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FISIOLOGIA

DA ATIVIDADE
MOTORA

Juliano Vieira da Silva


Limiares ventilatórios
e lactato
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Identificar os mecanismos relacionados aos limiares ventilatórios.


„„ Discutir formas de avaliação dos limiares ventilatórios.
„„ Formular métodos de treinamento aeróbico a partir dos limiares
ventilatórios.

Introdução
A tarefa de prescrever um determinado exercício ou um programa de
treino requer inúmeros conhecimentos e habilidades por parte do pro-
fissional de educação física. Dentre os aspectos a serem observados,
certamente estão os limiares ventilatórios, que trazem dados importantes
sobre o aluno e que servirão de auxílio ao professor.
Os limiares ventilatórios têm relação direta com inúmeras capacidades
do indivíduo, dentre elas a cardiopulmonar e a cardíaca, pois consiste em
saber o quanto o organismo suporta uma carga de treino e quais vias
metabólicas utilizará para isso.
Neste capítulo, você vai identificar os mecanismos relacionados aos
limiares ventilatórios, bem como conhecer formas de avaliação dos li-
miares ventilatórios e formular métodos de treinamento aeróbico a partir
dos limiares ventilatórios.
2 Limiares ventilatórios e lactato

Limiares ventilatórios
Um dos elementos de fundamental importância para a prescrição de exercícios
físicos são os chamados limiares ventilatórios. Os limiares ventilatórios são
relevantes para toda prática relacionada ao movimento, pois definem a zona
de treino coerente com cada objetivo do praticante (NUNES, 2018a).
Segundo Nakamura et al. (2006, documento on-line), o “[...] limiar ven-
tilatório (LV) foi proposto por Wasserman e McIlroy com o propósito de
determinar, de forma indireta, a intensidade de esforço em que o lactato no
sangue sofre elevação em relação ao valor de repouso, durante teste de esforço
progressivo”. Os mesmos autores sublinham que esse índice tem sido utilizado
para detectar a máxima intensidade de trabalho segura para pacientes com
doenças cardíacas, predizer o limiar de lactato, indicar a capacidade aeróbia
de indivíduos saudáveis e não saudáveis e controlar os efeitos do treinamento
sobre a função aeróbia.
Kenney, Wilmore e Costill (2013) definem os limiares ventilatórios como
um ponto em que a ventilação aumenta de forma desproporcional em compa-
ração ao consumo de oxigênio a partir do aumento da intensidade do exercício.
Os autores apontam que o ponto que isso ocorrer é entre 55 e 70% do VO2máx.:

Com intensidade aproximada ao mesmo ponto do limiar ventilatório, começa


a surgir mais lactato no sangue. Isso pode ser resultante da maior produção
de lactato, ou da menor eliminação desse metabólito. Esse lactato se combina
com o bicarbonato de sódio (que tampona o ácido) e forma lactato de sódio,
água e dióxido de carbono (KENNEY; WILMORE; COSTILL, 2013, p. 198).

Você lembra o que é o lactato? Lactato é um sal derivado do ácido lático e é produzido
pelo organismo por meio da queima da glicose para fornecer energia sem a presença de
oxigênio. Ele pode ser encontrados nos músculos, no sangue e em vários outros órgãos.

Como se sabe, durante a prática do exercício físico, o aumento do dióxido


de carbono estimula os quimiorreceptores que sinalizam o centro inspiratório
para aumentar a ventilação. Assim, o limiar ventilatório reflete a resposta
respiratória a níveis mais elevados de dióxido de carbono. Com isso, a venti-
lação aumenta drasticamente após o limiar ventilatório, conforme a Figura 1.
Limiares ventilatórios e lactato 3

200

160
Ventilação (L/min)

120

80 Limiar
ventilatório

40

0
8 10 12 14 16 18
Velocidade da corrida (km/h)
Figura 1. Mudanças na ventilação pulmonar durante uma corrida em velocidade
crescente, ilustrando o conceito de limiar ventilatório.
Fonte: Kenney, Wilmore e Costill (2013, p. 199).

Nota-se, pelo gráfico da Figura 1 anterior, que a ventilação aumenta durante


o exercício tendo direta relação com a carga de trabalho executada até atingir
o limiar ventilatório. Além desse ponto, a ventilação aumenta considera-
velmente — identificando a mudança das vias metabólicas dominantes —,
enquanto o corpo tenta eliminar o dióxido de carbono em excesso (KENNEY;
WILMORE; COSTILL, 2013).
Nunes (2018a) sublinha que existem dois limiares ventilatórios obtidos
a partir da avaliação cardiopulmonar — o limiar anaeróbico e o ponto de
descompensação respiratória. Vejamos, agora, um pouco de cada um desses
limiares:
Foss e Keteyian (2010) definem o limiar anaeróbico como o VO2 do exercício
acima do qual a produção de energia anaeróbica por meio da glicólise é acele-
rada para suplementar (porém sem substituir) a produção de energia aeróbica.
4 Limiares ventilatórios e lactato

Esse aumento relacionado a glicólise por parte do músculo esquelético é cau-


sado por um conteúdo de oxigênio muscular que é insuficiente ou incapaz de
atender a demanda de O2 resultando em incapacidade de atender a demanda
de oxigênio, resultando em incapacidade da membrana mitocondrial em
aceitar H+ com um ritmo que seja proporcional à produção de NADH através
da glicólise (FOSS; KETEYIAN, 2010, p. 168).

O limiar anaeróbico é considerado o primeiro limiar. Nele, a intensidade


do exercício começa a acumular íons H e lactato sanguíneo, assim, alterando
o pH e aumentando a ventilação (NUNES, 2018a). Nesse limiar, por haver um
consumo de oxigênio maior que a produção, há uma compensação exercida
pelo bicarbonato sobre o lactato, evitando assim o estabelecimento da fadiga.

O lactato produzido tanto no repouso (pequenas quantidades) quanto no exer-


cício, devem ser tamponados e eliminados prevenindo seu acúmulo. Porém,
quando a produção é maior que a remoção haverá um acúmulo de lactato,
prejudicando a homeostase interna e o rendimento esportivo durante a corrida.
O treinamento físico aeróbio produz adaptações celulares que aceleram os
ritmos de remoção de lactato, fazendo com que o acúmulo ocorra somente
em altas intensidades de exercícios (NUNES, 2018a, documento on-line).

Já o segundo limiar ventilatório é o ponto de descompensação respirató-


ria. Nunes (2018a) o define como acúmulo de acidose suficiente para que se
tenha a compensação respiratória como único mecanismo compensatório de
eliminar o gás carbônico. Sendo assim, o ponto maior do aumento do lactato
sanguíneo acontece em intensidades mais elevadas nas pessoas condicionadas.
Assim, o indivíduo passa usar como via metabólica o sistema anaeróbico
descompensado. Veja a Figura 2.
O aumento entre L1 e L2 se dá em razão do aumento da produção de
CO2, o que faz com que estimule o centro respiratório, gerando assim maior
contração dos músculos respiratórios, como o diafragma. A ventilação se
torna desproporcional a partir do L2, segundo o mesmo autor, em razão do
processo de acidose. A zona entre os limiares ventilatórios é chamada de zona
aeróbia, sendo que a faixa acima do segundo limiar ventilatório é chamada
de zona anaeróbia. Essas faixas são de fundamental importância na definição
das frequências cardíacas (FCs) e velocidades de um praticante de exercício
físico. (NUNES, 2018a). Saber os limiares faz com que o professor descubra a
zona-alvo da FC e a FC máxima do seu aluno, sendo que quando o indivíduo
atinge ou ultrapassa o LM ele está próximo ou atingiu a FC máxima de seu
organismo.
Limiares ventilatórios e lactato 5

VO2

INTENSIDADE
LA PDR
Limiar Aeróbico Ponto de descompensação
respiratório
LV1 (limiar ventilatório 1) LV2 (limiar ventilatório 2)
LAn (limiar anaeróbio) Lan (limar anaeróbio)
1-Limiar de lactato 2-Limiar de lactato
Figura 2. Limiares ventilatórios e metabolismo.
Fonte: Nunes (2018b). http://www.scielo.br/img/fbpe/abc/v71n5/a14fig03.gif.

Oliveira (2017) aponta que a ventilação aumenta desde o início e sofre


um ponto de quebra no primeiro limiar ventilatório (linha azul) relacionado
ao aumento do lactato e sofre uma segunda quebra (linha vermelha) com o
aumento desproporcional da produção de lactato.
Neste tópico, você identificou os mecanismos dos limiares ventilatórios,
suas funções e as vias metabólicas utilizadas em cada fase. Na sequência,
veremos como avaliar esses limiares.

Avaliação dos limiares ventilatórios


Esse tópico tem por objetivo discutir métodos de avaliação ligados aos limiares
ventilatórios. A avaliação é um meio importante e bastante eficaz para um
planejamento de aula, programas de treinos e tudo que envolve a prática de
exercícios físicos.
6 Limiares ventilatórios e lactato

Ribeiro (2005, p. 111) aponta que os “[...] limiares ventilatórios têm sido
determinados pela observação de diferentes variáveis que podem ser derivadas
das medidas de trocas gasosas obtidas durante o exercício progressivo”. Sobre
essas variáveis, o mesmo autor discorre sobre a ventilação, a produção de dió-
xido de carbono, a razão de troca respiratória (produção de CO2 dividida pelo
VO2), a fração expirada de O2, a fração expirada de CO2, a pressão parcial de O2
no final da expiração, o excesso de CO2 produzido, o equivalente ventilatório
para o O2 (ventilação dividida pelo VO2) e o equivalente ventilatório para o
CO2 (ventilação dividida pela produção de CO2). As curvas dessas variáveis
ventilatórias podem identificar dois limiares e refletem os mesmos fenôme-
nos fisiológicos, permitindo que as variáveis a serem utilizadas possam ser
escolhidas dependendo do equipamento disponível para avaliação de trocas
gasosas (RIBEIRO, 2005, p. 111).
Sobre os testes em si para fazer a devida avaliação, a Revista Brasileira
de Prescrição e Fisiologia do Exercício aponta há a existência de inúmeras
possibilidades para fazer a medida dos limiares ventilatórios. Vejamos, agora,
alguns deles que podem ser bons medidores dessa prática.

Antes de conferirmos os testes sugeridos, que tal dar uma


passadinha para conferir o site do Instituto Brasileiro de
Pesquisa e Ensino em Fisiologia do Exercício (IBPEFEX)?
O link a seguir traz revistas, artigos, periódicos, pesquisa,
produtos e serviços relacionados a essa área:

www.ibpefex.com.br

A ergoespirometria é o principal exame laboratorial para a mensuração


dos limiares ventilatórios. O teste consiste na submissão de um esforço físico
na esteira ergométrica e é realizado dentro de um laboratório. Para isso, o
testado usará uma máscara e um cabo de coleta que darão informações so-
bres os parâmetros respiratórios. Dentre os parâmetros que este teste aponta,
estão o consumo de oxigênio, a FC, as trocas respiratórias, a produção de gás
carbônico, entre outros.
Limiares ventilatórios e lactato 7

Além desses dados, por meio da ergoespirometria, é possível saber a exis-


tência do primeiro e do segundo limiares de cada indivíduo, indicando, a partir
desse exame, a zona ideal para o treinamento. Porém, cabe ressaltar que alguns
deles não atingem o segundo limiar ou até mesmo o primeiro em razão de
alguma dificuldade geralmente ligada a alguma enfermidade.
Um dos testes mais conhecido na área de limiares ventilatórios é a espi-
rometria. A espirometria também é conhecida como exame dos pulmões,
ela mede o volume e a velocidade do ar, além de possibilitar o diagnóstico de
doenças respiratórias e/ou pulmonares. Geralmente realizada em laboratórios,
ela é realizada por meio de um aparelho chamado espirômetro, no qual o pa-
ciente joga o ar saído pela boca com a maior força possível para dentro do tubo.
Outro teste importante em relação aos limiares ventilatórios é a chamada
ventilometria. Esse teste consiste em uma avaliação mecânica dos pulmões
por meio de um aparelho chamado ventilômetro. Ele pode ser realizado com
uma esteira ergométrica elétrica com estágios de 1 minuto de duração e 0%
de inclinação. O testado começa com uma velocidade inicial entre 2 e 7 km/h
e a cada um minuto deve-se ir incrementando de 0,2 a 0,5 km/h.
Nesse teste, a interrupção ocorre por meio da exaustão voluntária. Alves,
Oliveira e Nunes (2009, p. 361) apontam que os limiares são conhecidos da
seguinte forma: “[...] o primeiro limiar ventilatório (LV1) é estabelecido pelo
próprio software e o segundo limiar ventilatório (LV2) é identificado na inten-
sidade de esforço físico em que a ventilação pulmonar atingiu seu valor mínimo
antes de apresentar aumentos progressivos na segunda curva exponencial”.

O ventilômetro é um pequeno aparelho portátil capaz de realizar medidas importantes


relativas à ventilação (pulmonares e mecânicas) e aos limiares. Seus mostradores de
resultados são de fácil leitura, tendo fácil visualização e resultados com alta precisão.

Importante ressaltar que os testes relacionados aos limiares ventilatórios


apresentam uma característica em comum: o incremento da velocidade durante
a realização, sendo que em muitas vezes o teste leva o indivíduo à exaustão.
8 Limiares ventilatórios e lactato

Ribeiro (2005, p.111) aponta que uma alternativa interessante para fazer a
avaliação dos limiares ventilatórios é a utilização das curvas da FC, pois “alguns
pesquisadores observaram que, durante exercício com aumento progressivo
de cargas, o ponto a partir do qual a resposta da frequência cardíaca desviava
de sua relação linear com a carga de trabalho correlacionava-se bem com o
primeiro limiar de lactato”. Entretanto, essa “quebra da frequência cardíaca não
corresponde ao primeiro limiar de lactato, mas à intensidade correspondente
ao segundo limiar de lactato”.
Como todos os testes são realizados em ambiente laboratorial, o professor
de educação física os recebe muitas vezes em números frios e prontos. Po-
rém, esses números serão a base para a prescrição e o controle do exercício,
identificando os pontos dos limiares 1 e 2 e a zona entre ambos para calcular
a zona-alvo da FC e o quanto de oxigênio o aluno consome a partir da prática
de exercício físico. Como valores padrões, se relaciona o primeiro limiar ven-
tilatório a 75% da FCmáx. e 60-65% do VO2máx., já o segundo limiar ventilatório
se relaciona com 90-95% da FCmáx. e 83% do VO2máx.
Neste tópico, foram apresentados métodos de avaliação dos limiares
ventilatórios com destaque para a espirometria, a ventilometria e os testes
de identificação de intensidades aeróbias (TIIA). A seguir, apresentaremos
métodos de treinamento aeróbico a partir dos limiares ventilatórios.

Métodos de treinamento aeróbico a partir


dos limiares ventilatórios
Este tópico abordará métodos de treinamento possíveis e suas relações com os
limiares ventilatórios. Como vimos anteriormente, os limiares ventilatórios
são medidas importantes que auxiliarão na hora do controle e da prescrição
do exercício. Além disso, os limiares são um importante indicador dos limites
que devem ser aplicados durante a prática.
Nos treinamentos aeróbicos, a principal fonte de energia utilizada pelo
organismo são carboidratos e gorduras. Esses exercícios se caracterizam por
ter intensidade de baixa a moderada e uma duração prolongada, exigindo,
assim, do praticante um alto grau de resistência para suportar a fadiga.
Limiares ventilatórios e lactato 9

Os carboidratos apresentam em sua composição química átomos de carbono, hi-


drogênio e oxigênio, formando moléculas que incluem açúcares, amido, celulose e
glicogênio. Como exemplos de alimentos temos os pães, o arroz e o macarrão. Já os
lipídios apresentam carbono, hidrogênio e oxigênio em sua composição e são formados
por glicerol e ácidos graxos, sendo insolúveis em água. Temos como exemplos de
alimento a gordura e o óleo.

Ao conhecer os limiares ventilatórios do aluno, o professor passa a ter


um dado importante para seu planejamento de aula, pois a partir deles saberá
qual zona-alvo deverá trabalhar dentro da modalidade específica. Com os
limiares. também é possível conhecer outros dados bastante contributivos,
como a FC e a velocidade que pode ser utilizada em treinos e também em
provas. Lembrando que para calcular a zona-alvo é necessário calcular a FC
máxima. Para isso, há duas fórmulas bem conhecidas: a de Karvonen, que diz
que FCM = 220 - idade, e a de Tanaka, que diz que FCM = 208 - (0,7 × idade)
Veremos agora alguns treinamentos relacionados ao metabolismo aeróbico
com relação aos limiares.

Treino 1

Aluno: iniciante.
Modalidade praticada: corrida.
Limiar anaeróbico: 30 ml/kg/min. (70% do VO2máx.).
Zona-alvo: 75% da FC máxima.

Sequência do treino
Semana 1
„„ Aquecimento: medição da FC + caminhada de 10 a 15 minutos a 70% da FC máxima.
„„ Parte principal: 30 segundos de trote intervalando com 2 minutos de caminhada
a 70% da FC máxima (5x cada repetição). 10 minutos de caminhada a 75% da FC
máxima.
„„ Parte final: medição da FC + alongamentos.
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Semana 2
„„ Aquecimento: medição da FC + caminhada a 70% da FC máxima (10 a 15 minutos).
„„ Parte principal: 30 segundos de trote intervalando com 1,5 minutos de caminhada
a 70% da FC máxima (7x cada repetição). 10 minutos de caminhada moderada.
„„ Parte final: medição da FC + alongamentos.

Semana 3
„„ Aquecimento: medição da FC + caminhada a 75% da FC máxima (10 a 15 minutos).
„„ Parte principal: 1 minuto de corrida intervalando com 1 minuto de caminhada
a 75% da FC máxima (5x cada repetição). 10 minutos de caminhada moderada.
„„ Parte final: medição da FC + alongamentos.

Nunca esqueça de aferir a FC. Ela é um instrumento importante e apresenta


bastante correlação com os limiares ventilatórios. Vejamos, agora, um novo
modelo de treino para um aluno já em nível intermediário/avançado e que,
portanto, tem volumes de limiares maiores que um iniciante.

Treino 2

Aluno: intermediário/avançado.
Modalidade praticada: corrida.
Zona alvo: 85% da FC máxima.
Limiar anaeróbico: 42 ml/kg/min. (80% do VO2máx.).

Observações: por ter uma zona-alvo e um limiar ventilatório alto, o treino pode ter
uma intensidade considerada alta.

Sequência do treino
Semana 1
„„ Aquecimento: medição da FC + corrida a 80% da FC máxima (10 a 15 minutos).
„„ Parte principal: 30 segundos de corrida intervalando com 30 segundos de corrida
a 85% da FC máxima (6x cada repetição). 10 minutos de corrida leve.
„„ Parte final: medição da FC + alongamentos.

Semana 2
„„ Aquecimento: medição da FC + corrida a 80% da FC máxima (10 a 15 minutos).
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„„ Parte principal: 30 segundos de corrida intervalando com 30 segundos de corrida


a 85% da FC máxima (8x cada repetição). 10 minutos de corrida leve.
„„ Parte final: medição da FC + alongamentos.

Semana 3
„„ Aquecimento: medição da FC + corrida a 85% da FC máxima (15 minutos).
„„ Parte principal: 1 minuto de corrida forte com 1 minuto de caminhada a 85% da
FC máxima (6x cada repetição). 10 minutos de corrida leve.
„„ Parte final: medição da FC + alongamentos.

Neste capítulo, você viu o que são limiares ventilatórios, suas funções,
seus mecanismos e que são divididos em limiares anaeróbicos — quando a
produção do lactato é maior que a sua remoção — e limiar de descompensação
respiratória, quando o ponto maior do aumento do lactato sanguíneo acontece
em intensidades mais elevadas nas pessoas condicionadas.
Na sequência, vimos os métodos de avaliação para quantificar os limiares
ventilatórios. Esses métodos são observáveis por diferentes variáveis que são
medidas pelas trocas gasosas obtidas durante o exercício. Foram apresentadas
a ventilometria, que é avaliação mecânica dos pulmões por meio de um apa-
relho chamado ventilômetro, e os TIIAs, que verificam os limiares a partir
de cinco estágios.
Por fim, conhecemos alguns métodos de treinos a partir do treinamento
aeróbico. Foram apresentados dois modelos de treino relacionado à corrida: um
com limiar ventilatório de 60% do VO2máx. e outro com 90%. Os limiares são
um importante indicador dos limites que devem ser aplicados durante a prática.

ALVES, D.; OLIVEIRA, V.; NUNES, N. Prescrição de exercícios físicos aeróbios: teste para
identificação das intensidades aeróbias (tiia), uma ferramenta prática. Revista Brasileira
de Prescrição e Fisiologia do Exercício, v. 3, n. 16, p. 359-366, 2009. Disponível em: <http://
www.rbpfex.com.br/index.php/rbpfex/article/viewFile/181/184>. Acesso em: 5 dez.
2018.
FOSS, M.; KETEYIAN, S. Bases fisiológicas do exercício e do esporte. Rio de Janeiro: Gua-
nabara Koggan, 2010
12 Limiares ventilatórios e lactato

KENNEY, W.; WILMORE, J.; COSTILL, D. Fisiologia do esporte e do exercício. 5. ed. Barueri,
SP: Manole, 2013.
NAKAMURA, F. et al. Objetividade da medida do limiar ventilatório. EFDeportes: revista
digital, ano 10, n. 93, 2006. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd93/medida.
htm>. Acesso em: 5 dez. 2018.
NUNES, N. Limiares ventilatórios e metabolismo. Youtube, 2018a. Disponível em: <https://
www.youtube.com/watch?v=3p-7JKHZybE>. Acesso em: 5 dez. 2018.
NUNES, N. O que são os limiares ventilatórios e como podem influenciar seu treino de
corrida?. 2018b. Disponível em: <http://www.webrun.com.br/limiares-ventilatorios-
corrida/>. Acesso em: 5 dez. 2018.
RIBEIRO, J. Limiares metabólicos e ventilatórios durante o exercício: aspectos fisiológicos,
metodológicos e clínicos. Revista do HCPA, v. 25, n. 3, p. 107-115, 2005. Disponível em:
<https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/164203>. Acesso em: 5 dez. 2018.

Leitura recomendada
POWERS, S.; HOWLEY, E. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condicionamento
e ao desempenho. 8. ed. Barueri, SP: Manole, 2014.
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