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E 2017
RESUMO
SUMÁRIO: Introdução. 1.0 Conceito Histórico da Lei Maria da Penha (11.340/06), 1.1
Classificações dos tipos de violência, 1.1.1 Violência física, 1.1.2 Violência psicológica,
1.1.3. Violência Sexual, 1.1.4 Violência Patrimonial, 1.1.5 Violência Moral, 2.0
Feminicídio, 2.1 Feminicídio em Barreiras, BA, 3.0 Direito Penal Simbólico.
Considerações finais.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho busca tratar da Incidência do Feminicídio na cidade de Barreiras-Ba
no período de 2016 e 2017 visto que o feminicidio ele foi incluso no rol de qualificação
dos crimes hediondos, previsto do artigo 121 do Código Penal, em virtude da lei 13.104
de março de 2015, por se tratar de homicídio em desfavor da mulher na condição de ser
do sexo feminino, em situação de menosprezar e discriminar a condição de ser mulher
no âmbito da violência doméstica e familiar.
Ele vai trazer uma contextualização histórica da Lei Maria da Penha que foi criada em
2006 antes da Criação da Lei do Feminicídio, que tem o objetivo de descrever o crime
de feminicidio como sendo uma das qualificadoras no crime de homicídio, no cenário
jurídico.
O presente artigo será desenvolvido através de uma pesquisa bibliográfica junto com
uma pesquisa de campo quantitativa por meio de aplicação de entrevistas nos órgãos
públicos de Barreiras, tais como Ministério Público, Delegacia de Homicídios, e 2°
Vara Crime do Tribunal do Júri, as quais buscou-se inquirir sobre a incidência do
feminicídio, e a capacitação dos órgãos lidar com tal cenário.
No primeiro tópico se tem o conceito histórico de como houve a criação da Lei Maria da
Penha e depois tem a classificação dos tipos de violências que existem como, a
violência física, psicológica, sexual, patrimonial e moral, em seguida a lei do
feminicidio, o feminicidio na cidade de Barreiras-BA e por fim o Direito Penal
Simbólico junto com as considerações finais.
No ano de 1983, a senhora Maria da Penha Fernandes foi vítima de uma dupla tentativa
de homicídio por seu ex-cônjuge no intuito de matá-la, mas, no entanto ela veio a ficar
paraplégica e posteriormente, o mesmo tentou eletrocutá-la, porém não obteve êxito ao
ensejar a sua morte. Antes da legislação mais vigente entrar em vigor, o réu foi
condenado pelo tribunal do júri, mas graças a recursos impetrados, nunca foi preso
conseguindo permanecer por mais de uma década em liberdade, mesmo após receber
sua sentença.
Após 18 (dezoito) anos do ocorrido, e sem nenhuma providencia por parte do estado
Brasileiro, a organização dos estados americanos deu a responsabilidade ao Brasil, por
negligência e omissão levando em consideração os relatos apontados por Maria da
Penha Fernandes, onde indicou ao Brasil a criação de políticas que inibissem a violência
no âmbito doméstico. Portanto esse ato de violência cometida contra a Maria da Penha
Fernandes foi que ocasionou a criação da lei 11340 de 7 de agosto de 2016.
Como fica evidenciado a autora necessitou buscar amparo internacional para que o
sistema legislativo Brasileiro começasse a perceber que era necessário o tratamento
diferenciado para determinada classe, podendo ter sido levado em consideração o
pensamento da família em que as mulheres em muitos dos casos devem esta submissas
aos homens. Portanto essa lei foi criada para punir quem pratica algum ato de violência
contra a mulher, pois ficou evidente que desde 1983 as mulheres na maioria das vezes
sofriam algum tipo de violência no âmbito doméstico.
O artigo 7º inciso I da lei 11.340/2006 dispõe que: “a violência física, entendida como
qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal” (BRASIL, 2006, ON-
LINE).
Como o texto de lei logo explica esse tipo de violência ela acontece de forma de
agressão física, ela é mais fácil de ser reconhecida que é quando o agressor desfere
chutes, muros, socos, empurrões, etc.
Esse tipo de violência não deixa marcas visíveis, ela mexe com o psicológico mesmo da
vítima lhe causando sérios danos emocionais.
São atos ligados ao assédio sexual, praticar atos libidinosos como a prática do estupro
que acontece quando a vitima é forçada a ter conjunção carnal, ou seja, praticar sexo.
“A violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção,
subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho,
documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os
destinados a satisfazer suas necessidades” (BRASIL, 2006, ON-LINE).
Como tipifica o artigo esse tipo de violência acontece quando o patrimônio é violado, de
forma que haja a destruição parcial ou total de seus objetos, ou mesmo se apossar de
objetos particulares da vítima.
“A violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação
ou injúria” (BRASIL, 2006, ON-LINE).
Esse artigo tipifica a pessoa que pratica algum tipo de calúnia, difamação ou injúria ela
está ferindo a integridade moral da vítima.
2.0 O FEMINICÍDIO
A lei de feminicídio nasce com a função de coibir e prevenir à violência existente contra
as mulheres. Devido ao aumento dos casos de homicídio e violência contra o sexo
feminino.
Nesse intuito no ano de 2015 foi criada a referida lei que o denomina como crime
hediondo. Na busca pela divulgação dessa nova lei, a mídia tem um papel importante,
aonde o poder da informação pode ser eficaz na preservação desse crime.
Com esse impacto a TV Bahia com sede em Salvador, junto com mais cinco emissoras
do estado criaram a campanha SOU MULHER QUERO RESPEITO que objetiva
despertar a atenção da sociedade e nas mulheres que sobrem qualquer que seja o tipo de
violência, que denuncie seus agressores. A campanha trata do caso de baianas que já
sofreram, ou que ainda sofrem violência doméstica, moral, psicológica ou sexuais e
relata história de mulheres vítimas de feminicidio, com grande aceitação pelo público a
campanha foi recepcionada e teve sua divulgação por várias mulheres da região que
aderiram à campanha e através de vídeos curtos expressaram seu pedido de respeito
(REDE BAHIA, 2017).
A figura do “aberratio ictus” presentes nesse artigo 73 quer tipificar o erro na execução,
ou por acidente, ou seja, a pessoa atingiu a pessoa diversa que deveria ser atingida e
nesse caso como deslumbra o artigo, ele responde como se tivesse praticado o crime
contra aquela.
De acordo com a pesquisa mais recente treze mulheres foram assassinadas por dia no
Brasil somente em 2013, isso é quase cinco mil no ano, segundo dados do Mapa da
Violência 2015 (Waiselfisz,2015).
O aumento das mortes de mulheres no Brasil ligou o alerta da necessidade de uma lei
reguladora do crime específico contra o gênero feminino. Surge então em 2015 a lei
13.104 que versa sobre o feminicídio, que pode ser encontrado no artigo 121, inciso VI,
do Código Penal Brasileiro.
São três os órgãos principais e importantes em Barreiras-BA que cuidam desse tema.
Segundo a Promotora de Justiça Rita de Cássia Cavalcanti, do Ministério Publico os
órgãos judiciais funcionam como filtro, que primeiro passa pela Delegacia de
Homicídios que vai identificar se configura feminicídio ou não e mandar o inquérito
para o Ministério Publico, que faz a Denúncia ao Judiciário.
Fonte: pesquisa de campo (2018)
Além disso, a promotora Rita de Cássia Cavalcanti explica que nem tudo resulta em
denuncia e nem tudo que chega aqui da delegacia resulta em denúncia. Mas que há um
índice bastante alto no que diz respeito a ameaças e a lesões corporais, com tudo o
feminicídio ainda é um índice inexpressivo.
O tema do trabalho é a violência contra a mulher que é o Feminicídio só pelo fato dela
ser mulher, onde o direito penal simbólico está inserido no trabalho pela prática penal
desses tipos de crimes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto, trata-se de um crime de ódio contra o gênero feminino. Considera-se que ele é
um assunto polêmico por se tratar de algo assombroso, e de pouco conhecimento pela
sociedade, motivo esse da lei 13.104/15 não ter chegado ao conhecimento da população
de forma efetiva, muitas pessoas ainda desconhecem a lei de Feminicídio.
Após três anos da lei sancionada, a lei 13.104/15 trouxe para a mulher mais uma
proteção e segurança em relação à vida, despertado sobre relacionamentos abusivos e
mobiliza a sociedade a denunciar casos de violência contra a mulher.
REFERÊNCIAS
DUARTE, Júlio Gomes Neto. O Direito Penal simbólico, o Direito Penal mínimo e
a concretização do garantismo penal [on-line] Disponível em http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista
%20_artigos_leitura&artigo_id=6154 Acesso em 06 de novembro de 2018.
________. Presidente da Republica lei nº 13.104, de 9 de março de 2015. Dispõe sobre
Altera o art. 121 do Decreto-lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal,
para prever o feminicidio como circunstância qualificadora do crime de homicídio, e o
art. 1° da lei n° 8.072, de 25 de julho de 1990, para incluir o feminicidio no rol dos
crimes hediondos. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/lei/l13104.htm Acessado em 10 de outubro de 2018.
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. 18. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2016.
REDE BAHIA (TV Bahia). Campanha 'Sou Mulher Quero Respeito' pede o fim da violência contra
a mulher Disponível em https://redeglobo.globo.com/redebahia/noticia/campanha-sou-mulher-
quero-respeito-pede-o-fim-da-violencia-contra-a-mulher.ghtml Acesso em 4 de outubro de 2018.