a medição da amostra. Um resultado que se destaca inicialmente
foi a impossibilidade de detectar a área de três dos analitos de interesse: nitrito, brometo e
fosfato. Uma explicação possível é que a concentração do analito era muito baixa para o
limite de detecção, explicada pois a amostra não sofreu nenhum preparo antes que fosse
injetada no cromatógrafo. Portanto, seria necessário uma etapa prévia de concentração da
solução, repetir o experimento e observar se estes compostos seriam determinados ou não.
6. CONCLUSÃO
Porém, como três analitos não foram possíveis de serem determinados alguma outra etapa
deveria ser feita na análise, como por exemplo uma pré-concentração da amostra para que
tivéssemos uma área detectável desses três analitos. Por isso, é difícil dizer com certeza se a
água é adequada ou não para uso, entretanto como uma técnica instrumental não foi capaz de
detectá-los, é bem intuitivo dizer que suas concentrações estão abaixo das legisladas.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS